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Psicologias. A multiplicidade nas práticas e nas teorias

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Psicologias: A multiplicidade nas práticas e nas teorias 
Andrea Dórea
Matrizes do pensamento psicológico
Escolas e sistemas
 Diferenças quanto aos pressupostos ontológicos e epistemológicos
Não é possível nem faz sentido procurar saber quem é ou foi mais científico: Skinner, Piaget, Freud
Inviável e sem sentido a tarefa de submeter o conjunto dessas doutrinas a critérios e normas que se justificariam apenas para algumas delas.
Matrizes do pensamento psicológico
Matrizes: grandes conjuntos de valores, normas, crenças, concepções epistemológicas e metodológicas que subjazem às teorias e às práticas.
Matrizes cientificistas, matrizes românticas e pós-românticas
Matrizes do pensamento psicológico
Conhecimento útil no combate às tendências dogmáticas e ecléticas
Não para ter uma escolha plenamente consciente e racional, mas antes, uma ampliação da nossa capacidade de pensar acerca do que acreditamos, acerca do que fazemos e de quem somos.
Matrizes do pensamento psicológico
Os sistemas e as escolas da psicologia representam diferentes perspectivas para enfrentar os dilemas da modernidade.
Ao assumirmos um lugar determinado no espaço psicológico estamos nos situando muito além do que seria o campo da psicologia.
Estamos de fato nos posicionando diante dos destinos de nossa época.
Dimensão ética
As psicologias contemporâneas são modos de tomar partido em relação aos problemas da contemporaneidade.
Será a solução específica que cada teoria psicológica consegue articular nesse contexto que irá definir o seu ethos, ou seja a morada que oferece ao homem.
Aí reside a dimensão ética das psicologias.
Matrizes cientificistas
A psicologia é concebida e praticada como ciência natural. 
A especificidade do objeto (a vida subjetiva e a singularidade do indivíduo) tende a não ser reconhecida
Construídas segundo os modelos de outras ciências da natureza.
Objetivo: fornecer um conhecimento útil para previsão e controle dos eventos psíquicos e comportamentais.
Matrizes românticas
Reconhece a especificidade do objeto – atos e vivências de um sujeito, dotados de valor e significado para ele.
Objeto da psicologia não são eventos naturais, mas são formas expressivas, ou seja, as ações, produtos e obras de uma subjetividade singular.
Reivindica-se a total independência da psicologia diante das demais ciências. 
Carecem de segurança e se vêem obrigadas a procurar novos cânones científicos que legitimem suas pretensões.
Matrizes pós-românticas
Renúncia à esperança de uma apreensão fácil e imediata do sentido. 
O sentido dos atos não coincide com as vivências que lhes correspondem
Supõe-se que por trás dos sentidos haja outros sentidos e por trás dos sentidos haja processos e mecanismos geradores de sentido e que nada disso se dê espontaneamente à nossa consciência.
 Necessidade de elaborar métodos e técnicas e critérios interpretativos que nos permitam ir além de uma compreensão ingênua e autocentrada dos outros e de nós mesmos.
CONCLUSÃO
Enquanto as matrizes cientificistas propunham-se como conhecimentos apto a previsões e controles e, nesta medida, se obrigavam a explicar os eventos psíquicos e comportamentais inserindo-os numa ordem natural...
As matrizes românticas têm como meta gerar conhecimentos aptos à apreensão das formas expressivas. A meta deste conhecimento seria a de ampliar a capacidade de comunicação entre os homens e se cada um consigo mesmo.
SOB O SIGNO DA MULTIPLICIDADE
Divergências mais amplas e complexas que apenas ‘divergências teóricas’
SOB O SIGNO DA MULTIPLICIDADE
1ª dimensão da multiplicidade: áreas de atuação
As diferentes interfaces da psicologia geram profissionais com saberes, práticas, linguagens muito específicos.
Trata-se de um único ser psicólogo que se apresenta em diferentes versões, ou já caberia falar numa diversidade constitutiva? 
SOB O SIGNO DA MULTIPLICIDADE
2ª dimensão da multiplicidade: correntes teóricas e metodológicas
	“Não há entre as diversas correntes consenso acerca de questões básicas; suas compreensões prévias, seus pressupostos do que sejam os objetos da psicologia, do que seja o 'psicológico' e de como produzir sobre ele um conhecimento válido são muito diversos; de fato, não há entre nós muito acordo acerca do que poderiam ser os 'critérios de cientificidade’ com base nos quais deveríamos avaliar nossos conhecimentos e nem mesmo se esta é realmente uma questão decisiva da validação de nossas crenças e justificação de nossas práticas.”
(Figueiredo, 1992 , pág. 90)
SOB O SIGNO DA MULTIPLICIDADE
2ª dimensão da multiplicidade: correntes teóricas e metodológicas
Trata-se de uma psicologia com diferentes versões ou tratam-se efetivamente de múltiplas psicologias?
SOB O SIGNO DA MULTIPLICIDADE
3ª dimensão da multiplicidade: conhecimento tácito
Conhecimento teórico x conhecimento tácito
A atividade profissional requer uma incorporação dos saberes psicológicos às suas habilidades práticas 
o conhecimento tácito do psicólogo é o seu saber de ofício, no qual as teorias estão impregnadas pela experiência pessoal.
Quanto mais conta a experiência, mais as variáveis pessoais vão pesando na definição das práticas e das crenças dos psicólogos.
Há, portanto, muito mais variedade do que as explicitadas pelas correntes teóricas
Conhecimento tácito é aquele que o indivíduo adquiriu ao longo da vida, pela experiência. Geralmente é difícil de ser formalizado ou explicado
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SOB O SIGNO DA MULTIPLICIDADE
4ª dimensão da multiplicidade: transição e mudança de ramo nas trajetórias profissionais e pessoais dos psicólogos.
transições entre posições
transições entre versões de uma mesma ‘escola’
“Os psicólogos estão sempre, ou quase sempre, transitando, quando mais não seja na medida em que o processo de elaboração - não consciente e não programado – do conhecimento tácito lhes impõe um movimento contínuo de metabolização: metabolização de experiências, metabolização de informações teóricas” (Figueiredo, 1992 , pág. 91)
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SOB O SIGNO DA MULTIPLICIDADE
Fluxo permanente de diferenciações: 
 diferenças entre psicólogos
diferenças de cada um para consigo mesmo ao longo do tempo.
Identidade profissional precária
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SOB O SIGNO DA MULTIPLICIDADE
Dificuldades na construção e definição da identidade profissional busca de autolegitimação
Formas primitivas de construção de identidade: ‘exclusão do mal’
Compreensão de ‘cientificidade’ e ‘psicológico’
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SOB O SIGNO DA MULTIPLICIDADE
Origens das diversas multiplicidades
Psicólogo como profissional do encontro
	
“O fato de que o lidar com o outro (indivíduo, grupo ou instituição) na sua alteridade faz parte da nossa atividade cotidiana. Mesmo que cheguemos a este encontro com a relativa e muito precária segurança de nossas teorias e técnicas, o que sempre importa é a nossa disponibilidade para a alteridade nas suas dimensões de algo desconhecido, desafiante e diferente; algo que no outro nos obriga a um trabalho afetivo e intelectual; algo que no outro nos pro-pulsiona e nos alcança; algo que do outro se impõe a nós e nos contesta, fazendo-nos efetivamente outros que nós mesmos.”
(Figueiredo, 1992 , pág. 93)
Carater ou estado do que é diferente; que é outro; que se opõe a identidade. Alteridade (ou outridade) é a concepção que parte do pressuposto básico de que todo o homem social interage e interdepende do outro. É ser capaz de apreender o outro na plenitude da sua dignidade, dos seus direitos e, sobretudo, da sua diferença.
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SOB O SIGNO DA MULTIPLICIDADE
“De qual lugar se abre o espaço para a alteridade do outro senão das alteridades de que cada um de nós é feito?” (Figueiredo, 1992 , pág. 93)
Trazemos conosco estas sombras, os nossos outros. 
Só que para nós psicólogos esta multiplicidade se converte na condição mesma do nosso trabalho.
É no contato com as alteridades do outro e com nossas próprias alteridades que transcorre e se efetua toda a nossaexperiência; é daí que se pode originar nossa eficácia. 
É, enfim, este contato com o múltiplo que gera todos os fenômenos de multiplicidade
SOB O SIGNO DA MULTIPLICIDADE
Uso legítimo de teorias e técnicas no campo da psicologia:
orientadores de nossas práticas
x
“dispositivos de descentramento, instaurando no curso da ação os espaços da indecisão, os espaços do desconhecimento nos quais podem então ser acolhidas as alteridades emergentes”. (Figueiredo, 1992 , pág. 94)
O lugar da Psicologia Clínica
Atualmente é a principal identidade do psicólogo.
Dominância da clínica: representações sociais do psicólogo; preferências dos estudantes
Identidades profissionais: status do clínico
O lugar da Psicologia Clínica
A tarefa que a configuração cultural contemporânea impõe às clínicas psicológicas é a das escuta dos excluídos.
Esta parece ser a razão social e histórica do prestígio da clínica já que as outras áreas de intervenção – escolar e trabalho – foram historicamente menos sensíveis e aptas a responder a estas demandas e estiveram de início mais comprometidas como o vértice disciplinar.
Quando desenvolvem esta escuta dos excluídos, se clinicizam
A psicologia como profissão e como cultura
Além de sua pretensão à cientificidade, a psicologia é também, um ingrediente da nossa cultura
Cada vez mais as teorias psicológicas se popularizam e são assimiladas pelo linguajar popular 
Cada vez mais pensam acerca de si e dos outros com termos emprestados das escolas psicológicas.
A psicologia como profissão e como cultura
Ao serem incorporadas à vida cotidiana “as psicologias” convertem-se quase sempre numa visão de mundo altamente subjetivista e individualista. 
As teorias psicológicas, ao serem assimiladas pela sociedade, têm se tornado uma forma de manter a ilusão da liberdade e da singularidade de cada um, em vez de compreender e explicar o que há de ilusório nessas idéias. 
É assim que a psicologização da vida cotidiana tem nos levado a pensar o mundo social e nós mesmos a partir de uma visão bem pouco crítica.
A psicologia como profissão e como cultura
Tendência: terapias de auto-ajuda. 
Mistura de concepções do senso comum ou baseado em teorias psicológicas, em pressupostos humanistas sobre a liberdade do homem e num estilo de administração empresarial nitidamente comportamentalista
Discurso prega um paradoxal reforçamento do “eu” com sua submissão a um conjunto de regras de gerenciamento da própria vida.
Hiperindividualismo: cultivá-lo é exatamente o contrário do que poderíamos esperar de qualquer psicologia científica. 
O desenraizamento é um fenômeno característico de nosso tempo, originando formas de adoecimento em que a constituição do si mesmo e a perda do sentido existencial são os sintomas mais freqüentes.  o hiperindividualismo aparece quando a sociedade nega as instituições da coletividade. “A religião, a comunidade, a política. Os deuses são os homens
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