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BACHARELADO EM FONOAUDIOLOGIA-8425- AQUISIÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE LINGUAGEM (MATRIZ 2023) ATIVIDADE PRÁTICA DE APRENDIZAGEM - VALOR 3,0 PONTOS Com base no que aprendemos, vamos supor que uma mãe chegue ao fonoaudiólogo com a seguinte queixa: “Meu filho tem 6 anos e troca letras para falar, na escola os professores disseram que ele está começando a escrever da maneira que fala”. Quais seriam as primeiras ações da(o) fonoaudióloga(o) frente a um caso assim? Diante do relato da mãe, a fonoaudióloga deve iniciar uma avaliação completa para entender a natureza das dificuldades do filho, diferenciando se são problemas de fala, de linguagem, de escrita ou uma combinação deles. Aos 6 anos, a criança já deveria ter adquirido a maioria dos sons da fala, e a manifestação das trocas na escrita é um indicador importante. As primeiras ações da fonoaudióloga seriam: 1. Anamnese detalhada Coleta de histórico: Obter informações sobre o desenvolvimento da criança, incluindo o desenvolvimento da fala e da linguagem nos primeiros anos, marcos alcançados, doenças prévias, histórico familiar e aspectos comportamentais. Investigação da queixa: Aprofundar a conversa com a mãe para entender quais letras são trocadas na fala, a frequência dessas trocas e em quais contextos elas ocorrem. Informações da escola: A queixa sobre a escrita é um dado crucial. A fonoaudióloga deve pedir mais detalhes sobre como as trocas se manifestam nos textos escritos e considerar a possibilidade de uma avaliação em parceria com a escola. 2. Avaliação dos subsistemas da fala Órgãos fonoarticulatórios: Verificar a estrutura e a função da boca, língua, lábios, bochechas e palato. Problemas como o frênulo lingual curto podem influenciar a articulação de certos sons, como o "r". Fala espontânea e dirigida: Observar a fala da criança em uma conversa informal (fala espontânea) e por meio de tarefas específicas, como nomear figuras que contenham os sons problemáticos (fala dirigida). Percepção auditiva: Avaliar a capacidade da criança de discriminar os sons da fala. Uma percepção alterada pode levar a trocas de fonemas parecidos. https://www.eadunifatecie.com.br/course/view.php?id=84905 https://www.eadunifatecie.com.br/course/view.php?id=84905 https://www.eadunifatecie.com.br/course/view.php?id=84905 https://www.eadunifatecie.com.br/course/view.php?id=84905 https://www.eadunifatecie.com.br/course/view.php?id=84905#section-7 3. Avaliação da consciência fonológica Relação fala-escrita: A queixa da mãe ("escreve da maneira que fala") aponta para uma dificuldade na consciência fonológica, que é a habilidade de manipular os sons da fala. Testes específicos: Realizar testes que avaliem a capacidade da criança de segmentar palavras em sílabas, identificar rimas, manipular fonemas, entre outras habilidades necessárias para a alfabetização. 4. Avaliação da escrita Análise das trocas: O fonoaudiólogo deve analisar as trocas específicas na escrita da criança para identificar padrões. Por exemplo, se a criança troca fonemas surdos e sonoros (como "p" e "b"), isso pode indicar um desvio fonológico. Sondagem da escrita: Usar ditados de palavras e frases para observar como a criança representa graficamente a fala, confirmando se as trocas na escrita são reflexo das trocas na fala. 5. Considerar a hipótese diagnóstica Com 6 anos, a persistência de trocas de fonemas na fala e na escrita não é mais considerada uma etapa normal do desenvolvimento. A fonoaudióloga pode suspeitar de: Transtorno fonológico: Dificuldade na organização dos sons na língua, levando a um padrão de erros consistente na fala e que se reflete na escrita. Possível risco de dislexia: Dificuldades persistentes na leitura e escrita podem, em alguns casos, estar relacionadas a um quadro de dislexia. A avaliação completa ajuda a descartar ou confirmar essa hipótese. 6. Orientação à família e à escola Explicação dos achados: Apresentar os resultados da avaliação à família, explicando o que é esperado para a idade da criança e por que a intervenção é necessária. Envolvimento dos pais: Ensinar os pais a estimular a fala correta de forma lúdica, sem reforçar o erro, para que a criança automatize a pronúncia adequada. Comunicação com a escola: Orientar os professores sobre a condição da criança e a melhor forma de trabalhar em sala de aula, adaptando atividades e acompanhando a evolução. 7. Plano terapêutico Estratégias lúdicas: A intervenção deve ser divertida para a criança, usando jogos, brinquedos e atividades que estimulem os fonemas problemáticos. Consciência fonológica: Trabalhar de forma específica as habilidades de manipular os sons da fala, fundamental para consolidar a relação entre fonema e grafema.