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Ebola e Cólera Enf. Ms. Caio Cavassan de Camargo caiocavassan@gmail.com EBOLA Etiologia • Filovirus (Filo, “latim filamento”) – Ebola vírus ou Marburg (1967) – 80nm de diâmetro – 970nm de comprimentos – RNA vírus Etiologia • Rio Ebola no Zaire (atual Rep.Dem. Congo) – 5 espécies • Bundibugyo Ebolavirus • Reston Ebolavirus • Sudão Ebolavirus • Ebolavirus Taï Floresta (originalmente a Costa do Marfim Ebolavirus) • Zaire Ebolavirus Epidemiologia • Historia Natural – Mistério até estudos recentes • PCR-RT em morcegos – Epidemia • 1967 Marburg vírus • 1976 Ebola vírus (Zaire e Sudão) – 88% e 53% de taxa de letalidade respectivamente • 1996 Ebola (Costa do Marfim) – 81% de letalidade • 2014 Ebola subtipos Sudão e Zaire – Em Uganda e Congo com as maiores taxas de letalidade Epidemiologia PROMOÇÃO Á SAÚDE UMC (ONU, 2014; MSF, 2014) Maior epidemia registrada. 9 de fevereiro de 2014 no sul da Guiné-Conacri 2 meses depois já considerada uma das piores epidemias da doença segundo OMS 1 4 4 1 3 5 1 7 7 Epidemiologia Epidemiologia Transmissão Transmissão • Doença Infectocontagiosa – Contato direto com sangue ou fluidos • Pessoa-Pessoa – saliva, muco, vomito, fezes, suor, lágrimas, leite materno, urina e sêmen • Pessoa-Animal • Pessoas mortas – Contato indireto • Material ou Equipamento contaminado – Via aérea: descartada Transmissão História Natural Ebola Fisiopatologia • Células alvo: – Endoteliais, Monócitos e Hepatócitos – Tropismos celular: • Macrófago, monócito, cél. Dendriticas, endoteliais, fibroblastos, hepatócitos, adrenais – Monócitos, macrófagos e dendríticas • Papel de disseminação – Lifonodos regionais – Fígado, timo e baço Fisiopatologia • Após infecção – Membrana de glicoproteina (GP) composta por proteínas VP35, VP24 e segregada (sGP) • VP35 é antagonista ao IFN tipo I • VP24 inibe a sinalização do IFN tipo I • sGP inibe a ativação de neutrófilos – Replicação viral → dano celular → liberação de citocinas (interferons e interleucinas), e óxido nítrico (NO) • Citocinas (febre e inflamação) – GP + citocinas • Diátese hemorrágica Fisiopatologia Fisiopatologia no sangue • Contribui na evolução para choque sistêmico – Apoptose de linfócitos – Dano tecidual – Perda de integridade vascular – Mediador de Hipotensão • concentração de NO • dano hepatocelular – Distúrbios de coagulação • necrose adrenocortical – Distúrbios hidroeletrolíticos Sintomatologia Sintomatologia Sintomatologia Sintomatologia • Febre hemorrágica do Ebola (FHE) – Todos apresentam coagulopatias – Inicialmente interna • Olhos avermelhados (uveíte); hematemese; melena – 40-50% apresenta hemorragia pregas da pele e mucosa Diagnóstico • Clínico – Febre >38,5ºC + outro sintoma – Viagem recente para áreas endêmicas – Descartar outras doenças como malária, cólera, dengue hemorrágica, entre outras • Laboratorial – PCR isola o vírus – Elisa detecta proteínas do antígeno ou do anticorpo Diagnóstico • Laboratorial – Leucopenia • Associada a linfopenia – Aumento de transaminases – Proteinúria – Protrombina e troboplastina com tempos > Tratamento • Indicados – Assintomáticos – Hidratação – Hemoderivados • Experimentais – Zmapp – TKM-Ebola – Brincidofovir – BCX4430 Prevenção Evitar Contato EPIs Sangue e Secreções Lavar as mãos Medidas controle Prevenção Incinerar Resíduos Esterilização Corpo Selado Prevenção Prevenção Atualidades CÓLERA Conceito e etiologia • Do grego “fluxo biliar” • Doença infecciosa aguda e transmissível – Diarréia aquosa súbita • Agente – Vibrio cholerae • gram neg; bastonete; móvel por flagelo Conceito e etiologia • 206 sorotipos identificados – O1 e O139 associados a doença • V. cholerae O1 – Clássico e El Tor – Clássico • Responsável pelas 6 primeiras pandemias • = nº de casos sintomáticos e assintomáticos – El Tor • Responsável pela pandemia atual desde 1963 • + Assintomáticos (de 20-100:1) Epidemiologia Epidemiologia • Rara em países desenvolvidos • 99% dos casos (África) • Surtos recentes – Haiti e Rep. Dominicana • Brasil (91-2001) – 169 mil casos – 2.035 óbitos – N e NE principalmente Epidemiologia Transmissão • O reservatório usual é o homem • V. cholerae O1 pode ser encontrado em ambientes aquáticos – Ligados a algas e cascas de crustáceos – Ciclo de vida livre por anos em ambiente favorável – Estado inativo em condições difíceis • Cultura de água em meio padrão ou enriquecido ineficiente neste estado Transmissão • Infecção Oral-fecal – Individuo infectado pode eliminar por vários anos – Contaminação de água e alimentos – Condições sanitárias inadequadas Transmissão • Porta de entrada – Pela boca • Incubação – algumas horas a cinco dias – em geral, de 2 a 3 dias • Transmissão – Fezes ou vômitos – Alguns dias após a cura – Antibiótico diminui o período Fisiopatologia • V. cholerae O1 e O139 – Enterotoxina (Porção A e B) • Porção B – Ligação da toxina a um receptor específico (GM1) no I. delgado • Porção A (ativa) – Bloqueia absorção de Na+ e Cl- – Liberação de fluidos e eletrólitos pelo I.delgado (produzindo diarréia aquosa) Fisiopatologia • Infectividade – Veículo • Água (maior volume) • Alimentos (menor quantidade) – ác. gástrica • Antiácidos ou bloqueadores de histamina • Gastrectomia • Gastrite crônica por H. pylori Sintomatologia • Diarréia aquosa – Graus de desidratação • Leve a grave com risco de vida – Leve a moderada desidratação (90% dos casos) • Dificulta diferenciação de outras enteropatógenos como E. coli e rotavírus – Desidratação grave • Em poucas horas facilita diferenciação de cólera Sintomatologia • Outras manifestações – Dor abdominal – Vômitos – Febre • Menos de 5% dos casos – Cólera “seca” Diagnóstico • Descartar outras enterites • Cultura – Fezes ou vômitos • Determinar sensibilidade a antimicrobianos • Monitorar áreas • Outros achados – Na+ e Cl- (normais ou diminuídos) Tratamento • Reposição hidroeletrolítica • Casos leve e moderados – Reidratação via oral • Casos graves EV (2 fases) – Fase de reidratação • Máx 4hrs de duração • 50-100mL/Kg/hr • Ringer lactado e outras soluções salinas – Fase de manutenção • Reposição oral • 500-1000mL/hr Tratamento • Condições de alta hospitalar – Tolerância de reposição oral ≥ 600mL/hr – Vol. Urinário ≥ 40mL/hr – Vol, Fezes ≤ 400mL/hr Tratamento • Antibióticos – Tempo de duração e volume da diarréia • Diminuem 50% – tetraciclina, doxiciclina, azitromicina, eritromicina ou ciprofloxacino Prevenção • Acesso aos serviços de saúde • Destino e tratamento de dejetos • Coleta e destino do lixo • Vigilância dos casos • Vacinas em áreas endêmicas e surto – Dukoral (licenciada em + de 60 países) • 85% a 90% eficácia por 3 anos • 2 doses (intervalo de 15 dias) • Proteção 10 dias após 2ª dose • NÃO DISPONÍVEL NO SUS Cuidados de Enfermagem • Duas veias calibrosas Permeabilidade venosa• SSVV • Gotejamento das infusões Controles • Anotar Injestas, infusões e perdas Balanço hídrico • Bolsas de água quente e cobertor Controle térmico • Idosos e crianças • Via SNG se necessário Soro de reposição oral • Dosar ureia e creatinina caso anúria em 4 hrs Colher sangue
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