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Aula 11 (2)

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PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques
www.pontodosconcursos.com.br 
1 
Olá, 
Boa tarde. Hoje vamos estudar o seguinte: 
AULA 11: 11 Responsabilidade civil do Estado. 11.1
Responsabilidade patrimonial do Estado por atos da
administração pública: evolução histórica e
fundamentos jurídicos. 11.2 Teorias subjetivas e
objetivas da responsabilidade patrimonial do Estado. 
11.3 Responsabilidade patrimonial do Estado por atos
da administração pública no direito brasileiro. 
Vamos que vamos. 
Conforme ressalta Celso Antônio Bandeira de Mello
“todos os povos, todas as legislações, doutrina e 
jurisprudência universais, reconhecem, em consenso pacífico,
o dever estatal de ressarcir as vítimas de seus
comportamentos danosos”. 
O Estado, assim como os demais sujeitos de direito
existentes em uma sociedade, se sujeita às determinações proscritas
no ordenamento jurídico. Não há qualquer sujeito que se intitule fora
da ordem normativa, eis que é próprio do Estado Democrático de
Direito à sujeição de todos à ordem jurídica. 
Com efeito, estando o Estado também submerso à
incidência do ordenamento jurídico (princípio da jurisdicidade), é
normal que ele responda pelos danos que causar, sobretudo, quando
o causa em nome da coletividade e em detrimento de um ou de
alguns. 
Nesse sentido, a título de curiosidade, os dois últimos a
se sucumbirem à teoria da responsabilidade, foram Estados Unidos e
Inglaterra, respectivamente em 1946 e 1947, entendendo que o 
Responsabilidade do Estado 
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2 
Estado não está imune à responsabilidade de reparar danos causados
a terceiros. 
Nos Estados Unidos a teoria da irresponsabilidade
perdurou até 1946, quando por meio do Federal Tort Claim Act foi
abolida, e na Inglaterra até 1947 quando foi editado o Crown
Proceding Act. Nestes dois Estados passou-se a responder de forma
subjetiva, ou seja, quando seus agentes tiverem causado o dano por
culpa em sentido amplo. 
Dessa forma, com apoio na lição de Dirley da Cunha
Junior, pode-se dizer que a responsabilidade extracontratual do
Estado “é a obrigação que incumbe ao Estado de reparar os 
danos lesivos a terceiros e que lhe sejam imputáveis em
virtude de comportamentos unilaterais, lícitos ou ilícitos,
comissivos ou omissivos, materiais ou jurídicos”. 
Celso Antônio, sempre com maestria, assevera que se
“entende por responsabilidade patrimonial extracontratual do 
Estado a obrigação que lhe incumbe de reparar
economicamente os danos lesivos à esfera juridicamente
garantida de outrem e que lhe sejam imputáveis em
decorrência de comportamentos unilaterais, lícitos ou ilícitos,
comissivos ou omissivos, materiais ou jurídicos”. 
Para a Profa. Di Pietro “a responsabilidade 
extracontratual do Estado corresponde à obrigação de reparar
danos causados a terceiros em decorrência de
comportamentos comissivos ou omissivos, materiais ou
jurídicos, lícitos ou ilícitos, imputáveis aos agentes públicos”. 
Contudo, é importante percebemos que nem sempre
vigeu a teoria da responsabilidade do Estado pelos seus atos, ou seja,
evoluiu-se da irresponsabilidade para a responsabilidade, conforme
veremos. 
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3 
Evolução: 
Teoria da Irresponsabilidade do Estado 
Então, como destacado, na origem dos Estados
modernos, vigia o sistema de irresponsabilidade do Estado, visto que
o Rei, representante divino e por vezes a própria divindade, jamais
poderia errar ou cometer atos que supostamente fossem reprováveis
sob qualquer aspecto, pois sua vontade era algo absolutamente
irretocável. 
Portanto, não havia meios de responsabilizar o Estado
pelos seus atos ou omissões. 
Nesse período, denominado absolutista, o Rei, que se
confundia com a própria figura do Estado, não respondia por seus
atos, portanto, insuscetível de qualquer reprovação, daí surgindo as
expressões Le roi ne peut mal faire ou The king can do not wrong. 
Destarte, o Estado não respondia por quaisquer danos
que causasse a seus súditos, porque se isso ocorresse era a própria
manifestação do poder do Rei, da divindade. 
Nessa fase é possível verificar a evolução do sistema de
responsabilidade, passando em alguns países a haver
temperamentos, tal como na França, onde leis específicas passaram a
prevê a responsabilidade do Estado (Lei do 28 pluvioso do Ano
VIII) ou de seu agente, quando o ato pudesse ser imputado
diretamente a ele. 
Obviamente que com a derrocada dos regimes
absolutistas, impondo-se limitações ao Estado, submetendo-o ao
regime das leis (Estado de Direito), passou-se a adotar a teoria da
responsabilidade. 
Teoria da Responsabilidade 
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4 
Responsabilidade por Culpa (Civilista) 
A teoria da responsabilidade surge sob a ideia da
responsabilidade estatal baseada na culpa, discutia-se acerca da
culpa do agente. Em primeiro momento havia distinção entre os atos
chamados de império (no qual o Estado não respondia) e os
chamados atos de gestão, sob os quais o Estado responderia. 
Nesse período entendeu-se que o Estado deveria
responder quando ficasse demonstrada a culpa de seu agente e,
portanto, sua culpa, em conformidade às regras de direito privado. 
O problema, no entanto, consistia em separar quando o
agente estava atuando no exercício das funções estatais e quando
não atuava investido em tais prerrogativas. 
Por isso, tal teoria não perduraria muito. 
Assim, a teoria da responsabilidade civilista do Estado
evolui sob o auspício da jurisprudência francesa, à margem do
tratamento legal, tendo como marco histórico o julgamento proferido
pelo Tribunal de Conflitos Francês no caso Blanco (1873). 
Conforme narra a Profa. Di Pietro, “a menina Agnes
Blanco, ao atravessar uma rua em Bordeaux, foi colhido por uma vagonete
da Cia. Nacional de Manufatura do Fumo; seu pai promoveu ação civil de
indenização, com base no princípio de que o Estado é civilmente
responsável por prejuízos causados a terceiros, em decorrência de ação
danosa de seus agentes. Suscitado conflito de atribuições entre a jurisdição
comum e o contencioso administrativo, o Tribunal de Conflitos decidiu que a
controvérsia deveria ser solucionada pelo tribunal administrativo, porque se
tratava de apreciar a responsabilidade decorrente de funcionamento do
serviço público. Entendeu-se que a responsabilidade do Estado não pode
reger-se pelos princípios do Código Civil, porque se sujeita a regras 
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especiais que variam conforme as necessidades do serviço e a imposição de
conciliar os direitos do Estado com os diretos privados". 
Vê-se aí a evolução da responsabilidade com esteio na
culpa privada para a responsabilidade com base na culpa presumida,
devendo-se ao memorável Conselheiro Davi, que apontou a
necessidade de evolução no tocante à responsabilidade civil do
Estado, distinguindo-a da estabelecida nas relações privadas, de
maneira que não fosse necessário demonstrar a culpa individual, mas
a culpa do serviço. 
Portanto, surge daí, em abandono a teoria civilista, a
teoria da responsabilidade subjetiva do Estado baseada na culpaadministrativa, culpa anônima, ou denominada faute du service. 
Responsabilidade por Culpa Administrativa 
Inicialmente passou a adotar a responsabilidade do
Estado nos mesmos moldes da do indivíduo, ou seja, passou o Estado
a responder toda vez que se demonstrasse a culpa. 
No entanto, verificou-se que demonstrar a culpa estatal
era sempre algo complexo, de modo que a responsabilidade subjetiva
passou a ser entendida como decorrência da denominada culpa
administrativa ou culpa anônima. 
A teoria da culpa administrativa funda-se na ideia de
que a responsabilidade do Estado não está vinculada a culpa
individual (subjetiva) do agente público. O Estado responderá,
mesmo que agente não seja culpado pelo evento danoso, mas
quando em razão de falha na prestação de suas atividades puder
decorrer um dano para terceiros. 
Trata-se de culpa administrativa ou anônima do
serviço (culpa do serviço ou faute du service), que ocorre 
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quando: i) o serviço não existiu ou não funcionou quando
devia funcionar; ii) serviço funcionou mal, iii) serviço atrasou. 
Nessas três hipóteses, diz-se que houve a culpa do
serviço (faute du service). Em tal situação, poderá ocorrer de a vítima
não ter como demonstrar a culpa do Estado, eis que estando fora do
aparelho estatal não detém poder para buscar as informações que a
comprove. Por isso, haverá a presunção de culpa. 
Com efeito, a vítima fica desobrigada a provar a culpa,
ou seja, nessa modalidade a culpa é presumida, cabendo ao Estado,
para afastar sua responsabilidade, demonstrar que ela não ocorreu. 
Teoria da Responsabilidade Objetiva 
A responsabilidade por culpa do serviço evolui para
uma nova fase denominada responsabilidade publicista ou
responsabilidade objetiva em que a obrigação de reparar o dano, por
ato lícito ou ilícito, é cabível no caso de se comprovar a relação de
causalidade entre o dano e o ato do agente. 
In casu, a responsabilidade objetiva não perpassa por
análise de qualquer elemento subjetivo, isto é, não se verifica a
necessidade de demonstrar que o ato se deu por culpa (culpa ou
dolo), ainda que seja ela presumida. 
É que, na hipótese, não há que se perquirir acerca da
culpa, basta que haja a relação entre o comportamento (conduta)
e o dano para que o Estado seja responsabilizado por este. 
Com efeito, na teoria da responsabilidade objetiva não
é necessário provar a culpa do Estado ou de seus agentes, basta que
se prove a configuração de três elementos: o ato estatal, o dano e
a nexo causal entre a ação e o dano. 
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O ato estatal é ação imputada ao Estado, ou seja,
decorre de conduta comissiva atribuída ao Estado. O dano poderá ser
moral ou patrimonial. E o nexo de causalidade é demonstração de
que o dano decorre da ação estatal. 
É importante observar que a teoria da responsabilidade
objetiva evoluiu e se dividiu em duas teorias, a teoria do risco
administrativo e a teoria do risco integral. 
É a teoria do risco que dá fundamento para
responsabilidade objetiva, baseando-se no sentido de que se deve
partir os benefícios gerados pela atuação do Estado. E, por isso,
todos também devem suportar os encargos advindos dessa atuação
(distribuição equânime dos bônus e dos ônus). 
Nessa teoria, a ideia de culpa é substituída pelo nexo
de causalidade entre o comportamento estatal e o dano sofrido, sem
se cogitar em culpa do serviço ou culpa do agente. 
Nesse sentido, a Constituição de 1988 em seu artigo
37, §6º introduz a chamada responsabilidade objetiva do Estado,
calcada na teoria do risco administrativo, segundo a qual as pessoas
jurídicas de direito público e as de direito privado, prestadoras de
serviço público, são responsáveis pelos danos que seus agentes,
nessa qualidade, causarem a terceiros. 
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as
pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de
serviço público responderão pelos danos que seus
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra responsável
no caso de dolo ou culpa. 
Como se observa, nessa modalidade de
responsabilidade, o particular lesionado não carece demonstrar a
culpa ou dolo do agente público para que o Estado venha a 
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responder, basta apenas demonstrar o dano, o nexo de causalidade,
e a conduta atribuída à Administração ou a seu agente. 
No entanto, alguns autores controvertem acerca desse
assunto. Para uns a responsabilidade objetiva somente decorreria de
ação estatal e, por isso, a responsabilidade por omissão seria
subjetiva. O próprio Supremo Tribunal Federal, por vezes, vacila no
tocante ao tema, vejamos: 
"A teoria do risco administrativo, consagrada em sucessivos
documentos constitucionais brasileiros desde a Carta Política
de 1946, confere fundamento doutrinário à responsabilidade
civil objetiva do Poder Público pelos danos a que os agentes
públicos houverem dado causa, por ação ou por omissão.
Essa concepção teórica, que informa o princípio
constitucional da responsabilidade civil objetiva do Poder
Público, faz emergir, da mera ocorrência de ato lesivo
causado à vítima pelo Estado, o dever de indenizá-la pelo
dano pessoal e/ou patrimonial sofrido, independentemente
de caracterização de culpa dos agentes estatais ou de
demonstração de falta do serviço público. Os elementos que
compõem a estrutura e delineiam o perfil da responsabilidade
civil objetiva do Poder Público compreendem (a) a alteridade
do dano, (b) a causalidade material entre o eventus damni e
o comportamento positivo (ação) ou negativo (omissão) do
agente público, (c) a oficialidade da atividade causal e lesiva,
imputável a agente do Poder Público, que tenha, nessa
condição funcional, incidido em conduta comissiva ou
omissiva, independentemente da licitude, ou não, do
comportamento funcional (RTJ 140/636) e (d) a ausência de
causa excludente da responsabilidade estatal (RTJ 55/503 –
RTJ 71/99 – RTJ 91/377 – RTJ 99/1155 – RTJ 131/417)." (RE
109.615, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 02/08/96) 
"Tratando-se de ato omissivo do poder público, a
responsabilidade civil por tal ato é subjetiva, pelo que exige 
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dolo ou culpa, esta numa de suas três vertentes, a
negligência, a imperícia ou a imprudência, não sendo,
entretanto, necessário individualizá-la, dado que pode ser
atribuída ao serviço público, de forma genérica, a falta do
serviço. A falta do serviço — faute du service dos franceses
— não dispensa o requisito da causalidade, vale dizer, do
nexo de causalidade entre a ação omissiva atribuída ao poder
público e o dano causado a terceiro. Latrocínio praticado por
quadrilha da qual participava um apenado que fugira da
prisão tempos antes: neste caso, não há falar em nexo de
causalidade entre a fuga do apenado e o latrocínio." (RE
369.820, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 27/02/04). No mesmo
sentido: RE 409.203, Rel. Min. Carlos Velloso, Informativo
391. 
É fato, no entanto, que a corrente majoritária é no
sentido de que a responsabilidade objetiva é decorrente de ação
estatal, remanescendo a subjetiva, por culpa administrativa, no caso
de omissão.De todo modo, a responsabilidade objetiva na
modalidade risco administrativo diferencia-se da risco integral no
sentido de que aquela (risco administrativo) admite a chamada
excludente de responsabilidade, ou seja, casos em que fica afastada
a responsabilidade estatal, sendo: culpa exclusiva da vítima, caso
fortuito ou força maior. 
Entretanto, na hipótese de culpa concorrente, ou seja,
se o dano advém também de conduta do terceiro e de conduta da
Administração, a exemplo de uma pessoa que fura um sinal
vermelho, enquanto uma viatura policial também fura de outro lado,
vindo a colidir os dois veículos, o Estado deverá responder, porém de
forma mitigada. 
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É a denominada concausa, ou seja, a culpa
concorrente não afasta a responsabilidade, somente atenua o
quantum a ser indenizado. 
É claro que uma sendo obrigada a indenizar e a
Administração, quando conseguir demonstrar a culpa do agente,
poderá promover a ação de regresso para se ver ressarcida do que
despendeu. 
Ademais, a responsabilidade do Estado pode advir de
um ato administrativo, legislativo ou judicial. 
Celso Antônio Bandeira de Mello, citando lição do
Professor Oswaldo Aranha, salienta que a responsabilidade objetiva
do Estado será sempre por ação ou quando o Estado é o criador da
situação que induz o risco (presídio em local habitável, paiol de
munições etc). Outrossim, será subjetiva a responsabilidade
decorrente de ato omissivo do Estado. 
De outro lado, é possível destacar que em certas
situações, muito embora não se possa identificar uma ação condutora
do dano, o Estado poderá propiciar que tal ocorra. É a denominada
responsabilidade em razão de atuação propiciadora do Risco. 
Ocorre no caso de o Estado, embora não cause
diretamente o dano, dá ensejo à situação propiciadora do risco. Ex.
Depósito de material explosivo. Preso que mata outro detento. Preso
que foge do presídio e comete vários crimes da fuga. Semáforo
estragado. 
Em todas essas situações o Estado responderá
objetivamente. 
Celso Bandeira de Mello salienta que o estágio a que se
caminha a teoria da responsabilidade é para a teoria da 
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responsabilidade do risco social, onde o Estado seria responsável por
condutas ainda que não fossem imputadas ao próprio Estado. 
Evolução da Responsabilidade do Estado no Brasil 
No Brasil, a teoria da responsabilidade também passou
por algumas fases. No entanto, é assente na doutrina que no Brasil
não se passou pelo período da irresponsabilidade do Estado, tendo
sido adotada a teoria da responsabilidade. 
A Constituição de 1946, no seu artigo 194, no entanto,
foi a primeira a prevê expressamente a responsabilidade do Estado
por danos, seguindo-se pelas Constituições de 1967 (art. 105) e 1969
(art. 107). 
Em todas essas Constituições, na linha preconizada
pelo Código Civil de 1916, utilizou-se a teoria da responsabilidade
subjetiva do Estado. 
No entanto, a Constituição de 1988 em seu artigo 37,
§6º introduz a chamada responsabilidade objetiva do Estado, calcada
na teoria do risco administrativo, segundo a qual as pessoas jurídicas
de direito público e as de direito privado, prestadoras de serviço
público, são responsáveis pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros. 
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as
pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de
serviço público responderão pelos danos que seus
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra responsável
no caso de dolo ou culpa. 
É isso. Então, vamos às questões. 
QUESTÕES COMENTADAS – CESPE 
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1. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO – DPU – CESPE/2010) O Brasil
adotou a teoria da responsabilidade subjetiva do Estado,
segundo a qual a administração pública somente poderá
reparar o prejuízo causado a terceiro se restar devidamente
comprovada a culpa do agente público. 
Comentário: 
A Constituição Federal, conforme estabelece o art. 37,
§6º, adota a teoria da responsabilidade civil objetiva, segundo a qual
as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado,
prestadoras de serviços públicos, respondem, independentemente de
culpa, pelos danos que seus agentes, nesta qualidade, causarem a
terceiros. 
É verdade, no entanto, que também se adota a
responsabilidade subjetiva, nos casos de omissão estatal, desde que
o Estado não tenha criado a situação de risco ou esteja na posição de
garante (dever de cuidado, de proteção, tendo em vista a criação do
risco), já que nestes casos o STF tem aplicado a teoria da
responsabilidade objetiva. Observe: 
“Responsabilidade civil do Estado. Art. 37, § 6º, da 
Constituição do Brasil. Latrocínio cometido por foragido.
Nexo de causalidade configurado. Precedente. A
negligência estatal na vigilância do criminoso, a inércia
das autoridades policiais diante da terceira fuga e o
curto espaço de tempo que se seguiu antes do crime
são suficientes para caracterizar o nexo de causalidade.
Ato omissivo do Estado que enseja a
responsabilidade objetiva nos termos do disposto
no art. 37, § 6º, da Constituição do Brasil.” (RE
573.595-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 24-
6-2008, Segunda Turma, DJE de 15-8-2008.) 
A responsabilidade subjetiva, em regra, quando
aplicada diz respeito à modalidade culpa administrativa, decorre de 
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fato de terceiros ou da natureza, em razão do mal funcionamento dos
serviços, hipótese em que não é necessária a comprovação da culpa,
pois o ônus se inverte, cabendo ao administrado provar apenas que o
serviço não funcionou, funcionou mal ou não existiu. 
Assim, a Administração Pública poderá reparar o
prejuízo causado a terceiro ainda que não demonstrada culpa do
agente público, mas a culpa (falha) no serviço. 
Gabarito: Errado. 
2. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) O
ordenamento jurídico brasileiro adota a teoria da
irresponsabilidade do Estado. 
Comentário: 
O ordenamento jurídico brasileiro adotou a teoria da
responsabilidade e, em regra, a responsabilidade objetiva (art. 37,
§6º, CF/88). 
Gabarito: Errado. 
3. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO – DPU – CESPE/2010) A
teoria da irresponsabilidade do Estado é aplicável no direito
brasileiro. 
Comentário: 
A teoria da irresponsabilidade dispõe que o Estado não
responde pelos danos que eventualmente cause aos administrados.
Essa teoria baseia-se no fato de que o Estado não erra. 
Por isso, não se aplica no âmbito da Administração
Pública brasileira na medida em que o Estado responde por ação ou
omissão, dolosa ou culposa, por ato lícito ou ilícito, que cause dano a 
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terceiros. É que na atualidade incide a teoria da responsabilidade
estatal. 
Gabarito: Errado. 
4. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/RR – CESPE/2012) As pessoas
jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras
de serviços públicos respondem objetivamente pelos
eventuais danos que seus agentes causarema terceiros ao
prestarem tais serviços. 
Comentário: 
De fato, nos termos do art. 37, §6º, da Constituição
Federal, as pessoas jurídicas de direito público e as de direito
privado, prestadoras de serviços públicos, respondem,
independentemente de culpa, pelos danos que seus agentes, nesta
qualidade, causarem a terceiros. 
Gabarito: Certo. 
5. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO – DPU – CESPE/2010) As
empresas prestadoras de serviços públicos não respondem
pelos prejuízos que seus agentes, nessa qualidade, causarem
a terceiros. Em tal hipótese, o ressarcimento do terceiro
prejudicado deve ser feito diretamente pelo agente causador
do dano. 
Comentário: 
Tanto as pessoas jurídicas de direito público, quanto as
pessoas jurídicas de direito privado, neste caso quando prestadoras
de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes
causarem nesta condição, conforme dicção do art. 37, §6º, da CF/88. 
Gabarito: Errado. 
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6. (ANALISTA – CÂMARA – CESPE/2012) As entidades de
direito privado prestadoras de serviço público respondem
objetivamente pelos prejuízos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros. 
Comentário: 
De fato, tanto as pessoas jurídicas de direito público,
quanto às pessoas jurídicas de direito privado, neste caso quando
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus
agentes causarem nesta condição, conforme dicção do art. 37, §6º,
da CF/88. 
Gabarito: Certo. 
7. (INSPETOR DE POLÍCIA – PC/CE – CESPE/2012) As
empresas públicas e as sociedades de economia mista que
exploram atividade econômica respondem pelos danos que
seus agentes causarem a terceiros conforme as mesmas
regras aplicadas às demais pessoas jurídicas de direito
privado. 
Comentário: 
Somente responderão de forma objetiva as pessoas
jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos (art. 37,
§6º, da CF/88). 
Portanto, as empresas estatais que explorem atividade
econômica responderão sob o regime aplicável as demais pessoas
jurídicas de direito privado. 
Gabarito: Certo. 
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8. (ANALISTA MINISTERIAL – MPE/PI – CESPE/2012) A regra
da responsabilidade civil objetiva do Estado se aplica tanto às
entidades de direito privado que prestam serviço público como
às entidades da administração indireta que executem
atividade econômica de natureza privada. 
Comentário: 
Somente respondem de forma objetiva as pessoas
jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos (art. 37,
§6º, da CF/88). 
Gabarito: Errado. 
9. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) Segundo
a CF, a responsabilidade civil do Estado abrange as pessoas
jurídicas de direito público, as de direito privado prestadoras
de serviços públicos e as executoras de atividade econômica. 
Comentário: 
A responsabilidade civil do Estado, de fato, aplica-se às
pessoas jurídicas de direito público e às de direito privado
prestadoras de serviços públicos, não alcançando, no entanto, as
executoras de atividade econômica. 
Gabarito: Errado. 
10. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SE – CESPE/2012) Uma
sociedade de economia mista que explore atividade econômica
responde objetivamente pelos danos que causar a terceiros. 
Comentário: 
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Somente respondem de forma objetiva as pessoas
jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos (art. 37,
§6º, da CF/88). 
Gabarito: Errado. 
11. (JUIZ – TJ/AC – CESPE/2012) Diferentemente das
entidades estatais de direito privado que desempenham
serviços públicos, as empresas privadas que prestam serviços
públicos por delegação não se submetem ao regime da
responsabilidade civil objetiva prevista no texto
constitucional. 
Comentário: 
Nos termos do art. 37, §6º, CF/88, a responsabilidade
civil do Estado aplica-se às pessoas jurídicas de direito público e às
de direito privado prestadoras de serviços públicos. 
Gabarito: Errado. 
12. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TRE/ES – CESPE/2011) A
marca característica da responsabilidade objetiva é a
desnecessidade de o lesado pela conduta estatal provar a
existência da culpa do agente ou do serviço, ficando o fator
culpa desconsiderado como pressuposto da responsabilidade
objetiva; a caracterização da responsabilidade objetiva
requer, apenas, a ocorrência de três pressupostos: o fato
administrativo; a ocorrência de dano e o nexo causal. 
Comentário: 
A responsabilidade objetiva, conforme se extrai do art.
37, §6º, CF/88, não depende de culpa, ou seja, a sua configuração
depende da ocorrência de três pressupostos: a conduta (ação)
estatal, a ocorrência de dano e o nexo causal. 
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18 
Gabarito: Certo. 
13. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SE – CESPE/2012) Para a
configuração da responsabilidade objetiva, há necessidade de
apenas três pressupostos: o fato administrativo, o dano e o
nexo causal, sendo desnecessário que o lesado pela conduta
estatal prove a existência de culpa do agente ou do serviço. 
Comentário: 
De fato, a configuração da responsabilidade objetiva
depende de três elementos: (a) ato comissivo (ação atribuível ao
Estado); (b) dano (causado a terceiros); (c) nexo de causalidade
(entre a ação e o dano). 
Gabarito: Certo. 
14. (INSPETOR DE POLÍCIA – PC/CE – CESPE/2012) A
responsabilidade civil do Estado exige três requisitos para a
sua configuração: ação atribuível ao Estado, dano causado a
terceiros e nexo de causalidade. 
Comentário: 
De fato, a responsabilidade objetiva do Estado exige a
configuração de três requisitos, sendo: (a) ato comissivo (ação
atribuível ao Estado); (b) dano (causado a terceiros); (c) nexo de
causalidade (entre a ação e o dano). 
Gabarito: Certo. 
15. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – CNJ –
CESPE/2013) Se do atributo da executoriedade do ato
administrativo resultar dano ao particular em razão de 
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ilegitimidade ou abuso, o Estado estará obrigado a indenizar o
lesado, uma vez configurados a conduta danosa, o dano e o
nexo causal. 
Comentário: 
A responsabilidade civil do Estado, na modalidade
objetiva, decorre de ato lícito ou ilícito, exigindo-se a demonstração
de três requisitos, sendo: (a) ato comissivo (ação atribuível ao
Estado); (b) dano (causado a terceiros); (c) nexo de causalidade
(entre a ação e o dano). 
Gabarito: Certo. 
16. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO – DPU – CESPE/2010) O
nexo de causa e efeito não constitui elemento a ser aferido na
apuração de eventual responsabilidade do Estado. 
Comentário: 
No âmbito da responsabilidade civil do Estado, como já
observado, é necessária a verificação do nexo de causalidade entre a
conduta comissiva ou omissiva estatal e o dano, sob pena de não se
configura a responsabilidade pela interrupção do nexo causal. 
"A responsabilidade do Estado, embora objetiva por
força do disposto no art. 107 da EC 1/1969 (e,
atualmente, no § 6º do art. 37 da Carta Magna), não
dispensa, obviamente, o requisito, também objetivo, do
nexo de causalidade entre a ação oua omissão
atribuída a seus agentes e o dano causado a terceiros.
Em nosso sistema jurídico, como resulta do disposto no
art. 1.060 do Código Civil, a teoria adotada quanto
ao nexo de causalidade é a teoria do dano direto e
imediato, também denominada teoria da
interrupção do nexo causal. Não obstante aquele
dispositivo da codificação civil diga respeito a 
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impropriamente denominada responsabilidade
contratual, aplica-se ele também à responsabilidade
extracontratual, inclusive a objetiva, até por ser aquela
que, sem quaisquer considerações de ordem subjetiva,
afasta os inconvenientes das outras duas teorias
existentes: a da equivalência das condições e a da
causalidade adequada." (RE 130.764, Rel. Min. Moreira
Alves, julgamento em 12-5-1992, Primeira Turma, DJ
de 7-8-1992.) 
Gabarito: Errado. 
17. (JUIZ – TJ/PB – CESPE/2011) Mediante expressa
determinação legal, o Estado poderá responder civilmente por
danos causados a terceiros, ainda que sua atuação tenha
ocorrido de modo regular e conforme com o direito. 
Comentário: 
De acordo com o art. 37, §6º, CF/88, o Estado
responderá por ação, seja lícita ou ilícita, que seja causadora de dano 
a terceiros, sob a modalidade objetiva, quer dizer independentemente 
de culpa. 
Gabarito: Certo.
18. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) A
responsabilidade civil do Estado é objetiva, sendo obrigatória
configuração da culpa para a eclosão do evento danoso. 
Comentário: 
Na responsabilidade objetiva não é necessário 
demonstrar culpa.
Gabarito: Errado. 
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19. (ANALISTA PROCESSUAL – TJ/RO – CESPE/2012) A
responsabilidade objetiva caracteriza-se pela necessidade de
a pessoa lesada por conduta estatal provar a existência da
culpa do agente ou do serviço. 
Comentário: 
No âmbito da responsabilidade objetiva não é
necessário demonstrar culpa do agente ou do serviço. 
Gabarito: Errado. 
20. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) Os
agentes que, por ação ou omissão, podem gerar a
responsabilidade civil do Estado são os servidores
estatutários, uma vez que apenas eles têm relação de trabalho
que os vincula diretamente à administração. 
Comentário: 
A responsabilidade civil do Estado decorre de dano
causado por agente, agindo nesta condição. Significa dizer que o
agente público está atuando no exercício de suas funções ou em
decorrência dela. 
A expressão agente, é importante destacar, deve ser
concebida em sentido amplo, ou seja, de modo a compreender os
agentes políticos, administrativos, honoríficos, credenciados e os
delegados, não se restringindo apenas aos servidores públicos
(estatutários). 
Gabarito: Errado. 
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21. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SE – CESPE/2010) Para
efeito de responsabilidade civil do Estado, considera-se agente
o servidor que, em sua atuação, causar dano a terceiros.
Exclui-se, assim, dessa noção as pessoas que não têm vínculo
típico de trabalho com a administração e os agentes
colaboradores e sem remuneração. 
Comentário: 
Na responsabilidade civil do Estado devemos entender
a expressão agente sob alcance mais amplo, não se referindo
somente aos servidores públicos, na medida em que engloba,
inclusive, os funcionários das pessoas jurídicas de direito privado que
exercem atividade interna na Administração, assim como os
colaboradores (honoríficos, credenciados) que recebam ou não
remuneração. 
Gabarito: Errado. 
22. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) Para
configurar a responsabilidade civil do Estado, o agente público
causador do dano deve ser servidor público estatutário e
possuir vínculo direto com a administração. 
Comentário: 
Na responsabilidade civil a expressão agente pública
não diz respeito apenas ao servidor público típico, engloba qualquer
agente que esteja no exercício de função administrativa ou prestando 
atividade para a Administração.
Gabarito: Errado. 
23. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) Para
configurar a responsabilidade civil do Estado, o agente público
causador do prejuízo a terceiros deve ter agido na qualidade 
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23 
de agente público, sendo irrelevante o fato de ele atuar
dentro, fora ou além de sua competência legal. 
Comentário: 
De fato, o agente público causador do prejuízo a
terceiros deve ter agido na qualidade de agente público, sendo
irrelevante o fato de ele atuar dentro, fora ou além de sua
competência legal, mas em decorrência dela. 
Gabarito: Certo. 
24. (JUIZ – TJ/AC – CESPE/2012) A doutrina e a
jurisprudência têm reconhecido a obrigatoriedade de o Estado
indenizar tanto os danos materiais quanto os danos morais,
mas não os danos emergentes e os lucros cessantes. 
Comentário: 
Tanto a doutrina quanto a jurisprudência reconhecem
que o dever do Estado de reparar dano atinge tanto os danos
materiais quanto os danos morais, além dos danos emergentes e os 
lucros cessantes.
PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO.
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. ANISTIA (LEI 
9.140/95). ALEGADA VIOLAÇÃO DO ART. 535, I E II,
DO CPC. NÃO-OCORRÊNCIA. PRESCRIÇÃO.
INAPLICABILIDADE DO ART. 1º DO DECRETO 
20.910/32. ACUMULAÇÃO DE REPARAÇÃO ECONÔMICA
COM INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.
POSSIBILIDADE. INTERPRETAÇÃO DO ART. 16 DA LEI 
10.559/2002. PRECEDENTES. DESPROVIMENTO. 
1. Não viola o art. 535, I e II, do CPC, nem importa
negativa de prestação jurisdicional, o acórdão que
decide, motivadamente, todas as questões argüidas
pela parte, julgando integralmente a lide. 
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24 
2. A pretensão indenizatória decorrente de violação de
direitos humanos fundamentais durante o Regime
Militar de exceção é imprescritível. Inaplicabilidade da
prescrição qüinqüenal prevista no art. 1º do Decreto 
20.910/32. 
3. A Lei 10.559/2002 proíbe a acumulação de: (I)
reparação econômica em parcela única com reparação
econômica em prestação continuada (art. 3º, § 1º); 
(II) pagamentos, benefícios ou indenizações com o
mesmo fundamento, facultando-se ao anistiado político,
nesta hipótese, a escolha da opção mais favorável (art. 
16). 
4. Não há vedação para a acumulação da
reparação econômica com indenização por danos
morais, porquanto se tratam de verbas
indenizatórias com fundamentos e finalidades
diversas: aquela visa à recomposição patrimonial
(danos emergentes e lucros cessantes), ao passo
que esta tem por escopo a tutela da integridade
moral, expressão dos direitos da personalidade.
Aplicação da orientação consolidada na Súmula
37/STJ. 
5. Os direitos dos anistiados políticos, expressos na Lei 
10.559/2002 (art. 1º, I a V), não excluem outros
conferidos por outras normas legais ou constitucionais.
Insere-se, aqui, o direito fundamental à reparação por
danos morais (CF/88, art. 5º, V e X; CC/1916, art.
159; CC/2002, art. 186), que não pode ser suprimido
nem cerceado por ato normativo infraconstitucional,
tampouco pela interpretação da regra jurídica, sob
pena de inconstitucionalidade.6. Recurso especial desprovido. 
(REsp 890.930/RJ, Rel. Ministra DENISE ARRUDA,
PRIMEIRA TURMA, julgado em 17/05/2007, DJ
14/06/2007, p. 267) 
Gabarito: Errado. 
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25 
25. (JUIZ – TJ/AC – CESPE/2012) Em matéria de
responsabilidade civil do Estado, é possível a cumulação de
indenizações por dano material e dano moral que decorram de
um só fato. 
Comentário: 
Não há vedação para acumulação de dano material e
moral acerca da responsabilidade civil. É que o dano pode tanto dizer
respeito a danos patrimoniais, quanto atingir a esfera da moral do
terceiro. 
Agravo regimental no recurso extraordinário com
agravo. 2. Direito Administrativo. 3. 
Responsabilidade civil do estado. Indenização por
danos morais e materiais. Prisão ilegal praticada por
agente público. 4. Reexame de conteúdo fático-
probatório. Incidência do Enunciado 279 da Súmula do
STF. Precedentes. 5. Ausência de argumentos capazes
de infirmar a decisão agravada. 6. Agravo regimental a
que se nega provimento. (ARE 698782 AgR,
Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma,
julgado em 21/08/2012) 
Gabarito: Certo. 
26. (JUIZ – TJ/AC – CESPE/2012) Como a responsabilidade
do poder público só se configura em face de atos lícitos, os
atos contrários à lei, à moral ou ao direito podem gerar a
responsabilidade penal e civil do agente público, mas não a
responsabilidade civil do Estado. 
Comentário: 
A responsabilidade civil do Estado pode decorrer de ato
lícito ou ilícito. 
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26 
Gabarito: Errado. 
27. (ANALISTA TÉCNICO – MS – CESPE/2010) Consoante a
teoria do risco administrativo, consagrada no ordenamento
jurídico brasileiro, a responsabilidade objetiva do Estado por
danos causados aos administrados baseia-se na equânime
repartição dos prejuízos que o desempenho do serviço público
impõe a certos indivíduos, não suportados pelos demais. 
Comentário: 
A responsabilidade objetiva, baseada na teoria do risco
administrativo, funda-se na distribuição dos prejuízos, ou seja, no
princípio da igualdade dos ônus ou encargos sociais, de modo que
eventual prejuízo sofrido por um em razão de atuação do Estado,
deve ser suportado por toda a coletividade. 
Esse é o entendimento do STF. Vejamos: 
"A responsabilidade civil do Estado,
responsabilidade objetiva, com base no risco
administrativo, que admite pesquisa em torno da culpa
do particular, para o fim de abrandar ou mesmo excluir
a responsabilidade estatal, ocorre, em síntese, diante
dos seguintes requisitos: a) do dano; b) da ação
administrativa; c) e desde que haja nexo causal
entre o dano e a ação administrativa. A
consideração no sentido da licitude da ação
administrativa é irrelevante, pois o que interessa, é
isto: sofrendo o particular um prejuízo, em razão da
atuação estatal, regular ou irregular, no interesse da
coletividade, é devida a indenização, que se assenta
no princípio da igualdade dos ônus e encargos
sociais." (RE 113.587, Rel. Min. Carlos Velloso,
julgamento em 18-2-1992, Segunda Turma, DJ de 3-3-
1992.) 
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27 
Gabarito: Certo. 
28. (ANALISTA TÉCNICO – MS – CESPE/2010) Caracterizada
a responsabilidade subjetiva do Estado, mediante a
conjugação concomitante de três elementos - dano,
negligência administrativa e nexo de causalidade entre o
evento danoso e o comportamento ilícito do poder público -, é
inafastável o direito à indenização ou reparação civil de quem
suportou os prejuízos. 
Comentário: 
O Estado pode responder sob a modalidade objetiva ou
subjetiva. A responsabilidade subjetiva divide-se em culpa comum ou
culpa administrativa. 
Na responsabilidade estatal por culpa comum é
necessário demonstrar que o dano decorre de conduta estatal culposo
ou dolosa, ou seja, é preciso demonstrar o elemento subjetivo. 
Já na responsabilidade por culpa administrativa, a culpa
é anônima, isto é decorre da prestação do serviço que foi falha, que
não existiu, ou que foi tardia. Nesse caso, demonstra-se a falha (ou
falta) do serviço. 
De todo modo, na responsabilidade subjetiva deve
estar presente: a conduta culposa, o dano e o nexo entre tal conduta
e o dano. 
Gabarito: Certo. 
29. (ANALISTA TÉCNICO – MS – CESPE/2010) A doutrina
dominante é no sentido de que se aplica a teoria da
responsabilidade subjetiva nos casos de ato comissivo estatal. 
Comentário: 
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28 
A responsabilidade do Estado será objetiva ou
subjetiva. Ocorre a responsabilidade objetiva diante de atos estatais,
ou seja, diante de ato comissivo estatal. 
De outro lado, em regra, a responsabilidade subjetiva
decorre da omissão estatal, ou seja, de atos omissivos. 
Gabarito: Errado. 
30. (JUIZ – TJ/PB – CESPE/2011) Na hipótese de conduta
omissiva do Estado, incide a responsabilidade objetiva,
bastando a comprovação do nexo causal entre a omissão e o
prejuízo causado ao particular. 
Comentário: 
Diante da omissão estatal incide, em regra, a
responsabilidade subjetiva. 
Gabarito: Errado. 
31. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TJ/ES –
CESPE/2011) Para se caracterizar a responsabilidade civil do
Estado no caso de conduta omissiva, não basta a simples
relação entre a omissão estatal e o dano sofrido, pois a
responsabilidade só estará configurada quando estiverem
presentes os elementos que caracterizem a culpa. 
Comentário: 
A responsabilidade subjetiva para ser configurada é
necessária a demonstração da conduta (culposo ou dolosa), o nexo
de causalidade, o dano. 
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29 
Assim, não basta provar que houve a omissão estatal,
faz mister provar a configuração dos demais elementos, sobretudo
que a omissão foi dolosa ou culposa (negligência, por exemplo). 
Gabarito: Certo. 
32. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – PREVIC – CESPE/2011)
Em se tratando de conduta omissiva, para configuração da
responsabilidade estatal, é necessária a comprovação dos
elementos que caracterizam a culpa, de forma que não deve
ser aplicada absolutamente a teoria da responsabilidade
objetiva. 
Comentário: 
A regra da responsabilidade objetiva não é absoluta. O
Estado poderá responder sob a forma subjetiva. Nesta hipótese, em
regra, por omissão, e desde que demonstrado os demais elementos
ensejadores da responsabilidade, tal como dano, nexo, culpa ou dolo. 
Gabarito: Certo. 
33. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TRE/ES – CESPE/2011) A
responsabilidade civil do Estado por condutas omissivas é
subjetiva, sendo necessária a comprovação da negligência na
atuação estatal, ou seja, a prova da omissão do Estado, em
que pese o dever legalmente imposto de agir, além do dano e
do nexo causal entre ambos. 
Comentário: 
Mais uma vez, reforça-se. O Estado por omissão
responderá sob a forma da responsabilidade subjetiva, na qual se
deve demonstrar a conduta omissiva, o dano, o nexo causal, bem
como a culpa (negligência). 
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Gabarito: Certo. 
34. (ANALISTA PROCESSUAL – TJ/RO – CESPE/2012) No
caso de conduta omissiva do Estado, só haverá
responsabilidade civil quando estiverem presentes os
elementos que caracterizam a culpa. 
Comentário: 
De fato, a responsabilidade civil no tocante à omissão
estatal é subjetiva, em regra. Portanto, exige que se demonstre a
culpa. 
Gabarito: Certo. 
35. (JUIZ – TJ/AC – CESPE/2012) Para que o Estado
responda por danos causados por agente seu a particular, é
necessário que a pessoa lesada faça prova da culpabilidade
direta ou indireta da administração, tanto no caso de ação
quanto no de omissão. 
Comentário: 
No caso de omissão, por se tratar de responsabilidade
subjetiva, exige-se a demonstração de culpa. 
Gabarito: Errado. 
36. (AGENTE DE POLÍCIA – PC/AL – CESPE/2012) Um agente
público que produza dano ao particular obriga o Estado a
indenizar o particular, desde que a vítima comprove que a
omissão é a causa do prejuízo. 
Comentário: 
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31 
Observe que o dano poderá vir de conduta omissiva
(omissão) como comissiva (ação). Na omissão a responsabilidade é
subjetiva e depende de se comprovar a culpa, mas na comissiva é
objetiva e, neste caso, o dano não depende da comprovação de
omissão estatal, mas de ação causadora do dano. 
Gabarito: Errado. 
37. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) A
responsabilidade civil do Estado refere-se à obrigação de
reparar os danos causados por seus agentes a terceiros em
decorrência de suas atuações, mas não por suas omissões. 
Comentário: 
A responsabilidade civil decorre de conduta comissiva 
(objetiva) ou omissiva (subjetiva). 
Gabarito: Errado. 
38. (ANALISTA JUDICIÁRIO - EXECUÇÃO DE MANDADOS –
TRT 10ª REGIÃO – CESPE/2013) Todos os anos, na estação
chuvosa, a região metropolitana de determinado município é
acometida por inundações, o que causa graves prejuízos a
seus moradores. Estudos no local demonstraram que os
fatores preponderantes causadores das enchentes são o
sistema deficiente de captação de águas pluviais e o acúmulo
de lixo nas vias públicas. Considerando essa situação
hipotética, julgue os itens subsequentes. De acordo com a
jurisprudência e a doutrina dominante, na hipótese em pauta,
caso haja danos a algum cidadão e reste provada conduta
omissiva por parte do Estado, a responsabilidade deste será
subjetiva. 
Comentário: 
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32 
A responsabilidade civil por condutas omissivas, em
regra, é subjetiva. 
Gabarito: Certo. 
39. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) O
Estado pode exercer o direito de regresso contra o agente
responsável pelo dano praticado, independentemente de este
ter agido com culpa ou dolo. 
Comentário: 
Conforme estabelece o art. 37, §6º, CF/88 quando o
Estado for obrigado a reparar o dano, deverá promover ação
regressiva contra o agente que deu causa ao dano, isso quando ficar
demonstrado que este agiu com dolo ou culpa. 
Gabarito: Errado. 
40. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SE – CESPE/2010)
Direito de regresso é o assegurado ao Estado no sentido de
dirigir sua pretensão indenizatória contra o agente
responsável pelo dano, independentemente de este ter agido
com culpa ou dolo. 
Comentário: 
Direito de regresso é o direito conferido ao Estado para
promover ação com a finalidade de se ver ressarcido do que
eventualmente arcou no caso de danos causados a terceiros, em
razão de conduta, dolosa ou culposa, de seus agentes. 
Gabarito: Errado. 
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33 
41. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/RJ – CESPE/2012) Em caso
de responsabilidade decorrente de ato praticado por servidor
público, a obrigação de reparar o dano limita-se ao próprio
servidor público. 
Comentário: 
Em caso de dano causado por servidor público a
responsabilidade civil é do Estado que poderá promover ação de
regresso contra o servidor. 
Gabarito: Errado. 
42. (ANALISTA JUDICIÁRIO - EXECUÇÃO DE MANDADOS –
TRT 10ª REGIÃO – CESPE/2013) Todos os anos, na estação
chuvosa, a região metropolitana de determinado município é
acometida por inundações, o que causa graves prejuízos a
seus moradores. Estudos no local demonstraram que os
fatores preponderantes causadores das enchentes são o
sistema deficiente de captação de águas pluviais e o acúmulo
de lixo nas vias públicas. Considerando essa situação
hipotética, julgue os itens subsequentes. Caso algum cidadão
pretenda ser ressarcido de prejuízos sofridos, poderá propor
ação contra o Estado ou, se preferir, diretamente contra o
agente público responsável, visto que a responsabilidade civil
na situação hipotética em apreço é solidária. 
Comentário: 
A responsabilidade não é solidária. Contudo, pode o
particular propor ação direta contra o agente (responsabilidade
subjetiva) ou contra o Estado (objetiva). 
Gabarito: Errado. 
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34 
43. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) O
Estado será responsável pelos danos que seus agentes
causarem, sendo incabível a ação regressiva mesmo no caso
de dolo e culpa do agente. 
Comentário: 
Na responsabilidade civil do Estado é cabível ação
regressiva contra o agente, no caso de ter atuado com dolo ou culpa. 
Gabarito: Errado. 
44. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO – DPU – CESPE/2010) A
reparação do dano, na hipótese de prejuízo causado a
terceiros pela administração, pode ser feita tanto no âmbito
administrativo quanto no judicial. 
Comentário: 
É assente na doutrina que a reparação do dano pode
ocorrer no âmbito da própria Administração, por meio de processo
administrativo, uma vez demonstrado o dano, promovendo a própria
Administração Pública a reparação do dano. 
De outro lado, como é cediço, acaso não ocorra a
reparação no âmbito administrativo, poderá o prejudicado provocar o
poder judiciário a fim de buscar a reparação. 
Gabarito: Certo. 
45. (ANALISTA JUDICIÁRIO – EXECUÇÃO DE MANDADOS –
STM – CESPE/2011) A reparação do dano causado a terceiros
pode ser feita tanto no âmbito judicial quanto no
administrativo, mas, neste último caso, a administração é
obrigada a pagar o montante indenizatório de uma só vez, em 
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dinheiro, de maneira a recompor plenamente o bem ou o
interesse lesado. 
Comentário: 
De fato, a reparação do dano pode ocorrer de forma
amigável, no âmbito da Administração, ou Judicialmente. Todavia,
não há determinação alguma no sentido de que a Administração deva
pagar o montante indenizatório de uma só vez. 
Gabarito: Errado. 
46. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) A
reparação de danos causados a terceiros somente pode ser
feita no âmbito judicial, pois a administração não está
legitimada a, por si só, reconhecer a sua responsabilidade e
definir o valor de uma possível indenização. 
Comentário: 
Pois é? É exatamente igual às anteriores. Sabido que a
reparação, indenização, pode ocorrer no âmbito Administrativo ou
perante o Judiciário. 
Lembre-se do fatídico caso ocorrido no Rio de Janeiro,
em que um ex-aluno, ceifou a vidade diversas criancinhas. A
prefeitura reconhecendo sua responsabilidade convocou os familiares
para, além de assumir as despesas com funeral, também indenizá-las
pelo ocorrido. 
Gabarito: Errado. 
47. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TRE/ES – CESPE/2011) A
responsabilidade civil do Estado no caso de morte de pessoa
custodiada é subjetiva. 
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36 
Comentário: 
Quando o Estado assume a posição de garante, tal
como no caso de crianças em escolas, pessoas encarceradas, pessoas
em nosocômios etc., o Estado assume para si o ônus de garantir a
integridade física e moral de alguém, a responsabilidade por dano,
quando a pessoa estiver nessa situação, será objetiva. 
Nessa situação o Estado tem o dever de garantir a
integridade física e moral, de modo que se algo acontecer a essas
pessoas, responderá o Estado de forma objetiva, pois não cumpriu 
bem sua função.
INFORMATIVO Nº 567 
TÍTULO: Rebelião - Carandiru - Responsabilidade Civil
Objetiva - Dever de Indenizar (Transcrições) 
PROCESSO: AI - 299125 
ARTIGO 
Rebelião - Carandiru - Responsabilidade Civil Objetiva - 
Dever de Indenizar (Transcrições) AI 299125/SP* RELATOR:
MIN. CELSO DE MELLO EMENTA: RESPONSABILIDADE CIVIL
OBJETIVA DO ESTADO (CF, ART. 37, § 6º). CONFIGURAÇÃO.
REBELIÃO NO COMPLEXO PENITENCIÁRIO DO CARANDIRU.
RECONHECIMENTO, PELO TRIBUNAL DE JUSTIÇA LOCAL, DE
QUE SE ACHAM PRESENTES TODOS OS ELEMENTOS
IDENTIFICADORES DO DEVER ESTATAL DE REPARAR O
DANO. NÃO-COMPROVAÇÃO, PELO ESTADO DE SÃO PAULO,
DA ALEGADA RUPTURA DO NEXO CAUSAL. CARÁTER
SOBERANO DA DECISÃO LOCAL, QUE, PROFERIDA EM SEDE
RECURSAL ORDINÁRIA, RECONHECEU, COM APOIO NO
EXAME DOS FATOS E PROVAS, A INEXISTÊNCIA DE CAUSA
EXCLUDENTE DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO PODER
PÚBLICO. INADMISSIBILIDADE DE REEXAME DE PROVAS E
FATOS EM SEDE RECURSAL EXTRAORDINÁRIA (SÚMULA
279/STF). DOUTRINA E PRECEDENTES EM TEMA
DERESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DO ESTADO.
ACÓRDÃO RECORRIDO QUE SE AJUSTA À JURISPRUDÊNCIA
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO IMPROVIDO.
DECISÃO: O recurso extraordinário a que se refere o 
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presente agravo de instrumento foi interposto contra
acórdão, que, confirmado, em sede de embargos de
declaração (fls. 101/103), pelo E. Tribunal de Justiça do
Estado de São Paulo, está assim ementado (fls. 96):
“RESPONSABILIDADE CIVIL – DETENTO FALECIDO EM
REBELIÃO OCORRIDA NA CASA DE DETENÇÃO –
INDENIZAÇÃO DEVIDA – EMBARGOS INFRINGENTES COM
VOTO VENCIDO QUE ENTENDE IMPROCEDENTE A AÇÃO –
EMBARGOS REJEITADOS.” (grifei) O Estado de São Paulo, no 
apelo extremo em questão, alega que, “Ao apontar a 
responsabilidade estatal pelo episódio, desconsiderou o E.
Tribunal o fato de que os agentes policiais agiram no estrito
cumprimento do dever legal, em contraposição à injusta 
agressão dos amotinados, durante rebelião nas dependências 
da Casa de Detenção” (fls. 109 – grifei). O exame destes
autos convence-me de que não assiste razão ao Estado ora
agravante, quando sustenta que o estrito cumprimento de
dever legal e a prática de legítima defesa - que,
alegadamente, teriam pautado a conduta de seus agentes -
bastariam para descaracterizar a responsabilidade civil
objetiva do Poder Público a respeito do evento danoso em
causa. Com efeito, a situação de fato que gerou o trágico
evento narrado neste processo põe em evidência a
configuração, no caso, de todos os pressupostos primários
que determinam o reconhecimento da responsabilidade civil
objetivada entidade estatal ora agravante. Como se sabe, a
teoria do risco administrativo, consagrada em sucessivos
documentos constitucionais brasileiros, desde a Carta Política
de 1946, revela-se fundamento de ordem doutrinária
subjacente à norma de direito positivo que instituiu, em
nosso sistema jurídico, a responsabilidade civil objetiva do
Poder Público, pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros, por ação ou por omissão
(CF, art. 37, § 6º). Essa concepção teórica - que informa o
princípio constitucional da responsabilidade civil objetiva do
Poder Público, tanto no que se refere à ação quanto no que
concerne à omissão do agente público - faz emergir, da mera
ocorrência de lesão causada à vítima pelo Estado, o dever de
indenizá-la pelo dano moral e/ou patrimonial sofrido, 
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independentemente de caracterização de culpa dos agentes
estatais, não importando que se trate de comportamento
positivo (ação) ou que se cuide de conduta negativa
(omissão) daqueles investidos da representação do Estado,
consoante enfatiza o magistério da doutrina (HELY LOPES
MEIRELLES, “Direito Administrativo Brasileiro”, p. 650, 31ª 
ed., 2005, Malheiros; SERGIO CAVALIERI FILHO, “Programa 
de Responsabilidade Civil”, p. 248, 5ª ed., 2003, Malheiros; 
JOSÉ CRETELLA JÚNIOR, “Curso de Direito Administrativo”, 
p. 90, 17ª ed., 2000, Forense; YUSSEF SAID CAHALI,
“Responsabilidade Civil do Estado”, p. 40, 2ª ed., 1996, 
Malheiros; TOSHIO MUKAI, “Direito Administrativo 
Sistematizado”, p. 528, 1999, Saraiva; CELSO RIBEIRO
BASTOS, “Curso de Direito Administrativo”, p. 213, 5ª ed., 
2001, Saraiva; GUILHERME COUTO DE CASTRO,
“A Responsabilidade Civil Objetiva no Direito Brasileiro”, p. 
61/62, 3ª ed., 2000, Forense; MÔNICA NICIDA GARCIA,
“Responsabilidade do Agente Público”, p. 199/200, 2004, 
Fórum, v.g.), cabendo ressaltar, no ponto, a lição expendida
por ODETE MEDAUAR (“Direito Administrativo Moderno”, p. 
430, item n. 17.3, 9ª ed., 2005, RT): “Informada pela ‘teoria 
do risco’, a responsabilidade do Estado apresenta-se hoje, na
maioria dos ordenamentos, como ‘responsabilidade objetiva’. 
Nessa linha, não mais se invoca o dolo ou culpa do agente, o 
mau funcionamento ou falha da Administração. Necessário se 
torna existir relação de causa e efeito entre ação ou omissão
administrativa e dano sofrido pela vítima. É o chamado nexo
causal ou nexo de causalidade. Deixa-se de lado, para fins de
ressarcimento do dano, o questionamento do dolo ou culpa
do agente, o questionamento da licitude ou ilicitude da
conduta, o questionamento do bom ou mau funcionamento
da Administração. Demonstrado o nexo de causalidade, o
Estado deve ressarcir.” (grifei) É certo, no entanto, que o
princípio da responsabilidade objetiva não se reveste 
de caráter absoluto, eis que admite abrandamento e, 
até mesmo, exclusão da própria responsabilidade civil 
do Estado nas hipóteses excepcionais (de todo 
inocorrentes na espécie em exame) configuradoras de 
situações liberatórias - como o caso fortuito e a força 
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maior - ou evidenciadoras de culpa atribuível à própria
vítima (RDA 137/233 - RTJ 55/50 - RTJ 163/1107-1109, 
v.g.). Impõe-se destacar, neste ponto, na linha da
jurisprudência prevalecente no Supremo Tribunal Federal
(RTJ 163/1107-1109, Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.), que
os elementos que compõem a estrutura e delineiam o perfil
da responsabilidade civil objetiva do Poder Público
compreendem (a) a alteridade do dano, (b) a causalidade
material entre o “eventus damni” e o comportamento 
positivo (ação) ou negativo (omissão) do agente público, (c)
a oficialidadeda atividade causal e lesiva imputável a agente
do Poder Público, que, nessa condição funcional, tenha
incidido em conduta comissiva ou omissiva,
independentemente da licitude, ou não, do seu
comportamento funcional (RTJ 140/636) e (d) a ausência de
causa excludente da responsabilidade estatal (RTJ 55/503 -
RTJ 71/99 - RTJ 91/377 - RTJ 99/1155 - RTJ 131/417). A
compreensão desse tema e o entendimento que resulta da
exegese dada ao art. 37, § 6º, da Constituição foram bem
definidos e expostos pelo Supremo Tribunal Federal em
julgamentos cujos acórdãos estão assim ementados: 
“RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DO PODER PÚBLICO -
PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL. - A teoria do risco
administrativo, consagrada em sucessivos documentos
constitucionais brasileiros desde a Carta Política de 1946,
confere fundamento doutrinário à responsabilidade civil
objetiva do Poder Público pelos danos a que os agentes
públicos houverem dado causa, por ação ou por omissão.
Essa concepção teórica, que informa o princípio
constitucional da responsabilidade civil objetiva do Poder
Público, faz emergir, da mera ocorrência de ato lesivo
causado à vítima pelo Estado, o dever de indenizá-la pelo
dano pessoal e/ou patrimonial sofrido, independentemente
de caracterização de culpa dos agentes estatais ou de
demonstração de falta do serviço público. - Os elementos
que compõem a estrutura e delineiam o perfil da
responsabilidade civil objetiva do Poder Público
compreendem (a) a alteridade do dano, (b) a causalidade
material entre o ‘eventus damni’ e o comportamento positivo 
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(ação) ou negativo (omissão) do agente público, (c) a
oficialidade da atividade causal e lesiva, imputável a agente
do Poder Público, que tenha, nessa condição funcional,
incidido em conduta comissiva ou omissiva,
independentemente da licitude, ou não, do comportamento
funcional (RTJ 140/636) e (d) a ausência de causa
excludente da responsabilidade estatal (RTJ 55/503 - RTJ
71/99 - RTJ 91/377 - RTJ 99/1155 - RTJ 131/417). - O 
princípio da responsabilidade objetiva não se reveste de
caráter absoluto, eis que admite o abrandamento e, até
mesmo, a exclusão da própria responsabilidade civil do
Estado, nas hipóteses excepcionais configuradoras de
situações liberatórias - como o caso fortuito e a força maior -
ou evidenciadoras de ocorrência de culpa atribuível à própria
vítima (RDA 137/233 - RTJ 55/50). (...).” (RTJ 163/1107-
1108, Rel. Min. CELSO DE MELLO) “- Recurso extraordinário.
Responsabilidade civil do Estado. Morte depreso no interior
do estabelecimento prisional. 2. Acórdão que proveu
parcialmente a apelação e condenou o Estado do Rio de
Janeiro ao pagamento de indenização correspondente às
despesas de funeral comprovadas. 3. Pretensão de
procedência da demanda indenizatória. 4. O consagrado
princípio da responsabilidade objetivado Estado resulta da
causalidade do ato comissivo ou omissivo e não só da culpa
do agente. Omissão por parte dos agentes públicos na 
tomada de medidas que seriam exigíveis a fim de ser evitado 
o homicídio. 5. Recurso conhecido e provido para condenar o
Estado do Rio de Janeiro a pagar pensão mensal à mãe da
vítima, a ser fixada em execução de sentença.” (RTJ 
182/1107, Rel. Min. NÉRI DA SILVEIRA - grifei) É por isso
que a ausência de qualquer dos pressupostos legitimadores
da incidência da regra inscrita no art. 37, § 6º, da Carta
Política basta para descaracterizar a responsabilidade civil
objetiva do Estado, especialmente quando ocorre
circunstância que rompe o nexo de causalidade material
entre o comportamento do agente público e a consumação
do dano pessoal ou patrimonial infligido ao ofendido.
Estabelecidas tais premissas, passo ao exame destes autos.
E, ao fazê-lo, observo que as circunstâncias do presente caso 
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- apoiadas em pressupostos fáticos soberanamente
reconhecidos pelo Tribunal “a quo” - evidenciam que todos os
elementos identificadores da responsabilidade civil
objetiva do Estado acham-se demonstrados no caso ora em
análise, especialmente o nexo de causalidade material (que
restou plenamente configurado) e cuja ruptura a parte ora
agravante, que alegara a ocorrência de causa excludente de
sua responsabilidade civil, não conseguiu demonstrar. Daí a 
correta observação feita pelo E. Tribunal de Justiça do Estado 
de São Paulo, quando do julgamento da apelação cível
interposta pela parte ora agravante (fls. 81/82): “Com a 
prisão do indivíduo, assume o Estado o dever de cuidar 
de sua incolumidade física, quer por ato do 
próprio preso (suicídio), quer por ato de terceiro 
(agressão perpetrada por outro preso). Assim, ante a 
rebelião que eclodiu no Pavilhão 9, da Casa de 
Detenção, tinha o Estado o dever de proteger a 
incolumidade física dos presos e dos próprios 
revoltosos, uns dos atos dos outros. Sua intervenção 
no episódio era, portanto, de rigor. E ocorrendo ofensa 
à integridade física e morte do detento, é seu dever 
arcar com a indenização correspondente. A propósito,
ressalta RUY BARBOSA: - ‘a legalidade do ato, ainda que 
irrepreensível, não obsta à responsabilidade civil da
administração desde que haja dano a um direito’ (‘A Culpa 
Civil das Administrações Públicas’ – 1898, Rio, pág. 67). Tal
dever somente restaria afastado se a ação causadora do
evento danoso tivesse ocorrido em legítima defesa própria
(entenda-se: - do agente policial) ou de terceiro (de outro
preso) que, no momento, estaria sendo agredido ou na
iminência de o ser, frise-se, pelo detento morto. Mas mesmo
encontrando-se nessa situação lícita (legítima defesa), se
tivesse produzido, com sua ação, a morte de outrem não
envolvido no fato (‘aberratio ictus’), sua seria também a 
obrigação de indenizar, pois a ação, apesar de necessária, foi
agressiva, atingindo quem não estava em posição de ataque
(art. 1519 do Código Civil). Assim, para afastar sua
obrigação de reparar o dano, deveria a Fazenda do Estado
demonstrar que o detento falecido, Francisco Ferreira dos 
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Santos, estava, no momento de sua morte, agredindo os
policiais ou outro preso. Mas esta prova não foi produzida (o
‘onus probandi’ é seu). Como não a produziu, certa é sua 
obrigação de indenizar.” (grifei) Inquestionável, desse modo, 
que o Tribunal de Justiça local – ao reconhecer não
comprovada, pelo Estado de São Paulo, a ocorrência da
alegada causa de exclusão da responsabilidade estatal –
assim decidiu com apoio no conjunto probatório subjacente
ao pronunciamento jurisdicional em referência. Esse dado
assume relevo processual, pois a discussão ora suscitada
pelo Estado de São Paulo - em torno da pretendida
existência, na espécie, de causa excludente de
responsabilidade - revela-se incabível em sede de recurso
extraordinário, por depender do exame de matéria de fato, 
de todo inadmissível na via do apelo extremo. Como se sabe, 
o recurso extraordinário não permite que se reexaminem,
nele, em face de seu estrito âmbito temático, questões de
fato ou aspectos de índole probatória (RTJ 161/992 – RTJ 
186/703). É que o pronunciamento do Tribunal “a quo” sobre 
matéria de fato reveste-se de inteira soberania (RTJ 152/612 
– RTJ 153/1019 – RTJ 158/693, v.g.). Impende destacar,
neste ponto, que esse entendimento(inadmissibilidade do
exame, em sede recursal extraordinária, da existência, ou
não, de causa excludente de responsabilidade), tratando-se
do tema suscitado pela parte ora agravante, tem pleno
suporte no magistério jurisprudencial desta Suprema Corte
(AI 411.502/RJ, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE – AI
586.270/RJ, Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA – RE 508.315/CE,
Rel. Min. ELLEN GRACIE – RE 595.267/SC, Rel. Min. CÁRMEN
LÚCIA, v.g.): “ACÓRDÃO QUE DECIDIU CONTROVÉRSIA 
ACERCA DA RESPONSABILIDADE DO ESTADO COM BASE NA
PROVA DOS AUTOS. ALEGADA OFENSA AOS ARTS. 37, § 6.º,
E 196 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Impossibilidade da
abertura da via extraordinária em razão da incidência, na
hipótese, do óbice das Súmulas 279, 282 e 356 desta Corte.
Agravo desprovido.” (AI 391.371-AgR/RJ, Rel. Min. ILMAR
GALVÃO - grifei) Cumpre ressaltar, por tal razão, em face do
caráter soberano do acórdão recorrido (que reconheceu, com
apoio no exame de fatos e provas, a ausência de 
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demonstração da ruptura do nexo causal sustentada pelo
Estado de São Paulo), que o Tribunal de Justiça interpretou,
com absoluta fidelidade, a norma constitucional que
consagra, em nosso sistema jurídico, a responsabilidade civil
objetiva do Poder Público. Com efeito, o acórdão impugnado
em sede recursal extraordinária, ao fazer aplicação do
preceito constitucional em referência (CF, art. 37, § 6º),
reconheceu, com inteiro acerto, no caso em exame, a
cumulativa ocorrência dos requisitos concernentes (1) à 
consumação do dano, (2) à conduta dos agentes estatais, (3) 
ao vínculo causal entre o evento danoso e o comportamento
dos agentes públicos e (4) à ausência de qualquer causa
excludente de que pudesse eventualmente decorrer a 
exoneração da responsabilidade civil do Estado de São Paulo. 
Cabe acentuar, por relevante, que a colenda Segunda Turma
do Supremo Tribunal Federal, ao apreciar controvérsia 
virtualmente idêntica à versada nesta causa, proferiu decisão 
que se reflete, por igual, no presente julgamento (RTJ
140/636, Rel. Min. CARLOS VELLOSO). Essa orientação
jurisprudencial - cabe enfatizar - reflete-se no magistério da
doutrina (RUI STOCO, “Tratado de Responsabilidade Civil –
Doutrina e Jurisprudência”, p. 1.204, 7ª ed., 2007, RT; 
ARNALDO RIZZARDO, “Responsabilidade Civil”, p. 362 e 
369/371, 1ª ed., 2005, Forense; JOSIVALDO FÉLIX DE
OLIVEIRA, “A Responsabilidade do Estado por ato lícito”, p. 
74/82, Editora Habeas; GUILHERME COUTO DE CASTRO,
“A responsabilidade civil objetiva no direito brasileiro”, p. 
52/55, 3ª ed., 2000, Forense; CELSO ANTÔNIO BANDEIRA
DE MELLO, “Curso de Direito Administrativo”, p. 995/997, 
1002 e 1026/1027, 26ª ed., 2009, Malheiros; GIANNA CARLA
RUBINO LOSS, “Responsabilidade Civil do Estado por Atos 
Lícitos”, “in” Cadernos do Ministério Público do Paraná, vol. 8, 
nº 01, janeiro/março de 2005, p. 08/12, e JOSÉ ANTONIO
LOMONACO e FLÁVIA VANINI MARTINS MARTORI, “A 
Responsabilidade Patrimonial do Estado por Ato Lícito”, “in” 
Revista Nacional de Direito e Jurisprudência nº 06, Ano 1,
Junho de 2000, p. 23/24), valendo referir, ante a pertinência
de suas observações, o preciso (e sempre valioso)
entendimento de YUSSEF SAID CAHALI (“Responsabilidade 
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44 
Civil do Estado”, p. 44, item n. 3.5, 3ª ed., 2007, RT): “A 
responsabilidade civil do Estado, com base no risco
administrativo, que admite pesquisa em torno da culpa do
particular, para o fim de abrandar ou mesmo excluir a
responsabilidade estatal, ocorre, em síntese, diante dos
seguintes requisitos: a) do dano; b) da ação administrativa;
e c) desde que haja nexo causal entre o dano e a ação
administrativa. A consideração no sentido da licitude da ação
administrativa é irrelevante, pois o que interessa é isto:
sofrendo o particular um prejuízo, em razão da atuação
estatal, regular ou irregular, no interesse da coletividade, é
devida a indenização, que se assenta no princípio da
igualdade dos ônus e encargos sociais.” (grifei) Sendo assim,
e pelas razões expostas, nego provimento ao presente
agravo de instrumento, eis que se revela inviável o recurso
extraordinário a que ele se refere. Publique-se. Brasília, 05
de outubro de 2009. (21º Aniversário da promulgação da
Constituição democrática de 1988) Ministro CELSO DE MELLO
Relator * decisão publicada no DJE de 20.10.2009 
Gabarito: Errado.
48. (ANALISTA – CÂMARA – CESPE/2012) O fato de um
detento morrer em estabelecimento prisional devido a
negligência de agentes penitenciários configurará hipótese de
responsabilização objetiva do Estado. 
Comentário: 
De fato, conforme a jurisprudência do STF, no caso de 
morte de detento, ainda que tenha ocorrido por negligência de agente 
público, aplica-se a responsabilidade objetiva. 
Gabarito: Certo. 
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45 
49. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – STM –
CESPE/2011) Com referência à responsabilidade civil do
Estado e supondo que um aluno de escola pública tenha
gerado lesões corporais em um colega de sala, com uma arma
de fogo, no decorrer de uma aula, julgue o item abaixo. No
caso considerado, existe a obrigação do Estado em indenizar o
dano causado ao aluno ferido. 
Comentário: 
Como sabido, o Estado assumiu a posição de garantidor
da integridade física do aluno. Assim, qualquer dano que venha a
sofrer quando estiver nessa condição o Estado será chamado a
responder. 
Veja que esses absurdos ocorrem todos os dias. 
Certa vez, uma amiga foi chamada às pressas para
buscar sua filha, pois tinha quebrado o braço na escola, porque um
coleguinha havia empurrado. 
A direção da escola, absurdamente, não tomara as
providencias de levar a criança até o hospital mais próximo,
acreditou-se que era obrigação dos pais, tão-somente. Pois é, ainda
hoje assistimos dessas coisas, isto é, pessoas despreparadas
prestando serviços públicos. 
Gabarito: Certo. 
50. (ANALISTA JUDICIÁRIO - ADMINISTRATIVA – TRE/MS –
CESPE/2013) Determinada professora da rede pública de
ensino recebeu ameaças de agressão por parte de um aluno e,
mais de uma vez, alertou à direção da escola, que se manteve
omissa. Nessa situação hipotética, caso se consumem as
agressões, a indenização será devida pelo Estado, desde que
presentes os elementos que caracterizem a culpa. 
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46 
Comentário: 
Na hipótese, de o aluno ameaçar a professora em sala
de aula e ter ocorrido o alerta à Administração, diante da omissão
pode-se dizer que a situação e responsabilidade subjetiva do Estado
(pela omissão), caso a agressão tenha se concretizado. 
Contudo, em tais hipóteses, deve-se lembrar de que há
uma relação especial de sujeição em que o aluno, cuja integridade é
assegurada pelo Estado, também deve respeitar a integridade física
do mestre. 
Com efeito, nessas hipóteses, quando o profissional da
educação já alertara a Administração para possíveis consequências,
temos a incidência também da responsabilidade objetiva do Estado
visto que também deve ser assegurada a integridade física do
professor perante o alunado. 
Nesse sentido, já decidiu o Supremo Tribunal Federal.
Vejamos: 
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO
EXTRAORDINÁRIO.

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