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Aula 06 (5)

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DIREITO PROCESSUAL PENAL - TEORIA E EXERCÍCIOS 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 
 
1
DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
AULA 06 – CITAÇÃO / INTIMAÇÃO / NOTIFICAÇÃO / 
SENTENÇA 
 
Futuros Aprovados, 
Sejam bem vindos a mais uma aula! 
 
Hoje veremos mais alguns tópicos fundamentais para a sua PROVA. 
Vamos tratar de temas que, apesar de serem de fácil entendimento, 
muitas vezes são deixados de lado pelos candidatos. 
Sendo assim, motive-se, pois os assuntos desta aula poderão fazer 
grande diferença. 
 
Bons estudos! 
*********************************************************** 
 
6.1 – CITAÇÃO 
 
 6.1.1 CONCEITO 
 
Citação é o ato processual que tem por finalidade dar conhecimento ao 
réu da existência da ação penal, do teor da acusação, bem como 
cientificá-lo do prazo para apresentação de resposta escrita. 
Para Hélio Tornaghi, a citação "é o chamamento do réu para se 
defender", já para o professor Fernando Tourinho Filho a "citação é o 
ato processual pelo qual se leva ao conhecimento do réu a notícia de 
que contra ele foi intentada ação penal, para que possa defender-se". 
A citação tem por base os princípios constitucionais da ampla defesa e 
do contraditório, isto porque nenhuma pessoa poderá ser processada 
sem que lhe seja dada ciência da acusação e a oportunidade de se 
defender, salientando que a falta da citação será motivo de nulidade 
insanável no processo. 
 
Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos: 
[...] 
III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes: 
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ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
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[...] 
e) a citação do réu para ver-se processar, o seu 
interrogatório, quando presente, e os prazos concedidos à 
acusação e à defesa; 
 
Observação: No caso de comparecimento espontâneo do réu, 
considera-se sanado o vício proveniente da não citação. Observe o 
julgado: 
 
Do exposto, podemos afirmar que a citação possui dupla função: 
 
1 – CIENTIFICAR (sobre a ação penal); 
2 – CHAMAR (o acusado para se defender). 
 
Por fim, cabe ressaltar que nos termos do art. 363 do Código de 
Processo Penal, a citação é necessária para que se considere completa a 
formação do processo. Veja: 
 
Art. 363. O processo terá completada a sua formação 
quando realizada a citação do acusado. 
 
 6.1.2 ESPÉCIES DE CITAÇÃO 
 
A doutrina classifica a citação em dois tipos: a real, também chamada 
pessoal, e a ficta. 
Dá-se a citação real quando o ato é feito diretamente à pessoa do 
acusado. Pode ser efetivada através de mandado, de carta precatória, 
de carta rogatória ou carta de ordem. 
Já a citação ficta ocorre quando, esgotados todos os meios possíveis 
para a citação pessoal, a ciência do conteúdo do ato é feita 
indiretamente ao acusado, presumindo-se, por ficção normativa, que 
o mesmo tenha tido conhecimento da imputação. 
STF, RHC 87.699/RJ, DJ 26.06.2009, Informativo 552 
 
O comparecimento espontâneo e oportuno do réu, mediante defensor 
constituído, supre a falta ou a nulidade de citação realizada por editais. 
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A citação ficta é realizada por intermédio de edital e pela citação com 
hora certa, inserida no processo penal após a lei nº. 11.719/08. 
Trata-se, esta última (a citação ficta), de uma exceção à regra geral da 
citação pessoal, devendo ser utilizada subsidiariamente. 
 
 6.1.2.1 CITAÇÃO POR MANDADO 
 
No direito processual brasileiro, a citação pessoal é feita por meio de 
mandado, expedido, regra geral, pelo juiz da causa. 
 
Art. 351. A citação inicial far-se-á por mandado, quando o 
réu estiver no território sujeito à jurisdição do juiz que a 
houver ordenado. 
 
Diz-se regra geral, pois pode a citação ser levada a termo por carta 
precatória (art. 353, CPP), rogatória (art. 368) e de ordem (prevista 
nas leis de organização judiciária e regimentos internos dos 
tribunais), resultando de um ato de cooperação jurisdicional. 
Veremos estas espécies um pouco mais a frente. 
A citação por mandato é realizada por um oficial de justiça. Este 
deve procurar o acusado nos endereços constantes nos autos e, ao 
encontrá-lo, ler o que está escrito. 
Além disso, deverá entregar ao réu a contrafé (ou a recusa do réu 
em recebê-la. É essa “certidão que faz prova da citação, sendo 
desnecessário que o citando tenha colocado o “ciente” ou que tenha 
assinado o mandado. 
 
Art. 357. São requisitos da citação por mandado: 
I - leitura do mandado ao citando pelo oficial e entrega da 
contrafé, na qual se mencionarão dia e hora da citação; 
II - declaração do oficial, na certidão, da entrega da 
contrafé, e sua aceitação ou recusa. 
 
 
 
 
 
DICIONÁRIO DO CONCURSEIRO 
CONTRAFÉ 
CÓPIA DO MANDADO, ENTREGUE AO RÉU PELO OFICIAL DE 
JUSTIÇA, POR OCASIÃO DA CITAÇÃO. 
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Observe abaixo, somente a título de conhecimento e fixação do 
aprendizado, um exemplo da certidão que faz prova da cotação: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Bom, Caro (a) Aluno (a), vamos entender de forma prática o que foi 
apresentado até agora: 
Imaginemos que foi iniciada, através de denúncia, uma ação penal 
contra Tício. Neste caso, Tício terá que ser cientificado deste fato e, 
a primeira opção do magistrado deverá ser a citação por mandado. 
Mas o que é esse tal de mandado? 
Nada mais é do que um pedaço de papel que, nos termos do art. 
352 do Código de Processo Penal, deve conter os seguintes 
requisitos: 
 
1. O NOME DO JUIZ; 
2. O NOME DO QUERELANTE NAS AÇÕES INICIADAS POR 
QUEIXA; 
3. O NOME DO RÉU, OU, SE FOR DESCONHECIDO, OS SEUS 
SINAIS CARACTERÍSTICOS; 
4. A RESIDÊNCIA DO RÉU, SE FOR CONHECIDA; 
5. O FIM PARA QUE É FEITA A CITAÇÃO; 
6. O JUÍZO E O LUGAR, O DIA E A HORA EM QUE O RÉU 
DEVERÁ COMPARECER; 
7. A SUBSCRIÇÃO DO ESCRIVÃO E A RUBRICA DO JUIZ. 
 
Ainda na supracitada situação, imaginemos que Mévio, oficial de 
justiça, foi designado para levar o mandado para Tício. 
Ao chegar à residência de Tício, Mévio deverá ler todo o mandado e 
dirá para Tício: 
“Prezado acusado, agora vou te entregar uma cópia do mandado, 
ok?” “Ah! E, por favor, você poderia assinar a minha cópia e atestar 
que está ciente?” 
Caso Tício responda que sim, ou seja, que pode assinar, o trabalho 
de Mévio estará completo e ele voltará “feliz e contente” para a 
repartição onde trabalha. 
Mas e se Tício se recusar a assinar? 
Neste caso, Mévio voltará “feliz e contente” do mesmo jeito, pois o 
próprio oficial de justiça, por possuirpresunção de legitimidade e 
veracidade quanto aos seus atos, poderá assinar e atestar que o réu 
foi devidamente citado. 
Por fim. Cabe ressaltar que a citação poderá ocorrer em qualquer 
dia, inclusive nos sábados e domingos, e em qualquer hora, do dia 
ou da noite. 
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 6.1.2.2 CITAÇÃO POR PRECATÓRIA 
 
Vimos na nossa aula 03 que cada juiz tem uma parcela de 
competência dentro do conceito de jurisdição e é exatamente por 
isso que existe a citação através da chamada carta precatória. 
Vamos compreender: 
Nos termos do Código de Processo Penal, a citação é feita por 
intermédio de carta precatória quando o réu reside em comarca 
diversa daquela em que tramita o processo. Observe: 
 
Art. 353. Quando o réu estiver fora do território da 
jurisdição do juiz processante, será citado mediante 
precatória. 
 
Assim, por exemplo, se o processo está ocorrendo em São Paulo e o 
acusado está no Rio de Janeiro, o juízo de SP, também chamado de 
deprecante, deverá enviar ao juízo deprecado (RJ) uma carta 
precatória solicitando que o réu seja citado. 
A precatória deverá indicar: 
 
1. O JUIZ DEPRECADO E O JUIZ DEPRECANTE; 
2. A SEDE DA JURISDIÇÃO DE UM E DE OUTRO; 
3. O FIM PARA QUE É FEITA A CITAÇÃO, COM TODAS AS 
ESPECIFICAÇÕES; 
4. O JUÍZO DO LUGAR, O DIA E A HORA EM QUE O RÉU DEVERÁ 
COMPARECER. 
 
Ao receber a precatória, o juízo deprecado deverá expedir mandado 
determinando que um oficial de justiça proceda a citação do réu. 
Depois de cumprida a precatória será ela devolvida ao juízo de 
origem. 
Art. 355. A precatória será devolvida ao juiz deprecante, 
independentemente de traslado, depois de lançado o 
"cumpra-se" e de feita a citação por mandado do juiz 
deprecado. 
 
É possível, contudo, que o acusado não esteja mais no território de 
competência do juiz deprecado, tendo-se mudado para outra área 
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de jurisdição. Nesses casos, deverá o juiz deprecado encaminhar a 
precatória para ser cumprida pelo juiz em cujo território se encontra 
o acusado. 
Essa é a chamada precatória itinerante, cuja previsão legal 
encontra-se no §1° do artigo 355 do CPP: 
 
Art. 355. A precatória será devolvida ao juiz deprecante, 
independentemente de traslado, depois de lançado o 
"cumpra-se" e de feita a citação por mandado do juiz 
deprecado. 
§ 1o Verificado que o réu se encontra em território sujeito à 
jurisdição de outro juiz, a este remeterá o juiz deprecado os 
autos para efetivação da diligência, desde que haja tempo 
para fazer-se a citação. 
 
Não havendo tempo hábil para o cumprimento da precatória ou na 
hipótese de ter o acusado retornado ao território do juiz deprecante 
ou, ainda, verificando-se que o réu se oculta para não ser citado 
(art. 355, §2°, CPP), o juiz deprecado, certificado os motivos, 
restituirá a precatória à origem para as providências cabíveis. 
 
Art. 355 [...] 
§ 2o Certificado pelo oficial de justiça que o réu se oculta 
para não ser citado, a precatória será imediatamente 
devolvida, para o fim previsto no art. 362. 
 
Autoriza ainda o CPP que, em caso de urgência, seja a precatória 
expedida por via telegráfica, na forma prescrita no artigo 356. 
 
Art. 356. Se houver urgência, a precatória, que conterá em 
resumo os requisitos enumerados no art. 354, poderá ser 
expedida por via telegráfica, depois de reconhecida a firma 
do juiz, o que a estação expedidora mencionará. 
 
6.1.2.3 CITAÇÃO POR ROGATÓRIA 
 
A citação por carta rogatória dá-se quando o réu está no exterior EM 
LUGAR SABIDO, qualquer que seja a infração penal praticada. 
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Encontra embasamento no art. 368 do Código de Processo Penal nos 
seguintes termos: 
 
Art. 368. Estando o acusado no estrangeiro, em lugar 
sabido, será citado mediante carta rogatória, suspendendo-
se o curso do prazo de prescrição até o seu cumprimento. 
 
Além da supracitada hipótese, também é cabível a carta rogatória 
quando a citação tiver que ser feita em legações estrangeiras 
(consulado ou embaixada). 
 
Art. 369. As citações que houverem de ser feitas em 
legações estrangeiras serão efetuadas mediante carta 
rogatória. 
 
Na citação por rogatória, remetida ao exterior, a carta deverá ser 
encaminhada ao Ministério da Justiça, a quem caberá solicitar ao 
Ministério das Relações Exteriores o seu cumprimento, deste último 
seguirá a rogatória, pela via diplomática, à justiça rogada. 
 
 
 
 
 
 
6.1.2.4 CITAÇÃO POR CARTA DE ORDEM 
 
A carta de ordem é a determinação de um órgão de grau superior 
mandando que um órgão jurisdicional inferior jurisdicionalmente 
àquele cumpra com a citação em seu âmbito de competência. 
Em casos de competência por foro especial, em razão do cargo que 
exerce o réu, se ele for processado, por exemplo, por um Tribunal 
Superior em Brasília, mas reside em Recife, o STJ ordenará que o 
Tribunal de Justiça de Pernambuco cumpra a determinação. 
Em regra, são ordens expedidas pelo STF, STJ, TSE, TRE’s, TRF’s ou 
Tribunais de Justiça estaduais, pelos processos que têm competência 
originária. 
OBSERVAÇÃO 
 
CONFORME SE RETIRA DO ART. 368 DO CPP, EXPEDIDA A CARTA 
ROGATÓRIA, FICARÁ SUSPENSO O CURSO DO LAPSO 
PRESCRICIONAL ATÉ SEU CUMPRIMENTO. 
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6.1.2.5 CITAÇÃO POR HORA CERTA 
 
Com a alteração introduzida pela lei 11.719/08, o Código de Processo 
Penal passa a contar com uma nova figura: a citação por hora certa. 
Não podemos dizer que esta espécie de citação foi uma novidade 
criada pela citada lei, pois já existia no âmbito do Processo Civil. 
Assim, para a correta compreensão desta importantíssima espécie de 
citação FICTA, vamos analisar inicialmente os dispositivos legais para, 
posteriormente, esquematizar o tema. 
O novo artigo 362 do CPP dispõe: 
 
Art. 362. Verificando que o réu se oculta para não ser 
citado, o oficial de justiça certificará a ocorrência e 
procederá à citação com hora certa, na forma estabelecida 
nos arts. 227 a 229 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 
1973 - Código de Processo Civil. 
Parágrafo único. Completada a citação com hora certa, se o 
acusado não comparecer, ser-lhe-á nomeado defensor 
dativo. 
 
Desse modo, conforme os referidos dispositivos do Código de 
Processo Civil: 
 
Art. 227. Quando, por três vezes, o oficial de justiça houver 
procurado o réu em seu domicílio ou residência, sem o 
encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar a 
qualquer pessoa da família, ou em sua falta a qualquer 
vizinho, que, no dia imediato, voltará, a fim de efetuar a 
citação, na hora que designar. 
Art. 228. No dia e hora designados, o oficial de justiça, 
independentemente de novo despacho, comparecerá ao 
domicílio ou residência do citando, a fim de realizara 
diligência. 
§ 1o Se o citando não estiver presente, o oficial de justiça 
procurará informar-se das razões da ausência, dando por 
feita a citação, ainda que o citando se tenha ocultado em 
outra comarca. 
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§ 2o Da certidão da ocorrência, o oficial de justiça deixará 
contrafé com pessoa da família ou com qualquer vizinho, 
conforme o caso, declarando-lhe o nome. 
Art. 229. Feita a citação com hora certa, o escrivão enviará 
ao réu carta, telegrama ou radiograma, dando-lhe de tudo 
ciência. 
 
Vamos resumir o assunto: 
 
1 – O OFICIAL DE JUSTIÇA PROCURA O RÉU EM SEU DOMICÍLIO POR 
PELO MENOS TRÊS VEZES E NÃO O ENCONTRA. 
2 – O OFICIAL DE JUSTIÇA, DIANTE DE TAL SITUAÇÃO, SUSPEITA 
QUE O RÉU ESTÁ SE OCULTANDO. 
3 – VISANDO DAR INÍCIO AO PROCEDIMENTO DE CITAÇÃO POR 
HORA CERTA, INTIMA ALGUÉM DA FAMÍLIA DO ACUSADO, OU, EM 
SUA FALTA, QUALQUER VIZINHO, DE QUE NO DIA IMEDIATO ELE 
VOLTARÁ PARA CONCRETIZAR A CITAÇÃO, EM UMA DETERMINADA 
HORA. 
4 – NO DIA SEGUINTE: 
 
4.1 ENCONTRA O RÉU ��� NESTE CASO, REALIZA A 
CITAÇÃO PESSOAL. 
4.2 NÃO ENCONTRA O RÉU ��� NESTE CASO, TENTA SE 
INFORMAR DO MOTIVO DA AUSÊNCIA DO 
ACUSADO E DÁ POR FEITA A CITAÇÃO, 
 
5 – POR FIM, DEIXA CONTRAFÉ DA CERTIDÃO DA OCORRÊNCIA COM 
ALGUÉM DA FAMÍLIA OU VIZINHO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBSERVAÇÃO 
PERCEBA QUE, O PARÁGRAFO ÚNICO DO JÁ VISTO ART. 362 DEIXA 
CLARO QUE, APÓS A CITAÇÃO POR HORA CERTA, CASO NÃO HAJA O 
COMPARECIMENTO DO ACUSADO A UM ATO PROCESSUAL, SER-LHE-Á 
NOMEADO DEFENSOR DATIVO. 
ISTO SIGNIFICA QUE O PROCESSO NÃO FICARÁ SUSPENSO PELO NÃO 
COMPARECIMENTO DO RÉU, DIFERENTEMENTE DO QUE OCORRIA NO 
REGIME PROCESSUAL ANTERIOR À LEI Nº 11.719/2008 
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6.1.2.6 CITAÇÃO POR EDITAL 
 
A partir de agora vamos tratar da modalidade mais conhecida e 
tradicional de citação FICTA: A citação editalícia. 
Tal espécie de citação encontra cabimento nas seguintes hipóteses: 
 
1 – Quando o réu não for encontrado para a citação � Neste 
caso o oficial de justiça deverá tentar localizar o acusado em todos os 
lugares possíveis, tais como no domicílio, no trabalho etc. 
“Mas e se o réu estiver viajando, vai ser citado por edital?” 
Neste caso, segundo entendimento jurisprudencial, a resposta é 
negativa, devendo ser aguardado o término da viagem. 
Por fim, cabe ressaltar um importante cuidado que deve ter o 
magistrado antes de determinar a citação por edital: A Súmula 351 
do Supremo Tribunal Federal estabelece que: 
 
“É nula a citação por edital de réu preso na mesma unidade 
da Federação em que o juiz exerce sua jurisdição”. 
 
Assim, antes de o juiz determinar a citação por edital, deve ele 
providenciar a expedição dos ofícios competentes para descobrir se o 
acusado se encontra em qualquer dos estabelecimentos prisionais do 
Estado no qual se desenrola o processo. Tal regra é reforçada pelo 
próprio CPP: 
 
Art. 360. Se o réu estiver preso, será pessoalmente citado. 
 
Para este primeiro caso de aplicabilidade da citação editalícia, o prazo 
do edital é de 15 dias. 
 
 Art. 361. Se o réu não for encontrado, será citado por 
edital, com o prazo de 15 (quinze) dias. 
 
2 - Quando inacessível o lugar em que o réu se encontra. Ex.: 
epidemia, guerra, enchente etc. � Apesar de ter sido revogado o 
art. 363, I, do Código de Processo Penal, que tratava desta hipótese, 
entende-se que ele continua aplicável porque permanece em vigor o 
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art. 364 que regulamenta o prazo do edital em tal situação e, 
principalmente, por aplicação analógica ao Código de Processo Civil, 
que, em seu art. 231, II, prevê a citação por edital quando 
inacessível o local em que se encontra o réu. 
O prazo do edital será fixado pelo juiz entre 15 e 90 dias, 
dependendo do caso. Observe 
 
Art. 364. No caso do artigo anterior, no I, o prazo será 
fixado pelo juiz entre 15 (quinze) e 90 (noventa) dias, de 
acordo com as circunstâncias [...]. 
 
6.1.2.6.1 REQUISITOS DO EDITAL 
 
O edital será afixado à porta do edifício onde funcionar o juízo 
(fórum) e será publicado pela imprensa, onde houver, devendo a 
afixação ser certificada pelo oficial que a tiver feito, e a publicação, 
provada por exemplar do jornal ou certidão do escrivão, da qual 
conste a página do jornal com a data da publicação. 
 
Art. 365. 
[...] 
Parágrafo único. O edital será afixado à porta do edifício 
onde funcionar o juízo e será publicado pela imprensa, onde 
houver, devendo a afixação ser certificada pelo oficial que a 
tiver feito e a publicação provada por exemplar do jornal ou 
certidão do escrivão, da qual conste a página do jornal com 
a data da publicação. 
 
Os requisitos de validade do edital são os mesmos do mandado de 
citação já estudados, devendo constar, ainda, o prazo do edital, que 
será contado do dia da publicação na imprensa, se houver, ou da sua 
afixação. Observe o texto legal: 
 
Art. 365. O edital de citação indicará: 
I - o nome do juiz que a determinar; 
II - o nome do réu, ou, se não for conhecido, os seus sinais 
característicos, bem como sua residência e profissão, se 
constarem do processo; 
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III - o fim para que é feita a citação; 
IV - o juízo e o dia, a hora e o lugar em que o réu deverá 
comparecer; 
V - o prazo, que será contado do dia da publicação do edital 
na imprensa, se houver, ou da sua afixação. 
 
 6.1.3 REVELIA 
 
Estabelece o art. 367 do Código de Processo Penal que será decretada 
a revelia do acusado que, citado ou intimado pessoalmente para 
qualquer ato processual, deixar de comparecer sem motivo justificado, 
ou mudar de residência sem comunicar o novo endereço ao juízo. 
 
Art. 367. O processo seguirá sem a presença do acusado 
que, citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, 
deixar de comparecer sem motivo justificado, ou, no caso 
de mudança de residência, não comunicar o novo endereço 
ao juízo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ao contrário do que ocorre no processo civil, a revelia penal não 
implica presunção de veracidade dos fatos contidos na peça inicial 
acusatória (denúncia ou queixa). 
Assim, como decorrência do princípio da verdade real, a acusação 
continua a ter o ônus da prova em relação ao fato imputado ao réu. 
A revelia não impede que o acusado produza normalmente sua 
defesa, sendo seu único efeito fazer com que o réu não mais seja 
intimado dos atos processuais posteriores. 
Seu defensor, entretanto, será intimado da realização de todo e 
qualquer ato. Apesar da revelia, o réu sempre deverá ser intimado da 
sentença. 
DICIONÁRIO DO CONCURSEIRO 
REVELIA 
A REVELIA É A SITUAÇÃO EM QUE SE ENCONTRA A PARTE QUE, 
CITADA, NÃO COMPARECE EM JUÍZO PARA SE DEFENDER.DIREITO PROCESSUAL PENAL - TEORIA E EXERCÍCIOS 
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A revelia será levantada (revogada) se o réu, posteriormente, voltar 
a acompanhar os atos processuais. 
 
 6.1.4 SUSPENSÃO DO PROCESSO 
 
Se o réu, citado por edital, não comparecer (não apresentar 
resposta) e não constituir defensor, ficarão suspensos o curso do 
processo – qualquer que seja o crime apurado e o procedimento – e o 
decurso do lapso prescricional. 
 
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, 
nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o 
curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a 
produção antecipada das provas consideradas urgentes e, 
se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do 
disposto no art. 312. 
 
Uma vez decretada a suspensão do processo, o juiz deverá verificar se 
é conveniente a decretação da prisão preventiva (para assegurar a 
aplicação da lei penal), nos termos dos arts. 312 e 313 do Código de 
Processo Penal. 
Durante o período de suspensão, o juiz poderá determinar a produção 
antecipada das provas consideradas urgentes, assim entendidas 
aquelas que, pelo decurso do tempo, possam desaparecer ou 
tornarem-se inócuas. 
Apesar de o art. 366, § 1º, do Código de Processo Penal ter sido 
revogado pela Lei n. 11.719/2008, é intuitivo que essa produção 
antecipada de provas deve ser produzida na presença do Ministério 
Público e do defensor dativo, já que isso decorre do princípio 
constitucional do contraditório. 
Sendo decretada a suspensão do processo, ficará também suspenso o 
decurso do prazo prescricional (art. 366, caput). 
Se, posteriormente, o acusado comparecer de forma espontânea ou 
em razão de prisão, revoga-se a suspensão do processo para que este 
prossiga até seu final. 
Perceba, portanto, que tal suspensão somente será revogada se o réu 
comparecer em juízo, pessoalmente ou por meio de advogado 
nomeado, hipótese em que será considerado citado pessoalmente ou, 
ainda, se for preso e procedida a sua citação pessoal. 
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Questão mais intrigante é saber quanto deve durar a suspensão do 
prazo prescricional. Contudo, apesar de terem existido várias correntes 
em torno do tema, tem prevalecido aquela segundo a qual a 
suspensão deve durar exatamente o tempo do prazo prescricional pelo 
máximo da pena em abstrato (art. 109 do CP). 
Assim, suponha-se um delito que tenha pena máxima de 02 anos. 
Tal delito prescreve em 04 anos. 
Ora, sendo decretada a suspensão do processo e da prescrição, ficará 
esta última suspensa exatamente por 04 anos. 
Findo esse período, voltará a correr o prazo prescricional, por mais 4 
anos, continuando suspenso o processo. 
Ao término desse prazo, será decretada extinta a punibilidade do 
agente pela prescrição da pretensão punitiva. 
 
“Mas professor, isso é um absurdo!!! O réu foge, fica escondido, não 
atende ao chamado por edital e, ainda tem a punibilidade extinta??? 
Não concordo!!!” 
Eu também não concordo e, exatamente pelo fato de muitos 
considerarem isso um absurdo é que foi inserida no Código de 
Processo Penal, como já vimos, a citação por hora certa, aplicável aos 
casos em que o réu se oculta. 
Resolve totalmente o problema? Claro que não, mas atenua bastante! 
 
 6.1.5 CITAÇÃO DO MILITAR 
 
O artigo 358 do CPP estabelece que a citação do militar far-se-á por 
intermédio do chefe do respectivo serviço. 
Guilherme Nucci justifica tal providência tendo em vista o resguardo 
das dependências militares, bem como da hierarquia e da disciplina 
inerentes à conduta militar. 
 
Art. 358. A citação do militar far-se-á por intermédio do 
chefe do respectivo serviço. 
 
Na citação do militar, portanto, o oficial de justiça não irá ao quartel à 
procura do acusado. 
O juiz, preservando a intangibilidade da área militar, não expedirá um 
mandado, mas apenas um ofício diretamente ao superior do acusado, 
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que o fará chegar ao destinatário, dando-lhe ciência de todos os 
termos do ato citatório. 
Para tanto, deverá o ofício encaminhado conter todos os requisitos do 
mandado, evitando-se, assim, qualquer prejuízo à defesa. 
Regra geral, o militar superior comunica ao juiz que autorizou o 
comparecimento do subordinado no dia e hora marcados. Assevera 
Mirabete que se for comprovado que não houve tal autorização, a 
citação não é válida, devendo ser expedido um outro ofício. 
Se o militar estiver em território não afeto ao exercício jurisdicional do 
juiz da causa, deverá ser expedida carta precatória, solicitando-se ao 
juiz deprecado que expeça o ofício requisitório. Caso o superior 
hierárquico informe que o militar se encontre em lugar incerto e não 
sabido, caberá a citação por edital. 
 
 6.1.6 CITAÇÃO DO FUNCIONÁRIO PÚBLICO 
 
O funcionário público será citado regularmente por mandado. 
Contudo, visando a evitar que a falta do mesmo traga graves danos ao 
serviço público e também no intuito de que seu chefe superior possa 
substituir o funcionário quando de sua ausência, preceitua o artigo 359 
do CPP que: 
 
Art. 359. O dia designado para funcionário público comparecer em 
juízo, como acusado, será notificado assim a ele como ao chefe de sua 
repartição. 
 
Note-se que há dupla exigência: mandado para o funcionário público e 
ofício requisitório à sua chefia. De acordo com Nucci, "faltando um dos 
dois, não está o funcionário obrigado a comparecer, nem pode padecer 
das conseqüências de sua ausência, como a revelia". 
Mirabete afirma que se o funcionário estiver afastado do cargo, 
temporária (férias, licença, suspensão, etc.) ou definitivamente 
(aposentadoria, exoneração, etc.), não será necessária a comunicação 
ao superior hierárquico. 
 
Vamos, agora, esquematizar o assunto CITAÇÕES para facilitar os seus 
estudos: 
 
 
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ENDEREÇO 
CONHECIDO? 
NÃO SIM 
CITAÇÃO POR EDITAL 
PRAZOS (arts 361 e 363) 
CITAÇÃO 
PESSOAL 
NÃO 
ENCONTRADO 
E NÃO SE 
OCULTA 
EDITAL FIXADO NO FÓRUM 
E PUBLICADO 
RÉU COMPARECE OU 
CONSTITUI ADVOGADO? 
NÃO 
PROCESSO E PRAZO 
PRESCRICIONAL 
SUSPENSOS 
RÉU ENCONTRADO 
OU 
RÉU COMPARECE 
PROCESSO SEGUE 
NORMALMENTE 
OFICIAL ENCONTRA O RÉU 
E FAZ A CITAÇÃO? 
SIM 
O RÉU SE OCULTA PARA 
NÃO SER CITADO 
CITAÇÃO POR HORA CERTA 
 
(ARTS. 227 A 229 CPC) 
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6.2 – INTIMAÇÃO6.2.1 CONCEITO 
 
Uma das dúvidas mais recorrentes em sala de aula, aqui nos cursos do 
Ponto e nos e-mails é: “Professor... Qual a diferença entre citação e 
intimação?” 
Essa dúvida é constante, pois sua resposta não é encontrada no Código 
de Processo Penal, mas sim no Código de Processo Civil que dispõe: 
 
Art. 213, CPC. Citação é o ato pelo qual se chama a juízo o 
réu ou o interessado a fim de se defender. 
 
Art. 234, CPC. Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a 
alguém dos atos e termos do processo, para que faça ou 
deixe de fazer alguma coisa. 
 
Assim, diferentemente da citação, a intimação comunica as partes ou 
alguém dos atos e termos do processo para que, querendo, se 
manifeste. 
 
 6.2.2 CARACTERÍSTICAS 
 
Conforme disposto no art. 370 do Código de Processo Penal, as 
intimações seguem o mesmo regramento apresentado no que diz 
respeito a citação. 
 
 Art. 370. Nas intimações dos acusados, das testemunhas e 
demais pessoas que devam tomar conhecimento de 
qualquer ato, será observado, no que for aplicável, o 
disposto no Capítulo anterior. 
 
“Mas, professor... Não há nenhuma característica especial?” 
As características especiais das intimações estão todas presentes nos 4 
parágrafos do art. 370. Para responder melhor a este questionamento, 
vamos resumir em um exercício, tudo que você precisa saber sobre as 
intimações para sua PROVA: 
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(TJ-BA / Oficial de Justiça / 2006) Analise as seguintes assertivas, 
acerca da intimação no processo penal: 
 
I – A intimação do defensor nomeado pelo Juiz de Direito pode ser 
feita através de publicação no órgão incumbido da publicidade dos 
atos judiciais da comarca, sendo dispensável o nome do acusado. 
II – As intimações nunca podem ser feitas pelo escrivão. 
III – A intimação do advogado do querelante pode ser feita 
através de publicação no órgão incumbido da publicidade dos atos 
judiciais da comarca. 
IV – A intimação do defensor constituído, do advogado do 
querelante e do assistente far-se-á, sempre, por publicação no 
órgão incumbido da publicidade dos atos judiciais da comarca, 
incluindo, sob pena de nulidade, o nome do acusado. 
V – A intimação do Ministério Público será sempre pessoal. 
 
Estão corretas as assertivas: 
 
A) I, II e III. 
B) I, II e IV. 
C) I, IV e V. 
D) II, III e V. 
E) III e V. 
 
GABARITO: E 
COMENTÁRIOS: Analisando: 
 
Assertiva I � Incorreta � Nos termos do art. 370, § 1o, a intimação do 
defensor constituído, do advogado do querelante e do assistente far-se-á 
por publicação no órgão incumbido da publicidade dos atos judiciais da 
comarca, incluindo, sob pena de nulidade, o nome do acusado. 
 
Art. 370 
§ 1o A intimação do defensor constituído, do advogado do 
querelante e do assistente far-se-á por publicação no órgão 
incumbido da publicidade dos atos judiciais da comarca, 
incluindo, sob pena de nulidade, o nome do acusado. 
CAIU EM 
PROVA!!! 
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Assertiva II � Incorreta � Conforme se retira do art. 370, § 2o, as 
intimações, em alguns casos, poderão ser feitas pelo escrivão: 
 
Art. 370 [...] 
§ 2o Caso não haja órgão de publicação dos atos judiciais na 
comarca, a intimação far-se-á diretamente pelo escrivão, 
por mandado, ou via postal com comprovante de 
recebimento, ou por qualquer outro meio idôneo. 
 
Assertiva III � Correta � Está de acordo com o art. 370, § 1o. 
 
Art. 370 [...] 
§ 1o A intimação do defensor constituído, do advogado do 
querelante e do assistente far-se-á por publicação no órgão 
incumbido da publicidade dos atos judiciais da comarca, 
incluindo, sob pena de nulidade, o nome do acusado. 
 
Assertiva IV � Incorreta � Essa questão confunde muitos candidatos, 
pois, praticamente, reproduz o parágrafo 1º do art. 370. Ocorre, todavia 
que a palavra SEMPRE torna a questão incorreta, pois, conforme dispõe o 
art. 370, § 3º: 
 
Art. 370 [...] 
§ 3o A intimação pessoal, feita pelo escrivão, dispensará a 
aplicação a que alude o § 1o 
 
Assertiva V � Correta � Está de acordo com o art. 370, § 4o. 
Art. 370 [...] 
§ 4o A intimação do Ministério Público e do defensor 
nomeado será pessoal. 
 
6.3 – NOTIFICAÇÃO 
 
Alguns editais trazem como exigência a citação, a intimação e a 
notificação. 
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Ao verificarmos no CPP, não encontramos o tema notificação e, este 
assunto também não é tratado na maioria dos livros. 
Doutrinariamente diferencia-se intimação de notificação, distinção não 
observada no Código de Processo Penal e, exatamente por isso, 
desconhecida pela maioria dos candidatos 
Na verdade, o que se costuma denominar-se de intimação se trata de 
notificação, pois intimação é a comunicação de ato processual já efetuado, 
enquanto que a notificação serve para comunicar ato ainda a ser 
realizado. 
Assim, intima-se de algo já produzido e notifica-se para ato a ser 
cumprido. A intimação volta-se ao passado, ao passo que a notificação 
volta-se ao futuro. 
Exemplificando, intima-se de uma decisão judicial, enquanto que se 
notifica uma testemunha ou um perito para depor. 
Frederico, por exemplo, escreveu que a “notificação projeta-se no futuro, 
visto que leva ao conhecimento do sujeito processual, ou de outra pessoa 
que intervenha no processo, pronunciamento jurisdicional que determine 
um facere ou um non facere. A intimação, ao revés, se relaciona com 
atos pretéritos”. 
Tourinho Filho também diferencia: 
“A intimação é, pois, a ciência que se dá a alguém de um ato já praticado, 
já consumado, seja um despacho, seja uma sentença, ou, como diz 
Pontes de Miranda, é a comunicação de ato praticado. Assim, intima-se o 
réu de uma sentença (note-se que o réu está sendo cientificado de um ato 
já consumado, já praticado, isto é, a sentença). 
“A notificação, por outro lado, é a cientificação que se faz a alguém (réu, 
partes, testemunhas, peritos etc.) de um despacho ou decisão que ordena 
fazer ou deixar de fazer alguma coisa, sob certa cominação. Assim, a 
testemunha é notificada, porque se lhe dá ciência de um pronunciamento 
do Juiz, a fim de comparecer à sede do juízo em dia e hora designados, 
sob as cominações legais. Se não comparecer, estará ela sujeita àquelas 
sanções a que se referem os arts. 218 e 219 do CPP”. 
Como se disse, porém, esta diferenciação não foi observada pelo nosso 
Código de Processo Penal, fazendo que a parte da doutrina também assim 
procedesse. O CPP ora se refere à intimação, ora à notificação, sem levar 
em conta a diferenciação doutrinária realmente existente. 
***************************************************** 
Caro(a) aluno(a), 
Parabéns por mais um tema vencido. Agora, respire fundo e 
vamos adquirir mais e mais conhecimento! Bons estudos! 
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6.4 SENTENÇA 
 
A sentença é uma forma de manifestação intelectual, lógica e formal 
emitida pelo Estado através de seus órgãos jurisdicionais, com o principal 
intuito de por fim a um conflito de interesses 
 
 6.4.1 SENTENÇAS EM SENTIDO AMPLO (DECISÕES) 
 
Podemos definir as sentenças em sentido amplo como todos os tipos 
de decisões proferidas pelo magistrado. Podem ser classificadas em: 
 
1. INTERLOCUTÓRIAS SIMPLES ��� São decisões que não se 
referem, diretamente, ao mérito da causa. Funcionam como uma 
forma de garantir a regularidade do rito procedimental. 
Exemplos: Decretação da prisão preventiva e recebimento da 
denúncia. 
 
2. INTERLOCUTÓRIAS MISTAS (DECISÕES COM FORÇA DE 
DEFINITIVAS) ��� São decisões que, julgando ou não o mérito, 
encerram uma etapa do procedimento processual ou a própria 
relação do processo. São divididas em: 
 
a. INTERLOCUTÓRIAS MISTAS TERMINATIVAS ��� São 
aquelas que põem fim ao processo, sem que haja o 
julgamento de mérito. Exemplos: Decisão que rejeita a 
denúncia, impronúncia e procedência das exceções de 
coisa julgada e de litispendência. 
b. INTERLOCUTÓRIAS MISTAS NÃO TERMINATIVAS ��� 
São aquelas que encerram uma etapa procedimental. 
Exemplo: Decisão de pronúncia nos processos do júri 
popular. 
 
 6.4.2 SENTENÇAS EM SENTIDO ESTRITO 
 
Podemos conceituar a sentença stricto sensu como a decisão definitiva 
que o juiz profere solucionando a causa. 
As sentenças em sentido estrito podem ser classificadas como: 
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1. CONDENATÓRIA ��� São aquelas que acolhem a pretensão 
punitiva estatal, ainda que parcialmente. Podem ter como efeitos 
a prisão do réu, a inserção do nome do réu no rol dos culpados, 
obrigação de reparar o dano etc. 
 
2. ABSOLUTÓRIAS ��� São aquelas que não acolhem a pretensão 
punitiva estatal. Podem ter como efeito a colocação imediata do 
réu em liberdade, a devolução da fiança etc. 
As sentenças absolutórias dividem-se em: 
 
a. PRÓPRIAS ��� Quando não acolhem a pretensão punitiva, 
não impondo qualquer restrição ao acusado. 
 
b. IMPRÓPRIAS ��� Quando, apesar de absolutórias, impõe 
ao réu medida restritiva, qual seja a medida de segurança. 
 
3. TERMINATIVAS DE MÉRITO ��� São aquelas que julgam o 
mérito da causa, sem, contudo, condenar ou absolver o acusado. 
É o que ocorre na sentença que declara a extinção da 
punibilidade. 
 
Por fim, cabe ressaltar que, quanto ao órgão que profere as sentenças, 
podemos classificá-las em: 
 
1. SUBJETIVAMENTE SIMPLES ��� Quando proferidas por apenas 
um juiz (juízo monocrático ou singular). 
 
2. SUBJETIVAMENTE PLÚRIMAS ��� Quando proferidas pelos 
órgãos colegiados homogêneos. Exemplo: acórdão que, julgando 
apelação da defesa, absolve o réu. 
 
3. SUBJETIVAMENTE COMPLEXAS ��� são aquelas que resultam 
do pronunciamento simultâneo de mais de um órgão 
monocrático, importando em prevalência do que for decidido 
pela maioria. Exemplo: Tribunal do júri. 
 
 6.4.3 REQUISITOS FORMAIS 
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A sentença tem certas formalidades que precisam ser observadas, sob 
pena, até mesmo, de sua anulação. Por ser um ato jurídico de extrema 
importância, está sujeita ao perfeito atendimento dos seguintes 
requisitos formais: 
 
1. RELATÓRIO (EXPOSIÇÃO OU HISTÓRICO) ��� Resumo do 
processo com o histórico da sua marcha e seus incidentes mais 
importantes. 
O CPP exige: o nome das partes (ou as indicações possíveis para 
identificá-las) e a exposição sucinta da acusação e da defesa. 
A ausência do nome da vítima ou da data do crime, por exemplo, 
não é causa de nulidade da sentença (erro material). 
 
Art. 381. A sentença conterá: 
I - os nomes das partes ou, quando não possível, as 
indicações necessárias para identificá-las; 
II - a exposição sucinta da acusação e da defesa; 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. FUNDAMENTAÇÃO (OU MOTIVAÇÃO) ��� Desenvolvimento do 
raciocínio do juiz para chegar à conclusão, mediante a análise das 
provas dos autos. 
Exame do fato em sua amplitude e pormenores juridicamente 
apreciáveis e do direito aplicável à espécie. 
O CPP exige a indicação dos motivos de fato e de direito em que se 
fundar a decisão. Sentença vazia é aquela possível de anulação por 
falta de fundamentação. 
 
Art. 381. A sentença conterá: 
OBSERVAÇÃO 
 
A LEI Nº 9.099/95, AO DISPOR SOBRE OS JUIZADOS ESPECIAIS 
CRIMINAIS, PREVÊ QUE É DISPENSÁVEL O RELATÓRIO NOS CASOS 
DE SUA COMPETÊNCIA. ASSIM, PODEMOS AFIRMAR QUE 
REPRESENTA UMA EXCEÇÃO AO ART. 381, II, DO CÓDIGO DE 
PROCESSO PENAL. 
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[...] 
III - a indicação dos motivos de fato e de direito em que se 
fundar a decisão; 
 
Cabe ressaltar que, não é necessário que o magistrado, na 
sentença, transcreva toda a argumentação das partes, mas apenas 
que, sucintamente, exponha os fatos para não causar prejuízo a 
estas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. CONCLUSÃO (DECISÃO OU DISPOSITIVO) ��� Dispositivo final 
de indicação dos artigos de lei aplicados e outros dispositivos. É a 
subsunção da espécie à lei. 
 
Art. 381. A sentença conterá: 
[...] 
IV - a indicação dos artigos de lei aplicados; 
V - o dispositivo; 
 
Parte autenticada - data e assinatura do juiz. 
 
FUNDAMENTAÇÃO “PER RELAZIONE” 
 
Denomina-se fundamentação "per relazione" aquela em que o juiz ou Tribunal 
adota como suas as razões de decidir ou de argumentar de outra decisão 
judicial ou de alguma manifestação da parte ou do Ministério público, 
enquanto custos legis. 
Embora deva ser evitada, tal prática não nulifica a sentença ou acórdão, uma 
vez que, feita a menção, é como se a fundamentação referida estivesse 
sendo incorporada à decisão, ou seja, como se estivesse sendo citada entre 
aspas, não podendo ser acoimada de carente de motivação. 
Ex.: "O Tribunal de Justiça de São Paulo nega provimento ao apelo do réu, 
mantendo a r. Sentença condenatória, pelos seus próprios e judiciosos 
fundamentos, os quais são adotados neste acórdão como razão de decidir, 
sem necessidade de qualquer acréscimo". 
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 6.4.4 SENTENÇA SUICIDA 
 
Conforme o aplaudido professor Fernando Capez, a sentença suicida é 
a denominação dada quando a parte dispositiva - ou seja, de 
conclusão - do provimento sentencial contraria as razões invocadas na 
fundamentação. 
Esse tipo de sentença é nula dependendo da amplitude do seu vício, 
ou estará sujeita a oposição de embargos de declaração de cunho 
infringente (art. 382 do CPP) para a correção de erros conclusivos 
decorrente da contradição. 
 
Art. 382. Qualquer das partes poderá, no prazo de 2 (dois) 
dias, pedir ao juiz que declarea sentença, sempre que nela 
houver obscuridade, ambiguidade, contradição ou omissão. 
 
Cabe ressaltar que você não deve confundir a sentença suicida com a 
sentença vazia. Trata-se, esta última, de sentença que não incorpora a 
necessária fundamentação, afrontando o art. 93, IX, da Constituição 
Federal e o art. 381, III e IV, do Código Processual Penal. 
 
 6.4.5 PRINCÍPIO DA CORRELAÇÃO (CONGRUÊNCIA) 
 
O princípio da correlação determina que deve haver adequação entre o 
fato narrado na denúncia e aquele pelo qual o réu é condenado. 
Assim, por exemplo, réu denunciado pela prática de crime de roubo 
não pode, sem obediência ao disposto no art. 384 do CPP (analisarmos 
mais a frente), ser condenado pela prática de receptação, o que viola o 
princípio da correlação entre a denuncia e a sentença, garantia 
fundamental do acusado, que não pode ser condenado por crime não 
descrito na peça acusatória. 
 
Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se entender 
cabível nova definição jurídica do fato, em conseqüência de 
prova existente nos autos de elemento ou circunstância da 
infração penal não contida na acusação, o Ministério Público 
deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco) 
dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo 
em crime de ação pública, reduzindo-se a termo o 
aditamento, quando feito oralmente. 
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Com esse entendimento, o TJMG, dando provimento a recurso 
interposto pelo Ministério Público de Montes Claros, anulou decisão de 
primeiro grau em que o julgador havia condenado pela prática de 
receptação um réu denunciado pela prática de roubo. 
Sustentou o Ministério Público no seu arrazoado recursal, em síntese, 
que houve violação ao princípio da correlação entre acusação e 
sentença, com ofensa aos princípios do contraditório, ampla defesa e 
do devido processo legal, uma vez que a denúncia relatou ter o 
denunciado subtraído, para si, mediante grave ameaça um par de 
tênis da vítima, enquanto o juízo singelo o condenou nas iras do art. 
180 do CP (receptação), por entender que o réu não participou da 
subtração da res furtiva e que a elementar do crime de receptação 
estaria implícita na denúncia, sem, contudo, abrir, antes, nova 
oportunidade para a defesa se pronunciar sobre os novos fatos 
trazidos aos autos. 
No mérito, buscou ainda o Parquet a condenação do réu pela prática 
de roubo cometido contra a vítima. 
O acórdão foi assim ementado: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para que exista a devida correlação, prevê o código de Processo dois 
institutos que devem ser observados pelo magistrado, de acordo com 
o que o caso exigir. É o que veremos a seguir. 
 
 
APELAÇÃO CRIMINAL - DENÚNCIA PELO DELITO DE ROUBO - CONDENAÇÃO 
PELO CRIME DE RECEPTAÇÃO - VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DA CORRELAÇÃO - 
SENTENÇA ANULADA. 
Os fatos descritos na denúncia delimitam o campo de atuação do poder 
jurisdicional, coibindo, sob pena de nulidade, julgamento ‘extra’ ou ‘ultra 
petita’. 
Segundo o princípio da correlação o fato imputado ao réu, na denúncia, deve 
guardar correspondência com o fato reconhecido pelo magistrado, na 
sentença, sob pena de grave violação aos princípios do contraditório, da ampla 
defesa e do devido processo legal. 
Havendo violação ao princípio da congruência entre a acusação e a sentença, 
outra decisão deve ser proferida, com observância do disposto no art. 384 do 
CPP. 
(TJMG - AC 1.0433.05.146782-0 - 1a C.Crim. - Rel. Fernando Starling - j. 
26.05.2009) 
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6.4.6 EMENDATIO LIBELLI 
 
Emendatio libelli pode ser conceituada como a redefinição judicial da 
classificação jurídica contida na peça acusatória, denúncia ou queixa. 
Nesse caso, o juiz analisa os fatos ali descritos e atribui-lhes sua 
própria definição, de acordo com sua compreensão sobre eles, 
adequando-os a um tipo penal diverso do inicialmente imputado pelo 
promotor ou querelante. 
O instituto não é recente no ordenamento jurídico brasileiro. O Código 
de Processo Penal já o previa com a seguinte redação: 
 
Art. 383. O juiz poderá dar ao fato definição jurídica diversa 
da que constar da queixa ou da denúncia, ainda que, em 
conseqüência, tenha de aplicar pena mais grave. 
 
A recente modificação introduzida pela Lei nº 11.719, de 20 de junho 
de 2008, adotou a seguinte redação: 
 
Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida 
na denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica 
diversa, ainda que, em consequência, tenha de aplicar pena 
mais grave. 
§ 1º Se, em consequência de definição jurídica diversa, 
houver possibilidade de proposta de suspensão condicional 
do processo, o juiz procederá de acordo com o disposto na 
lei. 
§ 2º Tratando-se de infração da competência de outro juízo, 
a este serão encaminhados os autos. 
 
Com essa alteração, ressaltou-se a IMPOSSIBILIDADE de modificar 
a descrição dos fatos descritos na peça acusatória. 
Além disso, foram inseridos os parágrafos 1º e 2º, que apenas 
consolidaram na legislação uma prática já adotada pela jurisprudência. 
Assim, se em decorrência da nova classificação houver possibilidade de 
proposta de suspensão condicional do processo (art. 89 da lei nº 
9.099/95), o magistrado deverá adotar as medidas previstas para sua 
propositura (§ 1º). 
Se, entretanto, verificar que se trata de infração da competência de 
outro juízo, encaminhará a este os autos (§ 2º). 
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Exemplo: A denúncia narra que o sujeito, empregando violência, 
empurrou a vítima ao chão e arrebatou a corrente de seu pescoço, 
tendo o membro do Ministério Público classificado o fato como furto. 
Nada impede que o juiz corrija a classificação jurídica para roubo e 
condene o réu por tal delito. 
Cabe ressaltar que não há que se pensar em prejuízo para a defesa, 
pois, o réu se defende dos fatos e não da classificação legal. 
 
 6.4.7 MUTATIO LIBELLI 
 
Ao tratar do instituto em tela o art. 384 do CPP dispõe: 
 
Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se entender 
cabível nova definição jurídica do fato, em conseqüência de 
prova existente nos autos de elemento ou circunstância da 
infração penal não contida na acusação, o Ministério Público 
deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco) 
dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo 
em crime de ação pública, reduzindo-se a termo o 
aditamento, quando feito oralmente. 
§ 1o Não procedendo o órgão do Ministério Público ao 
aditamento, aplica-se o art. 28 deste Código. 
§ 2o Ouvido o defensor do acusado no prazo de 5 (cinco) 
dias e admitido o aditamento, o juiz, a requerimento de 
qualquer das partes, designará dia e hora para continuação 
da audiência, com inquirição de testemunhas, novo 
interrogatório do acusado, realização de debates e 
julgamento. 
§ 3o Aplicam-se as disposições dos §§ 1o e 2o do art. 383 
ao caput deste artigo. 
§ 4o Havendo aditamento, cada parte poderá arrolar até 3 
(três) testemunhas, noprazo de 5 (cinco) dias, ficando o 
juiz, na sentença, adstrito aos termos do aditamento. 
§ 5o Não recebido o aditamento, o processo prosseguirá. 
 
Aqui não se trata apenas de mudança na capitulação do delito, mas 
implica o surgimento de uma prova nova de elemento ou circunstância 
da infração penal não contida na inicial, que altera a definição do fato. 
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Ocorrendo esta situação, o Ministério Público deverá aditar a denúncia 
ou queixa subsidiária, no prazo de CINCO dias, podendo arrolar até 
três testemunhas. 
Em seguida, será ouvido o defensor do acusado, também no prazo de 
CINCO dias, podendo arrolar até três testemunhas. 
Caso admita o aditamento, o magistrado, a requerimento de qualquer 
das partes, designará dia e hora para a audiência, com inquirição de 
testemunhas, novo interrogatório do acusado e realização de debates 
e julgamento. 
Faz-se mister destacar que a sentença do juiz estará adstrita aos 
termos do aditamento. 
Exemplo: Tício é acusado e processado pelo delito de receptação, pois 
sabia estar na posse de carro objeto de roubo. Com a descoberta de 
novas provas, verifica-se que ele não sabia exatamente, mas deveria 
saber. Assim, o fato deixou de ser doloso para culposo, ensejando a 
medida em estudo. 
Cabe ressaltar que, da mesma forma que tratamos ao estudarmos a 
Emendatio Libelli, se em decorrência da nova classificação houver 
possibilidade de proposta de suspensão condicional do processo (art. 
89 da lei nº 9.099/95), o magistrado deverá adotar as medidas 
previstas para sua propositura (§ 1º). 
Se, entretanto, verificar que se trata de infração da competência de 
outro juízo, encaminhará a este os autos (§ 2º). 
 
Observação: Caso o MP não proceda o aditamento, o juiz 
encaminhará os autos ao Procurador Geral, nos termos do art. 28 do 
CPP (analisamos quando tratamos do arquivamento do inquérito 
policial). Relembre: 
 
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de 
apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do 
inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o 
juiz, no caso de considerar improcedentes as razões 
invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de 
informação ao procurador-geral, e este oferecerá a 
denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para 
oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual 
só então estará o juiz obrigado a atender. 
 
 
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 6.4.8 EMENDATIO LIBELLI E MUTATIO LIBELLI – CABIMENTO 
NA 2ª INSTÂNCIA 
 
A Emendatio libelli pode ser feita em 2º grau, salvo se o recurso for 
exclusivo da defesa, pois é vedada a reformatio in pejus. 
Apesar de haver divergências, para a sua PROVA, a Mutatio libelli não 
pode ser aplicada em segunda instância, nos termos da súmula 453 do 
STF: 
 
Não se aplicam à segunda instância o art. 384 e parágrafo 
único do código de processo penal, que possibilitam dar 
nova definição jurídica ao fato delituoso, em virtude de 
circunstância elementar não contida, explícita ou 
implicitamente, na denúncia ou queixa. 
 
 6.4.9 SENTENÇA ABSOLUTÓRIA 
 
Como vimos, absolutórias são as sentenças que julgam improcedente 
a pretensão punitiva. 
A sentença é, então, absolutória quando se julga improcedente a 
acusação e ocorre nas hipóteses mencionadas no art. 386 do CPP. 
 
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na 
parte dispositiva, desde que reconheça: 
I - estar provada a inexistência do fato; 
II - não haver prova da existência do fato; 
III - não constituir o fato infração penal; 
IV – estar provado que o réu não concorreu para a infração 
penal; 
V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração 
penal; 
VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou 
isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1o do 
art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver 
fundada dúvida sobre sua existência; 
VII – não existir prova suficiente para a condenação. 
 
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De acordo com o mencionado dispositivo, a absolvição será decretada 
desde que o juiz reconheça “estar provada a inexistência do fato” (inc. 
I). Tendo ficado comprovado que o fato imputado ao acusado não 
ocorreu, impõe-se a absolvição. 
Assim, para que haja a absolvição pelo inciso I do referido preceito, é 
necessário que fique minudentemente demonstrado que o fato, no 
qual a denúncia é embasada, nunca existiu. 
Eis o exemplo clássico da pseudovítima de um homicídio que 
reaparece sem apresentar qualquer dano a sua integridade física. Ou 
um exemplo em que a coisa que se pretendia ter sido subtraída 
(furtada), a coisa tida como objeto do furto, é encontrada 
posteriormente no interior do automóvel do pseudo-ofendido. 
Também tem lugar a absolvição quando o juiz reconhece “não haver 
prova da existência do fato” (inc. II). Nessa hipótese o fato criminoso 
pode ter sucedido, acontecido, mas não se esclareceu devidamente a 
sua ocorrência. 
Exemplificando: na acusação de furto não se comprovou ter havido 
subtração de coisa alguma da vítima; na acusação de estupro ou 
corrupção de menores não haver elementos seguros na prova pericial 
de que houve conjunção carnal afirmada pela vítima. 
 
É absolvido, ainda, o acusado quando “não constituir o fato infração 
penal” (inc. III). 
Embora o fato tenha ocorrido, não é ele típico, não está caracterizado 
por nenhuma descrição abstrata da lei penal. É a hipótese, por 
exemplo, de se concluir por fraude civil em acusação de estelionato, 
ou de se verificar que a vítima de sedução já tinha mais de 18 anos na 
época do fato. 
 
Pode a absolvição se dar por “estar provado que o réu não concorreu 
para a infração penal” (inc. IV) ou por “não haver prova de ter o réu 
concorrido para a infração penal” (inc. V). Não ficando evidenciado que 
o acusado tenha executado o crime ou tenha participado dele inexiste 
a prova da autoria ou da participação, o que enseja a sua absolvição. 
 
Também é absolvido o acusado quando “existirem circunstâncias que 
excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e 
§ 1o do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundada 
dúvida sobre sua existência)”. (inc. VI). 
Refere-se esse preceito às causas excludentes da antijuridicidade ou 
ilicitude (justificativas) e às causas excludentes da culpabilidade 
(dirimentes). 
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As causas excludentes de ilicitude são as causas em que não há crime, 
previstas no art. 23 do CP (estado de necessidade, legítima defesa, 
estrito cumprimento do dever legal e exercício regular de direito). 
As causas excludentes da culpabilidade estão previstas nos artigos 21 
e 22, 26 e 28 do CP (coação irresistível, obediência hierárquica, 
inimputabilidade por doença mental, desenvolvimento mental 
incompletoe desenvolvimento mental retardado e embriaguez fortuita 
completa). 
Por último, o réu deve ser absolvido se “não existir prova suficiente 
para a condenação” (inc. VII). 
Neste caso, as provas não são seguras de modo a amparar decisão 
condenatória; apesar de existirem provas, elas não autorizam juízo de 
certeza para condenação. 
 
Por fim, cabe ressaltar que o réu absolvido pode apelar da decisão 
definitiva absolutória para obter a modificação do fundamento legal de 
sua absolvição quando preenchido os necessários pressupostos do 
recurso que são o interesse e a sucumbência (prejuízo sofrido). 
Assim, por exemplo, se absolvido o réu por insuficiência de prova, 
pode pretender o reconhecimento da inexistência do fato ou de não 
constituir o fato uma infração penal. 
 
 6.4.9.1 EFEITOS SENTENÇA ABSOLUTÓRIA 
 
Os possíveis efeitos da sentença absolutória estão descritos no 
parágrafo único do art. 386 do código de Processo Penal. Segundo o 
citado dispositivo, na sentença absolutória, o juiz: 
 
� MANDARÁ, SE FOR O CASO, PÔR O RÉU EM LIBERDADE; 
� ORDENARÁ A CESSAÇÃO DAS MEDIDAS CAUTELARES E 
PROVISORIAMENTE APLICADAS; 
� APLICARÁ MEDIDA DE SEGURANÇA, SE CABÍVEL. 
 
 6.4.10 SENTENÇA CONDENATÓRIA 
 
Como já analisamos, sentença condenatória é aquela que reconhece a 
responsabilidade criminal do réu em virtude de infração a uma norma 
penal incriminadora, imputando-lhe, em consequência, uma pena. 
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Exige, assim, comprovação plena acerca da autoria e da materialidade 
do crime imputado, não bastando mero juízo de possibilidade ou 
probabilidade. 
 
 6.4.10.1 EFEITOS SENTENÇA CONDENATÓRIA 
 
Podemos dividir os efeitos penais da sentença penal em primários 
(principais) e secundários (reflexos). 
Vamos começar, analisando o efeito primário. É ele: 
 
1. IMPOSIÇÃO DE PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE, 
RESTRITIVA DE DIREITOS OU MULTA. 
 
Vamos passar agora ao estudo dos efeitos penais reflexos, também 
chamados de secundários: 
 
1. REVOGAÇÃO DO SURSIS E DO LIVRAMENTO 
CONDICIONAL ��� Uma condenação transitada em julgado 
poderá acarretar a revogação do sursis e do livramento 
condicional, autorizados devido à condenação em outro 
processo. 
 
2. REINCIDÊNCIA ��� O indivíduo apenas será considerado 
reincidente se for condenado a fato praticado no máximo 
até cinco anos após o cumprimento da pena imposta devido 
a condenação anterior. 
 
3. REGRESSÃO DO REGIME CARCERÁRIO. 
 
4. OBRIGAÇÃO DE REPARAR O DANO � Podemos dizer que 
a sentença condenatória vincula o juízo cível. 
Assim, ao transitar em julgado, a sentença assume a 
característica de título executivo judicial, podendo ser 
executada pela vítima ou por seus herdeiros. 
É importante ressaltar que com o advento da lei nº 
11.719/08 o art. 387, IV do CPP passou a dispor: 
 
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Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória: 
[...] 
IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos 
causados pela infração, considerando os prejuízos 
sofridos pelo ofendido; 
 
Este arbitramento do quantum indenizatório definido pelo 
juiz ao proferir a sentença, apesar de não impedir a vítima 
de apurar, no juízo cível, o prejuízo efetivamente sofrido, 
faz com que a sentença penal assuma, desde logo a função 
de título executivo líquido, proporcionando que o ofendido 
ajuíze, logo apões o trânsito em julgado, a ação de 
execução. 
 
5. PERDA EM FAVOR DA UNIÃO, DOS INSTRUMENTOS 
UTILIZADOS NA PRÁTICA DO CRIME, DESDE QUE 
CONSISTAM EM OBJETOS QUE ESTEJAM EM 
SITUAÇÃO DE ILEGALIDADE NOS INSTANTES QUE 
ANTECEDERAM A PRÁTICA DA INFRAÇÃO. 
 
6. PERDA EM FAVOR DA UNIÃO DOS BENS ADQUIRIDOS 
COM O PRODUTO DA INFRAÇÃO PENAL 
 
 6.4.11 INTIMAÇÃO DA SENTENÇA 
 
A sentença é ato jurisdicional pronto e acabado quando o juiz a publica 
em mão do escrivão (art. 389) ou quando é assinado o termo de 
audiência em que foi proferida. 
 
Art. 388. A sentença poderá ser datilografada e neste caso 
o juiz a rubricará em todas as folhas. 
Art. 389. A sentença será publicada em mão do escrivão, 
que lavrará nos autos o respectivo termo, registrando-a em 
livro especialmente destinado a esse fim. 
 
A publicação em mão do escrivão é a entrega formal ao serventuário 
que torna a sentença pública, devendo, em seguida, haver a intimação 
das partes, o que, todavia, não mais interfere em sua integridade. 
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A intimação é ato posterior, para conhecimento das partes, mas a 
sentença já é ato perfeito e acabado a partir do momento da entrega, 
devendo o escrivão lavrar termo de registro em livro próprio. É nessa 
data que fica interrompida a prescrição, independentemente da data 
da futura intimação. 
A intimação, que é ato de comunicação processual, tem por finalidade 
dar ciência às partes do teor da sentença, para que possam, se 
quiserem, recorrer, e para que possa, inexistindo recurso ou esgotado 
este, ocorrer a coisa julgada. 
Os arts. 390 a 392 disciplinam a intimação da sentença, instituindo 
regras que devem ser observadas estritamente a fim de que ocorra o 
efeito acima apontado. 
Essas regras devem ser cumpridas independentemente da situação de 
presença ou revelia do réu anteriormente no processo, devendo, cada 
situação prevista, ser verificada no momento da intimação da própria 
sentença. 
O primeiro a ser intimado da sentença deve ser o Ministério Público, no 
prazo de 03 dias, e como nas suas demais intimações deve ela ser 
feita pessoalmente, com os autos, neles apondo seu "ciente". 
O querelante ou o assistente será intimado da sentença, pessoalmente 
ou na pessoa de seu advogado. Se nenhum deles for encontrado no 
lugar da sede do juízo, a intimação será feita mediante edital com o 
prazo de 10 dias, afixado no lugar de costume (art. 391). 
 
 Art. 391. O querelante ou o assistente será intimado da 
sentença, pessoalmente ou na pessoa de seu advogado. Se 
nenhum deles for encontrado no lugar da sede do juízo, a 
intimação será feita mediante edital com o prazo de 10 dias, 
afixado no lugar de costume. 
 
A intimação da sentença condenatória ao réu obedece às regras do art. 
392, que prevê situações específicas com procedimentos específicos e 
que não podem ser substituídos, sob pena de a sentença não transitar 
em julgado. Assim, vamos verificar o texto legal e,posteriormente, 
analisar o dispositivo: 
 
Art. 392. A intimação da sentença será feita: 
I - ao réu, pessoalmente, se estiver preso; 
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II - ao réu, pessoalmente, ou ao defensor por ele 
constituído, quando se livrar solto, ou, sendo afiançável a 
infração, tiver prestado fiança; 
III - ao defensor constituído pelo réu, se este, afiançável, ou 
não, a infração, expedido o mandadode prisão, não tiver 
sido encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça; 
IV - mediante edital, nos casos do no II, se o réu e o 
defensor que houver constituído não forem encontrados, e 
assim o certificar o oficial de justiça; 
V - mediante edital, nos casos do no III, se o defensor que o 
réu houver constituído também não for encontrado, e assim 
o certificar o oficial de justiça; 
VI - mediante edital, se o réu, não tendo constituído 
defensor, não for encontrado, e assim o certificar o oficial de 
justiça. 
§ 1o O prazo do edital será de 90 dias, se tiver sido imposta 
pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a 
um ano, e de 60 dias, nos outros casos. 
§ 2o O prazo para apelação correrá após o término do fixado 
no edital, salvo se, no curso deste, for feita a intimação por 
qualquer das outras formas estabelecidas neste artigo. 
 
As situações são as seguintes: 
 
1. Se o réu estiver preso a intimação será sempre pessoal. 
Mas e se o acusado estava solto e durante o andamento de outra 
forma de citação vem a ser preso: 
Neste caso, sendo preso, a intimação pessoal passa a ser 
obrigatória. 
 
2. Se o réu estiver solto e não for expedido mandado de prisão, a 
intimação será feita ou ao réu pessoalmente, ou ao defensor 
constituído. 
O inc. II do art. 392 refere à prestação de fiança e a hipótese de 
o acusado livrar-se solto, apenas. Com as modificações ocorridas 
no sistema da liberdade provisória, devemos entender o 
dispositivo como aplicável a todas as hipóteses em que não é 
expedido mandado de prisão, ainda que fora das hipóteses 
originariamente previstas. 
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A intimação, no caso, é alternativa, e, se feita em ambas as 
pessoas, não tem ordem determinada, mas o prazo de recurso 
começa a correr a partir da última. 
 
3. Se foi expedido mandado de prisão e o acusado não foi 
encontrado, faz-se a intimação na pessoa do advogado 
constituído. O oficial de justiça, no caso, deve certificar que o 
acusado não foi encontrado, concluindo-se, pois, que deve ser 
tentada, primeiro, a intimação pessoal. 
 
4. Nas demais situações não previstas expressamente nos itens 
anteriores, a intimação far-se-á por edital, e essas situações são 
as seguintes: 
 
� Não foi expedido mandado de prisão e não é encontrado 
nem o réu nem o defensor constituído, após certificar essas 
ocorrências o oficial de justiça; 
� Foi expedido mandado de prisão e não se encontra o réu 
nem o advogado constituído, assim certificando o oficial de 
justiça; 
� O acusado não tem defensor constituído e não é 
encontrado, com certidão do oficial de justiça. 
 
Nesta última situação, o advogado dativo pode e deve ser intimado, 
podendo, também, recorrer, mas a intimação do dativo não dispensa a 
intimação do réu, pessoalmente ou por edital. Se a intimação do réu, 
por uma dessas formas, não for feita, a sentença não transitará em 
julgado e o eventual recurso do dativo não poderá ser examinado 
enquanto ela não se efetivar. 
No caso de necessidade de intimação por edital, o seu prazo será de 
90 dias se tiver sido imposta pena privativa de liberdade por tempo 
igual ou superior a um ano e de 60 dias nos outros casos. 
O prazo para apelação corre após o término do prazo fixado no edital, 
salvo se, no curso deste, for feita a intimação por uma das outras 
formas, pessoalmente ao réu ou ao constituído, formas de intimação 
que têm precedência. 
No direito brasileiro não existe o processo contumacial como concebido 
na legislação italiana, na qual a sentença. resultante de processo que 
se desenvolveu à revelia, tem meios diferentes e mais amplos de 
impugnação. 
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Assim, feita a citação por edital, nos casos e obedecidas as 
formalidades legais, bem como feita a intimação correta da sentença, 
esta tem a mesma eficácia e pode sofrer os mesmos meios de 
impugnação da sentença produzida em processo que se desenvolveu 
em contraditório pleno. 
 
*********************************************************** 
 
Caro(a) Aluno(a), 
 
Mais um passo dado rumo a tão sonhada aprovação. 
 
Agora é hora de consolidar os conceitos com os exercícios e seguir em 
frente com força total. 
 
Lembre-se sempre que o seu sucesso só depende de você!!! 
 
Abraços e bons estudos, 
 
Pedro Ivo 
 
A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, 
cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a 
cortina se feche e a peça termine sem aplausos. 
Charles Chaplin 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
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EEXXEERRCCÍÍCCIIOOSS 
 
1. (CESPE / Analista - TJ-RO / 2012) A lei processual penal 
determina que as intimações do defensor constituído e do 
representante do MP sejam feitas pessoalmente, por força de 
mandado. 
 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: De acordo com o art. 370 e seus parágrafos, a 
intimação do defensor constituído, do advogado do querelante e do 
assistente far-se-á por publicação no órgão incumbido da publicidade dos 
atos judiciais da comarca, incluindo, sob pena de nulidade, o nome do 
acusado. A intimação do Ministério Público e do defensor nomeado será 
pessoal. 
 
2. (CESPE / Analista - TJ-RO / 2012) Se o acusado, citado por 
edital, não comparecer nem constituir advogado, deverá o 
magistrado suspender o processo, bem como o curso do prazo 
prescricional, sem prejuízo da realização de provas antecipadas. 
 
GABARITO: CERTA 
COMENTÁRIOS: Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem 
constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo 
prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das 
provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, 
nos termos do disposto no art. 312. (ART. 366). 
 
3. (CESPE / Analista - TJ-AC / 2012) Tratando-se de oitiva de 
testemunhas por carta precatória, basta a intimação da expedição 
da carta, sendo, portanto, desnecessária a intimação da data de 
audiência no juízo deprecado, inclusive nos casos de réus 
defendidos por defensor público. 
 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: Como regra, é desnecessária a intimação, pelo juízo 
deprecado, da data da audiência, se a parte foi intimada da expedição da 
carta precatória. Assim leciona a Súmula 273 do STJ. 
 
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ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
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Contudo, em se tratando da Defensoria Pública o entendimento não se 
aplica, em especial pela prerrogativa de intimação pessoal. O STF, no 
informativo nº 686, assim já se manifestou. Veja: 
 
“Em razão da peculiaridade do caso, a 1ª Turma deu provimento a recurso 
ordinário em habeas corpus para reconhecer nulidade processual em face 
da não intimação da Defensoria Pública do local de cumprimento de carta 
precatória. Na espécie, o juízo deprecado nomeara

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