Buscar

Aula 10 (6)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 49 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 49 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 49 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 
 
1 
DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
AULA 11 - LEI DE EXECUÇÃO PENAL – LEI 7.210/84 
 
Futuro APROVADO! 
 
Seja bem vindo à nossa última aula! 
 
Motivação total e bons estudos!!! 
 
 
***************************************************************** 
 
11.1 LEI DE EXECUÇÃO PENAL 
 
A partir de agora começaremos a analisar a LEP. Trata-se de uma lei longa, mas 
que será tratada com grande objetividade e foco em sua PROVA. Assim, vamos 
iniciar a análise dos dispositivos legais desta importante lei. 
 
Art. 1º A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou 
decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do 
condenado e do internado. 
 
A execução penal é a fase do processo penal em que o estado faz valer a sua 
pretensão punitiva, ora convertida em pretensão executória. 
Trata-se preponderantemente de processo jurisdicional, vinculado à atividade 
administrativa, que tem por fim a efetividade da pretensão punitiva estatal. 
Portanto, a execução da pena caracteriza-se como atividade complexa, 
desenvolvida simultaneamente nos planos jurisdicional e administrativo. 
O Direito de Execução Penal (Exposição de motivos da LEP, itens 9 a 12) é o 
ramo autônomo do Direito Público que se ocupa da EFETIVAÇÃO DA PENA 
APLICADA, ORIENTANDO-SE POR PRINCÍPIOS PRÓPRIOS, PORÉM 
INTIMAMENTE LIGADO AO Direito Penal e ao Direito Processual Penal. 
 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 
 
2 
DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
A existência de uma sentença penal condenatória transitada em julgado, impondo 
pena privativa de liberdade, restritiva de direitos ou multa, bem como sentença 
absolutória imprópria, que imponha medida de segurança. 
Admite-se, ainda, a execução provisória da pena privativa de liberdade em 
caráter excepcional, quando for medida benéfica ao condenado, mesmo que não 
tenha ocorrido o trânsito em julgado da sentença. 
 
Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça ordinária, em todo o 
Território Nacional, será exercida, no processo de execução, na conformidade desta 
Lei e do Código de Processo Penal. 
 
Em regra, compete à Justiça comum estadual a execução, ressalvando-se os 
casos de pena cumprida em estabelecimento federal de segurança máxima, 
conforme será abordado em tópico posterior. 
A aplicação do CPP na fase de execução é sempre subsidiária, quando não houver 
disposição expressa acercada matéria na LEP. Havendo conflito, deve prevalecer 
a LEP, por ser norma especial e posterior. 
 
Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao preso provisório e ao 
condenado pela Justiça Eleitoral ou Militar, quando recolhido a estabelecimento 
sujeito à jurisdição ordinária. 
 
Conforme entendimento dos Tribunais Superiores, viola o princípio da não-
culpabilidade a execução da pena privativa de liberdade antes do trânsito em 
julgado da sentença condenatória, ressalvada a hipótese de prisão cautelar 
do réu, desde que presentes os requisitos autorizadores previstos no art. 
312, do CPP. A execução provisória da pena sem a demonstração dos requisitos 
cautelares caracteriza constrangimento ilegal. (STF, HC 84078, Relator Min. Eros 
Grau, Tribunal Pleno, Dje 25-02-2010; STJ, HC 203.984/SP, Rel. Ministro Gilson 
Dipp. Quinta Turma, Dje, 17-08-2011). 
Assim, para o réu preso cautelarmente, admite-se a expedição de carta de 
execução provisória de sentença (guia de recolhimento), de forma a permitir que, 
mesmo sem o trânsito em julgado, possa usufruir dos benefícios da execução, 
sobretudo a progressão de regime. 
As execuções das sentenças proferidas nas justiças especializadas competem à 
justiça estadual quando os presos estiverem recolhidos em estabelecimentos 
penais estaduais, submetendo-se ao regramento da LEP. Assim, por exemplo, um 
militar condenado pela justiça militar à pena superior a 2 (dois) anos, que tenha 
sido excluído (praça) ou perdido o posto e a patente (oficial), será recolhido a 
estabelecimento penal comum e executado à luz da LEP (art. 61, do Código Penal 
Militar). 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 
 
3 
DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
 
Art. 3º Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos não 
atingidos pela sentença ou pela lei. 
Parágrafo único. Não haverá qualquer distinção de natureza racial, social, religiosa 
ou política. 
 
Alguns direitos são atingidos com a execução da pena privativa de liberdade ou 
restritiva de direitos. Os demais direitos são preservados. 
DIREITOS POLÍTICOS ��� Com o trânsito em julgado da sentença condenatória, 
os direitos políticos são suspensos, nos termos do artigo 15, III, da Constituição 
da República, não podendo o condenado votar nem ser votado, mesmo que não 
esteja em regime fechado. Todavia, não há que se falar em suspensão dos 
direitos políticos do preso provisoriamente. Por essa razão, o TSE 
determinou a criação de seções eleitorais especiais em estabelecimentos 
penais e em unidades de internação de adolescentes, a fim de que os 
presos provisórios e os adolescentes internados tenham assegurado o 
direito de voto, sendo a matéria regulamentada na Instrução nº29667, 
Resolução nº23219, de 02/03/2010. 
 
Art. 5º Os condenados serão classificados, segundo os seus antecedentes e 
personalidade, para orientar a individualização da execução penal. 
 
A LEP determina que os condenados devem ser distribuídos em classes, de 
acordo com determinados critérios, a fim de que as penas sejam cumpridas 
atendendo ao preceito constitucional de individualização da pena (art. 5º,XLVI, 
CR). Portanto, não se devem inserir no mesmo contexto condenados 
diferenciados, como por exemplo, reincidentes e primários. 
Para orientar a classificação, procede-se à análise da folha de antecedentes 
criminais, bem como ao estudo da personalidade do apenado, levando-se em 
consideração sua conformação física, seu temperamento e seu caráter, dentre 
outros aspectos. 
 
Art. 6o A classificação será feita por Comissão Técnica de Classificação que elaborará 
o programa individualizador da pena privativa de liberdade adequada ao condenado 
ou preso provisório. 
 
A Comissão Técnica de Classificação, com base no exame de classificação, deve 
elaborar um programa que orientará o cumprimento d pena. Note-se que, com a 
mudança promovida pela lei 10792/22003, a referida comissão não acompanha 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 
 
4 
DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
mais a execução, não lhe cabendo mais propor à autoridade judicial as 
progressões e regressões de regime e as conversões. 
 
Art. 7º A Comissão Técnica de Classificação, existente em cada estabelecimento, 
será presidida pelo diretor e composta, no mínimo, por 2 (dois) chefes de serviço, 1 
(um) psiquiatra, 1 (um) psicólogo e 1 (um) assistente social, quando se tratar de 
condenado à pena privativa de liberdade. 
Parágrafo único. Nos demais casos a Comissão atuará junto ao Juízo da Execução e 
será integrada por fiscais do serviço social.Quanto às penas privativas de liberdade, a LEP determina a existência da 
Comissão no estabelecimento penal, indicando sua composição mínima, que inclui 
profissionais de várias áreas habilitados a uma correta observação do preso. Nos 
demais casos (penas restritivas de direitos ou multa), a comissão dará apoio ao 
juízo da execução, funcionando junto a esse. 
 
Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime 
fechado, será submetido a exame criminológico para a obtenção dos elementos 
necessários a uma adequada classificação e com vistas à individualização da 
execução. 
 
A LEP, nos mesmos moldes do art. 34, do CP, exige a realização de exame 
criminológico para o início do cumprimento da pena em regime fechado. Tal 
exame é facultativo para o início de cumprimento de pena em regime semiaberto. 
 
Art. 11. A assistência será: 
I - material; 
II - à saúde; 
III -jurídica; 
IV - educacional; 
V - social; 
VI - religiosa. 
 
A assistência ao preso, ao internado e ao egresso (v. art.26, LEP) é ferramenta 
fundamental para a função de prevenção especial positiva da pena, pois busca, 
criar mecanismos que favoreçam a sua reinserção ao convívio social. Para tanto, 
impõe-se ao Estado o dever de prestar assistência material, à saúde, jurídica, 
educacional, social e religiosa. 
 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 
 
5 
DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e condição de dignidade 
humana, terá finalidade educativa e produtiva. 
§ 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho as precauções relativas à 
segurança e à higiene. 
§ 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime da Consolidação das Leis do 
Trabalho. 
 
O trabalho interno do preso condenado é obrigatório (art. 39, V, LEP) e essencial 
à reeducação, não se confundindo tal dever social com “Pena de trabalhos 
forçados” que é vedada pela Constituição (art. 5º XLVII, c, CR/88). Portanto, não 
se pode exigir do preso o trabalho sob pena de imposição de castigos físicos, 
privação alimentos ou qualquer tipo de punição. Ademais, o trabalho não pode 
ser exigido do preso sem a devida contraprestação de remuneração ou de 
qualquer benefício da execução. 
A recusa injustificada ao trabalho importa em falta grave à execução (art. 50, VI, 
LEP), acarretando a perda de benefícios, tais como a progressão de regime, 
livramento condicional, o indulto e a remição. 
O preso não está sujeito à CLT, não tendo direito aos benéficos ordinários dos 
trabalhadores (horas extraordinárias, 13º salário, férias, adicional de férias). Tal 
ocorre porque o trabalho do preso já implica outros benefícios específicos da 
execução, como a remição, sem prejuízo de sua remuneração. 
 
Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela, não podendo 
ser inferior a 3/4 (três quartos) do salário mínimo. 
§ 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender: 
a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde que determinados 
judicialmente e não reparados por outros meios; 
b) à assistência à família; 
c) a pequenas despesas pessoais; 
d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manutenção do 
condenado, em proporção a ser fixada e sem prejuízo da destinação prevista nas 
letras anteriores. 
§ 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a parte restante para 
constituição do pecúlio, em Caderneta de Poupança, que será entregue ao 
condenado quando posto em liberdade. 
 
A remuneração mínima do peso, prefixada em tabela, não pode ser inferior a ¾ 
(três quartos) do salário mínimo. 
 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 
 
6 
DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Art. 30. As tarefas executadas como prestação de serviço à comunidade não serão 
remuneradas. 
 
Por ser pena restritiva de direitos, a prestação de serviços à comunidade consiste 
na atribuição de tarefas gratuitas, não se confundindo com o trabalho 
remunerado do preso. 
 
Art. 31. O condenado à pena privativa de liberdade está obrigado ao trabalho na 
medida de suas aptidões e capacidade. 
Parágrafo único. Para o preso provisório, o trabalho não é obrigatório e só poderá 
ser executado no interior do estabelecimento. 
 
A regra é o trabalho interno, a que se obriga o condenado à pena privativa de 
liberdade, dentro de suas aptidões, conforme verificado no exame de 
classificação, sem prejuízo de capacitação através de curso profissionalizante 
(art. 19, LEP). 
Quanto ao preso provisório, o trabalho é facultativo. Contudo, considerando-se a 
possibilidade de progressão de regime em execução provisória da pena e de 
remição, é essencial que o preso tenha essa oportunidade de trabalhar para fazer 
jus ao benefício. 
 
Art. 32. Na atribuição do trabalho deverão ser levadas em conta a habilitação, a 
condição pessoal e as necessidades futuras do preso, bem como as oportunidades 
oferecidas pelo mercado. 
§ 1º Deverá ser limitado, tanto quanto possível, o artesanato sem expressão 
econômica, salvo nas regiões de turismo. 
§ 2º Os maiores de 60 (sessenta) anos poderão solicitar ocupação adequada à sua 
idade. 
§ 3º Os doentes ou deficientes físicos somente exercerão atividades apropriadas ao 
seu estado. 
A LEP apresenta alguns critérios a serem observados na atribuição do trabalho ao 
preso, de um lado, considerando-se suas condições pessoais, sua habilitação e 
suas necessidades futuras e, de outro, as oportunidades do mercado. Salvo 
naquelas regiões em que a atividade econômica seja fortemente ligada ao 
turismo, deve-se evitar o artesanato sem valor comercial. Tal medida se justifica 
porque o objetivo do trabalho do preso não é dar-lhe um mero “passatempo”, 
mas prepará-lo para a reinserção no mercado de trabalho. A lei também se 
preocupou em registrar que o trabalho dos idosos (maiores de 60 anos), doentes 
e deficientes físicos deve ser adequado às suas condições pessoais. 
 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 
 
7 
DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Art. 33. A jornada normal de trabalho não será inferior a 6 (seis) nem superior a 8 
(oito) horas, com descanso nos domingos e feriados. 
Parágrafo único. Poderá ser atribuído horário especial de trabalho aos presos 
designados para os serviços de conservação e manutenção do estabelecimento 
penal. 
 
Deve-se respeitar a jornada de trabalho mínima de 6 (seis) horas e máxima de 8 
(oito) horas, bem como o repouso aos domingos e feriados. Ressalvam-se os 
serviços de conservação e manutenção do estabelecimento, que poderão ter 
horários especiais. 
 
Art. 36. O trabalho externo será admissível para os presos em regime fechado 
somente em serviço ou obras públicas realizadas por órgãos da Administração 
Direta ou Indireta, ou entidades privadas, desde que tomadas as cautelas contra a 
fuga e em favor da disciplina. 
§ 1º O limite máximo do número de presos será de 10% (dez por cento) do total de 
empregados na obra. 
§ 2º Caberá ao órgão da administração, à entidade ou à empresa empreiteira a 
remuneração desse trabalho. 
§ 3º A prestação de trabalho à entidade privada depende do consentimento 
expresso do preso. 
Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela direção doestabelecimento, dependerá de aptidão, disciplina e responsabilidade, além do 
cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena. 
Parágrafo único. Revogar-se-á a autorização de trabalho externo ao preso que vier 
a praticar fato definido como crime, for punido por falta grave, ou tiver 
comportamento contrário aos requisitos estabelecidos neste artigo. 
 
O trabalho externo em regime fechado é situação excepcional, admitindo-se sua 
realização em serviços ou obras públicas, desde que adotadas as cautelas contra 
fugas e mantida a disciplina. Para tanto, do total de trabalhadores na obra, no 
máximo 10% (dez por cento) podem ser presos. 
Segundo orientação do STJ, não há óbice à realização de trabalho externo por 
aquele condenado por crime hediondo (HC35004/DF). 
 
REQUISITOS ��� O trabalho externo não depende de autorização judicial, 
bastando que a direção do estabelecimento o autorize. O preso deverá ter 
cumprido pelo menos 1/6 da pena e demonstrar senso de disciplina e 
responsabilidade, além de ser apto para o serviço. O trabalho extramuros, nos 
termos do art. 35, parágrafo 2º, do Código Penal, é admissível aos apenados em 
regime semiaberto, como forma de reintegrar o preso, aos poucos, à vida em 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 
 
8 
DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
comunidade. Todavia, a progressão ao regime semiaberto não autoriza, por si só, 
o deferimento do pedido de trabalho externo. 
O benefício será revogado se o preso praticar fato definido como crime (não se 
exigindo processo nem condenação), bem como se for punido por falta grave ou 
se apresentar comportamento incompatível. 
 
Art. 40 - Impõe-se a todas as autoridades o respeito à integridade física e moral dos 
condenados e dos presos provisórios. 
 
As autoridades envolvidas na execução são responsáveis pelo respeito à 
integridade física e moral dos condenados e dos presos provisórios. O Estado 
deve ser responsabilizado pela omissão de seus agentes penitenciários, em caso 
de presidiário morto por outro dentro das dependências do presídio, quando era 
de conhecimento da administração prisional que a vítima vinha sendo ameaçada 
de morte, já que, tendo a obrigação de velar pela incolumidade e integridade 
física dos detentos, não tomou providências para evitar que tal fato viesse a 
acontecer. 
 
Art. 41 - Constituem direitos do preso: 
I - alimentação suficiente e vestuário; 
II - atribuição de trabalho e sua remuneração; 
III - Previdência Social; 
IV - constituição de pecúlio; 
V - proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a 
recreação; 
VI - exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas 
anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena; 
VII - assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa; 
VIII - proteção contra qualquer forma de sensacionalismo; 
IX - entrevista pessoal e reservada com o advogado; 
X - visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados; 
XI - chamamento nominal; 
XII - igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da individualização da 
pena; 
XIII - audiência especial com o diretor do estabelecimento; 
XIV - representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito; 
XV - contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura 
e de outros meios de informação que não comprometam a moral e os bons 
costumes. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 
 
9 
DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da 
responsabilidade da autoridade judiciária competente. (Incluído pela Lei nº 10.713, de 
2003) 
Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X e XV poderão ser suspensos 
ou restringidos mediante ato motivado do diretor do estabelecimento. 
Art. 42 - Aplica-se ao preso provisório e ao submetido à medida de segurança, no 
que couber, o disposto nesta Seção. 
Art. 43 - É garantida a liberdade de contratar médico de confiança pessoal do 
internado ou do submetido a tratamento ambulatorial, por seus familiares ou 
dependentes, a fim de orientar e acompanhar o tratamento. 
Parágrafo único. As divergências entre o médico oficial e o particular serão 
resolvidas pelo Juiz da execução. 
 
O rol do artigo 41, LEP é meramente exemplificativo, já que é impossível esgotar 
todos os direitos atinentes à pessoa humana, mesmo que se encontre cumprindo 
pena, sujeitando-se a uma série de restrições. 
 
Art. 48. Na execução das penas restritivas de direitos, o poder disciplinar será 
exercido pela autoridade administrativa a que estiver sujeito o condenado. 
Parágrafo único. Nas faltas graves, a autoridade representará ao Juiz da execução 
para os fins dos artigos 118, inciso I, 125, 127, 181, §§ 1º, letra d, e 2º desta Lei. 
 
Compete à autoridade administrativa (Diretor do estabelecimento) o exercício do 
poder disciplinar, sendo incabível a delegação. Não há necessidade de 
comunicação ao juiz da execução acerca da imposição de sanções disciplinares, 
salvo na hipótese de cometimento de falta grave, em que a autoridade deve 
representar para os fins dos artigos 118, inciso I (regressão), 125 (revogação de 
saídas temporárias), 127 (perda dos dias remidos), 181 (conversão da pena 
restritiva de direitos em privativa de3 liberdade), parágrafos 1º, letra d, e 2º, 
todos da LEP. 
 
Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se em leves, médias e graves. A 
legislação local especificará as leves e médias, bem assim as respectivas sanções. 
Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a sanção correspondente à falta 
consumada. 
 
A LEP classifica as faltas em leves, médias e graves, deixando a especificação das 
duas primeiras espécies aos cuidados do legislador local. Já as faltas graves são 
definidas na LEP em rol taxativo, não cabendo sua ampliação sob pena de ofensa 
ao princípio da legalidade. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 
 
10 
DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Por expressa determinação legal, pune-se a falta disciplinar tentada ou 
consumada com a mesma sanção, não se aplicando por analogia o artigo 14, 
parágrafo único, do Código Penal. 
 
Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que: 
I - incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina; 
II - fugir; 
III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de 
outrem; 
IV - provocar acidente de trabalho; 
V - descumprir, no regime aberto, as condições impostas; 
VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei. 
VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou 
similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo. 
(Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007) 
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao preso 
provisório. 
 
O artigo 50, LEP apresenta um rol taxativo de faltas graves praticadas em 
cumprimento de pena privativa de liberdade: incitar ou participar de movimento 
para subverter a ordem ou a disciplina; fugir; possuir, indevidamente, 
instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem; provocar acidentede trabalho; descumprir, no regime aberto, as condições impostas; inobservar os 
deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei; ter em sua posse, 
utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a 
comunicação com outros presos ou com o ambiente externo. Acrescente-se a 
esse rol a falta grave do art. 52, LEP: a prática de fato previsto como crime 
doloso. 
 
PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR ��� Em procedimento 
administrativo disciplinar instaurado para averiguar o cometimento e falta grave, 
o princípio do contraditório deve ser observado amplamente, com a presença de 
advogado constituído ou defensor público nomeado, impondo-ser-lhe apresentada 
defesa, tendo em vista estar em jogo a liberdade. Não se aplica, na hipótese, a 
Súmu8la Vinculante nº5 do STF, que dispõe que a “falta de defesa técnica por 
advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a constituição”, eis 
que tal verbete seria aplicável apenas em procedimentos de natureza cível. 
 
FALTA GRAVE E CONTAGEM DO PRAZO PARA A CONCESSÃO DE 
BENEFÍCIOS ��� A partir do julgamento do habeas corpus nº 123.451/RS (DJe 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 
 
11 
DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
03/08/2009), a jurisprudência da 6ª Turma do STJ firmou-se no sentido de que o 
cometimento de falta grave somente dá azo à regressão de regime prisional e à 
perda de até 1/3 dos dias remidos, com esteio no que preceituam,m 
respectivamente, os artigos 118 e 127 da lei nº 7.210/84. Mas, por ausência de 
previsão legal, em caso de prática de falta grave, não há a interrupção do lapso 
necessário para a obtenção de benefícios da execução penal, tais como, 
progressão de regime e livramento condicional (v. HC 109.121/SP, Rel. Ministro 
Og Fernandes, Sexta Turma, DJe 18/10/2010). Assim, o cometimento de falta 
grave no curso da execução penal não implica a interrupção do cômputo do 
tempo para a concessão de benefícios, sob pena de violação do princípio da 
legalidade. (HC 174.617/ RS, Rel. Ministro Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, 
DJe 07/12/2011). 
 
FALTA GRAVE E IMPOSSIBILIDADE DE INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA ��� O 
rol de faltas graves é taxativo, não cabendo interpretação extensiva dos artigos 
50 e 52, LEP. Assim, por exemplo, não pode ser considerada falta grave a 
conduta do condenado que, durante a execução da pena de reclusão, não 
comparece perante o oficial de Justiça para ser citado, pois que tal 
comportamento não está propriamente ligado aos deveres do preso durante a 
execução penal. 
 
INFORMATIVO DO STF 
Informativo nº 479. Fuga do Réu e Cumprimento da Pena Unificada. A Turma 
deferiu, em parte, habeas corpus impetrado em favor de condenado a um total de 
54 anos de prisão pela prática de diversos delitos, cuja execução da pena 
unificada (30 anos) deveria ser iniciada a partir da data de sua recaptura, 
desprezando-se o período de tempo de pena por ele já cumprido. Considerou-se 
que a fuga do paciente não poderia configurar-se como meio interruptivo do 
cumprimento da pena privativa de liberdade, com a consequência de acarretar 
novo cômputo do período de prisão, como se houvesse perda do tempo 
anteriormente cumprido. No ponto, asseverou-se que o tempo de partida para a 
unificação seria, nessa hipótese, não a data em que o sentenciado fora 
recapturado, mas a época em que ele iniciara efetivamente o cumprimento das 
penas. (...). HC parcialmente deferido para que o período de pena cumprido 
anteriormente à fuga do paciente seja computado para o efeito de cumprimento 
da pena unificada. HC 84766/SP, rel. Min. Celso de Mello, 11.9.2007. 
 
PRESCRIÇÃO DA FALTA GRAVE ��� Segundo entendimento pacífico dos 
Tribunais Superiores é de três anos o prazo prescricional para aplicação de 
sanção administrativa disciplinar decorrente da prática de falta grave no curso da 
execução penal, uma vez que, ante a inexistência de legislação específica acerca 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 
 
12 
DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
da matéria, aplica-se o disposto no art. 109, VI, do Código Penal, considerando-
se, assim, o menor lapso temporal previsto. O dies a quo da contagem da marcha 
prescricional é a data da consumação da falta disciplinar, sendo que, no caso de 
fuga do estabelecimento prisional, por se tratar de infração disciplinar de 
natureza permanente, a contagem tem como termo inicial a data da recaptura do 
apenado, momento em que se tem como cessada a permanência, nos exatos 
termos do art. 111, inciso III, do Código Penal (v. HC 140.870/RS, Quinta Turma, 
DJe 29/03/2010 e AgRg no HC 142.454/SP, DJe 10/05/2010 e HC 139.715/SP, 
Sexta Turma, DJe 19/09/2011). 
 
FUGA DE PRESO EM TRATAMENTO PARA DEPENDÊNCIA DE DROGAS ��� O 
condenado a cumprimento da pena em regime semi-aberto a quem é concedida a 
permissão de saída para tratamento de dependência química, continua sob a 
custódia do Estado, não perdendo a condição de preso. Assim, ao aproveitar-se 
dessa situação para fugir da clínica, comete falta grave, sujeitando-se à regressão 
de regime. 
 
APARELHO DE COMUNICAÇÃO E FALTA GRAVE, IRRETROATIVIDADE DA 
LEI PENAL ��� A Lei nº 11.466, de 29 de março de 2007, acrescentou ao rol 
taxativo de faltas graves do artigo 50, LEP a conduta de ter em sua posse, utilizar 
ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação 
com outros presos ou com o ambiente externo. Por se tratar de lei de conteúdo 
material, com importantes reflexos na execução do condenado (regressão de 
regime, reinício de contagem para benefícios, perda de dias remidos), deve 
respeitar a irretroatividade da lei penal gravosa (art. 5º, XL, CR/1988). É firme a 
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça de que a posse de aparelho celular 
não pode ser caracterizada como falta grave antes do advento da Lei nº 
11.466/07, por ausência de previsão legal. 
 
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando 
ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou 
condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com 
as seguintes características: (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003) 
I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da 
sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da pena 
aplicada; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003) 
II - recolhimento em cela individual; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003) 
III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com duração de 
duas horas; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003) 
IV - o preso terá direito à saída da cela por 2 horas diárias para banho de sol. 
(Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003) 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 
 
13 
DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
§ 1o O regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar presos provisórios ou 
condenados, nacionais ou estrangeiros, que apresentem alto risco para a ordem e a 
segurança do estabelecimento penal ou da sociedade. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 
2003) 
§ 2o Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar diferenciado o preso provisório 
ou o condenado sob o qual recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou 
participação, a qualquer título, emorganizações criminosas, quadrilha ou bando. 
(Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003) 
 
REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO (RDD) ��� Trata-se de sanção 
disciplinar aplicável aos presos condenados ou provisórios, que decorre da prática 
de fato previsto como crime doloso (falta grave), ocasionando subversão 
(tumulto) da ordem ou disciplina internas, independentemente de trânsito em 
julgado da sentença condenatória. 
Também é cabível imposição do RDD para aqueles presos que, mesmo não tendo 
praticado crime doloso durante o encarceramento, apresentem alto risco para a 
ordem e a segurança do estabelecimento e da sociedade (art. 52, parágrafo 1º, 
LEP), bem como para aqueles sobre os quais recaiam fundadas suspeitas de 
envolvimento em organização criminosa, quadrilha ou bando (art. 52, parágrafo 
2º, LEP). 
Diferentemente das outras sanções disciplinares, o RDD só pode ser aplicado pelo 
juiz da execução, em decisão fundamentada, no prazo de quinze dias, ouvido o 
Ministério Público e a defesa. A legitimidade para requerer a inclusão do preso no 
RDD é do diretor do estabelecimento ou de outra autoridade administrativa. Não 
cabe ao membro do Ministério Público pleiteá-lo, tampouco ao juiz aplicá-lo de 
ofício. 
 
CARACTERÍSTICAS DO REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO ��� Duração 
máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da sanção até o 
limite de um sexto da pena aplicada (no caso de preso provisório, sem pena 
aplicada, leva-se em consideração a pena mínima cominada); recolhimento em 
cela individual, com direito à saída da cela por 2 horas diárias para banho de sol; 
limitação de visitas semanais de duas pessoas sem contar as crianças, com 
duração de duas horas. 
 
MEDIDAS CAUTELARES ��� A inclusão preventiva do preso no RDD, pelo prazo 
de 10 dias, no interesse da disciplina e da averiguação do fato será mediante 
despacho do juiz competente, sem necessidade de oitiva do Parquet, nos termos 
do artigo 60, da LEP. Não se confunde a inclusão preventiva com o isolamento 
preventivo, que pode ser decretado pelo diretor do estabelecimento prisional, 
pelo mesmo prazo. Não há possibilidade de prorrogação ou nova decretação pelo 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 
 
14 
DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
mesmo fundamento. Decorrido prazo acima, restitui-se ao preso a situação 
normal de encarceramento, salvo se houver inclusão definitiva no RDD. 
 
TRANSFERÊNCIA E INCLUSÃO DE PRESOS EM ESTABELECIMENTOS 
PENAIS FEERAIS DE SEGURANÇA MÁXIMA ��� Inicialmente, a matéria era 
normatizada pela resolução nº 502/2006 do Conselho da Justiça Federal. A lei nº 
11671/2008 passou a disciplinar a transferência e inclusão de presos em 
estabelecimentos penais federais de segurança máxima, sendo regulamentada 
pelo decreto n° 6877/2009. Trata-se de medida de caráter excepcional e 
temporária, por prazo não superior a 360 (trezentos e sessenta) dias, renovável 
quando houver solicitação motivada do juízo de origem, Podem ser 
transferidos/incluídos nos presídios federais os presos condenados e os 
provisórios. 
 
Art. 53. Constituem sanções disciplinares: 
I - advertência verbal; 
II - repreensão; 
III - suspensão ou restrição de direitos (artigo 41, parágrafo único); 
IV - isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos estabelecimentos que 
possuam alojamento coletivo, observado o disposto no artigo 88 desta Lei. 
V - inclusão no regime disciplinar diferenciado. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003) 
Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão aplicadas por ato motivado do 
diretor do estabelecimento e a do inciso V, por prévio e fundamentado despacho do 
juiz competente. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003) 
§ 1o A autorização para a inclusão do preso em regime disciplinar dependerá de 
requerimento circunstanciado elaborado pelo diretor do estabelecimento ou outra 
autoridade administrativa. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003) 
§ 2o A decisão judicial sobre inclusão de preso em regime disciplinar será precedida 
de manifestação do Ministério Público e da defesa e prolatada no prazo máximo de 
quinze dias. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003) 
 
ATRIBUIÇÃO PARA APLICAÇÃO DAS SANÇÕES ��� Com exceção da inclusão 
no regime disciplinar diferenciado, as sanções são aplicadas pelo Diretor do 
estabelecimento. Devido à sua gravidade, o pedido de inclusão no RDD, 
formulado pelo diretor do estabelecimento, deve ser por despacho judicial, no 
prazo máximo de 15 (quinze) dias, com prévia manifestação do Ministério Público 
e da defesa. 
 
Art. 55. As recompensas têm em vista o bom comportamento reconhecido em favor 
do condenado, de sua colaboração com a disciplina e de sua dedicação ao trabalho. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 
 
15 
DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Art. 56. São recompensas: 
I - o elogio; 
II - a concessão de regalias. 
Parágrafo único. A legislação local e os regulamentos estabelecerão a natureza e a 
forma de concessão de regalias. 
 
A LEP pecou em não definir as regalias, deixando o tema aos cuidados do 
legislador local. Adverte-se que as regalias não podem ser incompatíveis com os 
objetivos da execução, nem contemplar privilégios inaceitáveis ou tratamentos 
discriminatórios, podendo ser concedidas tanto aos presos em regime fechado 
como semiaberto. Pode haver revogação em caso de cometimento de falta 
disciplinar. 
 
Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares, levar-se-ão em conta a natureza, os 
motivos, as circunstâncias e as conseqüências do fato, bem como a pessoa do 
faltoso e seu tempo de prisão. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003) 
Parágrafo único. Nas faltas graves, aplicam-se as sanções previstas nos incisos III a 
V do art. 53 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003) 
Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos não poderão exceder a 
trinta dias, ressalvada a hipótese do regime disciplinar diferenciado. (Redação dada 
pela Lei nº 10.792, de 2003) 
Parágrafo único. O isolamento será sempre comunicado ao Juiz da execução. 
 
As faltas leves ou médias são punidas com advertência ou repreensão, enquanto 
que as graves sujeitam o infrator ao isolamento, à suspensão ou à restrição de 
direitos (que não poderão exceder a trinta dias), ou inclusão no regime disciplinar 
diferenciado (por trezentos e sessenta dias, podendo ser renovado). Todas as 
faltas graves devem ser comunicadas ao juízo da execução para adoção das 
providências pertinentes ao processo executivo. 
Súmula do STF. Súmula vinculante 9: O disposto no artigo 127 da lei nº 
7.210/1984 (lei de execução penal) foi recebido pela ordem constitucional 
vigente, e não se lhe aplica o limite temporal previsto no caput do artigo 58. 
 
Art. 59. Praticada a falta disciplinar, deverá ser instaurado o procedimento para sua 
apuração, conforme regulamento, assegurado o direito de defesa. 
Parágrafo único. A decisão será motivada. 
 
A apuração da falta disciplinar deve ser feita através de procedimento disciplinar, 
observado o contraditório e a ampla defesa. As sanções devem ser aplicadas por 
meio de decisões motivadas. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 
 
16 
DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Conforme reiterada orientação do STJ, a Leide Execuções Penais não impõe a 
obrigatoriedade de instauração de procedimento administrativo disciplinar, sendo 
suficiente a realização de audiência de justificação, com a garantia ao apenado do 
exercício do contraditório e da ampla defesa (HC 171.363/RS, Rel. Ministra 
Laurita Vaz, Quinta Turma, DJe 01/09/2011). 
 
Art. 60. A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento preventivo do 
faltoso pelo prazo de até dez dias. A inclusão do preso no regime disciplinar 
diferenciado, no interesse da disciplina e da averiguação do fato, dependerá de 
despacho do juiz competente. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003) 
Parágrafo único. O tempo de isolamento ou inclusão preventiva no regime 
disciplinar diferenciado será computado no período de cumprimento da sanção 
disciplinar 
 
Reitera-se que a inclusão no RDD, mesmo que preventivamente, sempre deve ser 
mediante decisão judicial. Tal medida não se confunde com o isolamento 
preventivo, que pode ser decretado pelo Diretor do estabelecimento pelo prazo 
máximo de 10 (dez) dias. Em todo caso, o tempo da medida preventiva será 
computado no período da sanção disciplinar que vier a ser aplicada. 
 
Art. 61. São órgãos da execução penal: 
I - o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária; 
II - o Juízo da Execução; 
III - o Ministério Público; 
IV - o Conselho Penitenciário; 
V - os Departamentos Penitenciários; 
VI - o Patronato; 
VII - o Conselho da Comunidade. 
VIII - a Defensoria Pública. 
Art. 65. A execução penal competirá ao Juiz indicado na lei local de organização 
judiciária e, na sua ausência, ao da sentença. 
 
O STJ possui entendimento firmado no sentido de que a competência para a 
execução penal cabe ao Juízo do local da condenação, sendo deprecada ao Juízo 
do domicílio do apenado somente a supervisão e acompanhamento do 
cumprimento da pena determinada, inexistindo deslocamento de competência 
(CC 113.112/SC, Rel. Min. Gilson Dipp, Terceira Seção, DJe 17/11/2011). 
 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 
 
17 
DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Art. 84. O preso provisório ficará separado do condenado por sentença transitada 
em julgado. 
§ 1° O preso primário cumprirá pena em seção distinta daquela reservada para os 
reincidentes. 
§ 2° O preso que, ao tempo do fato, era funcionário da Administração da Justiça 
Criminal ficará em dependência separada. 
 
Os estabelecimentos devem apresentar instalações adequadas à separação dos 
presos definitivos e temporários, bem como dos primários e reincidentes. Os 
funcionários da administração da justiça criminal também devem ser recolhidos 
em dependência separada, evitando-se seu contato com os demais presos por 
razões óbvias. 
Algumas pessoas têm direito à prisão cautelar especial, devendo permanecer 
afastados dos demais presos enquanto não sobrevier o trânsito em julgado da 
sentença condenatória. Tal situação não pode caracterizar nenhuma outra regalia, 
tratando-se apenas de um espaço distinto dentro do próprio estabelecimento. A 
falta de prisão especial não autoriza, por si só, o benefício da prisão domiciliar, 
uma vez que o rol do artigo 117, LEP é taxativo. Após o trânsito, não existe mais 
prisão especial, devendo o condenado ser recolhido no estabelecimento 
compatível com o regime de sua pena. 
 
Art. 85. O estabelecimento penal deverá ter lotação compatível com a sua estrutura 
e finalidade. 
Parágrafo único. O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária 
determinará o limite máximo de capacidade do estabelecimento, atendendo a sua 
natureza e peculiaridades. 
Art. 86. As penas privativas de liberdade aplicadas pela Justiça de uma 
Unidade Federativa podem ser executadas em outra unidade, em 
estabelecimento local ou da União. 
§ 1o A União Federal poderá construir estabelecimento penal em local 
distante da condenação para recolher os condenados, quando a medida 
se justifique no interesse da segurança pública ou do próprio 
condenado. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003) 
§ 2° Conforme a natureza do estabelecimento, nele poderão trabalhar 
os liberados ou egressos que se dediquem a obras públicas ou ao 
aproveitamento de terras ociosas. 
§ 3o Caberá ao juiz competente, a requerimento da autoridade administrativa 
definir o estabelecimento prisional adequado para abrigar o preso provisório ou 
condenado, em atenção ao regime e aos requisitos estabelecidos. (Incluído pela Lei nº 
10.792, de 2003) 
 
A inclusão do preso em estabelecimento prisional federal deve estender-se pelo 
prazo máximo de 360(trezentos e sessenta) dias, e a renovação somente 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 
 
18 
DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
ocorrerá excepcionalmente. Existe a possibilidade de renovação do prazo de 
permanência do preso em presídio de segurança máxima, desde que cumpridos 
os requisitos previstos no ar. 10, parágrafo 1º, da Lei 11.671/08. Segundo 
entendimento do STJ, admite-se a retroatividade do termo inicial do prazo ao dia 
seguinte ao término do prazo anterior, aplicável tanto no caso de aceitação da 
renovação pelo magistrado federal, quanto, no caso de renovação da 
permanência decidida por meio de conflito de competência, até seu julgamento. 
 
Art. 87. A penitenciária destina-se ao condenado à pena de reclusão, em regime 
fechado. 
Parágrafo único. A União Federal, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios 
poderão construir Penitenciárias destinadas, exclusivamente, aos presos provisórios 
e condenados que estejam em regime fechado, sujeitos ao regime disciplinar 
diferenciado, nos termos do art. 52 desta Lei. 
 
A pena de reclusão em regime fechado deve ser cumprida em penitenciária de 
segurança máxima ou média. A LEP dispõe que podem ser construídas 
penitenciárias destinadas especificamente ao cumprimento de pena em regime 
diferenciado. 
 
Art. 88. O condenado será alojado em cela individual que conterá dormitório, 
aparelho sanitário e lavatório. 
Parágrafo único. São requisitos básicos da unidade celular: 
a) salubridade do ambiente pela concorrência dos fatores de aeração, insolação e 
condicionamento térmico adequado à existência humana; 
b) área mínima de 6,00m2 (seis metros quadrados). 
 
O preso em regime fechado deve recolher-se ao isolamento celular no período 
noturno, sendo a unidade dotada de dormitório, aparelho sanitário e lavatório, 
em uma área mínima de seis metros quadrados, garantindo-se a salubridade do 
ambiente (aeração, insolação e temperatura), de modo a atender à dignidade da 
pessoa humana. 
 
Art. 89. Além dos requisitos referidos no art. 88, a penitenciária de mulheres será 
dotada de seção para gestante e parturiente e de creche para abrigar crianças 
maiores de 6 (seis) meses e menores de 7 (sete) anos, com a finalidade de assistir 
a criança desamparada cuja responsável estiver presa. (Redação dada pela Lei nº 11.942, 
de 2009) 
Parágrafo único. São requisitos básicos da seção e da creche referidas neste artigo: 
(Incluído pela Lei nº 11.942, de 2009) 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 
 
19 
DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
I – atendimento por pessoal qualificado, de acordo com as diretrizes adotadas pela 
legislação educacional e em unidades autônomas; e (Incluídopela Lei nº 11.942, de 2009) 
II – horário de funcionamento que garanta a melhor assistência à criança e à sua 
responsável. (Incluído pela Lei nº 11.942, de 2009) 
 
O estabelecimento feminino deverá contar com seção para gestante e parturiente 
e creche para abrigar crianças com idade entre seis meses e sete anos, provendo 
atendimento por pessoal qualificado e funcionamento em horários que propiciem 
melhor assistência à criança e à sua mãe. 
 
Art. 90. A penitenciária de homens será construída, em local afastado do centro 
urbano, à distância que não restrinja a visitação. 
 
Por questões de segurança, a penitenciária masculina deve ser construída em 
local afastado do centro urbano, mas não tão distante a ponto de restringir a 
visitação. 
 
Art. 91. A Colônia Agrícola, Industrial ou Similar destina-se ao cumprimento da pena 
em regime semi-aberto. 
Art. 92. O condenado poderá ser alojado em compartimento coletivo, observados os 
requisitos da letra a, do parágrafo único, do artigo 88, desta Lei. 
Parágrafo único. São também requisitos básicos das dependências coletivas: 
a) a seleção adequada dos presos; 
b) o limite de capacidade máxima que atenda os objetivos de individualização da 
pena. 
 
O condenado que cumpre pena privativa de liberdade em regime semiaberto deve 
ser recolhido em colônia agrícola, industrial ou similar. Observada a seleção 
adequada e o limite de capacidade máxima para satisfação da finalidade 
individualizadora da pena, os presos habitarão alojamentos coletivos, atendendo-
se às condições mínimas de salubridade (aeração, insolação e temperatura). 
 
Art. 93. A Casa do Albergado destina-se ao cumprimento de pena privativa de 
liberdade, em regime aberto, e da pena de limitação de fim de semana. 
Art. 94. O prédio deverá situar-se em centro urbano, separado dos demais 
estabelecimentos, e caracterizar-se pela ausência de obstáculos físicos contra a 
fuga. 
Art. 95. Em cada região haverá, pelo menos, uma Casa do Albergado, a qual deverá 
conter, além dos aposentos para acomodar os presos, local adequado para cursos e 
palestras. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 
 
20 
DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Parágrafo único. O estabelecimento terá instalações para os serviços de fiscalização 
e orientação dos condenados. 
 
A pena privativa de liberdade em regime aberto e a pena restritiva de direitos de 
limitação de fim de semana serão cumpridas em casa do albergado. O aspecto 
físico do estabelecimento, sem obstáculos contra a fuga, serve para evidenciar a 
autodisciplina e o senso de responsabilidade do condenado que cumpre pena em 
regime aberto. 
 
Art. 105. Transitando em julgado a sentença que aplicar pena privativa de 
liberdade, se o réu estiver ou vier a ser preso, o Juiz ordenará a expedição de guia 
de recolhimento para a execução. 
 
A sentença condenatória adquire força executiva com a expedição da guia de 
recolhimento, após o trânsito em julgado. A competência do juízo da execução 
começa com a efetivação da prisão do condenado, se assim for determinado na 
sentença. Se houver suspensão condicional da pena (“sursis”), a audiência 
admonitória marca o início da competência do juízo da execução. 
Conforme já mencionado, nada impede a execução provisória da pena, mediante 
expedição de guia desde que o réu esteja preso cautelarmente, sobretudo quando 
já transitada em julgado a sentença para a acusação, pender o julgamento de 
recurso defensivo. A interposição de recurso especial ou extraordinário, que não 
têm efeito suspensivo, não impede a execução provisória da pena, se favorável 
ao réu. 
 
Art. 106. A guia de recolhimento, extraída pelo escrivão, que a rubricará em todas 
as folhas e a assinará com o Juiz, será remetida à autoridade administrativa 
incumbida da execução e conterá: 
I - o nome do condenado; 
II - a sua qualificação civil e o número do registro geral no órgão oficial de 
identificação; 
III - o inteiro teor da denúncia e da sentença condenatória, bem como certidão do 
trânsito em julgado; 
IV - a informação sobre os antecedentes e o grau de instrução; 
V - a data da terminação da pena; 
VI - outras peças do processo reputadas indispensáveis ao adequado tratamento 
penitenciário. 
§ 1º Ao Ministério Público se dará ciência da guia de recolhimento. 
§ 2º A guia de recolhimento será retificada sempre que sobrevier modificação 
quanto ao início da execução ou ao tempo de duração da pena. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 
 
21 
DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
§ 3° Se o condenado, ao tempo do fato, era funcionário da Administração da Justiça 
Criminal, far-se-á, na guia, menção dessa circunstância, para fins do disposto no § 
2°, do artigo 84, desta Lei. 
Art. 107. Ninguém será recolhido, para cumprimento de pena privativa de liberdade, 
sem a guia expedida pela autoridade judiciária. 
§ 1° A autoridade administrativa incumbida da execução passará recibo da guia de 
recolhimento para juntá-la aos autos do processo, e dará ciência dos seus termos 
ao condenado. 
§ 2º As guias de recolhimento serão registradas em livro especial, segundo a ordem 
cronológica do recebimento, e anexadas ao prontuário do condenado, aditando-se, 
no curso da execução, o cálculo das remições e de outras retificações posteriores. 
 
A Resolução nº 113, de 20 de abril de 2010, do Conselho Nacional de Justiça, 
regulamenta a expedição da guia de recolhimento e os documentos que instruem 
os autos do processo de execução. 
 
Art. 108. O condenado a quem sobrevier doença mental será internado em Hospital 
de Custódia e Tratamento Psiquiátrico. 
 
Repetindo os termos do artigo 41, do CP, a LEP determina que em caso de 
superveniência de doença mental do apenado, este deve ser internado em 
hospital de custódia e tratamento psiquiátrico. Trata-se de circunstância de saúde 
que impõe a interrupção do cumprimento da pena privativa de liberdade, 
computando-se o período de internação como pena cumprida. Na hipótese de 
internação temporária, com a alta do paciente retorna-se ao cumprimento da 
pena. Se a situação for definitiva, deve-se substituir a pena por medida de 
segurança, nos termos do incidente previsto no artigo 183, LEP. 
 
Art. 110. O Juiz, na sentença, estabelecerá o regime no qual o condenado iniciará o 
cumprimento da pena privativa de liberdade, observado o disposto no artigo 33 e 
seus parágrafos do Código Penal. 
 
Compete ao juízo da condenação estabelecer o regime inicial de cumprimento de 
pena, constituindo nulidade a sua omissão. Não pode o juízo de conhecimento 
delegar ao juízo de execução a fixação do regime inicial de cumprimento de pena. 
Há quem entenda que não haveria necessidade de declarar a nulidade se não 
houvesse prejuízo. De outro lado, não poderia o juízo da execução modificar o 
regime inicial, sob pena de violação da coisa julgada. Ressalva-se, todavia, a 
hipótese de nova unificação de penas em que seja necessária a imposição de 
regime mais gravoso. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 
 
22 
DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
O réu tem direito a que se declare expressamente na sentença qual o regime 
inicial de cumprimento de pena e o juiz não pode se furtar da obrigação de fazê-
lo, por força dos art. 59, III,CP e 110, LEP. Em se tratando de garantia da 
individualização da pena, omissa a sentença, nessa parte, impõe-se que se supra 
a omissão. Na linha da jurisprudência dos Tribunais Superiores, é caso de 
nulidade da sentença, nessa parte, devendo retornar os autos ao juiz de primeiro 
grau para que a complete, fixando o regime inicial para o cumprimento da 
reprimenda. 
 
REGIME INICIAL ABERTO ��� Segundo entendimento dominante no STF, a 
opção pelo regime aberto constitui mera faculdade legal reconhecida ao 
magistrado sentenciante. O preceito inscrito no art. 33, parágrafo 2º, c, do CP 
não obriga o juiz, mesmo tratando-se de réu primário e sujeito a pena não 
superior a quatro anos de prisão, a fixar, desde logo, o regime penal aberto. A 
norma legal em questão permite ao juiz impor regime penal mais severo ao 
sentenciado, desde que o faça em decisão suficientemente motivada. De outro 
lado, a só reincidência não constitui razão suficiente para imposição de regime de 
cumprimento mais severo do que a pena aplicada autoriza. 
 
Art. 111. Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo processo ou 
em processos distintos, a determinação do regime de cumprimento será feita pelo 
resultado da soma ou unificação das penas, observada, quando for o caso, a 
detração ou remição. 
Parágrafo único. Sobrevindo condenação no curso da execução, somar-se-á a pena 
ao restante da que está sendo cumprida, para determinação do regime. 
 
Em caso de concurso de crimes, o regime inicial de cumprimento de pena 
privativa de liberdade é fixado de acordo coma pena unificada, não se 
considerando as penas para os crimes isoladamente. Deve-se descontar o período 
em que o condenado esteve preso cautelarmente (detração), bem como o tempo 
remido pelo trabalho ou estudo. 
 
CONDENAÇÃO POSTERIOR AO INÍCIO DA EXECUÇÃO ��� Se houver 
condenação superveniente ao início da execução, far-se-á nova unificação, 
somando-se a pena aplicada na nova sentença com o restante de pena a cumprir 
da execução em curso, uma vez que a pena cumprida é considerada pena extinta. 
Nessa unificação das reprimendas é indiferente que o novo crime tenha sido 
cometido antes ou depois do início do cumprimento da pena. Com a 
superveniência de nova condenação definitiva, o prazo para a concessão dos 
benefícios passa a ser calculado sobre o somatório das penas que restam a ser 
cumpridas. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 
 
23 
DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
 
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a 
transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o 
preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar 
bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, 
respeitadas as normas que vedam a progressão. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003) 
§ 1o A decisão será sempre motivada e precedida de manifestação do Ministério 
Público e do defensor. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003) 
§ 2o Idêntico procedimento será adotado na concessão de livramento condicional, 
indulto e comutação de penas, respeitados os prazos previstos nas normas 
vigentes. 
 
Satisfeitos os requisitos legais (objetivo e subjetivo), a progressão de regime de 
cumprimento de pena é direito subjetivo público do condenado. Compete ao juiz 
da execução penal analisar o preenchimento dos requisitos e, ouvidos o membro 
do Ministério Público e o Defensor, decidir fundamentadamente acerca da 
progressão de regime. 
 
PROGRESSÃO DE REGIME ANTES DO TRÂNSITO EM JULGADO ��� A 
execução provisória da pena é admitida desde que haja a demonstração dos 
requisitos da custódia cautelar. (STF, HC 84078, Relator Min. Eros Grau, Tribunal 
Pleno, DJe 25-02-2010; STJ, HC 203.984/SP, Rel. Ministro Gilson Dipp, Quinta 
Turma, DJe 17/08/2011). 
Assim, para o réu preso cautelarmente, expede-se guia de recolhimento 
provisória, permitindo-se que possa usufruir dos benefícios da execução, inclusive 
a progressão de regime, mesmo sem o trânsito em julgado da sentença 
condenatória. 
Caso haja o trânsito em julgado para a acusação, a progressão de regime será 
calculada com base na pena aplicada, considerada a impossibilidade de 
agravamento da reprimenda. De outro lado, se houver recurso da acusação, 
toma-se como base de cálculo o máximo da pena cominada em abstrato, que 
corresponde à situação mais grave que o réu poderá suportar em caso de 
provimento. Nessa linha, já se manifestou o STF (HC 90893/SP – informativo 
470). 
 
REQUISITO OBJETIVO ��� A LEP exige o lapso temporal de 1/6 (um sexto) do 
cumprimento da pena no regime anterior para que o preso possa progredir de 
regime. Para uma nova progressão, o período deve ser calculado sobre o 
remanescente da pena, pois pena cumprida é pena extinta. Assim, por exemplo, 
se o sujeito já cumpriu um sexto da pena em regime fechado e progrediu para o 
semiaberto, o período aquisitivo da progressão para o regime aberto deverá ser 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 
 
24 
DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
computado sobre a pena que resta cumprir. O tempo máximo de cumprimento de 
pena no sistema pátrio é de 30 (trinta) anos, conforme o artigo 75, caput, do CP. 
A pena unificada para atender-se a esse limite (art. 75, parágrafo 1º, CP) não é 
considerada para aferir os requisitos de outros benefícios, como a progressão de 
regime, nos termos da Súmula 715, do STF. 
 
Art. 114. Somente poderá ingressar no regime aberto o condenado que: 
I - estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de fazê-lo imediatamente; 
II - apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resultado dos exames a que foi 
submetido, fundados indícios de que irá ajustar-se, com autodisciplina e senso de 
responsabilidade, ao novo regime. 
Parágrafo único. Poderão ser dispensadas do trabalho as pessoas referidas no artigo 
117 desta Lei. 
 
Além do lapso temporal exigido no cumprimento da pena no regime anterior, o 
apenado deverá estar trabalhando ou demonstrar a possibilidade de trabalhar 
imediatamente, como por exemplo, apresentando proposta de emprego. Deve 
também haver indícios de seu ajustamento ao regime, que é baseado na 
autodisciplina e senso de responsabilidade, o que será aferido pela análise de 
seus antecedentes e dos exames a que for submetido. Por razões humanitárias, o 
legislador dispensa das obrigações acima as pessoas referidas no artigo 117, da 
LEP: condenado maior de setenta anos ou acometido de doença grave e 
condenada gestante ou com filho menor ou deficiente físico ou mental. 
 
Art. 115. O Juiz poderá estabelecer condições especiais para a concessão de regime 
aberto, sem prejuízo das seguintes condições gerais e obrigatórias: 
I - permanecer no local que for designado, durante o repouso e nos dias de folga; 
II - sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados; 
III - não se ausentar da cidade onde reside, sem autorização judicial; 
IV - comparecer a Juízo, para informar e justificar as suas atividades, quando for 
determinado. 
Art. 116. O Juiz poderá modificar as condições estabelecidas, de ofício, a 
requerimento do Ministério Público, da autoridade administrativa ou do condenado, 
desde que as circunstâncias assim o recomendem. 
 
CONDIÇÕES OBRIGATÓRIAS DO REGIME ABERTO ��� Não se devem 
confundir os requisitos para a concessão do regime aberto com as condições a 
serem cumpridas durante a execução nesse regime. Impõe-se aoapenado que, 
durante o repouso e nos dias de folga, permaneça no local que for designado 
(casa de albergado), devendo sair para o trabalho e retornar, somente nos 
horários fixados. Além disso, não pode se ausentar da cidade onde reside, sem 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 
 
25 
DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
autorização judicial, e deve, quando for determinado, comparecer a Juízo, para 
informar e justificar as suas atividades. 
 
CONDIÇÕES FACULTATIVAS ��� Sem prejuízo das condições gerais e 
obrigatórias acima referidas, o Juiz poderá estabelecer outras condições especiais 
a serem cumpridas no regime aberto, desde que esteja de acordo com a sua 
natureza e finalidade. Ademais, as condições podem ser modificadas, segundo as 
peculiaridades do caso concreto. 
Segundo entendimento pacífico da Terceira Seção do Supremo Tribunal de 
Justiça, é lícito ao Juiz estabelecer condições especiais para a concessão do 
regime aberto, em complementação daquelas previstas no art. 115, da LEP, mas 
não poderá adotar a esse título nenhum efeito já classificado como pena 
substitutiva (art. 44 do CPB), porque aí ocorreria o indesejável bis in idem, 
importando na aplicação de dúplice sanção (REsp. 1.107.314/PR, Rel. Min. Laurita 
Vaz, Rel. p/ Acórdão Min. NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, julgado em 
13.12.2010; HC 212.692/SP, Rel. Min. GILSON DIPP, QUINTA TURMA, DJe 
05/12/2011). 
 
Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de regime aberto em 
residência particular quando se tratar de: 
I - condenado maior de 70 (setenta) anos; 
II - condenado acometido de doença grave; 
III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental; 
IV - condenada gestante. 
 
PRSÃO-ALBERGUE DOMICILIAR ��� Trata-se de modalidade de prisão aberta, 
em que o condenado cumpre pena em regime aberto, em residência particular, 
nos casos excepcionais exaustivamente elencados no art 117, da LEP. Não se 
confunde com a prisão-albergue, que é cumprida na casa do albergado ou 
estabelecimento adequado. A jurisprudência dos tribunais superiores tem 
mitigado os rigores do artigo 117 naqueles casos em que há clara ofensa à 
dignidade humana, a exemplo da superlotação de presídios, bem como da 
inexistência de casa de albergado. 
 
MONITORAÇÃO ELETRÔNICA ��� Nos termos do artigo 146-B, da LEP (inserido 
pela lei 12258/2010), o juiz poderá definir a fiscalização por meio de monitoração 
eletrônica quando determinar a prisão domiciliar. 
 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 
 
26 
DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma 
regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando 
o condenado: 
I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave; 
II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena 
em execução, torne incabível o regime (artigo 111). 
§ 1° O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses 
referidas nos incisos anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, 
a multa cumulativamente imposta. 
§ 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá ser ouvido 
previamente o condenado. 
 
REGRESSÃO DE REGIME ��� Consiste na transferência do condenado de um 
regime de cumprimento de pena menos grave para outro regime mais grave. 
 
VEDAÇÃO DA REGRESSÃO PER SALTUM ��� Em regra, veda-se a regressão per 
saltum diretamente do regime aberto para o fechado, já que cada regressão 
pressupõe uma causa que a justifique. Mesmo que o sujeito pratique várias faltas 
num mesmo episódio, haverá uma única regressão. Todavia, em caso de nova 
unificação da pena em virtude de condenação superveniente, pode ocorrer a 
regressão diretamente do regime aberto para o fechado, se este regime for o 
indicado pelo quantum da pena. 
 
PRÁTICA DE FATO DEFINIDO COMO CRIME DOLOSO ��� A prática de fato 
definido como crime doloso é suficiente para dar ensejo à regressão de regime, 
não sendo necessário o trânsito em julgado da sentença penal condenatória. 
Segundo o entendimento dominante, não há que se falar em violação do princípio 
da presunção de inocência, pois o dispositivo legal menciona somente a prática 
de fato definido como crime doloso e não condenação por crime doloso. Os 
Tribunais Superiores têm afirmado a desnecessidade de nova sentença com 
trânsito em julgado para a regressão de regime, bastando a instauração de ação 
penal relativamente à prática de outro crime, sendo suficiente, para tanto, que o 
condenado tenha praticado fato definido como crime doloso (art. 118, I). 
Jurisprudência do STF. “A prática de falta grave pode resultar, observado o 
contraditório e a ampla defesa, em regressão de regime. A prática de ‘fato 
definido como crime doloso’, para fins de aplicação da sanção administrativa da 
regressão, não depende de trânsito em julgado da ação penal respectiva. A 
natureza jurídica da regressão de regime lastreada nas hipóteses do art. 118, 
I,da Lei de Execuções Penais é sancionatória, enquanto aquela baseada no inciso 
II tem por escopo a correta individualização da pena. A regressão aplicada sob o 
fundamento do art. 118, I, segunda parte, não ofende ao princípio da presunção 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 
 
27 
DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
de inocência ou ao vetor estrutural da dignidade da pessoa humana” (HC 93.782, 
Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 16-09-08, Primeira Turma, DJe de 
17-10-08). 
 
PRATICA DE FALTA GRAVE ��� A prática de falta grave (art. 50 e 52, LEP) 
também gera regressão de regime. A data-base para a contagem de período 
aquisitivo de novos benefícios é a do cometimento da falta grave e, em caso de 
fuga, da recaptura. 
 
SUPERVENIÊNCIA DE CONDENAÇÃO POR CRIME ANTERIOR ��� A execução 
da pena privativa de liberdade, a teor do disposto no art. 118 e inciso II, c.c. o 
art. 111, parágrafo único, amos da Lei nº 7.210/84, ficará sujeita à forma 
regressiva, com a transferência do reeducando para qualquer dos regimes mais 
rigorosos, quando sofrer condenação por crime anterior, se a quantidade de pena 
decorrente da unificação tornar incompatível a continuidade do cumprimento no 
regime atual. Neste caso, nos termos da jurisprudência pacífica dos Tribunais 
Superiores, reinicia-se a contagem do prazo para a concessão do benefício da 
progressão de regime a partir da transferência, tendo como base a soma das 
penas restantes a serem cumpridas (HC 78.503?SP, Rel. Min. Laurita Vaz, Quinta 
Turma, DJe 17/03/2008). 
 
AUTORIZAÇÕES DE SAÍDA ��� Trata-se de benefícios que mitigam os rigores da 
execução contínua da pena privativa de liberdade, sendo gênero que comporta 
duas espécies: a permissão de saída, de cunho humanitário (art. 120 e 121, LEP) 
e a saída temporária (at.122 a125, LEP). 
 
Art. 120. Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semi-aberto e 
os presos provisórios poderão obter permissão para sair do estabelecimento, 
mediante escolta, quando ocorrer um dos seguintes fatos: 
I - falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente 
ou irmão; 
II - necessidade de tratamento médico (parágrafo único do artigo 14). 
Parágrafo único. A permissão de saída será concedidapelo diretor do 
estabelecimento onde se encontra o preso. 
Art. 121. A permanência do preso fora do estabelecimento terá a duração 
necessária à finalidade da saída. 
 
Por razões humanitárias, os condenados definitivamente, que cumprem pena em 
regime fechado ou semiaberto, bem como os presos provisórios podem ser 
autorizados pelo diretor do estabelecimento a sair com escolta, em razão de 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 
 
28 
DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
falecimento ou doença grave do cônjuge, companheiro (a), ascendente, 
descendente ou irmão ou por necessidade de tratamento médico. O prazo, apesar 
de curto, é indeterminado, vinculando-se ao motivo da saída. Não há necessidade 
de autorização judicial. Na hipótese de tratamento médico, deve-se verificar se o 
estabelecimento tem condições de oferecer o serviço adequado, autorizando-se a 
saída somente em casos excepcionais. 
 
Art. 122. Os condenados que cumprem pena em regime semi-aberto poderão obter 
autorização para saída temporária do estabelecimento, sem vigilância direta, nos 
seguintes casos: 
I - visita à família; 
II - freqüência a curso supletivo profissionalizante, bem como de instrução do 2º 
grau ou superior, na Comarca do Juízo da Execução; 
III - participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio social. 
Parágrafo único. A ausência de vigilância direta não impede a utilização de 
equipamento de monitoração eletrônica pelo condenado, quando assim determinar o 
juiz da execução. (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) 
 
Os condenados que cumprem pena em regime semiaberto podem ser autorizados 
pelo juiz a saírem do estabelecimento, sem vigilância direta, pelo prazo máximo 
de 07 (sete) dias (renovável por mais quatro vezes por ano), para visitar a 
família em datas festivas, frequentar curso profissionalizante, bem como de nível 
médio ou superior na Comarca do Juízo da Execução ou participar de atividades 
que concorram para o retorno ao convívio social. 
 
EQUIPAMENTO DE MONITORAÇÃO ELETRÔNICA. A lei 12258/2010 agregou 
à execução a possibilidade de vigilância indireta mediante a utilização de 
equipamento de monitoração eletrônica que permite a localização do preso, com 
indicação de horário e distância (artigo 146-B, II, da LEP). 
 
Art. 123. A autorização será concedida por ato motivado do Juiz da execução, 
ouvidos o Ministério Público e a administração penitenciária e dependerá da 
satisfação dos seguintes requisitos: 
I - comportamento adequado; 
II - cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o condenado for primário, 
e 1/4 (um quarto), se reincidente; 
III - compatibilidade do benefício com os objetivos da pena. 
 
REQUISITOS. O benefício não é automático, devendo o apenado preencher 
determinados requisitos. No aspecto subjetivo, o beneficiário deve apresentar 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 
 
29 
DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
bom comportamento, de acordo com informações prestadas pela a administração 
penal. Deverá estar em regime semiaberto, tendo cumprido 1/6 da pena se 
primário ou ¼, se reincidente. Ademais, a medida deve ser compatível com os 
fins da execução. 
 
Art. 124. A autorização será concedida por prazo não superior a 7 (sete) dias, 
podendo ser renovada por mais 4 (quatro) vezes durante o ano. 
§ 1o Ao conceder a saída temporária, o juiz imporá ao beneficiário as seguintes 
condições, entre outras que entender compatíveis com as circunstâncias do caso e a 
situação pessoal do condenado: (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) 
I - fornecimento do endereço onde reside a família a ser visitada ou onde poderá 
ser encontrado durante o gozo do benefício; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) 
II - recolhimento à residência visitada, no período noturno; (Incluído pela Lei nº 12.258, 
de 2010) 
III - proibição de frequentar bares, casas noturnas e estabelecimentos 
congêneres. (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) 
§ 2o Quando se tratar de frequência a curso profissionalizante, de instrução de 
ensino médio ou superior, o tempo de saída será o necessário para o cumprimento 
das atividades discentes. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 12.258, de 2010) 
§ 3o Nos demais casos, as autorizações de saída somente poderão ser concedidas 
com prazo mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias de intervalo entre uma e outra. 
 
CONDIÇÕES. O juiz da execução fixará como condições obrigatórias, sem 
prejuízo de outras compatíveis com a medida: o fornecimento do endereço onde 
reside a família a ser visitada ou onde poderá ser encontrado durante o gozo do 
benefício, o recolhimento, no período noturno, à residência visitada e a proibição 
de frequentar bares, casas noturnas e estabelecimentos congêneres. 
 
Art. 125. O benefício será automaticamente revogado quando o condenado praticar 
fato definido como crime doloso, for punido por falta grave, desatender as condições 
impostas na autorização ou revelar baixo grau de aproveitamento do curso. 
Parágrafo único. A recuperação do direito à saída temporária dependerá da 
absolvição no processo penal, do cancelamento da punição disciplinar ou da 
demonstração do merecimento do condenado. 
 
REVOGAÇÃO AUTOMÁTICA. Implicam a revogação automática do benefício, a 
prática de fato definido como crime doloso, a punição por falta grave, sem 
prejuízo da avaliação acerca da regressão de regime, bem como o 
desatendimento das condições impostas na autorização ou o baixo grau de 
aproveitamento do curso. O direito à saída temporária poderá ser recuperado em 
caso de absolvição no processo penal, de cancelamento da punição disciplinar ou 
da demonstração do merecimento do condenado. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 
 
30 
DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
 
Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto 
poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da 
pena. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011). 
§ 1o A contagem de tempo referida no caput será feita à razão de: (Redação dada pela 
Lei nº 12.433, de 2011) 
I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - atividade de 
ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de 
requalificação profissional - divididas, no mínimo, em 3 (três) dias; (Incluído pela Lei nº 
12.433, de 2011) 
II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 
2011) 
§ 2o As atividades de estudo a que se refere o § 1o deste artigo poderão ser 
desenvolvidas de forma presencial ou por metodologia de ensino a distância e 
deverão ser certificadas pelas autoridades educacionais competentes dos cursos 
frequentados. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011) 
§ 3o Para fins de cumulação dos casos de remição, as horas diárias de trabalho e 
de estudo serão definidas de forma a se compatibilizarem. (Redação dada pela Lei nº 
12.433, de 2011) 
§ 4o O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou nos 
estudos continuará a beneficiar-se com a remição.(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011) 
§ 5o O tempo a remir em função das horas de estudo será acrescido de 1/3 (um 
terço) no caso de conclusão do ensino fundamental, médio ou superior durante o 
cumprimento

Outros materiais