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COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO

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1. COMPETÊNCIA MATERIAL DA JUSTIÇA DO TRABALHO
Como era a competência da Justiça do Trabalho antes e depois da EC nº 45/2004? O que mudou? 
Anteriormente à Emenda Constitucional nº 45, o Art. 114 da Constituição Federal de 1988, limitava a competência da Justiça do Trabalho às questões laborais reguladas pela Consolidação das Leis do Trabalho, limitando-se aos conflitos oriundos da relação de emprego. Sejam: ações da relação de trabalho; ações do exercício do direito de greve; ações sobre representação sindical (entre sindicatos, sindicatos e trabalhadores e sindicatos e empregadores); ações de indenização por dano moral ou patrimonial decorrentes da relação de trabalho e ações de penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos fiscalizadores (INSS, Receita Federal, Ministério do Trabalho e etc.). Após a referida emenda, a Justiça do Trabalho passou a ser competente para apreciar e julgar todas as ações oriundas da relação de trabalho, inclusive aquelas referentes às relações laborais entre trabalhadores e as personalidades de direito público externo, da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Observa-se que a Emenda nº 45/2004, ao alterar a expressão “relação de emprego” para “relação de trabalho”, fixou novas competências materiais à Jurisdição Trabalhista, sendo, então mais abrangente. 
A Justiça do Trabalho é competente para julgar questões sindicais? De quem é a competência (Justiça Comum ou do Trabalho) para julgar as ações possessórias decorrentes do exercício do direito de greve da iniciativa privada? Citar a fundamentação. 
Sim, este é um aspecto importante que adveio da EC no 45/2004, a qual estabeleceu que a Justiça do Trabalho é competente para resolver questões sindicais, pois dizem respeito à “representação sindical” (inciso III, Art. 114, CF/88), concernem ao “exercício de direito de greve” (inciso II, Art. 114, CF/88), e porque, ainda que de forma indireta, são “oriundas da relação de trabalho”.
Em relação às ações possessórias, a Súmula vinculante Nº 23 do STF cita que: “A justiça do trabalho é competente para processar e julgar ação possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada.” Esta Súmula veio para pacificar o então conflito de competência fundamentado no questionamento sobre a competência para apreciação de ação possessória ajuizada em razão de cerceamento de posse por causa do exercício de greve pelos trabalhadores de iniciativa privada.
A Justiça do Trabalho é competente para julgar Mandado de Segurança? Se sim, em quais casos? E para julgar Habeas Corpus e Habeas Data? Se sim, cite exemplos. Ainda, é competente para julgar ex officio as contribuições sociais decorrentes das sentenças por ela proferidas? Se sim, em quais naturezas de sentença: condenatórias, homologatórias e declaratórias de vínculo? Mencionar a controvérsia jurisprudencial e legal sobre o tema. 
Sim. A competência originária e hierárquica para o mandado de segurança na Justiça do Trabalho era sempre dos Tribunais Regionais do Trabalho ou do Tribunal Superior do Trabalho, conforme o caso. Mas a partir da EC n° 45/2004, a Justiça do Trabalho ganhou autonomia e maior competência, passando a ocupar papel de destaque dentro do Poder Judiciário e o Mandado de Segurança adquiriu mais espaço e relevância. O Art. 5°, LXIX, da CF/88 prevê que: 
“conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público”. 
A competência para julgá-los e processá-los será dos Tribunais do Trabalho, quando contra atos praticados por funcionários ou magistrados na Justiça do Trabalho, conforme o Art. 678, I, 3, da CLT e a Lei n° 7701/88, nos Arts. 2°, I, d, e 3°, I, b. Além disso, após a EC n° 45/04, os atos de autoridades administrativas trabalhistas também terão seus Mandados de Seguranças impetrados perante a Justiça do Trabalho. São exemplos aqueles praticados por integrantes do Ministério Público do Trabalho, dos fiscais do INSS, dos delegados regionais e dos fiscais do Trabalho, ligados ao Ministério do Trabalho, os fiscais da Caixa Econômica Federal e outros. 
Inclusive, a nova redação do Art. 114 da Constituição determina que: “compete à Justiça do trabalho processar e julgar: IV – os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição”.
Atualmente, ainda se discute a competência da Justiça do Trabalho para, por exemplo, julgar habeas corpus, no caso do ramo da Justiça Eleitoral, pois sendo este especializado da Justiça da União, tal como a Trabalhista, ter-se-ia indiscutível competência para apreciar habeas corpus e mandado de segurança em casos pertinentes à matéria eleitoral, além de julgar os delitos eleitorais e os comuns que lhes forem conexos. Contudo, há ainda discussões sobre esta competência. 
	Já o inciso VIII do Art. 114 da CF/88 estabelece que: “Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: [...] VIII - a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no Art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir”. 
E segundo o Art. 876, parágrafo único da CLT, “possibilita-se a execução das contribuições sociais decorrentes de sentenças declaratórias que reconheçam vínculo empregatício entre as partes: Serão executadas ex offício as contribuições sociais devidas em decorrência de decisão proferida pelos Juízes e Tribunais do Trabalho, resultantes de condenação ou homologação de acordo, inclusive sobre os salários pagos durante o período contratual reconhecido (Redação dada pela Lei nº 11.457, de 2007)”.
Contudo, o autor Sérgio Pinto Martins, alude que:
“A sentença de natureza declaratória é uma das sentenças proferidas no dissídio individual. Assim, se a Justiça do Trabalho proferir uma sentença meramente declaratória, em que se reconhece apenas o vínculo de emprego entre as partes, sem a condenação do empregador em pagamento de verbas ao empregado, serão devidas pelo fato de que o vínculo de emprego foi reconhecido e deveria a empresa ter recolhido as contribuições previdenciárias de todo o período trabalhado pelo empregado. Logo, elas serão executadas na Justiça do Trabalho, pois decorrem da sentença proferida por essa Justiça Especializada.” (Execução da Contribuição Previdenciária na Justiça do Trabalho, 2ª Edição, Editora Atlas, 2004, p. 33/34). 
Segundo a decisão proferida pelo STF, esta limita a tratar da questão envolvendo apenas a natureza declaratória da sentença que reconhece vínculo de emprego. Entretanto, a competência da Justiça do Trabalho na execução de contribuições previdenciárias tem passado por mudanças ao longo dos anos, pois suas decisões, quando do reconhecimento do vínculo de emprego, sempre geraram efeitos em face da Previdência Social. Por exemplo, após a EC no 20/98, a Justiça do Trabalho passou a ter competência para executar de ofício as contribuições decorrentes de suas sentenças ou acordos homologados. Há então controvérsias, se a Justiça do Trabalho é competente para julgar as contribuições previdenciárias referentes a vínculos de emprego reconhecido em juízo e se seria esta eficaz na determinação da averbação do tempo de serviço reconhecido. É do entendimento de Caminha (2007) e Garcia (2007) que a Justiça do Trabalho é competente para executar somente as contribuições incidentes sobre as verbas salariais, não podendo executar contribuições em relação a parcelas não inseridas no acordo, mesmo reconhecidas em juízo. Assim, seu conteúdo é meramente declaratório e a sentença não formaria um título executivo, não passível e ser executada. Já Sérgio Martins esclarece que a competência executória da Justiça do Trabalho é abrangente o suficiente a fim de não fazer distinção entre o tipo desentença proferida. 
As ações que discutam acidente de trabalho devem ser julgadas pela Justiça Comum ou Estadual? E contra o empregador? E contra o órgão previdenciário? 
No caso de ações acidentárias, há várias controvérsias sobre a competência para seu julgamento, o que resultou divergências doutrinárias e jurisprudenciais. Uma frente doutrinária defende a Justiça Comum como sendo a competente para processar e julgar as demandas ajuizadas pelo empregado buscando a responsabilização do empregador, assim como pelo ressarcimento dos danos causados pelo acidente de trabalho. Esta frente ainda sustenta que o direito à indenização decorrente de acidente de trabalho não há nada em haver com a relação contratual de emprego, estando, portanto, o empregador, obrigado a ressarcir o empregado, via Justiça Comum. 
A outra frente doutrinária defende seus argumentos segundo a Súmula 15 do STJ, e do Art. 109, I, da CF, as quais preconizam que a competência para o julgamento das indenizações decorrentes de acidente de trabalho devem ser da Justiça do Trabalho. A Súmula 15 do STJ estabelece que: “Compete à Justiça Estadual processar e julgar os litígios decorrentes de acidente do trabalho”. Contudo, o Art. 109 estabelece que: “- Aos juízes federais compete processar e julgar:
I - As causas em que a união, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho.”
Este artigo mostra claramente que a Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar causas acidentais. A fim de dirimir este conflito, as doutrinas procuraram se basear na nova redação do Artigo 114 da Constituição Federal realizada a partir da EC no 45/2004. Entretanto, esta não resolveu este conflito. Desta forma, procurou-se observar o Art. 129 da Lei 8.213/91, a qual preconiza que: “Os litígios e medidas cautelares relativos a acidentes do trabalho serão apreciados:
I – na esfera administrativa, pelos órgãos da Previdência Social, segundo as regras e prazos aplicáveis às demais prestações, com prioridade para conclusão; 
II – na via judicial, pela Justiça dos Estados e do Distrito Federal, segundo o rito sumaríssimo, inclusive durante as férias forenses, mediante petição instruída pela prova de efetiva notificação do evento à Previdência Social, através de Comunicação de Acidente do Trabalho-CAT.”
A análise do artigo supracitado provê a conclusão que a exceção prevista, no que tange aos acidentes de trabalho, diz respeito apenas às ações decorrentes de infortúnio laboral dirigidas contra o órgão previdenciário. Como o Art. 114 da CF não faz qualquer ressalva quanto aos litígios entre empregado e empregador que decorram de acidente de trabalho, estabelece-se, então, de que as questões em tela devem ser dirimidas pela Justiça do Trabalho, em especial porque a exceção prevista no Art. 109, I, da Carta Magna, apenas alcança as ações dirigidas contra o órgão previdenciário. Percebe-se que o julgamento das ações de acidente de trabalho foi constitucionalmente excluído da competência dos juízes federais, mas também não foram abrangidas pela Justiça do Trabalho. Assim, por exclusão as referidas relações jurídicas processuais deverão ser julgadas pela Justiça Comum Estadual.
No caso das ações judiciais de natureza previdenciária, a competência é da Justiça Comum, desde que vise apenas a concessão do benefício previdenciário, e em casos de acidente de Trabalho, por força da relação de trabalho é de competência da Previdência a concessão ao acidentado dos benefícios previdenciários devidos. Contudo, conforme o Art. 7º, inciso XXVIII, CF, o seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, não tira a possibilidade deste em perquerer uma indenização contra o empregador, principalmente quando este incorrer em dolo ou culpa. Inclusive o Decreto 3049/99, Artigo 338, dispõe que “a empresa é responsável pela adoção e uso de medidas coletivas e individuais de proteção à segurança e saúde do trabalhador sujeito aos riscos ocupacionais por ela gerados”. Assim, o empregador pode responder pelas indenizações pertinentes a enfermidade acometida ao empregado, seja de cunho material ou moral. Nesse caso, a justiça competente para julgar a lide é da Justiça do Trabalho, bem como as lides ocasionadas por relação de emprego, de trabalho autônomo e das relações dos servidores públicos com a administração pública. Vejamos o disposto na Súmula 229 do STF: “O pagamento pela Previdência Social das prestações por acidente de trabalho não exclui a responsabilidade civil da empresa ou de outrem”. 
Atualmente, o empregado pode em caso de acidente de trabalho, ajuizar duas ações judiciais indenizatórias. Uma contra o INSS com o objetivo do receber benefício previdenciário e outra indenização contra seu empregador, a fim de ressarcimento de danos morais ou materiais sofridos. A Justiça Comum Estadual é o órgão competente para julgar a ação contra o INSS, nos termos da exceção proposta no Art. 109, I, CF, e a Justiça do Trabalho julgará a ações em face do empregador, pois decorre de relação de trabalho nos termos do Art. 114 da CF. 
A Súmula Vinculante nº 22 do STF é importante ao ser citada, pois trata da competência da Justiça do Trabalho nestes casos: Competência - Processo e Julgamento - Indenização por Danos Morais e Patrimoniais Decorrentes de Acidente de Trabalho 
“A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda Constitucional nº 45/04.”
Já no caso de se pretender indenização da Seguridade Social, ou seja, se pretender receber o auxílio acidente deve-se intentar a ação acidentária em face do INSS com intuito de compeli-lo a conceder o “pecúlio” devido, que tem natureza indenizatória com objetivo de tentar amenizar a enfermidade do acidentado. A princípio deve ser ajuizado na Justiça Estadual em decorrência do que dispõe o Artigo 109 da CF/88.
Atualmente, qual a competência (Justiça do Trabalho ou Justiça Comum) para julgar as relações de consumo, inclusive a cobrança de honorários advocatícios? Citar a fundamentação pertinente (Código, Lei, Súmula, OJ, etc.). Explicar a Teoria da Relação Bifronte. 
	A competência em razão da matéria é fixada, tendo em vista a natureza da relação jurídica litigiosa, a qual é definida pelo pedido e a causa de pedir. A competência material da Justiça do Trabalho é estabelecida no Art. 114 da CF, o qual preconiza que: compete à Justiça do Trabalho processar e julgar dissídios trabalhistas típicos, ou seja, ações decorrentes da relação de emprego; dissídios trabalhistas atípicos, ou seja, ações decorrentes de trabalho não subordinado; dissídios trabalhistas conexos à relação de trabalho, ou seja, ações que envolvam exercício do direito de greve, representação sindical, mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, relativas às penalidades administrativas e sentenças proferidas pela Justiça do Trabalho. 
Antes da Emenda 45/04, este Artigo supracitado determinava a competência pela matéria da relação jurídica dos detentores do capital e do trabalho (os empregadores). Com o advir desta, profundas mudanças no Poder Judiciário, em especial na Justiça do Trabalho foram efetuadas, com a ampliação de sua competência, ou seja, ao Poder Judiciário do Trabalho compete não apenas o julgamento de demandas decorrentes do contrato de trabalho, mas todas as questões emergentes da relação de trabalho lato sensu. Assim, atualmente, a pessoa, ou seja, o trabalhador é o modo prevalente, tendo os contratos de atividade por sujeito a pessoa do trabalhador, não mais apenas do empregador, atraindo para si todos os tipos de relações possíveis, seja trabalhista ou cível. Inclusive, além de expandira competência laborativa, a Emenda manteve o poder normativo da Justiça Trabalhista, visto que o objetivo desta é o equilíbrio entre o capital e o trabalho, e o trabalhador procura tanto assegurar seu direito quanto recuperar sua dignidade e respeito como pessoa humana.
Ao se citar a relação de consumo, observa-se um conflito entre esta e a relação de trabalho, atribuindo-se à de consumo competência à Justiça local. Entende-se que os serviços de profissionais liberais, no caso de pessoalmente executados, constituem relação de consumo. Vide Súmula 363 do STJ:
“Competência - Processo e Julgamento - Ação de Cobrança - Profissional Liberal Contra Cliente
 Compete à Justiça estadual processar e julgar a ação de cobrança ajuizada por profissional liberal contra cliente.”
E também se estabelece uma relação de consumo entre cliente e advogado. Em relação aos honorários advocatícios, o Art. 5º da Instrução Normativa no 27/2005 do TST estabelece que “exceto na lide decorrente da relação de emprego, os honorários advocatícios são devidos pela mera sucumbência.” Assim, aplica-se no processo de trabalho o princípio da sucumbência ao se tratar de dissídio decorrente de relação de trabalho não subordinado. Além disso, o § 2 do Art. 3º da Lei 8078/90 do CDC delimita o serviço de consumo, objeto este do contrato de consumo: 
 
“Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.”
Assim, ao se tratar de relação de atividade executada pelo advogado a um cliente, estabelece-se uma relação de consumo, embora possa conter prestação de serviços trabalhistas. Mas não se configura relação de trabalho de acordo com o Art. 114 da CF.
Já a relação bifronte representa uma situação em que a competência material da Justiça do Trabalho para processar e julgar as ações eminentes das relações de trabalho alcançaria também a relação contratual de consumo, reguladas pelo Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/1990). O Código de Defesa do Consumidor possibilita que a relação de consumo também tenha por objeto a prestação pessoal de serviços (Art. 3º, § 2º, da Lei 8.078/1990), sendo a relação jurídica formada entre o prestador do serviço (fornecedor) e o destinatário do mesmo serviço (consumidor), vista sob dois ângulos distintos. Caso o litígio entre o fornecedor e o consumidor envolva relação de consumo, a Justiça do Trabalho não terá competência para processar e julgar a demanda. Contudo, se o litígio entre o prestador de serviços e o consumidor abranger a relação de trabalho existente entre ambos (exemplo, o não recebimento pelo fornecedor do numerário contratado para a prestação dos serviços), a Justiça do Trabalho será competente para processar e julgar a demanda. 
A Justiça do Trabalho tem competência para julgar as ações penais? Qual a tendência atual? 
Não. De acordo com a Emenda 45/04, a competência da Justiça do Trabalho foi expandida de forma a abranger as relações de emprego e toda relação de trabalho, bem como para julgar as ações penais advindas destas relações. Contudo, o plenário do STF considerou inconstitucionais três incisos introduzidos na Constituição (I, IV e IX do Artigo 114 da CF) com o advir da Emenda supracitada e que tratavam da competência da Justiça do Trabalho para solucionar conflitos entre empregadores e empregados. Segundo o STF, estes dispositivos permitiam que a Justiça trabalhista atuasse em matéria criminal. Mas deferiram liminar na Adin contra os incisos ao argumentarem que estes afrontam os Art. 60, parágrafos 2º e 4º, inciso IV, e o Art. 5º caput e inciso LIII da CF, afastando a competência penal da Justiça do Trabalho.
A Emenda 327/2009 é uma proposta, a qual requer a modificação do inciso IX e acrescenta os incisos X a XIII ao Art. 114, além de revogar parcialmente o inciso VI do Art. 109 da CF, a fim de conferir a competência penal à Justiça do Trabalho, especialmente em relação aos crimes contra a organização do Trabalho, os decorrentes das relações de trabalho, sindicais ou do exercício do direito de greve, a redução do trabalhador à condição análoga à de escravo, aos crimes praticados contra a administração da Justiça do Trabalho e a outros delitos que envolvam o trabalho humano. Contudo, esta ainda se encontra sujeita à apreciação do plenário.
A Justiça do Trabalho tem competência para julgar as ações que discutam dano indireto, reflexo ou ricochete? Em quais casos? Citar a fundamentação pertinente (Código, Lei, Súmula, OJ, etc.). 
Sim. Dano indireto, reflexo ou ricochete é aquele que embora o dano deva ser direto, tendo como titulares da ação aqueles que sofrem de frente os reflexos danosos, acolhe-se também o dano derivado ou reflexo, de que são os titulares que sofrem, por consequência, aqueles efeitos. De acordo com o Art. 944 do Código Civil, “a indenização mede-se ela extensão do dano”, ou seja, deve ser indenizada qualquer pessoa vitimada, seja ela direta ou indiretamente atingida. No caso das relações trabalhistas, o fato danoso indireto mais comum que incide para além da figura do próprio empregado é o relacionado ao acidente de trabalho, especialmente o que acarreta o óbito do trabalhador. Em casos dessa natureza, o Tribunal de Justiça reconhece o direito à indenização dos familiares do empregado, e vítima de acidente de trabalho que fica, também, irreversivelmente inválido e dependente de cuidados especiais. Segue a jurisprudência sobre o caso. 
STJ - CONFLITO DE COMPETENCIA CC 81687 SC 2007/0057576-9 (STJ)
Ementa: CONFLITO DE COMPETÊNCIA. ACIDENTE DO TRABALHO. MORTE DO SEGURADO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAL E MORAL. VIÚVA E FILHOS. COMPETÊNCIA. JUSTIÇA ESTADUAL. 1. No caso de morte do trabalhador, em virtude de acidente do trabalho, prevalece no Superior Tribunal de Justiça o entendimento de ser competente a Justiça estadual para conhecer e julgar a ação de indenização por danos material e moral proposta pela viúva e pelos filhos, porquanto cessada a relação de trabalho e se estabelecendo uma relação de natureza civil. 2. Precedente - Código Civil 54210-RO. 3. Conflito de competência conhecido para declarar competente o Juízo de Direito da 1ª Vara de Caçador - Santa Catarina.
Também está de acordo com o citado a Súmula Vinculante nº 22 do STF: Competência - Processo e Julgamento - Indenização por Danos Morais e Patrimoniais Decorrentes de Acidente de Trabalho
“A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda Constitucional nº 45/04.”
2. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO EM RAZÃO DAS PESSOAS
Explicar a competência atual da Justiça do Trabalho para julgar as ações referentes aos funcionários públicos estatutários (inclusive os temporários), escreventes de cartórios e aos empregados de entes de direito público externo. Citar a fundamentação pertinente (Código, Lei, Súmula, OJ, etc.). 
	De acordo com o Art. 114 da CF, cuja redação foi alterada pela EC no 45/04, estabelece-se que se excepciona da competência da Justiça do Trabalho os servidores ocupantes de cargos criados por lei, de provimento efetivo ou em comissão, visto que o texto menciona apenas as relações de trabalho travadas com os entes públicos da administração direta, respectivas autarquias e fundações públicas. Isto porque a Justiça do Trabalho, no que concerne à Administração Pública Direta, suas autarquias e fundações públicas, só ostenta competência para processar e julgar ações oriundas de relação de trabalho e não de relação jurídica de cunho institucional, tal como é da índole do regime jurídico estatutário. Por este motivo, para os servidores públicos estatutários, a alteração do Art. 114 da CF/88 pela EC nº 45/04 mostra-se sem qualquerrelevância jurídica, continuando estes a dirimirem seus conflitos perante a Justiça Comum. Importante ressaltar que, conforme liminar concedida pelo presidente do STF, e referendada pelo plenário daquele STF, na ADI nº 3.395-6, proposta pela AJUFE (Associação dos Juízes Federais), a competência da Justiça do Trabalho refere-se apenas aos servidores públicos regidos pela CLT. Não abrange os servidores públicos estatutários ou de caráter jurídico-administrativo. Assim, será competente a Justiça Federal, no caso de servidores públicos federais, e sendo o caso de servidores públicos estaduais ou municipais, a competência será da Justiça Estadual. 
Quanto aos notários, empregados dos Cartórios Extrajudiciais que executam serviços notariais e de registro, prevê a Constituição Federal que são atividades exercidas em caráter privado e delegadas pelo Poder Público. Segundo o Art. 20 da Lei 8935/94, “os notários e os oficiais de registro poderão, para o desempenho de suas funções, contratar escreventes, dentre eles escolhendo os substitutos, e auxiliares como empregados, com remuneração livremente ajustada e sob o regime da legislação do trabalho.” Visto o próprio texto da Lei, não há dúvidas que a competência para processar e julgar controvérsias entre funcionários dos cartórios e seus titulares será da Justiça do Trabalho.
Em relação aos entes de direito público externo, segundo a EC no 45/04, foi atribuída à Justiça do Trabalho a competência para processar e julgar: “as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios” (inciso I), inclusive aquelas “de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de emprego” (inciso VI). 
3. COMPETÊNCIA TERRITORIAL DA JUSTIÇA DO TRABALHO
a. Qual o local competente para que uma Vara do Trabalho possa julgar uma ação trabalhista? E no caso de agente ou viajante comercial? E quando o empregador promover atividades fora do local de trabalho? E no caso de brasileiros que prestem serviços no estrangeiro? Citar a fundamentação pertinente (Código, Lei, Súmula, OJ, etc.). 
A competência em razão do lugar ou territorial é delimitada com base no espaço geográfico em que atua o órgão jurisdicional. Normalmente, essa competência é instituída aos órgãos de primeira instância da Justiça do Trabalho designados de Varas do Trabalho. Contudo, há certos casos em que o Município não possui vara especializada para dirimir conflitos trabalhistas, e a lei atribui essa tarefa aos juízes comuns. De acordo com o Art. 651, caput da Consolidação das Leis Trabalhistas, a reclamação trabalhista deve ser proposta no último local de prestação de serviços, mesmo que o empregado tenha sido contratado em outro local ou no exterior. O principal intuito da norma é impedir que o empregado tenha gastos desnecessários com a demanda, bem como tenha condições de colher as melhores provas no local onde por último trabalhou. Entretanto, esta regra, a qual privilegia a parte hipossuficiente da relação, o empregado, comporta três exceções: quando o empregado for agente ou viajante comercial; quando o empregado brasileiro estiver trabalhando no estrangeiro e quando o empregador promove realização de atividade fora do lugar do contrato. 
O viajante comercial é o empregado que presta serviço de vendas em mais de um local, agindo em nome do empregador, sem se fixar em um local. Segundo o Art. 651, §1º da CLT: “quando for parte no dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da Junta da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a Junta da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima”. 
	Já de acordo com o § 2º do Art. 651 da CLT, a competência das varas trabalhistas brasileiras estende-se nas situações onde ocorram dissídios em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja tratado internacional dispondo o contrário. Em 1985, foi redigida a Súmula 207 do TST, a qual citava que mesmo tendo a vara trabalhista competência para solucionar o conflito, seria aplicada a legislação do país onde foi prestado o serviço. Contudo, essa redação provocou sérias discussões teóricas e práticas, principalmente após a edição da Lei 11.962/2009, a qual alterou o caput do Art. 1º, da Lei 7.064/1982, que regula a situação de trabalhadores contratados ou transferidos para prestar serviços no exterior, não excepcionando situações, a não ser a do empregado designado para prestar serviços de natureza transitória, por período não superior a 90 dias (parágrafo. único). Por sua vez, o Art. 3º, inciso II, dispõe que será observada a lei brasileira, independentemente da observância da lei do local da prestação do serviço, naquilo em que não for incompatível com ela, sempre que for mais favorável que a lei territorial, no conjunto de normas e em relação a cada matéria.
Para os que promovem atividades fora do local de trabalho, o Art. 651, § 3º da CLT lhes assegura que: “em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços”. 
4. COMPETÊNCIA FUNCIONAL DA JUSTIÇA DO TRABALHO
a. Todos os Juízos trabalhistas (Varas, TRTs e TST) possuem competência originária e recursal? Explicar em quais casos cada órgão possui competência originária e em quais casos possui competência recursal. 
	Nem todos. A seguir estão os Juízos Trabalhistas:
1º Caso: Do Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Este é o órgão máximo da Justiça do Trabalho, com sede na capital do País, de acordo com o Art. 92, § 1º da CF. Segundo o Art.702 da CLT, ao Tribunal Pleno compete (Lei nº 2.244/1954): 
I - em única instância (Competência Originária):
a) decidir sobre matéria constitucional, quando arguido, para invalidar lei ou ato do poder público;
b) conciliar e julgar os dissídios coletivos que excedam a jurisdição dos Tribunais Regionais do Trabalho, bem como estender ou rever suas próprias decisões normativas, nos casos previstos em lei;
c) homologar os acordos celebrados em dissídios de que trata a alínea anterior;
d) julgar os agravos dos despachos do presidente, nos casos previstos em lei;
e) julgar os mandados de segurança contra o presidente e demais juízes do Tribunal, nos feitos pendentes de sua decisão;
f) estabelecer súmulas de jurisprudência uniforme, na forma prescrita no Regimento Interno;
g) aprovar tabelas de custas emolumentos, nos termos da lei;
h) elaborar o Regimento Interno do Tribunal e exercer as atribuições administrativas previstas em lei, ou decorrentes da Constituição Federal.
II - em última instância (Competência Recursal): 
a) julgar os recursos ordinários das decisões proferidas pelos Tribunais Regionais em processos de sua competência originária;
b) julgar os embargos opostos às decisões de que tratam as alíneas "b" e "c" do inciso I deste artigo;
c) julgar embargos das decisões das Turmas, quando não unânimes entre si ou de decisão proferida pelo próprio Tribunal Pleno, ou que forem contrárias à letra de lei federal;
d) julgar os agravos de despachos denegatórios dos presidentes de turmas, em matéria de embargos na forma estabelecida no regimento interno;
e) julgar os embargos de declaração opostos aos seus acórdãos.
2º Caso: De cada Turma do Tribunal.
Segundo o Art.702, § 2º da CLT, é da competência de cada uma das Turmas do Tribunal: (Parágrafo incluído pela Lei nº 2.244/1954)
I - em única instância (Competência Originária):
a) julgar, em única instância, os conflitos de jurisdição entre Tribunais Regionais do Trabalho e os que se suscitarem entre juízes de direito ou juntas de conciliação e julgamento de regiões diferentes; (Alínea incluída pela Lei nº 2.244, de 23.6.1954).
II - em última instância (CompetênciaRecursal):
a) julgar, em última instância, os recursos de revista interpostos de decisões dos Tribunais Regionais e das Juntas de Conciliação e julgamento ou juízes de direito, nos casos previstos em lei;
b) julgar os agravos de instrumento dos despachos que denegarem a interposição de recursos ordinários ou de revista;
c) julgar os embargos de declaração opostos aos seus acórdãos;
d) julgar as habilitações incidentes e arguições de falsidade, suspeição e outras nos casos pendentes de sua decisão.
3º Caso: Dos Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs).
De acordo com o Art. 112 da CF/88, cada Estado membro da União deveria ter pelo menos um Tribunal Regional do Trabalho, mas após a EC no 45/04, ocorreu a descentralização dos Tribunais, por meio de Câmaras regionais e a função jurisdicional itinerante (Art.115, §§ 1º e 2º, CF) 
Segundo o Art.678 da CLT, Aos Tribunais Regionais, quando divididos em Turmas, compete: 
I - ao Tribunal Pleno, que não se dividiram:
I.I- em única instância (Competência Ordinária): 
a) processar, conciliar e julgar originariamente os dissídios coletivos;
b) processar e julgar originariamente:
b.1) as revisões de sentenças normativas;
b.2) a extensão das decisões proferidas em dissídios coletivos;
b.3) os mandados de segurança, ações rescisórias e de habeas corpus;
b.4) as impugnações à investidura de vogais e seus suplentes nas Juntas de Conciliação e Julgamento;
I. II - em última instância (Competência Recursal):
a) julgar os recursos das multas impostas pelas Turmas;
b) julgar as ações rescisórias das decisões das Juntas de Conciliação e Julgamento, dos juízes de direito investidos na jurisdição trabalhista, das Turmas e de seus próprios acórdãos;
c) dirimir os conflitos de jurisdição entre as suas Turmas, os juízes de direito investidos na jurisdição trabalhista, as Juntas de Conciliação e Julgamento, ou entre aqueles e estas.
I.III em única ou última instância:
a) julgar os processos e os recursos de natureza administrativa atinentes aos seus serviços auxiliares e respectivos servidores;
b) julgar as reclamações contra atos administrativos de seu presidente ou de qualquer de seus membros, assim como dos juízes de primeira instância e de seus funcionários.
II- às Turmas (Tribunal que se dividiu):
II.I- em única instância (Competência Ordinária): 
Parágrafo único: Das decisões das Turmas não caberá recurso para o Tribunal Pleno ou para as Seções, exceto no caso do item I, alínea "c", inciso 1, deste artigo.
II. II - em última instância (Competência Recursal):
a) julgar os recursos ordinários previstos no Art. 895, alínea a;
b) julgar os agravos de petição e de instrumento, estes de decisões denegatórias de recursos de sua alçada;
c) impor multas e demais penalidades relativas e atos de sua competência jurisdicional, e julgar os recursos interpostos das decisões das Juntas dos juízes de direito que as impuserem. 
4º Caso: Das Varas do Trabalho.
As Varas são os órgãos de primeiro grau da Justiça do Trabalho, aos quais cabe o conhecimento dos litígios trabalhistas, cuja competência é apenas ordinária. São em grande número, principalmente após a EC no 45/04, sendo que cada comarca teria pelo menos uma Vara. É composta por um juiz do Trabalho, bacharel este habilitado em concurso público. Este deve:
presidir as audiências, executar as decisões e despachar petições e recursos;
praticar todos e outros atos decorrentes do exercício de suas funções – jurisdição voluntária;
homologar pedidos de demissão, de recibos de quitação e de acordos para rescisão do contrato de trabalho de trabalhadores estáveis;
despachar dentro do prazo legal os requerimentos e petições à sua decisão;
julgar e conciliar os dissídios resultantes de contratos de empreitadas, em que o empreiteiro seja operário ou artífice;
processar e julgar os inquéritos para apuração e falta grave;
julgar os embargos opostos às suas próprias decisões.
5. CONFLITOS de COMPETÊNCIA
Na Justiça do Trabalho, em quais casos podem ocorrer os Conflitos de Competência? É considerado Conflito de Competência entre TRT e Vara do Trabalho a ele vinculada? 
A competência é o limite da jurisdição de cada órgão judicial, ou seja, é a distribuição de cada Poder de julgar entre os órgãos que compõem o Poder Judiciário. Na Justiça do Trabalho, os critérios que determinam a competência são: a matéria (ratione materiae), as pessoas (ratione personae), a função (ou hierarquia) e o território (ratione loci). Na Justiça do Trabalho, os conflitos de competência, estão previstos do Art. 803 ao 812 da CLT, sendo que o Art. 803 dispõe que estes casos podem ocorrer entre:
a) Varas do Trabalho e Juízes de Direito investidos na administração da Justiça do Trabalho; 
b) Tribunais Regionais do Trabalho;
c) Juízos e Tribunais do Trabalho e órgãos da Justiça Ordinária;
d) Câmaras do Tribunal Superior do Trabalho.
Já o Art. 804 da CLT dispõe que se dará conflito de jurisdição:
a) quando ambas as autoridades se considerarem competentes;
b) quando ambas as autoridades se considerarem incompetentes.
Contudo, não é considerado conflito de competência entre TRT e Vara do Trabalho, tal como estabelece a Súmula Vinculante no 420 do TST: “não se configura conflito de competência entre Tribunal Regional do Trabalho e Vara do Trabalho a ele vinculada.”
Quem julga o Conflito de Competência entre órgãos com jurisdição trabalhista? E entre STJ e qualquer Tribunal ou com participação de qualquer Tribunal Superior? E entre Tribunais e juízes a ele não vinculados, ou vinculados a Tribunais diversos? Cite a fundamentação legal. 
Os conflitos de competência serão resolvidos na forma do Art. 808, da CLT. Assim, serão processados e julgados pelo Tribunal Superior, os suscitados entre Tribunais Regionais, ou entre Varas do Trabalho e Juízos de Direito sujeitos à jurisdição de Tribunais Regionais diferentes; e pelos Tribunais Regionais, os suscitados entre Varas do Trabalho e entre Juízos de Direito investidos na jurisdição trabalhista, ou entre uma e outras, nas respectivas regiões. O Art. 808 assim dispõe:
“Os conflitos de jurisdição serão resolvidos:
a) pelos Tribunais Regionais, os suscitados entre Varas e entre Juízos de Direito, ou entre uma e outras, nas respectivas regiões;
b) pela Tribunal Superior do Trabalho, os suscitados entre Tribunais Regionais, ou entre Varas e Juízos de Direito sujeitos à jurisdição de Tribunais Regionais diferentes;
c) pelo Conselho Pleno, os suscitados entre as Câmaras de Justiça do Trabalho e de Previdência Social;
d) pelo Supremo Tribunal Federal, os suscitados entre as autoridades da Justiça do Trabalho e as da Justiça Ordinária, entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal (Art. 102, I, o da CF).”

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