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APOSTILA CONTABILIDADE GOVERNAMENTAL

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CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL ALPHA
Travessa Jorge Fernandes, 64 Tel.: 34-3842 4600
Monte Carmelo – Minas Gerais
CONTABILIDADE GOVERNAMENTAL
PROFª: REILA MÁRCIA REZENDE DOMINGUES
E-MAIL: reiladomingues@hormail.com
	ANOTAÇÕES:
Sumário:
1.Introdução à contabilidade Governamental
1.1- Interpretação dos princípios fundamentais de contabilidade sob a perspectiva do setor público
1.2 A estrutura administrativa do Estado
2. Aspectos gerais sobre o orçamento publico
2.1-Receitas
2.2 - Receitas Correntes
2 .3- Receitas de Capital
2.4- Classificação da Receita- Exemplo
2.5-As Despesas públicas
2.5.1- Classificações da despesa
2.6-O Planejamento Orçamentário
2.6.1-Os princípios orçamentários
2.6.2-Créditos Orçamentários 
2.7-LRF- Lei de Responsabilidade Fiscal
3-Plano de Contas e sistema de Contabilidade Governamental
3.1-Subsistema Orçamentário
4. O sistema contábil
4.1 – Sistema orçamentário
4.2-Sistema financeiro
4.3-Sistema Patrimonial
4.4-Sistema de Compensação
4.5-Licitação e concorrência
4.5.1- Os princípios da administração pública
4.5.2- As modalidades de licitação
4.5.3- Os casos de dispensas e as inexigibilidades de licitação
4.5.4-Inexigibilidade de Licitação - Art. 25
 5- Os Demonstrativos Contábeis Aplicados ao Setor Público
5.1-Conceitos e objetivos do DCASPs
5.2- O Balanço Orçamentário
5.3 Balanço financeiro
5.4- Balanço patrimonial
5.5- Demonstração das variações patrimoniais
5.6 Demonstração dos fluxos de caixa
5.7 Demonstração do resultado econômico
Contabilidade Governamental
1.Introdução à contabilidade Governamental
 A Contabilidade Aplicada à Administração Pública, seja na área federal, seja na Estadual, na Municipal ou no Distrito Federal, tem como carro-chefe a Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, que estatui normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
Segundo Mota (2009, p. 222 :
“A Contabilidade Pública é o ramo da Ciência Contábil que aplica na
administração pública as técnicas de registro dos atos e fatos administrativos,
apurando resultados e elaborando relatórios periódicos,
levando em conta as normas de Direito Financeiro, os princípios
gerais de finanças públicas e os princípios de contabilidade.”
A Lei nº 4.320/64 está disponível no site governamental
 O ponto de partida para qualquer área do conhecimento humano devem ser sempre os princípios que a sustentam. Esses princípios espelham a ideologia de determinado sistema, de seus postulados básicos e seus fins. Vale dizer, os princípios são eleitos como fundamentos e qualificações essenciais da ordem que institui. Os princípios possuem o condão de declarar e consolidar os altos valores da vida humana e, por isso, são considerados pedras angulares e vigas-mestras do sistema.
 Adicionalmente, as novas demandas sociais estão exigindo um novo padrão de informações geradas pela Contabilidade Pública, e que seus demonstrativos – item essencial das prestações de contas dos gestores públicos – devem ser elaborados de modo a facilitar, por parte dos seus usuários e de toda a sociedade, a adequada interpretação dos fenômenos patrimoniais do setor público, o acompanhamento do processo orçamentário,
a análise dos resultados econômicos e o fluxo financeiro.
Interpretação dos princípios fundamentais de contabilidade sob a perspectiva do setor público
1.1.1. O enunciado do Princípio da Entidade
Art. 4º O Princípio da Entidade reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, a um conjunto de pessoas, a uma sociedade ou a uma instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência, nesta acepção, o patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.
Parágrafo único. O patrimônio pertence à entidade, mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou a agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova entidade, mas numa unidade de natureza econômico-contábil.
Perspectivas do Setor Público
O Princípio da Entidade se afirma, para o ente público, pela autonomia e pela responsabilização do patrimônio a ele pertencente.
A autonomia patrimonial tem origem na destinação social do patrimônio e a responsabilização pela obrigatoriedade da prestação de contas pelos agentes públicos.
1.2. O princípio da continuidade
1.2.1. O enunciado do Princípio da Continuidade
Art. 5º A continuidade, ou não, da entidade, bem como a sua vida definida ou provável, devem ser consideradas quando da classificação e da avaliação das mutações patrimoniais, quantitativas e qualitativas.
§ 1º A continuidade influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o valor de vencimento dos passivos, especialmente quando a extinção da entidade tem prazo determinado, previsto ou previsível.
§ 2º A observância do Princípio da continuidade é indispensável à	correta aplicação do Princípio da competência, por efeito de se relacionar diretamente à quantificação dos componentes patrimoniais e à formação do resultado, e de se constituir dado importante para aferir a capacidade futura de geração de resultado.
Perspectivas do Setor Público No âmbito da entidade pública, a continuidade está vinculada ao estrito cumprimento da destinação social do seu patrimônio, ou seja, a continuidade da entidade se dá enquanto perdurar sua finalidade.
1.3. O princípio da oportunidade
1.3.1. O enunciado do Princípio da Oportunidade
Art. 6º O Princípio da oportunidade refere-se, simultaneamente, à	tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas	mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que as originaram.
Parágrafo único. Como resultado da observância do Princípio da oportunidade:
I. desde que tecnicamente estimável, o registro das variações patrimoniais deve ser feito mesmo na hipótese de somente existir razoável certeza de sua ocorrência;
II. o registro compreende os elementos quantitativos e qualitativos, contemplando os aspectos físicos e monetários;
III. o registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações ocorridas no patrimônio da entidade, em um período de tempo determinado, base necessária para gerar informações úteis ao processo decisório da gestão.
Perspectivas do Setor Público
O Princípio da Oportunidade é base indispensável à integridade e à fidedignidade dos registros contábeis dos atos e dos fatos que afetam ou possam afetar o patrimônio da entidade pública, observadas as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas ao Setor Público.
A integridade e a fidedignidade dizem respeito à necessidade de as variações serem reconhecidas na sua totalidade, independentemente do cumprimento das formalidades legais para sua ocorrência, visando ao completo atendimento da essência sobre a forma.
1.4. O princípio do registro pelo valor original
1.4.1. O enunciado do Princípio do Registro pelo Valor Original
Art. 7º Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do País, que serão mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem agregações ou decomposições no interior da Entidade.
Parágrafo único. Do Princípio do registro pelo valor original resulta: 
I. a avaliação dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valores de entrada, considerando-se como tais os resultantes do consenso com os agentes externos ou da imposição destes;
II. uma vez integrados no patrimônio, o bem, o direito ou a obrigação não poderão ter alterado seus valores intrínsecos, admitindo-se, tão somente, sua decomposição em elementose/ou sua agregação,
parcial ou integral, a outros elementos patrimoniais; 
III. o valor original será mantido enquanto o componente permanecer como parte do patrimônio, inclusive quando da saída deste;
IV. os Princípios da atualização monetária e do registro pelo valor original são compatíveis entre si e complementares, dado que o primeiro apenas atualiza e mantém atualizado o valor de entrada;
IV. o uso da moeda do País na tradução do valor dos componentes patrimoniais constitui imperativo de homogeneização quantitativa dos mesmos.
Perspectivas do Setor Público
Nos registros dos atos e dos fatos contábeis será considerado o valor original dos componentes patrimoniais. Valor original, que ao longo do tempo não se confunde com o custo histórico, corresponde ao valor resultante de consensos de mensuração com agentes internos ou externos, com base em valores de entrada – a exemplo de custo histórico, custo histórico corrigido e custo corrente; ou valores de saída – a exemplo de valor de liquidação, valor de realização, valor presente do fluxo de benefício do ativo e valor justo.
1.5. O princípio da atualização monetária
1.5.1. O enunciado do Princípio da Atualização Monetária
Art. 8º Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis por meio
do ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes
patrimoniais.
Parágrafo único. São resultantes da adoção do Princípio da atualização monetária:
I. a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade constante em termos do poder aquisitivo;
II. para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais (art. 7º), é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por consequência, o do patrimônio líquido;
III. a atualização monetária não representa nova avaliação, mas, tão somente, o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores, ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período.
1.6. O princípio da competência
1.6.1. O enunciado do Princípio da Competência
Art. 9º As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento.
§ 1º O Princípio da competência determina quando as alterações no ativo ou no passivo resultam em aumento ou diminuição patrimônio líquido, estabelecendo diretrizes para classificação das mutações patrimoniais, resultantes da observância do Princípio da Oportunidade.
§ 2º O reconhecimento simultâneo das receitas e das despesas, quando correlatas, é consequência natural do respeito ao período em que ocorrer sua geração.
§ 3º As receitas consideram-se realizadas:
I. nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem compromisso firme de efetivá-lo, quer pela investidura na propriedade de bens anteriormente pertencentes à entidade, quer pela fruição de serviços por esta prestados;
II. quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior;
III. pela geração natural de novos ativos independentemente da intervençãode terceiros;
IV. no recebimento efetivo de doações e subvenções.
§ 4º Consideram-se incorridas as despesas:
I. quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferênciade sua propriedade para terceiro;
II. pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo;
III. pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo.
Perspectivas do Setor Público
O Princípio da Competência é aquele que reconhece as transações e os eventos na ocorrência dos respectivos fatos geradores, independentemente do seu pagamento ou recebimento, aplicando-se integralmente ao Setor Público.
Os atos e os fatos que afetam o patrimônio público devem ser contabilizados por competência, e os seus efeitos devem ser evidenciados nas Demonstrações Contábeis do exercício financeiro com o qual se relacionam, complementarmente ao registro orçamentário das receitas e das despesas públicas.
1.7. O princípio da prudência
1.7.1. O enunciado do Princípio da Prudência
Art. 10 O Princípio da Prudência determina a adoção do menor valor para os componentes do ativo e do maior para os do passivo, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.
§ 1º O Princípio da Prudência impõe a escolha da hipótese de que
resulte menor patrimônio líquido, quando se apresentarem opções
igualmente aceitáveis diante dos demais Princípios Fundamentais
de Contabilidade.
§ 2º Observado o disposto no art. 7º, o Princípio da Prudência somente se aplica às mutações posteriores, constituindo-se ordenamento indispensável à correta aplicação do Princípio da Competência.
§ 3º A aplicação do Princípio da Prudência ganha ênfase quando,
para definição dos valores relativos às variações patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem incertezas de grau variável.
Perspectivas do Setor Público
As estimativas de valores que afetam o patrimônio devem refletir a aplicação de procedimentos de mensuração que prefiram montantes, menores para ativos, entre alternativas igualmente válidas, e valores maiores para passivos.
A prudência deve ser observada quando, existindo um ativo ou um passivo já escriturado por determinados valores, segundo os Princípios do Valor Original e da Atualização Monetária, surgirem possibilidades de novas mensurações.
A aplicação do Princípio da Prudência não deve levar a excessos ou a situações classificáveis como manipulação do resultado, ocultação de passivos, super ou subavaliação de ativos. Pelo contrário, em consonância com os Princípios Constitucionais da Administração Pública, deve constituir garantia de inexistência de valores fictícios, de interesses de grupos ou pessoas, especialmente gestores, ordenadores e controladores.
Resoluções das NBCASP
––Resolução CFC nº 1.128/08 – aprova a NBC T 16.1 – Conceituação, Objeto e Campo de Aplicação;
––Resolução CFC nº 1.129/08 – aprova a NBC T 16.2 – Patrimônio
e Sistemas Contábeis;
–– Resolução CFC nº 1.130/08 – aprova a NBC T 16.3 – Planejamento e seus Instrumentos sob o Enfoque Contábil;
––Resolução CFC nº 1.131/08 – aprova a NBC T 16.4 – Transações no Setor Público;.
––Resolução CFC nº 1.132/08 – aprova a NBC T 16.5 – Registro
Contábil;
––Resolução CFC nº 1.133/08 – aprova a NBC T 16.6 – Demonstrações Contábeis;
––Resolução CFC nº 1.134/08 – aprova a NBC T 16.7 – Consolidação das Demonstrações Contábeis;
––Resolução CFC nº 1.135/08 – aprova a NBC T 16.8 – Controle
Interno;
––Resolução CFC nº 1.136/08 – aprova a NBC T 16.9 – Depreciação, Amortização e Exaustão;
––Resolução CFC nº 1.137/08 – aprova a NBC T 16.10 – Avaliação
e Mensuração de Ativos e Passivos em Entidades do
Setor Público.
––Resolução CFC nº 1.366/11
– aprova a NBC T 16.11
– Sistema de Informação de Custo no Setor Público.
As NBCASP – Normas Brasileiras Aplicadas ao Setor Público foram analisadas por meio de um processo democrático, reunindo vários órgãos: CFC (Conselho Federal de Contabilidade), STN –(Secretaria do Tesouro Nacional), Tribunais de Contas, Instituições de Ensino Superior, representantes dos governos (federais, estaduais e municipais) e partes interessadas. Após análises, foram submetidas e aprovadas pela Câmara Técnica e Plenário do CFC.
Atualmente, acontece o movimento de convergência das normas brasileiras aos padrões internacionais, denominadas IPSAS – Normas Internacionais de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público, elaboradas pela IFAC – International Federation of Accountants, que tomam como referência os padrões aplicados ao setor empresarial.
A estruturaadministrativa do Estado
Este é um assunto tratado especificamente em Direito Público e Administrativo; porém, para que você reconheça melhor o campo de atuação da Contabilidade Aplicada ao Setor Público, deve atentar-se à compreensão dos conceitos a seguir.
Administração Indireta, segundo Carvalho Filho, é o conjunto de
pessoas administrativas que, vinculadas à Administração Direta, têm o objetivo de desempenhar as atividades administrativas de forma descentralizada.
Seu objetivo é a execução de algumas tarefas de interesse do
Estado por outras pessoas jurídicas. Quando não pretende executar certa atividade através de seus próprios órgãos, o Poder Público transfere a sua titularidade ou execução a outras entidades. Quando esta delegação é feita é a lei que cria as entidades responsáveis, surge a Administração Indireta.
No Brasil, a Administração Indireta compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria:
a) Autarquias
b) Empresas públicas
c) Sociedades de economia mista
d) Fundações públicas
	
Autarquias
Na administração pública brasileira, uma autarquia é uma entidade auxiliar da administração pública estatal autônoma e descentralizada. Seu patrimônio e receita são próprios, porém tutelados pelo Estado. O Decreto-Lei nº 200 de 1967, no seu artigo 5º, inciso I, define autarquia como “Serviço autônomo criado por lei, com personalidade jurídica de direito público, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram para seu melhor funcionamento gestão administrativa e financeira descentralizada”.
As autarquias são criadas por lei para executar, de forma descentralizada, atividades típicas da administração pública. Têm patrimônio formado por recursos próprios. Sua organização interna pode vir através de decretos (emanam do poder executivo), de portarias (ministérios, secretarias), de regimentos ou regulamentos internos. São autarquias, por exemplo, as universidades federais.
Empresas públicas
Empresa pública é a pessoa jurídica de capital público, instituído
por um ente estatal, com a finalidade prevista em Lei. A finalidade é sempre de natureza econômica. Em se tratando de ‘empresa’, ela deve visar ao lucro, ainda que este seja utilizado em prol da comunidade.
No Brasil, as empresas públicas se subdividem em duas categorias: empresa pública unipessoal, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, e empresa pública de vários sócios governamentais minoritários, que unem seus capitais à União, tendo, esta, a maioria do capital votante. A empresa pública tanto pode ser criada, originariamente, pelo Estado como ser objeto de transformação de autarquia ou de empresa privada.
Quanto ao capital, difere-se das sociedades de economia mista, porquanto nestas, ainda que a titularidade também seja do Poder Público, o capital social é dividido também entre particulares, que adquire suas quotas por meio da compra de ações.
A administração das empresas públicas no Brasil é feita por dirigentes nomeados pelo presidente da República, sendo, via de regra, pessoas do próprio quadro funcional.
São exemplos de empresas públicas no Brasil a Caixa Econômica
Federal e a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.
Sociedades de economia mista
Sociedade de Economia Mista é a pessoa jurídica constituída por
algum ente estatal (União, Estados ou Municípios), sob o regime de Sociedade Anônima, no qual o Governo é o principal acionista, e os particulares são sempre minoritários.
Difere-se das empresas públicas, pelo fato de nestas o capital ser
100% público.
Difere-se também das sociedades anônimas em que o governo tem posição acionária minoritária, pois nestas o controle da atividade é privado. Exemplos de sociedades de economia mista no Brasil são a Petrobrás e o Banco do Brasil.
Fundações públicas
As fundações públicas são organizações dotadas de personalidade jurídica de direito público, sem fins lucrativos, criadas para um fim específico de interesse público, como educação, cultura e pesquisa, sempre merecedoras de um amparo legal. As fundações públicas possuem autonomia administrativa, patrimônio próprio e funcionamento custeado, principalmente, por recursos do poder público, ainda que sob a forma de prestação de serviços.
Elas são criadas por lei específica e regulamentadas por decreto,
independentemente de qualquer registro. Antes do Código Civil de 2002, as fundações públicas eram criadas por Lei e suas competências definidas por Lei Complementar. Após as alterações do Código Civil, as fundações passaram a ser criadas por Decreto do Executivo, após passarem pelo crivo do Legislativo.
Vale lembrar, ainda, que, no Brasil, o governo é compartimentado em três poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário:
• Legislativo – no nível federal, é exercido pelo Congresso Nacional, o qual é constituído pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, dentro de um modelo bicameral. Nos Estados, é unicameral, exercido pelas Assembleias Legislativas. Nos
Municípios, é constituído pelas Câmaras de Vereadores.
• Judiciário – é exercido pelos seguintes órgãos no nível federal: Supremo Tribunal Federal; Superior Tribunal de Justiça; Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; Tribunais e Juízes
do Trabalho, Eleitorais e Militares; Tribunal e Juízes do DF e
Territórios. Nos Estados, existem os Tribunais de Justiça e os
Juízes estaduais. Não existe o Judiciário Municipal.
Executivo – exercido na União pelo Presidente da República, com auxílio dos Ministros de Estado. Nos Estados e no Distrito Federal, o chefe do Poder Executivo é o Governador, auxiliado por Secretários Estaduais.
Nos Municípios, é exercido pelo Prefeito Municipal, auxiliado por Secretários Municipais. A estrutura administrativa do Poder Executivo divide-se em administração direta e administração indireta (que, por sua vez, subdividem-se em autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista), conforme visto anteriormente.
Leituras recomendadas
SLOMSKI, Valmor. Manual de contabilidade pública: um enfoque
na contabilidade municipal, de acordo com a Lei de Responsabilidade
Fiscal. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
CASTRO, Domingos Poubel. GARCIA, Leice Maria. Contabilidade
Pública no Governo Federal. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2004
Além disso, pode aprofundar-se acessando os links:
Lei nº 4.320/64, disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
LEIS/L4320.htm
Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público, disponível
em: http://www.cfc.org.br/uparq/livreto_NBCASP_site.pdf
Referências bibliográficas
MOTA, Francisco Glauber Lima. Contabilidade aplicada ao setor
público. 1. ed. Brasília, 2009.
ANDRADE, Nilton de Aquino. Contabilidade pública na gestão municipal:
3. ed. São Paulo, Atlas: 2008.
LIMA, Diana Vaz de; CASTRO, Róbson Gonçalves de. Contabilidade
pública: integrando União, Estados e Municípios (Siafi e Siafem).
2. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
CASTRO, Domingos Poubel de. Auditoria e controle interno na
administração pública: evolução do controle interno no Brasil: do
Código de Contabilidade de 1922 até a criação da CGU em 2003: guia
para atuação das auditorias e organização dos controles internos nos
Estados, municípios e ONGs. 1. ed. São Paulo: Atlas 2008.
2. Aspectos gerais sobre o orçamento publico.
2.1-Receitas
A receita assume, na administração pública, um papel de fundamental importância por estar envolvida em diversas situações, como a sua distribuição e a destinação entre as esferas governamentais e o seu relacionamento com os limites legais impostos pela legislação.
Segundo Silva (2009, p. 222):
“Para fazer face a suas necessidades, o Estado dispõe de recursos ou
rendas que lhe são entregues através da contribuição da coletividade.
O conjunto desses recursos constitui a denominada receita pública e
com ela o Estado vai enfrentar todos os encargos com a manutenção
de sua organização, com o custeio de seus serviços,com a segurança
de sua soberania, com as iniciativas de fomento e desenvolvimento
econômico e social e com seu próprio patrimônio.”
De acordo com Lima e Castro (2003, p. 54):
“A receita pública seria, pois, o recebimento efetuado pela instituição
pertencente ao Estado, com a finalidade de ser aplicado em gastos
operativos e de administração.”
Perceba que, em todas as definições dos autores citados, a Receita
Pública é representada pelos ingressos de recursos financeiros que serão aplicados na aquisição de bens e serviços, visando à prestação de serviços públicos à comunidade.
2.1.1 Classificação
Primeiramente, você deve saber que as receitas estão divididas em:
a) Receitas extraorçamentárias
São os valores não previstos no orçamento. Correspondem a fatos de natureza financeira decorrentes da própria gestão das entidades. O Estado, neste caso, é simples depositário de valores que serão restituídos na época oportuna aos interessados, por decisão administrativa ou sentença judicial.
O governo pode beneficiar-se com as prescrições, com medidas administrativas e com sentenças favoráveis. Constituem estes tipos de rendas: caução, descontos consignados em folha de pagamento dos servidores e outros.
É muito comum, nas contratações de serviços pela administração pública, exigir-se que a empresa contratada caucione determinado percentual sobre o valor global do contrato, o que, ao final da vigência, deverá ser devidamente devolvido à empresa. Sendo assim, este valor é um típico exemplo de classificação de receita extraorçamentária no momento de seu depósito.
b) Receitas orçamentárias
São as que foram previstas no orçamento e que efetivamente irão financiar os gastos públicos. Destaca-se nesse contexto a Receita Tributária,que se constitui de impostos, taxas e contribuições de melhorias.Nesta unidade, destacaremos as receitas orçamentárias, pois estas serão o foco de nosso estudo.O Art. 11 da Lei 4.320/64 classificou a receita orçamentária em duas categorias econômicas:Receitas Correntes e Receitas de Capital. A seguir, serão transcritas as classificações das receitas correntes, de acordo com a STN – Secretaria do Tesouro Nacional. Receitas correntes – Tributária.
Tributo é uma das origens da receita corrente na classificação orçamentária por categoria econômica. Quanto à procedência, trata-se de receita derivada, cuja finalidade é obter recursos financeiros para o Estado custear as atividades que lhe são correlatas. Sujeitam-se aos princípios da reserva legal e da anterioridade da Lei, salvo exceções.
O art. 3º do Código Tributário Nacional – CTN, define tributo da seguinte forma: “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa
plenamente vinculada”.
- Impostos
Os impostos, segundo o art. 16 do CTN, são espécies tributárias cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica relativa ao contribuinte, o qual não recebe contraprestação direta ou imediata pelo pagamento. São exemplos de impostos de competência:
––da União: IR (imposto sobre a renda),IPI (imposto sobre o
produto industrializado);
––dos Estados: IPVA (imposto sobre veículos automotores),
ICMS (imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços);
––dos Municípios: IPTU (imposto sobre a propriedade territorial
e urbana), ISSQN (imposto sobre serviço de qualquer
natureza).
O art. 5º do CTN e os incisos I, II e III do art. 145 da CF/88 tratam
de espécies tributárias, impostos, taxas e contribuições de melhoria.
- Taxas
As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, no âmbito das respectivas atribuições são, também, espécie de tributo na classificação orçamentária da receita, tendo como fato gerador, o exercício regular do poder de polícia administrativa ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto a sua disposição – art. 77 do CTN: Art. 77: As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
Nesse contexto, taxas são tributos vinculados, pois o aspecto material do fato gerador é prestação estatal específica diretamente referida ao contribuinte, em forma de contraprestação de serviços. Porém, podem ser tributos de arrecadação não vinculada, pois as receitas auferidas por meio das taxas não se encontram afetadas à determinada despesa, salvo se a lei que instituiu o referido tributo assim determinou.
As taxas estão sujeitas ao princípio constitucional da reserva legal e, sob a ótica orçamentária, classificam-se em: Taxas de Fiscalização e Taxas de Serviço.
a) Taxas de fiscalização ou de poder de polícia
São definidas em lei e têm como fato gerador o exercício do poder de polícia, poder disciplinador, por meio do qual o Estado intervém em determinadas atividades, com a finalidade de garantir a ordem e a segurança.
A definição de poder de polícia está disciplinada pelo art. 78 do CTN: Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do poder público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais e coletivos.
b) Taxas de serviço público
São as que têm como fator gerador a utilização de determinados serviços públicos, sob ponto de vista material e formal. Nesse contexto, o serviço é público quando estabelecido em lei e prestado pela administração pública, sob regime de direito público, de forma direta ou indireta.
A relação jurídica, nesse tipo de serviço, é de verticalidade, ou seja, o Estado atua com supremacia sobre o particular. É receita derivada e os serviços têm que ser específicos e divisíveis. Conforme o art. 77 do CTN: Os serviços públicos têm que ser específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte, ou colocados à sua disposição.
Para que a taxa seja cobrada, não há necessidade de o particular fazer uso do serviço, basta que o Poder Público coloque tal serviço à disposição do contribuinte.
c) Contribuição de melhoria
É uma espécie de tributo na classificação da receita orçamentária e tem como fato gerador valorização imobiliária que decorra de obras públicas, contanto que haja nexo causal entre a melhoria havida e a realização da obra pública. De acordo com o art. 81 do CTN:
A contribuição de melhoria cobrada pela União, Estados, pelo
Distrito Federal e pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas
atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas
de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a
despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que
da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
-Etapas da receita orçamentária
1º – Previsão
• Estimativa de arrecadação da receita, constante da Lei Orçamentária Anual – LOA resultante de metodologia de projeção de receitas orçamentárias.
2º – Lançamento
• Segundo o Código Tributário Nacional, art. 142, é o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da
obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito.
-Estágios das receitas
– Arrecadação/ recolhimento
• Arrecadação: é a entrega realizada pelos contribuintes ou devedores aos agentes arrecadadores, ou bancos autorizados pelo ente, dos recursos devidos ao Tesouro.• Recolhimento: é a transferência dos valores arrecadados à conta específica do Tesouro, responsável pela administração e controle da arrecadação e programação financeira.
A classificação econômica da Receita Orçamentária
2.2 - Receitas Correntes
 São os ingressos de recursos financeiros, oriundos das atividades do Estado, para aplicação em despesas (correntes e de capital), visando a consecução dos objetivos constantes dos programas e ações de governo. 
Classificam-se em: tributárias, contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços, transferências correntes e outras. 
- Receitas tributárias
• São os ingressos provenientes da arrecadação de impostos, taxas e contribuições de melhoria. Dessa forma, é uma receita privativa das entidades investidas do poder de tributar: União, Estados, Distrito Federal e os Municípios.
Exemplos de: impostos - IPTU, IR, IPI, ICMS...taxas - expedição de alvará, recolhimento de lixo, pedágios recolhidos por órgão público... contribuições de melhoria - é instituída para fazer face ao custo de obras públicas que decorra valorização imobiliária.
- Receitas de contribuições
• É o ingresso proveniente de contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de intervenção nas respectivas áreas. Apesar da controvérsia doutrinária sobre o tema, suas espécies podem ser definidas da seguinte forma:
• contribuições sociais – destinadas ao custeio da seguridade social, que compreende a previdência social, a saúde e a assistência social. Exemplos: PIS, PASEP, COFINS,
CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA.
• contribuições de intervenção no domínio econômico – derivam da contraprestação à atuação estatal exercida em favor de determinado grupo ou coletividade.
• contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas – destinadas ao fornecimento de recursos aos órgãos representativos, de categorias profissionais, legalmente regulamentadas ou a órgãos de defesa de interesse dos empregadores ou empregados.
- Receitas patrimoniais
• É o ingresso proveniente de rendimentos sobre investimentos do ativo permanente, de aplicações de disponibilidades em operações de mercado e outros rendimentos oriundos de renda de ativos permanentes.• Exemplos: juros de aplicação financeira, aluguéis de imóveis.
- Receitas agropecuárias
• É o ingresso proveniente da atividade ou da exploração agropecuária de origem vegetal ou animal.
• Exemplos: receitas advindas da exploração da agricultura (cultivo do solo), da pecuária (criação de gado) e das atividades de beneficiamento ou transformação de produtos agropecuários em instalações existentes nos próprios estabelecimentos.
- Receitas industriais
• É o ingresso proveniente da atividade industrial de extração mineral, de transformação, de construção e outras, provenientes das atividades industriais definidas como tal pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.
- Receitas de serviços
É o ingresso proveniente da prestação de serviços de transporte, saúde, comunicação, portuário, armazenagem, de inspeção e fiscalização, judiciário, processamento de dados, vendas de mercadorias e produtos inerentes à atividade da entidade e outros serviços.
- Transferências correntes
• É o ingresso proveniente de outros entes ou entidades, referente a recursos pertencentes ao ente ou entidade recebedora ou ao ente ou entidade transferidora, efetivado mediante condições preestabelecidas ou mesmo sem qualquer exigência, desde que o objetivo seja a aplicação em despesas
correntes.• Exemplo: nos municípios – ICMS, IPVA, FPM.
-Transferências constitucionais
• A Constituição Federal define modalidades de repasses de recursos da União para estados e municípios. O art. 159 trata das seguintes repartições tributárias:
- Fundo de Participação dos Estados (FPE),
- Fundo de Participação dos Municípios (FPM),
- Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide combustíveis),
- Imposto sobre Produtos Industrializados proporcional ao valor das exportações (IPI -exportação).
-Transferências voluntárias
• São os recursos financeiros repassados pela União aos estados e municípios em decorrência da celebração de convênios, acordos, ajustes ou outros instrumentos similares cuja finalidade é a realização de obras e/ou serviços de interesse comum e coincidente às três esferas do governo.
• Exemplos: Convênio do Fundo da Criança e Adolescência,
• Convênio do Programa Casa Popular,
• Convênio de Atenção ao Idoso,
• Convênio para combate a enchentes etc.
- Outras receitas correntes
• São os ingressos correntes provenientes de outras origens não classificáveis nas anteriores.Exemplos: multas, juros, dívida ativa e todas as receitas que não se classificam nas anteriores definidas.
2.3 - Receitas de Capital 
São os ingressos de recursos financeiros, oriundos de atividades geralmente não operacionais, para aplicação em despesas operacionais (correntes ou de capital), visando cumprir os objetivos traçados nos programas e nas ações de governo. 
São assim denominados porque são derivados da obtenção de recursos mediante constituição de dívidas, amortização de empréstimos, financiamentos ou alienação de bens.
- Operações de crédito
São os ingressos provenientes da colocação de títulos públicos ou da contratação de empréstimos e financiamentos obtidos com entidades estatais ou privadas. Exemplos: financiamentos/ empréstimos no BNDES
- Alienação de bens
É o ingresso proveniente da alienação de componentes do ativo permanente. Exemplo: venda de bens inservíveis.
-Transferências de Capital 
É o ingresso proveniente de outros entes ou entidades, referente a recursos pertencentes ao ente ou entidade recebedora ou ao ente ou entidade transferidora, efetivado mediante condições
preestabelecidas ou mesmo sem qualquer exigência, desde que o objetivo seja a aplicação em despesas de capital. Exemplos: repasses ao estado/município de verbas para despesas com capital;
- Outras Receitas de Capital 
São os ingressos de capital provenientes e outras origens não classificáveis nas anteriores.
2.4- Classificação da Receita- Exemplo
1.1.1.2.02.01 
1 – Receita Corrente (Categoria) 
1 – Receita Tributária (Origem) 
1 – Impostos (Espécie) 
2 – Imposto sobre o Patrimônio e a Renda (Rubrica) 
02 – Imposto sem Propriedade Predial e Territorial (Alínea) 
01 – Predial (Desmembramento)
1.1.1.2.02.01 
1 – Receita Corrente (Categoria) 
1 – Receita Tributária (Origem) 
1 – Impostos (Espécie) 
2 – Imposto sobre o Patrimônio e a Renda (Rubrica) 
02 – Imposto sem Propriedade Predial e Territorial (Alínea) 
01 – Predial (Desmembramento)
	
	 
	
	
	
	 
	
	21,50%
	 
	FPE
	 
	
	
	
	
	48% IR e IPI
	 
	23,50%
	 
	FPM
	 
	
	
	
	
	 
	 
	3%
	 
	Fundo de 
	
	
	
	
	Desenvolvimento
	
	
	
	
	
Distribuição aos municípios 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Distribuição aos Municípios
	
	
	
	 
	
	 
	
	
	
	
	
	
	 
	 
	
	
	
	
	
	
	 
	 
	
	
	
	
	
	
	 
	 
	
	
	
	
	
	
	 
	 
	
	
	
	
	
	
	 
	 
	
	
	
	
	
	
	 
	 
	
	
	
	
	
	
	 
	 
	
	
	
	
	
	
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
Contabilização das receitas no mundo orçamentário
• As receitas orçamentárias são contabilizadas nos seus estágios de previsão e de arrecadação (regime de caixa).
• Diariamente, mensalmente ou anualmente, são emitidos os Balancetes da Receita, nos quais o contador acompanha a sua execução, obtendo informações:
a) se determinada receita prevista está se realizando conforme a previsão inicial;
b) se determinado tributo está arrecadando acima do valor estimado etc.
TABELA PARA AS OPERAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS
Atividade
Agora que você já conhece as etapas da receita orçamentária, exercite o seu direito de cidadão: descubra em seu município, por meio deacesso a links governamentais e/ou ao Diário Oficial, quanto será o valor da receita prevista para o orçamento atual, ou seja, quanto o gestor do seu município espera arrecadar durante este exercício.
Leituras recomendadas
SLOMSKI, Valmor. Manual de contabilidade pública: um enfoque
na contabilidade municipal, de acordo com a Lei de Responsabilidade
Fiscal. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
Manual da Receita Nacional, disponível em: www.tesouro.fazenda.
gov.br/legislacao/download/contabilidade/ManualReceitaNacional.pdf
Referências bibliográficas
SILVA, Lino Martins da. Contabilidade governamental: um enfoque
administrativo. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2004.
ANDRADE, Nilton de Aquino. Contabilidade pública na gestão municipal.
3. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
LIMA, Diana Vaz de; CASTRO, Róbson Gonçalves de. Contabilidade
pública: integrando União, Estados e Municípios (Siafi e Siafem).
2. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
BRASIL. Secretaria do Tesouro Nacional. Manual de contabilidade
aplicada ao setor público: aplicado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos municípios: procedimentos contábeis orçamentários /
Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional, Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão, Secretaria de Orçamento Federal.
– 2 ed., 1. Reimpr. – Brasília : Secretaria do Tesouro Nacional, Coordenação-
Geral de Contabilidade, 2009.
2.5-As Despesas públicas
Define-se como despesa pública o conjunto de dispêndios do Estado ou de outra pessoa de direito público, para o funcionamento dos serviços públicos. Nesse sentido, a despesa é parte do orçamento, ou seja, aquela parte em que se encontram classificadas todas as autorizações para gastos com as várias atribuições e funções governamentais. Em outras palavras,
as despesas públicas formam o complexo da distribuição e do emprego das receitas para custeio de diferentes setores da administração.
A despesa pública consiste na aplicação de recursos financeiros de forma direta, na aquisição de meios que possibilitem a manutenção, o funcionamento e a expansão dos serviços públicos, ou de forma indireta, quando na realização de transferências a terceiros, implicando na assunção de compromissos.
Para Andrade (2008, p. 68):
“Despesa constitui-se de toda saída de recursos ou de todo o pagamento
efetuado, a qualquer título, pelos agentes pagadores para
saldar gastos fixados na Lei do Orçamento ou em lei especial e
destinados à execução dos serviços públicos, entre eles custeios
e investimentos, além dos aumentos patrimoniais, pagamentos de
dívidas, devolução de importâncias recebidas a títulos de caução,
depósitos e consignações.”
- Classificações da despesa
As despesas públicas se dividem em:
- despesas orçamentárias, que são aquelas fixadas no orçamento dos entes públicos (União, Estados e municípios);
- dispêndios extraorçamentários, que constituem uma saída financeira decorrente da devolução dos recursos recebidos anteriormente a título de engresso extraorçamentário e não constam no orçamento (ex.: cauções de licitações, descontos em folha de pagamento).
-Classificação institucional ou por órgãos
O objetivo desta classificação é demonstrar quanto cada órgão ou unidade organizacional está autorizado a gastar num determinado exercício.
A classificação institucional ou organizacional apresenta a vantagem de permitir uma comparação imediata, em termos de dotações recebidas, entre os diversos órgãos.
Entende-se por unidade orçamentária a repartição pública da administração direta ou indireta a que o orçamento consigna, especificamente, dotações para execução de seus programas de trabalho e sobre os quais exerce o poder de disposição.Como exemplo, para que você entenda melhor, podemos citar uma Prefeitura Municipal, em cujo orçamento identificam-se ainda suas unidades administrativas:
	Códigos Tipo Nomenclatura
	01.00.00 Órgão Câmara Municipal
	01.01.00 Unidade Administrativa Gabinete da Câmara
	02.00.00 Órgão Prefeitura Municipal
	02.01.00 Unidade Administrativa Gabinete do Prefeito
	02.02.00 Unidade Administrativa Secretaria Administração
	02.03.00 Unidade Administrativa Secretaria de Finanças
	02.04.00 Unidade Administrativa Secretaria de Saúde
	03.00.00 Órgão Autarquia Y
	04.00.00 Órgão Fundação X
-Classificação funcional
Esta classificação define a despesa orçamentária de acordo com as funções que serão realizadas. A classificação funcional, composta de um rol de funções e subfunções prefixadas, servirá como agregador dos gastos públicos por área de ação governamental, nas três esferas. Trata-se de uma classificação independente dos programas. Pode-se conceituar:
1. Função – consiste no agrupamento das grandes ações do
governo em funções, que representam o maior nível de agregação,
por meio das quais procura-se alcançar os objetivos
nacionais desdobrando-se em subfunção.
SAÚDE PREVIDÊNCIA EDUCAÇÃO
2 – Subfunção – representa uma partição da função, visando agregar determinado subconjunto de despesas do setor público. Nesta classificação, a subfunção identifica a natureza básica das ações que se aglutinam em torno das funções.
As classificações por funções e subfunções advêm da Portaria SOF
nº 42 de 14 de abril de 1999.
- Estágios da despesa
Os estágios da despesa orçamentária compreendem uma sequência de atividades desenvolvidas pelos órgãos públicos que se inicia com a fixação da despesa, indo até o seu pagamento, extinguindo, assim, a obrigação.
Se você consultar a Lei nº 4.320/64, perceberá que são apontados apenas três estágios referentes às despesas orçamentárias, que são: o empenho, a liquidação e o pagamento.
- Estágio do empenho
O empenho é o primeiro estágio da despesa e pode ser conceituado conforme prescreve o Art. 58 da Lei nº 4.320/64: “o empenho da despesa é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado a obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição”. Art. 60 da Lei 4.320/64 dispõe que: “É vedada a realização de despesa sem prévio empenho
.Empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competente que vincula dotação de créditos orçamentários para pagamento de obrigação decorrente de lei, contrato, acordo e/ou ajuste, obedecidos às condições estabelecidas. É uma reserva que se faz, ou garantia que se dá ao fornecedor ou prestador de serviços, com base em autorização e dedução da dotação respectiva, de que o fornecimento ou o serviço contratado será pago,desde que observadas as cláusulas contratuais. O Art. 42 da Lei de Responsabilidade Fiscal dispõe que: “É vedado
ao titular de Poder ou Órgão referido no Art. 20, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este feito”.
Parágrafo único. “Na determinação da disponibilidade de caixa serão considerados os encargos e despesas compromissadas a pagar até o final do exercício” .É bom que você saiba que, neste momento, é obrigatória a emissão do documento denominado “ Nota de Empenho ”, que indicará o nome do credor, a classificação da despesa, a especificação e sua importância.
Os empenhos ainda são classificados em:
• Estimativo, destinado a atender despesa de valor não quantificável durante o exercício.
• Global, destinado a atender a despesa quantificada e de base liquidável, geralmente em cada mês, durante a fluência do
exercício.
• Ordinário, destinado a atender a despesa quantificada e liquidável de uma só vez
- Estágio da liquidação
Esse é o segundo estágio da despesa e consiste na verificação do direito adquirido pelo credor, tendo por base os títulos e os documentos comprobatórios do respectivo crédito (Art. 63 da Lei n° 4.320/64). Vale dizer que é a comprovação de que o credor cumpriu todas as obrigações constantes do contrato e/ou Nota de Empenho.
A liquidaçãotem por finalidade reconhecer ou apurar:
a) a origem e o objeto do que se deve pagar;
b) a importância exata a pagar; e
c) a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.
O estágio da liquidação da despesa envolve, portanto, todos os atos de verificação e conferência, desde a entrada do material ou a prestação do serviço até o reconhecimento da despesa.
Ressalta-se que, na liquidação de despesa, por ocasião do recebimento do material, da execução da obra ou da prestação do serviço, certos cuidados especiais deverão ser observados, tais como:e anual.
a) verificação do cumprimento das normas sobre licitação ou documento formalizando a sua dispensa ou comprovando a sua
inexigibilidade;
b) verificação da conformidade com o contrato, convênio, acordo
ou ajuste, se houver;
c) exame da nota de empenho; e
d) comprovantes da entrega do material ou da prestação efetiva dos serviços, isto é, conferência da nota fiscal ou documento
equivalente.
- Estágio do pagamento
O Art. 62 da Lei 4.320/64 estabelece que: “o pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após sua regular liquidação e; o Art. 64 da citada lei define que: “a ordem de pagamento é o despacho exarado por autoridade competente, determinando que a despesa seja paga”.
O pagamento é a última fase da despesa. Este estágio consiste na entrega de recursos equivalentes à dívida líquida, ao credor, mediante emissão de ordem bancária assinada pelo ordenador de despesas e pelo responsável pelo setor financeiro. 
-Os restos a pagar
Os restos a pagar constituem compromissos financeiros exigíveis que compõem a dívida flutuante e podem ser caracterizados como as despesas empenhadas, mas não pagas até o dia 31 de dezembro de cada exercício financeiro. Portanto, as despesas empenhadas não pagas até o dia 31 de dezembro, não canceladas pelo processo de análise e depuração e que atendam os requisitos previstos em legislação específica devem ser inscritas em Restos a Pagar, pois se referem a encargos incorridos no próprio exercício.
De acordo com o art. 36 da Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, que estatui normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito
Federal, consideram-se Restos a Pagar as despesas nos seguintes termos: Art. 36. Consideram-se restos a pagar as despesas empenhadas mas não pagas até o dia 31 de dezembro, distinguindo-se as processadas das não processadas.
No final do exercício, as despesas orçamentárias empenhadas e não pagas serão inscritas em restos a pagar e constituirão a dívida flutuante.
Pode-se distinguir dois tipos de restos a pagar: os processados e os não processados.
Os restos a pagar processados são aqueles em que a despesa orçamentária percorre os estágios de empenho e liquidação, restando pendente apenas o estágio do pagamento.
Os restos a pagar processados não podem ser cancelados, tendo em vista que o fornecedor de bens/serviços cumpriu com a obrigação de fazer e a administração não poderá deixar de cumprir com a obrigação de pagar sob pena de estar descumprindo o princípio da moralidade que rege a administração pública.
-Classificação – Categoria Econômica e Grupos
-Grupos da Despesa
- Pessoal e Encargos
Despesas orçamentárias de natureza remuneratória decorrente do efetivo exercício de cargo, emprego ou função de confiança no setor público, do pagamento dos proventos de aposentadorias, reformas e pensões, das obrigações trabalhistas de responsabilidade do empregador, incidentes sobre a folha de salários, contribuição à entidades fechadas de previdência etc.
- Juros e Encargos da Dívida
Despesas orçamentárias com o pagamento de juros, comissões e outros encargos de operações de crédito internas e externas contratadas, bem como da dívida pública mobiliária.
- Outras Despesas Correntes
Despesas orçamentárias com aquisição de material de consumo, pagamento de diárias, contribuições, subvenções, auxílio-alimentação, auxílio-transporte, além de outras despesas da categoria econômica "Despesas Correntes" não classificáveis nos demais grupos de natureza de despesa.
– Investimentos
Despesas orçamentárias com o planejamento e a execução de obras, inclusive com a aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas, e com a aquisição de instalações,equipamentos e material permanente.
- Inversões Financeiras
Despesas orçamentárias com a aquisição de imóveis ou bens de capital já em utilização; aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital; e com a constituição ou aumento do capital de empresas.
- Despesas orçamentárias com o pagamento e/ou refinanciamento do principal e da atualização monetária ou cambial da dívida pública interna e externa, contratual ou mobiliária.
As Despesas Orçamentárias - classificação segundo a categoria
econômica e grupos
3. Despesas Correntes
3.1 - Pessoal e encargos
3.2 - juros e encargos da dívida
3.3 - outras despesas correntes
4.Despesas de Capital
4.4 - Investimentos
4.5 - inversões financeiras
4.6 - amortização da dívida
DISTRIBUIÇÃO ORÇAMENTÁRIA
Exercício
Suponha que um órgão público, tenha apurado as seguintes informações da
despesa em 31/12/XX:
• despesas empenhadas - R$ 180.000
• despesas liquidadas - R$ 170.000
• despesas pagas - R$ 150.000
Qual o valor de restos a pagar?
Atividades
Assim como foi proposto para você examinar a receita do município,
e agora você já conhece os estágios da despesa orçamentária, exercite o seu direito de cidadão: descubra também em seu município, por meio de acesso a links governamentais e/ou ao Diário Oficial, se todo o valor da despesa orçamentária que foi empenhado também foi pago. Qual o nome dado ao valor que não é pago dentro do exercício financeiro?
Leituras recomendadas
SILVA, Lino Martins da. Contabilidade governamental: um enfoque
administrativo. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2004.
SLOMSKI, Valmor. Manual de contabilidade pública: um enfoque
na contabilidade municipal, de acordo com a Lei de Responsabilidade
Fiscal. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
Manual da Despesa Nacional, disponível em: http://www.tesouro.
fazenda.gov.br/contabilidade_governamental/download/Manual_Despesa_
Nacional_30102008_MTCASP_.pdf
Lei nº 4.320 de 1964, disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/Leis/L4320.htm
Referências bibliográficas
ANDRADE, Nilton de Aquino. Contabilidade pública na gestão municipal:
3. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
BRASIL. Secretaria do Tesouro Nacional. Manual de contabilidade
aplicada ao setor público: aplicado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos municípios: procedimentos contábeis orçamentários /
Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional, Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão, Secretaria de Orçamento Federal.
– 2 ed., 1. Reimpr. – Brasília : Secretaria do Tesouro Nacional, Coordenação-
Geral de Contabilidade, 2009.
2.6-O Planejamento Orçamentário
 O processo orçamentário está definido na Constituição de 1988, que estabelece como instrumentos de planejamento governamental e atribui ao Poder Executivo a iniciativa dos seguintes projetos de lei:
• Plano Plurianual;
• Lei de Diretrizes Orçamentárias;
• Lei do Orçamento Anual.
Existem princípios básicos que devem ser seguidos para elaboração e controle dos orçamentos públicos, aos quais você terá acesso nos próximos subitens desta unidade, e que estão definidos no caso brasileiro na Constituição, na Lei nº 4.320/64, no Plano Plurianual, na Lei de Diretrizes Orçamentárias e na Lei de Responsabilidade Fiscal.
O orçamento público, em sentido amplo, é um documento legal (aprovado por lei) contendo a previsão de receitas e a estimativa de despesas a serem realizadas por um Governo em um determinado exercício (geralmente um ano).
 O orçamento evoluiu ao longo da história para um conceito deorçamento programa, segundo o qual o orçamento não é apenas um mero documento de previsão da arrecadação e autorização do gasto, mas um documento legal que contém programas e ações vinculados a um processo de planejamento público, com objetivos e metas a alcançar no exercício (a ênfase no orçamento programa é nas realizações do Governo). Perceba que o orçamento público no Brasil inicia-se com um texto elaborado pelo Poder Executivo e entregue ao Poder Legislativo para discussão, aprovação e conversão em lei. O documento contém a estimativa de arrecadação das receitas para o ano seguinte e a autorização para a realização de despesas do Governo, com quase todas aquelas classificações que você estudou nas unidades 2 e 3 sobre receita e despesa pública, respectivamente. Porém, o planejamento orçamentário está atrelado a um forte sistema de planejamento público das ações a realizar no exercício.
Se um simples orçamento doméstico torna difícil o atendimento das demandas pessoais, imagine o desafio que é atender todas as expectativas da sociedade, ou seja, agradar a todos os cidadãos, a todas as categorias de classe, a todas as associações de bairros, a todas as organizações do terceiro setor, a todo o quadro de servidores e assim por diante.
 
 Obras Escolas Previdência
-Instrumentos de planejamento orçamentário
 O desenho em forma de pirâmide a seguir demonstra claramente a hierarquia dos instrumentos de planejamento
 
 
-P.P.A. – Plano plurianual
O PPA é a lei que define as prioridades do Governo pelo período de 4 (quatro) anos. O projeto de lei do PPA deve ser enviado pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo, geralmente, até o dia 31 de agosto do primeiro ano de seu mandato (4 meses antes do encerramento da sessão legislativa).
De acordo com a Constituição Federal, o PPA deve conter “as diretrizes, objetivos e metas da administração pública para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada”.
A vigência dos planos plurianuais correspondem ao mandato do presidente, governador e ainda dos prefeitos, sendo assim, de quatro anos.
Mas uma informação importante deve ser observada: a discussão e a aprovação do PPA só acontecem depois da posse do novo governo. Dessa forma, o governo que inicia seu mandato deve obrigatoriamente trabalhar com base no programa de seu antecessor. Para que você entenda melhor, analise o fluxo a seguir de um município e lembre-se de que os últimos mandatos dos prefeitos no Brasil começaram em 2009.
-L.D.O. – Lei de Diretrizes Orçamentárias
A LDO é a lei anterior à lei orçamentária, que define as metas e as prioridades em termos de programas a executar pelo Governo. O projeto de lei da LDO deve ser enviado pelo Poder Executivo ao Legislativo,
geralmente, até o dia 15 de abril de cada ano (8 meses e meio antes do encerramento da sessão legislativa).
De acordo com a Constituição Federal, a LDO estabelece as metase as prioridades para o exercício financeiro subsequente, orienta a elaboração do Orçamento (Lei Orçamentária Anual), dispõe sobre alterações na legislação tributária e estabelece a política de aplicação das agências financeiras de fomento.
Com base na LDO aprovada a cada ano pelo Poder Legislativo, o órgão responsável do Poder Executivo consolida a proposta orçamentária de todos os órgãos dos Poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário) para o ano seguinte no Projeto de Lei, encaminhado para discussão e votação no Legislativo.
A Lei de Diretrizes Orçamentárias obedece à anualidade, orientando a elaboração da lei orçamentária anual, e ainda deve ser compatível com o plano plurianual.
Quanto a este instrumento, ainda, você deve saber que, com o advento da Lei de Responsabilidade Fiscal, Lei Complementar nº 101 de 2000, houve alguns incrementos à metodologia de elaboração. Nestes termos, junto ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias, passou-se a integrar o anexo de metas fiscais, em que serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes. Ainda de acordo com a LRF, a
LDO conterá também anexo de riscos fiscais, em que serão avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a serem tomadas, caso se concretizem.
L.O.A. – Lei do Orçamento Anual
Por determinação constitucional, o Governo é obrigado a encaminhar o Projeto de Lei Orçamentária Anual ao Legislativo até o dia 31 de agosto de cada ano (4 meses antes do encerramento da sessão legislativa). Acompanha o projeto uma Mensagem do Chefe do Poder Executivo, na qual é feito um diagnóstico sobre a situação econômica e suas perspectivas.
A Lei Orçamentária Anual disciplina todos os programas e todas as ações do governo federal no exercício. Nenhuma despesa pública pode ser executada sem estar consignada no Orçamento. No Congresso, deputados e senadores discutem, na Comissão Mista de Orçamentos e Planos, a proposta orçamentária (projeto de lei) enviada pelo Poder Executivo, fazendo as modificações que julgar necessárias, por meio de emendas, votando, ao final, o projeto.
A Constituição determina que o orçamento deve ser votado e aprovado até o final de cada Legislatura. Depois de aprovado, o projeto é sancionado e publicado pelo Presidente da República, pelo Governador e/ou pelo Prefeito transformando-se na Lei Orçamentária Anual.
A Lei Orçamentária Anual (LOA) estima as receitas e autoriza as despesas do Governo de acordo com a previsão de arrecadação. Se, durante o exercício financeiro, houver necessidade de realização de despesas acima do limite que está previsto na Lei, o Poder Executivo submete ao Legislativo um novo projeto de lei solicitando crédito adicional.
A Constituição de 1988, em seu art. 165, § 5º, determina que a lei orçamentária anual compreenda os seguintes orçamentos:
a) fiscal, referente aos Poderes da União (Legislativo, Executivo e Judiciário), seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
b) o de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a
voto (exceto os valores referente ao custeio);
c) o de seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem
como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder
Público.
A seguir, veja resumidamente os prazos que o Chefe do Poder Executivo deve enviar ao Poder Legislativo e este deve fazer a devolução, tomando como base o exercício financeiro:
PPA – Plano Plurianual 
O Poder Executivo envia até 4 meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro do seu mandato, ou seja, até o dia 31 de agosto.
LDO – Lei das Diretrizes Orçamentárias 
O Poder Executivo envia até 8 meses e ½ (meio) antes do encerramento de cada exercício financeiro, ou seja, geralmente até o dia 15 de abril.
LOA – Lei de Orçamento Anual 
O Poder Executivo envia até 4 meses antes do encerramento de cada exercício financeiro, ou seja, geralmente até o dia 31 de agosto. Ainda, quando citamos o exercício financeiro, é bom lembrá-lo que assim como na contabilidade empresarial, a Lei 4.320 de 1964, em seu Art. 34, diz que este coincidirá com o ano civil.
2.6.1-Os princípios orçamentários
 Existem princípios básicos que devem ser seguidos na elaboração e
na execução do orçamento, que estão definidos na Constituição Federal, na Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, no Plano Plurianual e na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Esses princípios são premissas, linhas norteadoras de ação a serem observadas na concepção da proposta.
A Lei nº 4.320/64 estabelece os fundamentos da transparência orçamentária (art.2º):
“A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa, de forma a evidenciar a política econômico-financeira e o programa de trabalho do governo, obedecidos aos princípios da unidade, universalidade e anualidade”.
Identificamos, logo a seguir, os princípios orçamentários, que regem
os instrumentos de planejamento orçamentário:
a) Unidade – só existe um Orçamento para cada ente federativo
(no Brasil, existe um Orçamento para a União, um para cada
Estado e um para cada Município). Cada ente deve possuir o
seu Orçamento, fundamentado em uma política orçamentária
e estruturado uniformemente. Não há múltiplos orçamentos
em uma mesma esfera. O fato de o Orçamento Geral da União
possuir três peças, como o Orçamento Fiscal, o Orçamento da
Seguridade Social e o Orçamento de Investimento não representa
afronta ao Princípio da Unidade, pois o Orçamento é único,
válido para os três Poderes. O que há são apenas volumes
diferentes segundo áreas de atuação do Governo.
b) Universalidade – o Orçamento deve agregar todas as receitas e
despesas de toda a administração direta e indireta dos Poderes.
A Lei orçamentária deve incorporar todas as receitas e despesas,
ou seja, nenhuma instituição pública que receba recursos
orçamentários ou gerencie recursos federais pode ficar de fora
do Orçamento.
c) Anualidade / Periodicidade – o Orçamento cobre um período
limitado. No Brasil, este período corresponde ao ano ou
exercício financeiro, de 01/01 a 31/12. O período estabelece
um limite de tempo para as estimativas de receita e fixação da
despesa, ou seja, o orçamento deve se realizar no exercício que
corresponde ao próprio ano fiscal.
d) Legalidade – o Orçamento é objeto de uma lei específica (Lei
ordinária no Brasil), e como tal, deve cumprir o rito legislativo
próprio, com o cumprimento de todos os quesitos, inclusive
seu sancionamento e publicação pelo Presidente da República
ou Congresso Nacional.
e) Exclusividade – O Orçamento só versa sobre matéria orçamentária, podendo conter autorização para abertura de créditos
suplementares e operações de crédito, ainda que por antecipação
da receita.
f) Especificação ou discriminação ou especialização – são vedadas
autorizações globais no orçamento. As despesas devem ser
especificadas no orçamento, no mínimo, por modalidade de
aplicação.
g) Publicidade – o orçamento de um país deve ser sempre divulgado quando aprovado e transformado em lei. No Brasil, o
Orçamento Federal é publicado no Diário Oficial da União.
h) Equilíbrio – as despesas autorizadas no orçamento devem ser,
sempre que possível, iguais às receitas previstas. Não pode haver
um desequilíbrio acentuado nos gastos.
i) Orçamento-bruto – a receita e despesa constante no orçamento,
exceto os descontos constitucionais (ex.:transferências
constitucionais), devem aparecer no orçamento pelo valor total
ou valor bruto, sem deduções de nenhuma espécie.
j) Não-afetação ou não-vinculação – é vedada a vinculação dos
impostos a órgão, fundo ou despesa, exceto as próprias transferências constitucionais para manutenção e desenvolvimento
do ensino (FPE, FPM, etc.) e as garantias às operações de crédito
por antecipação da receita.
k) Programação, tipicidade e atipicidade – durante a fase de consolidação da proposta de orçamento, geralmente se seguem
determinadas classificações orçamentárias existentes.
Como você já estudou, há uma tabela de classificação funcional de despesas, por exemplo, que classifica a despesa em funções, subfunções, programas e ações. Há outra tabela de classificação da despesa por fontes de recursos e outra por unidade orçamentária, sobre as despesas públicas. No processo de programação da despesa no orçamento, em primeiro lugar é preciso identificar a função a que pertence a despesa (se é uma despesa classificável na função Educação, Saúde, Ciência e Tecnologia, Transportes, ou qualquer outra). A função é o nível mais elevado de agregação de despesas, representando quase uma área de atuação do Governo. As diferentes funções se dividem em subfunções, que, por sua vez, comportam diferentes programas de Governo, compostos
ações (projetos, atividades ou operações especiais) a realizar no exercício.
Programar uma despesa é classificar a despesa de maneira a ficar evidenciado onde será utilizado o recurso (em qual função, subfunção, programa ou ação do Governo). Porém, no processo de programação, pode ocorrer de um programa não se vincular à sua respectiva subfunção da tabela de classificação funcional ou uma subfunção não se vincular à sua função típica, constante da tabela de classificação funcional. Ou seja, em termos práticos, nem sempre se programa a despesa respeitando-se a classificação
funcional existente nas tabelas orçamentárias. Quando um programa é vinculado a uma subfunção que não aquela correspondente à da tabela de classificação, dizemos que ocorreu atipicidade na programação da despesa, ou seja, não há uma classificação típica. O mesmo acontece quando uma despesa classificada no orçamento em uma subfunção está vinculada a outra função que não a função correspondente, segundo a tabela de classificação orçamentária.
Em consequência, pode-se definir execução orçamentária como
sendo a utilização dos créditos consignados no Orçamento ou Lei Orçamentária Anual – LOA.
A execução financeira, por sua vez, representa a utilização de recursos financeiros, visando atender à realização dos projetos e/ou atividades atribuídas às unidades orçamentárias pelo orçamento. Na técnica orçamentária, inclusive, é habitual se fazer a distinção entre as palavras
crédito e recursos. Reserva-se o termo crédito para designar o lado orçamentário e recursos para o lado financeiro. Crédito e recurso são duas faces de uma mesma moeda. O crédito é orçamentário, dotação ou autorização de gasto ou sua descentralização, e recursos é financeiro, portanto
dinheiro ou saldo de disponibilidade bancária.
2.6.2-Créditos Orçamentários 
•São autorizações constantes na Lei Orçamentária (L.O.A.) para a realização de despesas. 
•Art. 40 da Lei nº 4.320/64: “ Serão créditos adicionais as autorizações de despesas não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei do Orçamento.” 
Tipos de crédito adicional 
1.Suplementares – destinados a reforços de dotação. 
2.Especiais – destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica. 
3.Extraordinários – destinados a despesas urgentes e imprevisíveis. 
Crédito adicional 
•Os créditos suplementares e especiais dependem da existência de recursos disponíveis para ocorrer a despesa. 
•Será precedida de exposição justificativa. 
•Serão autorizados por lei e abertos por decreto executivo. 
•Os créditos extraordinários serão abertos por decreto do Poder Executivo, que deles dará imediato conhecimento ao Poder Legislativo. 
Fontes dos créditos adicionais 
1.Excesso de arrecadação; 
2.Superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior; 
3.Anulação parcial ou total de dotações orçamentárias; 
4.Operações de crédito realizadas. 
Leituras recomendadas
Para aprofundar-se mais sobre o assunto estudado nesta unidade,
recomendo as seguintes leituras:
KOHAMA, Heilio. Balanços Públicos: teoria e prática. 2. ed. – 6ª
reimpr. São Paulo: Atlas, 2009.
SLOMSKI, Valmor. Manual de contabilidade pública: um enfoque
na contabilidade municipal, de acordo com a Lei de Responsabilidade
Fiscal. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
GIACOMONI, James. Orçamento público. São Paulo: Atlas, 2000
ARAUJO, Inaldo da Paixão Santos. Contabilidade pública: da teoria
à prática. São Paulo: Saraiva, 2004.
Lei nº 4.320 de 1964, disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_
03/Leis/L4320.htm
Referências bibliográficas
SÁ, Carlos Alexandre; MORAES, José Rabello. O orçamento estratégico:
uma visão empresarial. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2005.
SILVA, Lino Martins da. Contabilidade governamental: um enfoque
administrativo. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2004.
PISCITELLI, Roberto Bocaccio;TIMBÓ Maria Zulene Farias. Contabilidade
Pública – Uma Abordagem da Administração Financeira
Pública. 10. ed. Ver., ampliada e atualizada até outubro de 2008. São
Paulo: Atlas, 2009.
2.7-LRF- Lei de Responsabilidade Fiscal
 Durante anos, o Brasil demonstrou deficiências para questões relacionadas a princípios fundamentais na administração pública. Endividado, ele previa, desde a Constituição de 1988, especificamente nos artigos de 163 a 169, normas de finanças públicas que garantiriam o bom uso dos recursos públicos.
 Países como os Estados Unidos, a Nova Zelândia e os da Comunidade Europeia já vinham praticando normas para sustentação financeira de seu governo. Assim, o Brasil não poderia ficar atrás e, com a criação de um novo código de conduta, permitiria o equilíbrio fiscal, bem como garantiria uma boa imagem aos investidores estrangeiros.
 Vigente desde 1º de janeiro de 2001, a Lei de Responsabilidade Fiscal, também conhecida como LRF, veio estabelecer limites e condições para os administradores públicos gerir da melhor forma o dinheiro público, obedecendo ao cumprimento de metas de resultado entre receita e despesa,
renúncia de receita, geração de despesa, operações de crédito, gastos com pessoal e outros. Esta Lei estabelece, na gestão pública, a obrigatoriedade de ação planejada e transparente, com o objetivo de prevenir e corrigir desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas.
 A LRF foi aprovada através da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, e sua aplicação se estende aos três níveis de governo: Federal, Estadual e Municipal em seus três poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário.Observam-se quatro pontos fundamentais da LRF para o controle das finanças públicas, que são: o planejamento orçamentário, o controle dos gastos públicos, a transparência e a fiscalização ao cumprimento da Lei. A obediência a esta nova estrutura possibilitou resultados positivos ao equilíbrio fiscal. No Brasil, percebeu-se, por exemplo, uma diminuição na taxa de endividamento da receita corrente líquida de 76%, segundo dados da Secretaria do Tesouro Nacional.
•LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL Lei Complementar nº 101/00 74 artigos “ Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão e dá outras providências.” Acrescentada pela Lei Complementar nº 131/09 
Estão obrigados às disposições dessa Lei Complementar, ou seja, são atingidas: 
•União, Estados e os Municípios. 
•Tanto a Administração Direta, quanto a Indireta. 
•Administração Direta: ministérios, secretarias, gabinetes e demais órgãos. 
•Administração Indireta: fundações, autarquias, fundos e empresas estatais dependentes. 
•Empresa Estatal dependente: é a empresa controlada que recebe do ente controlador, recursos financeiros para o pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital. 
 •Atinge: 	
 •três esferas de governo: federal, estadual e municipal. 
 •três poderes: legislativo, executivo e judiciário. 
Limites da Despesa com Pessoal- Art. 19 
•Não poderá exceder os percentuais da receita corrente líquida, abaixo. 
•União: 50%, estados: 60%, municípios: 60% 
•Repartição dos limites globais (Art. 20): 
•I - na esfera federal (União): 
•2,5% para o Legislativo; 
•6% para o Judiciário; 
•40,9% para o Executivo; 
•0,6% para o Ministério Público da União. 
Repartição dos limites globais (Art. 20) 
II – na esfera estadual: 
•3% para o Legislativo; 
•6% para o Judiciário; 
•49% para o Executivo; 
•2% para os Ministérios Públicos Estaduais. 
III – na esfera municipal: 
•6% para o Legislativo; 
•54% para o Executivo. 
Estudo de Caso 
•Após o encerramento do 2º quadrimestre de 2006, apurou-se na Prefeitura Modelópolis uma Receita Corrente Líquida de R$ 18.560.000,00, tendo em vista os limites da LRF. 
1.Qual o limite de despesas com pessoal que esta Prefeitura( Poder Executivo ) deve obedecer? 
•Resposta: R$______________________ ___________%
2.e na Câmara Municipal? 
•Resposta: R$______________________ ___________%
Excesso dos limites estabelecidos (verificação quadrimestral)- Art. 22 
•Se a despesa total com pessoal exceder a 95% do limite são vedados ao Poder ou órgão: 
I – concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração a qualquer título, salvo os derivados de sentença judicial, ressalvada a revisão prevista no inciso X do art. 37 da Constituição; 
II – criação de cargo, emprego ou função; 
III – alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa;
IV – provimento de cargo público, admissão ou contratação de pessoal a qualquer título, ressalvada a reposição decorrente de aposentadoria ou falecimento de servidores das áreas de educação, saúde e segurança; 
V – contratação de hora extra, salvo em casos previstos em lei.
ALERTAS: 95% do limite –Estudo de caso
•A Prefeitura Modelópolis, no 1º quadrimeste, apurou uma receita corrente líquida de R$ 25.200.000,00 e despesa com pessoal de R$ 13.356.000,00. 
-Apure o índice de pessoal. 
Resposta: 
- Estando acima dos 95% do limite,( 95% de 54% = 51,30 % ) o que será vedado à Prefeitura?
Ultrapassagem dos limites 
•Se a despesa total com pessoal, no 1º quadrimestre, dos limites excederem os percentuais definidos, este excedente terá de ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes, adotando entre outras, as providências previstas nos §§ 3º e 4º do artigo 169 da Constituição Federal. 
Artigo 169 da Constituição Federal 
•§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixado na lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes providências: 
•I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de confiança; 
•II - exoneração dos servidores não estáveis 
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal. 
	ÓRGÃOS
	LIMITE DE ENDIVIDAMENTO
	Estados
	2 vezes o valor da receita corrente líquida.
	Municípios
	1 inteiro e dois décimos da receita corrente líquida
	
	
Vamos exercitar ?! 
•Um determinado Estado possui uma dívida, consolidada (fundada) no 2º quadrimestre, de R$ 18.000.000,00 e uma receita corrente líquida apurada, de R$ 22.900.000,00. Com base nisso, calcule o índice, de acordo com os limites estabelecidos pela LRF e avalie seu comportamento 
Uma Prefeitura possui uma dívida consolidada (fundada), de R$ 800.000,00, e uma receita corrente líquida apurada, de R$ 1.360.000,00. Com base nisso, calcule o índice, de acordo com os limites estabelecidos pela LRF, e avalie seu comportamento. 
-A transparência da gestão fiscal
Neste item, verifique a existência de dois blocos normativos distintos:
um de caráter geral, dedicado à explicitação dos instrumentos de
transparência na gestão fiscal; outro, específico, voltado às contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo.
Para efeito da lei de responsabilidade fiscal, consideram-se instrumentos de transparência:
• Os planos, os orçamentos e a lei de diretrizes orçamentárias;
• As prestações de contas e o respectivo parecer prévio;
• Relatório resumido da execução orçamentária e a sua versão simplificada;
• Relatório de gestão fiscal e a sua versão simplificada.
A transparência da gestão pública depende também do incentivo à
participação popular e da realização de audiências públicas, tanto durante a elaboração como no curso da discussão dos planos, da lei de diretrizes orçamentárias e dos orçamentos. Por sua vez, as contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo devem estar à disposição do público, no âmbito tanto do respectivo

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