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Resumo - Juros Legais e Clausulas Penais Certa

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JUROS LEGAIS
A ciência jurídica, apoiando-se nas conceituações econômicas, qualificando os juros como sendo o preço do uso do capital. Fruto produzido pelo dinheiro, daí a expressão fruto civil. Preferimos tomar como nota introdutória a lição supracitada no intuito de introduzir o pensamento num prisma global, pois o conceito de juros possui diversas facetas.
 
CLASSIFICAÇÃO DOS JUROS
Segundo a doutrina, os juros dividem-se em:
	Moratórios
	Compensatórios (remuneratório)
	Indenizatórios
	Convencionais ou legais
	Simples ou Composto
LEI DA USURA: É a denominação informal atribuída, no Brasil, à legislação que define como sendo ilegal a cobrança de juros superiores ao dobro da taxa legal ao ano (atualmente a taxa SELIC) ou a cobrança exorbitante que ponha em perigo o patrimônio pessoal, a estabilidade econômica e sobrevivência pessoal do tomador de empréstimo. 
TAXA BANCARIA: Pela sistemática do artigo 1º da Lei de Usura, que possibilita os juros convencionais, que não podem ser superiores ao dobro da taxa legal, e com base no que dispõe o artigo 406 do Código Civil, o limite da taxa de juros entre pessoas físicas ou pessoas jurídicas (exceto para Instituição financeira) será de até 2% ao mês, ou 24% ao ano.
 	De outra parte, o artigo 1062 do Código Civil de 1916 dispunha que os juros moratórios, quando não convencionados, seriam arbitrados em 6% ao ano. Já o atual Código Civil, em seu artigo 406, não estabelece claramente o percentual a ser utilizado, apenas determina à fixação da taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional. Porem, há aqueles que entendem a inaplicabilidade de tal taxa, pois a TAXA SELIC não reflete a taxa de juros reais, e não serve para os fins do artigo 406 do atual Código Civil, e o emprego de qualquer taxa que englobe mais do que juros reais, ou coisa diversa do que os juros reais serão ilegais. 
CLÁUSULA PENAL
Com a lacuna conceitual do Código Civil Brasileiro sobre o tema, o instituto da cláusula penal que trata já no seu art. 408, coube aos doutrinadores a tarefa de conceituá-lo. Segundo Clóvis Beviláqua,"cláusula penal é um pacto acessório, em que se estipulam penas e multas, contra aquele que deixar de cumprir o ato ou fato, a que se obrigou, ou, apenas, o retardar"
APLICAÇÃO E OBJETO: A forma mais clara de identificarmos a cláusula penal é nos contratos. Pode-se observar também em testamentos, como também pode destinar-se ao reforço das obrigações de apenas um dos contraentes, como é o caso do mútuo, ou pode ser estipulada para reforço das obrigações de ambos os contraentes, como é o caso da locação.
INCIDÊNCIA: A questão neste tópico seria quando se torna possível a exigibilidade da aplicação da cláusula penal. O art. 408 ocupa-se da questão: "Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que se vença o prazo da obrigação, ou, se o não há, desde que se constitua em mora". Outra questão que se refere à incidência de cláusula penal diz respeito às obrigações divisíveis e indivisíveis. Sendo que a obrigação divisível, responde pela pena o devedor inadimplente ou seu herdeiro, proporcionalmente à sua cota na obrigação (art. 415, CC). Mas tratando-se de obrigação indivisível, todos os devedores e seus herdeiros obrigam-se à pena, na proporção de suas respectivas cotas, ainda que a falta tenha sido de apenas um deles, cabendo aos não culpados ação regressiva contra o inadimplente. A totalidade da pena, porém, somente pode ser cobrada do culpado. (art. 414, CC).
CLÁUSULA PENAL E OUTROS INTITUTOS DO DIREITO CIVIL: Por vezes, a doutrina ou ate mesmo a jurisprudência comete equívocos ao confundir cláusula penal com outros institutos do direito civil. Isso se da por terem alguns aspectos análogos, onde então surge a necessidade de diferenciá-los:
1. CLÁUSULA PENAL E CONDIÇÃO: Se a cláusula penal fosse condicional, ela deixaria de ser uma obrigação acessória e subsidiária para tomar o lugar da própria obrigação principal, em detrimento desta, que passaria a ser uma obrigação meramente eventual.
2. CLÁUSULA PENAL E OBRIGAÇÃO ALTERNATIVA: A confusão com a obrigação alternativa ocorre principalmente em função do disposto no art. 410 do Código Civil, mas, o artigo não cria um direito de opção ao credor, no qual lhe caiba escolher entre a obrigação principal e a cláusula penal, pois, repita-se, esta surge apenas do inadimplemento daquela, como uma penalidade – as obrigações alternativas, de outra forma, são autônomas, perfeitamente independentes entre si, sem relação de subsidiariedade.
3. CLÁUSULA PENAL E CLÁUSULA DE ARREPENDIMENTO: A cláusula de arrependimento pode ser estipulada pelos contraentes no momento em que prestam arras, ou seja, aquele sinal, bastante usual nos negócios, mediante o qual se firma a presunção de acordo final, de obrigatoriedade do pacto. 
4. CLÁUSULA PENAL E JUROS: Ainda que eventualmente os juros aparentem um certo caráter sancionatório e coercitivo, punindo o atraso, não é esta a sua finalidade e sua natureza jurídica é de frutos civis. Diferentemente, a cláusula penal, ainda que moratória exigível conjuntamente com a obrigação principal, tal quais os juros, não representa um fruto pelo uso da coisa, mas uma pena pelo inadimplemento daquela obrigação.
ESPÉCIES – MORATÓRIA E COMPENSATÓRIA (art. 409): A diferença entre as modalidades começa pelo núcleo de direitos a que cada uma visa proteger: enquanto a compensatória destina-se a evitar o inadimplemento integral da obrigação, a moratória dirige-se à proteção do cumprimento de determinada cláusula ou ao fiel cumprimento da obrigação, quanto à forma, ao lugar e, primordialmente, ao tempo estipulados.
LIMITAÇAO DA CLÁUSULA PENAL: A restrição do art. 412, na verdade, acompanha a tendência legislativa de proteção pelo Estado dos particulares em suas relações jurídicas, com normas de ordem pública hábeis a mitigar as diferenças entre os indivíduos, buscando colocar seus interesses em equilíbrio.
REDUÇAO JUDICIAL DA PENA (art.413): O magistrado pode, em análise ao caso concreto, reduzir proporcionalmente a pena da cláusula penal em relação ao cumprimento parcial da obrigação. A partir “do princípio de que a pena é a compensação das perdas e danos sofridos, resulta esta diminuição proporcional, no caso de ter sido a obrigação cumprida, em parte, salvo se outra coisa convencionarem os contraentes, ou determinou o estipulante”.

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