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1 AAAAddddmmmmiiiinnnnistraistraistraistraççççããããoooo FiFiFiFinanananancencencenceiiiirararara 2 3 PRESIDENTE DA REPÚBLICA Luiz Inácio Lula da Silva MINISTRO DA EDUCAÇÃO Fernando Haddad GOVERNADOR DO ESTADO Wellington Dias REITOR DO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA Francisco da Chagas Santana SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA DO MEC Carlos Eduardo Bielschowsky COORDENADORIA GERAL DA UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL Celso Costa SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DO PIAUÍ Antonio José Medeiros COORDENADOR GERAL DO CENTRO DE EDUCAÇÃO ABERTA A DISTÂNCIA DO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA Elanne Cristina Oliveira dos Santos SUPERITENDÊNTE DE EDUCAÇÃO SUPERIOR NO ESTADO Eliane Mendonça ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO Sergio Ferreira dos Santos 4 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA Profº Sérgio Ferreira dos Santos Carga Horária 48 hs 5 Caro (a) Cursista Bem vindo(a) à disciplina ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA. Esta é a nossa “Apostila”, material elaborado com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento de seus estudos e para a ampliação de seus conhecimentos acerca da citada disciplina. Este texto é destinado aos estudantes aprendizes que participam do programa Escola Técnica Aberta do Brasil (e-Tec Brasil), vinculado à Escola Técnica Aberta do Piauí (ETAPI) do Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia do Piauí (IFPI), com apoio da Prefeitura Municipal dos respectivos pólos: Alegrete do Piauí, Batalha, Monsenhor Gil e Valença do Piauí. O texto é composto de oito (08) Capítulos assim distribuídos: Na Unidade 1 – Fundamentos da Administração Financeira, conceito, objetivo, funções do Administrador Financeiro, Administração Financeira e outras ciências e regime de competência x regime de caixa. Na Unidade 2 – Demonstrações Financeiras, importância das demonstrações financeiras, balanço patrimonial, equação do balanço, demonstrações de resultados de exercício e demonstrações de lucros ou prejuízo acumulados. Na Unidade 3 – Análise das demonstrações financeiras, objetivo, tipos: análise vertical, horizontal e por quocientes. Na Unidade 4 – Demonstrações Financeiras, objetivo, conceito, custos variáveis e ponto de equilíbrio. Na Unidade 5 – Demonstrações Financeiras e alavancagem: objetivo, tipos: operacional, financeira e total ou combinada. Na Unidade 6 – Inflação: conceito, impacto da inflação sobre as atividades empresariais, cálculo da inflação com base nos preços, taxa acumulada da inflação, taxa real, número-índice, índices de inflação.v Na Unidade 7 – Valor do dinheiro no tempo: valor futuro x valor presente, meios para calcular valor presente e valor futuro, tabelas financeiras, cálculo do valor presente e futuro. Na Unidade 8 – Método de análise de investimentos: período do payback, payback descontado, valor presente líquido (VPL), taxa de interna de retorno (TIR), uso do Excel para cálculo do VPL e TIR. Boas Vindas! 6 QUEM SOU? Sou SÉRGIO FERREIRA DOS SANTOS, graduado em Matemática pela Universidade Federal do Piauí e especialista em Educação Matemática, pela PUC – MG e graduado em Direito, pela Associação de Ensino do Piauí - AESPI.. Trabalhei por quase 15 anos no Banco do Brasil, com escriturário, trabalhando em várias setores e professor concursado na UESPI, durante 1 ano e meio, na área da Matemática e sou professor da Secretaria Municipal de Educação na cidade de Teresina e foi com muita alegria que assumi a responsabilidade de preparar este material, procurando abordar os temas desenvolvidos de maneira clara e objetiva. Atualmente sou professor da Associação de Ensino Superior do Piauí – AESPI, das disciplinas: Matemática, Estatística, Direito Tributário e Direito Público. Advogado inscrito como nº 6572- PI. 7 1. Fundamentos da Administração Financeira ------------------------------------- 7 1.1. Introdução ---------------------------------------------------------------------------- 7 1.2. Objetivo da administração financeira ------------------------------------------- 7 1.3. Funções do administrador financeiro ou gestor financeiro ----------------- 8 1.4. Administração financeira x outras ciências ------------------------------------ 8 1.5. Regime de competência x regime de caixa ----------------------------------- 8 Exercício propostos ---------------------------------------------------------------------- 9 2. Demonstrações financeiras ---------------------------------------------------------- 10 2.1. Introdução ----------------------------------------------------------------------------- 10 2.2. Lei das sociedades anônimas --------------------------------------------------- 10 Exercícios propostos --------------------------------------------------------------------- 13 3. Análise das demonstrações financeiras ----------------------------------------- 14 3.1. Objetivo ------------------------------------------------------------------------------- 14 3.2. Análise vertical ---------------------------------------------------------------------- 14 3.3. Análise horizontal ------------------------------------------------------------------- 15 3.4. Análise por quocientes ou por meio de índices ------------------------------- 16 3.5. Índices de estrutura de capital ---------------------------------------------------- 19 3.6. Índice de rentabilidade ------------------------------------------------------------- 21 Exercícios resolvidos --------------------------------------------------------------------- 21 Exercícios propostos --------------------------------------------------------------------- 23 4. Demonstração Financeira e ponto de equilíbrio operacional --------------- 26 4.1. Objetivo de análise do ponto de equilíbrio ------------------------------------ 26 4.2. Conceito de ponto de equilíbrio operacional (Q) ----------------------------- 26 4.3. Custos variáveis e ponto equilíbrio --------------------------------------------- 27 Exercício resolvido ----------------------------------------------------------------------- 27 Exercícios propostos --------------------------------------------------------------------- 28 5. Demonstração financeira e alavancagem ---------------------------------------- 30 5.1. Alavancagem ------------------------------------------------------------------------- 30 5.2.Tipos de alavancagem -------------------------------------------------------------- 30 Exercícios resolvidos -------------------------------------------------------------------- 33 Exercícios propostos --------------------------------------------------------------------- 34 6. Inflação ---------------------------------------------------------------------------------- 36 Índice Geral 8 6.1. Introdução ----------------------------------------------------------------------------- 36 6.2. Impacto da inflação sobre as atividades empresariais --------------------- 36 6.3. Cálculo da inflação com base em preço --------------------------------------- 37 6.4. Taxa acumulada -------------------------------------------------------------------- 37 6.5. Taxa real ------------------------------------------------------------------------------ 37 6.6. Número-índice ----------------------------------------------------------------------- 38 6.7. Índices de inflação ------------------------------------------------------------------- 38 Exercíciosresolvidos -------------------------------------------------------------------- 39 Exercícios propostos --------------------------------------------------------------------- 44 7. Valor do dinheiro no tempo ---------------------------------------------------------- 44 7.1. Introdução ----------------------------------------------------------------------------- 44 7.2. Valor futuro x valor presente ----------------------------------------------------- 44 7.3. Meios para calcular valor futuro e valor presente ---------------------------- 45 7.4. Cálculo de valor presente e valor futuro ---------------------------------------- 47 7.5 Cálculo da taxa e do período ------------------------------------------------------ 48 7.6. Cálculos de montante para períodos não inteiros ---------------------------- 48 7.7. Série uniforme - prestações iguais (pagamentos ou recebimentos ou desembolsos) ------------------------------------------------------------------------------ 50 Exercícios resolvidos --------------------------------------------------------------------- 50 8. Método de análise de investimentos----------------------------------------------- 56 8.1. Período do payback ---------------------------------------------------------------- 56 8.2. Payback descontado (PBD) ------------------------------------------------------- 57 8.3. Valor presente líquido – VPL ----------------------------------------------------- 57 8.4. Taxa interna de retorno – TIR ---------------------------------------------------- 58 8.5. Uso do Excel para cálculo do VPL e do TIR ---------------------------------- 64 Exercícios resolvidos --------------------------------------------------------------------- 65 Exercícios propostos --------------------------------------------------------------------- 74 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS -------------------------------------------------- 76 ANEXOS 9 FUNDAMENTOS DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA 1.1 - Introdução Consoante Júnior (2010, p.15), “O objetivo da administração financeira é maximizar a riqueza dos acionistas da empresa. O administrador financeiro é principal responsável pela criação de valor e pela mitigação de riscos e, para isso, se envolve nos negócios como um todo”. Ou seja, o administrador financeiro procura meios legais que aumentam a riqueza dos proprietários das empresas, pois está sempre tomando decisões de investimentos, financiamentos e resultados. Para Gitman (2002, p. 16), “Algumas pessoas acreditam que o objetivo dos proprietários é sempre a maximização do lucro. Para atingir o objetivo de maximização do lucro, o administrador financeiro toma apenas aquelas providências que se espera irão dar maior contribuição para a lucratividade total da empresa”. E ainda acrescenta que: “A maximização do lucro é falha por várias razões: ignora (1) a data de ocorrência dos retornos, (2) o fluxo de caixa disponível dos acionistas e ( 3) o risco”. Nikbakht (2008. p.7) nos informa de maneira precisa a diferença entre a maximização da riqueza e a maximização do lucro: “A maximização do lucro é um objetivo de curto prazo e é menos importante que a maximização da riqueza da empresa. Lucros altos podem ser obtidos num curto prazo, bastando para isso “aparar as arestas”, ou seja, os administradores podem deixar de fora certas despesas, diferir os elevados custos efetivos de um equipamento e, também, despedir seus empregados mais produtivos e com salários elevados”. 1.2 - Objetivo da Administração Financeira Ensina Júnior (2010, p. 4): “A Administração Financeira é a arte e a ciência de administrar recursos financeiros para maximizar a riqueza dos acionistas”. Para que ela possa atingir este objetivo o administrador financeiro procura responder questões como: quais investimentos devem ser feitos? Quais fontes de financiamentos devem ser utilizadas? Como deve conceder crédito? Qual política de cobrança adotar/ Como ter um planejamento tributário eficaz? Qual deve ser a política de remuneração dos acionistas? Os projetos e as atividades da empresa estão agregando valor aos acionistas? Qual o custo dos produtos e serviços. Qual o preço a ser praticado? Em outras palavras, o administrador financeiro deve tomar as decisões necessárias para que tragam fluxos de caixa futuros positivos. 1.3 - Funções do administrador financeiro ou gestor financeiro No entendimento de Hoji (2010, p.17), “o gestor financeiro (ou administrador financeiro) tem um papel fundamental em uma organização, seja 10 ela empresa ou família, pois é a pessoa que vai planejar e controlar os recursos financeiros e orientar quanto à melhor forma de conduzir as atividades operacionais de curto e longo prazo, com base em conhecimento técnicos e visão global do negócio”. 1.4 - Administração Financeira X outras ciências A Administração Financeira está relacionada com varias ciências, principalmente: a) Economia – ciência da escassez. Ela estuda a Microeconomia (focaliza o funcionamento da oferta e da demanda na formação do preço no mercado e a Macroeconomia (enforca o comportamento da Economia como um todo) ; b) Contabilidade – prepara as demonstrações financeiras que auxiliam os administradores a tomar decisões necessárias para a maximização da riqueza dos acionistas; c) Matemática e Estatísticas – estabelecem as medidas quantitativas, explicativas e preditivas do objeto da Administração Financeira. d) Ciência da Computação – uso de software específico para uso Administração da Financeira. 1.5 - Regime de competência X regime de caixa O regime de competência é o sistema de registro que reconhecem as receitas no momento da venda e as despesas, quando incorridas. O regime de caixa é o sistema de registro que reconhecem as receitas e despesas no momento das entradas e saídas de caixa. A Contabilidade adota o regime de competência para apurar o resultado econômico e medir a rentabilidade das operações. Enquanto a Administração Financeira adota o regime de caixa para planejar e controlar as necessidades e sobra de caixa e apurar o resultado financeiro. Suponha que uma pequena empresa vendeu, no ano passado, um bem por R$ 10.000,00, que foi adquirido por R$ 8.000,00. O valor do recebimento da venda ocorreu somente este ano. Abaixo está a demonstração do resultado do exercício e o fluxo de caixa, na visão da Contabilidade e Administração Financeira, respectivamente. Visão da Contabilidade Demonstração do Resultado do exercício – 31/12/2009 Vendas R$ 10.000 (-)Custos 8.000 Lucro líquido 2.000 11 No regime de competência não interessa se o valor da venda foi recebido ou não, deve ser contabilizado, já no regime de caixa, o valor da venda só deve ser contabilizado com o recebimento deste. Exercícios propostos 1. Por que o objetivo da Administração Financeira é maximizar a riqueza e não o lucro dos acionistas? 2. Segundo Gitman, quais as principais razões para que a maximização do lucro é falha? 3. Qual a diferença entre maximização de lucros e maximização de riqueza, consoante Nikbakht? 4. Conceitue Administração Financeira. 5. Quais as principais funções do Administrador Financeiro? 6. Quais as ciências com as quais a Administração Financeira mais se relaciona? Em sua opinião, qual delas mais contribui para a área financeira? 7. Qual a relação entre Administração Financeira e o Direito do Trabalho?8. Qual a diferença entre regime de competência e regime de caixa. Visão da Administração Financeira Demonstração do Fluxo de caixa – 31/12/2009 Entradas R$ 0 (-) Saída de caixa 8.000 Fluxo de caixa líquido (8.000) 12 DEMONSTRAÇÕE FINANCEIRAS 2.1 – Introdução Um administrador financeiro possui diversos meios para avaliar o desempenho de uma empresa, por exemplo, as demonstrações financeiras ou demonstrativos financeiros. No ensinamento de Nikbakht (2008, p. 348), “Pelo estudo desses demonstrativos, os administradores podem localizar pontos fracos nas operações financeiras e adotar medidas corretivas apropriadas. É por meio da análise desses demonstrativos que os administradores estabelecem uma maneira mais eficaz de alocar fundos e recurso. Podem controlar o rumo futuro das operações da empresa e ajudar a maximizar a sua riqueza”. Neste capítulo vamos fazer um resumo das principais demonstrações financeiras, para que servem e como podem ser utilizadas. 2.2 – Lei nº 6.404/1976 ou Lei das Sociedades Anônimas A art. 176 prescreve: Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício: I - balanço patrimonial; II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; III - demonstração do resultado do exercício; e IV – demonstração dos fluxos de caixa; e (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. (Incluído pela Lei nº 11.638, de 2007). § 1º As demonstrações de cada exercício serão publicadas com a indicação dos valores correspondentes das demonstrações do exercício anterior. 2.2.1. Balanço patrimonial Hoji (2004, p. 258) afirma: “O balanço patrimonial demonstra a situação estática da empresa em determinado momento. Cada empresa pode determinar a data do encerramento do balanço conforme as sua conveniências, mas a maioria das empresas brasileiras encerra o balanço em 31 de dezembro de cada ano, coincidindo com o encerramento do ano civil”. Num balanço patrimonial, o ativo (bens + direitos) fica no lado esquerdo, enquanto o passivo (obrigações) e patrimônio líquido, no lado direito. Balanço patrimonial simplificado 13 ATIVO PASSIVO Bens e Direitos Obrigações e Patrimônio líquido Total Total As contas do ativo são apresentadas em ordem decrescente de grau de liquidez, ou seja, de acordo com a rapidez com os ativos podem ser convertidos em caixa. O ativo é classificado em ativo circulante e não circulante (ativo realizável a longo prazo e ativo permanente) As contas do passivo são apresentadas em ordem decrescente de exigibilidade, isto é, de vencimentos. O passivo é classificado em passivo circulante e não circulante (exigível a longo prazo) e patrimônio líquido. Balanço patrimonial em grupo de contas ATIVO PASSIVO Ativo circulante Ativo realizável a longo prazo Ativo permanente Passivo Circulante Passivo exigível a longo prazo Patrimônio líquido Total Total 2.2.1.1 Equação do balanço O balanço patrimonial representa os direitos e bens que a empresa possui, que são os valores do ativo e todas as suas obrigações, que estão registradas no passivo. O patrimônio líquido é uma obrigação também, pois representa uma obrigação da empresa para com seus proprietários. Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido ATIVO PASSIVO Ativo circulante R$ 5.000 Ativo realizável a longo prazo 3.000 Ativo permanente 2.000 Passivo Circulante R$ 5.000 Passivo exigível a longo prazo 4.000 Patrimônio líquido 1.000 Total R$ 10.000 Total R$ 10.000 14 Consoante Nikbakht (2008, p. 350), “Como os demonstrativo de ativo e passivo, o balanço patrimonial permite que os investidores observem a composição desses componentes e verifiquem se a alocação é sólida. Deduzindo os passivos Circulantes dos ativos circulantes, encontramos indicações sobre a liquidez da empresa, e, confrontando os lucros com os ativos investidos pela empresa, podemos ter uma idéia de seu grau de eficiência para empregar seus ativos de modo a gerar lucro”. 2.2.2 Demonstração de resultados do exercício – DRE Para Júnior (2010, p.64), “A Demonstração de Resultados do Exercício mostra como surge o lucro ou prejuízo final da empresa. A partir das Receitas Brutas , delas vão se subtraindo as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos, obtendo-se a Receita Líquida. A título de exemplo, apresentamos uma Demonstração de Resultados dos Exercícios. DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS DOS EXERCÍCIOS 20X0 20X1 Receita Operacional Bruta R$ 30.000 35.000 ( - ) Vendas canceladas 2.000 0 ( - ) Descontos 500 700 ( - ) Impostos sobre as vendas 3.500 6.300 ( =) Receita Operacional Líquida 24.000 28.000 ( - ) Custos dos produtos vendidos 13.000 15.000 ( = ) Lucro Bruto 1.000 13.000 ( - ) Despesas Operacionais 3.000 4.000 ( - ) Despesas de vendas 400 600 ( - ) Despesas gerais 600 800 ( - ) Despesas de depreciação 2.000 1.600 ( = ) Lucro Operacional 5.000 6.000 ( - ) Despesas financeiras 300 400 ( = ) Lucro Líquido antes do IR 4.700 5.600 ( - ) Imposto de Renda 1.000 1.200 ( = ) Lucro Líquido após o IR 3.700 4.400 ( - ) Reserva legal 300 400 ( - ) Dividendos ás ações preferenciais 400 500 ( = ) Lucro Líquido disponível aos acionistas 3.000 3.500 ( - ) Lucro a distribuir 2.400 3.000 ( = ) Lucro transferidos para lucro acumulados 600 500 ( = ) Lucro por ação LPA ( 3.000) 0,20 0,17 2.2.3. Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados No final de cada período, os proprietários esperam ter lucro, mas há também a possibilidade de teremprejuízos, por isso a esta demonstração este nome. 15 Exercícios propostos 1. Cite um meio utilizado pelos gestores financeiros para avaliar a situação da empresa? 2. Por que os administradores financeiros utilizam os demonstrativos financeiros? 3. Cite as características principais das demonstrações financeiras. 4. Por que os valores do ativo são considerados de maior liquidez? 5. Por que o Patrimônio Líquido é considerado uma obrigação? 6. (ESAF/2007) Qual é a classificação correta que compreende os itens que dificilmente se transformarão em dinheiro, pois não se destinam à venda, mas são utilizados como meios de produção ou meios para se obter renda para a empresa? a) Ativo permanente. b) Ativo realizável a longo prazo. c) Passivo circulante. d) Patrimônio líquido e) Ativo Circulante 7. (ESAF /2004) Na apresentação de um Balanço Patrimonial os elementos do Passivo estão dispostos em ordem: a) Decrescente dos prazos de exigibilidade. b) Crescente dos prazos de exigibilidade. c) Crescente de liquidez. d) Decrescente de liquidez 16 ANALISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 3.1. Objetivo Visa auxiliar o gestor financeiro a conhecer a situação econômica e financeira e sua evolução na empresa, ou seja, possa identificar os pontos fracos e fortes da empresa e estabelecer meios necessários para corrigir os pontos fracos. Análise por meio de índices é um dos meios utilizados para analisar interpretar as demonstrações financeiras. 3.2. Análise vertical Visa avaliar a participação relativa de cada componente do Ativo ou do passivo em relação ao total do Ativo ou Passivo. Esta participação relativa é encontrada pelo emprego da “regra de três”, ou seja, Total do Ativo ------------------------------------------ 100% Componente do ativo ou passivo -------------------- x % Por exemplo, calculemos a participação relativa do ativo permanente (P). 2000000 --------------------------- 100% 720000 ---------------------------- P% Então, P = 720.000 x 100 2.000.00 P = 36% Devemos incluir uma nova coluna para Análise Vertical (AV) BALANÇO ENCERRADO EM 31.12.X0 AV ATIVO CIRCULANTE OPERACIONAL 810.000 810.000/ 2.000.000 = 40,5% Duplicata a receber 500.000 500.000/ 2.000.000 = 25% Estoques 300.000 300.000/ 2.000.000 = 15 % Prêmio de seguros a apropriar 10.000 10.000/ 2.000.000 = 0,5% ATIVO CIRCULANTE NÃO OPERACIONAL 470.000 470.000/ 2.000.000 = 23,5% Caixas e Bancos 30.000 30.000/ 2.000.000 = 1,5% Aplicações de liquidez imediata 270.000 270.000/ 2.000.000 = 13,5% Títulos e valores mobiliários 150.000 150.000/ 2.000.000 = 7,5% Outras contas a receber 20.000 20.000/ 2.000.000 = 1% ATIVO PERMANENTE 720.000 720.000/ 2.000.000 = 36% Investimento 90.000 90.000/ 2.000.000 = 4,5% Imobilizado 550.000 550.000/ 2.000.000 = 27,5% Diferido 80.000 80.000/ 2.000.000 = 4% TOTAL DO ATIVO 2.000.000 2.000.000/ 2.000.000 = 100% No quadro acima, pode-se constatar-se as seguintes participações: a) Ativo Circulante operacional = 40,5% b) Ativo Circulante não operacional = 23,5% c) Ativo Permanente = 36,0% Podemos tirar outras conclusões, por exemplo, no Ativo Permanente, o Imobilizado possui uma maior participação (27,5%) 17 3.3 Análise horizontal A análise horizontal (AH) tem com objetivo evidenciar a evolução de cada item do balanço patrimonial, por períodos. Esta participação relativa é encontrada pelo emprego da “regra de três”, ou seja: Exercício mais antigo ------------------------------------------ 100% Exercício a ser comparado ----------------------------------- x % Por exemplo, calculemos a participação relativa do ativo circulante do ano X1(P ). 810000 --------------------------- 100% 1.216.000 ---------------------------- P % Então, P = 1.216.000 x 100 810.000 P = 150,12% Devemos incluir uma nova coluna para Análise Horizontal (AH) BALANÇO ENCERRADO EM 31.12.X0 AH 31.12. X1 AH ATIVO CIRCULANTE OPERACIONAL 810.000 100% 1.216.000 1.216.000/ 810.000 = 150,12% Duplicata a receber 500.000 100% 800.000 800.000 / 500.000 =160% Estoques 300.000 100% 410.000 410.000/ 300.000 = 136,67% Prêmio de seguros a apropriar 10.000 100% 6.000 6.000 / 10.000= 60% ATIVO CIRCULANTE NÃO OPERACIONAL 470.000 100% 410.000 410.000/ 470.000 = 87,23% Caixas e Bancos 30.000 100% 45.000 45.000 / 30.000 = 150% Aplicações de liquidez imediata 270.000 100% 190.000 190.000/ 270.000 = 70,37% Títulos e valores mobiliários 150.000 100% 130.000 130.000/ 150.000 = 86,67% Outras contas a receber 20.000 100% 45.000 45.000/ 20.000 = 225% ATIVO PERMANENTE 720.000 100% 880.000 880.000 / 720.000 = 122,22% Investimento 90.000 100% 190.000 190.000 / 90.000 = 211,11% Imobilizado 550.000 100% 660.000 660.000 / 550.000 = 120% Diferido 80.000 100% 30.000 30.000 / 80.000 = 37,50% TOTAL DO ATIVO 2.000.000 100% 2.506.000 2.506.000/ 2.000.000 = 125,3% Por exemplo, a análise horizontal do ativo circulante operacional: 810.000 ---------------------------- 100% 1.216.000 ---------------------------- AH AH= 1.216.000 x 100 = 150,12% ( aumento de 150,12% – 100% = 50,12%) 810.000 Neste quadro, pode-se verificar, por exemplo, a) Ativo circulante operacional apresentou um aumento de 50,12%; 18 b) O Investimento do Ativo Permanente teve um aumento de 111,11% c) O Diferido teve uma diminuição de 62,5%,. 3.4 – Análise por quociente ou por meio de índices. 3.4.1. Índice de liquidez Tem como objetivo avaliar a capacidade pagamentos de exigibilidades. Temos vários tipos de liquidez. Quanto maior o índice melhor a situação financeira da empresa. 3.4.1.1. Liquidez imediata ou instantânea (LI) É divisão entre o disponível e passivo circulante. LI = DISPONIBILIDADES_ x 100 PASSIVO CIRCULANTE Disponibilidades são recursos que estão em condições de utilização pela empresa. São: a) Caixa - valores em tesouraria; b) Bancos conta movimentos – depósitos a vista em instituições financeiras prontos para serem utilizados; c) Aplicações financeiras – recursos temporariamente ociosos aplicações financeiras; Indica: quanto a empresa possui de recursos imediatamente disponíveis para liquidar compromissos a curto prazo. Interpretação: quanto maior, melhor. Por exemplo: ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE Duplicata a receber R$ 200,00 Fornecedores R$ 400,00 Caixa R$ 100,00 Empréstimos bancários R$ 1.600,00 Banco c/ movimento R$ 500,00 Total R$ 2.000,00 Estoques R$ 2.200,00 Total R$ 3.000,00 Disponibilidades = Caixa + Banco c/ movimento = 100,00 + 500,00 = 600,00 LI = 600 x 100 2.000 LI = 30%, ou seja, as disponibilidades equivalem somente a 30% das dívidas a curto prazo ( passivo circulante). Tem uma dívida de R$ 2.000,00, mas tem somente R$ 600,00 para liquida dívida de curto prazo. 3.4.1.2. Liquidez correnteou comum (LC) – é a razão entre o ativo circulante e passivo circulante. LC = ATIVO CIRCULANTE x 100 PASSIVO CIRCULANTE 19 Na liquidez imediata, usamos somente uma parte do Ativo Circulante, ou seja, as disponibilidades. Nesta aplicamos o valor total do Ativo Circulante. Indica: quanto a empresa possui de recursos conversíveis em dinheiro em curto prazo para liquidar compromissos também a curto prazo, ou seja, se o ativo circulante é suficiente para cobrir as dívidas de curto prazo Interpretação: quanto maior, melhor Com base no Balanço Patrimonial temos: LC = 3.000 x 100 2.000 LC = 150%. Este resultado indica que a empresa tem 1,5 de ativos que podem ser convertidos em reais em curto prazo para honrar as suas dívidas de curto prazo. 3.4.1.3. Liquidez seca (LS) é o quociente entre ativo circulante menos estoques e passivo circulante LS = ATIVO CIRCULANTE – ESTOQUES x 100 PASSIVO CIRCULANTE Indica: quanto a empresa possui de ativo líquido para liquidar compromissos também a curto prazo. Interpretação: quanto maior, melhor Com base no balanço Patrimonial, temos: Ativo circulante menos estoques = 3.000.00 – 2.200,00 = 800,00 LS = 800 x 100 2.000 LS = 40%. 3.4.1.4. Liquidez geral (LG) é a razão entre a soma do ativo circulante e do ativo realizável a longo prazo pela a soma do passivo circulante e do passivo exigível a longo prazo. LG = ATIVO CIRCULANTE + ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO x 100 PASSIVO CIRCULANTE + PASSIVO EXGÍVEL A LONGO PRAZO Indica: a capacidade de pagamento de dívida no longo prazo. Interpretação: quanto maior, melhor. ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE Duplicata a receber R$ 200,00 Fornecedores R$ 400,00 Caixa R$ 100,00 Empréstimos bancários R$ 1.600,00 Banco c/ movimento R$ 500,00 Total R$ 2.000,00 Estoques R$ 2.200,00 Total R$ 3.000,00 EXIGÍVEL A LONGO PRAZO Empréstimos bancários R$ 1.500,00 Total R$ 1.500,00 20 REALIZÁVEL A LONGO PRAZO Contas a receber R$ 1.200,00 PATRIMÔNO LÍQUIDO 700,00 Total R$ 1.200,00 Total 700,00 Total geral R$ 4.200,00 Total geral 4.200,00 LG = 3.000,00 + 1.200,00 x 100 2.000.00 + 1.500,00 LG = 1,20. O ativo circulante e o ativo realizável a longo prazo é 20% maior que o passivo circulante e exigível a longo prazo. 3.5 – Índices de estrutura de capital Destinam a descobrir o grau de endividamento de uma empresa. 3.5.1. Participação de Capitais de Terceiros (PCT) Este índice indica o percentual de Capital de Terceiros em relação ao Patrimônio Líquido, mostrando a dependência da empresa em relação aos recursos de terceiros. PCT = Passivo Circulante + Exigível L / prazo x 100 Patrimônio líquido ATIVO PASSIVO Circulante R$ 100.000,00 Circulante R$ 250.000,00 Realizável a L/ prazo R$ 80.000,00 Exigível a L / prazo R$ 50.000,00 Permanente R$ 220.000.00 Patrimônio Líquido R$ 100.000,00 Total R$ 400.000,00 Total R$ 400.000,00 PCT = 250.000 + 50.000 x 100 100.000 PCT = 300%, que significa que para cada R$ 100,00 de Capital Próprio, a empresa utiliza R$ 300,00 de Recursos de externos. 3.5.2. Composição do endividamento (CE) – mostra a quanto a dívida total vence ao curto prazo. CE = Passivo Circulante___________ x 100 Passivo circulante + Exigível a longo prazo CE = 250.000___ 250.000 + 50.000 CE = 0,83. Isto e, 83% da dívida da empresa acima vencem no curto prazo. 3.5.3. Imobilização do capital próprio (ICP) – é a razão entre o ativo permanente e patrimônio líquido. Mostra a parcela dos recursos próprios investidos no Ativo Permanente. 21 ICP = ATIVO CIRCULANTE_ x 100 PATRIMÔNIO LÍQUIDO ICP = 220.000 x 100 100.000 I CP = 220%. 3.5.4. Endividamento total (ET) – é o quociente entre a soma do passivo circulante com exigível a longo prazo e o ativo total. Representa quanto a empresa tomou de recursos de terceiros para cada real de capital próprio. ET = PASSIVO CIRCULANTE + EXIGÍVEL A LONGO PRAZO x 100 ATIVO CIRCULANTE ET = 250.000 + 50.000 x 100 220.000 ET = 136,36% 3.6 – Índices de rentabilidade Medem quanto estão rendendo os capitais investidos. 3.6.1. Margem Bruta (MB) É a razão entre o lucro bruto e a receita operacional líquida. MB = LUCRO BRUTO________ x 100 RECEITA OPERACIONAL LIQUIDA 3.6.2. Margem Líquida (ML) É o quociente entre o lucro líquido e a receita operacional líquida. MB = LUCRO BRUTO________ x 100 RECEITA OPERACIONAL LIQUIDA 22 Exercícios resolvidos 01. Com base no balanço patrimonial, calcule os seguintes índices para o exercício de 2002: ATIVO 2002 2003 Circulante Caixa 120 88 Contas a Receber 224 192 Estoques 424 368 Total 768 648 Realizável a Longo Prazo 0 0 Permanente Instalações e equipamentos 5.228 5.354 TOTAL DO ATIVO 5.996 6.002 PASSIVO Circulante Fornecedores 124 144 Título a Pagar 1.412 1.039 Total 1.536 1.183 Exigível a Longo Prazo 1.804 2.077 Patrimônio Líquido Capital Social e reservas 300 300 Lucros retidos 2.356 2.442 Total 2.656 2.742 TOTAL DO PASSIVO 5.996 6.002 a) de liquidez corrente ( LC). b) de liquidez seca ( LS). c) de liquidez geral (LG);. d) do endividamento total (ET); Solução: a) LC = ATIVO CIRCULANTE x 100 = 768 x 100 = 50%; PASSIVO CIRCULANTE 1.536 23 b) LS = ATIVO CIRCULANTE – ESTOQUES x 100 = 768 – 424 x 100 = 344 = 22% PASSIVO CIRCULANTE 1.536 1.534 c) LG = ATIVO CIRCULANTE + ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO x 100 PASSIVO CIRCULANTE + PASSIVO EXGÍVEL A LONGO PRAZO LG = 768 + 0___ x 100 = 768_ x 100 = 23% 1.536 + 1804 3.340 d) ET = PASSIVO CIRCULANTE + EXIGÍVEL A LONGO PRAZO x 100 ATIVO CIRCULANTE ET = 1.536 + 1804 x 100 = 334.000 = 60%5.996 5.596 02. Explique o quer dizer o fato de uma empresa ter índice de liquidez corrente igual a 0,50? Resposta. A empresa tem somente 50% de capacidade de pagar suas dívidas de curto prazo. 03. Uma empresa tem capital de giro líquido (CGL) de R$ 800.000,00, passivo circulante de R$ 1.200.000,00 e estoques de 1.500.000,00. Determine o índice: a) liquidez corrente (LC) b) liquidez seca (LS). Resolução: CGL = Ativo circulante – Passivo Circulante → 800.000 = AC – 1.200.000 → AC = 2.000.000 a) LC = 2.000.000 ÷ 1.200.00 = 1,67 b) LS = (2.000.000 – 1.500.000) ÷ 1.200.000 = 500.000 ÷ 1.200.000 = 0,42. 24 Exercícios propostos 1. Qual a finalidade da análise vertical? 2. Qual a finalidade de análise horizontal? 3. O que mede o índice de liquidez? 4. O que mede o índice de endividamento? 5. Com base no balanço patrimonial, calcule os seguintes índices para o exercício de 2003 EMPRESA Balanços em 31 de Dezembro de 2002 e 2003(em $ milhões) 2002 2003 ATIVO Circulante Caixa 120 88 Contas a Receber 224 192 Estoques 424 368 Total 768 648 Realizável a Longo Prazo 0 0 Permanente Instalações e equipamentos 5.228 5.354 TOTAL DO ATIVO 5.996 6.002 PASSIVO Circulante Fornecedores 124 144 Título a Pagar 1.412 1.039 Total 1.536 1.183 Exigível a Longo Prazo 1.804 2.077 Patrimônio Líquido Capital Social e reservas 300 300 Lucros retidos 2.356 2.442 Total 2.656 2.742 TOTAL DO PASSIVO 5.996 6.002 a) de liquidez corrente (LC) 25 b) de liquidez seca ( LS). c) de liquidez geral (LG). d) do endividamento total (ET). 6. (Auditor da Receita/85). Na análise das demonstrações financeiras os processos mais utilizados são os seguintes: a) vertical, por comparação e por diferenças; b) vertical, médias móveis e por quocientes; c) horizontal, por comparação e vertical; d) por quociente, horizontal e por projeção; e) vertical, horizontal e por quocientes. 7. (Auditor da Receita/85) A finalidade principal da análise horizontal é verificar: a) a situação específica de uma empresa; b) se a empresa obteve lucro satisfatório em relação às aplicações efetuadas; c) a participação percentual dos componentes das demonstrações financeiras; d) o quociente dos elementos formadores das demonstrações financeiras; e) a evolução dos elementos que formam as demonstrações financeiras. 8. (Auditor da Receita/85) A principal finalidade da análise por quocientes é: a) verificar a participação de cada conta no valor do grupo a que pertença; b) estabelecer indicadores de situações específicas referentes aos aspectos econômico e financeiro de uma empresa; c) verificar a participação percentual de cada elemento, no total da demonstração financeira; d) estabelecer indicadores das participações dos grupos de contas no total da demonstração financeira; e) verificar a evolução ano a ano dos componentes das demonstrações financeiras. 9. (Auditor da Receita/85) Dos balanços patrimoniais de determinada empresa foram extraídos os seguintes dados 1982 1983 1984 Ativo Circulante 100 160 240 Ativo Permanente 250 400 600 Passivo Circulante 75 100 160 Calculando-se a liquidez corrente dos 3 exercícios, verifica-se que está melhor em: a) 1982, com quociente 4,67; b) 1983, com quociente 4,60; a) 1983, com quociente 1,60; a) 1984, com quociente 5,25; 26 10. (Auditor da Receita/85) O ativo de uma empresa estava assim constituído em 1983 e 1984: 1983 1984 Ativo 300 400 Circulante 100 120 Realizável a Longo Prazo 30 40 Permanente 170 240 O índice de evolução nominal dos grupos de contas indica que o que mais cresceu de 1983 para 1984 foi o do: a) realizável a longo prazo; b) circulante. c) permanente e do realizável a longo prazo, com a mesma evolução; d) permanente; e) circulante e do permanente. 11. (Auditor da Receita/89) A fórmula Ativo Circulante – Estoques Passivo Circulante é utilizada para calcular o quociente de liquidez: a) comum b) seca c) geral d) imediata e) corrente. 27 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E PONTO DE EQUILÍBRIO OPERACIONAL 4.1 – Objetivo da análise do ponto de equilíbrio ou análise custo-volume-lucro Segundo Gitman (2002, p. 419) “A análise do ponto de equilíbrio é usada pela empresa (1) para determinar o nível de operações necessárias para cobrir todos os custos operacionais e (2) para avaliar a lucratividade associada a vários níveis de vendas". 4.2 – Conceito de Ponto de equilíbrio operacional (Q) É a quantidade de produção de um determinado produto necessária para que a receita total seja igual ao custo total, não havendo lucro nem prejuízo operacional. Visa medir o nível de vendas necessário para cobrir os custos operacionais totais. Consoante Hoji (2004,p. 337), “Para calcular o ponto de equilíbrio, assumem-se algumas premissas: a) não existem estoques acabados ou em fase de elaboração; toda a produção é vendida; b) não há distinção entre os custos e despesas; eles são separados em fixos e variáveis”. Exemplo: Um produto é vendido por R$ 20,00 a unidade, tendo um custo variável unitário de R$ 12,00 e um custo fixo de R$ 15.000,00. Calcule o ponto de equilíbrio operacional (Q) Solução: Receita total (RT) = Preço unitário de venda x quantidade vendida (= quantidade produzida), logo RT= 20Q. Custo total ( CT) = custo fixo ( CF) + custo variável (CV) CV = preço unitário de produção x quantidade produzida ( Q) = 12Q, logo CT = 15.000 + 12Q, com isso 20Q = 12 + 15000 → 8Q = 15000 → Q = 1875. Outra maneira Q = Custo fixo ÷ ( preço de venda – preço do custo variável) 28 Q = 15000 ÷ ( 20 – 12) = 15000 ÷ 8 = 1875. Logo a empresa terá uma lucro antes dos juros e imposto de renda ( LAJIR) positivo para vendas superiores a 1875 unidades e LAJIR negativo, para vendas inferiores a 1875. 4.3 - Custos variáveis e o ponto de equilíbrio. No exemplo acima, se aumentar apenas o custo fixo para R$ 20.000,00, qual seria o impacto no ponto de equilíbrio? Q = 20000 ÷ 8 = 2.500, ou seja, aumentaria o ponto de equilíbrio. Se fosse aumentasse apenas o preço de unitário de venda para R$ 24,00? Q = 15.000 ÷ ( 24 – 12 ) = 15.000 ÷12 = 1.250 , isto, diminuiria o ponto de equilíbrio. Se fosse aumentasse apenas o preço do custo variável unitário para R$ 15,00? Q = 15.000 ÷ ( 20 – 15) = 15.000 ÷ 5 = 3.000, ou seja, aumentaria o preço de equilíbrio. Se fosse implementado simultaneamente todas as três operações? Q = 20.000 ÷ ( 24 – 15) = 20.000 ÷ 9 =2.222,22, isto é, aumentaria o preço de equilíbrio. Resumindo Aumento da variável Efeito sobre o ponto de equilíbrio operacional Custo fixo Aumento Custo variável Aumento Preço de venda Diminuição ______________________________________________________________ Exercício resolvido 1. Uma empresa vendeu 10.000 unidades ao preço unitário de R$ 9,50; seus custos operacionais variáveis são de R$ 3,50 por unidade e seus custos operacionais fixos são de R$ 15.000,00. Em que nível de vendas (em unidades) está o ponto de equilíbrio operacional da empresa, ou seja, quando o JALIR = 0? Solução; Q = 15.000 ÷ ( 9,50 – 3.50) = 15.000 ÷ 6 = 2.500 unidades. 29 Exercícios propostos 1. O que acontece com o ponto de equilíbrio operacional se custo fixo aumentar e custo unitário variável e o ponto unitário de venda permanecerem constantes? 2. Dadas as seguintes informações de custo e preço para cada uma das empresas A, B e C, qual é o ponto de equilíbrio operacional em unidades para cada uma das empresas? Empresa A B C Preço de venda por unidade (R$) 18,00 21,00 30,00 Custo oper. variável por unidade (R$) 6,75 13,50 12,00 Custo operacional fixo (R$) 45.000 30.000 90.000 3. No ano passado, o livro de cruzadas foi vendido por R$ 10,00, com custos operacionais variáveis de R$ 8,00 por livro e custos operacionais fixos de R$ 40.000,00. Quantos livros precisam ser vendidos este ano para atingir o ponto de equilíbrio para seus custos operacionais, dadas as seguintes circunstâncias: a) Todos os livros são do mesmo ano; b) Os custos operacionais fixos aumentaram para R$ 44.000,00; os demais valores são os mesmos do ano anterior; c) O preço de venda aumentou para R$ 10,50; os demais valores permanecerem os mesmos do ano anterior; d) O custo operacional variável por livro aumentou para R$ 8,50; os demais valores permanecerem os mesmos do ano anterior. Dados para responder as questões sugeridas: Informações: Custos Fixos 400.000 Custo Variável Unitário 300 Receita Unitária 700 4. O ponto de equilíbrio é igual a: a) 2.000 unidades. b) 1.000 unidades. 1º momento 2º momento Preço unitário de venda (PUV) R$ 9,50 R$ 9,50 Custo unitário variável (CUV) R$ 3,50 R$ 3,50 Custo fixo (CF) R$ 20.000,00 R$ 30.000,00 Ponto de equilíbrio (QE) ? ? 30 c) 1.500 unidades. d) 2.500 unidades. e) 1.200 unidades. 5. A receita total do ponto de equilíbrio é de: a) 700.000 b) 1.000.000 c) 300.000 d) 1.200.000 e. 1.1 50.000 6. O lucro, no ponto de equilíbrio, é de: a) zero. b) 200.000 c) 300.000 d) 500.000 e) 600.000 7. Se a produção (ou vendas) passar para 2.000 unidades, o lucro será de: a) 20.000 b) 100.000 c) 1.400.000 d) 400.000 e) 800.000 08. Dados de uma empresa que esta analisando a viabilidade de produzir e comercializar o produto: Custos e despesas variáveis = $ 7,00/unidades Custos e despesas fixos = 3.000,00/mês. O Preço de venda unitário para que o Ponto de Equilíbrio ocorra para uma quantidade de 200 unidades é? a) R$ 22,00 b) R$ 23,00 c) R$ 8,00 d) R$ 15,00 e) R$ 16,00 31 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E ALAVANCAGEM 5.1 - Alavancagem Segundo Gitman, alavancagem é "a capacidade da empresa de usar encargos financeiros fixos para maximizar os efeitos de variações no lucro antes de juros e imposto de renda (LAJIR) sobre o lucro por ação”. 5.2 - Tipos de alavancagem: a) operacional – determinada pela relação entre as receitas de vendas da empresa e seu lucro antes dos juros e imposto de renda (LAJIR) Para Gitman, “A alavancagem operacional é a capacidade que a empresa tem de usar custos fixos operacionais, a fim de aumentar os efeitos de variações nas vendas sobre os lucros antes dos juros e impostos de renda (LAJIR). Pg. 451 Para Junior (2010, p.55) “Alavancagem operacional é o uso de ativos operacionais, com custos e despesas fixas, com o objetivo de aumentar os lucros antes dos juros e do imposto de renda”. No exemplo abaixo, vamos ver como funciona a alavancagem operacional. Um produto é vendido por R$ 20,00 a unidade, tendo um custo variável unitário de R$ 12,50 e um custo fixo de R$ 15.000,00, com ponto de equilíbrio de Q = 2000. O que acontece com o LAJIR se as vendas aumentam 20%? Ano A Ano B Ano C Vendas (em unidades) 2000 2400 2.880 Receita operacional R$ 40.000 R$ 48.000 R$ 57.600 ( - ) Custo e despesas variáveis R$ (25.000) R$ (30.000) R$ (36.000) ( - ) Custo e despesas fixas R$ (15.000) R$ (15.000) R$ (15.000) ( = ) Lucros antes de juros do IRR$ 0 R$ 3.000 R$ 6.600 Podemos notar, que um aumento de 2.400 para 2.880 unidades, o LAJIR aumenta R$ 3.600. Em outras palavras, um aumenta de 20% nas vendas (2.400 para 2.880 unidades) resulta num aumenta de 120% do LAJIR, permanecendo os mesmos custos fixos. 5.2. a. 1. Mediação do grau de alavancagem operacional (GAO) Grau de alavancagem operacional (GAO) – é quociente entre a variação percentual do LAJIR e a variação percentual das receitas. 32 GAO = Variação do percentual do LAJIR Variação do percentual das receitas No nosso exemplo, temos que variação do percentual do LAJIR foi de 120% e a variação do percentual das vendas, de 20%, logo: GAO = 120% = 6,0 20% Isto é, uma variação de 20% nas vendas trará um impacto de 6,0 vezes no LAJIR. 5.2. a. 2. Custo fixos e alavancagem operacional Se a empresa trocar alguns custos variáveis (comissões sobre as vendas em salários fixos, por exemplo), por custos fixos, o que isso implicaria no grau de alavancagem operacional (GAO)? Tomamos no exemplo abaixo, com alterações no custo variável unitário para R$ 10,00 e o custo fixo para R$ 20.000,00. Um produto é vendido por R$ 20,00 a unidade, tendo um custo variável unitário de R$ 10,00 e um custo fixo de R$ 20.000,00. Calcule: a) o ponto de equilíbrio operacional (QE ) e b) LAJIR. a) QE = Custo fixo = 20.000 = 20.000 = 2.000 Preço de venda – custo variável 20 -10 10 Ano A Ano B Ano C Vendas(em unidades) 2000 2500 3125 Receita operacional R$ 40.000 R$ 50.000 R$ 62.500 ( - )Custo e despesas variáveis R$ (20.000) R$ (25.000) R$ (31.500) ( - ) Custo e despesas fixas R$ (20.000) R$ (20.000) R$ (20.000) ( = ) Lucros antes de juros do IR R$ 0 R$ 5.000 R$ 11.000 b) Variação percentual de vendas: 3215 = 1.25 ( aumento de 25%) 2500 Variação percentual do LAJIR = 11.000 = 2,20 ( aumento de 120%) 5.000GAO = 120% = 3,80 25% Com a diminuição do custo variável de 20% ( R$ 25.000 para R$ 20.000) e aumenta do custo fixo de 33.34% ( de R$ 15.000 para R$ 20.000) , há um aumento no grau de alavancagem operacional de 3,80 33 b) Alavancagem financeira Para Junior (2010, p. 86), “Alavancagem financeira é o resultado da existência de encargos financeiros fixos, para aumentar os efeitos de variações nos lucros antes de juros e impostos de renda (LAJIR) sobre os lucros por ações (LPA)”. Exemplo: Uma pequena empresa espera lucro antes dos juros e imposto de renda (LAJIR) de R$ 100.000,00 no ano corrente, tem um custo de dívida de longo prazo de R$ 40.000,00 por ano. Seu imposto de renda é de 25% e tem 2.400 ações ordinárias. Qual o impacto sobre os lucros da empresa, caso ocorra: a) uma queda de 20% do LAJIR; b) um aumento de 20% do LAJIR. Solução: Diminuição de 20% Aumento de 20% LAJIR 80.000 100.000 120.000 ( - ) Juros (40.000) (40.000) (40.000) LAIR 40.000 60.000 80.000 ( - ) Imposto de Renda (10.000) (15.000) (20.000) LLDIR 30.000 45.000 60.000 Com uma diminuição de 20% no LAJIR, há uma diminuição no lucro por ações (LPA) de 33,33% Percentual de variação no LPA = (45.000 – 30.000) ÷ 45.000 = 33,3% Já com um aumento de 20% no LAJIR, há um aumento no LPA de 33,3% Percentual de variação no LPA = (60.000 – 45.000) ÷ 60.000 = 33,3%. 5.2.b.1. Grau de alavancagem financeira (GAF) = variação percentual no LPA ÷ variação percentual no LAJIR. GAF = Variação do percentual no LPA Variação do percentual no LAJIR GAF = 33,3% ÷ 20% = 1,67. Ou seja, uma variação de 20% no LAJIR da empresa trará um impacto igual a 33,3% no LPA. c) Alavancagem total ou combinada – determina o potencial de custos fixos, operacionais e financeiros, para aumentar o efeito das variações nas vendas sobre o lucro por ação. 34 5.2.c.1. Grau de alavancagem total (GAT) = variação percentual no LPA ÷ variação percentual nas vendas. GAT = Variação do percentual no LPA Variação do percentual nas vendas Exercícios resolvidos 1. Uma empresa vendeu 10.000 unidades ao preço unitário de R$ 9,50; seus custos operacionais variáveis são de R$ 3,50 por unidade e seus custos operacionais fixos são de R$ 15.000,00. A despesa com juros anuais totaliza R$ 8.000,00 e a empresa possui 5.000 ações preferenciais emitidas com dividendos anuais de R$ 3,00. Atualmente, ela tem 12.000 ações ordinárias emitidas. Suponha que a empresa esteja na alíquota de 20% de taxa de imposto. Calcule o lucro por ações (LPA) para a) atual nível de vendas; b) ao nível de vendas de 15.000 unidades. Solução Vendas (em unidades) 10.000 15.000 Receitas de vendas (unids. x 9,50) 95.000 142.500 (- ) Custos op. Variáveis (unids. x 3,50) (35.000) (52.500) ( -) Custos op. fixos (15.000) (15.000) LAJIR 45.000 75.000 (- ) Juros ( 8.000) (8.000) LLAIR 37.000 67.000 (- ) Imposto de renda ( 7.400) (13.400) LL após o imposto de renda 29.600 53.600 ( - ) Dividendos ações preferenciais (15.000) (15.000) Lucro disponível para ações ordinárias (LPA) 14.600 38.600 Lucro por ação (PLA) 14.600 ÷ 12.000 = 1,22 38.600 ÷ 12.000 = 3,22. 2. Usando o volume de vendas de 10.000 unidades, calcule o grau de alavancagem operacional da empresa ( GAO) Solução:percentual de variação das vendas ( 15.000 – 10.000) ÷ 10.000 = 50% Percentual de variação do LAJIR (75.000 – 45.000) ÷ 45.000 = 66,67% GAO = 66,67% ÷ 50% = 1,33. 35 3. Usando o volume de vendas de 10.000 unidades, calcule o grau de alavancagem financeira da empresa ( GAF) Solução: percentual de variação do LPA (3,22 – 1,22) ÷ 1,22 = 163,93% Percentual de variação do LAJIR (75.000 – 45.000) ÷ 45.000 = 66,67% GAF = 163,93% ÷ 66,67% = 2,46. 4. Usando o volume de vendas de 10.000 unidades, calcule o grau de alavancagem total da empresa ( GAT) Solução: percentual de variação do LPA (3,22 – 1,22) ÷ 1,22 = 163,93% Percentual de variação das vendas ( 15.000 – 10.000) ÷ 10.000 = 50% GAT = 163,93% ÷ 50% = 3,28. Outra maneira: GAT = GAO x GAF = 1,33 x 2,46 = 3,27. 36 Exercícios propostos 1. Defina alavancagem. 2. Qual a finalidade de alavancagem: a) operacional; b) financeira; c) total ou combinada. 3. Uma empresa tem custos operacionais fixos de R$ 380.000,00, custo operacional variável de R$ 16,00 por unidade e um preço de venda unitário de R$ 63.50. a) Calcule o ponto de equilíbrio operacional em unidades; b) Calcule o LAJIR da empresa a 9.000, 10.000 e 11.000 unidades, respectivamente; c) Usando 10.000 unidades como base, quais são as variações percentuais em unidades vendidas e LAJIR, à medida que as vendas se movem da base para outros níveis de vendas usadas em b? d) Use as percentagens calculadas em c para determinar o graus de alavancagem operacional (GAO); 4. Uma empresa tem R$ 60.000,00 em títulos, a 16%(juros anuais), 1.500 ações preferenciais pagando um dividendo anual de R$ 5,00 por ação e 4.000 ações ordinárias emitidas. Supondo que a empresa esteja na faixa de alíquota de imposto de 40%, calcule os lucros por ação (LPA) para os seguintes níveis de LAJIR; a) R$ 24.600,00 b) R$ 30.000,00 c) R$ 35.000,00. 5. O grau de alavancagem é sempre um indicador importante no planejamento de lucros e estudos de perspectivas econômicas e financeiras. Esse indicador pode ser de três tipos: 1 - Operacional. 2 - Financeira. 3 - Combinada. Relacione cada um dos três tipos de Alavancagem com a identificação a seguir: (...) Exprime a relação de acréscimo estimado do lucro operacional depois de descontadas as despesas financeiras e o aumento esperado das vendas. (...) Relaciona o aumento de lucros com o acréscimo estimado das vendas. 37 (...) Mede a eficiência com que os administradores usam os recursos financeiros provenientes de terceiros e dos proprietários das empresas. Avalia os efeitos do Capital de Terceiros no aumento ou redução da taxa de retorno do Capital Próprio. A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: a) 1 – 2 – 3; b) 1 – 3 – 2; c) 2 – 1 – 3; d) 3 – 1 – 2; e) 2 – 3 – 1 38 INFLAÇÃO 6.1. Introdução Para HOJI (pag. 56), Inflação é caracterizada por aumento geralde preços, o que significa que reduz o poder de compra do dinheiro. Ela atinge cada indivíduo ou familiar de forma particular e com intensidade diferente. Por exemplo, uma pessoa ganha por mês R$ 800,00. Num determinado mês ela gasta por mês R$ 560,00 no supermercado, no outro mês gastou R$ 576,80, com os mesmos produtos adquiridos no mês anterior, e no mês seguinte R$ 605,64 também com os mesmos produtos. Com isso, houve mês inflação, ou seja, os preços dos produtos foram reajustados, consequentemente perda de poder aquisitivo da moeda. Se há redução dos preços, haverá a deflação. 6.2 – Impacto da inflação sobre as atividades empresariais Para Hoji ( 2004, p. 67), “O acompanhamento e analise da inflação de uma empresa é muito importante na administração do preço de venda e controle dos custos”. A apuração do preço de venda e controle dos custos sem a devida inclusão do índice da inflação acarreta distorção na hora da apuração lucro. Suponhamos que uma empresa comercial comprou uma mercadoria a vista por R$ 5.000,00 e revendeu-a, no seguinte, por R$ 6.000,00 com prazo de recebimento de três meses. Neste período a inflação acumulada foi de 2,5%. Qual o lucro líquido desta empresa, na data do recebimento? Demonstração do resultado Na data de venda Venda R$ 6.000 (- ) Custo de mercadoria vendida (5.000) ( = ) Lucro bruto 1.000 ( - ) Juro 0 ( = ) Lucro Líquido 1.000 Demonstração do resultado Na data de recebimento Venda R$ 6.000 (- ) Custo de mercadoria vendida (5.000) ( = ) Lucro bruto 1.000 ( - ) Juro (1.000 x 2,5%) 25 ( = ) Lucro Líquido 975 O lucro líquido é de R$ 975,00 e não de R$ 1.000,00, em função das despesas de juros originadas pela venda a prazo. 6.3 – Cálculo da inflação com base em preços 39 Para saber a inflação (i) de um mês, usamos a fórmula abaixo: i =[ ( preço da data final ÷ preço da data inicial ) – 1] x 100 No exemplo acima, temos: i1 = ((576,80 ÷ 560,00) – 1) x 100 i1 = 3% i2 = ((605,64 ÷ 576,80) – 1) x 100 i2 = 5%. 6.4 – Taxa acumulada da inflação Para sabermos a inflação acumulada, não basta somarmos os valores; pois a seguinte sempre incide sobre a anterior. Devemos usar o fator de acumulação: a) (1 + i) para taxa positiva; b) ( 1 – i) para taxa negativa. iac = [(1 + i1) x ( 1 + i2) x (1 + i3) x ...( 1 + in) – 1] x 100 No exemplo acima, temos (1 + 0,03) x (1 + 0,05) = 1,03 x 1,05 = 1,082, ou seja, 8,2%. Usando a fórmula, i = ((605,64 ÷ 560,00) – 1) x 100 = 8,2%. 6.5 – Taxa real É a taxa obtida por meio do desconto do efeito da inflação ( i ) sobre a taxa efetiva ( ie). ir = [ ( 1 + ie) ÷ ( 1 + i) – 1] x 100 Por exemplo, uma pessoa teve um aumento em determinado mês de 5%, mas neste mês, a inflação foi de 2%. Qual a taxa real de aumento desta pessoa? ir = [ ( 1 + 0,05) ÷ ( 1 + 0,02) – 1] x 100 = [ 1,05 ÷ 1,02 – 1] x 100 = [1,029 – 1] x 100= 2,9% 6.6 – Número-índice Para Crespo, número-índice ou, simplesmente, índice é a relação entre dois estados de uma variável ou de um grupo de variáveis, suscetível de variar no tempo ou no espaço (ou grupo de indivíduos para grupo de indivíduos. Ele é calculado usando a seguinte fórmula: In = In -1 x (1 + ∆n) 40 onde: In = índice do período que estamos calculando ou período de referência; In -1 = índice do período anterior ao período de referência; ∆n = variação da variável que estamos calculando, na forma decimal) Por exemplo, se a inflação de março/2010 foi de 1,2% e abril, de 1,5%. Os índices para os meses março e abril são: 1,0200 e 1,0272, respectivamente, tendo como base o mês de fevereiro de 2010, que terá com índice 1,0000. IFEV/2010 = 1,0000, pois foi tomado como base IMAR/2010 = 1,000 x ( 1 + 1,2/100) = 1,000 x (1 + 0,012) = 1,000 x 1,012 = 1,012 IABR/2010 = 1,012 x ( 1 + 1,5/100) = 1,012 x ( 1 + 0,015) = 1,012 x 1,015 = 1,0272. 6.7 – Índices de inflação Há vários índices de inflação que são medidos por diversos órgãos, para diferentes finalidades. a) Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC – IBGE - reflete a variação de preço de cesta básica das famílias com rendas na faixa de um a oito salários mínimos, nas regiões: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre, Recife, Brasília, Fortaleza e Belém. b) Índice de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA, também do IBGE, semelhante ao INPC, porém refletindo o custo de vida para famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos c) Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna IGP - DI, da FGV, índice que tenta refletir as variações mensais de preços, pesquisados do dia 01 ao último dia do mês corrente. Ele é formado pelo IPA (Índice de Preços por Atacado), IPC (Índice de Preços ao Consumidor) e INCC (Índice Nacional do Custo da Construção), com pesos de 60%, 30% e 10%, respectivamente. O índice apura as variações de preços de matérias-primas agrícolas e industriais no atacado e de bens e serviços finais no consumo. d) Índice Geral de Preços do Mercado – IGP-M, também produzido pela FGV, com metodologia igual à utilizada no cálculo do IGP-DI. A principal diferença é que, enquanto este abrange o mês fechado, o IGP-M é pesquisado entre os dias 21 de um mês e 20 do mês seguinte. e) Índice de Preços ao Consumidor - IPC - FIPE - da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, índice da Universidade de São Paulo (USP), pesquisado no município de São Paulo, que tenta refletir o custo de vida de famílias com renda de 1 a 20 salários mínimos, divulga também taxas quadrissemanais.No cálculo são utilizados sete grupos de despesas: habitação (32,79%), alimentação (22,73%), transportes (16,03%), despesas pessoais (12,30%), saúde (7,08%), vestuário (5,29%) e educação (3,78%).O IPC/FIPE mede a variação de preços para o consumidor na cidade de São Paulo com base nos gastos de quem ganha de um a vinte salários mínimos. 41 Exercícios resolvidos 1. Sejam os valores do IGP-M (FGV) abaixo, no ano de 2010 a) Calcule os índices, tomando com base dezembro/2009 (índice = 1,000). Solução: b) Determine o índice acumulado de fevereiro a maio. Solução: 1,0235 x 1,0288 x 1.0358 x 1,0571 = 1,1530 Outra maneira, basta dividir o índice de maio pelo índice de janeiro ( sempre anterior do primeiro mês) 1,1602 ÷ 1,0063 = 1,1530 c) Qual valor em junho de 2010 e se março valia R$ 1.500,00, usando estes índices acima? Solução: 1.500 x (1,2318 ÷ 1,0596) = 1.500 x 1,1625 = 1.743,77. Não considera a inflação do mês de março. . Num determinado mês, uma família consumiu produtos e serviços no valor total de R$1.400,00. No mês seguinte, o consumo foi de R$ 1.445, 50. Qual foi a inflação deste mês, para a família? Mês IGPM Jan 0,63 Fev 2,35 Mar 2,88 Abril 3,58 Mai 5,71 Jun 6,17 Mês IGPM Índice Jan 0,63 1,000 x(1+0,63/100) = 1,000 x (1 + 0,0063) = 1,000 x 1,0063 = 1,0063 Fev 2,35 1,0063 x (1+2,35/100) = 1,0063 x (1 + 0,0235) = 1,0063 x 1,0235 = 1,0299 Mar 2,88 1,0299 x (1+2,88/100) = 1,0299 x (1 + 0,0288) = 1,0299 x 1,0288 = 1,0596 Abril 3,58 1,0596 x (1+3,58/100) = 1,0596 x (1 + 0,0358) = 1,0596 x 1,0358 = 1,0975 Mai 5,71 1,0975 x (1+5,71/100) = 1,0975 x (1 + 0,0571) = 1,0975 x 1,0571 = 1,1602 Jun 6,17 1,1602 x (1+6,17/100) = 1,1602 x (1 + 0,0617) = 1,1602 x 1,0617 = 1,2318 42 Solução: i = ((1.445,50 ÷ 1.400,00)– 1) x 100 = [1,0325 – 1] x 100 = 3,25% 2. A tabela a seguir indica os preços dos produtos, que compõem a “cesta” da família em questão, levantados no mês referência (mês 0) e no mês seguinte (mês 1). Preencha os espaços em branco: MÊS O MÊS 1 PRODUTO QUANTIDAE PREÇO SUBTOTAL PREÇO SUBTOTAL Arroz 15 kg 2,10 2,20 Feijão 8 kg 4,75 5,00 Óleo 6 latas 6,00 6,50 Pão 15 kg 4,00 4,30 Leite 40 litros 2,00 2,5 Carne 10 kg 10,00 11,00 Passagens 90 1,65 1,0 Total Total Agora responda às questões: a) Qual o total gasto no mês 0? e qual o total gasto no mês 1? b) Em relação ao mês 0, quanto se gastou a mais no mês 1? c) Expresse essa diferença de gastos por meio de uma porcentagem. Solução: a) MÊS O MÊS 1 PRODUTO QUANTIDAE PREÇO SUBTOTAL PREÇO SUBTOTAL Arroz 15 kg 2,10 31,50 2,20 33,00 Feijão 8 kg 4,75 38,00 5,00 40,00 Óleo 6 latas 6,00 36,00 6,50 39,00 Pão 15 kg 4,00 60,00 4,30 64,50 Leite 40 litros 2,00 80,00 2,50 100,00 Carne 10 kg 10,00 100,00 11,00 110,00 Passagens 90 1,65 148,50 1,90 171,00 Total 494,00 Total 557,50 b) R$ 557,50 – R$ 494,00 = R$ 63,50. c) [ (557,50 ÷ 494,000) - 1] x 100 = 12,85% 03. Calcule a inflação acumulada nos seguintes meses; Mês Inflação Janeiro 0,68% Fevereiro 1,10% Março 0,95% Abril 1% Solução; iac = [( 1 + 0,0068) x ( 1 + 0,011) x ( 1 + 0,0095) x ( 1 + 0,01) -1] x 100 43 iac = [( 1,0068) x ( 1,011) x ( 1,0095) x ( 1,01) – 1] x 100 = 1,0378 – 1 x 100 = iac = 3,78%. 04. Um título rendeu juro de 11,5% no período de um ano. A inflação do mesmo período foi de 3,45%. Qual foi a taxa de juro real do título? Solução ir = [ ( 1 + 0,115) ÷ ( 1 + 0,0345) – 1] x 100 = [ 1,115 ÷ 1,0345 – 1] x 100 = [1,0778 – 1] x 100= 7,78%. 44 Exercícios propostos 1. Por que acompanhamento e analise da inflação de uma empresa é muito importante na administração do preço de venda e controle dos custos? 2. Num determinado mês, uma família consumiu produtos e serviços no valor total de R$1.800,00. No mês seguinte, o consumo foi de R$ 1.872,00. Qual foi a inflação deste mês, para a família? 3. A tabela a seguir indica os preços dos produtos, que compõem a “cesta” da família em questão, levantados no mês referência (mês 0) e no mês seguinte (mês 1). Preencha os espaços em branco: MÊS O MÊS 1 PRODUTO QUANTIDAE PREÇO SUBTOTAL PREÇO SUBTOTAL Arroz 20 kg 2,10 2,20 Feijão 10 kg 4,75 5,00 Óleo 5 latas 6,00 6,50 Pão 20 kg 4,00 4,30 Leite 50 litros 2,00 2,5 Carne 12 kg 10,00 11,00 Passagens 100 1,65 1,0 Total Total Agora responda às questões: a) Qual o total gasto no mês 0? E qual o total gasto no mês 1? b) Em relação ao mês 0, quanto se gastou a mais no mês 1? c) Expresse essa diferença de gastos por meio de uma porcentagem 04. Calcule a inflação acumulada nos seguintes meses; Mês Inflação Janeiro 0,82% Fevereiro 1,20% Março 0,85% Abril 1,25% 05. Uma pessoa teve um aumento em determinado mês de 6%, mas neste mês, a inflação foi de 1,5%. Qual a taxa real de aumento desta pessoa? 06. Sejam os valores abaixo, no ano de 2010 45 a) Calcule os índices, tomando com base dezembro/2009 (índice = 1,000). Mês IGPM Jan 5% Fev 4% Mar 3,8% Abril 2% Mai 1,5% Jun 1,% Jul 0 Ago 1,8% 46 VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO 7.1 – Introdução Para Gitman, “O Administrador financeiro toma decisões baseado nos fluxos de caixa esperados em vários instantes no tempo. Por que é importante para o administrador financeiro reconhecer quantitativamente as diferenças entre as épocas desses fluxos de caixa? .... reflita alguns instantes sobre essa questão”. 7.2 – Valor futuro X valor presente Segundo Hoji (2004, p. 94), valor presente (VP) é o capital a valor de hoje. Ou seja, é o valor presente é o valor que representa um empréstimo ou uma aplicação neste momento. Para o mesmo autor, valor futuro (VF) é o valor produzido no futuro. Júnior (2010, p.96) informa que valor futuro é o montante a ser devolvido ou resgatado ao final do prazo do empréstimo ou período da aplicação. Por exemplo, Renata aplicou hoje, na CEF, a quantia de R$ 1.000,00, durante 5 meses a uma taxa composta 1% ao mês, que receberá no final do período a quantia de R$ 1.051,00. De acordo com exemplo, o valor presente (VP) é R$ 1.000,00 e o valor futuro é R$ 1.051,00 Por representar este exemplo, através do fluxo de caixa, indica as entradas e as saídas de caixa longo do tempo a) numa tabela Anos Valor 0 (1.000) 1 0 2 0 3 0 4 0 5 1.051 Entrada de caixa deve ser representada dentro de um parêntesis. b) numa linha de tempo - 1.0000 1.051,00 |__________|___________|___________|__________|________|___ 0 1 2 3 4 5 O tempo zero ( 0 ) indica o hoje, ou seja, o valor presente. Quando um valor representa uma saída devemos representá-lo com um sinal negativo, se for entrada, representá-lo com sinal positivo ou sem sinal. Podemos representar saída com uma seta apontada para baixo e entrada com uma seta apontada para cima. 47 Neste fluxo de caixa: Anos Valor 0 (15.000) 1 3.000 2 0 3 6.000 4 8.000 Temos uma saída de R$ 15.000,00 e três entradas de R$ 3.000, 6.000 e 8.000 respectivamente. Que podemos representar na linha do tempo: - 15.000 3.000 6.000 8.000,00 |_________|________|_________|_________|_______|_____ 0 1 2 3 4 5 7.3 – Meios para calcular valor presente e valor futuro Há vários meios de calcular o valor presente e valor futuro. Os recursos mais utilizados, por serem cálculos demorados e complexos, são o computador e calculadora financeira (HP-12C). Mas podemos utilizar tabelas financeiras, anexas. 7.3.1. Tabelas financeiras Os cálculos feitos no valor no dinheiro no tempo serem repetitivos, hoje utilizamos as tabela financeiras que facilitam estes cálculos. De modo geral, na primeira linha temos as taxas e na primeira coluna, os períodos, por exemplo: Período 1% 2% 3% 4% 1 1,010 1,020 1,030 1,040 2 1,020 1,040 1,061 1,082 3 1,030 1,061 1,093 1,125 Estes valores foram encontrados usando a fórmula ( 1 + i/100)n. por exemplo: i) i = 2% e n = 3, temos ( 1 + 2/100)3 = ( 1 + 0,02)3 = 1,023 = 1,061; ii) i = 4% e n = 2 , temos ( 1 + 4/100)2 = ( 1 + 0,04)2 = 1,042 = 1,082. Para encontrar um valor tabelado, devemos primeiro procurar o “n” e depois a taxa, vice e versa, por exemplo, i = 3% e n = 3, temos: Período 1% 2% 3% 4% 1 2 3 1,093 48 Caso a taxa ou o período não sejam tabelados, devemos usar a fórmula acima, por exemplo, i = 4,4% e n = 10, logo ( 1 + 4,4/100)10 = ( 1 + 0,044)10 = 1,04410 = 1,5382. 7.3.2. HP 12C A HP – 12C calcula: o prazo, a taxa, o
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