Buscar

Comentários à prova de Agente Fiscal de Rendas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 33 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 33 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 33 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Curso de Provas Comentadas da FCC 
Prof. Fabiano Sales – Aula 01 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 33 
 
 
AULA 01 
 
 Olá, vitoriosos alunos! Muito ânimo, 
porque a classificação é de vocês! 
 
 Na aula 01, do curso de provas 
comentadas da Fundação Carlos Chagas, 
apresentarei os comentários à prova de 
Agente Fiscal de Rendas (2009). 
 Com o objetivo de que vocês treinem, 
inicialmente apresentarei apenas os 
enunciados das questões. Os comentários 
seguem ao final da aula. 
 
 Preparados para a vitória?! 
 
 Venham comigo! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de Provas Comentadas da FCC 
Prof. Fabiano Sales – Aula 01 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 33 
 
LÍNGUA PORTUGUESA 
 
Instruções: Considere o texto abaixo para responder às questões de números 1 a 10. 
 
 Esgotado por sucessivas batalhas, convencido da inutilidade de seguir lutando e 
tendo decidido ser preferível capitular a perder não só a liberdade como a vida, no verão de 
1520 o rei asteca Montezuma, prisioneiro dos espanhóis, concordou em entregar a Hernán 
Cortés o vasto tesouro que seu pai, Axayáctl, reunira com tanto esforço, e em jurar lealdade 
ao rei da Espanha, aquele monarca distante e invisível cujo poder Cortés representava. 
Comentando a cerimônia, o cronista espanhol Fernando de Oviedo relata que Montezuma 
chorou o tempo todo, e, apontando a diferença entre o encargo que é aceito 
voluntariamente por uma pessoa livre e o que é pesarosamente executado por alguém 
acorrentado, Oviedo cita o poeta romano Marcus Varro, “O que é entregue à força não é 
serviço, mas espoliação”. 
 Segundo todos os testemunhos, o tesouro real asteca era magnífico e ao ser 
reunido diante dos espanhóis formou três grandes pilhas de ouro compostas, em grande 
parte, de utensílios requintados, que sugeriam sofisticadas cerimônias sociais: colares 
intrincados, braceletes, cetros e leques decorados com penas multicoloridas, pedras 
preciosas, pérolas, pássaros e flores cuidadosamente cinzelados. Essas peças, segundo o 
próprio Cortés, “além de seu valor, eram tais e tão maravilhosas, que, consideradas por sua 
novidade e estranheza, não tinham preço, nem é de acreditar que algum entre todos os 
Príncipes do Mundo de que se tem notícia pudesse tê-las tais, e de tal qualidade”. 
 Montezuma pretendia que o tesouro fosse um tributo de sua corte ao rei espanhol. 
Mas os soldados de Cortés exigiram que o tesouro fosse tratado como butim e que cada 
um deles recebesse uma parte do ouro. Feita a partilha entre o rei da Espanha, o próprio 
Cortés e tantos outros envolvidos, chegava- -se a cem pesos para cada soldado raso, 
uma soma tão insignificante diante de suas expectativas que, no fim, muitos se recusaram a 
aceitá-la. 
 Cedendo à vontade de seus homens, Cortés ordenou aos afamados ourives de 
Azcapotzalco que convertessem os preciosos objetos de Montezuma em lingotes, em que 
se estamparam as armas reais. Os ourives levaram três dias para realizar a tarefa. Hoje, os 
visitantes do Museu do Ouro de Santa Fé de Bogotá podem ler, gravados na pedra sobre a 
porta, os seguintes versos, dirigidos por um poeta asteca aos conquistadores espanhóis: 
“Maravilho-me de vossa cegueira e loucura, que desfazeis as joias bem lavradas para fazer 
delas vigotes”. 
 
(Adaptado de Alberto Manguel, À mesa com o Chapeleiro Maluco: ensaios sobre corvos e 
escrivaninhas. Trad. Josely Vianna Baptista. São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 21-22) 
 
1. No texto, o autor: 
 
(A) atribui à diferença de cultura a capitulação de Montezuma ao soberano espanhol, figura 
de contornos fantasmagóricos ao olhar do rei asteca. 
(B) evidencia que homens que se dedicam às armas, como o poderoso Cortés, por força do 
próprio ofício, não manifestam sensibilidade para as formas artísticas. 
(C) disserta sobre a apreciação da matéria-prima de tesouros em distintas sociedades, 
circunscrevendo seus comentários ao século XVI. 
(D) relata e comenta um episódio histórico que torna clara a ideia de que produções 
culturais e ações humanas não têm valor absoluto. 
(E) toma o caráter mercenário do colonizador como causa do seu olhar apurado, 
responsável, em última instância, pela sofisticação dos artífices em metais preciosos. 
 
 
 
Curso de Provas Comentadas da FCC 
Prof. Fabiano Sales – Aula 01 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 33 
 
2. Esgotado por sucessivas batalhas, convencido da inutilidade de seguir lutando e tendo 
decidido ser preferível capitular a perder não só a liberdade como a vida, no verão de 1520 
o rei asteca Montezuma, prisioneiro dos espanhóis, concordou em entregar a Hernán 
Cortés o vasto tesouro que seu pai, Axayáctl, reunira com tanto esforço, e em jurar lealdade 
ao rei da Espanha, aquele monarca distante e invisível cujo poder Cortés representava. 
 
Sobre o fragmento acima, em seu contexto, é correto afirmar: 
 
(A) As orações iniciais (linhas 1 a 3 da transcrição acima) constituem sequência que vai do 
acontecimento mais determinante para o menos determinante da ação de "concordar". 
(B) “não só” e “como” introduzem os complementos verbais exigidos por ser preferível. 
(C) As formas verbais “tendo decidido” e “concordou” expressam ações concomitantes. 
(D) Em “perder não só a liberdade”, o elemento destacado tem o mesmo valor e função dos 
notados na frase "Estava só, mas bastante tranquilo". 
(E) Em tanto esforço, está expresso um juízo de valor. 
 
 
3. No contexto do primeiro parágrafo, é aceitável – por resguardar o sentido original – a 
substituição de: 
 
(A) Comentando por "Mesmo ao comentar". 
(B) o tempo todo por "intermitentemente". 
(C) voluntariamente por "obstinadamente". 
(D) o por "aquilo". 
(E) acorrentado por "subjugado". 
 
4. No início do parágrafo 2º, o segmento que corresponde a uma circunstância de tempo é: 
 
(A) Segundo todos os testemunhos. 
(B) o tesouro real asteca era magnífico. 
(C) ao ser reunido diante dos espanhóis. 
(D) formou três grandes pilhas de ouro. 
(E) que sugeriam sofisticadas cerimônias sociais. 
 
5. Afirma-se com correção que, no segundo parágrafo do texto, 
 
(A) (linha 12) houve um deslize com relação ao padrão culto escrito – os testemunhos –, 
pois "testemunha" é palavra usada somente no feminino. 
(B) (linha 13) houve deslize com relação ao padrão culto escrito – formou –, pois a única 
forma aceita como correta é "formaram-se". 
(C) (linha 15) os dois-pontos introduzem citação direta do depoimento de uma testemunha. 
(D) (linhas 19 e 20) a determinação de Príncipes − algum entre todos os Príncipes do 
Mundo de que se tem notícia −  inclui uma condição restritiva. 
(E) (linha 20) o pronome as (tê-las) remete a tão maravilhosas. 
 
6. Pode-se entender corretamente como expressão de causa a seguinte passagem, em seu 
contexto: 
 
(A) Montezuma pretendia que o tesouro fosse um tributo de sua corte ao rei espanhol. 
(B) chegava-se a cem pesos para cada soldado raso. 
(C) no fim, muitos se recusaram a aceitá-la. 
(D) Cedendo à vontade de seus homens. 
(E) dirigidos por um poeta asteca aos conquistadores espanhóis. 
 
Curso de Provas Comentadas da FCC 
Prof. Fabiano Sales – Aula 01 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 33 
 
7. Está corretamente entendida a seguinte expressão do texto: 
 
(A) que o tesouro fosse tratado como butim / que o tesouro fosse considerado pilhagem. 
(B) sugeriam sofisticadas cerimônias sociais / convidavam a comemorações da alta 
sociedade. 
(C) pássaros e flores cuidadosamente cinzelados / pássaros eflores soberbamente 
adornados. 
(D) tendo decidido ser preferível capitular / tendo optado por fazer conchavo. 
(E) soma tão insignificante diante de suas expectativas / quantia irrisória considerada a 
carência dos espanhóis. 
 
 
8. Feita a partilha entre o rei da Espanha, o próprio Cortés e tantos outros envolvidos, 
chegava-se a cem pesos para cada soldado raso, uma soma tão insignificante diante de 
suas expectativas que, no fim, muitos se recusaram a aceitá-la. 
 
É afirmação correta sobre o fragmento acima: 
 
(A) muitos se recusaram a aceitá-la expressa uma finalidade. 
(B) a correlação instaurada por “tão” cumpre-se pela associação entre esse termo e “no 
fim”. 
(C) no fim equivale a "finalmente", exprimindo que o desenlace da situação ocorreu 
exatamente como todos desejavam. 
(D) chegava-se a cem pesos para cada soldado raso exprime consequência de condição 
anteriormente cumprida. 
(E) a eliminação da primeira vírgula em que, no fim, muitos se recusaram a aceitá-la 
mantém a pontuação correta. 
 
 
9. Maravilho-me de vossa cegueira e loucura, que desfazeis as joias bem lavradas para 
fazer delas vigotes. 
 
Se o poeta asteca tivesse se dirigido a seus interlocutores, os conquistadores espanhóis, 
por meio de outro pronome, a correlação entre esse novo pronome e a forma verbal, 
respeitado o contexto, estaria totalmente adequada ao padrão culto escrito em: 
(A) Maravilho-me de sua cegueira e loucura, que desfaz as joias ... 
(B) Maravilho-me da cegueira e loucura de vocês, que desfazeis as joias ... 
(C) Maravilho-me de tua cegueira e loucura, que desfaz as joias ... 
(D) Maravilho-me de sua cegueira e loucura, que desfazem as joias ... 
(E) Maravilho-me de sua cegueira e loucura, que desfazes as joias ... 
 
 
10. ... aquele monarca distante e invisível cujo poder Cortés representava. 
 
Considerado do ponto de vista estritamente gramatical, o segmento acima mantém a 
correção se a forma verbal representava for substituída por: 
 
(A) contestava. 
(B) se curvava. 
(C) desconfiava. 
(D) fazia frente. 
(E) se apoiava. 
 
 
Curso de Provas Comentadas da FCC 
Prof. Fabiano Sales – Aula 01 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 33 
 
Instruções: Considere o texto a seguir para responder às questões de números 11 a 22. 
 
A arrogância da interpretação a posteriori 
 
A história não se repete, mas rima. 
(Mark Twain) 
 
A história repete-se; essa é uma das coisas erradas da história. 
(Clarence Darrow) 
 
 A história tem sido definida como uma coisa depois da outra. Essa ideia pode ser 
considerada um alerta contra duas tentações, mas eu, devidamente alertado, flertarei 
cautelosamente com ambas. Primeiro, o historiador é tentado a vasculhar o passado à 
procura de padrões que se repetem; ou, pelo menos, como diria Mark Twain, ele tende a 
buscar razão e rima em tudo. Esse apetite por padrões afronta quem acha que a história 
não vai a lugar nenhum e não segue regras – “a história costuma ser um negócio aleatório, 
confuso”, como também disse o próprio Mark Twain. A segunda tentação do historiador é a 
soberba do presente: achar que o passado teve por objetivo o tempo atual, como se os 
personagens do enredo da história não tivessem nada melhor a fazer da vida do que 
prenunciar-nos. 
 Sob nomes que não vêm ao caso para nós, essas são questões atualíssimas na 
história humana, e surgem mais fortes e polêmicas na escala temporal mais longa da 
evolução. A história evolutiva pode ser representada como uma espécie depois da outra. 
Mas muitos biólogos hão de concordar comigo que se trata de uma ideia tacanha. Quem 
olha a evolução dessa perspectiva deixa passar a maior parte do que é importante. A 
evolução rima, 
padrões se repetem. E não simplesmente por acaso. Isso ocorre por razões bem 
compreendidas, sobretudo razões darwinianas, pois a biologia, ao contrário da evolução 
humana ou mesmo da física, já tem a sua grande teoria unificada, aceita por todos os 
profissionais bem informados no ramo, embora em várias versões e interpretações. Ao 
escrever a história evolutiva, não me esquivo a buscar padrões e princípios, mas procuro 
fazê-lo com cautela. 
 E quanto à segunda tentação, a presunção da interpretação a posteriori, a ideia de 
que o passado atua para produzir nosso presente específico? O falecido Stephen Jay Gould 
salientou, com acerto, que um ícone dominante da evolução na mitologia popular, uma 
caricatura quase tão ubíqua quanto a de lemingues atirando-se ao penhasco (aliás, outro 
mito falso), é a de uma fila de ancestrais simiescos a andar desajeitadamente, ascendendo 
na esteira da majestosa figura que os encabeça num andar ereto e vigoroso: o Homo 
sapiens sapiens – o homem como a última palavra da evolução (e nesse contexto é sempre 
um homem, e não uma mulher), o homem como o alvo de todo o empreendimento, o 
homem como um magneto, atraindo a evolução do passado em direção à proeminência. 
 
 Obs. lemingues: designação comum a diversos pequenos roedores. 
 
(Richard Dawkins, com a colaboração de Yan Wong, A grande história da evolução: Na trilha dos 
nossos ancestrais. Trad. Laura Teixeira Motta. São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 17-18) 
 
11. Entende-se corretamente que, no texto, o autor: 
 
(A) parte de uma concepção bastante difundida e analisa meticulosamente as suas facetas, 
provando sua definitiva inaceitabilidade. 
(B) declara sua disposição para enfrentar com estilo próprio práticas suscetíveis de serem 
tomadas como não recomendáveis. 
 
Curso de Provas Comentadas da FCC 
Prof. Fabiano Sales – Aula 01 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 33 
 
(C) faz um alerta contra a aceitação de conceito ultrapassado sobre a história, responsável, 
inclusive, por alguns equívocos em sua própria atitude de estudioso. 
(D) assume a posição de defensor intransigente da pesquisa feita sob critérios 
controversos, considerada perspectiva ímpar a garantir qualidade. 
(E) repele veementemente o comportamento de pesquisadores que veem o passado como 
fonte de qualquer benefício para o avanço da ciência. 
 
 
12. No primeiro parágrafo, 
 
(A) ao citar duas vezes Mark Twain, o autor busca legitimação para seu entendimento de 
que o já vivido não é passível de cognição. 
(B) o autor cita Mark Twain como prova inconteste de que a história definitivamente não 
pode oferecer paradigmas. 
(C) ao valer-se de Mark Twain, às linhas 6 e 7, o autor busca expressar metaforicamente 
certa limitação a pensamento enunciado antes. 
(D) o autor usa tom coloquial − como se os personagens do enredo da história não tivessem 
nada melhor a fazer da vida – para reforçar o desacerto de quem atribui soberba a 
historiadores. 
(E) o autor toma como afronta pessoal a sugestão para a busca de modelos 
comportamentais, ideia que rejeita sem concessões. 
 
 
13. Considere o segundo parágrafo e as afirmações que seguem. 
 
I. Na frase Sob nomes que não vêm ao caso para nós, o autor exprime opção pelo silêncio, 
mas sinaliza ter conhecimento acerca do que silencia. 
 
II. No parágrafo, o autor realiza um afunilamento do assunto “história”, com que, no primeiro 
parágrafo, iniciou sua exposição. 
 
III. O emprego do pronome nós é recurso para promover aproximação mais estreita com o 
leitor, tornando o discurso mais íntimo. 
 
IV. Em A história evolutiva pode ser representada como uma espécie depois da outra, o 
autor explicita que a ideia de sucessão é inerente à evolução dos seres vivos e exclusiva 
dela. 
 
O texto abona a correção do que se afirma APENAS em: 
 
(A) I e II. 
(B) I, II e III. 
(C) I, III e IV. 
(D) II e III. 
(E) II, III e IV. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de Provas Comentadasda FCC 
Prof. Fabiano Sales – Aula 01 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 33 
 
14. Sob nomes que não vêm ao caso para nós, essas são questões atualíssimas na história 
humana, e surgem mais fortes e polêmicas na escala temporal mais longa da evolução. A 
história evolutiva pode ser representada como uma espécie depois da outra. Mas muitos 
biólogos hão de concordar comigo que se trata de uma ideia tacanha. 
 
Considerado o fragmento, em seu contexto, é correto afirmar: 
 
(A) em essas são questões atualíssimas, o pronome remete a assuntos que serão 
anunciados a seguir. 
(B) nele está rejeitada, de modo subentendido, a ideia de que a história humana poderia 
abrigar mais de uma escala de tempo. 
(C) como está empregado com o mesmo valor e função observados no primeiro parágrafo. 
(D) a expressão hão de concordar expressa convicção acerca da inevitabilidade da ação. 
(E) como uma espécie depois da outra pode ser substituído, sem prejuízo da correção e do 
sentido originais, por “como espécies contíguas das outras”. 
 
15. No segundo parágrafo, a alteração que mantém o sentido e a correção originais é a de: 
 
(A) Mas por "Apesar de". 
(B) Quem por "Muitos biólogos". 
(C) embora por "não obstante". 
(D) Ao escrever por "Salvo se escrever". 
(E) mas procuro por "ainda que procure". 
 
16. Sobre a presunção da interpretação a posteriori, é legítimo afirmar que: 
 
(A) traduz apreciação crítica sobre tomar o momento presente como fim último da história. 
(B) é ideia adotada pelo autor como decorrência de sua cautela. 
(C) é negada pelo que se afirma acerca da caricatura da fila de ancestrais simiescos. 
(D) por efeito da argumentação desenvolvida no texto, é concepção que contradiz a 
anunciada no título. 
(E) denomina o raciocínio que, à luz das conquistas teóricas do presente, apreende 
adequadamente o passado. 
 
17. Está corretamente entendida a seguinte expressão do texto: 
 
(A) soberba do presente / aura de mistério com que os fatos atuais desafiam o 
conhecimento do historiador, seduzido pelo passado. 
(B) ícone dominante / imagem emblemática pelo acerto e beleza da representação. 
(C) quase tão ubíqua / próxima da perfeição desejável da reprodução. 
(D) como um magneto / à semelhança de um material imantado. 
(E) em direção à proeminência / com vistas ao que está por vir. 
 
18. É correto afirmar que, independentemente do estrito significado do verbo, a estrutura 
que expressa continuidade da ação é: 
 
(A) o passado atua. 
(B) para produzir. 
(C) a andar. 
(D) os encabeça. 
(E) nesse contexto é. 
 
 
 
Curso de Provas Comentadas da FCC 
Prof. Fabiano Sales – Aula 01 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 33 
 
19. Afirma-se corretamente que, no último parágrafo, 
 
(A) o ponto de interrogação sinaliza a pergunta que foi diretamente respondida por Stephen 
Jay. 
(B) os parênteses acolhem retificação, realizada de modo idêntico ao que se nota em "Eu a 
vi ontem, aliás, anteontem". 
(C) os dois-pontos introduzem uma citação latina que é traduzida com objetividade no 
trecho após o travessão. 
(D) a colocação de uma vírgula antes do pronome que é optativa, por isso a frase alterada 
manteria rigorosamente o sentido original. 
(E) os parênteses acolhem comentário considerado pertinente, mas digressivo com relação 
ao fio principal da argumentação. 
 
 
20. Quem olha a evolução dessa perspectiva deixa passar a maior parte do que é 
importante. 
 
Alterando-se as formas verbais da frase acima, a correlação entre as novas formas ainda 
estará em conformidade com o padrão culto escrito em: 
 
(A) olharia - deixava passar - foi 
(B) olhasse - deixaria passar - é 
(C) olhe - deixava passar - seja 
(D) olharia - deixou passar - fosse 
(E) olhar - deixou passar – era 
 
 
21. Essa ideia pode ser considerada um alerta contra duas tentações, mas eu, devidamente 
alertado, flertarei cautelosamente com ambas. 
 
Uma outra redação correta para o que se afirma no segmento destacado é: 
 
(A) mas, quanto à mim, alerta que estou, terei cautela ao flertar com ambas. 
(B) mas eu, consciente do dever, busco flertar com as duas, embora cauteloso. 
(C) mas dado a mim, vigilante na medida certa, flertarei com uma ou outra cuidadosamente. 
(D) mas no que se refere à minha pessoa, já advertido somente flertarei e com ambas, 
cautelosamente. 
(E) mas eu, convenientemente prevenido, flertarei cautelosamente com uma e outra. 
 
 
22. Mas muitos biólogos hão de concordar ... 
 
Diferentemente do que se tem acima, a frase que, consoante o padrão culto escrito, exige o 
emprego do verbo “haver” no singular é: 
 
(A) Muitas teorias já ...... sido submetidas à sua análise quando ele expressou essa 
convicção. 
(B) Talvez ...... algumas versões da teoria citada, mas certamente poucos as conhecem. 
(C) Quantos biólogos ...... pesquisado o assunto e talvez não tenham a mesma opinião. 
(D) Alguns mitos falsos ...... merecido representação artisticamente irrepreensível. 
(E) Nós ...... de corresponder às expectativas depositadas em nossa equipe. 
 
 
 
Curso de Provas Comentadas da FCC 
Prof. Fabiano Sales – Aula 01 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 33 
Instruções: Considere o texto a seguir para responder às questões de números 23 a 27. 
 
[14 de fevereiro] 
 Conheci ontem o que é celebridade. Estava comprando gazetas a um homem que 
as vende na calçada da Rua de S. José, esquina do Largo da Carioca, quando vi chegar 
uma mulher simples e dizer ao vendedor com voz descansada: 
 − Me dá uma folha que traz o retrato desse homem que briga lá fora. 
 − Quem? 
 − Me esqueceu o nome dele. 
 Leitor obtuso, se não percebeste que “esse homem que briga lá fora” é nada menos 
que o nosso Antônio Conselheiro, crê-me que és ainda mais obtuso do que pareces. A 
mulher provavelmente não sabe ler, ouviu falar da seita de Canudos, com muito pormenor 
misterioso, muita auréola, muita lenda, disseram-lhe que algum jornal dera o retrato do 
Messias do sertão, e foi comprá-lo, ignorando que nas ruas só se vendem as folhas do dia. 
Não sabe o nome do Messias; é “esse homem que briga lá fora”. A celebridade, caro e 
tapado leitor, é isto mesmo. O nome de Antônio Conselheiro acabará por entrar na memória 
desta mulher anônima, e não sairá mais. Ela levava uma pequena, naturalmente filha; um 
dia contará a história à filha, depois à neta, à porta da estalagem, ou no quarto em que 
residirem. 
 
(Machado de Assis, Crônica publicada em A semana, 1897. In Obra completa, vol.III, Rio de 
Janeiro: Nova Aguilar, 1997, p. 763) 
 
23. Está correto afirmar que, nesse fragmento da crônica, 
 
(A) são essenciais tanto a caracterização da mulher, quanto a presença da filha a seu lado, 
para a construção do conceito de celebridade de que trata o autor. 
(B) é essencial a caracterização da mulher em oposição à do leitor-interlocutor na 
construção do conceito de celebridade de que trata o autor. 
(C) se estabelece tensão contínua entre o que o autor vê e o que imagina, fato que obriga 
qualquer leitor crítico a rejeitar a assertiva Conheci ontem o que é celebridade. 
(D) a sequência Não sabe o nome do Messias; é “esse homem que briga lá fora” possibilita 
ao autor ressaltar, ironicamente, a falta de inteligência que atribui ao leitor. 
(E) a cena descrita, captada pelo autor como síntese de um comportamento exemplar, 
restringe o sentido atribuído à palavra celebridade pelo senso comum: fama. 
 
24. Considerado o contexto, está correto o que se afirma em: 
 
(A) (linha 1) Estava comprando indica, entre ações simultâneas, a que se estava 
processando quando sobrevieram as demais. 
(B) (linha 12) deraexprime ação ocorrida simultaneamente a disseram (linha 12). 
(C) (linha 15) acabará por entrar expressa um desejo. 
(D) (linha 16) levava designa fato passado concebido como permanente. 
(E) (linha 18) residirem exprime fato possível, mas improvável. 
 
25. Se o cronista tivesse preferido contar com suas próprias palavras o que a mulher disse 
ao vendedor, a formulação que, em continuidade à frase ... quando vi chegar uma mulher 
simples e pedir ao vendedor com voz descansada, atenderia corretamente ao padrão culto 
escrito é: 
 
(A) que desse uma folha que traria o retrato desse homem que briga lá fora. 
(B) que lhe desse uma folha que trazia o retrato daquele homem que brigava lá fora. 
(C) que lhe dê uma folha que traz o retrato desse homem que briga lá fora. 
(D) que me dê uma folha que traz o retrato desse homem que brigaria lá fora. 
(E) que: Dê-me uma folha que traz o retrato daquele homem que brigaria lá fora. 
Curso de Provas Comentadas da FCC 
Prof. Fabiano Sales – Aula 01 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 33 
 
26. ... crê-me que és ainda mais obtuso do que pareces. 
 
Trocando a segunda pela terceira pessoa, a frase acima está em total conformidade com o 
padrão culto escrito em: 
 
(A) creia-me que é ainda mais obtuso do que parece. 
(B) crede-me que é ainda mais obtuso do que parecei. 
(C) crê-me que é ainda mais obtuso do que parece. 
(D) creia-me que é ainda mais obtuso do que parecei. 
(E) crede-me que és ainda mais obtuso do que parecei. 
 
27. ... um dia contará a história à filha, depois à neta. 
 
Transpondo para a voz passiva a frase acima, a forma verbal obtida corretamente é: 
 
(A) seriam contadas. 
(B) haverá de ser contada. 
(C) será contada. 
(D) haveria de ser contada. 
(E) poderiam ser contadas. 
 
28. Está clara e em total conformidade com o padrão culto escrito a seguinte redação: 
 
(A) A comparação que os artistas fizeram entre as duas peças foi possível perceber que 
materiais distintos exigem a mesma dedicação, ainda que especificidades sejam atendidas 
de outra maneira. 
(B) O talentoso pintor, aos 13 de idade, partilhou com o trabalho do mestre por 7 anos, 
experiência que rendeu conhecimento de recursos expressivos que dispôs em produções 
posteriores. 
(C) Aludiu de maneira discreta àquele que o havia contestado, mas reconheceu tanto a 
pertinência quanto a importância do discordar, pois a isso, muitas vezes, devem-se avanços 
na ciência. 
(D) As ações levadas a efeito pelo grupo junto aos jovens possibilitaram reconhecimento e 
respeito de seus direitos, o que lhes mobilizou a dar transparência ao movimento e 
resultados. 
(E) A rapidez das ações é relevante para essa iniciativa, aonde o sucesso depende da 
interferência imediata, pois, caso uma das atitudes for adiada, muito, muitas etapas mesmo, 
se deixariam sem resolver. 
 
29. A frase que está em total conformidade com o padrão culto escrito é: 
 
(A) A sua crescente habilidade para o diálogo ao mesmo tempo franco e polido foi atribuído 
aos ambientes em que frequentava por conta da profissão. 
(B) Não vai fazer diferença, a essa altura, os pareceres desfavorável ao projeto, pois grande 
parte dos consultores reconheceu a possibilidade de implementá-lo. 
(C) Esses argumentos em estilo tão requintado é fatal para convencer aqueles que os 
consideram mais pela aparência que pela consistência, que é um grande equívoco. 
(D) Em favor à ideia ele expôs uma dezena de fatores, cujo teor poucos tinham tido acesso 
antes da polêmica reunião. 
(E) O foco dos debates era aquela teoria, e ninguém dentre eles poderia alegar que não 
fora avisado da necessidade de a ele se ater, para que se evitassem situações 
embaraçosas. 
 
 
Curso de Provas Comentadas da FCC 
Prof. Fabiano Sales – Aula 01 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 33 
 
30. A frase que respeita inteiramente o padrão culto escrito é: 
 
(A) Nada disso influe no que foi acordado já faz mais de dez dias, mas eles quizeram que 
eu reiterasse a sua disposição de manter o que foi estabelecido. 
(B) Gás lacrimogênio foi usado para dispersar os grupos que cultivavam antiga richa, 
reforçando a convicção de que dali há anos ainda estariam de lados opostos. 
(C) Ficou na dependência de ele redigir tudo o que os acionistas mais antigos se disporam 
a oferecer, se, e só se, os mais novos não detiverem o curso das 
negociações. 
(D) Semeemos a ideia de que tudo será resolvido de acordo com os itens considerados 
prioritários, nem que para isso precisamos apelar para a decência de todos. 
(E) Vocês divergem, mas agora é necessário que se remedeie a situação; por isso, façam 
novos contratos e provejam o setor de profissionais competentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de Provas Comentadas da FCC 
Prof. Fabiano Sales – Aula 01 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 33 
 
COMENTÁRIOS À PROVA DE LÍNGUA PORTUGUESA 
 
Instruções: Considere o texto abaixo para responder às questões de números 1 a 10. 
 
 
 Esgotado por sucessivas batalhas, convencido da inutilidade de seguir lutando e 
tendo decidido ser preferível capitular a perder não só a liberdade como a vida, no verão de 
1520 o rei asteca Montezuma, prisioneiro dos espanhóis, concordou em entregar a Hernán 
Cortés o vasto tesouro que seu pai, Axayáctl, reunira com tanto esforço, e em jurar lealdade 
ao rei da Espanha, aquele monarca distante e invisível cujo poder Cortés representava. 
Comentando a cerimônia, o cronista espanhol Fernando de Oviedo relata que Montezuma 
chorou o tempo todo, e, apontando a diferença entre o encargo que é aceito 
voluntariamente por uma pessoa livre e o que é pesarosamente executado por alguém 
acorrentado, Oviedo cita o poeta romano Marcus Varro, “O que é entregue à força não é 
serviço, mas espoliação”. 
 Segundo todos os testemunhos, o tesouro real asteca era magnífico e ao ser 
reunido diante dos espanhóis formou três grandes pilhas de ouro compostas, em grande 
parte, de utensílios requintados, que sugeriam sofisticadas cerimônias sociais: colares 
intrincados, braceletes, cetros e leques decorados com penas multicoloridas, pedras 
preciosas, pérolas, pássaros e flores cuidadosamente cinzelados. Essas peças, segundo o 
próprio Cortés, “além de seu valor, eram tais e tão maravilhosas, que, consideradas por sua 
novidade e estranheza, não tinham preço, nem é de acreditar que algum entre todos os 
Príncipes do Mundo de que se tem notícia pudesse tê-las tais, e de tal qualidade”. 
 Montezuma pretendia que o tesouro fosse um tributo de sua corte ao rei espanhol. 
Mas os soldados de Cortés exigiram que o tesouro fosse tratado como butim e que cada 
um deles recebesse uma parte do ouro. Feita a partilha entre o rei da Espanha, o próprio 
Cortés e tantos outros envolvidos, chegava- -se a cem pesos para cada soldado raso, 
uma soma tão insignificante diante de suas expectativas que, no fim, muitos se recusaram a 
aceitá-la. 
 Cedendo à vontade de seus homens, Cortés ordenou aos afamados ourives de 
Azcapotzalco que convertessem os preciosos objetos de Montezuma em lingotes, em que 
se estamparam as armas reais. Os ourives levaram três dias para realizar a tarefa. Hoje, os 
visitantes do Museu do Ouro de Santa Fé de Bogotá podem ler, gravados na pedra sobre a 
porta, os seguintes versos, dirigidos por um poeta asteca aos conquistadores espanhóis: 
“Maravilho-me de vossa cegueira e loucura, que desfazeis as joias bem lavradas para fazer 
delas vigotes”. 
 
(Adaptado de Alberto Manguel, À mesa com o ChapeleiroMaluco: ensaios sobre corvos e 
escrivaninhas. Trad. Josely Vianna Baptista. São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 21-22) 
 
1. No texto, o autor: 
 
(A) atribui à diferença de cultura a capitulação de Montezuma ao soberano espanhol, figura 
de contornos fantasmagóricos ao olhar do rei asteca. 
(B) evidencia que homens que se dedicam às armas, como o poderoso Cortés, por força do 
próprio ofício, não manifestam sensibilidade para as formas artísticas. 
(C) disserta sobre a apreciação da matéria-prima de tesouros em distintas sociedades, 
circunscrevendo seus comentários ao século XVI. 
(D) relata e comenta um episódio histórico que torna clara a ideia de que produções 
culturais e ações humanas não têm valor absoluto. 
(E) toma o caráter mercenário do colonizador como causa do seu olhar apurado, 
responsável, em última instância, pela sofisticação dos artífices em metais preciosos. 
 
 
Curso de Provas Comentadas da FCC 
Prof. Fabiano Sales – Aula 01 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 33 
 
 
Comentário: Vamos analisar cada item. 
 
A) Por meio do contexto, percebemos que a capitulação de Montezuma ocorreu em virtude 
do esgotamento advindo de sucessivas batalhas: “Esgotados por sucessivas batalhas, (...) o 
rei asteca Montezuma concordou entregar a Hernán Cortés o vasto tesouro...”. 
 
B) Segundo o texto, Hernán Cortés admira o tesouro asteca, sendo difícil atribuir um preço 
a ele: “Essas peças, segundo o próprio Cortés, além de seu valor, eram tais e tão valiosas, 
que, consideradas por sua novidade e estranheza, não tinham preço”. Entretanto, 
considera-se erro atribuir insensibilidade a todos os homens que se dedicam às forças 
armadas. Trata-se de um erro de extrapolação. 
 
C) O texto apresenta um fato histórico e a narração deste por meio de adjetivações. 
Contém, portanto, características muito mais narrativas do que dissertativas (por exemplo, o 
emprego de verbos no tempo passado). 
 
D) Esta é a resposta da questão. No último parágrafo do texto, o autor menciona que a 
transformação do tesouro em lingotes de ouro, proporcionando valor às produções culturais: 
“...Cortés ordenou aos afamados ourives de Azcapotzalco que convertessem os precisos 
objetos de Montezuma em lingotes, em que se estamparam as armas reais”. 
 
E) No último período o texto, o autor reprova a transformação do ouro em lingotes: 
“Maravilho-me de vossa cegueira e loucura, que desfazeis as joias bem lavradas para fazer 
delas vigotes”. Isso descaracteriza o caráter mercenário do colonizador e a sofisticação dos 
artífices em metais preciosos. 
 
Gabarito: D. 
 
 
2. Esgotado por sucessivas batalhas, convencido da inutilidade de seguir lutando e tendo 
decidido ser preferível capitular a perder não só a liberdade como a vida, no verão de 1520 
o rei asteca Montezuma, prisioneiro dos espanhóis, concordou em entregar a Hernán 
Cortés o vasto tesouro que seu pai, Axayáctl, reunira com tanto esforço, e em jurar lealdade 
ao rei da Espanha, aquele monarca distante e invisível cujo poder Cortés representava. 
 
Sobre o fragmento acima, em seu contexto, é correto afirmar: 
 
(A) As orações iniciais (linhas 1 a 3 da transcrição acima) constituem sequência que vai do 
acontecimento mais determinante para o menos determinante da ação de "concordar". 
(B) “não só” e “como” introduzem os complementos verbais exigidos por ser preferível. 
(C) As formas verbais “tendo decidido” e “concordou” expressam ações concomitantes. 
(D) Em “perder não só a liberdade”, o elemento destacado tem o mesmo valor e função dos 
notados na frase "Estava só, mas bastante tranquilo". 
(E) Em tanto esforço, está expresso um juízo de valor. 
 
Comentário: Analisando o fragmento do enunciado, percebemos que a afirmação correta é 
encontrada na assertiva E. Em “reuniria com tanto esforço”, a expressão destacada atribui 
juízo de valor às personagens, ou seja, são opiniões textuais dotadas de subjetividade, 
parcialidade. 
 
 Vejamos os erros das demais opções: 
 
 
Curso de Provas Comentadas da FCC 
Prof. Fabiano Sales – Aula 01 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 33 
 
A) No trecho em comento, há uma gradação ascedente, ou seja, ocorre do menos 
determinante (“Esgotado por sucessivas batalhas”) para o mais (“perder não só a liberdade 
como a vida”): “Esgotado por sucessivas batalhas, convencido da inutilidade de seguir 
lutando e tendo decidido ser preferível capitular a perder não só a liberdade como a vida”. 
 
B) No contexto, a forma “preferível” integra a estrutura do sujeito oracional “preferível 
capitular”, tendo como complemento nominal oracional a expressão “a perder não só a 
liberdade como a vida”. Por sua vez, a expressão “não só a liberdade como a vida” é 
complemento do verbo “perder’. Vale chamar a atenção para a correlação “não só...como”, 
equivalente a “não só...mas também”, que apresenta valor semântico de adição. 
 
Exemplo: Ele não só estuda, mas também trabalha. (= Ele estuda e trabalha.) 
 
C) Por meio do contexto, identificamos que a ação de “decidir” é anterior à de “concordar”. 
 
D) No trecho “perder não só a liberdade”, o elemento destacado pertence à classe dos 
advérbios, equivalendo a “apenas”. Por sua vez, no segmento “Estava só, mas bastante 
tranquilo.”, a forma em destaque pertence à classe dos adjetivos e equivale a “sozinho”. 
 
Gabarito: E. 
 
 
3. No contexto do primeiro parágrafo, é aceitável – por resguardar o sentido original – a 
substituição de: 
 
(A) Comentando por "Mesmo ao comentar". 
(B) o tempo todo por "intermitentemente". 
(C) voluntariamente por "obstinadamente". 
(D) o por "aquilo". 
(E) acorrentado por "subjugado". 
 
Comentário: A resposta da questão encontra-se na assertiva E, em que temos um caso de 
sinônimos circunstancias. Os vocábulos “acorrentado” e “subjugado” não se apresentam 
como equivalentes no sentido denotativo. Entretanto, no contexto, há uma aproximação de 
significado dessas formas, sendo possível a substituição de uma pela outra. 
 
 Vejamos os erros das demais opções: 
 
A) No trecho “Comentando a cerimônia”, há valor temporal. Por sua vez, a expressão 
“Mesmo ao comentar” apresenta matiz semântico de concessão, alterando o sentido 
original. 
 
B) As expressões “o tempo todo” e “intermitentemente” apresentam valores opostos. 
Enquanto esta significa “aquilo que sofre interrupções”, aquela transmite a ideia de “algo 
contínuo, ininterrupto”. 
 
C) O advérbio “Voluntariamente” significa “aquilo que é feito por livre vontade, iniciativa”. 
Por sua vez, a forma adverbial “obstinadamente” significa “o que persiste; firme, capaz”. 
 
D) No contexto, o elemento “o” pertence à classe dos pronomes (demonstrativos), em 
referência ao vocábulo “encargo”. 
 
Gabarito: E. 
 
Curso de Provas Comentadas da FCC 
Prof. Fabiano Sales – Aula 01 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 33 
 
4. No início do parágrafo 2º, o segmento que corresponde a uma circunstância de tempo é: 
 
(A) Segundo todos os testemunhos. 
(B) o tesouro real asteca era magnífico. 
(C) ao ser reunido diante dos espanhóis. 
(D) formou três grandes pilhas de ouro. 
(E) que sugeriam sofisticadas cerimônias sociais. 
 
Comentário: A expressão “ao ser reunido diante dos espanhóis” é uma oração subordinada 
reduzida, apresentando matiz semântico de tempo. Percebam que, no contexto, é possível 
utilizar o conectivo “quando” (com as devidas adaptações): 
 
 “(...) o tesouro real asteca era magnífico e, quando reunido diante dos espanhóis 
formou três grandes pilhas de ouro compostas (...)”. 
 
 Portanto, a letra (C) é o gabarito da questão. 
 
Gabarito:C. 
 
5. Afirma-se com correção que, no segundo parágrafo do texto, 
 
(A) (linha 12) houve um deslize com relação ao padrão culto escrito – os testemunhos –, 
pois "testemunha" é palavra usada somente no feminino. 
(B) (linha 13) houve deslize com relação ao padrão culto escrito – formou –, pois a única 
forma aceita como correta é "formaram-se". 
(C) (linha 15) os dois-pontos introduzem citação direta do depoimento de uma testemunha. 
(D) (linhas 19 e 20) a determinação de Príncipes − algum entre todos os Príncipes do 
Mundo de que se tem notícia −  inclui uma condição restritiva. 
(E) (linha 20) o pronome as (tê-las) remete a tão maravilhosas. 
 
Comentário: Vamos analisar as opções. 
 
A) Segundo o Dicionário Eletrônico Houaiss, o substantivo “testemunha” significa “aquele(a) 
que testemunhou, que assistiu a um acontecimento, um fato”. É uma forma sobrecomum, 
ou seja, pode referir-se a ambos os gêneros, dependendo do contexto em que estiver 
empregado. 
 
Exemplo: Ele foi testemunha do assalto. (refere-se ao gênero masculino) 
 
A depoente foi testemunha do crime. (refere-se ao gênero feminino) 
 
 Entretanto, no contexto, o vocábulo “testemunhos” foi empregado com o sentido de 
“declaração, depoimento; afirmação fundamentada”, sem desrespeitar o padrão culto 
escrito. 
 
B) Uma vez que o sujeito “o tesouro real asteca” é simples e que seu núcleo – tesouro – 
está no singular, o verbo “formar” deve permanecer na terceira pessoa do singular. Não se 
trata, portanto, de um caso de voz passiva sintética ou pronominal. 
 
C) Nas aulas sobre pontuação, estudamos que o sinal de dois-pontos pode ser empregado 
para denotar uma enumeração. É o que ocorre no trecho em análise: “(...) utensílios 
requintados, que sugeriam sofisticadas cerimônias sociais: colares intrincados, braceletes, 
cetros e leques decorados com penas multicoloridas, pedras preciosas, pérolas, pássaros e 
flores cuidadosamente cinzelados”. 
Curso de Provas Comentadas da FCC 
Prof. Fabiano Sales – Aula 01 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 33 
 
D) Esta é a resposta da questão. No trecho “algum entre todos os Príncipes do Mundo de 
que se tem notícia”, a expressão destacada encerra valor de restrição ao vocábulo 
“Príncipes”. 
 
E) No contexto, a forma pronominal “las” faz referência anafórica ao vocábulo “peças”. 
 
Gabarito: D. 
 
 
6. Pode-se entender corretamente como expressão de causa a seguinte passagem, em seu 
contexto: 
 
(A) Montezuma pretendia que o tesouro fosse um tributo de sua corte ao rei espanhol. 
(B) chegava-se a cem pesos para cada soldado raso. 
(C) no fim, muitos se recusaram a aceitá-la. 
(D) Cedendo à vontade de seus homens. 
(E) dirigidos por um poeta asteca aos conquistadores espanhóis. 
 
Comentário: A passagem que transmite valor de causa é “Cedendo à vontade de seus 
homens”. Trata-se de uma oração subordinada adverbial reduzida de gerúndio, sendo o 
motivo para a autorização de Cortés para que os ourives transformassem o tesouro em 
lingotes de ouro. Poderíamos reescrever o excerto do texto da seguinte maneira: "Cortés 
ordenou aos afamados ourives de Azcapotzalco que convertessem os preciosos objetos de 
Montezuma em lingotes, porque cedeu às vontades de seus homens...". Portanto, a letra 
(D) é o gabarito da questão. 
 
Gabarito: D. 
 
 
7. Está corretamente entendida a seguinte expressão do texto: 
 
(A) que o tesouro fosse tratado como butim / que o tesouro fosse considerado pilhagem. 
(B) sugeriam sofisticadas cerimônias sociais / convidavam a comemorações da alta 
sociedade. 
(C) pássaros e flores cuidadosamente cinzelados / pássaros e flores soberbamente 
adornados. 
(D) tendo decidido ser preferível capitular / tendo optado por fazer conchavo. 
(E) soma tão insignificante diante de suas expectativas / quantia irrisória considerada a 
carência dos espanhóis. 
 
Comentário: Segundo o Dicionário Eletrônico Houaiss, “butim” significa “conjunto de bens 
materiais e de escravos, ou prisioneiros, que se toma ao inimigo no curso de um ataque, de 
uma batalha, de uma guerra”. Logo, é correta a substituição pelo vocábulo “pilhagem”. Por 
sua vez, na locução verbal “fosse tratado”, a forma destacada pode ser substituída, sem 
alteração de sentido, por “considerado”. Portanto, a assertiva (A) é a resposta da questão. 
 
Gabarito: A. 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de Provas Comentadas da FCC 
Prof. Fabiano Sales – Aula 01 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 33 
 
8. Feita a partilha entre o rei da Espanha, o próprio Cortés e tantos outros envolvidos, 
chegava-se a cem pesos para cada soldado raso, uma soma tão insignificante diante de 
suas expectativas que, no fim, muitos se recusaram a aceitá-la. 
 
É afirmação correta sobre o fragmento acima: 
 
(A) muitos se recusaram a aceitá-la expressa uma finalidade. 
(B) a correlação instaurada por “tão” cumpre-se pela associação entre esse termo e “no 
fim”. 
(C) no fim equivale a "finalmente", exprimindo que o desenlace da situação ocorreu 
exatamente como todos desejavam. 
(D) chegava-se a cem pesos para cada soldado raso exprime consequência de condição 
anteriormente cumprida. 
(E) a eliminação da primeira vírgula em que, no fim, muitos se recusaram a aceitá-la 
mantém a pontuação correta. 
 
Comentário: Vamos analisar cada alternativa. 
 
A) Incorreta. O segmento “muitos se recusaram a aceitá-la” expressa noção de 
consequência para a constatação de que a soma a ser distribuída para cada um dos 
invasores era insignificante. 
 
B) Incorreta. A associação ocorre entre o advérbio “tão” a conjunção consecutiva “que”: 
“(...) uma soma tão insignificante diante de suas expectativas que, no fim, muitos se 
recusaram a aceitá-la”. 
 
C) Incorreta. A expressão “no fim” transmite noção de “término”. Portanto, não equivale a 
“finalmente”. 
 
D) Esta é a resposta da questão. Em “chegava-se a cem pesos para cada soldado raso”, 
temos uma consequência do trecho “feita a partilha entre o rei da Espanha, o próprio Cortés 
e tantos outros envolvidos”, o qual denota um matiz de tempo. 
 
E) Incorreta. No excerto, as vírgulas constituem um recurso estilístico, empregado para pôr 
a expressão “no fim” em evidência. A assertiva estaria correta se o examinador sugerisse a 
supressão de ambas as vírgulas, e não apenas de uma. 
 
Gabarito: D. 
 
 
 
9. Maravilho-me de vossa cegueira e loucura, que desfazeis as joias bem lavradas para 
fazer delas vigotes. 
 
Se o poeta asteca tivesse se dirigido a seus interlocutores, os conquistadores espanhóis, 
por meio de outro pronome, a correlação entre esse novo pronome e a forma verbal, 
respeitado o contexto, estaria totalmente adequada ao padrão culto escrito em: 
 
(A) Maravilho-me de sua cegueira e loucura, que desfaz as joias ... 
(B) Maravilho-me da cegueira e loucura de vocês, que desfazeis as joias ... 
(C) Maravilho-me de tua cegueira e loucura, que desfaz as joias ... 
(D) Maravilho-me de sua cegueira e loucura, que desfazem as joias ... 
(E) Maravilho-me de sua cegueira e loucura, que desfazes as joias ... 
 
Curso de Provas Comentadas da FCC 
Prof. Fabiano Sales – Aula 01 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 33 
 
Comentário: Vamos analisar cada alternativa. 
 
A) Incorreta. O sujeito da forma verbal “desfaz” é o pronome relativo “que”, o qual substitui 
os vocábulos “cegueira” e “loucura”. Por essa razão, o verbo “desfazer” deve estar, 
obrigatoriamente, na terceira pessoa do plural. 
 
B) Incorreta. No contexto, o pronome relativo “que” retoma a forma pronominal 
“vocês”. Por essa razão, o verbo “desfazer” deveria estar na terceirapessoa do plural: “(...) 
de vocês, que desfazem as joias...”. 
 
C) Incorreta. O sujeito da forma verbal “desfaz” é o pronome relativo “que”, o qual 
representa semanticamente os vocábulos “cegueira” e “loucura”. Por essa razão, o verbo 
“desfazer” deve estar, obrigatoriamente, na terceira pessoa do plural. 
 
D) Esta é a resposta da questão. Nesta opção, a concordância entre o pronome relativo 
“que” e o verbo “desfazer” está correta: 
 
“Maravilho-me de sua cegueira e loucura, que (= cegueira e loucura) desfazem as joias...” 
 
E) Incorreta. Na opção, houve erro na correlação entre o pronome possessivo “sua” 
(terceira pessoa) e a forma verbal “desfazes” (segunda pessoa), ou seja, houve erro na 
uniformidade de tratamento. 
 
Gabarito: D. 
 
 
10. ... aquele monarca distante e invisível cujo poder Cortés representava. 
 
Considerado do ponto de vista estritamente gramatical, o segmento acima mantém a 
correção se a forma verbal representava for substituída por: 
 
(A) contestava. 
(B) se curvava. 
(C) desconfiava. 
(D) fazia frente. 
(E) se apoiava. 
 
Comentário: No enunciado da questão, a forma verbal “representava” assume 
transitividade direta. Por isso, exige um complemento direto, qual seja, a expressão “cujo 
poder”. Para facilitar a visualização, poderíamos reescrever a oração subordinada adjetiva 
“cujo poder Cortés representava” da seguinte forma: “Cortés representava o poder”. Feitas 
essas considerações, percebemos que a resposta da questão encontra-se na assertiva (A). 
No contexto, o verbo “contestar”, de transitividade direta, pode substituir a forma verbal 
“representava”, sem prejuízo ao padrão culto escrito: 
 
... aquele monarca distante e invisível cujo poder Cortés representava. 
 
... aquele monarca distante e invisível cujo poder Cortés contestava. 
 
 Notem que houve a manutenção do objeto direto “cujo poder”: Cortés contestava o 
poder. 
 
Gabarito: D. 
 
Curso de Provas Comentadas da FCC 
Prof. Fabiano Sales – Aula 01 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 33 
 
Instruções: Considere o texto a seguir para responder às questões de números 11 a 22. 
 
A arrogância da interpretação a posteriori 
 
A história não se repete, mas rima. 
(Mark Twain) 
 
A história repete-se; essa é uma das coisas erradas da história. 
(Clarence Darrow) 
 
 A história tem sido definida como uma coisa depois da outra. Essa ideia pode ser 
considerada um alerta contra duas tentações, mas eu, devidamente alertado, flertarei 
cautelosamente com ambas. Primeiro, o historiador é tentado a vasculhar o passado à 
procura de padrões que se repetem; ou, pelo menos, como diria Mark Twain, ele tende a 
buscar razão e rima em tudo. Esse apetite por padrões afronta quem acha que a história 
não vai a lugar nenhum e não segue regras – “a história costuma ser um negócio aleatório, 
confuso”, como também disse o próprio Mark Twain. A segunda tentação do historiador é a 
soberba do presente: achar que o passado teve por objetivo o tempo atual, como se os 
personagens do enredo da história não tivessem nada melhor a fazer da vida do que 
prenunciar-nos. 
 Sob nomes que não vêm ao caso para nós, essas são questões atualíssimas na 
história humana, e surgem mais fortes e polêmicas na escala temporal mais longa da 
evolução. A história evolutiva pode ser representada como uma espécie depois da outra. 
Mas muitos biólogos hão de concordar comigo que se trata de uma ideia tacanha. Quem 
olha a evolução dessa perspectiva deixa passar a maior parte do que é importante. A 
evolução rima, padrões se repetem. E não simplesmente por acaso. Isso ocorre por razões 
bem compreendidas, sobretudo razões darwinianas, pois a biologia, ao contrário da 
evolução humana ou mesmo da física, já tem a sua grande teoria unificada, aceita por todos 
os profissionais bem informados no ramo, embora em várias versões e interpretações. Ao 
escrever a história evolutiva, não me esquivo a buscar padrões e princípios, mas procuro 
fazê-lo com cautela. 
 E quanto à segunda tentação, a presunção da interpretação a posteriori, a ideia de 
que o passado atua para produzir nosso presente específico? O falecido Stephen Jay Gould 
salientou, com acerto, que um ícone dominante da evolução na mitologia popular, uma 
caricatura quase tão ubíqua quanto a de lemingues atirando-se ao penhasco (aliás, outro 
mito falso), é a de uma fila de ancestrais simiescos a andar desajeitadamente, ascendendo 
na esteira da majestosa figura que os encabeça num andar ereto e vigoroso: o Homo 
sapiens sapiens – o homem como a última palavra da evolução (e nesse contexto é sempre 
um homem, e não uma mulher), o homem como o alvo de todo o empreendimento, o 
homem como um magneto, atraindo a evolução do passado em direção à proeminência. 
 
 Obs. lemingues: designação comum a diversos pequenos roedores. 
 
(Richard Dawkins, com a colaboração de Yan Wong, A grande história da evolução: Na trilha dos 
nossos ancestrais. Trad. Laura Teixeira Motta. São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 17-18) 
 
11. Entende-se corretamente que, no texto, o autor: 
 
(A) parte de uma concepção bastante difundida e analisa meticulosamente as suas facetas, 
provando sua definitiva inaceitabilidade. 
(B) declara sua disposição para enfrentar com estilo próprio práticas suscetíveis de serem 
tomadas como não recomendáveis. 
(C) faz um alerta contra a aceitação de conceito ultrapassado sobre a história, responsável, 
inclusive, por alguns equívocos em sua própria atitude de estudioso. 
Curso de Provas Comentadas da FCC 
Prof. Fabiano Sales – Aula 01 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 33 
 
(D) assume a posição de defensor intransigente da pesquisa feita sob critérios 
controversos, considerada perspectiva ímpar a garantir qualidade. 
(E) repele veementemente o comportamento de pesquisadores que veem o passado como 
fonte de qualquer benefício para o avanço da ciência. 
 
Comentário: A afirmação correta encontra-se na assertiva (B). O autor iniciou o texto com o 
período “A história tem sido definida como uma coisa depois da outra”. Com isso, declarou 
sua disposição para enfrentar com estilo próprio práticas, colocando em evidência o 
surgimento de dois pontos de vista acerca de duas hipóteses tentadoras a que os 
historiadores estão sujeitos. E quais seriam elas? Ambas estão expressas no texto: (i) a de 
o historiador vasculhar o passado à procura de padrões de repetição; (ii) e a de ele, o 
historiador, achar que o passado teve por objetivo o tempo atual. Essas visões não foram 
descartadas integralmente pelo autor, conforme ratifica o trecho “não me esquivo a buscar 
padrões e princípios, mas procuro fazê-lo com cautela”. De maneira cautelosa, ele flerta 
com as duas, aproximando-se de ambas. 
 
Gabarito: B. 
 
12. No primeiro parágrafo, 
 
(A) ao citar duas vezes Mark Twain, o autor busca legitimação para seu entendimento de 
que o já vivido não é passível de cognição. 
(B) o autor cita Mark Twain como prova inconteste de que a história definitivamente não 
pode oferecer paradigmas. 
(C) ao valer-se de Mark Twain, às linhas 6 e 7, o autor busca expressar metaforicamente 
certa limitação a pensamento enunciado antes. 
(D) o autor usa tom coloquial − como se os personagens do enredo da história não tivessem 
nada melhor a fazer da vida – para reforçar o desacerto de quem atribui soberba a 
historiadores. 
(E) o autor toma como afronta pessoal a sugestão para a busca de modelos 
comportamentais, ideia que rejeita sem concessões. 
 
Comentário: Vamos analisar cada alternativa. 
 
A) Incorreta. Essa afirmação não é encontrada em qualquer parte do texto. Portanto, não é 
plausível. 
 
B) Incorreta. Na citação “a história costumaser um negócio aleatório, confuso”, de Mark 
Twain, o vocábulo em destaque refuta a obrigatoriedade transmitida pelo advérbio 
“definitivamente”, constante da alternativa. 
 
C) Esta é a resposta da questão. Com base na citação de Mark Twain, é possível 
compreender que a história não obedece a determinados padrões. Segundo Mark, a história 
é aleatória, confusa. 
 
D) Incorreta. Nesta opção, houve um erro de inversão, pois o texto transmite ideia contrária 
à que se faz presente na alternativa. Em outras palavras, no segmento “como se os 
personagens do enredo da história não tivessem nada melhor a fazer da vida”, transmite-se 
uma ideia favorável àqueles que consideram soberbas as atitudes dos historiadores. 
 
E) Incorreta. O autor não rejeita totalmente nenhuma das ideias. Ao contrário, ele até se 
aproxima delas, de maneira cautelosa. 
 
Gabarito: C. 
Curso de Provas Comentadas da FCC 
Prof. Fabiano Sales – Aula 01 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 33 
 
13. Considere o segundo parágrafo e as afirmações que seguem. 
 
I. Na frase Sob nomes que não vêm ao caso para nós, o autor exprime opção pelo silêncio, 
mas sinaliza ter conhecimento acerca do que silencia. 
 
II. No parágrafo, o autor realiza um afunilamento do assunto “história”, com que, no primeiro 
parágrafo, iniciou sua exposição. 
 
III. O emprego do pronome nós é recurso para promover aproximação mais estreita com o 
leitor, tornando o discurso mais íntimo. 
 
IV. Em A história evolutiva pode ser representada como uma espécie depois da outra, o 
autor explicita que a ideia de sucessão é inerente à evolução dos seres vivos e exclusiva 
dela. 
 
O texto abona a correção do que se afirma APENAS em: 
 
(A) I e II. 
(B) I, II e III. 
(C) I, III e IV. 
(D) II e III. 
(E) II, III e IV. 
 
Comentário: Vamos analisar cada item. 
 
I. Correto. É nítida a ideia de que o autor tem conhecimento dos nomes. Entretanto, por 
serem desnecessários à argumentação do texto, opta por omiti-los. 
 
II. Correto. No primeiro parágrafo, o autor apresenta os possíveis perigos provenientes da 
tese “A história tem sido definida como uma coisa depois da outra”. Nesse segmento 
textual, ele expõe a ciência histórica de maneira ampla. Já no segundo parágrafo do texto, o 
autor particulariza, aprofundando o assunto “história”. 
 
III. Correto. O emprego da primeira pessoa do plural é um recurso frequentemente 
empregado para aproximar o leitor da mensagem, estratégia que objetiva persuadi-lo a 
pensar da mesma forma que o autor. 
 
IV. Incorreto. No item, houve um erro de redução. O equívoco deve-se à presença do 
adjetivo “exclusiva”. No texto, o autor foi muito além da afirmação contida neste item. 
Percebam, por exemplo, o emprego do verbo “poder”, transmitindo ideia de possibilidade. 
 
 Portanto, a letra (B) é o gabarito da questão. 
 
Gabarito: B. 
 
 
 
14. Sob nomes que não vêm ao caso para nós, essas são questões atualíssimas na história 
humana, e surgem mais fortes e polêmicas na escala temporal mais longa da evolução. A 
história evolutiva pode ser representada como uma espécie depois da outra. Mas muitos 
biólogos hão de concordar comigo que se trata de uma ideia tacanha. 
 
Considerado o fragmento, em seu contexto, é correto afirmar: 
 
Curso de Provas Comentadas da FCC 
Prof. Fabiano Sales – Aula 01 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 33 
 
(A) em essas são questões atualíssimas, o pronome remete a assuntos que serão 
anunciados a seguir. 
(B) nele está rejeitada, de modo subentendido, a ideia de que a história humana poderia 
abrigar mais de uma escala de tempo. 
(C) como está empregado com o mesmo valor e função observados no primeiro parágrafo. 
(D) a expressão hão de concordar expressa convicção acerca da inevitabilidade da ação. 
(E) como uma espécie depois da outra pode ser substituído, sem prejuízo da correção e do 
sentido originais, por “como espécies contíguas das outras”. 
 
Comentário: A afirmativa correta encontra-se na letra (D). Toda locução verbal (estrutura 
composta por dois ou mais verbos) equivale a um único verbo. Isso não seria diferente com 
a expressão “hão de concordar”, que apresenta valor semântico semelhante ao da forma 
verbal “concordarão”. Essa estrutura (“concordarão”) está conjugada no futuro do presente 
do indicativo, modo que exprime ações reais, certas, ou seja, há uma ideia de convicção. 
 
Gabarito: D. 
 
 
15. No segundo parágrafo, a alteração que mantém o sentido e a correção originais é a de: 
 
(A) Mas por "Apesar de". 
(B) Quem por "Muitos biólogos". 
(C) embora por "não obstante". 
(D) Ao escrever por "Salvo se escrever". 
(E) mas procuro por "ainda que procure". 
 
Comentário: A alteração que mantém o sentido e a correção originais encontra-se na 
assertiva (C). O conectivo “embora” apresenta valor concessivo, ocorrendo o mesmo com a 
expressão “não obstante”. 
 
 Nas demais opções: a letra (A) está incorreta, pois o conectivo “mas” contém valor 
semântico de adversidade, enquanto que a locução “apesar de” apresenta matiz de 
concessão; a letra (B) está incorreta, pois o emprego da expressão “Muitos biólogos” 
implicaria erro de concordância com a forma verbal “olha”; a letra (D) também está 
incorreta, pois a troca por “salvo se escrever” alteraria o sentido temporal, presente no 
período original, para valor se exclusão; por fim, a letra (E) está incorreta, a troca alteraria a 
acepção de adversidade por concessão. 
 
Gabarito: C. 
 
16. Sobre a presunção da interpretação a posteriori, é legítimo afirmar que: 
 
(A) traduz apreciação crítica sobre tomar o momento presente como fim último da história. 
(B) é ideia adotada pelo autor como decorrência de sua cautela. 
(C) é negada pelo que se afirma acerca da caricatura da fila de ancestrais simiescos. 
(D) por efeito da argumentação desenvolvida no texto, é concepção que contradiz a 
anunciada no título. 
(E) denomina o raciocínio que, à luz das conquistas teóricas do presente, apreende 
adequadamente o passado. 
 
Comentário: A única afirmativa correta encontra-se na assertiva (A). No início do primeiro 
parágrafo, o autor criticou a opinião acerca da presunção da interpretação a posteriori , 
revelando a segunda tentação a que o historiador está sujeito: a de “achar que o passado 
teve por objetivo o tempo atual, como se os personagens do enredo da história não 
Curso de Provas Comentadas da FCC 
Prof. Fabiano Sales – Aula 01 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 33 
 
tivessem nada melhor a fazer da vida do que pernunciar-nos” (linhas 9 – 11). Logo, este é o 
gabarito da questão. 
 
Gabarito: A. 
 
 
17. Está corretamente entendida a seguinte expressão do texto: 
 
(A) soberba do presente / aura de mistério com que os fatos atuais desafiam o 
conhecimento do historiador, seduzido pelo passado. 
(B) ícone dominante / imagem emblemática pelo acerto e beleza da representação. 
(C) quase tão ubíqua / próxima da perfeição desejável da reprodução. 
(D) como um magneto / à semelhança de um material imantado. 
(E) em direção à proeminência / com vistas ao que está por vir. 
 
Comentário: A compreensão correta encontra-se na opção (D). Segundo o Dicionário 
Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa, editora Objetiva, 2009, “magneto” significa 
“material que tem a propriedade de atrair determinadas substâncias, como o ferro; ímã”. Por 
essa razão, são equivalentes as expressões “como um magneto” e “à semelhança de um 
material imantado”, sendo lícito o entendimento. 
 
Gabarito: D. 
 
 
18. É correto afirmar que, independentemente do estrito significado do verbo, a estruturaque expressa continuidade da ação é: 
 
(A) o passado atua. 
(B) para produzir. 
(C) a andar. 
(D) os encabeça. 
(E) nesse contexto é. 
 
Comentário: Há ideia de continuidade da ação na assertiva (C). Na expressão “a andar”, 
constante do segmento “uma fila de ancestrais simiescos a andar desajeitadamente”, 
percebe-se a ação contínua da ação de andar, sendo reforçada pela preposição “a”. No 
Brasil, é mais frequente o emprego do gerúndio “andando”. Por sua vez, as demais opções 
expressam noções estáticas ou factuais. 
 
Gabarito: C. 
 
 
19. Afirma-se corretamente que, no último parágrafo, 
 
(A) o ponto de interrogação sinaliza a pergunta que foi diretamente respondida por Stephen 
Jay. 
(B) os parênteses acolhem retificação, realizada de modo idêntico ao que se nota em "Eu a 
vi ontem, aliás, anteontem". 
(C) os dois-pontos introduzem uma citação latina que é traduzida com objetividade no 
trecho após o travessão. 
(D) a colocação de uma vírgula antes do pronome que é optativa, por isso a frase alterada 
manteria rigorosamente o sentido original. 
(E) os parênteses acolhem comentário considerado pertinente, mas digressivo com relação 
ao fio principal da argumentação. 
Curso de Provas Comentadas da FCC 
Prof. Fabiano Sales – Aula 01 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 33 
 
Comentário: A afirmativa correta encontra-se na assertiva (E). No contexto, o segmento “e 
nesse contexto é sempre um homem, e não uma mulher” é pertinente, porém irrelevante 
para o argumento principal do artigo (a relação entre história e evolução). Isso caracteriza 
uma fuga ao assunto que está sendo analisado, discutido, isto é, temos uma digressão. 
 
Gabarito: E. 
 
20. Quem olha a evolução dessa perspectiva deixa passar a maior parte do que é 
importante. 
 
Alterando-se as formas verbais da frase acima, a correlação entre as novas formas ainda 
estará em conformidade com o padrão culto escrito em: 
 
(A) olharia - deixava passar - foi 
(B) olhasse - deixaria passar - é 
(C) olhe - deixava passar - seja 
(D) olharia - deixou passar - fosse 
(E) olhar - deixou passar – era 
 
Comentário: A questão versa sobre um assunto recorrente nas provas da FCC: a 
correlação de tempos e modos verbais. Vamos analisar cada alternativa. 
 
A) Incorreta. Seria necessário substituir a forma verbal destacada na locução “deixava 
passar” (pretérito imperfeito do indicativo) por “deixaria passar” (futuro do pretérito do 
indicativo) para manter a relação hipotética entre os verbos “olhar” e “deixar’: Quem olharia 
a evolução dessa perspectiva deixaria passar a maior parte do que foi importante. 
 
B) Esta é a resposta da questão. Está correta a correlação entre as formas “olhasse”, 
flexionada no pretérito imperfeito do subjuntivo, e “deixaria”, conjugada no futuro do pretérito 
do indicativo (correlação campeã nas provas da FCC): Quem olhasse a evolução dessa 
perspectiva deixaria passar a maior parte do que é importante. 
 
C) Incorreta. É necessário flexionar os verbos “olhar” e “deixar” no presente do indicativo: 
Quem olha a evolução dessa perspectiva deixa passar a maior parte do que seja 
importante. 
 
D) Incorreta. Na locução “deixou passar”, a forma verbal destacada deveria estar 
conjugada no futuro do pretérito do indicativo, a fim de manter a relação de hipótese: Quem 
olharia a evolução dessa perspectiva deixaria passar a maior parte do que fosse importante. 
 
E) Incorreta. Na locução “deixou passar”, a forma verbal em destaque deve ser conjugada 
no futuro do presente do indicativo: Quem olhar a evolução dessa perspectiva deixará 
passar a maior parte do que era importante. 
 
Gabarito: B. 
 
 
21. Essa ideia pode ser considerada um alerta contra duas tentações, mas eu, devidamente 
alertado, flertarei cautelosamente com ambas. 
 
Uma outra redação correta para o que se afirma no segmento destacado é: 
 
(A) mas, quanto à mim, alerta que estou, terei cautela ao flertar com ambas. 
(B) mas eu, consciente do dever, busco flertar com as duas, embora cauteloso. 
Curso de Provas Comentadas da FCC 
Prof. Fabiano Sales – Aula 01 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 33 
 
(C) mas dado a mim, vigilante na medida certa, flertarei com uma ou outra cuidadosamente. 
(D) mas no que se refere à minha pessoa, já advertido somente flertarei e com ambas, 
cautelosamente. 
(E) mas eu, convenientemente prevenido, flertarei cautelosamente com uma e outra. 
 
Comentário: Vamos analisar cada item. 
 
A) Incorreta. Houve emprego inadequado do acento grave na expressão “quanto a mim”, 
pois o “a” é tão somente preposição. 
 
B) Incorreta. Não há relação de significado entre as expressões “devidamente alertado” 
(constante do enunciado) e “consciente do dever”. 
 
C) Incorreta. Houve alguns equívocos nessa reescrita: (i) a expressão “dado a mim” não 
encontra respaldo no padrão culto escrito da língua portuguesa; (ii) não há equivalência de 
significado entre as expressões “devidamente alertado” e “vigilante na medida certa”; (iii) a 
conjunção “ou” transmite noção de alternância, destoando, portanto, da ideia de adição 
constante do trecho original. 
 
D) Incorreta. Houve omissão inadequada da vírgula após a oração intercalada “já 
advertido”. 
 
E) Esta é a resposta da questão. A reescrita mantém a ideia original do enunciado. 
 
Gabarito: E. 
 
 
22. Mas muitos biólogos hão de concordar ... 
 
Diferentemente do que se tem acima, a frase que, consoante o padrão culto escrito, exige o 
emprego do verbo “haver” no singular é: 
 
(A) Muitas teorias já ...... sido submetidas à sua análise quando ele expressou essa 
convicção. 
(B) Talvez ...... algumas versões da teoria citada, mas certamente poucos as conhecem. 
(C) Quantos biólogos ...... pesquisado o assunto e talvez não tenham a mesma opinião. 
(D) Alguns mitos falsos ...... merecido representação artisticamente irrepreensível. 
(E) Nós ...... de corresponder às expectativas depositadas em nossa equipe. 
 
Comentário: Questão sobre concordância verbal. 
 É importante frisar que o verbo “haver” permanecerá na terceira pessoa do singular 
quando for empregado no sentido de “existir”, “acontecer” ou “ocorrer”. Além disso, quando 
integrar locuções verbais e estiver empregado nas acepções mencionadas, transmitirá a 
impessoalidade também ao verbal auxiliar. Feitas essas considerações, identificamos a 
resposta na opção (B). No período em análise, o verbo “haver” foi empregado no sentido de 
“existir”. Portanto, assume caráter impessoal, devendo permanecer na terceira pessoa do 
singular. O sintagma “algumas versões” desempenha a função de objeto direto. Nas demais 
opções, o verbo “haver” deve ser flexionado, obrigatoriamente, no plural. 
 
Gabarito: B. 
 
 
 
 
Curso de Provas Comentadas da FCC 
Prof. Fabiano Sales – Aula 01 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 33 
 
Instruções: Considere o texto a seguir para responder às questões de números 23 a 27. 
 
[14 de fevereiro] 
 
 Conheci ontem o que é celebridade. Estava comprando gazetas a um homem que 
as vende na calçada da Rua de S. José, esquina do Largo da Carioca, quando vi chegar 
uma mulher simples e dizer ao vendedor com voz descansada: 
 − Me dá uma folha que traz o retrato desse homem que briga lá fora. 
 − Quem? 
 − Me esqueceu o nome dele. 
 Leitor obtuso, se não percebeste que “esse homem que briga lá fora” é nada menos 
que o nosso Antônio Conselheiro, crê-me que és ainda mais obtuso do que pareces. A 
mulher provavelmente não sabe ler, ouviu falar da seita de Canudos, com muito pormenor 
misterioso, muita auréola, muita lenda, disseram-lhe quealgum jornal dera o retrato do 
Messias do sertão, e foi comprá-lo, ignorando que nas ruas só se vendem as folhas do dia. 
Não sabe o nome do Messias; é “esse homem que briga lá fora”. A celebridade, caro e 
tapado leitor, é isto mesmo. O nome de Antônio Conselheiro acabará por entrar na memória 
desta mulher anônima, e não sairá mais. Ela levava uma pequena, naturalmente filha; um 
dia contará a história à filha, depois à neta, à porta da estalagem, ou no quarto em que 
residirem. 
 
(Machado de Assis, Crônica publicada em A semana, 1897. In Obra completa, vol.III, Rio de 
Janeiro: Nova Aguilar, 1997, p. 763) 
 
23. Está correto afirmar que, nesse fragmento da crônica, 
 
(A) são essenciais tanto a caracterização da mulher, quanto a presença da filha a seu lado, 
para a construção do conceito de celebridade de que trata o autor. 
(B) é essencial a caracterização da mulher em oposição à do leitor-interlocutor na 
construção do conceito de celebridade de que trata o autor. 
(C) se estabelece tensão contínua entre o que o autor vê e o que imagina, fato que obriga 
qualquer leitor crítico a rejeitar a assertiva Conheci ontem o que é celebridade. 
(D) a sequência Não sabe o nome do Messias; é “esse homem que briga lá fora” possibilita 
ao autor ressaltar, ironicamente, a falta de inteligência que atribui ao leitor. 
(E) a cena descrita, captada pelo autor como síntese de um comportamento exemplar, 
restringe o sentido atribuído à palavra celebridade pelo senso comum: fama. 
 
Comentário: A afirmativa correta encontra-se na opção (A). Por meio da leitura do texto, é 
possível compreender que o conceito de celebridade de que trata o autor não se restringe à 
fama. É firme, mais duradouro. Segundo o autor, esse conceito provém, primeiramente, do 
fato de que as pessoas alheias à realidade consideram um nome importante por terem 
ouvido falar dele repetidas vezes. Essa argumentação é encontrada na passagem “Leitor 
obtuso, se não percebeste que “esse homem que briga lá fora” é nada menos que o nosso 
Antônio Conselheiro, crê-me que és ainda mais obtuso do que pareces. A mulher 
provavelmente não sabe ler, ouviu falar da seita de Canudos, com muito pormenor 
misterioso, muita auréola, muita lenda, disseram-lhe que algum jornal dera o retrato do 
Messias do sertão, e foi comprá-lo, ignorando que nas ruas só se vendem as folhas do dia. 
Não sabe o nome do Messias; é “esse homem que briga lá fora”. Em segundo plano, o texto 
transmite a ideia de que o conceito de celebridade pode ser transmitido às gerações 
posteriores, conforme corrobora o fragmento “(...) um dia contará a história à filha, depois à 
neta, à porta da estalagem, ou no quarto em que residirem”. 
 
Gabarito: A. 
 
Curso de Provas Comentadas da FCC 
Prof. Fabiano Sales – Aula 01 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 33 
 
24. Considerado o contexto, está correto o que se afirma em: 
 
(A) (linha 1) Estava comprando indica, entre ações simultâneas, a que se estava 
processando quando sobrevieram as demais. 
(B) (linha 12) dera exprime ação ocorrida simultaneamente a disseram (linha 12). 
(C) (linha 15) acabará por entrar expressa um desejo. 
(D) (linha 16) levava designa fato passado concebido como permanente. 
(E) (linha 18) residirem exprime fato possível, mas improvável. 
 
Comentário: Questão sobre tempos e modos verbais. Analisando cada assertiva, temos 
que: 
 
A) Esta é a resposta da questão. A locução verbal “Estava comprando” transmite a ideia 
de que outras ações ocorriam na mesma proporção em que o ato de comprar estava sendo 
realizada. 
 
B) Incorreta. A forma verbal “dera” está flexionada no pretérito mais-que-perfeito do 
indicativo. Esse tempo verbal transmite a noção de uma ação passada anterior à outra, 
também passada. No contexto, a ação de “dar o retrato do Messias do sertão” ocorreu 
posteriormente à ação de “dizer”. 
 
C) Incorreta. Na expressão “acabará por entrar”, a forma verbal em destaque está no futuro 
do presente do indicativo. Esse modo verbal transmite ideia de fatos certos, reais. O tempo 
que transmite noção de desejo, entre outras acepções, é o imperativo. 
 
D) Incorreta. A forma verbal “levava” está flexionada no pretérito imperfeito do indicativo. 
Esse tempo pode denotar ações passadas habituais ou inacabadas, inconclusas, em 
relação ao momento em que se fala. É o que ocorre no texto. 
 
E) Incorreta. A forma verbal “residirem” está flexionada no futuro do subjuntivo. Esse modo 
verbal transmite ideia de possibilidade, probabilidade. Portanto, a afirmação “mas 
improvável” do examinador está equivocada. 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
25. Se o cronista tivesse preferido contar com suas próprias palavras o que a mulher disse 
ao vendedor, a formulação que, em continuidade à frase ... quando vi chegar uma mulher 
simples e pedir ao vendedor com voz descansada, atenderia corretamente ao padrão culto 
escrito é: 
 
(A) que desse uma folha que traria o retrato desse homem que briga lá fora. 
(B) que lhe desse uma folha que trazia o retrato daquele homem que brigava lá fora. 
(C) que lhe dê uma folha que traz o retrato desse homem que briga lá fora. 
(D) que me dê uma folha que traz o retrato desse homem que brigaria lá fora. 
(E) que: Dê-me uma folha que traz o retrato daquele homem que brigaria lá fora. 
 
Comentário: A questão versa sobre os tipos de discurso, notadamente da transposição do 
discurso direto para o indireto. É importante relembrar esse tema. 
 
 Na aula passada, estudamos que há três tipos de discurso, a saber: direto, indireto e 
indireto livre. Vamos nos deter nos dois primeiros. 
 
 
Curso de Provas Comentadas da FCC 
Prof. Fabiano Sales – Aula 01 
 
Prof.Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 33 
 
DISCURSO DIRETO – as personagens apresentam suas próprias palavras, sendo 
precedidas dos chamados verbos declarativos, tais como falar, dizer, responder, 
argumentar, confessar, ponderar, expressar etc. 
 O discurso direto também é marcado por alguns recursos de pontuação (dois-
pontos, travessão, aspas, mudança de linha), cuja finalidade é anunciar a participação 
direta das personagens. 
 
Exemplos: 
 
(1) O servidor disse ao chefe: 
– Pretendo fazer hora extra. 
 
(2) – Pretendo fazer hora extra - disse o servidor ao chefe. 
 
(3) O servidor disse ao chefe: “Pretendo fazer hora extra”. 
 
(4) “Pretendo fazer hora extra”, disse o servidor ao chefe. 
 
 
DISCURSO INDIRETO 
 
Ocorre quando o narrador, com suas próprias palavras, transmite a fala das 
personagens. 
O discurso indireto apresenta os verbos declarativos (falar, dizer, responder, 
argumentar, confessar, ponderar, expressar etc.), sendo marcado também pela 
subordinação (oração subordinada substantiva objetiva direta) entre as orações, com as 
conjunções integrantes que e se. 
 
Exemplo: O servidor disse ao chefe que pretendia fazer hora extra. 
 
 
 
TRANSPOSIÇÃO DE DISCURSO 
 
Discurso Direto 
 
Discurso Indireto 
 
Enunciado em 1ª ou 2ª pessoa. 
Ex.: “O aluno disse: 
- Irei à escola.” 
 
Verbo no presente do indicativo. 
Ex.: “O aluno disse: 
- Sou estudioso.” 
 
Verbo no pretérito perfeito do indicativo. 
Ex.: “O aluno disse: 
- Estudei ontem.” 
 
Enunciado em 3ª pessoa. 
Ex.: “O aluno disse que iria à escola.” 
 
 
Verbo no pretérito imperfeito do 
indicativo. 
Ex.: “O aluno disse que era 
estudioso.” 
 
Verbo no pretérito mais-que-perfeito 
do indicativo. 
Ex.: “O aluno disse que estudara 
ontem.” 
 
Verbo no futuro do presente. 
Ex.: “O aluno disse: 
- Estudarei muito.” 
 
 
Verbo no futuro do pretérito. 
Ex.: “O aluno disse que estudaria 
muito.” 
 
Curso de Provas Comentadas da FCC 
Prof. Fabiano

Outros materiais