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Música Expressionista e Neoclássica

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Música expressionista caracteriza-se pela emotividade intensa, dissonâncias extremas, melodias ásperas e angulosas, podendo seratonal, dodecafônica e/ou serial. Assim como nas outras manifestações artísticas expressionistas, o compositor deposita em sua música seus sentimentos mais profundos, extremos e desesperados, dando à obra um caráter exagerado e soturno.
Arnold Schoenberg, Alban Berg, e Anton Webern, formadores da "Segunda Escola de Viena", são os três principais compositores expressionistas, sendo o primeiro o criador do estilo, e os outros dois seus discípulos de maior renome.
O dodecafonismo (do grego dodeka: 'doze' e fonos: 'som') é um sistema de organização de alturas musicais criada na década de 1920pelo compositor austríaco Arnold Schoenberg.1
No dodecafonismo as 12 notas da escala cromática são tratadas como equivalentes, ou seja, sujeitas a uma relação ordenada e não hierárquica. As notas são organizadas em grupos de doze notas denominados séries as quais podem ser usadas de quatro diferentes maneiras; 1) série original, 2) série retrógrada (a série original tocada de trás para frente), 3) série invertida (a série original com os intervalos invertidos) e 4) retrógrado da inversão (a série invertida tocada de trás para frente).2 Todo o material de alturas utilizado em uma composição dodecafonica, seja melódico (estruturas horizontais) quanto harmônico (estruturas verticais), deve ser originado com base na série.
História[editar]
Como o esgotamento do sistema tonal no início do século XX os compositores buscaram maneiras alternativas de organização das notas musicais,3 posteriormente denominadas atonalismo, que não fossem baseadas na polarização de um eixo harmônico central como ocorre no tonalismo. Schoenberg compôs algumas peças desta maneira, porém, logo considerou o atonalismo demasiadamente sem regras. Construiu, então, um método para organizar os doze tons da escala cromática igualmente. Essa técnica foi apresentada como "sistema dos 12 tons", que logo ficou conhecida como dodecafonismo serial.
Décadas depois, compositores como Pierre Boulez e Milton Babbitt ampliaram o conceito original e criaram o serialismo integral. Nesta variação da técnica todos os parâmetros musicais, como duração, timbre, altura e intensidade são ordenados segundo os princípios elaborados por Schoenberg.
O Neoclassicismo foi um movimento cultural nascido na Europa em meados do século XVIII, que teve larga influência na arte e cultura de todo o ocidente até meados do século XIX. Teve como base os ideais do Iluminismo e um renovado interesse pela cultura da Antiguidadeclássica, advogando os princípios da moderação, equilíbrio e idealismo como uma reação contra os excessos decorativistas e dramáticos doBarroco e Rococó.
O período normalmente designado como neoclássico é, em música, reconhecido como classicismo, ou período clássico. Grosso modo, a segunda metade do século XVIII, período marcado pela simplificação das estruturas Barrocas, tornando a música mais simples através da mudança de um estilo contrapontístico para outro homofônico. São considerados o auge deste estilo os compositores Mozarte Haydn, pelo modo como sintetizaram os trabalhos de seus antecessores, dando forma definida à Sonata, à música de câmara, aoconcerto e à Sinfonia. Beethoven é considerado o compositor responsável pela transição do estilo clássico para o romântico.
A denominação "Neoclássica" em música geralmente se refere a um movimento musical um tanto difuso, ocorrido aproximadamente entre 1920 e 1950. A principal figura deste movimento foi Stravinski, que após um período identificado como primitivismo, ou "fase russa", passou a evocar a estética do século XVIII. Isso ocorreu principalmente a partir de seu balé Pulcinella (1920). Outros compositores podem ser reputados como neo-clássicos no século XX, em geral uma característica atribuída àqueles que não buscaram uma estética atonal ou o exacerbado uso da dissonância e do ruído, mas continuaram compondo segundo os parâmetros tonais dos séculos anteriores, de alguma forma renovados.
A Sagração da Primavera, do compositor erudito russo Igor Stravinsky, subverte a estética musical do século XX, dando origem ao Modernismo. A célebre composição musical deste irreverente artista do século passado é hoje considerada um símbolo da musicalidade erudita, mas na época causou polêmica ao embalar o balé em dois atos criado pelo não menos rebelde Vaslav Nijinsky, coreógrafo também originário da Rússia.
Este espetáculo narra a trajetória de uma garota marcada para ser entregue como oblação à divindade primaveril, no auge de um ritual pagão, com o objetivo de conquistar para seu povo uma colheita proveitosa. Seu cenário foi arquitetado pelo artista plástico e arqueologista Nicholas Roerich, e a estréia se deu em pleno Théâtre des Champs-Élysées, na capital francesa, no dia 29 de maio de 1913.
Esta obra revolucionou praticamente todas as principais características da música de então, ou seja, o arcabouço do ritmo, a estrutura orquestral, o timbre, a forma, os aspectos harmônicos, a maneira como se utilizavam as dissonâncias, e o valor conferido à percussão, a qual sobrelevava a própria melodia, algo impraticável até este momento.
Não foi casualmente que esta peça escandalizou a sociedade da França em sua estréia. O público não sabia como assimilar tantas mudanças e subversões, não estava preparado para recepcionar positivamente esta nova estética. A proposta coreográfica também foi rejeitada, por seu caráter primitivista, pelo resgate da ancestral arte rupestre.
Sobraram vaias para todos os lados, e o caos se instaurou na platéia. Diversos músicos e maestros se retiraram do teatro logo no começo da representação, revoltados com a nova abordagem dos instrumentos. Atualmente a história de sua polêmica apresentação talvez seja mais conhecida que a obra em si.
O espetáculo é estruturalmente dividido em duas partes essenciais: a adoração da terra e o sacrifício. A orquestra é composta por 8 trompas entre 38 instrumentos de sopro. Tudo tem início com a execução de compassos de fagote, seguidos pelo princípio de uma musicalidade lituana, por um andamento sem nenhuma simetria e repleto de padrões complexos, e por um timbre raro nos instrumentos.
Ainda hoje sua natureza subversiva desnorteia o público, por seu teor provocativo e incivilizado. No palco desfilam cenas ancestrais e excêntricas, despertando em quem as assiste emoções aflitivas. Músicas de natureza folclórica distorcidas, uma feroz estruturação de ritmos totalmente independentes, harmonias politonais desagradáveis aos ouvidos, a rejeição drástica das frases longas, a transferência constante dos acentos rítmicos, a inebriante criação de novos timbres, são características que contribuem para o desconcerto do público. Mas também são aspectos que transformam A Sagração da Primavera em uma completa detonação de energia e vida.
A linguagem de Stravinsky centra-se principalmente no ritmo, totalmente destacado em sua estética, o núcleo essencial de sua obra. Ela também é caracterizada pela carência de foco e pelo declínio da narrativa, como já se prenunciava na literatura e na pintura. Da mesma forma que nestas esferas da criação, observa-se na Sagração da Primavera a renúncia ao universo da lógica e da objetividade, um reflexo do mundo moderno.
Salomè, ópera em um ato de Richard Strauss, com libreto de Hedwig Lachmann, baseado na peça de mesmo nome de Oscar Wilde. Estreou a 9 de dezembro de 1905 no Hofoper de Dresden.
O libreto não passa de uma tradução quase literal da peça que Oscar Wilde escreveu em francês no inverno de 1891-1892, a qual por sua vez se baseia em passagens do Evangelho segundo São Mateus (14:3-11) e São Marcos (6:21-28).
Esta é a terceira ópera de Strauss, e pode-se dizer que foi um succès de scandale. Até então, Strauss era conhecido como compositor de poemas sinfônicos e outras peças, suas duas primeiras óperas tendo fracassado. Mas o sucesso de Salomé foi tão grande que, com os proventosfinanceiros desta ópera, Strauss pôde comprar uma casa em Garmisch-Partenkirchen, na qual residiria até o fim de seus dias. Logo após a estreia, Toscanini regeu a ópera no Scala de Milão, e Gustav Mahler tentou fazer o mesmo em Viena, mas a obra foi proibida naquela capital, assim como o foi em Londres. No Metropolitan Opera House de Nova York, seu conteúdo foi considerado forte demais para o público americano, e lá também ela foi proibida. A ópera seguinte do compositor, Elektra, também seria proibida no Metropolitan, talvez considerada culpada por associação com Salomé. Em Salzburgo, a ópera também foi proibida, e isso por iniciativa do próprio arcebispo da cidade, até 1929, quando o regente Herbert von Karajan foi o primeiro a ter coragem de desafiar a proibição.

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