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SSIISSTTEEMMAA NNEERRVVOOSSOO MMeenniinnggeess ee LLííqquuoorr Anatomia Humana II 2 SUMÁRIO 1 Meninges e Líquido Cerebrospinhal (Líquor)......................................................................... 1.1 Crânio e Coluna Vertebral.......................................................................................... 1.2 Meninges.................................................................................................................... 1.2.1 Dura-máter...................................................................................................... 1.2.2 Aracnóide........................................................................................................ 1.2.3 Pia-máter........................................................................................................ 1.3 Líquido Cerebrospinhal (Líquor)................................................................................. 1.4 Barreira Hematoencefálica......................................................................................... Referências................................................................................................................................ 03 03 03 06 08 09 12 17 18 3 1 Meninges e Líquido Cerebrospinhal (Líquor) Sistemas de Proteção do Sistema Nervoso O tecido do SNC é muito delicado. Por esse motivo, apresenta um elaborado sistema de proteção que consiste de quatro estruturas: crânio, meninges, líquido cerebrospinhal (líquor) e barreira hematoencefálica.5 1.1 Crânio e Coluna Vertebral O SNC está protegido pelos ossos. O encéfalo está situado no interior do crânio, enquanto a medula espinhal está contida no canal da coluna vertebral. Essas estruturas protegem o delicado encéfalo e a medula espinhal.5 1.2 Meninges O SNC é envolvido por membranas conjuntivas denominadas meninges e que são classicamente três: dura-mater (mais externa), aracnóide (média) e pia-mater (mais interna). A aracnóide e a pia-mater são, às vezes, consideradas como uma formação única, a leptomeninge, ou meninge fina, distinta da paquimeninge, ou meninge espessa, constituída pela dura-mater.1 FUNÇÕES: As funções das meninges do crânio são:3 • Protegem o encéfalo; 3 • Formam o arcabouço de sustentação para artérias, veias e seios venosos; 3 • Envolvem uma cavidade cheia de líquido, o espaço subaracnóideo, que é vital para a função normal do encéfalo. 3 4 5 2.2.1 Dura-Mater 6 A meninge mais superficial é a dura-máter, espessa e resistente, formada por tecido conjuntivo muito rico em fibras colágenas, contendo vasos e nervos. A dura-máter do encéfalo difere da dura-máter espinhal por ser formada por dois folhetos, externo (periosteal) e interno (meníngea), dos quais apenas o interno continua com a dura-máter espinhal.1 A dura-máter, ao contrário das outras meninges, é ricamente inervada. Como o encéfalo não possui terminações nervosas sensitivas, toda ou quase toda sensibilidade intracraniana se localiza na dura-máter, responsável, assim, pela maioria das dores de cabeça.1 Em alguma áreas, o folheto interno da dura-máter destaca-se do externo para formar pregas que dividem a cavidade craniana em compartimentos que se comunicam amplamente. As principais pregas são as seguintes:1 Anotações: _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ 7 • Foice do Cérebro – é um septo vertical mediano em forma de foice, que ocupa a fissura longitudinal do cérebro separando os dois hemisférios cerebrais.1 • Foice do Cerebelo – pequeno septo vertical mediano, situado abaixo da tenda do cerebelo entre os dois hemisférios cerebelares.1 • Tenda do Cerebelo – projeta-se para diante como um septo transversal entre os lobos occipitais e o cerebelo, dividindo a cavidade craniana em um compartimento superior, ou supratentorial, e outro inferior, ou infratentorial.1 • Diafragma da Sela – Pequena lâmina horizontal que fecha superiormente a sela túrcica, deixando apenas um pequeno orifício para a passagem da haste hipofisária.1 SEIOS DA DURA-MÁTER ⇒ São canais venosos revestidos de endotélio situado entre dois folhetos que compõem a dura-máter encefálica.1 Grandes veias provenientes da face do cérebro esvaziam-se nestes seios e todo o sangue proveniente do encéfalo basicamente drena através deles para as veias jugulares internas.3 8 A dura-máter apresenta seis seios na abóbada do crânio e seis seios na base do crânio:1 Seios da Abóbada do Crânio Seios da Base do Crânio Seio sagital superior Seio cavernoso Seio sagital inferior Seios intercavernosos Seio reto Seio esfenoparietal Seio transverso Seio petroso superior Seio sigmóide Seio petroso inferior Seio occipital Plexo basilar * Tabela baseada no livro Neuroanatomia Funcional de Angelo Machado. 1 2.2.2 Aracnóide A aracnóide é avascular e intimamente aplicada à camada meníngea da dura-máter, não está fixada a ela; é mantida contra a face interna da dura-máter por pressão do líquor.3 Membrana muito delicada, justaposta à dura- máter, da qual se separa por um espaço virtual, o espaço subdural, contendo uma pequena quantidade de líquido intersticial, necessário para lubrificação das superfícies de contato das duas membranas. A aracnóide separa-se da pia-máter pelo espaço subaracnóideo que contém olíquido cérebro-espinhal, ou líquor.1 GRANULAÇÕES ARACNÓIDES ⇒ Em alguns pontos a aracnóide forma pequenos tufos que penetram no interior dos seios da dura-máter, constituindo as granulações aracnóides, mais abundantes no seio sagital superior. Neste ponto, o líquor está separado do sangue apenas pelo endotélio do seio e uma delgada camada de aracnóide. São estruturas adaptadas à absorção do líquor, que, neste ponto, cai no sangue.1 9 2.2.3 Pia-Mater A pia-máter é a mais interna das meninges, aderindo intimamente à superfície do encéfalo e da medula, cujos relevos e depressões acompanha, descendo até o fundo dos sulcos cerebrais. A pia-máter dá resistência aos órgãos nervosos, pois o tecido nervoso é de consistência muito mole.1 A pia-máter é altamente vascularizada por uma rede de fios de vasos sangüíneos1, fornecedores de oxigênio e nutrientes para a medula espinhal.4 A pia-máter é difícil de ver mas dá à superfície do encéfalo uma aparência brilhante.3 ESPAÇOS ENTRE AS MENÍNGES Meninges Nome do Espaço 10 Entre Coluna / Crânio e Dura-máter Epidural / Extradural Entre Dura-máter e Aracnóide Subdural Entre Aracnóide e Pia-máter Subaracnóideo * Tabela baseada no livro Neuroanatomia Funcional de Angelo Machado. O espaço extradural ou epidural normalmente não é um espaço real mas apenas um espaço potencial entre os ossos do crânio e a camada periosteal externa da dura-máter. Torna-se um espaço real apenas patologicamente, por exemplo, no hematoma extradural.3 HEMATOMAS EXTRADURAIS E SUBDURAIS Uma das complicações mais freqüentes dos traumatismos cranianos são as rupturas de vasos que resultam em acúmulo de sangue nas meninges sob a forma de hematomas. O hematoma extradural, geralmente ocorre devido a uma lesão na artéria meníngea média, acumulando sangue entre os ossos do crânio e a dura-máter. No hematoma subdural, o hematoma se dá no espaço subdural, geralmente em conseqüência da ruptura de uma veia cerebral no ponto em que ela entra no seio sagital superior.1 11 12 2.3 Líquido Cerebrospinhal (Líquor) O líquido cérebro-espinhal ou líquor constitui a terceira camada protetora do SNC, e é formado a partir do sangue no interior do encéfalo. O líquor é um fluido aquoso e incolor que ocupa o espaço subaracnóideo e as cavidades ventriculares. A função primordial do líquor é de proteção mecânica do sistema nervoso central. O SNC fica totalmente submerso em líquido e, de acordo com o princípio de Arquimedes, o torna mais leve. O líquor normal do adulto é límpido e incolor1, formado por água, glicose e vários íons.5 O líquor é formado, através da filtração do plasma, pelos plexos corióides1, que é um agrupamento de vasos sangüíneos com aspecto de cacho de uva e células ependimárias da neuróglia.5 Existem plexos corióides nos ventrículos laterais (I e II) e no tecto do III e IV ventrículo. Destes, sem dúvida, os ventrículos laterais contribuem com o maior contingente liquórico. 13 CIRCULAÇÃO LIQUÓRICA (ESQUEMA) O trajeto do líquor, portanto, inicia-se nos ventrículos laterais (ou I e II ventrículos, localizados em cada hemisfério cerebral6), após passa para o terceiro ventrículo através do forame interventricular. Do terceiro ventrículo, o líquor passa para o quarto ventrículo através do aqueduto cerebral. Através das aberturas laterais e da mediana do IV ventrículo, o líquor passa, respectivamente, para os hemisférios cerebrais e medula espinhal. O líquor percorre estas estruturas no espaço subaracnóideo e é reabsorvido no sangue principalmente nas granulações aracnóideas que se projetam no interior dos seios da dura-máter.1 14 15 VENTRÍCULOS FORAMES 16 SEPTO PELÚCIDO SEPARA OS VENTRÍCULOS LATERAIS Anotações: __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ 17 A circulação do líquor é muito lenta e se faz de baixo para cima. No espaço subaracnóideo da medula espinhal, o líquor desce em direção caudal, mas apenas uma parte volta, pois há reabsorção liquórica nas pequenas granulações aracnóides existentes nos prolongamentos da dura-máter que acompanham as raízes dos nervos espinhais.1 O líquor é drenado para veia jugular interna. 2.4 Barreira Hematoencefálica A barreira hemato-encefálica é um arranjo de células associadas aos vasos sangüíneos que suprem o encéfalo e medula espinhal. Essas células selecionam as substâncias provenientes do sangue, autorizando-as penetrar no SNC. Em outras palavras, se uma substância potencialmente prejudicial está presente no sangue, as células da barreira hematoencefálica impedem que ela entre no encéfalo e na medula espinhal. 5 HIDROCEFALIA Se caracteriza por aumento da quantidade e pressão do líquor, levando a uma dilatação dos ventrículos e compressão do tecido nervoso de encontro ao crânio, com conseqüências muito graves. Quando ocorre em crianças, onde os ossos do crânio ainda não estão soldados, há grande dilatação da cabeça da criança, o que geralmente dificultao parto.1 18 REFERÊNCIAS 1 MACHADO, Ângelo. Neuroanatomia Funcional. 2ed. São Paulo: Atheneu, 2002. 2 GRAY, Henry. Anatomia. 29ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A., 1998. 3 MOORE, Keith L.; DALLEY, Arthur F. Anatomia Orientada para a Clínica. 4ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. 4 TORTORA, Gerald J.; GRABOWSKI, Sandra Reynolds. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 9ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. 5 HERLIHY, Bárbara; MAEBIUS, Nancy K. Anatomia e Fisiologia do Corpo Humano Saudável e Enfermo. 1ed. São Paulo: Manole, 2002. 6 THIBODEAU, Gary A.; PATTON, Kevin T. Estrutura e Funções do Corpo Humano. 11ed. São Paulo: Manole, 2002.
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