Buscar

Livro - Toxicologia Geral - Parte - 03

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 49 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 49 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 49 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Curso de 
Toxicologia Geral 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO III 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados a seus respectivos autores descritos 
na Bibliografia Consultada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
75 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
MÓDULO III 
ANIMAIS PEÇONHENTOS 
Animais peçonhentos são aqueles que possuem glândulas de veneno que se 
comunicam com dentes ocos, ou ferrões, ou aguilhões, por onde o veneno passa 
ativamente. Portanto, peçonhentos são os animais que injetam veneno com facilidade e 
de maneira ativa. Ex: Serpentes, Aranhas, Escorpiões, Lacraias, Abelhas, entre outros. 
Já os animais venenosos são aqueles que produzem veneno, mas não possuem 
um aparelho inoculador (dentes, ferrões), provocando envenenamento passivo por 
contato (lonomia ou taturana), por compressão (sapo) ou por ingestão (peixe baiacu). 
OFIDISMO 
Aspectos Epidemiológicos 
Dentre os acidentes por animais peçonhentos, o ofidismo é o principal deles, pela 
sua freqüência e gravidade. Ocorre em todas as regiões e estados brasileiros e é um 
importante problema de saúde, quando não se institui a soroterapia de forma precoce e 
adequada. 
As serpentes são animais vertebrados que possuem as seguintes características: 
• Corpo alongado coberto por escamas; 
• Ausência de membros locomotores (patas) o que faz com que se arrastem 
pelo chão. Daí serem chamadas de répteis; 
• Ausência de ouvido. As serpentes não escutam. Elas sentem as vibrações do 
solo através do próprio esqueleto; 
• Língua bífida, ou seja, dividida em duas partes na ponta. Essa língua serve 
para explorar o ambiente e pegar pequenas substâncias que se encontram 
suspensas no ar, encaminhando-as a um órgão localizado dentro da boca 
(órgão de Jacobson) e que desempenha função equivalente ao olfato; 
• Olhos sem pálpebras, sempre abertos; 
 
 
 
 
 
76 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
• Sangue "frio" (pecilotérmico), isto é, sua temperatura varia de acordo com a 
do ambiente; 
• Órgãos internos como os demais vertebrados, tais como pulmão, fígado, 
coração, rins, testículos, ovários, etc. Estes órgãos são alongados, 
acompanhando o formato do corpo. A cobra não possui bexiga. Do mesmo 
modo que as aves, as cobras eliminam a urina junto com as fezes. As 
serpentes são animais adaptados à vida em diversos ambientes: na 
superfície ou embaixo da terra, na água e nas árvores. 
• Possuem várias glândulas na cabeça e na boca, que produzem substâncias 
que podem ser tóxicas, variando em quantidade e qualidade entre as 
espécies. O veneno é uma secreção que funciona para captura e digestão do 
alimento e, também, como defesa do animal contra seus agressores. 
• As serpentes, quando assustadas, podem tomar atitudes diversas: as 
venenosas em geral ficam enrodilhadas, prontas para o bote, e se afastam 
lentamente; serpentes não venenosas dão em geral vários botes na pessoa, 
extremamente rápidos, e se afastam velozmente. Algumas serpentes não 
venenosas, além de morderem, abocanham o local e dificilmente soltam; é 
necessário abrir a boca do réptil, afastando os maxilares do local mordido 
para evitar dilaceração. 
Alguns critérios de identificação permitem reconhecer a maioria das serpentes 
peçonhentas brasileiras, distinguindo-as das não peçonhentas: 
a) as serpentes peçonhentas possuem dentes inoculadores de veneno, localizados na 
região anterior do maxilar superior. Nas Micrurus (corais), essas presas são fixas e 
pequenas, podendo passar despercebidas. 
b) presença de fosseta loreal - com exceção das corais, as serpentes peçonhentas têm 
entre a narina e o olho um orifício termo receptor, denominado fosseta loreal. Vista em 
posição frontal este animal apresentará quatro orifícios na região anterior da cabeça, o 
que justifica a denominação popular de "cobra de quatro ventas". 
 
 
 
 
 
77 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
c) as corais verdadeiras (Micrurus) são a exceção à regra acima referida, pois apresentam 
características externas iguais às das serpentes não peçonhentas (são desprovidas de 
fosseta loreal, apresentando coloração viva e brilhante). De modo geral, toda serpente 
com padrão de coloração que inclua anéis coloridos deve ser considerada perigosa. 
d) as serpentes não peçonhentas têm geralmente hábitos diurnos, vivem em todos os 
ambientes, particularmente próximos às coleções líquidas, têm coloração viva, brilhante e 
escamas lisas. São popularmente conhecidas por "cobras d'água", "cobra cipó", "cobra 
verde", dentre outras numerosas denominações. Estão relacionadas, abaixo, as espécies 
consideradas de maior importância médico-sanitária, em face do número ou da gravidade 
dos acidentes que provocam, nas diversas regiões do país. 
 
SERPENTES PEÇONHENTAS 
 No mundo todo existe, aproximadamente, 2500 espécies de serpentes. Destas, 
250 são conhecidas no Brasil, das quais 70 são consideradas peçonhentas e 
pertencentes a dois grupos, Crotalíneos e Elapíneos, e quatro gêneros, Bothrops, 
Crotalus, Lachesis e Micrurus sendo responsáveis por cerca de 20 mil vítimas por ano. 
Crotalíneos 
Características 
Este grupo apresenta as seguintes características: 
• Fosseta loreal, ou seja, um buraco entre o olho e a narina em cada lado da 
cabeça, que serve para a cobra perceber modificações de temperatura a sua 
frente. Por isso elas podem se movimentar e caçar a noite, mesmo sem a 
visão normal. É chamada, também, de cobra-de-quatro-ventas; 
• Cabeça triangular recoberta com escamas pequenas; 
• Dentes inoculadores de veneno, grandes, pontiagudos, móveis e ocos, 
lembrando agulhas de injeção, situados na frente da boca. Quando a cobra 
está em repouso, estes dentes permanecem deitados recobertos por 
membranas dando aparência de estar sem dentes; 
 
 
 
 
 
78 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
• Parte superior do corpo recoberta por escamas sem brilho, em forma de 
quilha, isto é, como bico de barco ou casca de arroz; 
• Caudas diferenciadas para cada gênero que constitui este grupo, ou seja, 
cauda lisa (jararacas), cauda com guizo ou chocalho (cascavel) e cauda com 
escamas arrepiadas no final (surucucu). 
Principais Gêneros e Espécies 
Os Crotalíneos se subdividem em 3 gêneros: Bothrops, Crotalus e Lachesis. 
Elapíneos 
Características 
O grupo dos Elapíneos - corais verdadeiras - é identificado pelas seguintes características: 
• Não apresenta fosseta loreal; 
• Cabeça arredondada recoberta com escamas grandes, placas; 
• Dentes inoculadores de veneno pequenos e fixos situados no maxilar 
superior na frente da boca; 
• Quando em perigo, algumas achatam a parte posterior do corpo, levantam e 
enrolam a cauda, como rabo de porco, dando impressão que se trata da 
cabeça; 
• Corpo recoberto na parte superior por escamas lisas e brilhantes, com anéis 
pretos, vermelhos e brancos. No entanto, existem na Amazônia alguns corais 
verdadeiros que não possuem anéis e têm a cor marrom escura ou preta, às 
vezes com manchas avermelhadasna barriga. 
Principais gêneros e espécies 
Este grupo é constituído apenas pelo gênero Micrurus, que é formado pelos corais 
verdadeiros, também denominado coral e boicorá. 
 
O quadro seguinte explica na forma de diagrama como identificar as principais 
serpentes de interesse em nosso estudo. 
 
 
 
 
 
79 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
 
Gênero Bothrops 
O Gênero Bothrops é composto por mais de 30 variedades de cobras que 
apresentam cores e desenhos diferentes pelo corpo, variando do verde ao negro. 
Pertencem a este grupo a jararaca, urutu, caiçara, cotiara, jararacuçu e jararaca pintada. 
Apresentam cabeça triangular, fosseta loreal, cauda lisa e presa inoculadora de veneno. 
Possuem hábitos variados, podendo ser encontradas penduradas em árvores (cobra 
papagaio), enterradas, entocadas, à beira dos rios ou dentro d´água. Apresentam 
 
 
 
 
 
80 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
tamanhos que variam, na vida adulta, de 40 centímetros a 2 metros de comprimento. 
Essas cobras estão distribuídas em todo o território nacional e são responsáveis por 88% 
dos acidentes ofídicos ocorridos no país. 
Principais Espécies 
 
Nome Científico: Bothrops alternatus 
 
Nomes Populares: urutu, urutu-cruzeira, cruzeira. 
Características: possui desenhos em forma de gancho de 
telefone. Mede cerca de 1 metro e meio de comprimento. 
Encontrada em vegetação rasteira, perto de rios e lagos ou 
em plantações. Apresenta poucos relatos de casos. 
Acidentes graves. Distribuição Geográfica: RS, SC, PR, SP, 
MS E MG. Foto Ivan Sazima 
 
Nome Científico: Bothrops atrox 
Nome Popular: surucucurana, jararaca-do-norte, combóia, jararaca-do-rabo-branco 
Características: Porte médio; indivíduos grandes podem alcançar quase 1,50m de 
comprimento; agressiva; hábitos terrestres; atividade noturna, mas também ativa durante 
o dia; é a espécie que provoca o maior número de acidentes no norte do Brasil. Até o 
presente, é a espécie responsável pela maioria dos 
registros de acidentes na Amazônia. 
Distribuição Geográfica: Encontrada em toda a 
Amazônia, tanto nas florestas como em regiões de 
vegetação secundária, capoeiras, locais inundados e 
áreas com atividades agropastoris. AC, AM, RR, PA, 
AP, MA, RO, TO, CE e MT (áreas de florestas). Foto Marcio Martins 
 
 
 
 
 
 
81 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
Nome Científico: Bothrops erythromelas 
Nome Popular: jararaca ou jararaca-da-seca 
Características: porte pequeno, aproximadamente 
0,50m de comprimento; hábitos terrestres. 
Sintomas: Os distúrbios de coagulação são as 
manifestações mais comumente registradas. 
Acidentes com poucas alterações locais, 
geralmente benignas. Distribuição Geográfica: PI, 
CE, RN, PB, PE, AL, SE, BA e MG (áreas 
xerófitas/caatinga). Foto Ivan Sazima 
 
Nome Científico: Bothrops jararaca 
 
Nome Popular: jararaca, jararaca-do-rabo-branco 
Características: coloração esverdeada com desenhos semelhantes a um "V" invertido, 
corpo delgado medindo aproximadamente 1 metro de comprimento. 
Sintomas: Causa muita dor e edema no 
local da picada. Pode haver sangramento 
no local da picada, nas gengivas ou outros 
ferimentos. Acidente de médio risco de 
vida. Casos graves ou óbitos são pouco 
freqüentes. Distribuição Geográfica: BA, 
MG, ES, RJ, SP, PR, SC e RS. Foto Ivan Sazima 
 
Nome Científico: Bothrops jararacuçu 
Nome Popular: jararacuçu. Características: provoca acidentes 
graves com casos fatais. Distribuição Geográfica: BA, ES, RJ, 
SP, PR, MG, MT e SC. Foto Ivan Sazima 
 
 
 
 
 
82 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
Nome Científico: Bothrops leucurus 
Distribuição Geográfica: BA. 
Foto Marcio Martins 
 
Nome Científico: Bothrops moojeni 
Nome Popular: jararacão, jararaca, caiçaca. 
Características: porte médio; indivíduos grandes podem 
ultrapassar 1,50m de comprimento; agressiva; terrestre, 
vivendo em áreas mais secas; a combinação de cores e 
desenhos empresta à pele do animal um aspecto 
aveludado. Distribuição Geográfica: PI, TO, DF, GO, 
MG, SP, MT, MS e PR. Foto Cristiano Nogueira 
 
Nome Científico: Bothrops neuwiedi 
Nome Popular: jararaca-pintada 
Características: provoca acidentes geralmente com bom 
diagnóstico. Distribuição Geográfica: Em todo o país, exceto 
Amazônia. Foto Otávio Marques 
 
 
Gênero Crotalus 
Características 
Este é o grupo das cascavéis. Há cinco subespécies de cascavéis no país. 
Apresentam cabeça triangular, presença de fosseta loreal, cauda com chocalho (guizo) e 
presa inoculadora de veneno. Habitam os campos abertos, regiões secas e pedregosas e 
 
 
 
 
 
83 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
também os pastos. Até o momento ainda não foram identificadas no litoral. Chegam a 
atingir na fase adulta 1,6m de comprimento. Sua característica mais importante é a 
presença de um guizo ou chocalho na ponta da cauda. 
Principal Espécie 
Nome Científico: Crotalus durissus 
 
Nome Popular: cascavel, maracambóia, boicininga 
Características: coloração marrom-amarelado, 
medindo cerca de 1 metro. Apresenta chocalho na 
ponta da cauda. Prefere regiões pedregosas e secas. 
Sintomas: Após a picada, o paciente apresenta visão 
dupla e borrada. Acidente de alto risco de vida. 
Distribuição Geográfica: Em todo o país, exceto 
áreas florestais e zona litorânea. 
 Foto Ivan Sazima 
 
 
Gênero Lachesis 
Constituem serpentes de grande porte. Apresentam cabeça triangular, fosseta 
loreal e cauda com escamas arrepiadas e presas inoculadoras de veneno. Com duas 
subespécies, é a maior serpente peçonhenta das Américas. Poucos relatos de acidente 
onde o animal causador foi trazido para identificação. Existem semelhanças nos quadros 
clínicos entre os acidentes laquético e botrópico, com possibilidade de confusão 
diagnóstica entre eles. Estudos clínicos mais detalhados se fazem necessários para 
melhor caracterizar o acidente laquético. 
 
Principal Espécie 
 
 
 
 
 
84 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
Nome Científico: Lachesis muta 
Nome Popular: surucucu, surucucu-pico-de-jaca, surucutinga 
Características: apresenta fosseta loreal e 
porção final da cauda com escamas eriçadas. 
É a maior das serpentes peçonhentas do 
Brasil, pode atingir mais de 3m de 
comprimento. Possui hábitos terrestres, 
vivendo exclusivamente em áreas florestadas; 
com maior atividade noturna. Distribuição 
Geográfica: Floresta Amazônicae Mata 
Atlântica, do Nordeste ao Rio de Janeiro. Foto Ivan Sazima 
 
 
Gênero Micrurus (Grupo Elapíneos) 
 
Este grupo é formado pelas corais verdadeiras. É importante lembrar que as corais 
não possuem fosseta loreal. Em virtude de apresentarem dentes pequenos e fixos, seus 
inoculadores de veneno, e habitarem, preferencialmente, buracos, os acidentes são raros, 
porém mais graves do que os causados pelos demais ofídios, devido ao seu potencial de 
evolução para o bloqueio neuromuscular, paralisia respiratória e até mesmo óbito. A 
prevalência de acidentes por Micrurus é baixíssima, representando menos de 0,5% do 
total de acidentes ofídicos. 
Principais Espécies 
Nome Científico: Micrurus corallinus 
 
Nome Popular: coral, boicorá 
Características: porte pequeno, aproximadamente 
60cm de comprimento; a principal característica é 
 
 
 
 
 
85 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
apresentar o anel preto mageado por branco, sendo este conjunto separado por anel 
vermelho bem mais largo; é encontrada principalmente no Sul e Sudeste, com freqüência 
na faixa litorânea. Distribuição Geográfica: BA, ES, RJ, SP, MS, PR, SC e RS. 
Micrurus corallinus. Fonte: Manual de Diagnóstico e Tratamento de Acidentes por Animais Peçonhentos - 1998 
Fundação Nacional de Saúde - Ministério da Saúde 
 
Nome Científico: Micrurus frontalis 
Nome Popular: coral, coral verdadeira. 
Características: possui anéis vermelhos, pretos e brancos ao redor do corpo. Mede entre 
70 e 80 cm de comprimento. Ocorre em todo o território do Estado do Rio Grande do Sul. 
Escondem-se em buracos, montes de lenhas e troncos de árvores. Não é agressiva. 
Acidente de alto risco de vida. Distribuição Geográfica: MT, MS, GO, BA, MG, SP, PR, 
SC, RS e DF. 
Nome Científico: Micrurus ibiboboca 
Nome Popular: coral, ibiboboca 
Características: porte pequeno, aproximadamente 60cm de comprimento; anéis negros 
dispostos em tríades. Distribuição Geográfica: MA, PI, CE, RN, PB, PE, SE, AL, BA e 
MG. 
Nome Científico: Micrurus lemniscatus 
Nome Popular: coral 
Características: Distribuição Geográfica: AM, PA, RR, AP, MA, RN, AL, PE, BA, GO, MG, 
MT, MS, RJ e SP. 
Nome Científico: Micrurus surinamensis 
Nome Popular: coral, coral aquática. Distribuição Geográfica: AM, PA, RR, AP, MA, AC e 
RO. 
Nome Científico: Micrurus spixii 
 
 
 
 
 
86 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
Nome Popular: coral 
Características: porte médio pode ultrapassar 1m de comprimento; anéis negros dispostos 
em tríades; vive em solo úmido da mata primária, procurando abrigo sob a folhagem e 
cavidades. Distribuição Geográfica: AM, PA, MA, RO, MT e AC. 
 
SERPENTES NÃO PEÇONHENTAS 
 
Os Colubrídeos constituem a maior família de ofídios. Algumas espécies do gênero 
Philodryas sp e Clélia sp têm interesse médico, pois há relatos de quadro clínico de 
envenenamento. São conhecidas popularmente por cobra-cipó ou cobra-verde 
(Philodryas) e muçurana ou cobra-preta (Clélia), estas são ofiófagas, isto é, predam 
naturalmente serpentes peçonhentas. Para injetar o veneno, mordem e se prendem ao 
local. 
Cobra-verde (Philodryas) 
Foto: Marcus Buanonato 
 
Muçurana ou Cobra-preta (Clélia) 
Foto: Marcus Buanonato 
Componentes com atividade hemorrágica (ações da secreção da glândula de 
Durvenoy), tem sido detectados na saliva de Colubrídeos como Rhabdophis subminatus e 
Phylodryas olfersi (cobra cipó listrada, cobra verde das árvores). Segundo Assakura e 
Cols. A saliva da Phylodryas apresenta atividade fibrinogenolítica, hemorrágica e 
formadora de edema. 
 
 
 
 
 
87 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
Quadro Clínico: 
Pouco se conhece sobre ação dos venenos de Colubrídeos. Philodrya olfersii 
possui atividades hemorrágica, proteolítica, fibrinogenolítica e fibrinolítica, estando 
ausentes às frações coagulantes. Na maior parte dos casos, as mordeduras apresentam 
como resultado um quadro leve, com marcas dos pequenos dentes (serrilhado) ou 
arranhaduras, edema e dor discreta, sem manifestações sistêmicas. A evolução benigna 
(achados clínicos locais inalterados e testes de coagulação normais), após observação de 
4 a 6 horas, permite o diagnóstico diferencial com acidentes por Viperídeos (Bothrops), 
quando a serpente não tiver sido capturada e identificada. 
Casos mais graves por Colubrídeos (especialmente os opistóglifos) estão relacionados 
com contato continuado (mordedura prolongada por mais de 30 seg) ou repetido (várias 
mordeduras). Pode ocorrer edema local importante, equimose e dor. 
Tratamento: Sintomático e de suporte: analgésicos, se necessário, cuidados locais 
rotineiros (assepsia), profilaxia antitetânica, observação da evolução do quadro 
(principalmente em crianças). Observação cuidadosa da evolução do caso. 
QUADRO RESUMO DAS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E TRATAMENTO NOS 
ACIDENTES POR OFÍDIOS DE IMPORTÂNCIA TOXICOLÓGICA 
BOTHROPS 
QUADRO CLÍNICO 
AVALIAÇÃO INICIAL 
MANIFESTAÇÕES 
LOCAIS 
MANIFESTAÇÕES 
SISTÊMICAS 
ALTERAÇÕES 
LABORATORIAIS 
TRATAMENTO 
ESPECÍFICO 
TRATAMENTO 
COMPLEMENTAR E 
SINTOMÁTICO 
LEVE 
- Edema, 
eritema e dor 
discretos. 
- Ausentes 
- Tempo de 
coagulação (TC) 
= normal ou 
alterado 
2 a 4 ampolas 
SAB ou SABC - 
I.V. 
- Analgésico 
- Drenagem 
postural 
- Hidratação 
- Profilaxia do 
tétano 
MODERADA 
- edema, eritema 
e dor evidentes, 
atingindo 
segmento 
superior. 
- Ausentes ou 
hemorragias 
- Tempo de 
coagulação (TC) 
= normal ou 
alterado 
4 a 8 ampolas 
SAB ou SABC - 
I.V. 
- Analgésico 
- Drenagem 
postural 
- Hidratação 
- Profilaxia do 
tétano 
GRAVE - Manifestações locais intensas 
- Hipotensão - 
choque 
- Tempo de 
coagulação (TC) 
12 ampolas SAB 
ou SABC - I.V. 
- Analgésico 
- Drenagem 
 
 
 
 
 
88 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
(equimose, 
bolhas, necrose) 
- Hemorragia 
grave 
- I.R.A. 
= normal ou 
alterado 
- Provas de 
função renal 
postural 
- Hidratação 
- Profilaxia do 
tétano 
CROTALUS 
QUADRO CLÍNICO 
AVALIAÇÃO INICIAL 
MANIFESTAÇÕES 
LOCAIS 
MANIFESTAÇÕES 
SISTÊMICAS 
ALTERAÇÕES 
LABORATORIAIS 
TRATAMENTO 
ESPECÍFICO 
TRATAMENTO 
COMPLEMENTAR E 
SINTOMÁTICO 
LEVE 
- Nenhuma ou 
edema e 
parestesia 
discretos. 
- Fácies 
miastênica 
discreta 
- Mialgia discreta 
ou ausente 
- Tempo de 
coagulação (TC) 
= normal ou 
alterado 
5 ampolas SAC 
ou SABC - I.V. 
- Analgésico 
- Hidratação 
MODERADA 
- Nenhuma ou 
edema e 
parestesia 
discretos. 
- Fácies 
miastênica 
evidente 
- Mialgia 
- Tempo de 
coagulação (TC) 
= normal ou 
alterado 
10 ampolas SAC 
ou SABC - I.V. 
- Analgésico 
- Hidratação 
GRAVE 
- Nenhuma ou 
edema e 
parestesia 
discretos. 
- Fácies 
miastênica 
evidente 
- Mialgia 
evidente 
- Oliguria ou 
anúria 
- Insuficiência 
respiratória 
- Tempo de 
coagulação (TC) 
= normal ou 
alterado 
- Provas de 
função renal 
20 ampolas SAC 
ou SABC - I.V. 
- Analgésico 
- Hidratação 
- Diurese 
Osmótica 
- ventilação 
artificial (ambu ou 
mecânica) 
MICRURUS 
QUADRO CLÍNICO 
AVALIAÇÃO INICIAL 
MANIFESTAÇÕES 
LOCAIS 
MANIFESTAÇÕES 
SISTÊMICAS 
ALTERAÇÕESLABORATORIAIS 
TRATAMENTO 
ESPECÍFICO 
TRATAMENTO 
COMPLEMENTAR E 
SINTOMÁTICO 
LEVE 
 
_________ 
 
__________ __________ __________ __________ 
MODERADA 
 
__________ 
 
_________ __________ __________ __________ 
GRAVE 
- Nenhuma ou 
dor local e 
parestesia 
discretas 
- Fácies 
miastênica 
- Mialgia 
__________ 10 ampolas SAE - I.V. 
- Neostignina 
- Ventilação 
artificial (ambu ou 
mecãnica) 
ABREVIAÇÕES 
SAB - Soro Antibotrópico SAE - Soro Antielapídico 
SABC - Soro Antibotrópico - Crotálico I.V. - Intravenoso. 
SAC - Soro Anticrotálico T.C. - Tempo de Coagulação. 
 
 
 
 
 
 
89 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
ESCORPIONISMO 
 
Os escorpiões são animais invertebrados. Apresentam o corpo dividido em tronco e 
cauda; quatro pares de patas, um par de ferrões (queliceras), um par de pedipalpos (em 
forma de pinça e que serve para capturar o alimento); um ferrão no final da cauda por 
onde sai o veneno. São também chamados de lacraus, picam com a cauda e variam de 
tamanho entre 6 a 8,5 cm de comprimento 
No mundo todo existe aproximadamente 1.400 espécies de escorpiões até hoje descritas, 
sendo que no Brasil há cerca de 75 espécies amplamente distribuídas pelo país. Esses 
animais podem ser encontrados tanto em áreas urbanas quanto rurais. 
Os escorpiões são carnívoros, alimentando-se principalmente de insetos, como grilos 
baratas e outros, desempenhando papel importante no equilíbrio ecológico. 
Apresentam hábitos noturnos, escondendo-se durante o dia sob cascas de árvores, 
pedras, troncos podres, dormentes de linha de trem, madeiras empilhadas, em entulhos, 
telhas ou tijolos e dentro das residências. Muitas espécies vivem em áreas urbanas, onde 
encontram abrigo dentro e próximo das casas, bem como alimentação farta. Os 
escorpiões podem sobreviver vários meses sem alimento e mesmo sem água, o que torna 
seu combate muito difícil. 
Na área urbana estes animais aparecem em prédios comerciais e residenciais, armazéns, 
lojas, madeireiras, depósitos com empilhamento de caixas e outros. Eles aparecem, 
principalmente, através de instalações elétricas e esgotos. São sensíveis aos inseticidas, 
desde que aplicados diretamente sobre eles. As desinsetizações habituais não os 
eliminam, pois o produto fica no ambiente em que foi aplicado e os escorpiões costumam 
estar escondidos. O fato de respirarem o inseticida ou comer insetos envenenados não os 
mata. São resistentes inclusive à radiação. 
Seu aparecimento ocorre principalmente devido à presença de baratas, portanto a 
eliminação destas em caixas de gordura e canos que conduzem ao esgoto é a principal 
prevenção ao aparecimento dos escorpiões. 
 
 
 
 
 
90 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
Não possuem audição e sentem vibrações do ar e do solo. Enxergam pouco, apesar de 
terem dois olhos grandes e vários pequenos. Seus principais predadores são pássaros, 
lagartixas e alguns mamíferos insetívoros. 
 
Principais Espécies 
Os escorpiões de importância médica no Brasil pertencem ao gênero Tityus, que é o mais 
rico em espécies, representando cerca de 60% da fauna escorpiônica neotropical. As 
principais espécies são: Tityus serrulatus, responsável por acidentes de maior gravidade, 
Tityus bahiensis e Tityus stigmurus. O Tityus cambridgei (escorpião preto) é a espécie 
mais freqüente na Amazônia Ocidental (Pará e Marajó), embora quase não haja registro 
de acidentes. As diversas espécies do gênero Tityus apresentam um tamanho de cerca 
de 6 a 7cm, sendo o Tityus cambridgei um pouco maior. 
Tityus serrulatus 
Também chamado escorpião amarelo, podendo 
atingir até 7cm de comprimento. Apresenta o 
tronco escuro, patas, pedipalpos e cauda amarela 
sendo esta serrilhada no lado dorsal. Considerado 
o mais venenoso da América do Sul, é o escorpião 
causador de acidentes graves, principalmente no 
Estado de Minas Gerais. Distribuição geográfica: 
Minas Gerais, Bahia, Espírito Santo, Rio de 
Janeiro e São Paulo. Foto: Tityus serrulatus . Fonte: Manual de Diagnóstico e Tratamento de 
Acidentes por Animais Peçonhentos - 1998 Fundação Nacional de Saúde - Ministério da Saúde 
 Tityus bahiensis 
Apresenta colorido geral marrom-escuro, às vezes marrom-
avermelhado, pernas amareladas com manchas escuras. 
Fêmures e tíbias dos pedipalpos com mancha escura. A mão 
do macho é bem dilatada. É o escorpião que causa os 
 
 
 
 
 
91 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
acidentes mais freqüentes no Estado de São Paulo. Distribuição geográfica: Bahia até 
Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. Foto: Tityus bahiensis. Fonte: Manual de Diagnóstico e 
Tratamento de Acidentes por Animais Peçonhentos - 1998 Fundação Nacional de Saúde - Ministério da 
Saúde 
 
Tityus stigmurus 
Apresenta colorido geral amarelo-claro com um 
triângulo negro na cabeça e uma faixa longitudinal 
mediana e manchas laterais no tronco. Distribuição 
geográfica: Nordeste do Brasil. Foto: Tityus stigmurus. 
Fonte: Manual de Diagnóstico e Tratamento de Acidentes por 
Animais Peçonhentos - 1998 Fundação Nacional de Saúde - 
Ministério da Saúde. 
 
Tityus cambridgei 
Apresenta colorido geral castanho-avermelhado, com 
pontos de cor clara. O macho apresenta uma cauda mais 
longa que a fêmea. Distribuição geográfica: Região 
Amazônica. Foto: Tityus cambridgei. Fonte: Manual de Diagnóstico e 
Tratamento de Acidentes por Animais Peçonhentos - 1998 Fundação 
Nacional de Saúde - Ministério da Saúde. 
Tityus trivittatus 
Apresenta colorido amarelo-escuro, com três faixas longitudinais quase negras, podendo 
haver pequenas variações na cor. Atinge cerca de 7cm de tamanho. Distribuição 
geográfica: Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Minas 
Gerais e Rio de Janeiro. 
 
 
 
 
 
92 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
 
ARANEÍSMO 
As aranhas são animais carnívoros, alimentando-se principalmente de insetos, 
como grilos e baratas. Muitas têm hábitos domiciliares e peridomiciliares. Apresentam o 
corpo dividido em cefalotórax e abdome. No cefalotórax articulam-se os quatro pares de 
patas, um par de pedipalpos e um par de quelíceras. Nas quelíceras estão os ferrões 
utilizados para inoculação do veneno. 
Aranhas Peçonhentas 
No Brasil existem três gêneros de aranhas de importância médica: Phoneutria, 
Loxosceles e Latrodectus. Além dos acidentes causados por Lycosa (aranha-de-grama), 
bastante freqüentes e pelas caranguejeiras, muito temidas. 
Aspectos Clínicos 
São três gêneros de importância médica no Brasil: Phoneutria, Loxosceles e Latrodectus, 
responsáveis por quadros clínicos distintos. 
Foneutrismo: os acidentes causados pela Phoneutria sp representam a forma de 
araneísmo mais comumente observada no país. Apresentam dor local intensa, 
freqüentemente imediata, edema discreto, eritema e sudorese local. 
Loxoscelismo: são descritas duas variedades clínicas: 
Forma Cutânea: é a mais comum, caracterizando-se pelo aparecimento de lesão 
inflamatória no ponto da picada, que evolui para necrose e ulceração. 
Forma Cutâneo-Visceral: além de lesão cutânea, os pacientes evoluem com anemia, 
icterícia cutâneo-mucosa, hemoglobinúria. A insuficiência renal aguda é a complicação 
mais temida. O tratamentosoroterápico está indicado nas duas formas clínicas do 
acidente por Loxosceles. Dependendo da evolução, outras medidas terapêuticas deverão 
ser tomadas. 
Latrodectismo: quadro clínico caracterizado por dor local intensa, eventualmente 
irradiado. Alterações sistêmicas como sudorese, contraturas musculares, hipertensão 
arterial e choque são registrados. 
 
 
 
 
 
93 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
Soros 
O Soro Antiaracnídico é utilizado nos acidentes causados por aranhas dos gêneros 
Loxosceles e Phoneutria. 
O Soro Antiloxocélico é utilizado nos acidentes causados por aranhas do gênero 
Loxosceles. 
O Soro Antilatrodetico (importado da Argentina) é utilizado nos acidentes causados por 
aranhas do gênero Latrodectus. 
 
Epidemiologia 
 
São notificados anualmente cerca de 5.000 acidentes com aranhas no país. A 
predominância destas notificações são nas regiões Sul e Sudeste, dificultando uma 
análise mais abrangente do acidente em todo o país. Em face das informações 
disponíveis pode-se considerar: 
Os acidentes por Phoneutria aumentam significativamente no início da estação fria 
(abril/maio), enquanto os casos de loxoscelismo sofrem incremento nos meses quentes 
do ano (outubro/março). Isso pode estar relacionado ao fato de que no Sul e Sudeste, as 
estações do ano são melhor definidas quando comparadas às demais regiões do país. 
As maiorias dos acidentes por Phoneutria foram notificados pelo estado de São Paulo. 
Com respeito aos acidentes por Loxosceles, os registros provêm das regiões Sudeste e 
Sul, particularmente no estado do Paraná, onde se concentra a maior casuística de 
Loxoscelismo do país. A partir da década de 80, começaram a serem relatados acidentes 
por viúva-negra (Latrodectus) na Bahia e, mais recentemente, no Ceará. 
 
Phoneutria 
São as chamadas armadeiras, devido ao fato de 
quando ameaçadas, tomarem a postura de se “armar”, 
levantando as patas dianteiras e eriçando os espinhos. É 
extremamente agressiva. Habitam sob troncos, 
 
 
 
 
 
94 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
normalmente folhagens densas, como bananeiras, montes de lenha ou materiais de 
construção empilhados e, eventualmente, aparecem dentro das residências, 
principalmente em roupas e dentro de calçados. Foto: Aranha armadeira. Fonte: Livro Plantas 
Venenosas e Animais Peçonhentos - Samuel Schvarstsman - São Paulo - Sarvier – 1992 
O animal adulto mede 3 cm de corpo e até 15 cm de envergadura de pernas. Não 
fazem teia e têm coloração marrom-escura com manchas claras formando pares no dorso 
do abdome. Após a picada, ocorre dor intensa e imediata no local e, em casos mais 
graves, suor e vômitos. 
Principais Espécies 
Phoneutria nigriventer (aranha armadeira): responsável pela maioria dos acidentes por 
aranhas na cidade de São Paulo. 
Phoneutria fera: é encontrada na região Amazônica, mas os dados sobre acidentes são 
muito precários. 
Phoneutria keyserling: amplamente distribuídas nas regiões Sul e Sudeste, com pequeno 
número de acidentes registrados. 
 
Foto: Phoneutria nigriventer. Fonte: Manual de Diagnóstico e Tratamento 
de Acidentes por Animais Peçonhentos - 1998 Fundação Nacional de 
Saúde - Ministério da Saúde 
Loxosceles 
Conhecida como aranha marrom, é 
encontrada com facilidade nas residências, atrás de 
quadros, armários, no meio de livros, caixas de 
papelão e outros objetos pouco remexidos. No 
 
 
 
 
 
95 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
ambiente externo podem proliferar-se em telhas ou materiais de construção empilhados, 
folhas secas, em casca de árvores, paredes de galinheiros, muros velhos e outros. São 
animais pequenos, atingindo 4 cm de diâmetro quando adultas, com coloração que varia 
de marrom-claro a marrom-escuro, possuem abdome em forma de caroço de azeitona e 
pernas longas e finas. Não são agressivas. Foto: Loxosceles. Fonte: Folder "Essas aranhas podem 
provocar graves acidentes" - Setor de Toxicologia - Divisão de Doenças Crônico-Degenerativas e 
Ocupacional - Centro de Epidemiologia do Paraná - Secretaria de Saúde do Paraná 
Gostam de lugares escuros, quentes e secos. Constroem teias irregulares com 
aparência de algodão esfiapado e se alimentam de pequenos animais (formigas, 
tatuzinho, pulgas, traças, cupins, etc.). Produzem dor pouco intensa no momento da 
picada, mas entre 12 a 24 horas após, ocorrem no local da picada, bolhas e 
escurecimento da pele (necrose). Também pode ocorrer escurecimento da urina, febre, 
vermelhidão e coceira na pele. 
Principais Espécies 
Loxosceles amazonica: relato de acidente no Ceará. 
Loxosceles gaucho (aranha marrom): causa mais freqüente de acidentes em São Paulo. 
Loxosceles intermedia: principal espécie causadora de acidentes no Paraná e Santa 
Catarina. 
Loxosceles laeta: encontrada na região Sul, possivelmente causa de acidentes. 
As Loxosceles saem em busca de alimento à noite, e é nessa oportunidade que podem se 
ocultar em vestimentas, toalhas e roupas de cama. 
 
Os acidentes acontecem quando a pessoa ao se vestir, ou mesmo durante o sono, 
comprime o animal contra a pele. 
A picada nem sempre é percebida pela pessoa, por ser pouco dolorosa. A dor pode ter 
início em várias horas após. 
As alterações locais mais comuns são: dor, vermelhidão, mancha rocha, inchaço, bolhas, 
coceira e enduração. Tardiamente podem ocorrer várias outras graves alterações. 
 
 
 
 
 
 
96 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
Latrodectus 
O gênero Latrodectus (“viúva negra”) – cuja espécie mais 
comum no Brasil é a Latrodectus curacaviensis -, ao 
contrário do que se verifica em outros países, é agente 
raro de acidente em nosso país. Foto: Latrodectus 
curacaviensis. Fonte: Manual de Diagnóstico e Tratamento de 
Acidentes por Animais Peçonhentos - 1998 Fundação Nacional de 
Saúde - Ministério da Saúde. 
 
 
Lycosa 
As aranhas do gênero Lycosa, chamadas de aranhas de jardins, são comumente 
encontradas nas residências; também causam 
acidentes leves, sem necessidade de tratamento 
específico. Apresentam cor marrom acinzentado, 
apresentando um desenho em forma de seta no 
abdome. O animal adulto mede entre 2 a 3 cm de 
corpo e 5 a 6 cm de envergadura de pernas. Habita 
campos e gramados e não é agressiva. No local da 
picada pode ocorrer leve descamação da pele. Foto: 
Lycosa erythrognatha. Fonte: Manual de Diagnóstico e Tratamento de Acidentes por Animais Peçonhentos - 
1998 Fundação Nacional de Saúde - Ministério da Saúde. 
 Caranguejeiras 
As aranhas caranguejeiras, apesar de seu aspecto 
assustador (podendo chegar a medir 20 cm de diâmetro), 
causam acidentes leves. A picada pode ser muito 
dolorosa, porém seu veneno é pouco ativo para os seres 
humanos, somente seus pêlos podem causar irritação em 
algumas pessoas. Foto: Mygalomorphae. Fonte: Manual de 
 
 
 
 
 
97 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
Diagnóstico e Tratamento de Acidentes por Animais Peçonhentos - 1998 Fundação Nacional de Saúde - 
Ministério da Saúde. 
 Características: cor marrom escuro, coberta de pêlos, pode atingir até 25 cm de 
comprimento com as patas estendidas.Sintomas: Dificilmente pica. O que ocorre com 
maior freqüência é uma dermatite pela ação irritante dos pêlos do seu abdome, que se 
desprendem quando o animal se sente ameaçado. 
OUTROS ANIMAIS PEÇONHENTOS 
LACRAIAS 
As "lacraias", também conhecidas como "centopéias", são animais caçadores 
noturnos muito rápidos e têm o corpo adaptado para penetrar em frestas, onde se 
escondem durante o dia. Podem medir até 23 cm e se alimentam de insetos, lagartixas, 
camundongos e até filhotes de pássaros. Têm o corpo formado por 21 segmentos, cada 
um com um par de patas pontiagudas. Em sua cabeça situam-se duas antenas e olhos. 
Embaixo dela ficam os ferrões venenosos que funcionam como pinças. O último par de 
patas não serve para a locomoção, e sim como órgão sensorial e de captura de 
alimentos. Quando esse órgão presente ou toca em uma presa, a segura com força e 
todo o corpo da lacraia se dobra para trás. Aí, então, ela injeta o veneno que paralisará ou 
matará a presa, que depois será ingerida aos pedaços. 
O veneno das lacraias é muito pouco tóxico para o homem. Embora existam muitas 
lendas a respeito desse animal, não há, no Brasil, relatos comprovados de morte nem de 
envenenamentos graves em acidentes com lacrais. Os sintomas são dor forte e inchaço 
(edema) no local da picada. Em acidentes com lacraias grandes também podem ocorrer 
febre, calafrios, tremores e suores, além de uma pequena ferida. As lacrais gostam muito 
de umidade. Como perambulam muito, é comum penetrarem nas casas, onde causam 
muitos acidentes, que podem ser evitados tomando-se as seguintes precauções: 
• limpar os ralos semanalmente com creolina e água quente, e mantê-los fechados 
quando não em uso; 
• limpar e manter fechadas as caixas de gordura e os esgotos; 
 
 
 
 
 
98 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
• os jardins devem ser limpos, a grama aparada e as plantas ornamentais e 
trepadeiras devem ser afastadas das casas e podadas para que os galhos não 
toquem o chão; 
• porões, garagens e quintais não devem servir de depósito para objetos fora de 
uso que possam servir de esconderijo para as lacraias; 
• os muros e calçamentos devem ser cuidados para que não apresentem frestas 
onde a umidade se acumule e os animais possam se esconder. 
Tomando-se esses cuidados, a ocorrência de lacraias diminui muito. Mas, em caso de 
acidente, evite beber álcool, querosene, cachaça, etc., pois isso só lhe causaria 
intoxicação. Mantenha o local da picada o mais limpo possível. Embora o veneno das 
lacraias não seja muito perigoso para o ser humano, é bom procurar orientação médica. 
 
Tratamento 
Não existe antídoto. Devem-se aplicar compressas quentes no local. Pode-se fazer 
uso de analgésicos e anestésicos sem adrenalina no local. 
ABELHAS 
As abelhas de origem alemã (Apis mellifera mellifera) foram introduzidas no Brasil 
em 1839. Posteriormente, em 1870, foram trazidas as abelhas italianas (Apis mellifera 
ligustica). Essas duas subespécies foram levadas principalmente ao sul do Brasil. Já em 
1956, foram introduzidas as abelhas africanas (Apis mellifera scutellata), identificadas 
anteriormente como Apis mellifera adansonii. As abelhas africanas e seus híbridos com as 
abelhas européias são responsáveis pela formação das chamadas abelhas africanizadas 
que, hoje, dominam toda a América do Sul, a América Central e parte da América do 
Norte. O deslocamento destas abelhas foi mais rápido no Nordeste do Brasil, 
aproximadamente 500 Km/ano, onde o clima é tropical seco; de 200 a 250Km/ano em 
clima úmido, tais como florestas tropicais da Bacia Amazônica e Guianas; e, em direção 
ao Paraguai e Bolívia foi de aproximadamente 150 Km/ano e tornou-se zero após os 
paralelos 33 e 34, entre as províncias de Entre Rios, Santa Fé, Córdoba e São Luiz, na 
Argentina. 
 
 
 
 
 
99 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
O veneno da Apis mellifera é uma mistura complexa de substâncias químicas com 
atividades tóxicas como: enzimas hialuronidases e fosfolipases, peptídeos ativos como 
melitina e a apamina, aminas como histamina e serotonina entre outras. A fosfolipase A2, 
o principal alérgeno, e a melitina representam aproximadamente 75% dos constituintes 
químicos do veneno. São agentes bloqueadores neuromusculares. Podendo provocar 
paralisia respiratória, possuem poderosa ação destrutiva sobre membranas biológicas, 
como, por exemplo, sobre as hemácias, produzindo hemólise. A apamina representa 
cerca de 2% do veneno total e se comporta como neurotoxina de ação motora. O 
cardiopeptídeo, não tóxico, tem ação semelhante às drogas adrenérgicas e demonstra 
propriedades antiarrítmicas.O peptídeo MCD, fator degranulador de mastócidos, é um dos 
responsáveis pela liberação de histamina e serotonina no organismo dos animais picados. 
As reações desencadeadas pela picada de abelhas são variáveis de acordo com o 
local e o número de ferroadas, as características e o passado alérgico do indivíduo 
atingido. As manifestações clínicas podem ser: alérgicas (mesmo com uma só picada) e 
tóxicas (múltiplas picadas). 
Manifestações 
1. Locais 
Habitualmente, após uma ferroada, há dores agudas local, que tende a desaparecer 
espontaneamente em poucos minutos, deixando vermelhidão, prurido e edema por várias 
horas ou dias. A intensidade desta reação inicial causada por uma ou múltiplas picadas 
deve alertar para um possível estado de sensibilidade e exacerbação de resposta às 
picadas subseqüentes. 
2. Regionais 
São de início lento. Além do eritema e prurido, o edema flogístico evolui para enduração 
local que aumenta de tamanho nas primeiras 24-48 horas, diminuindo gradativamente nos 
dias subseqüentes. Podem ser tão exuberantes a ponto de limitarem a mobilidade do 
membro. Menos de 10% dos indivíduos que experimentaram grandes reações localizadas 
apresentarão a seguir reações sistêmicas. 
3. Sistêmicas 
 
 
 
 
 
100 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
Apresentam-se como manifestações clássicas de anafilaxia, com sintomas de início 
rápido, 2 a 3 minutos após a picada. Além das reações locais, podem estar presentes 
sintomas gerais como cefaléia, vertigens e calafrios, agitação psicomotora, sensação de 
opressão torácica e outros sintomas e sinais. 
a) Tegumentares: prurido generalizado, eritema, urticária e angioedema. 
b) Respiratórias: rinite, edema de laringe e árvore respiratória, trazendo como 
conseqüência dispnéia, rouquidão, estridor e respiração asmatiforme. Pode haver bronco-
espasmo. 
c) Digestivas: prurido no palato ou na faringe, edema no local dos lábios, língua, úvula e 
epiglote, disfagia, náuseas, cólicas abdominais ou pélvicas, vômitos e diarréia. 
d) Cardiocirculatórias: a hipotensão é o sinal maior, manifestando-se por tontura ou 
insuficiência postural até colapso vascular total. Podem ocorrer palpitações e arritmias 
cardíacas e, quando há lesões preexistentes (arteriosclrerose), infartos isquêmicos no 
coração ou cérebro. 
4. Reações Alérgicas Tardias 
Há relatos de raros casos de reações alérgicas que ocorrem vários dias após a(s) 
picada(s) e se manifestaram pela presença de artralgias, febre e encefalite, quadro 
semelhante à doença do soro. 
5. Tóxicas 
Nos acidentes provocados por ataque múltiplo de abelhas (enxame) desenvolve-se um 
quadro tóxico generalizado denominado de síndrome de envenenamento, por causa de 
quantidade deveneno inoculada. Além das manifestações já descritas, há dados 
indicativos de hemólise intravascular e rabdomiólise. Alterações neurológicas como torpor 
e coma, hipotensão arterial, oligúria/anúria e insuficiência renal aguda podem ocorrer. 
As reações de hipersensibilidade podem ser desencadeadas por uma única picada 
e levar o acidentado à morte, em virtude de edema de glote ou choque anafilático. 
Na síndrome de envenenamento, descrita em pacientes que geralmente sofreram mais de 
500 picadas, distúrbios graves hidroeletrolíticos e do equilíbrio ácido-básico, anemia 
aguda pela hemólise, depressão respiratória e insuficiência renal aguda são as 
complicações mais freqüentemente relatadas. 
 
 
 
 
 
 
101 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
Remoção dos ferrões 
 
Nos acidentes causados por enxame, a retirada dos ferrões da pele deverá ser 
feita por raspagem com lâminas e não pelo pinçamento de cada um deles, pois a 
compressão poderá espremer a glândula ligada ao ferrão e inocular no paciente o veneno 
ainda existente. 
FORMIGAS 
Formigas são insetos sociais pertencentes à ordem Hymenoptera, superfamília 
Formicoidea. Sua estrutura social é complexa, compreendendo inúmeras operárias e 
guerreiras (formas não capazes de reprodução) e rainhas e machos alados que 
determinarão o aparecimento de novas colônias. Algumas espécies são portadoras de um 
aguilhão abdominal ligado a glândulas de veneno. A picada pode ser muito dolorosa e 
pode provocar complicações tais como anafilaxia, necrose e infecção secundária. A 
subfamília Ponerinae inclui a Paraponera clavata, a formiga tocandira, cabo-verde ou 
formiga vinte-e-quatro-horas de cor negra, capaz de atingir 3 cm de comprimento e 
encontrada nas Regiões Norte e Centro-Oeste. Sua picada é extremamente dolorosa e 
pode provocar edema e eritema no local, ocasionalmente acompanhada de fenômenos 
sistêmicos (calafrios, sudorese, taquicardia). As formigas de correição, gênero Eciton 
(subfamília Dorilinae), ocorrem na selva amazônica, são carnívoras e se locomovem em 
grande número, predando pequenos seres vivos. Sua picada é pouco dolorosa. De 
interesse médico são as formigas da subfamília Myrmicinae, como as formigas-de-fogo ou 
lava-pés (gênero Solenopsis) e as formigas saúvas (gênero Atta). 
As formigas-de-fogo tornam-se agressivas e atacam em grande número se o 
formigueiro for perturbado. A ferroada é extremamente dolorosa e uma formiga é capaz 
de ferroar 10-12 vezes, fixando suas mandíbulas na pele e ferroando repetidamente em 
torno desse eixo, o que leva a uma pequena lesão dupla no centro de várias lesões 
pustulosas. As espécies mais comuns são a Solenopsis invicta, a formiga lava-pés 
vermelho, originário das Regiões Centro-Oeste e Sudeste (particularmente o Pantanal 
Mato-Grossense) e a Solenopsis richteri, a formiga lava-pés preta, originária do Rio 
 
 
 
 
 
102 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
Grande do Sul, Argentina e Uruguai. A primeira é responsável pelo quadro pustuloso 
clássico do acidente. O formigueiro do gênero têm características próprias: tem inúmeras 
aberturas e a grama próxima não é atacada, podendo haver folhas de permeio à terra da 
colônia. As saúvas, comuns em todo o Brasil, podem produzir cortes na pele humana com 
as potentes mandíbulas. 
O veneno da formiga lava-pés (gênero Solenopsis) é produzido em uma glândula 
conectada ao ferrão e cerca de 90% é constituído de alcalóides oleosos, onde a fração 
mais importante é a Solenopsin A, de efeito citotóxico. Menos de 10% têm constituição 
protéica, com pouco efeito local, mas capaz de provocar reações alérgicas em 
determinados indivíduos. A morte celular provocada pelo veneno promove diapedese de 
neutrófilos no ponto da ferroada. 
Imediatamente após a picada, forma-se uma pápula urticariforme de 0,5 a 1,0 cm 
no local. A dor é importante, mas, com o passar das horas, esta cede e o local pode se 
tornar pruriginoso. Cerca de 24 horas após, a pápula dá lugar a uma pústula estéril, que é 
reabsorvida em 7 a 10 dias. Acidentes múltiplos são comuns em crianças, alcoólatras e 
incapacitados. Pode haver infecção secundária das lesões, causada pelo rompimento da 
pústula pelo ato de coçar. Processos alérgicos em diferentes graus podem ocorrer, sendo 
inclusive causa de óbito. O paciente atópico é mais sensível. 
Infecção secundária é mais comum, podendo ocorrer abscessos, celulites, erisipela. O 
diagnóstico é basicamente clínico. 
 
Tratamento 
 
O tratamento do acidente por Solenopsis sp (lava-pés) deve ser feito pelo uso 
imediato de compressas fria locais, seguida da aplicação de corticóides tópicos. 
A analgesia pode ser feita com paracetamol e há sempre a indicação do uso de anti-
histamínicos por via oral. Acidentes maciços ou complicações alérgicas têm indicação do 
uso de prednisona, 30 mg, por via oral, diminuindo-se 5 mg a cada três dias, após a 
melhora das lesões. Anafilaxia ou reações respiratórias do tipo asmático são emergências 
que devem ser tratadas prontamente. 
 
 
 
 
 
103 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
PLANTAS TÓXICAS 
 
COPO DE LEITE 
Família: Araceae. 
Nome científico: Zantedeschia aethiopica Spreng. 
Nome popular: copo-de-leite 
Parte tóxica: todas as partes da planta 
Princípio Ativo: Oxalato de Cálcio 
Quadro Clínico: Irritante mecânico por ingestão e contato (ráfides). 
Dor em queimação, eritema e edema (inchaço) de lábios, língua, palato e faringe. 
Sialorréia, disfagia, asfixia. 
Cólicas abdominais, náuseas, vômitos e diarréia. 
Contato ocular: irritação intensa com congestão, edema, fotofobia. Lacrimejamento. 
Tratamento: Evitar lavagem gástrica ou êmese. 
Tratamento sintomático: Demulcentes (leite, clara de ovo, azeite de oliva, 
bochechos com hidróxido de alumínio); 
Analgésicos e antiespasmódicos.Anti-histamínicos. Corticóides em casos graves. 
Contato ocular: Lavagem demorada com água corrente, colírio anti-
sépticos.Oftalmologista. 
 
COMIGO-NINGUÉM-PODE 
 
Família: Araceae. 
Nome científico: Dieffenbachia picta Schott. 
Nome popular: aninga-do-Pará. 
Parte tóxica: todas as partes da planta. 
 
 
 
 
 
104 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
Princípio Ativo: Oxalato de Cálcio 
 
 
Quadro Clínico: Irritante mecânico por ingestão e contato (ráfides). 
Dor em queimação, eritema e edema (inchaço) de lábios, língua, palato e faringe. 
Sialorréia, disfagia, asfixia. 
Cólicas abdominais, náuseas, vômitos e diarréia. 
Contato ocular: irritação intensa com congestão, edema, fotofobia. Lacrimejamento. 
Tratamento: Evitar lavagem gástrica ou êmese. 
Tratamento sintomático: Demulcentes (leite, clara de ovo, azeite de oliva, 
bochechos com hidróxido de alumínio); 
Analgésicos e antiespasmódicos.Anti-histamínicos. Corticóides em casos graves. 
Contato ocular: Lavagem demorada com água corrente, colírios antissépticos. 
Oftalmologista. 
 
TINHORÃO 
 
Família: Araceae 
Nome científico: Caladium bicolor Vent. 
Nome popular: tajá, taiá, caládio. 
Parte tóxica: todas as partes da planta. 
Princípio Ativo: Oxalato de Cálcio 
Quadro Clínico: Irritante mecânico por ingestão e contato (ráfides). 
Dor em queimação, eritema e edema (inchaço) de lábios, língua, palato e faringe. 
Sialorréia, disfagia, asfixia.Cólicas abdominais, náuseas, vômitos e diarréia. 
Contato ocular: irritação intensa com congestão, edema, fotofobia. Lacrimejamento. 
Tratamento: Evitar lavagem gástrica ou êmese. 
Tratamento sintomático: Demulcentes (leite, clara de ovo, azeite de oliva, 
 
 
 
 
 
105 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
bochechos com hidróxido de alumínio), 
Analgésicos e antiespasmódicos.Anti-histamínicos. Corticóides em casos graves. 
Contato ocular: Lavagem demorada com água corrente, colírios antissépticos. 
Oftalmologista. 
 
TAIOBA-BRAVA 
 
Família: Araceae. 
Nome científico: Colocasia antiquorum Schott. 
Nome popular: cocó, taió, tajá. 
Parte tóxica: todas as partes da planta. 
Princípio Ativo: Oxalato de Cálcio 
 
Quadro Clínico: Irritante mecânico por ingestão e contato (ráfides). 
Dor em queimação, eritema e edema (inchaço) de lábios, língua, palato e faringe. 
Sialorréia, disfagia, asfixia. 
Cólicas abdominais, náuseas, vômitos e diarréia. 
Contato ocular: irritação intensa com congestão, edema, fotofobia. Lacrimejamento. 
Tratamento: Evitar lavagem gástrica ou êmese. 
Tratamento sintomático: Demulcentes (leite, clara de ovo, azeite de oliva, 
bochechos com hidróxido de alumínio), 
Analgésicos e antiespasmódicos.Anti-histamínicos. Corticóides em casos graves. 
Contato ocular: Lavagem demorada com água corrente, colírios antissépticos. 
Oftalmologista. 
BANANA DE MACACO 
Família: Annonaceae 
Nome científico: Rollinia leptopetala R.E.Fr. 
Nome popular: Araticum, Ata-brava, Banana-de-macaco, Bananinha, Bananinha-de-
 
 
 
 
 
106 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
macaco, Bananinha-de-quemquem, Fruta-de-macaco, Pereiro 
Parte tóxica : todas as partes da planta. 
Princípio Ativo: Oxalato de Cálcio 
 
Quadro Clínico: Irritante mecânico por ingestão e contato (ráfides). 
Dor em queimação, eritema e edema (inchaço) de lábios, língua, palato e faringe. 
Sialorréia, disfagia, asfixia. 
Cólicas abdominais, náuseas, vômitos e diarréia. 
Contato ocular: irritação intensa com congestão, edema, fotofobia. Lacrimejamento. 
Tratamento: Evitar lavagem gástrica ou êmese. 
Tratamento sintomático: Demulcentes (leite, clara de ovo, azeite de oliva, 
bochechos com hidróxido de alumínio), 
Analgésicos e antiespasmódicos.Anti-histamínicos. Corticóides em casos graves. 
Contato ocular: Lavagem demorada com água corrente, colírios antissépticos. 
Oftalmologista. 
 
COROA-DE-CRISTO 
 
Família: Euphorbiaceae. 
Nome científico: Euphorbia milii L. 
Nome popular: coroa-de-cristo. 
 
Parte tóxica: todas as partes da planta. 
Princípio ativo: Látex Irritante 
Quadro Clínico: Irritação de pele e mucosas com hiperemia ou vesículas e bolhas; 
pústulas, prurido, dor em queimação. 
Ingestão: lesão irritativa, sialorréia, disfagia, edema de lábios e língua, dor em queimação, 
náuseas, vômitos. 
Contato ocular: Conjuntivite (processos inflamatórios), lesões de córnea. 
 
 
 
 
 
107 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
Tratamento: Lesões de pele: cuidados higiênicos, lavagem com permanganato de 
potássio 1:10.000, pomadas decorticóides, anti-histamínicos VO 
.Ingestão: Evitar esvaziamento gástrico.Analgésicos e antiespasmódicos. Protetores de 
mucosa (leite, óleo de oliva). 
Casos graves: corticóides.Contato ocular: lavagem com água corrente, colírios 
antissépticos, avaliação oftalmológica. 
 
BICO-DE-PAPAGAIO 
 
Família: Euphorbiaceae. 
Nome científico: Euphorbia pulcherrima Willd. 
Nome popular: rabo-de-arara, papagaio. 
Parte tóxica: todas as partes da planta. 
Princípio ativo: Látex Irritante 
Quadro Clínico: Irritação de pele e mucosas com hiperemia ou vesículas e bolhas; 
pústulas, prurido, dor em queimação. 
Ingestão: lesão irritativa, sialorréia, disfagia, edema de lábios e língua, dor em queimação, 
náuseas, vômitos. 
Contato ocular: Conjuntivite (processos inflamatórios), lesões de córnea. 
Tratamento: Lesões de pele: cuidados higiênicos, lavagem com permanganato de 
potássio 1:10.000, pomadas decorticóides, anti-histamínicos VO 
.Ingestão: Evitar esvaziamento gástrico.Analgésicos e antiespasmódicos. Protetores de 
mucosa (leite, óleo de oliva). 
Casos graves: corticóides.Contato ocular: lavagem com água corrente, colírios 
antissépticos, avaliação oftalmológica. 
 
 
 
 
 
 
108 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
AVELÓS 
 
Família: Euphorbiaceae. 
Nome científico: Euphorbia tirucalli L. 
Nome popular: graveto-do-cão, figueira-do-diabo, dedo-do-diabo, 
pau-pelado, árvore de São Sebastião. 
Parte tóxica: todas as partes da planta. 
Princípio ativo: Látex Irritante 
Quadro Clínico: Irritação de pele e mucosas com hiperemia ou vesículas e bolhas; 
pústulas, prurido, dor em queimação. 
Ingestão: lesão irritativa, sialorréia, disfagia, edema de lábios e língua, dor em queimação, 
náuseas, vômitos. 
Contato ocular: Conjuntivite (processos inflamatórios), lesões de córnea. 
Tratamento: Lesões de pele: cuidados higiênicos, lavagem com permanganato de 
potássio 1:10.000, pomadas decorticóides, anti-histamínicos VO 
.Ingestão: Evitar esvaziamento gástrico.Analgésicos e antiespasmódicos. Protetores de 
mucosa (leite, óleo de oliva). 
Casos graves: corticóides.Contato ocular: lavagem com água corrente, colírios anti-
sépticos, avaliação oftalmológica. 
 
PINHÃO-ROXO 
 
Família: Euphorbiaceae. 
Nome científico: Jatropha curcas L. 
Nome popular: pinhão-de-purga, pinhão-paraguaio, 
pinhão-bravo, pinhão, pião, pião-roxo, mamoninho, purgante-de-cavalo. 
Parte tóxica: folhas e frutos. 
Princípio Ativo: Toxalbumina (curcina) 
 
 
 
 
 
109 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
Quadro Clínico: 
Ingesta: ação irritativa do trato gastrointestinal, dor abdominal, náuseas, vômitos, cólicas 
intensas, diarréia às vezes sanguinolentas.Hipotensão, dispnéia, arritmia, parada 
cardíaca. Evolução para desidratação grave, choque, distúrbios hidroeletrolíticos, torpor, 
hiporreflexia, coma. Pode ocorrer insuficiência renal. 
Contato: látex, pelos e espinhos: irritante de pele e mucosas. 
Tratamento: Antiespasmódicos, antieméticos, eventualmente antidiarréicos. Correção 
precoce dos distúrbios hidroeletrolíticos 
Lesões de pele: soluções anti-sépticas, analgésicos, anti-histamínicos. Casos graves: 
corticóides. 
 
MAMONA 
Família: Euphorbiaceae. 
Nome científico: Ricinus communis L. 
Nome popular: carrapateira, rícino, mamoeira, palma-
de-cristo, carrapato. 
Parte tóxica: sementes. 
Princípio Ativo: Toxalbumina (ricina) 
Quadro Clínico: 
Ingesta: ação irritativa do trato gastrointestinal, dor abdominal, náuseas, vômitos, cólicas 
intensas, diarréia às vezes sanguinolentas.Hipotensão, dispnéia, arritmia, parada 
cardíaca. Evolução para desidratação grave, choque, distúrbios hidroeletrolíticos, torpor, 
hiporreflexia, coma. Pode ocorrer insuficiência renal. 
Contato: látex, pelos e espinhos: irritante de pele e mucosas. 
Tratamento: Antiespasmódicos, antieméticos, eventualmente antidiarréicos. Correção 
precoce dos distúrbios hidroeletrolíticos 
 
 
 
 
 
110 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditosdeste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
Lesões de pele: soluções anti-sépticas, analgésicos, anti-histamínicos. Casos graves: 
corticóides. 
SAIA-BRANCA 
 
Família: Solanaceae. 
Nome científico: Datura suaveolens L. 
Nome popular: trombeta, trombeta-de-anjo, trombeteira, 
cartucheira, zabumba. 
Parte tóxica: todas as partes da planta. 
Princípio ativo: alcalóides beladonados (atropina, escopolamina e 
hioscina). 
Quadro Clínico: Início rápido: náuseas e vômitos. 
Quadro semelhante à intoxicação poratropina: pele quente, seca e avermelhada, rubor 
facial, mucosas secas, taquicardia, midríase, agitação psicomotora, febre, distúrbios de 
comportamento, alucinações e delírios, vasodilatação periférica. 
Nos casos graves: depressão neurológica e coma, distúrbios cardiovasculares, 
respiratórios e óbito. 
Tratamento: Esvaziamento gástrico com lavagem gástrica (em tempo útil) com água, 
permanganato de potássio ou ácido tânico a 4%. 
Tratamento de suporte/sintomático. 
Tratar hipertermia com medidas físicas. Evitar sedativos nos casos mais graves. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
111 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
SAIA ROXA 
Nome científico: Datura metel 
Nome popular: Saia roxa 
Parte tóxica: Semente] 
Princípio Ativo: Alcalóide daturina 
Quadro Clínico: Início rápido: náuseas e vômitos. 
Quadro semelhante à intoxicação poratropina: pele quente, 
seca e avermelhada, rubor facial, mucosas secas, taquicardia, 
midríase, agitação psicomotora, febre, distúrbios de 
comportamento, alucinações e delírios, vasodilatação periférica. 
Nos casos graves: depressão neurológica e coma, distúrbios cardiovasculares, 
respiratórios e óbito. 
Tratamento: Esvaziamento gástrico com lavagem gástrica (em tempo útil) com água, 
permanganato de potássio ou ácido tânico a 4%. 
Tratamento de suporte/sintomático. 
Tratar hipertermia com medidas físicas. Evitar sedativos nos casos mais graves. 
 
ESTRAMÔNIO 
Família: Solanaceae 
Nome científico: Datura stramonium L. 
Nome popular: Zabumba, Mata zombando, 
Figueira do inferno 
Parte tóxica: todas as partes da planta. 
Princípio ativo: Plantas Beladonadas 
Quadro Clínico: Início rápido: náuseas e vômitos. 
Quadro semelhante à intoxicação poratropina: pele quente, seca e avermelhada, rubor 
 
 
 
 
 
112 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
facial, mucosas secas, taquicardia, midríase, agitação psicomotora, febre, distúrbios de 
comportamento, alucinações e delírios, vasodilatação periférica. 
Nos casos graves: depressão neurológica e coma, distúrbios cardiovasculares, 
respiratórios e óbito. 
Tratamento: Esvaziamento gástrico com lavagem gástrica (em tempo útil) com água, 
permanganato de potássio ou ácido tânico a 4%. 
Tratamento de suporte/sintomático. 
Tratar hipertermia com medidas físicas. 
Evitar sedativos nos casos mais graves. 
 
LÍRIO 
Família: Meliaceae 
Nome científico: Melia azedarach L. 
Nome popular: Lilás ou lírio da índia, cinamomo, lírio 
ou lilás da china, lírio ou lilás do Japão, jasmim-de-
caiena, jasmim-de-cachorro, jasmim-de-soldado, 
árvore-santa, loureiro-grego, Santa Bárbara. 
Parte tóxica: frutos e chá das folhas. 
Princípio ativo: saponinas e alcalóides neurotóxicos (azaridina). 
 
Quadro Clínico: Início rápido: náuseas e vômitos. 
Quadro semelhante à intoxicação poratropina: pele quente, seca e avermelhada, rubor 
facial, mucosas secas, taquicardia, midríase, agitação psicomotora, febre, distúrbios de 
comportamento, alucinações e delírios, vasodilatação periférica. 
Nos casos graves: depressão neurológica e coma, distúrbios cardiovasculares, 
respiratórios e óbito. 
Tratamento: Esvaziamento gástrico com lavagem gástrica (em tempo útil) com água, 
permanganato de potássio ou ácido tânico a 4%. 
 
 
 
 
 
113 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
Tratamento de suporte/sintomático. 
Tratar hipertermia com medidas físicas. 
Evitar sedativos nos casos mais graves. 
 
CHAPÉU-DE-NAPOLEÃO 
 
Família: Apocynaceae. 
Nome científico: Thevetia peruviana Schum. 
Nome popular: jorro-jorro, bolsa-de-pastor. 
 
Parte tóxica: todas as partes da planta. 
Princípio Ativo: Glicosídeos Cardiotóxicos 
Quadro Clínico: Quadro semelhante à intoxicação por digitálicos. 
Ingestão:dor/queimação, sialorréia, náuseas, vômitos, cólicas abdominais,diarréia. 
Manifestações neurológicas com cefaléia, tonturas, confusão mental e distúrbios visuais. 
Distúrbios cardiovasculares: arritmias, bradicardia, hipotensão. 
Contato ocular: fotofobia, congestão conjuntival, lacrimejamento. 
Tratamento: Tratamento de suporte, com atenção especial aos distúrbios 
hidroeletrolíticos. 
Antiarrítmicos habituais nos distúrbios de ritmo. 
Antiespasmódicos, antieméticos, protetores de mucosa e adsorventes intestinais. 
Contato ocular: lavagem com água corrente, colírios anti-
sépticos, analgésicos e avaliação oftalmológica. 
OFICIAL DE SALA 
Familia : Asclepiadaceae 
Nome Cientifico: Asclepias curassavica L. 
Nome Popular: Paina-de-sapo, oficial-de-sala, cega-olhos, 
erva-de-paina, margaridinha, imbira-de-sapo, erva de rato 
 
 
 
 
 
114 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
falsa 
Parte tóxica: todas as partes da planta. 
Princípio Ativo: Glicosídeos Cardiotóxicos 
Quadro Clínico: Quadro semelhante à intoxicação por digitálicos. 
Ingestão: dor/queimação, sialorréia, náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarréia. 
Manifestações neurológicas com cefaléia, tonturas, confusão mental e distúrbios visuais. 
Distúrbios cardiovasculares: arritmias, bradicardia, hipotensão. 
Contato ocular: fotofobia, congestão conjuntival, lacrimejamento. 
Tratamento: Tratamento de suporte, com atenção especial aos distúrbios 
hidroeletrolíticos. 
Antiarrítmicos habituais nos distúrbios de ritmo. 
Antiespasmódicos, antieméticos, protetores de mucosa e adsorventes intestinais. 
Contato ocular: lavagem com água corrente, colírios anti-sépticos, analgésicos e 
avaliação oftalmológica. 
 
ESPIRRADEIRA 
 
Família: Apocynaceae. 
Nome científico: Nerium oleander L. 
Nome popular: oleandro, louro rosa. 
Parte tóxica: todas as partes da planta. 
Princípio Ativo: Glicosídeos Cardiotóxicos 
Quadro Clínico: Quadro semelhante à intoxicação por digitálicos. 
Ingestão: dor/queimação, sialorréia, náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarréia. 
Manifestações neurológicas com cefaléia, tonturas, confusão mental e distúrbios visuais. 
Distúrbios cardiovasculares: arritmias, bradicardia, hipotensão. 
Contato ocular: fotofobia, congestão conjuntival, lacrimejamento. 
 
 
 
 
 
115 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
Tratamento: Tratamento de suporte, com atenção especial aos distúrbios 
hidroeletrolíticos. 
Antiarrítmicos habituais nos distúrbios de ritmo. 
Antiespasmódicos, antieméticos, protetores de mucosa e adsorventes intestinais. 
Contato ocular: lavagem com água corrente, colírios anti-sépticos, analgésicos e 
avaliação oftalmológica. 
DEDALEIRA 
Família: Scrophulariaceae 
Nome científico: Digitalis purpúrea L. 
Nome popular: Dedaleira, digital 
Parte tóxica: Folha e Flor 
Princípio Ativo: Glicosídeos Cardiotóxicos 
Quadro Clínico:Quadro semelhante à intoxicação por digitálicos. 
Ingestão: dor/queimação, sialorréia, náuseas, vômitos, cólicas 
abdominais, diarréia. 
Manifestações neurológicas com cefaléia, tonturas, confusão mental 
e distúrbios visuais. 
Distúrbios cardiovasculares: arritmias, bradicardia, hipotensão. 
Contato ocular: fotofobia, congestão conjuntival, lacrimejamento. 
Tratamento: Tratamento de suporte, com atenção especial aos distúrbios 
hidroeletrolíticos. 
Antiarrítmicos habituais nos distúrbios de ritmo. 
Antiespasmódicos, antieméticos, protetores de mucosa e adsorventes intestinais. 
Contato ocular: lavagem com água corrente, colírios anti-sépticos, analgésicos e 
avaliação oftalmológica. 
 
 
 
 
 
 
 
116 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
MANDIOCA-BRAVA 
 
Família: Euphorbiaceae. 
Nome científico: Manihot utilissima Pohl. (Manihot 
esculenta ranz). 
Nome popular: mandioca, maniva. 
Parte tóxica: raiz e folhas. 
Princípio Ativo: Glicosídios Cianogênicos 
Quadro Clínico: Liberam ácido cianídrico causando anóxia celular. Distúrbios 
gastrointestinais: náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarréia, acidose metabólica, 
hálito de amêndoas amargas. 
Distúrbios neurológicos: sonolência, torpor, convulsões e coma. 
Crise típica: opistótono, trismas e midríase. 
Distúrbios respiratórios: dispnéia, apnéia, secreções, cianose, distúrbios 
cárdiocirculatórios. 
Hipotensão na fase final. Sangue vermelho rutilante. 
Tratamento: Tratamento precoce. Exames laboratoriais para detecção de tiocianatos na 
saliva ou cianeto no sangue. 
Nitrito de Amila por via inalatória 30seg a cada 2min: formação de cianometahemoglobina 
(atóxica). 
Nitrito de Sódio 3% - 10ml EV (adultos), se neces. Tratar com Azul de Metileno + Vit C. 
Hipossulfito de Sódio 25% - 25 a 50ml EV (adultos), 1ml/Kg (crianças). 
Dão origem a tiocianatos.O2.Hidroxicobalamina 15000mcg EV-formação de ciano-
Cobalamina (atóxica). Esvaziamento gástrico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
117 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
Coração de Negro ou Pessegueiro Bravo 
Família: Rosaceae 
Nome científico: Prunus sphaerocarpa SW 
Nome popular: pessegueiro bravo, marmeleiro bravo. 
Partes tóxicas: frutas e sementes. 
Princípio Ativo: Glicosídios Cianogênicos 
Quadro Clínico: Liberam ácido cianídrico causando anóxia celular. Distúrbios 
gastrointestinais: náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarréia, acidose metabólica, 
hálito de amêndoas amargas. 
Distúrbios neurológicos: sonolência, torpor, convulsões e coma. 
Crise típica: opistótono, trismas e midríase. 
Distúrbios respiratórios: dispnéia, apnéia, secreções, cianose, distúrbios 
cárdiocirculatórios. 
Hipotensão na fase final. Sangue vermelho rutilante. 
Tratamento: Tratamento precoce. Exames laboratoriais para detecção de tiocianatos na 
saliva ou cianeto no sangue. 
Nitrito de Amila por via inalatória 30seg a cada 2min: formação de cianometahemoglobina 
(atóxica). 
Nitrito de Sódio 3% - 10ml EV (adultos), se neces. Tratar com Azul de Metileno + Vit C. 
Hipossulfito de Sódio 25% - 25 a 50ml EV (adultos), 1ml/Kg (crianças). 
Dão origem a tiocianatos.O2.Hidroxicobalamina 15000mcg EV-formação de ciano-
Cobalamina (atóxica). Esvaziamento gástrico. 
BROTO DE BAMBU 
Princípio Ativo: Glicosídios Cianogênicos 
Quadro Clínico: Liberam ácido cianídrico causando anóxia celular. Distúrbios 
gastrointestinais: náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarréia, acidose metabólica, 
hálito de amêndoas amargas. 
 
 
 
 
 
118 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
Distúrbios neurológicos: sonolência, torpor, convulsões e coma. 
Crise típica: opistótono, trismas e midríase. 
Distúrbios respiratórios: dispnéia, apnéia, secreções, cianose, distúrbios 
cárdiocirculatórios. 
Hipotensão na fase final. Sangue vermelho rutilante. 
Tratamento: Tratamento precoce. Exames laboratoriais para detecção de tiocianatos na 
saliva ou cianeto no sangue. 
Nitrito de Amila por via inalatória 30seg a cada 2min: formação de cianometahemoglobina 
(atóxica). 
Nitrito de Sódio 3% - 10ml EV (adultos), se neces. Tratar com Azul de Metileno + Vit C. 
Hipossulfito de Sódio 25% - 25 a 50ml EV (adultos), 1ml/Kg (crianças). 
Dão origem a tiocianatos.O2.Hidroxicobalamina 15000mcg EV-formação de ciano-
Cobalamina (atóxica). Esvaziamento gástrico. 
 
GIESTA 
Família: Leguminosae (Fabaceae) 
Nome científico: Cytisus Scoparius 
Nome Popular: Giesta. 
Parte tóxica: Folha, Caule e Flor. 
Princípio Ativo: Alcalóides não Atropínicos 
Quadro Clínico: Predominam sintomas gastrointestinais: 
náuseas, cólicas abdominais e diarréia. 
Distúrbios hidroeletrolíticos. Raramente torpor e discreta 
confusão mental. 
 
 
Tratamento: Esvaziamento gástrico (muitas vezes não é necessária lavagem gástrica). 
Antiespasmódico, antiemético. Manter o estado de hidratação. Tratamento sintomático. 
 
 
 
 
 
119 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
 
JOÁ 
Nome científico: 
Nome Popular: Joá. 
Parte tóxica: Fruto e Semente. 
Princípio Ativo: Alcalóides não Atropínicos 
Quadro Clínico: Predominam sintomas gastrointestinais: náuseas, cólicas abdominais e 
diarréia. 
Distúrbios hidroeletrolíticos. Raramente torpor e discreta confusão mental, sintomas de 
intoxicação atropínica e às vezes obstrução intestinal. 
Torpor, astenia e prostração. Quadro simula abdômen agudo. 
 
Tratamento: Esvaziamento gástrico (muitas vezes não é necessária lavagem 
gástrica).Antiespasmódico, antiemético. Manter o estado de hidratação. No quadro 
obstrutivo por Joá: clister à base de soro fisiológico.Tratamento sintomático. 
 
 
ESPORINHA 
Família: Ranunculaceae 
Nome científico: Delphinium spp 
Nome Popular: Esporinha 
Parte tóxica: Semente 
Princípio Ativo: Alcalóides não Atropínicos (Alcalóide 
delfina) 
Quadro Clínico: Predominam sintomas gastrointestinais: náuseas, cólicas abdominais e 
diarréia. 
Distúrbios hidroeletrolíticos. Raramente torpor e discreta confusão mental. 
 
 
 
 
 
120 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
Tratamento: Esvaziamento gástrico (muitas vezes não é necessária lavagem gástrica). 
Antiespasmódico, antiemético. Manter o estado de hidratação. No quadro obstrutivo por 
Joá: clister à base de soro fisiológico.Tratamento sintomático. 
 
FLOR DAS ALMAS 
Família: Asteraceae 
Nome científico: Senecio spp. 
Nome popular: maria-mole, tasneirinha, flor das almas. 
Princípio Ativo: Alcalóides não Atropínicos 
Quadro Clínico: Predominam sintomas gastrointestinais: náuseas, 
cólicas abdominais e diarréia. 
Distúrbios hidroeletrolíticos. Raramente torpor e discreta confusão mental. 
Principalmente crônica pode causar doença hepática com evolução para cirrose ou S. 
Budd-Chiari. 
Tratamento: Esvaziamento gástrico (muitas vezes não é necessária lavagem 
gástrica).Antiespasmódico, antiemético.Manter o estado de hidratação.No quadro 
obstrutivo por Joá: clister à base de soro fisiológico.Tratamento sintomático. 
Plantas: Cogumelos não comestíveis: Várias famílias e gênero: Amanita sp, Boletus sp, 
Clavaria sp e outros. 
Princípio Ativo: Cogumelos 
Quadro Clínico: (pp. Síndromes) Síndrome Gastrointestinal: náuseas,

Outros materiais