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Curso de Toxicologia Geral MÓDULO III Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados a seus respectivos autores descritos na Bibliografia Consultada. 75 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores MÓDULO III ANIMAIS PEÇONHENTOS Animais peçonhentos são aqueles que possuem glândulas de veneno que se comunicam com dentes ocos, ou ferrões, ou aguilhões, por onde o veneno passa ativamente. Portanto, peçonhentos são os animais que injetam veneno com facilidade e de maneira ativa. Ex: Serpentes, Aranhas, Escorpiões, Lacraias, Abelhas, entre outros. Já os animais venenosos são aqueles que produzem veneno, mas não possuem um aparelho inoculador (dentes, ferrões), provocando envenenamento passivo por contato (lonomia ou taturana), por compressão (sapo) ou por ingestão (peixe baiacu). OFIDISMO Aspectos Epidemiológicos Dentre os acidentes por animais peçonhentos, o ofidismo é o principal deles, pela sua freqüência e gravidade. Ocorre em todas as regiões e estados brasileiros e é um importante problema de saúde, quando não se institui a soroterapia de forma precoce e adequada. As serpentes são animais vertebrados que possuem as seguintes características: • Corpo alongado coberto por escamas; • Ausência de membros locomotores (patas) o que faz com que se arrastem pelo chão. Daí serem chamadas de répteis; • Ausência de ouvido. As serpentes não escutam. Elas sentem as vibrações do solo através do próprio esqueleto; • Língua bífida, ou seja, dividida em duas partes na ponta. Essa língua serve para explorar o ambiente e pegar pequenas substâncias que se encontram suspensas no ar, encaminhando-as a um órgão localizado dentro da boca (órgão de Jacobson) e que desempenha função equivalente ao olfato; • Olhos sem pálpebras, sempre abertos; 76 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores • Sangue "frio" (pecilotérmico), isto é, sua temperatura varia de acordo com a do ambiente; • Órgãos internos como os demais vertebrados, tais como pulmão, fígado, coração, rins, testículos, ovários, etc. Estes órgãos são alongados, acompanhando o formato do corpo. A cobra não possui bexiga. Do mesmo modo que as aves, as cobras eliminam a urina junto com as fezes. As serpentes são animais adaptados à vida em diversos ambientes: na superfície ou embaixo da terra, na água e nas árvores. • Possuem várias glândulas na cabeça e na boca, que produzem substâncias que podem ser tóxicas, variando em quantidade e qualidade entre as espécies. O veneno é uma secreção que funciona para captura e digestão do alimento e, também, como defesa do animal contra seus agressores. • As serpentes, quando assustadas, podem tomar atitudes diversas: as venenosas em geral ficam enrodilhadas, prontas para o bote, e se afastam lentamente; serpentes não venenosas dão em geral vários botes na pessoa, extremamente rápidos, e se afastam velozmente. Algumas serpentes não venenosas, além de morderem, abocanham o local e dificilmente soltam; é necessário abrir a boca do réptil, afastando os maxilares do local mordido para evitar dilaceração. Alguns critérios de identificação permitem reconhecer a maioria das serpentes peçonhentas brasileiras, distinguindo-as das não peçonhentas: a) as serpentes peçonhentas possuem dentes inoculadores de veneno, localizados na região anterior do maxilar superior. Nas Micrurus (corais), essas presas são fixas e pequenas, podendo passar despercebidas. b) presença de fosseta loreal - com exceção das corais, as serpentes peçonhentas têm entre a narina e o olho um orifício termo receptor, denominado fosseta loreal. Vista em posição frontal este animal apresentará quatro orifícios na região anterior da cabeça, o que justifica a denominação popular de "cobra de quatro ventas". 77 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores c) as corais verdadeiras (Micrurus) são a exceção à regra acima referida, pois apresentam características externas iguais às das serpentes não peçonhentas (são desprovidas de fosseta loreal, apresentando coloração viva e brilhante). De modo geral, toda serpente com padrão de coloração que inclua anéis coloridos deve ser considerada perigosa. d) as serpentes não peçonhentas têm geralmente hábitos diurnos, vivem em todos os ambientes, particularmente próximos às coleções líquidas, têm coloração viva, brilhante e escamas lisas. São popularmente conhecidas por "cobras d'água", "cobra cipó", "cobra verde", dentre outras numerosas denominações. Estão relacionadas, abaixo, as espécies consideradas de maior importância médico-sanitária, em face do número ou da gravidade dos acidentes que provocam, nas diversas regiões do país. SERPENTES PEÇONHENTAS No mundo todo existe, aproximadamente, 2500 espécies de serpentes. Destas, 250 são conhecidas no Brasil, das quais 70 são consideradas peçonhentas e pertencentes a dois grupos, Crotalíneos e Elapíneos, e quatro gêneros, Bothrops, Crotalus, Lachesis e Micrurus sendo responsáveis por cerca de 20 mil vítimas por ano. Crotalíneos Características Este grupo apresenta as seguintes características: • Fosseta loreal, ou seja, um buraco entre o olho e a narina em cada lado da cabeça, que serve para a cobra perceber modificações de temperatura a sua frente. Por isso elas podem se movimentar e caçar a noite, mesmo sem a visão normal. É chamada, também, de cobra-de-quatro-ventas; • Cabeça triangular recoberta com escamas pequenas; • Dentes inoculadores de veneno, grandes, pontiagudos, móveis e ocos, lembrando agulhas de injeção, situados na frente da boca. Quando a cobra está em repouso, estes dentes permanecem deitados recobertos por membranas dando aparência de estar sem dentes; 78 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores • Parte superior do corpo recoberta por escamas sem brilho, em forma de quilha, isto é, como bico de barco ou casca de arroz; • Caudas diferenciadas para cada gênero que constitui este grupo, ou seja, cauda lisa (jararacas), cauda com guizo ou chocalho (cascavel) e cauda com escamas arrepiadas no final (surucucu). Principais Gêneros e Espécies Os Crotalíneos se subdividem em 3 gêneros: Bothrops, Crotalus e Lachesis. Elapíneos Características O grupo dos Elapíneos - corais verdadeiras - é identificado pelas seguintes características: • Não apresenta fosseta loreal; • Cabeça arredondada recoberta com escamas grandes, placas; • Dentes inoculadores de veneno pequenos e fixos situados no maxilar superior na frente da boca; • Quando em perigo, algumas achatam a parte posterior do corpo, levantam e enrolam a cauda, como rabo de porco, dando impressão que se trata da cabeça; • Corpo recoberto na parte superior por escamas lisas e brilhantes, com anéis pretos, vermelhos e brancos. No entanto, existem na Amazônia alguns corais verdadeiros que não possuem anéis e têm a cor marrom escura ou preta, às vezes com manchas avermelhadasna barriga. Principais gêneros e espécies Este grupo é constituído apenas pelo gênero Micrurus, que é formado pelos corais verdadeiros, também denominado coral e boicorá. O quadro seguinte explica na forma de diagrama como identificar as principais serpentes de interesse em nosso estudo. 79 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Gênero Bothrops O Gênero Bothrops é composto por mais de 30 variedades de cobras que apresentam cores e desenhos diferentes pelo corpo, variando do verde ao negro. Pertencem a este grupo a jararaca, urutu, caiçara, cotiara, jararacuçu e jararaca pintada. Apresentam cabeça triangular, fosseta loreal, cauda lisa e presa inoculadora de veneno. Possuem hábitos variados, podendo ser encontradas penduradas em árvores (cobra papagaio), enterradas, entocadas, à beira dos rios ou dentro d´água. Apresentam 80 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores tamanhos que variam, na vida adulta, de 40 centímetros a 2 metros de comprimento. Essas cobras estão distribuídas em todo o território nacional e são responsáveis por 88% dos acidentes ofídicos ocorridos no país. Principais Espécies Nome Científico: Bothrops alternatus Nomes Populares: urutu, urutu-cruzeira, cruzeira. Características: possui desenhos em forma de gancho de telefone. Mede cerca de 1 metro e meio de comprimento. Encontrada em vegetação rasteira, perto de rios e lagos ou em plantações. Apresenta poucos relatos de casos. Acidentes graves. Distribuição Geográfica: RS, SC, PR, SP, MS E MG. Foto Ivan Sazima Nome Científico: Bothrops atrox Nome Popular: surucucurana, jararaca-do-norte, combóia, jararaca-do-rabo-branco Características: Porte médio; indivíduos grandes podem alcançar quase 1,50m de comprimento; agressiva; hábitos terrestres; atividade noturna, mas também ativa durante o dia; é a espécie que provoca o maior número de acidentes no norte do Brasil. Até o presente, é a espécie responsável pela maioria dos registros de acidentes na Amazônia. Distribuição Geográfica: Encontrada em toda a Amazônia, tanto nas florestas como em regiões de vegetação secundária, capoeiras, locais inundados e áreas com atividades agropastoris. AC, AM, RR, PA, AP, MA, RO, TO, CE e MT (áreas de florestas). Foto Marcio Martins 81 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Nome Científico: Bothrops erythromelas Nome Popular: jararaca ou jararaca-da-seca Características: porte pequeno, aproximadamente 0,50m de comprimento; hábitos terrestres. Sintomas: Os distúrbios de coagulação são as manifestações mais comumente registradas. Acidentes com poucas alterações locais, geralmente benignas. Distribuição Geográfica: PI, CE, RN, PB, PE, AL, SE, BA e MG (áreas xerófitas/caatinga). Foto Ivan Sazima Nome Científico: Bothrops jararaca Nome Popular: jararaca, jararaca-do-rabo-branco Características: coloração esverdeada com desenhos semelhantes a um "V" invertido, corpo delgado medindo aproximadamente 1 metro de comprimento. Sintomas: Causa muita dor e edema no local da picada. Pode haver sangramento no local da picada, nas gengivas ou outros ferimentos. Acidente de médio risco de vida. Casos graves ou óbitos são pouco freqüentes. Distribuição Geográfica: BA, MG, ES, RJ, SP, PR, SC e RS. Foto Ivan Sazima Nome Científico: Bothrops jararacuçu Nome Popular: jararacuçu. Características: provoca acidentes graves com casos fatais. Distribuição Geográfica: BA, ES, RJ, SP, PR, MG, MT e SC. Foto Ivan Sazima 82 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Nome Científico: Bothrops leucurus Distribuição Geográfica: BA. Foto Marcio Martins Nome Científico: Bothrops moojeni Nome Popular: jararacão, jararaca, caiçaca. Características: porte médio; indivíduos grandes podem ultrapassar 1,50m de comprimento; agressiva; terrestre, vivendo em áreas mais secas; a combinação de cores e desenhos empresta à pele do animal um aspecto aveludado. Distribuição Geográfica: PI, TO, DF, GO, MG, SP, MT, MS e PR. Foto Cristiano Nogueira Nome Científico: Bothrops neuwiedi Nome Popular: jararaca-pintada Características: provoca acidentes geralmente com bom diagnóstico. Distribuição Geográfica: Em todo o país, exceto Amazônia. Foto Otávio Marques Gênero Crotalus Características Este é o grupo das cascavéis. Há cinco subespécies de cascavéis no país. Apresentam cabeça triangular, presença de fosseta loreal, cauda com chocalho (guizo) e presa inoculadora de veneno. Habitam os campos abertos, regiões secas e pedregosas e 83 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores também os pastos. Até o momento ainda não foram identificadas no litoral. Chegam a atingir na fase adulta 1,6m de comprimento. Sua característica mais importante é a presença de um guizo ou chocalho na ponta da cauda. Principal Espécie Nome Científico: Crotalus durissus Nome Popular: cascavel, maracambóia, boicininga Características: coloração marrom-amarelado, medindo cerca de 1 metro. Apresenta chocalho na ponta da cauda. Prefere regiões pedregosas e secas. Sintomas: Após a picada, o paciente apresenta visão dupla e borrada. Acidente de alto risco de vida. Distribuição Geográfica: Em todo o país, exceto áreas florestais e zona litorânea. Foto Ivan Sazima Gênero Lachesis Constituem serpentes de grande porte. Apresentam cabeça triangular, fosseta loreal e cauda com escamas arrepiadas e presas inoculadoras de veneno. Com duas subespécies, é a maior serpente peçonhenta das Américas. Poucos relatos de acidente onde o animal causador foi trazido para identificação. Existem semelhanças nos quadros clínicos entre os acidentes laquético e botrópico, com possibilidade de confusão diagnóstica entre eles. Estudos clínicos mais detalhados se fazem necessários para melhor caracterizar o acidente laquético. Principal Espécie 84 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Nome Científico: Lachesis muta Nome Popular: surucucu, surucucu-pico-de-jaca, surucutinga Características: apresenta fosseta loreal e porção final da cauda com escamas eriçadas. É a maior das serpentes peçonhentas do Brasil, pode atingir mais de 3m de comprimento. Possui hábitos terrestres, vivendo exclusivamente em áreas florestadas; com maior atividade noturna. Distribuição Geográfica: Floresta Amazônicae Mata Atlântica, do Nordeste ao Rio de Janeiro. Foto Ivan Sazima Gênero Micrurus (Grupo Elapíneos) Este grupo é formado pelas corais verdadeiras. É importante lembrar que as corais não possuem fosseta loreal. Em virtude de apresentarem dentes pequenos e fixos, seus inoculadores de veneno, e habitarem, preferencialmente, buracos, os acidentes são raros, porém mais graves do que os causados pelos demais ofídios, devido ao seu potencial de evolução para o bloqueio neuromuscular, paralisia respiratória e até mesmo óbito. A prevalência de acidentes por Micrurus é baixíssima, representando menos de 0,5% do total de acidentes ofídicos. Principais Espécies Nome Científico: Micrurus corallinus Nome Popular: coral, boicorá Características: porte pequeno, aproximadamente 60cm de comprimento; a principal característica é 85 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores apresentar o anel preto mageado por branco, sendo este conjunto separado por anel vermelho bem mais largo; é encontrada principalmente no Sul e Sudeste, com freqüência na faixa litorânea. Distribuição Geográfica: BA, ES, RJ, SP, MS, PR, SC e RS. Micrurus corallinus. Fonte: Manual de Diagnóstico e Tratamento de Acidentes por Animais Peçonhentos - 1998 Fundação Nacional de Saúde - Ministério da Saúde Nome Científico: Micrurus frontalis Nome Popular: coral, coral verdadeira. Características: possui anéis vermelhos, pretos e brancos ao redor do corpo. Mede entre 70 e 80 cm de comprimento. Ocorre em todo o território do Estado do Rio Grande do Sul. Escondem-se em buracos, montes de lenhas e troncos de árvores. Não é agressiva. Acidente de alto risco de vida. Distribuição Geográfica: MT, MS, GO, BA, MG, SP, PR, SC, RS e DF. Nome Científico: Micrurus ibiboboca Nome Popular: coral, ibiboboca Características: porte pequeno, aproximadamente 60cm de comprimento; anéis negros dispostos em tríades. Distribuição Geográfica: MA, PI, CE, RN, PB, PE, SE, AL, BA e MG. Nome Científico: Micrurus lemniscatus Nome Popular: coral Características: Distribuição Geográfica: AM, PA, RR, AP, MA, RN, AL, PE, BA, GO, MG, MT, MS, RJ e SP. Nome Científico: Micrurus surinamensis Nome Popular: coral, coral aquática. Distribuição Geográfica: AM, PA, RR, AP, MA, AC e RO. Nome Científico: Micrurus spixii 86 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Nome Popular: coral Características: porte médio pode ultrapassar 1m de comprimento; anéis negros dispostos em tríades; vive em solo úmido da mata primária, procurando abrigo sob a folhagem e cavidades. Distribuição Geográfica: AM, PA, MA, RO, MT e AC. SERPENTES NÃO PEÇONHENTAS Os Colubrídeos constituem a maior família de ofídios. Algumas espécies do gênero Philodryas sp e Clélia sp têm interesse médico, pois há relatos de quadro clínico de envenenamento. São conhecidas popularmente por cobra-cipó ou cobra-verde (Philodryas) e muçurana ou cobra-preta (Clélia), estas são ofiófagas, isto é, predam naturalmente serpentes peçonhentas. Para injetar o veneno, mordem e se prendem ao local. Cobra-verde (Philodryas) Foto: Marcus Buanonato Muçurana ou Cobra-preta (Clélia) Foto: Marcus Buanonato Componentes com atividade hemorrágica (ações da secreção da glândula de Durvenoy), tem sido detectados na saliva de Colubrídeos como Rhabdophis subminatus e Phylodryas olfersi (cobra cipó listrada, cobra verde das árvores). Segundo Assakura e Cols. A saliva da Phylodryas apresenta atividade fibrinogenolítica, hemorrágica e formadora de edema. 87 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Quadro Clínico: Pouco se conhece sobre ação dos venenos de Colubrídeos. Philodrya olfersii possui atividades hemorrágica, proteolítica, fibrinogenolítica e fibrinolítica, estando ausentes às frações coagulantes. Na maior parte dos casos, as mordeduras apresentam como resultado um quadro leve, com marcas dos pequenos dentes (serrilhado) ou arranhaduras, edema e dor discreta, sem manifestações sistêmicas. A evolução benigna (achados clínicos locais inalterados e testes de coagulação normais), após observação de 4 a 6 horas, permite o diagnóstico diferencial com acidentes por Viperídeos (Bothrops), quando a serpente não tiver sido capturada e identificada. Casos mais graves por Colubrídeos (especialmente os opistóglifos) estão relacionados com contato continuado (mordedura prolongada por mais de 30 seg) ou repetido (várias mordeduras). Pode ocorrer edema local importante, equimose e dor. Tratamento: Sintomático e de suporte: analgésicos, se necessário, cuidados locais rotineiros (assepsia), profilaxia antitetânica, observação da evolução do quadro (principalmente em crianças). Observação cuidadosa da evolução do caso. QUADRO RESUMO DAS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E TRATAMENTO NOS ACIDENTES POR OFÍDIOS DE IMPORTÂNCIA TOXICOLÓGICA BOTHROPS QUADRO CLÍNICO AVALIAÇÃO INICIAL MANIFESTAÇÕES LOCAIS MANIFESTAÇÕES SISTÊMICAS ALTERAÇÕES LABORATORIAIS TRATAMENTO ESPECÍFICO TRATAMENTO COMPLEMENTAR E SINTOMÁTICO LEVE - Edema, eritema e dor discretos. - Ausentes - Tempo de coagulação (TC) = normal ou alterado 2 a 4 ampolas SAB ou SABC - I.V. - Analgésico - Drenagem postural - Hidratação - Profilaxia do tétano MODERADA - edema, eritema e dor evidentes, atingindo segmento superior. - Ausentes ou hemorragias - Tempo de coagulação (TC) = normal ou alterado 4 a 8 ampolas SAB ou SABC - I.V. - Analgésico - Drenagem postural - Hidratação - Profilaxia do tétano GRAVE - Manifestações locais intensas - Hipotensão - choque - Tempo de coagulação (TC) 12 ampolas SAB ou SABC - I.V. - Analgésico - Drenagem 88 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores (equimose, bolhas, necrose) - Hemorragia grave - I.R.A. = normal ou alterado - Provas de função renal postural - Hidratação - Profilaxia do tétano CROTALUS QUADRO CLÍNICO AVALIAÇÃO INICIAL MANIFESTAÇÕES LOCAIS MANIFESTAÇÕES SISTÊMICAS ALTERAÇÕES LABORATORIAIS TRATAMENTO ESPECÍFICO TRATAMENTO COMPLEMENTAR E SINTOMÁTICO LEVE - Nenhuma ou edema e parestesia discretos. - Fácies miastênica discreta - Mialgia discreta ou ausente - Tempo de coagulação (TC) = normal ou alterado 5 ampolas SAC ou SABC - I.V. - Analgésico - Hidratação MODERADA - Nenhuma ou edema e parestesia discretos. - Fácies miastênica evidente - Mialgia - Tempo de coagulação (TC) = normal ou alterado 10 ampolas SAC ou SABC - I.V. - Analgésico - Hidratação GRAVE - Nenhuma ou edema e parestesia discretos. - Fácies miastênica evidente - Mialgia evidente - Oliguria ou anúria - Insuficiência respiratória - Tempo de coagulação (TC) = normal ou alterado - Provas de função renal 20 ampolas SAC ou SABC - I.V. - Analgésico - Hidratação - Diurese Osmótica - ventilação artificial (ambu ou mecânica) MICRURUS QUADRO CLÍNICO AVALIAÇÃO INICIAL MANIFESTAÇÕES LOCAIS MANIFESTAÇÕES SISTÊMICAS ALTERAÇÕESLABORATORIAIS TRATAMENTO ESPECÍFICO TRATAMENTO COMPLEMENTAR E SINTOMÁTICO LEVE _________ __________ __________ __________ __________ MODERADA __________ _________ __________ __________ __________ GRAVE - Nenhuma ou dor local e parestesia discretas - Fácies miastênica - Mialgia __________ 10 ampolas SAE - I.V. - Neostignina - Ventilação artificial (ambu ou mecãnica) ABREVIAÇÕES SAB - Soro Antibotrópico SAE - Soro Antielapídico SABC - Soro Antibotrópico - Crotálico I.V. - Intravenoso. SAC - Soro Anticrotálico T.C. - Tempo de Coagulação. 89 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores ESCORPIONISMO Os escorpiões são animais invertebrados. Apresentam o corpo dividido em tronco e cauda; quatro pares de patas, um par de ferrões (queliceras), um par de pedipalpos (em forma de pinça e que serve para capturar o alimento); um ferrão no final da cauda por onde sai o veneno. São também chamados de lacraus, picam com a cauda e variam de tamanho entre 6 a 8,5 cm de comprimento No mundo todo existe aproximadamente 1.400 espécies de escorpiões até hoje descritas, sendo que no Brasil há cerca de 75 espécies amplamente distribuídas pelo país. Esses animais podem ser encontrados tanto em áreas urbanas quanto rurais. Os escorpiões são carnívoros, alimentando-se principalmente de insetos, como grilos baratas e outros, desempenhando papel importante no equilíbrio ecológico. Apresentam hábitos noturnos, escondendo-se durante o dia sob cascas de árvores, pedras, troncos podres, dormentes de linha de trem, madeiras empilhadas, em entulhos, telhas ou tijolos e dentro das residências. Muitas espécies vivem em áreas urbanas, onde encontram abrigo dentro e próximo das casas, bem como alimentação farta. Os escorpiões podem sobreviver vários meses sem alimento e mesmo sem água, o que torna seu combate muito difícil. Na área urbana estes animais aparecem em prédios comerciais e residenciais, armazéns, lojas, madeireiras, depósitos com empilhamento de caixas e outros. Eles aparecem, principalmente, através de instalações elétricas e esgotos. São sensíveis aos inseticidas, desde que aplicados diretamente sobre eles. As desinsetizações habituais não os eliminam, pois o produto fica no ambiente em que foi aplicado e os escorpiões costumam estar escondidos. O fato de respirarem o inseticida ou comer insetos envenenados não os mata. São resistentes inclusive à radiação. Seu aparecimento ocorre principalmente devido à presença de baratas, portanto a eliminação destas em caixas de gordura e canos que conduzem ao esgoto é a principal prevenção ao aparecimento dos escorpiões. 90 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Não possuem audição e sentem vibrações do ar e do solo. Enxergam pouco, apesar de terem dois olhos grandes e vários pequenos. Seus principais predadores são pássaros, lagartixas e alguns mamíferos insetívoros. Principais Espécies Os escorpiões de importância médica no Brasil pertencem ao gênero Tityus, que é o mais rico em espécies, representando cerca de 60% da fauna escorpiônica neotropical. As principais espécies são: Tityus serrulatus, responsável por acidentes de maior gravidade, Tityus bahiensis e Tityus stigmurus. O Tityus cambridgei (escorpião preto) é a espécie mais freqüente na Amazônia Ocidental (Pará e Marajó), embora quase não haja registro de acidentes. As diversas espécies do gênero Tityus apresentam um tamanho de cerca de 6 a 7cm, sendo o Tityus cambridgei um pouco maior. Tityus serrulatus Também chamado escorpião amarelo, podendo atingir até 7cm de comprimento. Apresenta o tronco escuro, patas, pedipalpos e cauda amarela sendo esta serrilhada no lado dorsal. Considerado o mais venenoso da América do Sul, é o escorpião causador de acidentes graves, principalmente no Estado de Minas Gerais. Distribuição geográfica: Minas Gerais, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. Foto: Tityus serrulatus . Fonte: Manual de Diagnóstico e Tratamento de Acidentes por Animais Peçonhentos - 1998 Fundação Nacional de Saúde - Ministério da Saúde Tityus bahiensis Apresenta colorido geral marrom-escuro, às vezes marrom- avermelhado, pernas amareladas com manchas escuras. Fêmures e tíbias dos pedipalpos com mancha escura. A mão do macho é bem dilatada. É o escorpião que causa os 91 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores acidentes mais freqüentes no Estado de São Paulo. Distribuição geográfica: Bahia até Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. Foto: Tityus bahiensis. Fonte: Manual de Diagnóstico e Tratamento de Acidentes por Animais Peçonhentos - 1998 Fundação Nacional de Saúde - Ministério da Saúde Tityus stigmurus Apresenta colorido geral amarelo-claro com um triângulo negro na cabeça e uma faixa longitudinal mediana e manchas laterais no tronco. Distribuição geográfica: Nordeste do Brasil. Foto: Tityus stigmurus. Fonte: Manual de Diagnóstico e Tratamento de Acidentes por Animais Peçonhentos - 1998 Fundação Nacional de Saúde - Ministério da Saúde. Tityus cambridgei Apresenta colorido geral castanho-avermelhado, com pontos de cor clara. O macho apresenta uma cauda mais longa que a fêmea. Distribuição geográfica: Região Amazônica. Foto: Tityus cambridgei. Fonte: Manual de Diagnóstico e Tratamento de Acidentes por Animais Peçonhentos - 1998 Fundação Nacional de Saúde - Ministério da Saúde. Tityus trivittatus Apresenta colorido amarelo-escuro, com três faixas longitudinais quase negras, podendo haver pequenas variações na cor. Atinge cerca de 7cm de tamanho. Distribuição geográfica: Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Rio de Janeiro. 92 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores ARANEÍSMO As aranhas são animais carnívoros, alimentando-se principalmente de insetos, como grilos e baratas. Muitas têm hábitos domiciliares e peridomiciliares. Apresentam o corpo dividido em cefalotórax e abdome. No cefalotórax articulam-se os quatro pares de patas, um par de pedipalpos e um par de quelíceras. Nas quelíceras estão os ferrões utilizados para inoculação do veneno. Aranhas Peçonhentas No Brasil existem três gêneros de aranhas de importância médica: Phoneutria, Loxosceles e Latrodectus. Além dos acidentes causados por Lycosa (aranha-de-grama), bastante freqüentes e pelas caranguejeiras, muito temidas. Aspectos Clínicos São três gêneros de importância médica no Brasil: Phoneutria, Loxosceles e Latrodectus, responsáveis por quadros clínicos distintos. Foneutrismo: os acidentes causados pela Phoneutria sp representam a forma de araneísmo mais comumente observada no país. Apresentam dor local intensa, freqüentemente imediata, edema discreto, eritema e sudorese local. Loxoscelismo: são descritas duas variedades clínicas: Forma Cutânea: é a mais comum, caracterizando-se pelo aparecimento de lesão inflamatória no ponto da picada, que evolui para necrose e ulceração. Forma Cutâneo-Visceral: além de lesão cutânea, os pacientes evoluem com anemia, icterícia cutâneo-mucosa, hemoglobinúria. A insuficiência renal aguda é a complicação mais temida. O tratamentosoroterápico está indicado nas duas formas clínicas do acidente por Loxosceles. Dependendo da evolução, outras medidas terapêuticas deverão ser tomadas. Latrodectismo: quadro clínico caracterizado por dor local intensa, eventualmente irradiado. Alterações sistêmicas como sudorese, contraturas musculares, hipertensão arterial e choque são registrados. 93 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Soros O Soro Antiaracnídico é utilizado nos acidentes causados por aranhas dos gêneros Loxosceles e Phoneutria. O Soro Antiloxocélico é utilizado nos acidentes causados por aranhas do gênero Loxosceles. O Soro Antilatrodetico (importado da Argentina) é utilizado nos acidentes causados por aranhas do gênero Latrodectus. Epidemiologia São notificados anualmente cerca de 5.000 acidentes com aranhas no país. A predominância destas notificações são nas regiões Sul e Sudeste, dificultando uma análise mais abrangente do acidente em todo o país. Em face das informações disponíveis pode-se considerar: Os acidentes por Phoneutria aumentam significativamente no início da estação fria (abril/maio), enquanto os casos de loxoscelismo sofrem incremento nos meses quentes do ano (outubro/março). Isso pode estar relacionado ao fato de que no Sul e Sudeste, as estações do ano são melhor definidas quando comparadas às demais regiões do país. As maiorias dos acidentes por Phoneutria foram notificados pelo estado de São Paulo. Com respeito aos acidentes por Loxosceles, os registros provêm das regiões Sudeste e Sul, particularmente no estado do Paraná, onde se concentra a maior casuística de Loxoscelismo do país. A partir da década de 80, começaram a serem relatados acidentes por viúva-negra (Latrodectus) na Bahia e, mais recentemente, no Ceará. Phoneutria São as chamadas armadeiras, devido ao fato de quando ameaçadas, tomarem a postura de se “armar”, levantando as patas dianteiras e eriçando os espinhos. É extremamente agressiva. Habitam sob troncos, 94 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores normalmente folhagens densas, como bananeiras, montes de lenha ou materiais de construção empilhados e, eventualmente, aparecem dentro das residências, principalmente em roupas e dentro de calçados. Foto: Aranha armadeira. Fonte: Livro Plantas Venenosas e Animais Peçonhentos - Samuel Schvarstsman - São Paulo - Sarvier – 1992 O animal adulto mede 3 cm de corpo e até 15 cm de envergadura de pernas. Não fazem teia e têm coloração marrom-escura com manchas claras formando pares no dorso do abdome. Após a picada, ocorre dor intensa e imediata no local e, em casos mais graves, suor e vômitos. Principais Espécies Phoneutria nigriventer (aranha armadeira): responsável pela maioria dos acidentes por aranhas na cidade de São Paulo. Phoneutria fera: é encontrada na região Amazônica, mas os dados sobre acidentes são muito precários. Phoneutria keyserling: amplamente distribuídas nas regiões Sul e Sudeste, com pequeno número de acidentes registrados. Foto: Phoneutria nigriventer. Fonte: Manual de Diagnóstico e Tratamento de Acidentes por Animais Peçonhentos - 1998 Fundação Nacional de Saúde - Ministério da Saúde Loxosceles Conhecida como aranha marrom, é encontrada com facilidade nas residências, atrás de quadros, armários, no meio de livros, caixas de papelão e outros objetos pouco remexidos. No 95 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores ambiente externo podem proliferar-se em telhas ou materiais de construção empilhados, folhas secas, em casca de árvores, paredes de galinheiros, muros velhos e outros. São animais pequenos, atingindo 4 cm de diâmetro quando adultas, com coloração que varia de marrom-claro a marrom-escuro, possuem abdome em forma de caroço de azeitona e pernas longas e finas. Não são agressivas. Foto: Loxosceles. Fonte: Folder "Essas aranhas podem provocar graves acidentes" - Setor de Toxicologia - Divisão de Doenças Crônico-Degenerativas e Ocupacional - Centro de Epidemiologia do Paraná - Secretaria de Saúde do Paraná Gostam de lugares escuros, quentes e secos. Constroem teias irregulares com aparência de algodão esfiapado e se alimentam de pequenos animais (formigas, tatuzinho, pulgas, traças, cupins, etc.). Produzem dor pouco intensa no momento da picada, mas entre 12 a 24 horas após, ocorrem no local da picada, bolhas e escurecimento da pele (necrose). Também pode ocorrer escurecimento da urina, febre, vermelhidão e coceira na pele. Principais Espécies Loxosceles amazonica: relato de acidente no Ceará. Loxosceles gaucho (aranha marrom): causa mais freqüente de acidentes em São Paulo. Loxosceles intermedia: principal espécie causadora de acidentes no Paraná e Santa Catarina. Loxosceles laeta: encontrada na região Sul, possivelmente causa de acidentes. As Loxosceles saem em busca de alimento à noite, e é nessa oportunidade que podem se ocultar em vestimentas, toalhas e roupas de cama. Os acidentes acontecem quando a pessoa ao se vestir, ou mesmo durante o sono, comprime o animal contra a pele. A picada nem sempre é percebida pela pessoa, por ser pouco dolorosa. A dor pode ter início em várias horas após. As alterações locais mais comuns são: dor, vermelhidão, mancha rocha, inchaço, bolhas, coceira e enduração. Tardiamente podem ocorrer várias outras graves alterações. 96 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Latrodectus O gênero Latrodectus (“viúva negra”) – cuja espécie mais comum no Brasil é a Latrodectus curacaviensis -, ao contrário do que se verifica em outros países, é agente raro de acidente em nosso país. Foto: Latrodectus curacaviensis. Fonte: Manual de Diagnóstico e Tratamento de Acidentes por Animais Peçonhentos - 1998 Fundação Nacional de Saúde - Ministério da Saúde. Lycosa As aranhas do gênero Lycosa, chamadas de aranhas de jardins, são comumente encontradas nas residências; também causam acidentes leves, sem necessidade de tratamento específico. Apresentam cor marrom acinzentado, apresentando um desenho em forma de seta no abdome. O animal adulto mede entre 2 a 3 cm de corpo e 5 a 6 cm de envergadura de pernas. Habita campos e gramados e não é agressiva. No local da picada pode ocorrer leve descamação da pele. Foto: Lycosa erythrognatha. Fonte: Manual de Diagnóstico e Tratamento de Acidentes por Animais Peçonhentos - 1998 Fundação Nacional de Saúde - Ministério da Saúde. Caranguejeiras As aranhas caranguejeiras, apesar de seu aspecto assustador (podendo chegar a medir 20 cm de diâmetro), causam acidentes leves. A picada pode ser muito dolorosa, porém seu veneno é pouco ativo para os seres humanos, somente seus pêlos podem causar irritação em algumas pessoas. Foto: Mygalomorphae. Fonte: Manual de 97 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Diagnóstico e Tratamento de Acidentes por Animais Peçonhentos - 1998 Fundação Nacional de Saúde - Ministério da Saúde. Características: cor marrom escuro, coberta de pêlos, pode atingir até 25 cm de comprimento com as patas estendidas.Sintomas: Dificilmente pica. O que ocorre com maior freqüência é uma dermatite pela ação irritante dos pêlos do seu abdome, que se desprendem quando o animal se sente ameaçado. OUTROS ANIMAIS PEÇONHENTOS LACRAIAS As "lacraias", também conhecidas como "centopéias", são animais caçadores noturnos muito rápidos e têm o corpo adaptado para penetrar em frestas, onde se escondem durante o dia. Podem medir até 23 cm e se alimentam de insetos, lagartixas, camundongos e até filhotes de pássaros. Têm o corpo formado por 21 segmentos, cada um com um par de patas pontiagudas. Em sua cabeça situam-se duas antenas e olhos. Embaixo dela ficam os ferrões venenosos que funcionam como pinças. O último par de patas não serve para a locomoção, e sim como órgão sensorial e de captura de alimentos. Quando esse órgão presente ou toca em uma presa, a segura com força e todo o corpo da lacraia se dobra para trás. Aí, então, ela injeta o veneno que paralisará ou matará a presa, que depois será ingerida aos pedaços. O veneno das lacraias é muito pouco tóxico para o homem. Embora existam muitas lendas a respeito desse animal, não há, no Brasil, relatos comprovados de morte nem de envenenamentos graves em acidentes com lacrais. Os sintomas são dor forte e inchaço (edema) no local da picada. Em acidentes com lacraias grandes também podem ocorrer febre, calafrios, tremores e suores, além de uma pequena ferida. As lacrais gostam muito de umidade. Como perambulam muito, é comum penetrarem nas casas, onde causam muitos acidentes, que podem ser evitados tomando-se as seguintes precauções: • limpar os ralos semanalmente com creolina e água quente, e mantê-los fechados quando não em uso; • limpar e manter fechadas as caixas de gordura e os esgotos; 98 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores • os jardins devem ser limpos, a grama aparada e as plantas ornamentais e trepadeiras devem ser afastadas das casas e podadas para que os galhos não toquem o chão; • porões, garagens e quintais não devem servir de depósito para objetos fora de uso que possam servir de esconderijo para as lacraias; • os muros e calçamentos devem ser cuidados para que não apresentem frestas onde a umidade se acumule e os animais possam se esconder. Tomando-se esses cuidados, a ocorrência de lacraias diminui muito. Mas, em caso de acidente, evite beber álcool, querosene, cachaça, etc., pois isso só lhe causaria intoxicação. Mantenha o local da picada o mais limpo possível. Embora o veneno das lacraias não seja muito perigoso para o ser humano, é bom procurar orientação médica. Tratamento Não existe antídoto. Devem-se aplicar compressas quentes no local. Pode-se fazer uso de analgésicos e anestésicos sem adrenalina no local. ABELHAS As abelhas de origem alemã (Apis mellifera mellifera) foram introduzidas no Brasil em 1839. Posteriormente, em 1870, foram trazidas as abelhas italianas (Apis mellifera ligustica). Essas duas subespécies foram levadas principalmente ao sul do Brasil. Já em 1956, foram introduzidas as abelhas africanas (Apis mellifera scutellata), identificadas anteriormente como Apis mellifera adansonii. As abelhas africanas e seus híbridos com as abelhas européias são responsáveis pela formação das chamadas abelhas africanizadas que, hoje, dominam toda a América do Sul, a América Central e parte da América do Norte. O deslocamento destas abelhas foi mais rápido no Nordeste do Brasil, aproximadamente 500 Km/ano, onde o clima é tropical seco; de 200 a 250Km/ano em clima úmido, tais como florestas tropicais da Bacia Amazônica e Guianas; e, em direção ao Paraguai e Bolívia foi de aproximadamente 150 Km/ano e tornou-se zero após os paralelos 33 e 34, entre as províncias de Entre Rios, Santa Fé, Córdoba e São Luiz, na Argentina. 99 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores O veneno da Apis mellifera é uma mistura complexa de substâncias químicas com atividades tóxicas como: enzimas hialuronidases e fosfolipases, peptídeos ativos como melitina e a apamina, aminas como histamina e serotonina entre outras. A fosfolipase A2, o principal alérgeno, e a melitina representam aproximadamente 75% dos constituintes químicos do veneno. São agentes bloqueadores neuromusculares. Podendo provocar paralisia respiratória, possuem poderosa ação destrutiva sobre membranas biológicas, como, por exemplo, sobre as hemácias, produzindo hemólise. A apamina representa cerca de 2% do veneno total e se comporta como neurotoxina de ação motora. O cardiopeptídeo, não tóxico, tem ação semelhante às drogas adrenérgicas e demonstra propriedades antiarrítmicas.O peptídeo MCD, fator degranulador de mastócidos, é um dos responsáveis pela liberação de histamina e serotonina no organismo dos animais picados. As reações desencadeadas pela picada de abelhas são variáveis de acordo com o local e o número de ferroadas, as características e o passado alérgico do indivíduo atingido. As manifestações clínicas podem ser: alérgicas (mesmo com uma só picada) e tóxicas (múltiplas picadas). Manifestações 1. Locais Habitualmente, após uma ferroada, há dores agudas local, que tende a desaparecer espontaneamente em poucos minutos, deixando vermelhidão, prurido e edema por várias horas ou dias. A intensidade desta reação inicial causada por uma ou múltiplas picadas deve alertar para um possível estado de sensibilidade e exacerbação de resposta às picadas subseqüentes. 2. Regionais São de início lento. Além do eritema e prurido, o edema flogístico evolui para enduração local que aumenta de tamanho nas primeiras 24-48 horas, diminuindo gradativamente nos dias subseqüentes. Podem ser tão exuberantes a ponto de limitarem a mobilidade do membro. Menos de 10% dos indivíduos que experimentaram grandes reações localizadas apresentarão a seguir reações sistêmicas. 3. Sistêmicas 100 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Apresentam-se como manifestações clássicas de anafilaxia, com sintomas de início rápido, 2 a 3 minutos após a picada. Além das reações locais, podem estar presentes sintomas gerais como cefaléia, vertigens e calafrios, agitação psicomotora, sensação de opressão torácica e outros sintomas e sinais. a) Tegumentares: prurido generalizado, eritema, urticária e angioedema. b) Respiratórias: rinite, edema de laringe e árvore respiratória, trazendo como conseqüência dispnéia, rouquidão, estridor e respiração asmatiforme. Pode haver bronco- espasmo. c) Digestivas: prurido no palato ou na faringe, edema no local dos lábios, língua, úvula e epiglote, disfagia, náuseas, cólicas abdominais ou pélvicas, vômitos e diarréia. d) Cardiocirculatórias: a hipotensão é o sinal maior, manifestando-se por tontura ou insuficiência postural até colapso vascular total. Podem ocorrer palpitações e arritmias cardíacas e, quando há lesões preexistentes (arteriosclrerose), infartos isquêmicos no coração ou cérebro. 4. Reações Alérgicas Tardias Há relatos de raros casos de reações alérgicas que ocorrem vários dias após a(s) picada(s) e se manifestaram pela presença de artralgias, febre e encefalite, quadro semelhante à doença do soro. 5. Tóxicas Nos acidentes provocados por ataque múltiplo de abelhas (enxame) desenvolve-se um quadro tóxico generalizado denominado de síndrome de envenenamento, por causa de quantidade deveneno inoculada. Além das manifestações já descritas, há dados indicativos de hemólise intravascular e rabdomiólise. Alterações neurológicas como torpor e coma, hipotensão arterial, oligúria/anúria e insuficiência renal aguda podem ocorrer. As reações de hipersensibilidade podem ser desencadeadas por uma única picada e levar o acidentado à morte, em virtude de edema de glote ou choque anafilático. Na síndrome de envenenamento, descrita em pacientes que geralmente sofreram mais de 500 picadas, distúrbios graves hidroeletrolíticos e do equilíbrio ácido-básico, anemia aguda pela hemólise, depressão respiratória e insuficiência renal aguda são as complicações mais freqüentemente relatadas. 101 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Remoção dos ferrões Nos acidentes causados por enxame, a retirada dos ferrões da pele deverá ser feita por raspagem com lâminas e não pelo pinçamento de cada um deles, pois a compressão poderá espremer a glândula ligada ao ferrão e inocular no paciente o veneno ainda existente. FORMIGAS Formigas são insetos sociais pertencentes à ordem Hymenoptera, superfamília Formicoidea. Sua estrutura social é complexa, compreendendo inúmeras operárias e guerreiras (formas não capazes de reprodução) e rainhas e machos alados que determinarão o aparecimento de novas colônias. Algumas espécies são portadoras de um aguilhão abdominal ligado a glândulas de veneno. A picada pode ser muito dolorosa e pode provocar complicações tais como anafilaxia, necrose e infecção secundária. A subfamília Ponerinae inclui a Paraponera clavata, a formiga tocandira, cabo-verde ou formiga vinte-e-quatro-horas de cor negra, capaz de atingir 3 cm de comprimento e encontrada nas Regiões Norte e Centro-Oeste. Sua picada é extremamente dolorosa e pode provocar edema e eritema no local, ocasionalmente acompanhada de fenômenos sistêmicos (calafrios, sudorese, taquicardia). As formigas de correição, gênero Eciton (subfamília Dorilinae), ocorrem na selva amazônica, são carnívoras e se locomovem em grande número, predando pequenos seres vivos. Sua picada é pouco dolorosa. De interesse médico são as formigas da subfamília Myrmicinae, como as formigas-de-fogo ou lava-pés (gênero Solenopsis) e as formigas saúvas (gênero Atta). As formigas-de-fogo tornam-se agressivas e atacam em grande número se o formigueiro for perturbado. A ferroada é extremamente dolorosa e uma formiga é capaz de ferroar 10-12 vezes, fixando suas mandíbulas na pele e ferroando repetidamente em torno desse eixo, o que leva a uma pequena lesão dupla no centro de várias lesões pustulosas. As espécies mais comuns são a Solenopsis invicta, a formiga lava-pés vermelho, originário das Regiões Centro-Oeste e Sudeste (particularmente o Pantanal Mato-Grossense) e a Solenopsis richteri, a formiga lava-pés preta, originária do Rio 102 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Grande do Sul, Argentina e Uruguai. A primeira é responsável pelo quadro pustuloso clássico do acidente. O formigueiro do gênero têm características próprias: tem inúmeras aberturas e a grama próxima não é atacada, podendo haver folhas de permeio à terra da colônia. As saúvas, comuns em todo o Brasil, podem produzir cortes na pele humana com as potentes mandíbulas. O veneno da formiga lava-pés (gênero Solenopsis) é produzido em uma glândula conectada ao ferrão e cerca de 90% é constituído de alcalóides oleosos, onde a fração mais importante é a Solenopsin A, de efeito citotóxico. Menos de 10% têm constituição protéica, com pouco efeito local, mas capaz de provocar reações alérgicas em determinados indivíduos. A morte celular provocada pelo veneno promove diapedese de neutrófilos no ponto da ferroada. Imediatamente após a picada, forma-se uma pápula urticariforme de 0,5 a 1,0 cm no local. A dor é importante, mas, com o passar das horas, esta cede e o local pode se tornar pruriginoso. Cerca de 24 horas após, a pápula dá lugar a uma pústula estéril, que é reabsorvida em 7 a 10 dias. Acidentes múltiplos são comuns em crianças, alcoólatras e incapacitados. Pode haver infecção secundária das lesões, causada pelo rompimento da pústula pelo ato de coçar. Processos alérgicos em diferentes graus podem ocorrer, sendo inclusive causa de óbito. O paciente atópico é mais sensível. Infecção secundária é mais comum, podendo ocorrer abscessos, celulites, erisipela. O diagnóstico é basicamente clínico. Tratamento O tratamento do acidente por Solenopsis sp (lava-pés) deve ser feito pelo uso imediato de compressas fria locais, seguida da aplicação de corticóides tópicos. A analgesia pode ser feita com paracetamol e há sempre a indicação do uso de anti- histamínicos por via oral. Acidentes maciços ou complicações alérgicas têm indicação do uso de prednisona, 30 mg, por via oral, diminuindo-se 5 mg a cada três dias, após a melhora das lesões. Anafilaxia ou reações respiratórias do tipo asmático são emergências que devem ser tratadas prontamente. 103 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores PLANTAS TÓXICAS COPO DE LEITE Família: Araceae. Nome científico: Zantedeschia aethiopica Spreng. Nome popular: copo-de-leite Parte tóxica: todas as partes da planta Princípio Ativo: Oxalato de Cálcio Quadro Clínico: Irritante mecânico por ingestão e contato (ráfides). Dor em queimação, eritema e edema (inchaço) de lábios, língua, palato e faringe. Sialorréia, disfagia, asfixia. Cólicas abdominais, náuseas, vômitos e diarréia. Contato ocular: irritação intensa com congestão, edema, fotofobia. Lacrimejamento. Tratamento: Evitar lavagem gástrica ou êmese. Tratamento sintomático: Demulcentes (leite, clara de ovo, azeite de oliva, bochechos com hidróxido de alumínio); Analgésicos e antiespasmódicos.Anti-histamínicos. Corticóides em casos graves. Contato ocular: Lavagem demorada com água corrente, colírio anti- sépticos.Oftalmologista. COMIGO-NINGUÉM-PODE Família: Araceae. Nome científico: Dieffenbachia picta Schott. Nome popular: aninga-do-Pará. Parte tóxica: todas as partes da planta. 104 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Princípio Ativo: Oxalato de Cálcio Quadro Clínico: Irritante mecânico por ingestão e contato (ráfides). Dor em queimação, eritema e edema (inchaço) de lábios, língua, palato e faringe. Sialorréia, disfagia, asfixia. Cólicas abdominais, náuseas, vômitos e diarréia. Contato ocular: irritação intensa com congestão, edema, fotofobia. Lacrimejamento. Tratamento: Evitar lavagem gástrica ou êmese. Tratamento sintomático: Demulcentes (leite, clara de ovo, azeite de oliva, bochechos com hidróxido de alumínio); Analgésicos e antiespasmódicos.Anti-histamínicos. Corticóides em casos graves. Contato ocular: Lavagem demorada com água corrente, colírios antissépticos. Oftalmologista. TINHORÃO Família: Araceae Nome científico: Caladium bicolor Vent. Nome popular: tajá, taiá, caládio. Parte tóxica: todas as partes da planta. Princípio Ativo: Oxalato de Cálcio Quadro Clínico: Irritante mecânico por ingestão e contato (ráfides). Dor em queimação, eritema e edema (inchaço) de lábios, língua, palato e faringe. Sialorréia, disfagia, asfixia.Cólicas abdominais, náuseas, vômitos e diarréia. Contato ocular: irritação intensa com congestão, edema, fotofobia. Lacrimejamento. Tratamento: Evitar lavagem gástrica ou êmese. Tratamento sintomático: Demulcentes (leite, clara de ovo, azeite de oliva, 105 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores bochechos com hidróxido de alumínio), Analgésicos e antiespasmódicos.Anti-histamínicos. Corticóides em casos graves. Contato ocular: Lavagem demorada com água corrente, colírios antissépticos. Oftalmologista. TAIOBA-BRAVA Família: Araceae. Nome científico: Colocasia antiquorum Schott. Nome popular: cocó, taió, tajá. Parte tóxica: todas as partes da planta. Princípio Ativo: Oxalato de Cálcio Quadro Clínico: Irritante mecânico por ingestão e contato (ráfides). Dor em queimação, eritema e edema (inchaço) de lábios, língua, palato e faringe. Sialorréia, disfagia, asfixia. Cólicas abdominais, náuseas, vômitos e diarréia. Contato ocular: irritação intensa com congestão, edema, fotofobia. Lacrimejamento. Tratamento: Evitar lavagem gástrica ou êmese. Tratamento sintomático: Demulcentes (leite, clara de ovo, azeite de oliva, bochechos com hidróxido de alumínio), Analgésicos e antiespasmódicos.Anti-histamínicos. Corticóides em casos graves. Contato ocular: Lavagem demorada com água corrente, colírios antissépticos. Oftalmologista. BANANA DE MACACO Família: Annonaceae Nome científico: Rollinia leptopetala R.E.Fr. Nome popular: Araticum, Ata-brava, Banana-de-macaco, Bananinha, Bananinha-de- 106 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores macaco, Bananinha-de-quemquem, Fruta-de-macaco, Pereiro Parte tóxica : todas as partes da planta. Princípio Ativo: Oxalato de Cálcio Quadro Clínico: Irritante mecânico por ingestão e contato (ráfides). Dor em queimação, eritema e edema (inchaço) de lábios, língua, palato e faringe. Sialorréia, disfagia, asfixia. Cólicas abdominais, náuseas, vômitos e diarréia. Contato ocular: irritação intensa com congestão, edema, fotofobia. Lacrimejamento. Tratamento: Evitar lavagem gástrica ou êmese. Tratamento sintomático: Demulcentes (leite, clara de ovo, azeite de oliva, bochechos com hidróxido de alumínio), Analgésicos e antiespasmódicos.Anti-histamínicos. Corticóides em casos graves. Contato ocular: Lavagem demorada com água corrente, colírios antissépticos. Oftalmologista. COROA-DE-CRISTO Família: Euphorbiaceae. Nome científico: Euphorbia milii L. Nome popular: coroa-de-cristo. Parte tóxica: todas as partes da planta. Princípio ativo: Látex Irritante Quadro Clínico: Irritação de pele e mucosas com hiperemia ou vesículas e bolhas; pústulas, prurido, dor em queimação. Ingestão: lesão irritativa, sialorréia, disfagia, edema de lábios e língua, dor em queimação, náuseas, vômitos. Contato ocular: Conjuntivite (processos inflamatórios), lesões de córnea. 107 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Tratamento: Lesões de pele: cuidados higiênicos, lavagem com permanganato de potássio 1:10.000, pomadas decorticóides, anti-histamínicos VO .Ingestão: Evitar esvaziamento gástrico.Analgésicos e antiespasmódicos. Protetores de mucosa (leite, óleo de oliva). Casos graves: corticóides.Contato ocular: lavagem com água corrente, colírios antissépticos, avaliação oftalmológica. BICO-DE-PAPAGAIO Família: Euphorbiaceae. Nome científico: Euphorbia pulcherrima Willd. Nome popular: rabo-de-arara, papagaio. Parte tóxica: todas as partes da planta. Princípio ativo: Látex Irritante Quadro Clínico: Irritação de pele e mucosas com hiperemia ou vesículas e bolhas; pústulas, prurido, dor em queimação. Ingestão: lesão irritativa, sialorréia, disfagia, edema de lábios e língua, dor em queimação, náuseas, vômitos. Contato ocular: Conjuntivite (processos inflamatórios), lesões de córnea. Tratamento: Lesões de pele: cuidados higiênicos, lavagem com permanganato de potássio 1:10.000, pomadas decorticóides, anti-histamínicos VO .Ingestão: Evitar esvaziamento gástrico.Analgésicos e antiespasmódicos. Protetores de mucosa (leite, óleo de oliva). Casos graves: corticóides.Contato ocular: lavagem com água corrente, colírios antissépticos, avaliação oftalmológica. 108 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores AVELÓS Família: Euphorbiaceae. Nome científico: Euphorbia tirucalli L. Nome popular: graveto-do-cão, figueira-do-diabo, dedo-do-diabo, pau-pelado, árvore de São Sebastião. Parte tóxica: todas as partes da planta. Princípio ativo: Látex Irritante Quadro Clínico: Irritação de pele e mucosas com hiperemia ou vesículas e bolhas; pústulas, prurido, dor em queimação. Ingestão: lesão irritativa, sialorréia, disfagia, edema de lábios e língua, dor em queimação, náuseas, vômitos. Contato ocular: Conjuntivite (processos inflamatórios), lesões de córnea. Tratamento: Lesões de pele: cuidados higiênicos, lavagem com permanganato de potássio 1:10.000, pomadas decorticóides, anti-histamínicos VO .Ingestão: Evitar esvaziamento gástrico.Analgésicos e antiespasmódicos. Protetores de mucosa (leite, óleo de oliva). Casos graves: corticóides.Contato ocular: lavagem com água corrente, colírios anti- sépticos, avaliação oftalmológica. PINHÃO-ROXO Família: Euphorbiaceae. Nome científico: Jatropha curcas L. Nome popular: pinhão-de-purga, pinhão-paraguaio, pinhão-bravo, pinhão, pião, pião-roxo, mamoninho, purgante-de-cavalo. Parte tóxica: folhas e frutos. Princípio Ativo: Toxalbumina (curcina) 109 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Quadro Clínico: Ingesta: ação irritativa do trato gastrointestinal, dor abdominal, náuseas, vômitos, cólicas intensas, diarréia às vezes sanguinolentas.Hipotensão, dispnéia, arritmia, parada cardíaca. Evolução para desidratação grave, choque, distúrbios hidroeletrolíticos, torpor, hiporreflexia, coma. Pode ocorrer insuficiência renal. Contato: látex, pelos e espinhos: irritante de pele e mucosas. Tratamento: Antiespasmódicos, antieméticos, eventualmente antidiarréicos. Correção precoce dos distúrbios hidroeletrolíticos Lesões de pele: soluções anti-sépticas, analgésicos, anti-histamínicos. Casos graves: corticóides. MAMONA Família: Euphorbiaceae. Nome científico: Ricinus communis L. Nome popular: carrapateira, rícino, mamoeira, palma- de-cristo, carrapato. Parte tóxica: sementes. Princípio Ativo: Toxalbumina (ricina) Quadro Clínico: Ingesta: ação irritativa do trato gastrointestinal, dor abdominal, náuseas, vômitos, cólicas intensas, diarréia às vezes sanguinolentas.Hipotensão, dispnéia, arritmia, parada cardíaca. Evolução para desidratação grave, choque, distúrbios hidroeletrolíticos, torpor, hiporreflexia, coma. Pode ocorrer insuficiência renal. Contato: látex, pelos e espinhos: irritante de pele e mucosas. Tratamento: Antiespasmódicos, antieméticos, eventualmente antidiarréicos. Correção precoce dos distúrbios hidroeletrolíticos 110 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditosdeste conteúdo são dados a seus respectivos autores Lesões de pele: soluções anti-sépticas, analgésicos, anti-histamínicos. Casos graves: corticóides. SAIA-BRANCA Família: Solanaceae. Nome científico: Datura suaveolens L. Nome popular: trombeta, trombeta-de-anjo, trombeteira, cartucheira, zabumba. Parte tóxica: todas as partes da planta. Princípio ativo: alcalóides beladonados (atropina, escopolamina e hioscina). Quadro Clínico: Início rápido: náuseas e vômitos. Quadro semelhante à intoxicação poratropina: pele quente, seca e avermelhada, rubor facial, mucosas secas, taquicardia, midríase, agitação psicomotora, febre, distúrbios de comportamento, alucinações e delírios, vasodilatação periférica. Nos casos graves: depressão neurológica e coma, distúrbios cardiovasculares, respiratórios e óbito. Tratamento: Esvaziamento gástrico com lavagem gástrica (em tempo útil) com água, permanganato de potássio ou ácido tânico a 4%. Tratamento de suporte/sintomático. Tratar hipertermia com medidas físicas. Evitar sedativos nos casos mais graves. 111 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores SAIA ROXA Nome científico: Datura metel Nome popular: Saia roxa Parte tóxica: Semente] Princípio Ativo: Alcalóide daturina Quadro Clínico: Início rápido: náuseas e vômitos. Quadro semelhante à intoxicação poratropina: pele quente, seca e avermelhada, rubor facial, mucosas secas, taquicardia, midríase, agitação psicomotora, febre, distúrbios de comportamento, alucinações e delírios, vasodilatação periférica. Nos casos graves: depressão neurológica e coma, distúrbios cardiovasculares, respiratórios e óbito. Tratamento: Esvaziamento gástrico com lavagem gástrica (em tempo útil) com água, permanganato de potássio ou ácido tânico a 4%. Tratamento de suporte/sintomático. Tratar hipertermia com medidas físicas. Evitar sedativos nos casos mais graves. ESTRAMÔNIO Família: Solanaceae Nome científico: Datura stramonium L. Nome popular: Zabumba, Mata zombando, Figueira do inferno Parte tóxica: todas as partes da planta. Princípio ativo: Plantas Beladonadas Quadro Clínico: Início rápido: náuseas e vômitos. Quadro semelhante à intoxicação poratropina: pele quente, seca e avermelhada, rubor 112 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores facial, mucosas secas, taquicardia, midríase, agitação psicomotora, febre, distúrbios de comportamento, alucinações e delírios, vasodilatação periférica. Nos casos graves: depressão neurológica e coma, distúrbios cardiovasculares, respiratórios e óbito. Tratamento: Esvaziamento gástrico com lavagem gástrica (em tempo útil) com água, permanganato de potássio ou ácido tânico a 4%. Tratamento de suporte/sintomático. Tratar hipertermia com medidas físicas. Evitar sedativos nos casos mais graves. LÍRIO Família: Meliaceae Nome científico: Melia azedarach L. Nome popular: Lilás ou lírio da índia, cinamomo, lírio ou lilás da china, lírio ou lilás do Japão, jasmim-de- caiena, jasmim-de-cachorro, jasmim-de-soldado, árvore-santa, loureiro-grego, Santa Bárbara. Parte tóxica: frutos e chá das folhas. Princípio ativo: saponinas e alcalóides neurotóxicos (azaridina). Quadro Clínico: Início rápido: náuseas e vômitos. Quadro semelhante à intoxicação poratropina: pele quente, seca e avermelhada, rubor facial, mucosas secas, taquicardia, midríase, agitação psicomotora, febre, distúrbios de comportamento, alucinações e delírios, vasodilatação periférica. Nos casos graves: depressão neurológica e coma, distúrbios cardiovasculares, respiratórios e óbito. Tratamento: Esvaziamento gástrico com lavagem gástrica (em tempo útil) com água, permanganato de potássio ou ácido tânico a 4%. 113 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Tratamento de suporte/sintomático. Tratar hipertermia com medidas físicas. Evitar sedativos nos casos mais graves. CHAPÉU-DE-NAPOLEÃO Família: Apocynaceae. Nome científico: Thevetia peruviana Schum. Nome popular: jorro-jorro, bolsa-de-pastor. Parte tóxica: todas as partes da planta. Princípio Ativo: Glicosídeos Cardiotóxicos Quadro Clínico: Quadro semelhante à intoxicação por digitálicos. Ingestão:dor/queimação, sialorréia, náuseas, vômitos, cólicas abdominais,diarréia. Manifestações neurológicas com cefaléia, tonturas, confusão mental e distúrbios visuais. Distúrbios cardiovasculares: arritmias, bradicardia, hipotensão. Contato ocular: fotofobia, congestão conjuntival, lacrimejamento. Tratamento: Tratamento de suporte, com atenção especial aos distúrbios hidroeletrolíticos. Antiarrítmicos habituais nos distúrbios de ritmo. Antiespasmódicos, antieméticos, protetores de mucosa e adsorventes intestinais. Contato ocular: lavagem com água corrente, colírios anti- sépticos, analgésicos e avaliação oftalmológica. OFICIAL DE SALA Familia : Asclepiadaceae Nome Cientifico: Asclepias curassavica L. Nome Popular: Paina-de-sapo, oficial-de-sala, cega-olhos, erva-de-paina, margaridinha, imbira-de-sapo, erva de rato 114 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores falsa Parte tóxica: todas as partes da planta. Princípio Ativo: Glicosídeos Cardiotóxicos Quadro Clínico: Quadro semelhante à intoxicação por digitálicos. Ingestão: dor/queimação, sialorréia, náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarréia. Manifestações neurológicas com cefaléia, tonturas, confusão mental e distúrbios visuais. Distúrbios cardiovasculares: arritmias, bradicardia, hipotensão. Contato ocular: fotofobia, congestão conjuntival, lacrimejamento. Tratamento: Tratamento de suporte, com atenção especial aos distúrbios hidroeletrolíticos. Antiarrítmicos habituais nos distúrbios de ritmo. Antiespasmódicos, antieméticos, protetores de mucosa e adsorventes intestinais. Contato ocular: lavagem com água corrente, colírios anti-sépticos, analgésicos e avaliação oftalmológica. ESPIRRADEIRA Família: Apocynaceae. Nome científico: Nerium oleander L. Nome popular: oleandro, louro rosa. Parte tóxica: todas as partes da planta. Princípio Ativo: Glicosídeos Cardiotóxicos Quadro Clínico: Quadro semelhante à intoxicação por digitálicos. Ingestão: dor/queimação, sialorréia, náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarréia. Manifestações neurológicas com cefaléia, tonturas, confusão mental e distúrbios visuais. Distúrbios cardiovasculares: arritmias, bradicardia, hipotensão. Contato ocular: fotofobia, congestão conjuntival, lacrimejamento. 115 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Tratamento: Tratamento de suporte, com atenção especial aos distúrbios hidroeletrolíticos. Antiarrítmicos habituais nos distúrbios de ritmo. Antiespasmódicos, antieméticos, protetores de mucosa e adsorventes intestinais. Contato ocular: lavagem com água corrente, colírios anti-sépticos, analgésicos e avaliação oftalmológica. DEDALEIRA Família: Scrophulariaceae Nome científico: Digitalis purpúrea L. Nome popular: Dedaleira, digital Parte tóxica: Folha e Flor Princípio Ativo: Glicosídeos Cardiotóxicos Quadro Clínico:Quadro semelhante à intoxicação por digitálicos. Ingestão: dor/queimação, sialorréia, náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarréia. Manifestações neurológicas com cefaléia, tonturas, confusão mental e distúrbios visuais. Distúrbios cardiovasculares: arritmias, bradicardia, hipotensão. Contato ocular: fotofobia, congestão conjuntival, lacrimejamento. Tratamento: Tratamento de suporte, com atenção especial aos distúrbios hidroeletrolíticos. Antiarrítmicos habituais nos distúrbios de ritmo. Antiespasmódicos, antieméticos, protetores de mucosa e adsorventes intestinais. Contato ocular: lavagem com água corrente, colírios anti-sépticos, analgésicos e avaliação oftalmológica. 116 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores MANDIOCA-BRAVA Família: Euphorbiaceae. Nome científico: Manihot utilissima Pohl. (Manihot esculenta ranz). Nome popular: mandioca, maniva. Parte tóxica: raiz e folhas. Princípio Ativo: Glicosídios Cianogênicos Quadro Clínico: Liberam ácido cianídrico causando anóxia celular. Distúrbios gastrointestinais: náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarréia, acidose metabólica, hálito de amêndoas amargas. Distúrbios neurológicos: sonolência, torpor, convulsões e coma. Crise típica: opistótono, trismas e midríase. Distúrbios respiratórios: dispnéia, apnéia, secreções, cianose, distúrbios cárdiocirculatórios. Hipotensão na fase final. Sangue vermelho rutilante. Tratamento: Tratamento precoce. Exames laboratoriais para detecção de tiocianatos na saliva ou cianeto no sangue. Nitrito de Amila por via inalatória 30seg a cada 2min: formação de cianometahemoglobina (atóxica). Nitrito de Sódio 3% - 10ml EV (adultos), se neces. Tratar com Azul de Metileno + Vit C. Hipossulfito de Sódio 25% - 25 a 50ml EV (adultos), 1ml/Kg (crianças). Dão origem a tiocianatos.O2.Hidroxicobalamina 15000mcg EV-formação de ciano- Cobalamina (atóxica). Esvaziamento gástrico. 117 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Coração de Negro ou Pessegueiro Bravo Família: Rosaceae Nome científico: Prunus sphaerocarpa SW Nome popular: pessegueiro bravo, marmeleiro bravo. Partes tóxicas: frutas e sementes. Princípio Ativo: Glicosídios Cianogênicos Quadro Clínico: Liberam ácido cianídrico causando anóxia celular. Distúrbios gastrointestinais: náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarréia, acidose metabólica, hálito de amêndoas amargas. Distúrbios neurológicos: sonolência, torpor, convulsões e coma. Crise típica: opistótono, trismas e midríase. Distúrbios respiratórios: dispnéia, apnéia, secreções, cianose, distúrbios cárdiocirculatórios. Hipotensão na fase final. Sangue vermelho rutilante. Tratamento: Tratamento precoce. Exames laboratoriais para detecção de tiocianatos na saliva ou cianeto no sangue. Nitrito de Amila por via inalatória 30seg a cada 2min: formação de cianometahemoglobina (atóxica). Nitrito de Sódio 3% - 10ml EV (adultos), se neces. Tratar com Azul de Metileno + Vit C. Hipossulfito de Sódio 25% - 25 a 50ml EV (adultos), 1ml/Kg (crianças). Dão origem a tiocianatos.O2.Hidroxicobalamina 15000mcg EV-formação de ciano- Cobalamina (atóxica). Esvaziamento gástrico. BROTO DE BAMBU Princípio Ativo: Glicosídios Cianogênicos Quadro Clínico: Liberam ácido cianídrico causando anóxia celular. Distúrbios gastrointestinais: náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarréia, acidose metabólica, hálito de amêndoas amargas. 118 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Distúrbios neurológicos: sonolência, torpor, convulsões e coma. Crise típica: opistótono, trismas e midríase. Distúrbios respiratórios: dispnéia, apnéia, secreções, cianose, distúrbios cárdiocirculatórios. Hipotensão na fase final. Sangue vermelho rutilante. Tratamento: Tratamento precoce. Exames laboratoriais para detecção de tiocianatos na saliva ou cianeto no sangue. Nitrito de Amila por via inalatória 30seg a cada 2min: formação de cianometahemoglobina (atóxica). Nitrito de Sódio 3% - 10ml EV (adultos), se neces. Tratar com Azul de Metileno + Vit C. Hipossulfito de Sódio 25% - 25 a 50ml EV (adultos), 1ml/Kg (crianças). Dão origem a tiocianatos.O2.Hidroxicobalamina 15000mcg EV-formação de ciano- Cobalamina (atóxica). Esvaziamento gástrico. GIESTA Família: Leguminosae (Fabaceae) Nome científico: Cytisus Scoparius Nome Popular: Giesta. Parte tóxica: Folha, Caule e Flor. Princípio Ativo: Alcalóides não Atropínicos Quadro Clínico: Predominam sintomas gastrointestinais: náuseas, cólicas abdominais e diarréia. Distúrbios hidroeletrolíticos. Raramente torpor e discreta confusão mental. Tratamento: Esvaziamento gástrico (muitas vezes não é necessária lavagem gástrica). Antiespasmódico, antiemético. Manter o estado de hidratação. Tratamento sintomático. 119 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores JOÁ Nome científico: Nome Popular: Joá. Parte tóxica: Fruto e Semente. Princípio Ativo: Alcalóides não Atropínicos Quadro Clínico: Predominam sintomas gastrointestinais: náuseas, cólicas abdominais e diarréia. Distúrbios hidroeletrolíticos. Raramente torpor e discreta confusão mental, sintomas de intoxicação atropínica e às vezes obstrução intestinal. Torpor, astenia e prostração. Quadro simula abdômen agudo. Tratamento: Esvaziamento gástrico (muitas vezes não é necessária lavagem gástrica).Antiespasmódico, antiemético. Manter o estado de hidratação. No quadro obstrutivo por Joá: clister à base de soro fisiológico.Tratamento sintomático. ESPORINHA Família: Ranunculaceae Nome científico: Delphinium spp Nome Popular: Esporinha Parte tóxica: Semente Princípio Ativo: Alcalóides não Atropínicos (Alcalóide delfina) Quadro Clínico: Predominam sintomas gastrointestinais: náuseas, cólicas abdominais e diarréia. Distúrbios hidroeletrolíticos. Raramente torpor e discreta confusão mental. 120 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Tratamento: Esvaziamento gástrico (muitas vezes não é necessária lavagem gástrica). Antiespasmódico, antiemético. Manter o estado de hidratação. No quadro obstrutivo por Joá: clister à base de soro fisiológico.Tratamento sintomático. FLOR DAS ALMAS Família: Asteraceae Nome científico: Senecio spp. Nome popular: maria-mole, tasneirinha, flor das almas. Princípio Ativo: Alcalóides não Atropínicos Quadro Clínico: Predominam sintomas gastrointestinais: náuseas, cólicas abdominais e diarréia. Distúrbios hidroeletrolíticos. Raramente torpor e discreta confusão mental. Principalmente crônica pode causar doença hepática com evolução para cirrose ou S. Budd-Chiari. Tratamento: Esvaziamento gástrico (muitas vezes não é necessária lavagem gástrica).Antiespasmódico, antiemético.Manter o estado de hidratação.No quadro obstrutivo por Joá: clister à base de soro fisiológico.Tratamento sintomático. Plantas: Cogumelos não comestíveis: Várias famílias e gênero: Amanita sp, Boletus sp, Clavaria sp e outros. Princípio Ativo: Cogumelos Quadro Clínico: (pp. Síndromes) Síndrome Gastrointestinal: náuseas,
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