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História da Psicologia - resumo do livro texto.pdf

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HISTÓRIA DA PSICOLOGIA - Resumo da Aulas 
Referência do livro-texto: SCHULTZ, Duane P.; SCHULTZ, Sydney Ellen. História da psicologia moderna. São Paulo: Cengage 
Learning, 2014. 
 
1 
CAPÍTULO 1. O ESTUDO DA HISTÓRIA DA PSICOLOGIA 
 
O estudo da história da psicologia 
O passado é relevante para o presente. 
O estudo da evolução do pensamento psicológico ajuda a compreender a Psicologia contemporânea. 
Traz coesão à um campo atualmente muito diversificado, proporcionando uma visão do todo. 
 
A psicologia é uma das disciplinas acadêmicas mais antigas e ao mesmo tempo mais 
modernas 
Suas raízes remontam ao século V a.C. - lida com as mesmas questões sobre a mente humana que 
os filósofos gregos (como Sócrates, Platão e Aristóteles) tentaram responder. 
A psicologia emerge quando a filosofia e a fisiologia, a partir do século XVIII, se unem para 
responder a essas mesmas perguntas e incluem a experimentação e os métodos empíricos nas 
pesquisas. 
No século XIX, o campo desenvolveu seus próprios métodos e tornou-se uma disciplina 
independente. 
A implantação do primeiro laboratório de psicologia em 1879, na Universidade de Leipzig, na 
Alemanha, por Wilhelm Maximilian Wundt (1832-1920). 
O contexto histórico exerceu grande influência sobre a formação do campo da psicologia, 
influenciando o que foi o foco da psicologia em determinado momento. 
Exemplo: durante as guerras mundiais, as áreas ligadas aos testes psicológicos, à seleção de 
pessoal e a psicologia aplicada à engenharia foram enfatizadas. 
 
Dados históricos X dados científicos 
Através dos métodos utilizados para estudar a história (historiografia), os historiadores buscam 
encontrar, interpretar e assimilar fragmentos de informação, a partir de uma diversidade de fontes, 
para tentar entender um acontecimento. 
A história é diferente da ciência – a história não pode ser repetida e os dados da história não podem 
ser reconstituídos em laboratório como uma experiência científica. 
 
Dados históricos podem se perder, ser incompletos e incorretos 
Exemplo: John Watson queimou suas cartas, anotações de pesquisas e manuscritos não 
publicados antes de morrer. 
Exemplo: Alguns artigos escritos por Hermann Ebbinghaus que tinham sido perdidos, foram 
encontrados recentemente. 
 
Dados históricos podem ser distorcidos 
Distorção de dados por meio de traduções. 
Exemplo: alguns dos termos utilizados por Sigmund Freud para conceituar fenômenos na 
psicanálise perderam o significado original pretendido por ele quando foram mal traduzidos 
para o inglês - os sistemas da personalidade originais de Freud foram traduzidos em Id, Ego e 
Superego, quando a melhor tradução dessas ideias de seu original alemão poderia ser Isso, 
Eu e “sobre-eu”. 
Alguns dados da história são distorcidos com o intuito de proteger a reputação ou a imagem pública 
de uma pessoa. 
Exemplo: o biógrafo de Freud, Ernest Jones, propositadamente minimizou o uso de cocaína 
por ele. 
Exemplo: Em sua autobiografia, B. F. Skinner se retrata como se não fizesse nada além de 
trabalhar, embora seus colegas de classe se lembrassem que ele, frequentemente, jogava 
pingue-pongue na época em que era estudante de pós-graduação. 
 
Forças contextuais influenciaram o desenvolvimento da psicologia moderna 
Zeitgeist - o espírito cultural e intelectual da época, muitas vezes moldou a natureza dos temas de 
estudo e a direção em que se desenvolveu a psicologia. 
Pode ser dirigido por alguns indivíduos. 
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA - Resumo da Aulas 
Referência do livro-texto: SCHULTZ, Duane P.; SCHULTZ, Sydney Ellen. História da psicologia moderna. São Paulo: Cengage 
Learning, 2014. 
 
2 
Exemplo: muitas vezes, os editores de jornais e revistas científicas podem se recusar a 
publicar artigos que sejam revolucionários ou que critiquem ou se oponham ao pensamento 
dominante num certo momento. 
Afeta a evolução da ciência, podendo inibir ou promover determinados métodos de investigação ou 
certo assunto de uma disciplina. 
Exemplo: no início do século XX, a psicologia aplicada proliferou na América do Norte, 
quando ocorreu um aumento das imigrações e da taxa de natalidade, provocando um 
crescimento no número de estudantes que necessitavam de educação pública, levando os 
psicólogos a aplicar suas habilidades nos ambientes educacionais - o foco da psicologia 
passou da pesquisa acadêmica para a aplicação do conhecimento psicológico na solução de 
problemas da vida real. 
Exemplo: a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais levaram pesquisadores e teóricos a 
migrar da Europa para os Estados Unidos, provocando significativas mudanças nos rumos da 
psicologia. 
 
O papel do Preconceito 
A discriminação de mulheres - muitas vezes não eram autorizadas a fazer pós-graduação; quando 
conseguiam, depois do término tinham dificuldade em encontrar trabalho, principalmente, se fossem 
casadas. 
Exemplo: Eleanor Gibson, que mais tarde ganhou inúmeros prêmios profissionais por seu 
trabalho sobre aprendizagem e desenvolvimento perceptivo, ficou restrita a certos cursos e 
áreas na universidade Yale. 
A discriminação de judeus – muitas faculdades e universidades americanas tinham políticas 
explícitas para rejeitar os alunos judeus. 
Exemplo: um estudo realizado nas universidades Harvard, Yale e Princeton, descobriu que os 
judeus eram excluídos da admissão; os que conseguiam ser admitidos nas faculdades eram, 
frequentemente, segregados. 
A discriminação de negros - quando alunos negros conseguiam frequentar as universidades onde 
predominavam alunos brancos, muitas vezes não podiam morar no campus nem se misturar 
socialmente com eles. 
 
O processo de registro histórico pode restringir trabalhos individuais que mereceriam 
destaque 
Apenas uma porcentagem muito pequena do total de indivíduos em um campo de estudo se destaca 
ou causa impacto na história. 
Exemplo: a não ser que alguém realize algo incomum ou que publique seus trabalhos e 
ideias, o trabalho da maioria será omitido aos historiadores e não será divulgado além de um 
pequeno grupo de colegas. 
 
Duas concepções da história científica 
A concepção personalista - a ciência avança por causa de pessoas eminentes, cujo trabalho gera 
impacto sobre o campo. 
A concepção naturalista - o Zeitgeist do momento pode promover o surgimento de uma ideia 
particular; caso uma pessoa não descubra a ideia, outra pessoa poderá fazê-lo. 
Exemplo: descobertas simultâneas e independentes, como a de Charles Darwin e Alfred 
Russel Wallace, que desenvolveram a ideia da teoria da evolução independente um do outro, 
indicando que o momento era adequado para aquela ideia surgir. 
Se o Zeitgeist do momento não é propício, às vezes, as ideias são apresentadas antes de seu 
tempo. 
Exemplo: o cientista escocês Robert Whytt apresentou sua ideia da resposta condicionada 
em 1763, mas foi ignorado por seus contemporâneos. Um século depois, Ivan Pavlov 
expandiu as ideias de Whytt quando o Zeitgeist era mais receptivo. 
 
Estágio paradigmático de desenvolvimento de uma ciência 
Thomas Kuhn – escreveu sobre como as ciências se desenvolveram ao longo do tempo (livro A 
estrutura das revoluções científicas) - quando uma ciência tiver produzido uma forma aceita de 
pensamento e tiver amadurecido, essa forma de pensamento será chamada paradigma. 
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA - Resumo da Aulas 
Referência do livro-texto: SCHULTZ, Duane P.; SCHULTZ, Sydney Ellen. História da psicologia moderna. São Paulo: Cengage 
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Exemplo: por cerca de trezentos anos o paradigma na Física foi a estrutura galileana-
newtoniana. 
Os paradigmas podem mudar em função de uma revolução científica. 
Exemplo: o modelo de física de Einstein tornou-se um paradigma. 
 
Estágio pré-paradigmático de desenvolvimento da Psicologia 
A psicologia é considerada “pré-paradigmática” porque continuadividida em escolas, não havendo 
uma escola de pensamento prevalecente, ou seja, não há uma visão única da Psicologia com a qual 
a maioria dos psicólogos concorde. 
 
Surgimento, desenvolvimento e extinção das escolas de pensamento 
Na história da psicologia, as escolas de pensamento emergentes surgiram como um protesto contra 
as escolas que as antecederam. 
A oposição destacava o que as distinguia das escolas anteriores, que sucumbiam frente ao 
entusiasmo em relação ao novo. 
 
As escolas de pensamento em psicologia 
Uma escola se forma quando um grupo de psicólogos concordam a respeito de um objeto de estudo, 
dos métodos a serem utilizados e das abordagens da psicologia. 
Exemplo: Wilhelm Wundt é considerado o fundador da psicologia científica por primeiro ter 
definido e promovido a psicologia a partir de 1879; mas já em 1900, havia diversas posições 
teóricas organizadas em oposição à Psicologia de Wundt e entre si; cada uma era uma 
“escola de pensamento”. 
 
- As escolas de psicologia 
Psicologia experimental de Wundt - utiliza o método experimental das ciências naturais para o 
estudo dos aspectos subjetivos da experiência, a experiência consciente imediata, investigando 
como um sujeito apreende sensações e sentimentos (conteúdos mentais básicos da experiência 
imediata). 
 
Estruturalismo – afirma que cada totalidade psicológica compõe-se de elementos, procurando 
descobrir quais são os elementos mentais, o conteúdo e a maneira pela qual a mente se estrutura. 
 
Funcionalismo – estuda os processos, as operações e os atos psíquicos (mentais) como formas de 
interação adaptativa. 
 
Behaviorismo – estuda o comportamento visível, passível de observação, de resposta a um 
estímulo, acreditando ser possível prever e controlar a conduta humana, com base no estudo do 
meio em que o indivíduo vive. 
 
Gestaltismo – afirma que não se pode conhecer o todo através das partes, mas sim as partes por 
meio do conjunto, que tem suas próprias leis, que coordenam seus elementos; assim o cérebro 
percebe, interpreta e incorpora uma imagem ou uma ideia. 
 
Psicanálise – método de compreensão e análise do indivíduo, entendido como um sujeito do 
inconsciente, que abrange: um método de investigação da mente e seu funcionamento; um sistema 
teórico sobre a personalidade e o comportamento humano; e um método de tratamento 
psicoterapêutico. 
 
Psicologia humanista - busca conhecer o ser humano a partir de sua experiência consciente, 
acreditando que todo ser humano possui no seu interior um potencial de autorrealização, baseada no 
livre arbítrio, na espontaneidade e no poder criativo. 
 
Psicologia cognitiva - estuda os processos mentais (como o pensamento, a percepção e a 
memória) a fim de analisar como o sujeito percebe os fenômenos e o mundo, e de que modo 
desenvolve suas funções cognitivas (tais como falar, resolver problemas, memorizar, raciocinar etc.). 
 
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA - Resumo da Aulas 
Referência do livro-texto: SCHULTZ, Duane P.; SCHULTZ, Sydney Ellen. História da psicologia moderna. São Paulo: Cengage 
Learning, 2014. 
 
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- Focos atuais: 
Psicologia evolutiva - busca explicar as ações dos seres humanos, procurando reconstruir os 
problemas com os quais nossos ancestrais se defrontaram em seus ambientes primitivos e os 
comportamentos de solução de problemas que criaram para resolver esses desafios específicos. A 
partir da reconstrução dessas adaptações de solução de problemas, tenta estabelecer as origens 
comuns de nossos comportamentos ancestrais e como essas origens comportamentais se 
manifestam atualmente em diferentes culturas. 
 
Neurociência cognitiva - estuda os comportamentos complexos (como a atenção, a consciência, a 
memória, a aprendizagem e a tomada de decisões) através dos mecanismos biológicos subjacentes 
à cognição, com foco nos substratos neurais dos processos mentais e suas manifestações 
comportamentais, para compreender como as funções psicológicas e cognitivas são produzidas no 
cérebro. 
 
Psicologia positiva – estuda as experiências positivas subjetivas (com foco nos traços positivos dos 
seres humanos e das instituições) que permitem a experiência e a manifestação destes traços 
positivos, através da verificação dos potenciais, das motivações e das capacidades dos indivíduos, 
para compreender eventos psicológicos como o otimismo, o altruísmo, a esperança, a alegria, a 
satifação e o bem-estar subjetivo. 
 
 
CAPÍTULO 2. INFLUÊNCIAS FILOSÓFICAS 
 
Antecedentes do desenvolvimento da nova psicologia 
Os avanços da tecnologia representaram o Zeitgeist dos séculos XVII a XIX - máquinas criadas tanto 
para auxiliar no cotidiano como para diversão podiam realizar ações complexas. 
Exemplo: na Europa, o relógio mecânico e os autômatos se tornaram muito populares e 
apreciados, sendo construídos com grande diversidade de tamanho e níveis elaborados de 
sofisticação. 
 
O relógio - mecanismo considerado protótipo do universo físico por causa da regularidade, da 
previsibilidade e da precisão no seu funcionamento. 
 
A filosofia Mecanicista 
Representada pelas máquinas - a ideia de que todos os processos naturais podem ser explicados 
com base nas leis mecânicas, principalmente, da física e da química. 
 
Galileu Galilei (1564-1642) e Isaac Newton (1642-1727) - a conceituação de um universo 
mecânico, sugere que cada efeito físico é derivado de uma causa direta; se a causa pode ser 
totalmente compreendida, pode-se fazer previsões. 
 
O conceito de mecanismo levou à ideia de que a precisão e a regularidade (observadas no 
funcionamento dos relógios) também poderiam ser aplicadas ao universo. 
O universo (como um relógio), uma vez posto em movimento por Deus, funcionaria com ordem, 
regularidade e previsibilidade. 
 
Os filósofos incorporaram a ideia de mecanismo e de automação em suas abordagens para a 
compreensão da natureza humana - os seres humanos, assim como o universo, funcionavam como 
máquinas. 
Muitos acreditavam que as leis mecânicas dirigiam o comportamento humano e os métodos 
utilizados para estudar o universo poderiam ser empregados para estudar a conduta humana. 
Propôs-se um novo modo de estudar o comportamento humano - por meio de métodos científicos, 
cujo foco era a observação, a experimentação e a mensuração. 
 
Esse pensamento definiu o desenvolvimento dos conceitos de determinismo e de reducionismo. 
 
 
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA - Resumo da Aulas 
Referência do livro-texto: SCHULTZ, Duane P.; SCHULTZ, Sydney Ellen. História da psicologia moderna. São Paulo: Cengage 
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Reducionismo 
Acreditava-se que o universo, ao ser operado sob as mesmas leis mecânicas dos relógios, pudesse 
ser reduzido a seus elementos básicos. 
A ideia de que é possível simplificar fenômenos complexos a elementos mais simples. 
 
Determinismo 
Defendia-se também que o universo era previsível, assim como os relógios, e que, 
consequentemente, se poderia constatar a causa e o efeito de todas as suas ações. 
A ideia de que os atos são determinados pelos eventos passados. 
O comportamento humano pode ser previsto – se todos os movimentos (efeitos) ocorrem devido a 
causas antecedentes, ao se conhecer a causa, pode se predizer os efeitos. 
 
A máquina calculadora de Charles Babbage 
Foi influenciado pelos autômatos e relógios de sua época. 
Inventou uma máquina calculadora, que também podia jogar xadrez e outros jogos, e tinha 
capacidade para uma memória intermediária. 
É considerada a precursora do computador e da ideia de “inteligência artificial”. 
 
Ada Lovelace – matemática, patrocinadora de Babbage, publicou uma descrição do funcionamento 
da máquina de calcular. 
Identificou a diferença fundamental entre uma máquina pensante e um humano, afirmando que a 
máquina não poderia criar algo novo, apenas poderia fazer aquilo para o que foi programada. 
 
René Descartes (1596-1650)A relação mente-corpo - dualismo - doutrina que propõe que a mente e o corpo são duas entidades 
separadas, distinguindo entre as qualidades físicas e as qualidades mentais. 
O levou ao problema de entender como o corpo e a mente interagem. 
Defendia as ideias de que: 
A mente e o corpo são distintos – são duas entidades separadas. 
Em uma interação mútua, a mente controlava o corpo, assim como, de certo modo, o corpo também 
controlava a mente. 
 
Esse pensamento deu relevância ao funcionamento do organismo e permitiu que este se tornasse 
um objeto passível de investigação científica. 
Influenciado pelo espírito mecanicista, Descartes acreditava que o corpo poderia ser explicado de 
modo mecânico. 
 
Tentando explicar a relação entre mente e corpo, observou que no cérebro as estruturas são 
duplicadas em cada hemisfério, exceto a glândula pineal ou conarium – considerou essa estrutura 
como responsável pela interação entre a mente e o corpo. 
Defendeu que: 
Os nervos são tubos ocos, através dos quais flui essências animais, que produzem uma impressão 
no conarium e, a partir desta impressão, a mente produz uma sensação. 
Uma quantidade de movimento (o fluxo das essências animais) produz uma qualidade puramente 
mental (uma sensação); o inverso também ocorre, ou seja, a mente pode, de algum modo, deixar 
uma impressão no conarium que, inclinando-se para uma ou outra direção, influencia a direção do 
fluxo de essências animais para os músculos, do que resulta um movimento; logo, uma qualidade 
mental pode influenciar o movimento, uma propriedade do corpo. 
 
Foi um precursor da teoria da ação reflexa - acreditava que alguns movimentos não eram regidos 
pela experiência consciente, mas por um estímulo externo ao corpo que provocava uma resposta 
involuntária. 
 
Ideias inatas X Ideias derivadas 
Ideias inatas - surgem na mente/consciência, independentemente de experiências sensoriais, ou 
seja, sem a presença de estímulos externos. 
Exemplo: Deus, perfeição e infinito. 
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA - Resumo da Aulas 
Referência do livro-texto: SCHULTZ, Duane P.; SCHULTZ, Sydney Ellen. História da psicologia moderna. São Paulo: Cengage 
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Ideias derivadas - produzidas pela aplicação direta de um estímulo externo na mente/consciência. 
 
Positivismo, Materialismo e Empirismo – contribuições para a nova psicologia 
Doutrinas que proporcionaram a base filosófica para a psicologia, permitindo que tanto o 
comportamento humano como a mente se tornassem objeto de estudo científico. 
 
Positivismo: Auguste Comte (1798-1857) reconhece somente os fenômenos naturais ou fatos que 
são objetivamente observáveis. 
Materialismo - descrição dos fatos do universo em termos físicos e da sua explicação por meio das 
propriedades da matéria e da energia. 
Empirismo – todo o conhecimento é derivado da experiência sensorial. 
 
A partir do positivismo e do materialismo o comportamento humano observável passa a ser analisado 
de forma objetiva, podendo ser explicado pelos métodos das ciências naturais. 
O empirismo permitiu a exploração do modo como o corpo sente e a mente percebe, e como as 
associações de ideias são feitas na mente, com enfoque nos processos conscientes. 
 
O Empirismo e o Associacionismo 
John Locke (1632-1704) 
Ao nascer, a mente humana é uma tabula rasa (uma folha em branco), onde o conhecimento é 
inscrito; assim, adquirimos o conhecimento por meio de nossas experiências. 
 
Tipos de experiências: 
Sensação – tem origem em estímulos sensoriais diretos. 
Reflexão - interpretação de sensações para elaborar o pensamento de nível superior. 
Essas experiências se combinam para formar as ideias. 
 
Ideias: 
Simples - vêm da sensação e da reflexão e não podem ser mais divididas. 
Complexas - combinações das ideias simples. 
 
Tentando distinguir entre o que é subjetivo e o que é objetivo, destacou a importância da percepção 
humana - as sensações que temos dos objetos no espaço. 
Esses objetos têm duas qualidades: 
Primárias - existem no objeto, quer o percebamos ou não (o tamanho e a forma). 
Secundárias – não estão contidas no objeto, mas dependem da nossa percepção do objeto (cor, 
odor, som e sabor). 
 
George Berkeley (1685-1753) 
Existem somente as qualidades secundárias dos objetos - as qualidades primárias, descritas por 
Locke, não existem. 
Mentalismo - “a percepão é a única realidade” - todo o conhecimento é uma função da percepção. 
O mundo material não existe para o indivíduo até ser percebido - não há nenhuma realidade além do 
que é percebido - nós nunca vemos o mundo real de uma maneira objetiva. 
Os objetos no mundo parecem ter estabilidade porque Deus observa o mundo constantemente. 
Exemplo: uma árvore, ao cair na floresta, produz um som, mesmo que não haja ninguém para 
ouvi-lo, porque Deus percebe o som. 
 
David Hartley (1705-1757) 
Contiguidade - lei fundamental da associação. 
Repetição – também é necessária para formar associações - as ideias que ocorrem simultaneamente 
ficam associadas e, quanto mais frequentemente as ideias ocorrem em conjunto, mais intensa é a 
associação. 
Aplicou a teoria da associação das ideias na mente para explicar todos os tipos de atividades 
mentais (como memória, raciocínio e emoção). 
Acreditava que, em razão da repetição, essas atividades mentais fossem fortalecidas na idade 
adulta. 
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA - Resumo da Aulas 
Referência do livro-texto: SCHULTZ, Duane P.; SCHULTZ, Sydney Ellen. História da psicologia moderna. São Paulo: Cengage 
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E sugeriu que os nervos eram sólidos (e não vazios, como Descartes pensava) e vibravam para 
transmitir mensagens. 
 
James Mill (1773-1836) 
Por influência da física e da mecânica, aplicou o conceito de mecanicismo à mente, visando provar 
que a mente é uma máquina. 
A mente apenas responde a estímulos externos, realizando associações de forma passiva, e pode 
ser estudada com a redução a seus elementos mínimos. 
A associação de ideias é mecânica e automática - as ideias são, simplesmente, resultantes da soma 
de elementos mentais. 
 
John Stuart Mill (1806-1873) 
Química mental - a mente não é passiva, mas ativa na associação de ideias. 
Ideias simples se combinam para elaborar ideias complexas, que são mais do que apenas a soma de 
suas partes. 
Síntese criativa - as ideias complexas eram mais do que uma combinação das ideias 
simples, pois assumiam novas qualidades. 
 
A ascensão do empirismo conduziu a estudos focados na sensação, na experiência consciente, nos 
processos mentais e na associação de ideias. 
Os métodos utilizados nesses estudos foram, principalmente, atomista, mecanicista e positivista. 
 
 
CAPÍTULO 3. INFLUÊNCIAS FISIOLÓGICAS 
 
A importância do observador humano 
Friedrich Wilhelm Bessel (1784-1846) - interessou-se em verificar como as observações de dois 
indivíduos podiam ser diferentes. 
Concluiu que a observação humana está sujeita a diferenças individuais. 
Assim, qualquer ciência que dependente de métodos de observação deve levar as diferenças 
individuais em consideração. 
 
Como Locke e Berkeley já haviam proposto, a observação de um objeto é subjetiva e pode não 
corresponder às propriedades do objeto. 
 
A percepção humana se tornou um importante objeto de estudo no desenvolvimento da Psicologia. 
 
A Fisiologia e a imagem mecanicista da natureza humana 
A investigação sobre o funcionamento dos órgãos dos sentidos humanos - motivada pelo Zeitgeist 
mecanicista da época, apoiava a ideia de que há mecanismos específicos que regem os processos 
fisiológicos humanos. 
 
Reforço das ideias de que: 
Os fenômenos mentais são acionados por estímulos externos. 
A mente humana é como uma máquina, que funciona de forma previsível e mecânica. 
 
Mapeamento interno das funções cerebrais 
Tentativa de determinar as partes específicas do cérebro responsáveis pelo controledas diferentes 
funções cognitivas. 
 
Método de extirpação – Marshall Hall (1790-1857) e Pierre Flourens (1794-1867) 
Técnica para definir a função de determinada parte do cérebro, removendo-a e/ou destruindo-a para 
observação das mudanças no comportamento subsequente. 
 
Método clínico – Paul Broca (1824-1880) 
Exame post-mortem das estruturas do cérebro para detectar as áreas lesionadoas, consideradas 
responsáveis pelo comportamento do indivíduo antes de sua morte. 
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA - Resumo da Aulas 
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Método dos Estímulos elétricos – Gustav Theodor Fritsch (1838-1927) e Eduard Hitzig (1839-
1907) 
Técnica de exploração do córtex cerebral, pela estimulação elétrica de partes específicas do cérebro, 
para observação das pespostas motoras. 
 
Mapeamento externo das funções cerebrais 
Método da cranioscopia (frenologia) – Franz Josef Gall (1758-1828) 
Objetivou descobrir se era possível obter informações sobre as propriedades cerebrais analisando o 
tamanho e o formato do cérebro. 
Observação externa da caixa craniana, partindo da ideia de que se investigar o formato do crânio 
revela as características de personalidade e de inteligência da pessoa. 
Acreditava que, quando uma habilidade mental (como a benevolência) fosse bem desenvolvida na 
pessoa, deveria provocar uma saliência na superfície do seu cérebro, na região que controlava tal 
característica, provocando uma alteração correspondente no crânio; se a capacidade fosse inferior, 
haveira um afundamento. 
 
Produziu um mapa com a localização de 35 atributos humanos. 
 
A frenologia caiu em descrédito quando os fisiologistas: 
Descobriram que as funções cerebrais não correspondiam ao mapa da frenologia. 
Provaram que o formato do crânio não estava relacionado à anatomia do cérebro. 
 
Pesquisas sobre a estrutura e funcionamento do sistema nervoso 
Luigi Galvani (1737-1798) – sugeriu a natureza elétrica do impulso nervoso. 
 
Santiago Ramón y Cajal (1852-1934) – descobriu a direção seguida pelos impulsos nervosos no 
cérebro e na medula espinhal. 
 
Outros pesquisadores descobriram que as fibras nervosas são compostas de estruturas separadas - 
os neurônios -, que se conectam em pontos específicos – as sinapses. 
 
A Sociedade de Física de Berlim 
Grupo fundado na década de 1840, com a proposta de explicar todos os fenômenos pelos princípios 
da física. 
Desejava relacionar a fisiologia à física, desenvolvendo a fisiologia com base no quadro de referência 
do mecanicismo. 
 
O advento da psicologia experimental na Alemanha 
No início do século XIX, os cientistas alemães: 
Favoreceram a abordagem indutiva à ciência, que envolveu coletar e catalogar cuidadosamente um 
grande número de fatos. 
Além da física e da química, incluiram, no campo da ciência, uma diversidade maior de áreas de 
investigação (como biologia, fisiologia, linguística, história, arqueologia etc.). 
Se envolveram num movimento de reforma educacional nas universidades alemãs, voltada para os 
princípios da liberdade acadêmica - tiveram a liberdade de pesquisar e ensinar qualquer objeto de 
estudo desejado. 
Receberam das universidades alemãs maiores investimentos em pesquisas. 
Contavam com um número muito maior de universidades, quando comparado com a Inglaterra, 
França e Estados Unidos. 
 
Hermann von Helmholtz (1821-1894) 
Mediu a velocidade de condução do impulso neural – aproximadamente, 27 metros por segundo. 
O pensamento e o movimento seguem um ao outro em um intervalo mensurável - não ocorrem ao 
mesmo tempo. 
Também estudou a visão e a audição. 
 
 
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA - Resumo da Aulas 
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Ernst Weber (1795-1878) 
Experiências sobre as sensações táteis e musculares: 
Método do Limiar de dois pontos - Limiar em que é possível distinguir dois pontos de estímulos. 
Método das Diferenças mínimas perceptíveis – a menor diferença detectável entre dois estímulos 
físicos. 
As pessoas podem detectar a diferença quando for de1:40 do peso padrão. 
Exemplo: um peso de 41g possuía uma diferença mínima perceptível do peso padrão de 40g; 
um peso de 82g possuía uma diferença mínima perceptível do peso de 80g. 
 
Essa proporção mudava quando as pessoas levantavam os pesos, em comparação com quando os 
pesos eram colocados nas mãos delas. 
 
Tanto Helmholtz quanto Weber demostraram que não há correspondência direta entre um estímulo 
físico e a percepção que temos dele. 
 
Gustav Theodor Fechner (1801-1887) 
Estudou a relação quantitativa entre uma sensação mental e um estímulo físico – a relação entre a 
sensação e a percepção. 
As mudanças percebidas na intensidade de um estímulo ocorrem em relação à quantidade de 
sensação já existente. 
 
Após determinar se o estímulo está presente ou ausente, se foi sentido ou não, passou a medir a 
intensidade do estímulo na qual a pessoa relata a primeira sensação: 
Método do Limiar Absoluto - o ponto de sensibilidade abaixo do qual nenhuma sensação pode ser 
detectada e acima do qual as sensações podem ser percebidas. 
 
Para relacionar as duas intensidades – do menor e do maior nível da sensação – procurou 
especificar toda a faixa de valores do estímulo e os valores da sensação resultante: 
Método do limiar diferencial - que é a menor quantidade de um estímulo que dá origem a uma 
mudança na sensação. 
 
A relação entre a intensidade do estímulo e a intensidade da sensação pode ser representada na 
equação S = K log R 
S é a magnitude da sensação 
K é uma constante 
R é a amplitude do estímulo 
A relação é logarítmica, isto é, uma dessas variáveis muda em progressão aritmética e, a outra, em 
progressão geométrica. 
 
A Psicofísica de Fechner 
Estudo científico das relações entre os processos mental e físico. 
Método do Erro Médio (do Ajuste) – o indivíduo ajusta o estímulo variável até sentir que ele é igual a 
um estímulo padrão constante; após realizadas várias tentativas, o valor médio das diferenças entre 
o estímulo padrão e o ajuste feito pelo indivíduo no estímulo variável representa o erro de 
observação. 
Método do Estímulo Constante - um estímulo cuja intensidade era constante era comparado a um 
segundo grupo de estímulos variantes, com o objetivo de medir a diferença de estímulo necessária 
para produzir uma proporção específica de julgamentos corretos. 
Método dos Limites - dois estímulos são apresentados à pessoa e, em seguida, um estímulo é 
gradualmente aumentado ou diminuído até que seja detectada uma diferença. 
 
 
CAPÍTULO 4. A NOVA PSICOLOGIA 
 
Wilhelm Wundt (1832-1920) 
Montou um laboratório em Leipzig, na Alemanha, em dezembro de 1879, onde desenvolvia estudos 
de psicologia experimental, estabelecendo a psicologia com ciência. 
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA - Resumo da Aulas 
Referência do livro-texto: SCHULTZ, Duane P.; SCHULTZ, Sydney Ellen. História da psicologia moderna. São Paulo: Cengage 
Learning, 2014. 
 
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Wilhelm Wundt – o estudo inicial sobre a atenção 
Tentou determinar se poderia prestar atenção a duas coisas ao mesmo tempo - se poderia captar 
estímulos auditivos e visuais simultaneamente. 
Projetou um equipamento que ofereceria tanto estímulos auditivos como visuais e media o tempo de 
resposta. 
Concluiu que não se pode dar atenção a dois estímulos ao mesmo tempo, sendo impossível atender 
a mais de um estímulo em determinado momento. 
 
Wundt - o fundador da nova psicologia 
Criou o primeiro laboratório 
Editou o primeiro periódico 
Começou a utilizar a psicologia experimental como uma ciência. 
 
Embora o trabalho científico de Fechner tenha surgido primeiro, Wundt, deliberadamente, fundou a 
disciplina e promoveu aideia de experimentação sistemática, da psicologia experimental como uma 
disciplina separada da filosofia para a comunidade científica. 
 
A fundação de uma ciência 
Consiste em um ato deliberado e intencional, que envolve habilidades pessoais e características que 
diferem daquelas necessárias para brilhantes contribuições científicas. 
Envolve “vender” uma ideia à comunidade científica. 
A origem da ciência está no modo como a base do conhecimento é construída no campo estudado. 
Se liga a um nome (ou a nomes) que, deliberadamente, intentam em demarcar uma determinada 
situação, integram conhecimentos já existentes, os organizam e os promovem com a sua publicação. 
 
Por outro lado, a criação de uma ciência - envolve um conjunto de atores e suas realizações, que vão 
se consolidando e se estabelecendo paulatinamente ao longo dos tempos. 
 
Ambas as dimensões são fundamentais para o estabelecimento de um domínio científico. 
 
A psicologia cultural de Wundt 
Estudou o que chamou de psicologia cultural - explorou representações da linguagem, das artes, dos 
costumes sociais etc., por métodos não experimentais (comuns em sociologia e antropologia), que 
considerava próprios para se estudar os processos mentais superiores. 
Com esse trabalho dividiu a nova ciência da psicologia em dois ramos que, atualmente, são 
conhecidos como psicologia social e psicologia experimental. 
Acreditava que, enquanto as funções psicológicas mais simples (como sensação e percepção) 
podem ser medidas experimentalmente, as funções mais complexas (como a memória e a 
aprendizagem) não podiam. 
 
O métodos de Psicologia de Wundt 
A psicologia de Wundt recorreu aos métodos experimentais das ciências naturais, particularmente, 
às técnicas usadas pelos fisiologistas. 
Adaptou esses métodos científicos de investigação aos objetivos da nova psicologia 
Passou a estudar o seu objeto da mesma maneira como os cientistas físicos estudavam o seu. 
 
O objeto de estudo da psicologia de Wundt - a consciência. 
Sua concepção da consciência - inclui muitas partes ou características distintas e pode ser estudada 
pelo método da análise ou redução. 
 
Partilhava a opinião de John Stuart Mill, segundo a qual a consciência era ativa na organização do 
seu próprio conteúdo, ou seja, tinha uma capacidade auto-organizadora. 
Portanto, o estudo dos elementos, do conteúdo ou da estrutura da consciência, feito isoladamente, 
só forneceria o começo da compreensão de processos psicológicos. 
 
O Voluntarismo - sistema de psicologia de Wundt 
Voluntarismo - Deriva da palavra volição (ato ou capacidade de desejar). 
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Devido ao destaque dado à capacidade auto-organizadora da mente ou consciência. 
O termo se refere ao poder que a vontade tem de organizar os conteúdos da mente em processos de 
pensamento de nível mais elevado. 
 
Enfatizava o processo da mente organizar ativamente, ou sintetizar, seus elementos (não os 
elementos em si, como os empiristas e associacionistas). 
Reconhecia o caráter básico dos elementos da consciência. 
Sem os elementos, nada haveria para a mente organizar. 
 
A Natureza da Experiência Consciente 
Os psicólogos deveriam ocupar-se do estudo da experiência imediata. 
Experiência imediata – não sofre o viés de interpretações. 
Exemplo: olhar para uma flor vemelha - a experiência imediata está na experiência de uma 
coisa vermelha, não no objeto em si; envolve descrever a experiência do vermelho e não em 
termos do próprio objeto - a flor. 
 
São as experiências básicas (como a experiência do vermelho) que formam os estados de 
consciência ou os elementos mentais que a mente, então, organiza ativamente ou sintetiza. 
Pretendia analisar a mente ou consciência até chegar em seus elementos ou partes componentes. 
 
Experiência mediata – proporciona ao indivíduo as informações ou conhecimento relacionado com 
algo além dos elementos de uma experiência. 
 
O Método de Estudo de Wundt: a Introspecção 
Introspecção - o exame do próprio estado mental. 
Autoanálise da mente para inspecionar e relatar pensamentos ou sentimentos pessoais. 
Wundt a denominava percepção interior. 
Aplicou o controle experimental preciso às condições da introspecção. 
Sendo a psicologia a ciência da experiência consciente, o método psicológico deve envolver a 
observação dessa experiência. 
Só a pessoa que tem essa experiência pode observá-la. 
 
A introspecção praticada no laboratório de Wundt, seguia condições experimentais e obedecia às 
regras: 
1) o observador deve ser capaz de determinar quando o processo pode ser introduzido; 
2) o observador deve estar num estado de prontidão ou de atenção concentrada; 
3) deve ser possível repetir a observação várias vezes; 
4) as condições experimentais devem ser passíveis de variação em termos da manipulação 
controlada dos estímulos. 
 
A condição 4 – “as condições experimentais devem ser passíveis de variação em termos da 
manipulação controlada dos estímulos” - é a essência do método experimental: 
Variar as condições da situação-estímulo e observar as modificações resultantes nas experiências do 
sujeito. 
 
O tipo de relato introspectivo que Wundt buscava: 
Os julgamentos conscientes do sujeito acerca do tamanho, da intensidade e da duração de vários 
estímulos físicos. 
 
A maioria dos estudos de Wundt se baseava em medidas objetivas que envolviam sofisticados 
equipamentos de laboratório. 
Muitas dessas medidas se referiam a tempos de reação, que podem ser registrados 
quantitativamente. 
A partir dessas medidas objetivas, Wundt inferia informações acerca de elementos e processos 
conscientes. 
 
 
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Os objetivos da psicologia 
l) Analisar os processos conscientes, até chegar aos seus elementos básicos. 
2) Descobrir como esses elementos são sintetizados ou organizados 
3) Determinar as leis de conexão que governam a sua organização. 
 
Os Elementos da Experiência Consciente 
Duas formas elementares da experiência: 
Sensações e Sentimentos - são aspectos simultâneos da experiência imediata. 
 
Sensações - são suscitadas sempre que um órgão sensorial é estimulado e os impulsos resultantes 
chegam ao cérebro. 
Classificou as sensações de acordo com a modalidade de sentido envolvida (visão, audição etc.), 
com a intensidade e com a duração. 
Por sua orientação fisiológica, Wundt supôs a existência de uma correspondência direta entre a 
excitação do córtex cerebral e a experiência sensorial correspondente. 
Ele considerava a mente e o corpo como sistemas paralelos, mas não interatuantes. 
Como a mente não depende do corpo, é possível estudá-la eficazmente em si mesma. 
 
Sentimentos – são os complementos subjetivos das sensações, mas não surgem diretamente de um 
órgão dos sentidos. 
As sensações são acompanhadas por certas qualidades de sentimento e, quando se combinam para 
formar um estado mais complexo, geram uma qualidade de sentimento. 
 
Teoria tridimensional do sentimento 
Três dimensões independentes do sentimento: 
Prazer-desprazer 
Tensão-relaxamento 
Excitação-depressão 
Todo sentimento pode ser localizado em algum ponto desse espaço tridimensional. 
Cada sentimento pode ser descrito através da definição de sua posição em cada uma das três 
dimensões. 
 
Exemplo: trabalhando com um metrônomo (um artefato que produz "cliques" audíveis a 
intervalos regulares), ele relatou que, ao final de uma série de cliques, alguns padrões 
rítmicos lhe pareceram mais agradáveis ou aprazíveis que outros. Chegou à conclusão de 
que parte da experiência de qualquer padrão dessesé um sentimento subjetivo de prazer ou 
desprazer. 
Detectou um segundo tipo de sentimento enquanto ouvia o padrão de cliques, relatando ter 
sentido, enquanto esperava cada som sucessivo, uma ligeira tensão que era seguida por um 
alívio após a ocorrência esperada do dique. A partir disso, concluiu que, além de um contínuo 
prazer-desprazer, seus sentimentos tinham uma dimensão de tensão-alívio. 
Também relatou um ligeiro sentimento de excitação quando a velocidade de cliques era 
aumentada e um sentimento mais calmo quando ela era reduzida. 
 
Teoria das emoções 
Emoção - uma combinação complexa dos sentimentos elementares. 
Reduziu as emoções a conteúdos mentais conscientes. 
 
A Apercepção: a organização dos elementos da experiência consciente 
Apercepção – processo pelo qual os elementos mentais são organizados. 
Explica nossas experiências conscientes unificadas. 
Quando olhamos para os objetos no mundo real, vemos uma unidade ou síntese de percepções. 
 
Princípio da síntese criativa ou lei das resultantes psíquicas 
Processo de organização dos vários elementos mentais numa unidade - as várias experiências 
elementares são organizadas num todo 
Processo de síntese criativa - a combinação de elementos cria novas propriedades. 
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A partir da síntese dos componentes elementares da experiência é criado algo de novo. 
 
A apercepção é, portanto, um processo ativo. 
A mente não recebe de modo passivo a ação dos elementos da experiência. 
Em vez disso, age sobre eles na síntese criativa das partes para constituir o todo. 
 
Os tópicos de pesquisa do laboratório de Wundt, em Leipzig 
Estudos dos aspectos psicológicos e fisiológicos da visão e da audição e dos chamados sentidos 
inferiores 
Investigações na área da sensação e da percepção visual, que incluíam a psicofísica da cor, o 
contraste de cores, a visão periférica, o daltonismo, as ilusões de óptica etc. 
O uso de métodos psicofísicos para pesquisar as sensações auditivas. 
Estudo das sensações táteis e do sentido de tempo (a percepção ou estimativa de intervalos de 
tempo de extensões variáveis). 
Estudos sobre o tempo de reação, a atenção, o foco de atenção, o alcance e a flutuação da atenção, 
bem como sobre sua duração. 
Estudos sobre o sentimento. 
Análise de associações verbais. 
 
Outros pioneiros europeus da psicologia - contemporâneos de Wundt na Alemanha 
 
Hermann Ebbinghaus (1850-1909) 
O primeiro a pesquisar experimentalmente a aprendizagem e a memória - aplicou o método 
experimental aos processos mentais superiores. 
Estudou o desenvolvimento das associações - controlou as condições nas quais as associações se 
formavam, tornando mais objetivo o estudo da aprendizagem. 
 
Para a medida básica da aprendizagem, adaptou uma técnica que destacava o princípio da 
frequência de associações como condição da recordação. 
A dificuldade do material de aprendizagem poderia ser medida pela contagem do numero de 
repetições necessárias para que se conseguisse uma perfeita reprodução desse material. 
 
Como material a ser aprendido usou listas de sílabas semelhantes, mas não idênticas. 
Repetia a tarefa frequentemente para ter certeza da precisão dos resultados. 
Assim, podia cancelar erros variáveis de tentativa para tentativa e tirar a média. 
 
Em alguns experimentos, o material a ser aprendido era uma série de sílabas sem sentido, para 
determinar a influência de várias condições sobre a aprendizagem e a retenção. 
Um desses estudos investigou a diferença entre a velocidade de memorizar as listas de sílabas sem 
sentido e a velocidade de memorizar materiais mais significativos. 
Concluiu que o material sem sentido ou desprovido de associações apresenta uma dificuldade nove 
vezes maior de aprendizagem do que o material significativo. 
 
Estudou o efeito da extensão do material a ser aprendido sobre o número de repetições necessário 
para uma perfeita reprodução. 
Concluiu que o material mais extenso requer mais repetições e, em consequência, mais tempo de 
aprendizagem. 
Descobriu que o tempo médio necessário à memorização de uma sílaba aumentava quando era 
aumentado o número de sílabas a serem aprendidas. 
 
Estudou outras variáveis que se pensava influenciarem a aprendizagem e a memória: 
O efeito da ultra-aprendizagem (a repetição das listas mais vezes do que o necessário para uma 
perfeita reprodução). 
As associações próximas e remotas dentro das próprias listas. 
A aprendizagem repetida ou recapitulação 
A influência do tempo entre a aprendizagem e a recordação. 
 
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Curva de esquecimento de Ebbinghaus - sobre o efeito da passagem do tempo sobre o material 
aprendido, demonstra que o material é esquecido bem rapidamente nas primeiras horas depois da 
aprendizagem e com mais lentidão daí por diante. 
 
Franz Brentano (1838-1917) 
Observação sistemática - principal método da psicologia 
Argumentava que uma abordagem empírica é, em geral, mais ampla, já que obtém seus dados tanto 
da observação e da experiência individual como da experimentação. 
 
Psicologia do ato - o objeto de estudo da psicologia é a atividade mental (exemplo: o ato mental de 
ver) em vez do conteúdo mental (exemplo: aquilo que é visto). 
Se concentra mais nas atividades mentais 
O ato da experiência - é o verdadeiro objeto de estudo da psicologia. 
Estabeleceu uma distinção entre a experiência como estrutura e a experiência como atividade. 
Exemplo: o conteúdo sensorial do vermelho é distinto da atividade de perceber o vermelho. 
Uma cor não é uma qualidade mental, mas estritamente uma qualidade física. O ato de ver a 
cor, no entanto, é mental. Como um ato sempre envolve um objeto, um conteúdo sempre está 
presente, porque o ato de ver é sem sentido se não houver algo para ser visto. 
 
Carl Stumpf (1848-1936) 
Estudos sobre a percepção do espaço, a psicologia do som e uma teoria do sentimento. 
 
Fenomenologia - tipo de percepção que refere-se ao exame da experiência não distorcida, isto é, a 
experiência tal como ocorre, sem tentar reduzí-la aos seus componentes elementares. 
Baseada numa descrição imparcial da experiência imediata conforme ela ocorre, e não analisada ou 
reduzida aos seus elementos. 
 
Oswald Külpe (1862-1915) e a Escola de Würzburg 
Definiu a psicologia como “a ciência dos fatos da experiência, dependente do indivíduo que passa 
pela experiência”. 
 
Os processos de pensamento podiam ser estudados experimentalmente. 
 
Método de introspecção experimental sistemática – utilizava relatos retrospectivos de processos 
cognitivos das pessoas após terem completado uma tarefa experimental. 
Envolvia a realização de uma tarefa complexa (como o estabelecimento de ligações lógicas entre 
conceitos), depois da qual se pedia aos sujeitos que fizessem um relato retrospectivo dos seus 
processos cognitivos durante a realização da tarefa. 
A experiência como um todo era descrita de maneira precisa mediante o seu fracionamento em 
períodos de tempo. 
Tarefas semelhantes eram repetidas muitas vezes para que os relatos introspectivos pudessem ser 
corrigidos, corroborados e ampliados. 
Acentuava os relatórios subjetivos, qualitativos e detalhados feitos pelos sujeitos acerca da natureza 
dos seus processos de pensamento. 
 
Tinha como alvo a investigação do que se passava na mente do sujeito durante uma experiência 
consciente. 
 
Pensamento sem imagens - o significado pode ocorrer no pensamento sem qualquer componente 
sensorial ou imagético. 
 
Tópicos de pesquisa da escola da Würzburg: 
Karl Marbe (1869-1953) - estudo sobreo julgamento comparativo de pesos. 
 
Henry Jackson Watt (1879-1925) - demonstrou que, numa tarefa de associação de palavras (em 
que se pedia ao sujeito que reagisse a uma palavra-estímulo), o sujeito tinha poucas informações 
relevantes para contar sobre seu processo consciente de julgamento. 
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Como resultado da compreensão das instruções os sujeitos, aparentemente, estabeleciam um 
conjunto ou tendência determinante inconsciente para reagir da forma desejada. 
 
Karl Bühler (1879-1963) – estudo que envolvia a apresentação ao sujeito de uma questão que 
exigia certa reflexão antes de poder ser respondida. 
Os resultados reforçaram a noção dos elementos não sensoriais da experiência. 
Afirmou que esses elementos estruturais são vitais para o processo de pensamento. 
 
 
CAPÍTULO 5. ESTRUTURALISMO 
 
Edward Bradford Titchener (1867-1927) 
Afirmava representar a forma de psicologia desenvolvida por Wundt, mas propôs uma abordagem 
própria - o Estruturalismo -, radicalmente diferente do sistema wundtiano. 
Aceitou o foco empirista sobre os elementos/conteúdos mentais, com sua ligação mecânica através 
do processo da associação. 
Mas descartou a ênfase wundtiana na apercepção. 
 
Se concentrou nos elementos que compõem a estrutura da consciência. 
A tarefa fundamental da psicologia - descobrir a natureza das experiências conscientes elementares 
Ou seja, analisar a consciência em suas partes separadas para determinar sua estrutura. 
 
O Sistema de Psicologia de Titchener 
Objeto de estudo da psicologia = a experiência consciente, enquanto dependente das pessoas que 
passam por ela. 
No estudo da experiência consciente, não se deve cometer o erro de estímulo: 
Confundir o processo mental com o estímulo/objeto observado. 
 
Exemplo: comete o erro de estímulo o observador que vê uma maçã e a descreve como 
maçã, quando deveria falar da tonalidade de cor, do brilho e das características espaciais que 
percebe. 
O objeto da observação não deve ser descrito com a linguagem cotidiana, mas, sim, em termos do 
conteúdo consciente da experiência. 
 
Consciência X Mente 
Consciência - a soma das experiências do sujeito num dado momento de tempo 
Mente - a soma das experiências do sujeito acumuladas ao longo da vida. 
 
Mente e consciência são realidades semelhantes. 
Mas, enquanto a consciência envolve processos mentais que ocorrem no momento, 
A mente envolve o acúmulo total desses processos. 
 
A psicologia deve estudar a mente humana generalizada. 
Não as mentes individuais 
Não as diferenças individuais entre as mentes. 
 
A psicologia tem o propósito de descobrir os fatos/estrutura da mente. 
Uma psicologia experimental introspectiva do conteúdo da consciência. 
 
A psicologia depende da observação da experiência consciente. 
 
O Método de Estudo de Titchener - a Introspecção experimental sistemática 
A auto-observação/introspecção usada por Titchener - era realizada por observadores bem treinados 
que tinham de reaprender a perceber, para que pudessem descrever seu estado consciente, e não o 
estímulo. 
Usava relatos detalhados, qualitativos e subjetivos das atividades mentais do sujeito durante o ato da 
introspecção. 
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Buscava uma análise da experiência consciente complexa em termos de suas partes componentes, 
com o objetivo de descobrir os átomos da mente. 
 
A influência do espírito mecanicista se evidencia na tarefa estruturalista dos observadores que 
forneciam dados. 
Os sujeitos eram considerados meros instrumentos de registro, que anotavam objetivamente as 
características do estímulo que observavam. 
 
As finalidades da psicologia 
l) reduzir os processos conscientes aos seus componentes mais simples/básicos; 
2) determinar as leis mediante as quais esses elementos se associam; 
3) conectar esses elementos às suas condições fisiológicas. 
 
Os esforços de Titchener se concentram na primeira finalidade - a descoberta dos elementos da 
consciência. 
 
Os Estados Elementares da Consciência 
Sensações – elementos básicos da percepção - ocorrem nas experiências provocadas por objetos 
físicos do ambiente. 
Imagens – elementos de ideias, que retratam experiências não concretamente presentes no 
momento (como a lembrança de uma experiência passada). 
Estados afetivos (afetos ou sentimentos) - elementos da emoção, presentes em experiências como 
o amor, o ódio ou a tristeza. 
 
Titchener apresentou uma relação dos elementos da sensação, que incluía mais de 44.000 
qualidades de sensação 
32.820 visuais 
11.600 auditivas 
Acreditava que cada elemento era consciente e diferente de todos os outros 
E que podiam se combinar para formar percepções e ideias. 
 
Atributos dos Estados Elementares da Consciência 
Qualidade - característica que distingue claramente cada elemento de todos os outros (como "frio" 
ou "vermelho"). 
Intensidade - se refere à força ou fraqueza, sonoridade ou brilho de uma sensação. 
Duração - remete ao curso de uma sensação ao longo do tempo. 
Nitidez - vinculada com o papel da atenção na experiência consciente (o foco de nossa atenção é 
mais nítido do que aquilo para onde a atenção não é dirigida). 
 
Considerava esses quatro atributos como as características básicas de todas as sensações que 
estão presentes, em algum grau, em toda experiência. 
 
As sensações e imagens têm esses quatro atributos. 
Os estados afetivos só têm qualidade, intensidade e duração (falta-lhe nitidez). 
Todos os processos conscientes são redutíveis a uma dessas categorias. 
 
Revisões do Estruturalismo 
Perto do final da vida, Titchener começou a alterar seu sistema em muitos aspectos. 
Já em 1918, tinha desistido de falar do conceito de elementos mentais em suas aulas. 
Começou a alegar que a psicologia deveria estudar não os elementos, mas as dimensões ou 
processos mais amplos da vida mental (qualidade, intensidade, duração, nitidez e extensão). 
 
Críticas ao Estruturalismo 
A dificuldade de Titchener de definir introspecção com o grau necessário de rigor, tentando relacioná-
la com condições experimentais particulares ("Introspecção um termo genérico que cobre um grupo 
indefinidamente amplo de procedimentos metodológicos específicos"). 
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Afirmava-se que a introspecção era, na realidade, retrospecção, visto passar algum tempo entre a 
experiência e o relato dela. 
 
 
CAPÍTULO 6. FUNCIONALISMO: INFLUÊNCIAS ANTERIORES 
 
O Protesto Funcionalista 
Primeiro sistema exclusivamente americano de psicologia, o funcionalismo foi um protesto deliberado 
contra a psicologia de Wundt e o estruturalismo de Titchener. 
Sua oposição voltava-se para as definições anteriores de psicologia que desconsideravam as 
funções utilitárias e práticas da mente, as atividades ou operações conscientes em andamento. 
A psicologia funcional interessa-se pela mente tal como esta funciona ou é usada na adaptação do 
organismo ao seu ambiente. 
 
Existiram várias psicologias funcionais que, embora diferindo entre si de algum modo, partilhavam o 
interesse pelas funções da consciência. 
Devido a ênfase no funcionamento do organismo em seu ambiente, o movimento funcionalista 
concentrou-se numa questão prática: 
O que os processos mentais realizam? 
Os funcionalistas estudavam a mente como um conglomerado de funções ou processos que levam a 
consequências práticas no mundo real. 
Enfatizou ostestes, a aprendizagem, a percepção e outros processos funcionais que ajudam a nossa 
adaptação e o nosso ajustamento ao ambiente. 
 
A Revolução da Evolução 
Thomas Robert Malthus (1766-1834) – só os mais vigorosos e espertos sobreviverão. 
 
Charles Lyell (1797-1875) - geólogo britânico que, em meados da década de 1800, introduziu a 
noção de evolução na teoria geológica, afirmando que a Terra tinha passado por vários estágios de 
desenvolvimento até alcançar sua atual estrutura. 
 
Jean Baptiste Lamarck (1744-1829) - naturalista francês que, em 1809, formulou uma teoria 
comportamental da evolução. 
Acentuava a modificação da forma corporal de um animal a partir dos seus esforços de adaptação ao 
ambiente. 
As mudanças de forma produzidas pela experiência no decorrer da vida de um animal podem ser 
transmitidas a gerações subsequentes. 
 
Não era mais possível considerar as formas vivas como constantes e imutáveis desde o começo dos 
tempos - elas estavam sujeitas a modificação. 
O impacto da mudança contínua podia ser observado tanto no domínio intelectual e cientifico como 
na vida cotidiana. 
A sociedade estava sendo transformada pelas forças da Revolução Industrial. 
Valores, relações sociais e normas culturais que tinham se mantido constantes durante gerações 
estavam sendo alteradas com a migração de numerosos contingentes vindos das áreas rurais e 
cidades pequenas para os gigantescos centros urbanos fabris. 
 
Charles Darwin (1809-1882) 
Teoria darwinista da evolução 
Os métodos de Darwin - que produziram resultados aplicáveis tanto ao homem como aos animais, 
levaram à compilação de dados advindos de uma grande variedade de fontes, que incluiam a 
geologia, a arqueologia, a demografia, as observações de animais selvagens e domésticos e as 
pesquisas sobre a criação de animais. 
A sua teoria era apoiada por informações vindas de todos esses campos. 
 
On the Origin of Species by Means of Natural Selection (A Origem das Espécies por meio da Seleção 
Natural), publicado em 1859. 
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Noção fundamental da evolução - os seres vivos mudam com o tempo. 
Partiu do fato óbvio da variação entre membros individuais de uma espécie, ponderando que essa 
variabilidade espontânea é transmissível por herança. 
Na natureza, um processo de seleção natural resulta na sobrevivência dos organismos mais bem 
preparados para enfrentar as dificuldades encontradas no seu ambiente e na eliminação dos que não 
se ajustam. 
Ocorre uma contínua luta pela sobrevivência e as formas que sobrevivem são as que fizeram 
adaptações bem-sucedidas às circunstâncias ambientais a que estão expostas. 
As espécies que não podem adaptar-se, não sobrevivem. 
À medida que uma espécie evolui, sua estrutura física vai sendo determinada pelos requisitos 
necessários à sua sobrevivência. 
 
Darwin estendeu o princípio de Malthus (só os mais vigorosos e espertos sobreviverão) a todos os 
organismos vivos. 
 
Seleção natural 
As formas orgânicas que sobrevivem à luta e alcançam a maturidade tendem a transmitir à sua prole 
as habilidades ou vantagens que lhes permitiram vencer. 
Com a variação (uma lei geral da hereditariedade), os descendentes mostrarão variações entre si. 
Alguns vão possuir as qualidades vantajosas desenvolvidas num grau superior ao dos pais. 
Essas qualidades tendem a se manter e, no curso de muitas gerações, podem ocorrer grandes 
mudanças de forma. 
Essas mudanças podem ser tão amplas que explicam as diferenças entre espécies hoje existentes. 
 
Outros livros de Darwin importantes para a psicologia: 
The Descent o f Man (A Ascendência do Homem), publicado em 1871. 
O segundo grande relatório sobre a evolução, reunia provas da evolução humana a partir de formas 
inferiores de vida, destacando a semelhança entre os processos mentais humanos e animais. 
 
The Expression of the Emotions in Man and Animals (A Expressão das Emoções no Homem e nos 
Animais), publicado em 1872. 
Abrangente estudo das expressões emocionais nos homens e nos animais. 
Sugeriu que as mudanças de gestos e posturas que caracterizam as principais emoções podiam ser 
interpretadas em termos evolutivos. 
O comportamento emocional e as expressões emocionais dos humanos resultam da herança do 
comportamento que um dia serviu para alguma função prática, mas que deixou de ter relevância. 
 
A Influência da teoria da evolução de Darwin sobre a Psicologia 
As evidências sugeriam haver continuidades no desenvolvimento do comportamento e dos 
processos mentais entre os homens e os animais inferiores. 
Se a mente humana tinha evoluído a partir de mentes mais primitivas, existiriam semelhanças no 
funcionamento mental dos homens e dos animais. 
 
O estudo do comportamento animal passou a ser considerado vital para a compreensão do 
comportamento humano. 
A importância dos fatores mentais na evolução das espécies e o papel atribuído à consciência na 
teoria evolutiva levou alguns cientistas a pesquisar o funcionamento mental animal. 
 
Alguns psicólogos passaram a considerar relevantes as possíveis funções da consciência, voltando-
se para o estudo do modo de funcionamento do organismo em sua adaptação ao ambiente. 
 
A ampliação da metodologia de estudo da psicologia. 
Os métodos de Darwin provaram que a natureza humana poderia ser estudada com outras técnicas 
além da introspecção experimental, o que resultou na ampliação dos tipos de dados reunidos pelos 
psicólogos. 
 
O foco nas diferenças individuais, já que a variação era um importante conceito da teoria evolutiva. 
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA - Resumo da Aulas 
Referência do livro-texto: SCHULTZ, Duane P.; SCHULTZ, Sydney Ellen. História da psicologia moderna. São Paulo: Cengage 
Learning, 2014. 
 
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A psicologia funcionalista se dedicou à busca dos modos pelos quais as mentes individuais diferiam 
e das técnicas para medir essas diferenças. 
 
As Diferenças Individuais 
Francis Galton (1822-1911) 
Aplicou à psicologia as ideias da teoria da evolução, trabalhando sobre os problemas da herança 
mental e das diferenças individuais nas capacidades humanas. 
 
A Herança Mental 
Hereditary Genius (Gênio Hereditário), publicado em 1869. 
Procurou demonstrar que a grandeza individual ou gênio ocorria com uma frequência demasiada 
grande no interior de famílias para ser explicada apenas por influências ambientais. 
Concluiu que “homens eminentes têm filhos eminentes”. 
 
A ciência da eugenia - trata dos fatores capazes de aprimorar as qualidades hereditárias da raça 
humana. 
Afirmando que os seres humanos, assim como os animais, podiam ser aperfeiçoados por seleção 
artificial, objetivou encorajar o nascimento de indivíduos mais eminentes ou capazes, e desencorajar 
o nascimento dos incapazes. 
Acreditava que, se homens e mulheres de talento considerável fossem selecionados e acasalados 
por sucessivas gerações, seria produzida uma raça de pessoas altamente dotadas. 
 
Os Métodos Estatísticos 
 
Adolph Quetelet (1796-1874) - estatístico belga, o primeiro a aplicar métodos estatísticos e a curva 
normal de probabilidade a dados biológicos e sociais. 
A curva normal fora usada em trabalhos sobre a distribuição de medidas e erros na observação 
científica, mas o princípio da distribuição normal só veio a ser aplicado à variabilidade humana 
quando Quetelet demonstrou que medidas antropométricas de amostras aleatórias de pessoas 
geravam tipicamente uma curva normal. 
 
Demostrou que o conjunto de medidas da estatura de dez mil sujeitos se aproximava da curva 
normal de distribuição e passou a usar a expressão L'homme moyen (o homem médio): 
A maioria dos indivíduos se aglomera em tomo da média ou centro da distribuição e um número cada 
vez menor vai sendo encontrado à medidaque nos aproximamos dos extremos. 
 
A obra de Galton na estatística 
Estudos realizados por Galton usando medidas estatísticas o levou a descobrir que as notas de 
estudantes em exames universitários seguiam a mesma distribuição da curva normal dos dados de 
medida física de Quetelet. 
 
Propôs que um grande conjunto de medidas ou valores de características humanas poderia ser 
significativamente definido e resumido por dois números: 
O valor médio da distribuição (a média) 
A dispersão ou variação em tomo desse valor médio (o desvio-padrão). 
 
Criou o método da correlação, em 1888 - a medida da relação entre duas variáveis. 
Aplicou a variações de medidas físicas, demonstrando uma correlação entre a altura do corpo e o 
comprimento da cabeça. 
 
Os Testes Mentais 
Galton supôs que a inteligência podia ser medida em termos das capacidades sensoriais da pessoa. 
Ou seja, quanto maior a inteligência, tanto maior o nível de discriminação sensorial. 
 
Fundou o Laboratório Antropométrico, em 1884. 
Reuniu grande número de dados, tendo inventado aparelhos para fazer, rápida e precisamente, 
medidas sensoriais numa grande quantidade de pessoas. 
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Outros instrumentos utilizados por Galton: 
Fotômetro - para medir a precisão com a qual um sujeito poderia igualar duas manchas de cor. 
Pêndulo calibrado - para medir o tempo de reação a sons e luzes 
Uma série de pesos - a serem dispostos em ordem de grandeza, para medir a sensibilidade 
cinestésica. 
Uma barra com uma escala variável de distâncias - para testar a estimativa da extensão visual. 
Conjuntos de garrafas contendo diferentes substâncias - para testar a discriminação olfativa. 
 
Também obtinha informações sobre a altura, o peso, a capacidade torácica, a força de impulsão e de 
compressão, a rapidez de sopro, a audição, a visão e o sentido cromático. 
Esses dados forneciam informações úteis sobre tendências de desenvolvimento durante a infância, a 
adolescência e a maturidade da população testada. 
 
A Associação 
Galton trabalhou em dois problemas na área da associação: 
A diversidade das associações de idéias 
O tempo necessário à produção de associações. 
Voltou-se para os experimentos do tempo de reação e para determinar a origem dessas 
associações. 
Exemplo: descobriu que cerca de 40% das associações remontava a eventos da infância e 
adolescência - que pode ser considerada uma das primeiras demonstrações da influência das 
experiências infantis na personalidade adulta. 
 
Criou um método experimental de estudo de associações - o teste de associação de palavras. 
 
As Imagens Mentais 
Galton foi o primeiro a usar o questionário psicológico no estudo sobre as imagens mentais. Pedia ao 
sujeito que se recordasse de uma cena (como a da mesa do almoço) e tentasse evocar imagens 
dela. 
Era instruído a indicar se as imagens eram tênues ou nítidas, claras ou escuras, coloridas ou não 
coloridas etc. 
 
A Influência da Teoria da Evolução sobre a Psicologia Animal 
A teoria da evolução de Darwin serviu de impulso para a psicologia animal. 
As evidências reunidas por Darwin sugeriam que não havia uma distinção bem definida entre as 
mentes humana e animal. 
Era possível postular uma continuidade entre todos os aspectos físicos e mentais dos seres 
humanos e dos animais, porque os seres humanos eram considerados derivados dos animais por 
meio do constante processo evolutivo da mudança e do desenvolvimento. 
 
George John Romanes (1848-1894) 
Fisiologista britânico que formalizou e sistematizou o estudo da inteligência animal. 
Animal Inteiligence (Inteligência Animal), publicado em 1883 - primeiro livro de psicologia comparada. 
Método anedótico - consistia na utilização dos relatos de observações do comportamento animal, 
muitas vezes casuais. 
Método de introspecção por analogia - consistia no estudo do comportamento animal, partindo do 
princípio de que os processos mentais que ocorrem na mente do observador também se dão na 
mente do animal. 
 
Psicologia comparada (psicologia animal) - estuda as diferenças de comportamento entre as várias 
espécies de seres vivos, pela observação, em laboratório. 
 
É diferente da Etologia - ciência que estuda os animais de espécies diferentes, observando-os no 
seu meio ambiente natural ou habitat. 
 
Conwy Lloyd Morgan (1852-1936) 
Opos-se à tendência de antropomorfizar os animais e atribuir-lhes demasiada inteligência. 
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Lei da parcimônia (Cânone de Lloyd Morgan) – o comportamento de um animal não deve ser 
interpretado como resultante de um processo mental superior se puder ser explicado em termos de 
um processo mental inferior. 
Acreditava que a maior parte dos comportamentos animais podia ser vista como resultado de 
aprendizagem ou associação baseadas na experiência sensorial, sendo essa aprendizagem um 
processo de nível mais baixo do que o pensamento racional ou a ideação. 
 
 
CAPÍTULO 7. DESENVOLVIMENTO E FUNDAÇÃO DO FUNCIONALISMO 
 
Precursores do movimento da Psicologia Funcional 
Em princípio, se desenvolveu a partir das ideias de Darwin e de Galton. 
 
Foco na operação dos processos conscientes (não no conteúdo ou na estrutura da consciência) 
Principal interesse dos psicólogos funcionais - a utilidade ou o propósito dos processos mentais para 
o organismo vivo em suas permanentes tentativas de adaptar-se ao seu ambiente. 
Processos mentais – considerados como atividades que levam a consequências práticas. 
 
A orientação prática do funcionalismo - levou os psicólogos a se interessar pela aplicação da 
psicologia a problemas do mundo real. 
 
Herbert Spencer (1820-1903) 
Escreveu sobre as implicações da evolução para o conhecimento e a experiência do ser humano. 
Afirmava que o desenvolvimento de todos os aspectos do universo, incluindo o caráter humano e as 
instituições sociais, é evolutivo e opera de acordo com o princípio da sobrevivência dos mais 
capazes. 
 
Darwinismo social 
Aplicação da ideia de evolução à natureza humana e à sociedade. 
Se apenas os melhores sobrevivem, a perfeição humana é inevitável, desde que nada interferisse na 
ordem natural das coisas. 
 
Defendia o individualismo e um sistema econômico de laissez-faire. 
Opôs-se a toda tentativa governamental de regulamentar a vida dos cidadãos (condenou até os 
subsídios à educação e à habitação). 
O governo devia deixar que as pessoas, as organizações e a sociedade se desenvolvessem por si 
mesmas e a seu próprio modo - da mesma maneira como as outras espécies vivas foram deixadas 
no mundo da natureza livres para se desenvolver e se adaptar. 
Qualquer ajuda do Estado seria uma interferência no processo evolutivo natural. 
Garantindo que só os melhores sobrevivam, as sociedades podem se aprimorar e alcançar a 
perfeição. 
 
Filosofia Sintética 
(a palavra sintética é usada no sentido de sintetizar ou combinar) 
Fundamentada na aplicação dos princípios evolutivos a todo o conhecimento e toda a experiência do 
ser humano. 
O desenvolvimento de todos os aspectos do universo - envolve dois processos: 
Diferenciação - toda coisa que se desenvolve ou cresce é, no início, homogênea e simples, 
composta de partes distintas. 
Integração - num estágio ulterior, essas partes ímpares se juntam ou se combinam num novo todo 
funcional. 
A sequência diferenciação-integração é evolutiva – a partir dela todas as coisas vão da 
homogeneidade para a heterogeneidade. 
 
Implicações para a psicologia: 
À medida que o sistema nervoso evolui em espécies cada vez mais complexas, ocorre um aumento 
correspondentena riqueza e na variedade de experiências a que o organismo é exposto; 
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Referência do livro-texto: SCHULTZ, Duane P.; SCHULTZ, Sydney Ellen. História da psicologia moderna. São Paulo: Cengage 
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Assim, há níveis cada vez mais elevados de funcionamento. 
Em decorrência, a mente tem a sua forma atual devido a esforços passados e presentes de 
adaptação a vários ambientes. 
Acentuou a natureza adaptativa dos processos mentais e nervosos: 
Uma crescente complexidade de experiências e, por conseguinte, de comportamento, é parte do 
processo evolutivo da necessidade que um organismo tem de se adaptar ao seu ambiente para 
sobreviver. 
 
William James (1842-1910) 
Opôs-se à posição wundtiana de que o alvo da psicologia é a análise da consciência até isolar seus 
elementos. 
 
Preceitos básicos do funcionalismo americano: 
Objetivo da psicologia - o estudo das pessoas vivas em sua adaptação ao ambiente. 
Função da consciência – orientar o organismo quanto aos fins exigidos pela sobrevivência. 
A consciência é vital para as necessidades de seres complexos num ambiente complexo; 
Sem ela, o processo da evolução humana não poderia ter ocorrido. 
 
The Principles of Psychology (Princípios de Psicologia), editado em 1890. 
Apresenta a psicologia como ciência natural e, em especial, biológica. 
James interessava-se pelos processos conscientes como atividades orgânicas que produziam 
alguma mudança na vida do organismo. 
Considera os processos mentais como atividades úteis e funcionais de organismos vivos, em sua 
tentativa de se manter e se adaptar ao seu mundo. 
Enfatiza os aspectos não-racionais da natureza humana - as pessoas são criaturas tanto de ação e 
paixão como de pensamento e razão. 
James destacava o aspecto não-racional do ser humano, mesmo ao discutir os processos puramente 
intelectuais. 
Notou que no ser humano: 
O intelecto opera sob as influências fisiológicas do corpo. 
As crenças são determinadas por fatores emocionais. 
A razão e a formação de conceitos são afetadas pelos desejos e necessidades. 
 
Definição de psicologia - é a ciência da vida mental, tanto dos seus fenômenos como de suas 
condições. 
 
Objetos de estudo: 
Fenômenos - presentes na experiência imediata. 
Condições - do corpo, em particular do cérebro, para a vida mental. 
 
As experiências são simples (não grupos nem amálgamas de elementos) 
A descoberta de elementos da consciência por meio da análise introspectiva não demonstra que 
esses elementos existam independentemente do observador. 
O fato de algumas pessoas poderem analisar suas experiências conscientes não significa que os 
elementos por elas relatados estejam presentes na consciência de outra pessoa exposta à mesma 
experiência. 
 
A consciência - desde o dia em que nascemos, exibe uma multiplicidade de objetos e relações. 
A vida mental é uma unidade, uma experiência total que muda. 
 
Fluxo de consciência - a consciência flui como uma corrente. 
Sendo um fluxo contínuo, qualquer tentativa de subdividir a consciência em fases ou elementos 
distintos só pode distorcê-la. 
A consciência em eterna mutação - jamais podemos ter exatamente o mesmo estado ou pensamento 
mais de uma vez. 
Os objetos do ambiente podem repetir-se, mas as sensações ou pensamentos que eles estimulam 
não são idênticos. 
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Podemos pensar num objeto em mais de uma ocasião; mas, cada vez que isso acontece, fazemo-lo 
de maneira diferente, devido ao efeito de experiências intervenientes. 
Portanto, a consciência é cumulativa, e não repetitiva. 
A mente é contínua - ou seja, não há rupturas claras no fluxo de consciência. 
Pode haver hiatos temporais. 
Exemplo: como ocorre durante o sono; mas, ao acordar, não temos dificuldade para 
estabelecer vínculo com o fluxo de consciência que estava em andamento antes da 
interrupção. 
A mente é seletiva - ela escolhe dentre os muitos estímulos a que está exposta, filtra alguns, 
combina ou separa outros, seleciona ou rejeita outros ainda. 
O critério de seleção é a relevância - só podemos dar atenção a uma pequena parte do mundo de 
nossas experiências. 
A mente seleciona estímulos relevantes para que a consciência possa operar de maneira lógica e 
para que uma série de ideias possa chegar a um fim racional. 
 
Propósito ou função da consciência - capacitar-nos a nos adaptar ao ambiente, permitindo-nos 
escolher. 
 
James distinguia entre hábito e escolha consciente: 
Hábito – ação ou pensamento que aparece, aparentemente, como resposta automática a uma dada 
experiência, com tendência a se repetir. 
É involuntário e não consciente. 
Difere do instinto pelo fato de poder ser criado, modificado ou eliminado pela ação consciente. 
Se forma quando se repete uma atividade, como uma ação adaptativa de um organismo em 
referência ao meio. 
Envolve o funcionamento do sistema nervoso. 
As ações repetidas ou habituais servem para aumentar a plasticidade da matéria neural. 
Como resultado, fica mais fácil realizar as ações em repetições subsequentes e com menos atenção. 
O hábito pode ser alterado pela ação voluntária e os efeitos ético-morais a ela correspondentes. 
James aponta para a importância, para o organismo, da aquisição e manutenção da capacidade de 
fazer a atenção consciente repousar, ou seja, diminuir a atenção consciente com a qual nossas 
ações são realizadas. 
Deixando a cargo do hábito toda uma série de atividades mais ou menos cotidianas ou banais, 
embora fundamentais à manutenção da vida diária, o organismo reserva à vida mental, plenamente 
consciente, outras tarefas e esforços. 
Assim, os hábitos simplificam os movimentos necessários para se obter um dado resultado, 
tornando-o mais acurado e diminuindo a fadiga. 
Todas as criaturas vivas são "feixes de hábitos". 
Os hábitos têm importantes implicações sociais. 
Escolha consciente - a consciência entra em cena quando o organismo se vê diante de um novo 
problema e necessita de uma nova modalidade de ajustamento. 
 
Os Métodos da Psicologia 
Introspecção – investigação dos estados de consciência examinando a própria mente. 
Os resultados introspectivos podem ser verificados por controles apropriados e mediante a 
comparação das descobertas feitas por vários observadores. 
Método experimental - embora não o usasse amplamente, acreditava que o seu emprego era outro 
recurso possível do conhecimento psicológico. 
Método comparativo - investigando o funcionamento psicológico de diferentes populações (como 
animais, crianças, povos primitivos e pessoas mentalmente perturbadas) o psicólogo poderia 
descobrir variações significativas e úteis na vida mental. 
Pragmatismo - a validade de uma ideia, teoria ou conceito deve ser testada em função das suas 
consequências práticas, ou seja, julgados por seus resultados. 
Método pelo qual o significado dos conceitos é depurado pelos fatos, pela experiência. 
James sugere que a veracidade de uma ideia deve ser considerada em um sentido instrumental, 
analisando os resultados produzidos por sua adoção. 
 
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A Teoria das Emoções 
Após o organismo perceber um estímulo que, de alguma forma o afeta, sofre alterações fisiológicas 
perturbadoras (como palpitação, falta de ar, angústia etc.). 
O reconhecimento desses sintomas, pelo cérebro, gera a emoção. 
Emoção - o sentimento das mudanças corporais, as sensações físicas, no momento em que elas 
ocorrem. 
A resposta física precede o surgimento da emoção. 
Especialmente no tocante a emoções mais básicas, como o medo, a

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