Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CONFORTO AMBIENTAL: CLIMA Universidade Ibirapuera – Arquitetura e Urbanismo Aula 3 Dados climáticos para Arquitetura 04.03.2015 Profª Mª Claudete Gebara J. Callegaro claudete.callegaro@ibirapuera.edu.br http://claucallegaro.wordpress.com A sensação de conforto térmico depende da conjugação de vários fatores: Temperatura do ar, Umidade do ar, Movimentação do ar, Características das superfícies do entorno, e de outros fatores, como: Idade: A sensação de calor ou de frio é mais intensa em velhos e bebês. Crianças entre 1 e 12 anos e parte dos adolescentes sentem menos calor do que os adultos. Eficiência mecânica ao se fazer um trabalho: Menor gasto energético para o movimento, menos efeitos colaterais, dentre eles o calor interno. Saúde física e mental: Quando em boas condições, o organismo tem mais facilidade de adaptação metabólica ao meio. Vestimentas: Devem ser adequadas ao meio e à atividade. NORMAS ABNT PARA CONFORTO TÉRMICO NBR ISO 31-4:2006. Grandezas e unidades. Parte 4: Calor NBR 12550:1998. Termometria – Terminologia NBR 15220-1a3:2005 corrigido em 2008. Desempenho térmico de edificações NBR 16401-2:2008. Ar condicionado - conforto térmico Decreto-Lei 5452 de 1º de maio de 1943 – Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho (Getúlio Vargas) Lei Federal 6514 de 22/12/1977 – Altera o Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho, relativo à Segurança e Medicina do Trabalho (Ernesto Geisel) Seção VI – Edificações Seção VII – Iluminação Seção VIII – Do conforto térmico Seção X – Da movimentação, armazenagem e manuseio de materiais Seção XIV – Da prevenção da fadiga Conforto Ambiental I: Ergonomia e Antropometria - Profª Claudete Gebara J. Callegaro - Universidade Ibirapuera – Arquitetura e Urbanismo - Versão de 14/05/2013 Portaria 3214 de 8/06/1978 – Aprova as Normas Regulamentadoras – NF – do Capítulo V do Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho. (Arnaldo Prieto – Ministro do Trabalho) NR-7 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) NR-8 Edificações NR-9 Programa de Prevenção de Riscos ambientais (PPRA) NR-15 Atividades e operações insalubres Anexo 1 – Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente Anexo 2 – Limites de tolerância para ruídos de impacto Anexo 3- Limites de tolerância para exposição ao calor Anexo 4 – Revogado NR-17 Ergonomia NR-18 Obras de construção, demolição e reparos (Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção) (PCMAT) NR-21 Trabalho a céu aberto NR-23 Proteção contra incêndios NR-24 Condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho NR-26 Sinalização de segurança ÍNDICES DE CONFORTO TÉRMICO índices biofísicos —baseiam-se nas trocas de calor entre o corpo e o ambiente, correlacionando os elementos do conforto com as trocas de calor que dão origem a esses elementos; índices fisiológicos —baseiam-se nas reações fisiológicas originadas por condições conhecidas de temperatura seca do ar, temperatura radiante média, umidade do ar e velocidade do ar; índices subjetivos —baseiam-se nas sensações subjetivas de conforto experimentadas em condições em que os elementos de conforto térmico variam. Segundo Frota e Schiffer (1997), existem perto de 30 índices de conforto térmico. A NBR 15220 da ABNT, que orienta quanto ao Desempenho Térmico das Edificações, utiliza a Carta Bioclimática como instrumento para reunir e resumir as condições climáticas das várias regiões do Brasil. Essa norma é composta de várias partes e visa orientar especialmente a construção civil voltada a populações de baixa e renda, que raramente contam com profissionais habilitados para projeto e execução das construções. Trata-se de um instrumento relativamente recente, que inter-relaciona vários fatores climáticos – radiação solar (latitude), temperatura do ar, umidade do ar, movimentação do ar (ventos), altitude - fornecendo o que se denomina “zona de conforto” e sugerindo procedimentos para redução do desconforto nas demais zonas. A carta bioclimática se baseia em dados anuais tomados numa determinada região e normalmente não se aplica a outras regiões. A Carta Bioclimática da NBR 15220 evoluiu de Cartas Psicrométricas desenvolvidas principalmente pelos pesquisadores Olgyay e Givoni. A medida da sensação térmica na pele implica em se avaliar, também, a umidade do ar, pois quanto mais úmido o ar, menor sua capacidade de troca de energia com nosso corpo. O Psicrômetro é um aparelho que mede a sensação de conforto térmico de um ambiente, a partir da relação entre a temperatura do ar e sua umidade. A Carta Psicrométrica é utilizada na determinação das condições do ar em situação natural (temperatura, umidade, movimentação), de maneira a se poder definir e calcular artifícios que produzam maior conforto nos ambientes internos e externos: umidificador, aquecedor, ventilador... Psychro (do grego) = esfriar, resfriar O Psicrômetro faz a leitura de 2 termômetros (TBS e TBU) e inclui a umidade absoluta como referência fixa: Temperatura de bulbo seco (TBS) – é um termômetro comum que dá a medida de referência. As medidas de TBS são representadas por linhas retas verticais na carta psicrométrica. Temperatura de bulbo úmido (TBU) – é um termômetro usual, em torno do qual é colocado um pedaço de tecido ou malha porosa, que é mantida molhada. As medidas de TBU são colocadas sobre a linha curva à esquerda. Umidade absoluta / umidade específica / relação de umidade – é a massa de vapor de água em cada quilograma de ar seco. Na carta, são linhas retas horizontais. Imagem obtida em LAMBERTS, 2005, p.11. O termômetro de bulbo úmido é exposto à corrente de ar contínua no ambiente em análise, até que chegue à temperatura de saturação (estacionária). Quanto mais seco o ar, maior a evaporação da água do tecido e maior a energia retirada do termômetro, abaixando sua temperatura. É essa última a temperatura que se sente quando a pele está molhada e exposta à movimentação do ar. Sendo assim, embora a temperatura do ar seja, p.ex., de 30°C, conforme a umidade do ar a sensação térmica poderá ser de 25°C. Imagem obtida em www.fem.unicamp.br/~em672/psicrometria.ppt Velocidade do ar = 5m/s Observe-se que, neste exemplo, a zona de conforto para pessoas e ambiente nas condições especificadas é definida por: • temperatura entre 21 e 29°C e •umidade relativa entre 15 e 55%. CORBELLA e YANNAS, 2003, p.32 Neste caso, a Zona de Conforto foi definida considerando-se que: •as pessoas vestiam roupas entre 0,2 e 0,5 Clo, •exerciam atividade de 1,0 Met e •o movimento do ar tinha uma velocidade menor que 0,1 m/s. A Carta Psicrométrica reúne informações sobre as variáveis que definem a situação de conforto térmico sob forma de gráfico. Exemplo de Carta Psicrométrica com a relação movimentação do ar x TBS Informações obtidas em http://pt.scribd.com/doc/51123 639/3/ESTRUTURA-DA-CARTA- PSICROMETRICA Entalpia- É uma propriedade termodinâmica que serve para medir a energia calorífica do sistema, acima de uma determinada temperatura de referência; para o ar conta-se a partir de 0° C. Nesse caso representa a energia de 1 kg de ar seco e gramas de vapor associadas a ela. Unidade: [kcal/kg de ar seco; kj/kg de ar seco]. Símbolo => h. Volume Específico- É o volume, em metros cúbicos, ocupado pela mistura por quilo de ar seco. Símbolo =>v. Temperatura de Ponto de Orvalho - É a temperatura na qual se inicia a condensação de vapor de água do ar. Unidade [C].Símbolo => Tpo. Umidade Relativa - É a razão entre a quantidade de umidade existente no ar e quantidade de umidade máxima que o mesmo pode conterna mesma temperatura. Unidade: [%]. Símbolo =>UR. Pressão de Vapor - É a pressão exercida pelo vapor de água no ar. Unidade: [mmHg; kpa] (absoluta).Símbolo => Pv. Fator de Calor Sensível - É a relação entre calor sensível e calor total de um processo. Símbolo => FCS. Pressão Barométrica Padrão - A carta foi construída para uma pressão barométrica padrão ao nível do mar de 101,325kpa (760 mmHg). Contudo, pode-se utilizá-la, com pequena margem de erro, para variações de +/- 10%. Variáveis que compõem a Carta Psicrométrica. Carta Psicrométrica obtida em www.fem.unicamp.br/~em672/psicrometria.ppt Cruzamento de dados Autoria: LAMBERTS. Obtido em http://www.labeee.ufsc.br/sites/default/files/disciplinas/ECV5161%20Aula%204%20- %20Avalia%C3%A7%C3%A3o%20bioclim%C3%A1tica_0.pdf Autoria: LAMBERTS. Obtido em http://www.labeee.ufsc.br/sites/default/files/disciplinas/ECV5161%20Aula%204%20- %20Avalia%C3%A7%C3%A3o%20bioclim%C3%A1tica_0.pdf CLIMAS DO BRASIL DESENVOLVIMENTO DA ABNT / NBR 15.220 DE 2005 DESENVOLVIMENTO DA ABNT / NBR 15.220 DE 2005 1987 – Fundação da Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído (ANTAC), integrando engenheiros, arquitetos, físicos, químicos, sociólogos ligados a várias universidades e institutos e profissionais vinculados a órgãos públicos e empresas privadas, para atuar junto à Construção Civil, Tecnologia de Arquitetura e Habitação. http://www.antac.org.br/ 1988 – Criação do Grupo de Conforto Ambiental e Eficiência Energética da ANTAC, dando início ao processo brasileiro de normalização sobre esta área específica. 1991 - Primeiro Encontro Nacional Sobre Normalização Quanto ao Uso Racional de Energia e ao Conforto Térmico em Edificações. ???? - Comissão de Estudos sobre Desempenho Térmico e Eficiência Energética de Edificações (CE-02:135.07), vinculada ao Comitê Brasileiro de Construção Civil (CB-02) da Associação Brasileira de Norma Técnicas (ABNT). Esta Comissão dividiu seu trabalho em 4 temas: Terminologia, Métodos de Cálculo, Métodos de Medição e Procedimentos de Avaliação do Desempenho Térmico de Habitações Populares. 1998 – Encontro em Florianópolis para compatibilizar os diferentes textos. Este objetivo foi atingido em relação aos 3 primeiros temas. Quanto aos Procedimentos de Avaliação do Desempenho Térmico de Habitações Populares, entretanto, a Comissão decidiu adiar sua elaboração para uma futura etapa do processo de normalização e solicitou que fosse formulado um texto que contivesse apenas diretrizes construtivas para a otimização do desempenho térmico de habitações de interesse social. ABNT - NBR 15.220 / 2005: Desempenho térmico de edificações NBR 15.220-1: Definições, símbolos e unidades. NBR 15.220-2: Métodos de cálculo da transmitância térmica, da capacidade térmica, do atraso térmico e do fator solar de elementos e componentes de edificações. NBR 15.220-3: Zoneamento bioclimático brasileiro e diretrizes construtivas para habitações unifamiliares de interesse social. NBR 15.220-4: Medição da resistência térmica e da condutividade térmica pelo princípio da placa quente protegida. NBR 15.220-5: Medição da resistência térmica e da condutividade térmica pelo método fluximétrico. “1 Objetivos e campo de aplicação 1.1 Esta parte da NBR estabelece um Zoneamento Bioclimático Brasileiro abrangendo um conjunto de recomendações e estratégias construtivas destinadas às habitações unifamiliares de interesse social. 1.2 Esta parte da NBR estabelece recomendações e diretrizes construtivas, sem caráter normativo, para adequação climática de habitações unifamiliares de interesse social, com até três pavimentos.” ABNT - NBR 15.220 -3 – Zoneamento Bioclimático Brasileiro Zonas classificadas com base na interação dos seguintes fatores climáticos: •radiação solar (latitude), •pressão atmosférica (altitude), •temperatura do ar, •umidade relativa do ar. NBR 15.220-3 •Zona 1, refere-se a climas mais frios (latitude e altitude), com invernos mais acentuados e maior necessidade de aquecimento nesse período. •Zonas 2 e 3, consideram diferenças acentuadas entre verão e inverno. •Zonas 4, 5 e 6, demandam estratégias diferentes para enfrentamento do verão e do inverno, porém pouco acentuadas. Na zona 4, ainda se considera importante o aquecimento solar passivo (natural, sem artifícios) da edificação para inverno, enquanto nas zonas 5 e 6 não é mais recomendada esta estratégia. •Zonas 7 e 8, representadas pelo Nordeste e Norte do País, apresentam necessidade de estratégias somente para o calor ao longo do ano todo. SÃO PAULO Cartas bioclimáticas para zona 1 e zona 3, conforme NBR 15220-3. Obtidas em http://www.labcon.ufsc.br/anexosg/403.pdf Umidade relativa do ar = aprox. 30% ÍNDICES DE CONFORTO TÉRMICO Umidade relativa do ar = aprox. 30% Cartas bioclimáticas para zona 1 e zona 3, conforme NBR 15220-3. Obtidas em http://www.labcon.ufsc.br/anexosg/403.pdf Umidade relativa do ar = aprox. 30% ÍNDICES DE CONFORTO TÉRMICO Umidade relativa do ar = aprox. 30% ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15220 de 2005. (Norma acessada em <http://www.engenharia.pro/papers/NBR_15220.pdf> CORBELLA, Oscar; YANNAS, Simos. Em busca de uma Arquitetura Sustentável para os trópicos - conforto ambiental. Rio de Janeiro: Revan, 2003. FROTA, A. B; SCHIFFER S. R. Manual de conforto térmico. São Paulo: Nobel, 1997. (7ª edição lançada em 2003) JOHN, Vanderley Moacyr; PRADO, Racine Tadeu Araújo (organizadores). Manual Selo Casa Azul: Boas práticas para habitação mais sustentável. Caixa Econômica Federal. São Paulo: Páginas & Letras, 2010. Obtido em <http://downloads.caixa.gov.br/_arquivos/desenvolvimento_urbano/gestao_ambiental/SELO_CASA_AZUL_CAIXA _versaoweb.pdf> LAMBERTS, Roberto. Desempenho Térmico de Edificações. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis: Labee, 2005. Acessível em <http://www.labcon.ufsc.br/anexosg/147.pdf> LENGEN, Johan Van. Manual do Arquiteto Descalço. São Paulo: Empório do Livro, 2009. RHEINGANTZ, Paulo Afonso. Uma pequena digressão sobre conforto ambiental e qualidade de vida nos centros urbanos. Cidade & Ambiente. Universidade Federal de Santa Maria. Vol. 1, n.22, Jan/Jun 2001. Disponível em: <http://www.fau.ufrj.br/prolugar/arq_pdf/diversos/conf_amb_qual_vida_cidades_par.pdf> RORIZ, Maurício; GHISI, Enedir; LAMBERTS, Roberto. Uma proposta de norma técnica brasileira sobre desempenho térmico de habitações populares. V Encontro Nacional de Conforto no Ambiente Construídoe II Encontro Latino-Americano de Conforto no Ambiente Construído. Fortaleza 1999. TARIFA, José Roberto; ARMANI, Gustavo. Unidades Climáticas Urbanas da Cidade de São Paulo. Atlas Ambiental do Município de São Paulo. Secretaria do Verde e do Meio Ambiente / Secretaria de Planejamento (Município). Primavera de 2000. REFERÊNCIAS
Compartilhar