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Tópicos especiais em IFRS
Reconhecimento e mensuração de elementos patrimoniais, redução ao valor recuperável de ativos,
tratamento contábil dos custos dos empréstimos e aspectos de reconhecimento, mensuração e divulgação
de ativos biológicos e produtos agrícolas.
Prof. Alessandro Leandro
1. Itens iniciais
Propósito
Conhecer o que determinam as normas internacionais de contabilidade em relação aos aspectos de
reconhecimento e mensuração de elementos patrimoniais, a necessidade de se verificar o valor recuperável
de ativos, o tratamento de custos de empréstimos e ao reconhecimento, mensuração e divulgação de ativos
biológicos e produtos agrícolas é essencial ao profissional de ciências contábeis.
Objetivos
Identificar os aspectos relacionados ao reconhecimento e mensuração de elementos patrimoniais.
Reconhecer o conceito e a necessidade de verificação do valor recuperável dos ativos e sua 
consequente redução, quando for o caso.
Reconhecer o contexto conceitual do tratamento dos custos de empréstimos, à luz da determinação 
das normas internacionais de contabilidade.
Identificar os aspectos relacionados ao reconhecimento, mensuração e divulgação de Ativos 
Biológicos e Produtos Agrícolas.
Introdução
O reconhecimento e a mensuração de elementos patrimoniais fazem parte do cotidiano das empresas. Esses
dois atributos contábeis representam a estrutura básica a partir das quais as demonstrações contábeis são
elaboradas. E, mais, representam dados das atividades econômicas de maneira a fornecer aos usuários
informações relevantes, de forma a satisfazer os seus objetivos.
Nesse sentido, o reconhecimento representa o elemento que deve ser registrado e quando, isto é, o momento
em que deve ser reconhecido contabilmente. Já a mensuração caracteriza-se pela quantificação do que deve
ser registrado; em outras palavras, a atribuição do valor monetário.
A redução ao valor recuperável de ativos visa assegurar que os ativos não estejam registrados contabilmente
por um valor superior àquele passível de ser recuperado no tempo por uso nas operações da entidade ou em
sua eventual venda. Deste modo, caso existam evidências claras de que os ativos estão registrados por valor
não recuperável no futuro, a entidade deverá imediatamente reconhecer a desvalorização, por meio da
constituição de perdas por irrecuperabilidade.
Os custos de empréstimos são despesas de juros de todas as formas de empréstimos e financiamentos.
Quanto ao tratamento contábil, custos de empréstimos que são diretamente atribuídos à aquisição, à
construção ou à produção de ativos qualificáveis para a sua capitalização formam parte do custo de tais
ativos. Outros custos de empréstimos, que não tenham como finalidade um ativo qualificável, são
reconhecidos como despesas. 
As empresas que atuam no setor agrícola devem estar atentas ao tratamento contábil relacionado ao
reconhecimento, mensuração e divulgação dos ativos biológicos e produtos agrícolas. Diversos aspectos
estão relacionados a esse assunto, sobretudo quanto à mensuração, pois os ativos biológicos estão sujeitos a
crescimento, degeneração, produção e procriação.
Deste modo, compreender aspectos relacionados ao conceito de cada um desses tópicos, de acordo com o
que determinam as normas internacionais de contabilidade, é essencial para que as informações contábeis e
financeiras cumpram o seu propósito.
Então, para que você entenda como deve proceder no âmbito empresarial com o tratamento contábil, a
mensuração e a divulgação de cada um desses elementos nas demonstrações contábeis e em relatórios
financeiros de propósito geral, te convido a acessar este conteúdo e mergulhar neste universo.
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• 
1. Reconhecimento e mensuração de elementos patrimoniais
Elementos patrimoniais - Conceitos
O patrimônio das empresas é notadamente formado por um conjunto de bens, direitos e obrigações. Sabemos
também que:
Conhecemos, ainda, os conceitos de receitas e despesas, que, quando reconhecidas, resultam em variações
nos elementos patrimoniais.
Nesse sentido, os elementos patrimoniais são os aqueles que compõem o patrimônio de uma entidade e são
formados pelos bens, direitos e obrigações classificados em ativo e passivo. Assim, temos, em relação aos
elementos patrimoniais:
Bens
É tudo que satisfaz as necessidades humanas e que podem ser avaliados monetariamente. Os bens
podem ser classificados em:
Tangíveis: tudo o que existe, de fato, no plano físico. São exemplos: carros, imóveis, utensílios
e ferramentas;
Intangíveis: são aqueles bens que, apesar de valiosos, não possuem forma física. É o caso de
patente, nome de marca ou propriedade intelectual;
Móveis: podem ser transportados com facilidade, tal como máquinas e equipamentos;
Imóveis: são vinculados ao solo e não podem ser retirados sem danos ou destruição.
Direitos
É tudo aquilo que se tem a receber. São bens pertencentes à empresa, mas que ainda não estão em
seu poder.
Obrigações
São os bens em poder da empresa que pertencem a terceiros. Representam as dívidas que a empresa
tem com terceiros.
E quais aspectos representam adequadamente os elementos patrimoniais?
Bens e direitos 
Representam as aplicações de recursos.
Obrigações e o patrimônio líquido 
Representam as origens desses
recursos. 
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• 
Vejamos a seguir mais sobre o aspecto qualitativo e quantitativo:
Vejamos exemplos a seguir:
Elemento Patrimonial Aspecto Qualitativo Aspecto Quantitativo
Dinheiro Caixa R$5.000,00
Mesas e Armários Móveis e Utensílios R$10.000,00
Mercadorias para revenda Estoques R$4.000,00
Dívidas por compra a prazo Fornecedores, Contas a Pagar R$12.000,00
Direitos gerados em vendas a prazo Clientes, Contas a Receber R$23.000,00
Investimento dos sócios Capital Social R$30.000,00
Tabela: Exemplos aspecto qualitativo e quantitativo
Alessandro Leandro
A partir dos exemplos demonstrados na tabela anterior, pode-se demonstrar graficamente o patrimônio da
seguinte forma:
ATIVO PASSIVO
BENS: OBRIGAÇÕES:
Caixa R$5.000,00 Contas a Pagar R$12.000,00
Estoques R$4.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Móveis e Utensílios R$10.000,00 Capital R$30.000,00
DIREITOS: (Bens + Direitos – Obrigações)
Contas a Receber R$23.000,00 
TOTAL: R$42.000,00 TOTAL: R$42.000,00
Aspecto qualitativo 
Consiste em especificar, seguindo a natureza
de cada um. Permite ter uma noção mais
precisa da composição do Patrimônio, porém
essas informações ainda não são suficientes
para saber o montante do patrimônio da
empresa. 
Aspecto quantitativo 
Consiste em dar aos Bens, Direitos e
Obrigações seus respectivos valores,
levando-nos a conhecer o valor do
patrimônio da empresa. Esse aspecto
surge da necessidade em saber o
montante do patrimônio da empresa. 
Tabela: Demonstração do patrimônio
Alessandro Leandro
Reconhecimento de elementos patrimoniais
Vimos que o reconhecimento representa o momento em que um elemento patrimonial deve ser registrado.
O Conceptual Framework for Financial Reporting (2022), o nosso Pronunciamento Técnico CPC 00 (R2) –
Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro aqui no Brasil, determina que o reconhecimento é o processo de
captação para inclusão no Balanço Patrimonial ou na Demonstração do Resultado e na Demonstração do
Resultado Abrangente de item que atenda à definição de um dos elementos das demonstrações contábeis –
ativo, passivo, patrimônio líquido, receita ou despesa.
Assim, o reconhecimento envolve refletir o item em uma dessas demonstrações – seja isoladamente ou em
conjunto com outros itens –, em palavras e por meio do valor monetário, e incluir esse valor em um ou mais
totais nessa demonstração. O valor pelo qual ativo, passivo ou patrimônio líquido é reconhecido no balanço
patrimonial é referido como o seu “valor contábil”.
O reconhecimento inicial de ativos ou passivos decorrentes de transações ou outros eventos pode resultar no
reconhecimento simultâneo tanto de receitas quanto das respectivas despesas. Vejamos:
Exemplo
A venda de produtos à vista resulta no reconhecimento de receita (doreconhecimento do ativo – caixa)
e da despesa (do desreconhecimento de outro ativo – baixa do estoque dos produtos vendidos). 
Mas, atenção! Ao tomar decisões sobre reconhecimento, é importante considerar as informações que seriam
dadas se o ativo ou passivo não fosse reconhecido. Vejamos:
Exemplo
Se nenhum ativo é reconhecido quando se incorre em gasto, a despesa deve ser reconhecida. 
O reconhecimento de ativo ou passivo específico é apropriado se fornecer não apenas informações
relevantes, mas também representação fidedigna desse ativo ou passivo e de quaisquer receitas, despesas ou
mutações do patrimônio líquido resultantes. A possibilidade de representação fidedigna ser fornecida pode
ser afetada pelo nível de incerteza na mensuração associado ao ativo ou passivo, ou por outros fatores.
E o que vem a ser o desreconhecimento? É a retirada de parte ou da totalidade de ativo ou passivo
reconhecido do balanço patrimonial da entidade.
O desreconhecimento, normalmente, ocorre quando esse item não atende mais à definição de ativo ou
passivo. Apresentaremos dois breves exemplos a seguir:
Para o ativo, o desreconhecimento normalmente ocorre quando a entidade perde o controle da
totalidade ou de parte do ativo reconhecido; e
Para o passivo, o desreconhecimento normalmente ocorre quando a entidade não possui mais uma
obrigação presente pela totalidade ou parte do passivo reconhecido.
Os requisitos de contabilização para o desreconhecimento visam representar fidedignamente tanto:
1. 
2. 
 
Quaisquer ativos e passivos retidos após a transação ou outro evento que levou ao desreconhecimento
(incluindo qualquer ativo ou passivo adquirido, incorrido ou criado como parte da transação ou de outro
evento);
A mudança nos ativos e passivos da entidade como resultado dessa transação ou outro evento.
Por fim, é muito importante ressaltar que os critérios específicos de reconhecimento de ativos e passivos
estão previstos nas normas internacionais de contabilidade e devem sempre ser observados no momento do
julgamento da transação ou outro evento a ser registrado.
Mensuração de elementos patrimoniais
Os elementos patrimoniais reconhecidos devem ser quantificados em termos monetários. Isso exige a seleção
de uma base de mensuração. A base de mensuração é uma característica identificada, como, por exemplo,
custo histórico, valor atual ou valor de cumprimento.
Atenção
É provável que a consideração das características qualitativas de informações financeiras úteis e da
restrição de custo resulte na seleção de diferentes bases de mensuração para diferentes ativos,
passivos, receitas e despesas. 
As normas internacionais de contabilidade descrevem como implementar a base de mensuração adequada.
Essa descrição pode incluir:
 
Especificar técnicas que podem ou devem ser usadas para estimar a mensuração, aplicando uma base
de mensuração específica.
Especificar uma abordagem de mensuração simplificada que provavelmente forneça informações
similares às fornecidas pela base de mensuração preferida.
Explicar como modificar a base de mensuração, por exemplo, excluindo do valor de cumprimento de
passivo o efeito da possibilidade que a entidade pode deixar de cumprir esse passivo (risco de crédito
próprio).
As normas preveem diversas bases de mensuração, as quais devem ser empregadas em graus e em variadas
combinações nas demonstrações contábeis.
De acordo com o Conceptual Framework for Financial Reporting (2022), as bases de mensuração incluem o 
custo histórico, o valor atual (composto por valor justo, valor em uso e custo corrente) e valor de
cumprimento.
Vamos explorar o conceito de cada um deles.
Custo histórico
A mensuração ao custo histórico fornece informações monetárias sobre ativos, passivos e respectivas
receitas e despesas, utilizando informações derivadas, pelo menos em parte, do preço da transação ou outro
evento que deu origem a eles.
Diferentemente do valor atual, o custo histórico não reflete as mudanças nos valores, exceto na medida em
que essas mudanças se referirem à redução ao valor recuperável de ativo ou passivo que se torna onerosa.
Vejamos:
• 
• 
• 
• 
• 
 
O custo histórico de ativo é atualizado ao longo do tempo para refletir, se aplicável:
O consumo da totalidade ou parte do recurso econômico que constitui o ativo (depreciação ou
amortização).
Pagamentos recebidos que extinguem a totalidade ou parte do ativo.
O efeito de eventos que fazem com que a totalidade ou parte do custo histórico do ativo não seja mais
recuperável (redução ao valor recuperável).
Juros a apropriar para refletir qualquer componente de financiamento do ativo.
O custo histórico de passivo é atualizado ao longo do tempo para refletir, se aplicável:
 
O cumprimento da totalidade ou parte do passivo, por exemplo, efetuando pagamentos que extinguem
a totalidade ou parte do passivo ou satisfazendo a obrigação de entregar produtos.
O efeito de eventos que aumentam o valor da obrigação de transferir os recursos econômicos
necessários para cumprir a obrigação em tal medida que o passivo se torna oneroso. O passivo é
oneroso se o custo histórico não é mais suficiente para refletir a obrigação de satisfazer o passivo,
Provisão de juros para refletir qualquer componente de financiamento do passivo.
Valor atual
As mensurações ao valor atual fornecem informações monetárias sobre ativos, passivos e respectivas receitas
e despesas, utilizando informações atualizadas para refletir condições na data de mensuração. Devido à
atualização, os valores atuais de ativos e passivos refletem as mudanças, desde a data de mensuração
anterior, em estimativas de fluxos de caixa e outros fatores refletidos nesses valores atuais.
Diferentemente do custo histórico, o valor atual de ativo ou passivo não resulta, mesmo em parte, do preço da
transação ou outro evento que deu origem ao ativo ou passivo. As bases de mensuração do valor atual
incluem:
Valor justo;
Valor em uso de ativos e valor de cumprimento de passivos; e
Custo corrente.
Valor justo
Valor justo é o preço que seria recebido pela venda de ativo ou que seria pago pela transferência de passivo
em transação ordenada entre participantes do mercado na data de mensuração.
O valor justo reflete a perspectiva dos participantes do mercado, isto é, participantes em mercado ao qual a
entidade tem acesso. O ativo ou passivo é mensurado utilizando as mesmas premissas que os participantes
do mercado utilizariam ao precificar o ativo ou passivo se esses participantes do mercado agirem em seu
melhor interesse econômico.
Em alguns casos, o valor justo pode ser determinado diretamente, observando-se os preços em mercado
ativo. Em outros casos, o valor justo é determinado indiretamente, utilizando técnicas de mensuração,
conforme determina a norma IFRS 13 - Fair Value Measurement (2022).
Valor em uso
Valor em uso é o valor presente dos fluxos de caixa, ou outros benefícios econômicos, que a entidade espera
obter do uso de ativo e de sua alienação final.
Valor de cumprimento
Valor de cumprimento é o valor presente do caixa, ou de outros recursos econômicos, que a entidade espera
ser obrigada a transferir para cumprir a obrigação.
1. 
2. 
3. 
4. 
5. 
• 
• 
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• 
• 
O valor em uso e o valor de cumprimento não podem ser observados diretamente e são determinados
utilizando técnicas de mensuração baseadas em fluxos de caixa.
Custo corrente
O custo corrente de ativo é o custo de ativo equivalente na data de mensuração, compreendendo a
contraprestação que seria paga na data de mensuração mais os custos de transação que seriam incorridos
nessa data.
O custo corrente de passivo é a contraprestação que seria recebida pelo passivo equivalente na
data de mensuração menos os custos de transação que seriam incorridos nessa data.
Custo corrente, como custo histórico, é o valor de entrada: reflete preços no mercado em que a entidade
adquiriria o ativo ou incorreria no passivo. Assim, é diferente do valor justo, valor em uso e valor de
cumprimento, que são valoresde saída. Contudo, diferentemente de custo histórico, o custo corrente reflete
condições na data de mensuração.
Em resumo, temos:
Base de
Mensuração Conceito
Custo histórico
É o preço da transação ou outro evento que deu origem ao elemento
patrimonial.
Valor atual
Valor justo É o preço de mercado.
Valor em uso
É o valor presente dos fluxos de caixa que a entidade
espera obter do uso de ativo.
Valor de
cumprimento
É o valor presente do caixa que a entidade espera ser
obrigada a transferir para cumprir a obrigação.
Custo corrente
É o valor de entrada e reflete preços no mercado em
que a entidade adquiriria o ativo ou incorreria no
passivo.
Tabela: Base de Mensuração, custo histórico e Valor atual
Alessandro Leandro
Determinadas normas internacionais de contabilidade ainda trazem outras bases de mensuração específicas,
como por exemplo o valor realizável líquido (IAS 2 – Inventories e valor recuperável de ativos (IAS 36 – 
Impairment of Assets), que abordaremos mais adiante.
Reconhecimento e Mensuração
O especialista apresenta os conceitos de reconhecimento, desreconhecimento e mensuração, fazendo
referência ao CPC 00 (R2) - Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro, aos tipos de bases de mensuração
e fornecendo exemplos.
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Reconhecimento de elementos patrimoniais
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Desreconhecimento de Elemento Patrimonial
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Verificando o aprendizado
Questão 1
Analise as afirmativas a seguir e marque a alternativa que indique corretamente as lacunas a serem
preenchidas.
 
A mensuração é o processo pelo qual os elementos patrimoniais devem ser ____________________ em termos
____________________.
 
O reconhecimento é o processo que consiste na ____________________ ao balanço patrimonial de item que se
enquadre na definição de ____________________ e que satisfaça aos critérios de reconhecimento.
 
A opção correta é:
A
(qualificados - não monetários) e (exclusão - ativo, passivo, patrimônio líquido, receita e despesa).
B
(quantificados - monetários) e (inclusão - ativo, passivo, patrimônio líquido, receita e despesa).
C
(monetários - qualificados) e (inclusão - ativo, passivo e patrimônio líquido).
D
(quantificados - monetários) e (inclusão - ativo, passivo e patrimônio líquido).
E
(monetários - qualificados) e (exclusão - receita e despesa).
A alternativa D está correta.
De acordo com o Conceptual Framework for Financial Reporting (2022), a mensuração é o processo pelo
qual os elementos patrimoniais devem ser quantificados em termos monetários.
Já o reconhecimento é o processo que consiste na inclusão ao balanço patrimonial de item que se
enquadre na definição de ativo, passivo e patrimônio líquido, e que satisfaça aos critérios de
reconhecimento.
Questão 2
A avaliação patrimonial é a atribuição de valor monetário a itens do ativo e do passivo decorrentes de
julgamento fundamentado nas normas internacionais de contabilidade que traduza, com razoabilidade, a
evidenciação dos elementos patrimoniais. Com relação aos aspectos relativos às bases de mensuração, é
correto afirmar que:
A
O valor em uso representa os fluxos de caixa futuros que a entidade espera obter da venda do ativo.
B
O valor justo é o preço interno de transferência, conhecido como transfer price.
C
O custo histórico é o preço da transação atualizado que deu origem ao elemento patrimonial.
D
O valor de cumprimento é o valor presente do caixa que a entidade espera receber de terceiros para baixar
um recebível.
E
O custo corrente é o valor de entrada e reflete preços no mercado em que a entidade adquiriria o ativo ou
incorreria no passivo.
A alternativa E está correta.
De acordo com o Conceptual Framework for Financial Reporting (2022), o custo corrente é o valor de
entrada, ou seja, reflete preços no mercado em que a entidade adquiriria o ativo ou incorreria no passivo.
Difere dos valores de saída, que são: valor justo, valor em uso e valor de cumprimento. Já o custo corrente
reflete condições na data de mensuração, o que o difere do custo histórico.
2. Redução ao valor recuperável de ativos
Identificação e mensuração do valor recuperável
Normas
O IAS 36 - Impairment of Assets (2022) está representado no Brasil pelo Pronunciamento Técnico CPC 01 (R1)
- Redução ao Valor Recuperável de Ativos (2010).
Qual o objetivo desta norma? O objetivo é estabelecer procedimentos que a entidade deve aplicar para
assegurar que seus ativos estejam registrados contabilmente por valor que não exceda seus valores de
recuperação.
Um ativo está registrado contabilmente por valor que excede seu valor de recuperação se o seu valor contábil
exceder o montante a ser recuperado pelo uso ou pela venda do ativo.
Se esse for o caso, o ativo é caracterizado como sujeito ao reconhecimento de perdas, e a norma requer que a
entidade reconheça um ajuste para perdas por desvalorização. A norma também especifica quando a entidade
deve reverter um ajuste para perdas por desvalorização e estabelece as divulgações requeridas.
A norma deve ser aplicada na contabilização de ajuste para perdas por desvalorização de todos os
ativos.
Determinados ativos contemplados em normas específicas não estão no escopo do IAS 36; confira:
Estoques
IAS 2
Inventories.
Ativos de contrato
IAS 18
Revenue.
Ativos fiscais diferidos
IAS 12
Income Taxes.
Ativos advindos de planos de benefícios a empregados
IAS 19
Employee Benefits.
Ativos financeiros
IAS 39
Financial Instruments: Recognition and Measurement.
Propriedade para investimento que seja mensurada ao valor justo
IAS 40
Investment Property.
Ativos biológicos relacionados à atividade agrícola
IAS 41
Agriculture.
Ativos intangíveis advindos de direitos contratuais de companhia de seguros
IFRS 4
Insurance Contracts.
Ativo Não Circulante mantido para venda e operação descontinuada
IFRS 5
Non-current Assets Held for Sale and Discontinued Operations.
Identificação de ativo que pode estar desvalorizado
O Impairment é uma perda da valorização de um ativo e, por isso, se torna necessário fazer o procedimento
para encontrar seu valor recuperável e verificar se ele está contabilizado por um valor maior ou menor.
De acordo com Braggio (2019), Impairment significa, em sua tradução literal, deterioração. Tecnicamente,
trata-se da redução do valor recuperável de um bem ativo. Na prática, quer dizer que as entidades terão que
avaliar, periodicamente, os ativos que geram resultados antes de contabilizá-los e demonstrá-los no balanço.
Comentário
Cada vez que se verificar que um ativo esteja avaliado por valor não recuperável no futuro, ou seja, toda
vez que houver uma projeção de geração de caixa em valor inferior ao montante pelo qual o ativo está
registrado, a entidade terá que fazer a baixa contábil da diferença. 
Assim, a cada data das demonstrações contábeis, a entidade deve avaliar se existe qualquer evidência que
indique que o valor recuperável de algum ativo deva ser calculado.
Evidências que podem indicar a existência de perdas por impairment incluem, entre outras:
Fontes externas
Declínio significativo de valor do mercado, mudanças adversas da tecnologia, do mercado ou do
ambiente econômico ou legal; aumento nas taxas de juros do mercado ou de outras taxas de retorno
sobre investimentos.
Fontes internas
Obsolescência ou dano físico do ativo; o ativo tornou-se inútil; descontinuidade ou reestruturação das
operações da entidade; desempenho do ativo abaixo do esperado; declínio ou redução nos fluxos de
caixa gerados ou a serem gerados pelo ativo. Segundo Lemes e Carvalho (2010), a entidade deve
considerar o conceito de materialidade para indicar se o valor recuperável de um ativo precisa ser
estimado.
Atenção! Se existir indicação de que um ativo pode ter umaperda por impairment a ser reconhecida, mesmo
que não seja, isso pode evidenciar que a vida útil, depreciação ou valor residual daquele ativo precisa de
ajustes.
Mensuração do valor recuperável
Para identificar o valor recuperável, a entidade depende do cálculo de dois outros montantes: valor em uso e
valor justo líquido dos custos de venda. O valor recuperável é o maior entre os dois (LEMES e CARVALHO,
2010).
E como calcular o valor justo líquido?
Na identificação do valor justo líquido dos custos para vender, devem-se observar as seguintes orientações:
 
Preço de um acordo de venda firmado em uma transação sem favorecimentos, ajustado pelos custos
da venda.
Na ausência desse acordo, o preço em um mercado ativo menos os custos da venda poderá ser
utilizado.
Quando o preço corrente está indisponível, o preço de uma transação mais recente pode ser adotado
desde que não tenha havido mudanças econômicas significativas entre a data da transação e a data da
nova estimativa.
Na inexistência de um acordo e de um mercado ativo, o preço de uma transação recente de um ativo
similar.
E o valor em uso?
Os seguintes elementos deverão fundamentar o cálculo do valor em uso:
 
Estimativa dos fluxos de caixa futuros que a entidade espera obter do ativo.
Possíveis variações que podem ocorrer no valor ou prazo daqueles fluxos de caixa futuros.
Valor do dinheiro no tempo, representado por uma taxa de juros corrente, livre de riscos.
Incerteza inerente ao ativo.
Quaisquer outros fatores que poderão afetar os fluxos de caixa futuros do ativo.
A estimativa do valor em uso de um ativo envolve os seguintes passos:
• 
• 
• 
• 
• 
• 
• 
• 
• 
Passo 1
Estimar futuras entradas e saídas de caixa
derivadas do uso contínuo do ativo e de sua
baixa final.
Passo 2
Aplicar a taxa de desconto apropriada a esses
fluxos de caixa futuros.
Diante disso, o valor recuperável de um ativo é o maior valor entre o valor justo líquido e o seu valor em uso.
Nesse contexto, tem-se:
Se, e somente se, o valor recuperável de um ativo for inferior ao seu valor contábil, o valor contábil do ativo
deve ser reduzido ao seu valor recuperável. Essa redução representa uma perda por desvalorização do ativo.
Assim, encontrado o valor recuperável, deve-se comparar com o valor contábil do ativo e proceder da
seguinte forma:
 
Valor contábil menor do que o valor recuperável: não reduzir o valor contábil e não registrar uma perda
por irrecuperabilidade.
Valor contábil igual ao valor recuperável: não reduzir o valor contábil e não registrar uma perda por
irrecuperabilidade.
Valor contábil maior do que o valor recuperável: reduzir o valor contábil e registrar uma perda por
irrecuperabilidade.
Reconhecimento e mensuração de perda por
desvalorização
Quando o valor recuperável de um ativo (maior entre valor justo líquido e valor em uso) for menor do que seu
valor contábil, o valor contábil deverá ser reduzido para aquele valor recuperável, e essa redução é
contabilizada como uma perda.
A perda por impairment deverá ser reconhecida imediatamente em resultados, a não ser que o ativo esteja
contabilizado ao valor reavaliado, quando então a perda deverá ser tratada como uma redução da reserva de
reavaliação, até o limite dessa reserva.
Neste contexto, ocorrendo a perda por impairment, a contabilização é a seguinte:
1. 
2. 
3. 
Débito 
Perda por Impairment(Despesa do
período). 
Crédito 
Impairment Ativo Imobilizado (Conta
patrimonial de ativo não circulante
retificadora). 
A entidade deve avaliar, ao término de cada período de reporte, se há alguma indicação de que a perda por
desvalorização reconhecida em períodos anteriores para um ativo possa não mais existir ou ter diminuído. Se
existir alguma indicação, a entidade deve estimar o valor recuperável desse ativo e avaliar uma possível
reversão da perda reconhecida em períodos anteriores.
Depois que a reversão de perda por desvalorização é reconhecida, a despesa de depreciação para o ativo
deve ser ajustada em períodos futuros para alocar o valor contábil revisado do ativo menos seu valor residual
(se houver) em base sistemática sobre sua vida útil remanescente.
Ocorrendo a necessidade de reversão, deve-se registrar da seguinte forma:
Vejamos um exemplo:
A Cia. Delta está preparando suas demonstrações contábeis para o terceiro trimestre de 20X1. Em 30 de
setembro de 20X1, esses ativos eram usados na produção e tinham um valor contábil de R$5 milhões. O valor
em uso dos ativos nesta mesma data foi estimado em R$4,5 milhões, e seu valor justo menos os custos para
vender foi estimado em R$3,5 milhões.
Com base nessas informações, qual o valor recuperável dos ativos da Cia. Delta em 30 de setembro de 20X1?
Haverá a necessidade de se reconhecer perda por impairment?
 
Valor contábil = R$5.000.000,00
Valor em uso = R$4.500.000,00
Valor justo líquido = R$3.500.000,00
Considerando que o valor recuperável é o maior valor entre o valor em uso e o valor justo líquido, temos como
valor recuperável o montante de R$4.500.000,00.
Agora, deve-se comparar o valor recuperável com o valor contábil:
Se valor recuperável valor contábil
Não se registra uma perda por impairment e os ativos permanecem mensurados pelo valor contábil.
No exemplo da empresa Delta, como o valor recuperável é menos que o valor contábil em R$500.000,00,
deve-se registrar uma perda por irrecuperabilidade nesse montante.
Nesse caso, a contabilização será a seguinte:
Débito 
Impairment Ativo Imobilizado (Conta
patrimonial de ativo não circulante
retificadora). 
Crédito 
Reversão de Perda por Impairment
(Receita do período). 
Débito 
Perda por Impairment – R$500.000,00
Crédito 
Impairment Ativo Imobilizado –
R$500.000,00 
Ao final do trimestre seguinte, deve-se repetir o mesmo processo e verificar a necessidade de um novo
registro de perda por impairment ou uma possível reversão da perda reconhecida em períodos anteriores.
Impairment
O especialista apresenta o conceito de impairment, valor recuperável, valor justo líquido e valor em uso;
quando e como calcular o valor recuperável de um ativo; e como contabilizar as perdas por impairment. 
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Divulgação de redução ao valor recuperável de ativos
A entidade deve divulgar as seguintes informações para cada classe de ativos:
 
O montante das perdas por desvalorização reconhecido no resultado do período e a linha da
demonstração do resultado na qual essas perdas por desvalorização foram incluídas.
O montante das reversões de perdas por desvalorização reconhecido no resultado do período e a linha
da demonstração do resultado na qual essas reversões foram incluídas.
O montante de perdas por desvalorização de ativos reavaliados reconhecido em outros resultados
abrangentes durante o período.
O montante das reversões das perdas por desvalorização de ativos reavaliados reconhecido em outros
resultados abrangentes durante o período.
Uma classe de ativos é um agrupamento de ativos de natureza e uso similares nas operações da entidade. A
entidade que reporta informações por segmento de acordo com o IFRS 8 - Operating Segments (2022) deve
divulgar as seguintes informações para cada segmento reportado:
 
O montante das perdas por desvalorização reconhecido, durante o período, na demonstração do
resultado e na demonstração do resultado abrangente.
O montante das reversões de perdas por desvalorização reconhecido, durante o período, na
demonstração do resultado e na demonstração do resultado abrangente.
Para cada perda por impairment ou reversão material reconhecidas, as seguintes informações devem ser
divulgadas:
 
Os eventos e as circunstâncias que levaram ao reconhecimento ou à reversão da perda por
desvalorização.
O montante da perda por desvalorização reconhecida ou revertida.Para um ativo individual: a natureza do ativo e o segmento operacional ao qual ele pertence.
Para uma unidade geradora de caixa: uma descrição da unidade, o montante da perda por
desvalorização reconhecida ou revertida por classe de ativos e por segmentos operacionais.
Se o valor recuperável corresponde ao valor justo líquido ou valor em uso.
Se o valor recuperável for o valor justo menos os custos para vender, a base usada para determinar
esse valor justo.
Se o valor recuperável corresponde ao valor em uso, a taxa de desconto usada na estimativa atual e a
estimativa anterior (se existente) do valor em uso.
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Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Conceito de Impairment
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Divulgação de redução ao valor recuperável de ativos
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Verificando o aprendizado
Questão 1
O valor recuperável de um ativo representa:
A
O valor a ser obtido com sua venda.
B
A diferença entre o valor contábil e o valor a ser obtido com sua venda.
C
O maior entre o valor em uso e o valor justo líquido dos custos para vender.
D
O menor entre o valor justo líquido dos custos para vender e o valor em uso.
E
O maior entre o valor em uso e o valor contábil líquido da depreciação.
A alternativa C está correta.
De acordo com a norma, o valor recuperável de um ativo é o maior valor entre o valor justo líquido dos
custos para vender e o seu valor em uso.
Questão 2
A perda por impairment representa o excesso do:
A
Valor contábil sobre o valor recuperável.
B
Valor em uso sobre o valor contábil.
C
Valor recuperável sobre o valor em uso.
D
Valor em uso sobre o valor justo menos os custos da venda.
E
Valor justo menos os custos da venda sobre o valor em uso.
A alternativa A está correta.
De acordo com a norma, quando o valor contábil exceder o valor recuperável dos ativos, deve-se registrar
uma perda por impairment.
3. Custos de empréstimos
O que são custos de empréstimos
A IAS 23 – Borrowing Costs (2022) estabelece as orientações a serem seguidas na contabilização dos custos
relacionados aos empréstimos obtidos para a aquisição, construção ou produção de determinados ativos.
As questões que surgem no tratamento contábil dos custos dos empréstimos dizem respeito à identificação
desses custos e à decisão de se eles devem compor ou não o valor do ativo para o qual o empréstimo foi
obtido (LEMES e CARVALHO, 2010).
A IAS 23 – Borrowing Costs (2022) aplica-se à contabilização dos custos de empréstimos obtidos
externamente.
Assim, temos:
Custos de empréstimos são juros e outros custos que a entidade incorre em conexão com o
empréstimo de recursos.
A norma traz duas definições importantes:
Ativo qualificável
É um ativo que, necessariamente, demanda um
período de tempo substancial para ficar pronto
para seu uso ou venda pretendidos.
Custos de empréstimos
São juros e outros custos que a entidade
incorre em conexão com o empréstimo de
recursos.
E quais são os custos de empréstimos passíveis de capitalização?
Inicialmente, devem ser identificados os custos de empréstimos que, de acordo com a norma, são passíveis
de capitalização, juntamente com os demais custos dos ativos qualificados para os quais os empréstimos
foram utilizados.
Assim, custos de empréstimos incluem:
Encargos financeiros calculados com base no método da taxa efetiva de juros, como descrito no IAS 39
– Financial Instruments: Recognition and Measurement (2022);
Juros sobre passivos de arrendamento reconhecidos de acordo com o IFRS 16 – Leases (2022); e
Variações cambiais decorrentes de empréstimos em moeda estrangeira, na extensão em que elas
sejam consideradas como ajuste, para mais ou para menos, do custo dos juros.
Ilustrativamente, temos:
E quais são os ativos qualificados à capitalização de custos de empréstimo?
Considerando que os ativos qualificados são aqueles que levam um tempo considerável para ficar nas
condições previstas de uso ou venda, os exemplos desses ativos incluem:
• 
• 
• 
 
Estoques com um período longo para a produção;
Plantas industriais para manufatura que levam um período considerável para ficarem em condições de
uso;
Usinas de geração de energia cuja construção será de longo prazo;
Ativos intangíveis de longo período de formação, como um projeto de longo prazo para o
desenvolvimento de um novo produto;
Propriedades para investimentos, como um imóvel que será construído para aluguel a terceiros;
Plantas portadoras de acordo com o no IAS 39 – Financial Instruments: Recognition and Measurement
(2022).
São excluídos do conceito de ativos qualificados os que estão prontos para uso ou venda quando adquiridos.
Também não são ativos qualificados os estoques produzidos em um curto período de tempo e os ativos
financeiros.
Reconhecimento de custos de empréstimos
Segundo Lemes e Carvalho (2010), as empresas deverão incluir os custos dos empréstimos que são
diretamente atribuíveis à aquisição, construção ou produção de um ativo qualificado nos custos daquele ativo.
Os demais custos de outros empréstimos que são obtidos com objetivo distinto do financiamento de um ativo
qualificado (por exemplo, empréstimo para capital de giro) devem ser tratados como despesa.
A capitalização dos custos de empréstimos como parte dos custos dos ativos qualificados depende do
atendimento de duas premissas:
 
Probabilidade de geração de benefícios econômicos para a entidade pelos ativos.
Mensuração confiável dos custos.
Os custos de empréstimos que são atribuíveis diretamente à aquisição, construção ou produção de um ativo
qualificável são aqueles que seriam evitados se os gastos com o ativo qualificável não tivessem sido feitos.
Quando a entidade toma emprestados recursos especificamente com o propósito de obter um ativo
qualificável particular, os custos do empréstimo que são diretamente atribuíveis ao ativo qualificável podem
ser prontamente identificados.
Atenção
A entidade deve determinar o montante dos custos dos empréstimos elegíveis à capitalização como
sendo aqueles efetivamente incorridos sobre tais empréstimos durante o período, menos qualquer
receita financeira decorrente do investimento temporário de tais empréstimos. 
E quando ocorre o início da capitalização?
A entidade deve iniciar a capitalização dos custos de empréstimos como parte do custo de um ativo
qualificável na data de início. A data de início para a capitalização é a primeira data em que a entidade satisfaz
todas as seguintes condições:
 
Incorre em gastos com o ativo.
• 
• 
• 
• 
• 
• 
1. 
2. 
1. 
Incorre em custos de empréstimos.
Inicia as atividades necessárias ao preparo do ativo para seu uso ou venda pretendidos.
A entidade deve suspender a capitalização dos custos de empréstimos durante períodos extensos em que
suspender as atividades de desenvolvimento de um ativo qualificável.
A entidade pode incorrer em custos de empréstimos durante um período extenso em que as atividades
necessárias ao preparo do ativo para seu uso ou venda pretendidos estão suspensas. Tais custos são custos
de se manter os ativos parcialmente concluídos e não se qualificam para capitalização.
Entretanto, a entidade normalmente não suspende a capitalização dos custos de empréstimos durante um
período em que substancial trabalho técnico e administrativo está sendo executado. A entidade também não
deve suspender a capitalização de custos de empréstimos quando um atraso temporário é parte necessária
do processo de concluir o ativo para seu uso ou venda pretendidos.
Exemplo
A capitalização deve continuar ao longo do período em que o nível elevado das águas atrasar a
construção de uma ponte, se tal nível elevado das águas for comum durante o período de construção na
região geográfica envolvida. 
Por fim, a entidade deve cessar a capitalização dos custos de empréstimos quandosubstancialmente todas as
atividades necessárias ao preparo do ativo qualificável para seu uso ou venda pretendidos estiverem
concluídas.
Vejamos dois exemplos a seguir:
Exemplo 1
Um ativo normalmente está pronto para seu uso ou venda pretendidos quando a construção física do
ativo estiver finalizada, mesmo que o trabalho administrativo de rotina possa ainda continuar. Se
modificações menores, tal como a decoração da propriedade sob especificações do comprador ou do
usuário, resumirem-se a tudo o que está faltando, isso é indicador de que substancialmente todas as
atividades estão completas.
Exemplo 2
Quando a entidade completa a construção de um ativo qualificável em partes, e cada parte pode ser
utilizada enquanto a construção de outras partes continua, a entidade deve cessar a capitalização
dos custos de empréstimos quando completar substancialmente todas as atividades necessárias ao
preparo dessa parte para seu uso ou venda pretendidos.
Um centro de negócios compreendendo diversos edifícios, cada um deles podendo ser utilizado
individualmente, é um exemplo de ativo qualificável no qual cada parte está em condições de ser
utilizada enquanto a construção das outras partes continua.
Por outro lado, um ativo qualificável que precisa estar completo antes de qualquer parte poder ser
utilizada é uma planta industrial que envolve diversos processos que são executados
sequencialmente nas diversas partes da planta no mesmo local, tal como uma siderúrgica.
Ativos Qualificáveis
2. 
3. 
O especialista apresenta o conceito de ativo qualificável e as condições necessárias para que os custos de
empréstimos sejam capitalizados nos custos desses ativos. 
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Divulgação de custos de empréstimos
De acordo com a norma, a entidade deve divulgar o total de custos de empréstimos capitalizados durante o
período e a taxa de capitalização utilizada na determinação do montante dos custos de empréstimos elegíveis
à capitalização.
Vamos ver um exemplo:
A Empresa Delta S.A., sediada no Brasil e que prepara suas demonstrações contábeis com base na moeda
funcional Real (R$), entra em um acordo de empréstimo para a construção de um ativo qualificável com os
termos e condições estabelecidas a seguir:
Valor do empréstimo em moeda estrangeira: US$200 milhões;
Taxa de juros do empréstimo: 6% ao ano;
Data inicial do empréstimo: 01/01/20X1;
Taxa de câmbio média em 20X1: R$2,50 para cada US$1,00;
Taxa de câmbio na data inicial do empréstimo: R$2,00 para cada US$1,00;
Taxa de câmbio de fechamento em 31/12/20X1: R$2,90 para cada US$1,00.
Juros pagos em 20X1 (6% x US$200 Milhões): US$12 milhões.
Conversão pela taxa de câmbio média (R$2,50 x US$12 milhões): R$30 milhões.
Assim, a Empresa Delta S.A. deve capitalizar R$30 milhões, sendo o custo dos juros em moeda estrangeira
convertidos pela taxa de câmbio do período em que a despesa for incorrida.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
O que são Custos de empréstimos
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Ativos que estão qualificados à capitalização de custos de
empréstimos
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Verificando o aprendizado
Questão 1
A capitalização dos custos de empréstimos:
A
uma vez iniciada, não poderá mais ser suspensa.
B
deverá ser suspensa nos períodos em que a empresa atrasa os pagamentos dos empréstimos.
C
somente poderá cessar quando o ativo qualificado for vendido ao cliente e recebido ou entrar em operação.
D
somente poderá cessar quando todo o ativo qualificado estiver pronto, nos casos em que tal ativo seja
construído em partes.
E
deverá ser suspensa durante um período de tempo extenso no qual o desenvolvimento das atividades no ativo
qualificado for interrompido, exceto nos casos em que a interrupção se deva à realização de trabalhos
administrativos ou técnicos, ou ainda por atrasos necessários e previstos.
A alternativa E está correta.
De acordo com a norma, a capitalização dos custos de empréstimos deverá ser suspensa durante um
período prolongado no qual a entidade interrompe o desenvolvimento das atividades relacionadas ao ativo
qualificado.
Contudo, a capitalização dos custos não deverá ser suspensa durante o período no qual trabalhos técnicos
ou administrativos são desempenhados, tampouco naquele período em que o atraso seja uma parte
necessária e prevista do processo de produção do ativo.
Questão 2
São exemplos de ativos qualificados, exceto:
A
Uma ponte construída durante três anos.
B
Uma planta industrial que demora alguns anos para ficar pronta.
C
Um navio fabricado por um estaleiro durante um longo período de tempo a ser comercializado quando pronto.
D
Uma represa de uma hidrelétrica construída ao longo de 4,5 anos.
E
Estoques de autopeças produzidas durante um mês.
A alternativa E está correta.
De acordo com a norma, estoques que são manufaturados, ou de outro modo produzidos, ao longo de um
curto período de tempo, não são ativos qualificáveis, bem como ativos que estão prontos para seu uso ou
venda pretendidos quando adquiridos não são ativos qualificáveis.
4. Ativo biológico e produto agrícola
Definição e conceitos
De acordo com o IAS 41 – Agriculture (2022), ativos biológicos são plantas e animais vivos. Já os produtos
agrícolas são produtos colhidos ou obtidos a partir de um ativo biológico pertencente à entidade.
O objetivo desta norma é estabelecer o tratamento contábil e as respectivas divulgações relacionados aos
ativos biológicos e aos produtos agrícolas.
Não se aplica o IAS 41 nos seguintes casos:
 
Terras relacionadas com atividades agrícolas (ver IAS 16 – Property, Plant and Equipment e IAS 40 –
Investment Property).
Plantas portadoras relacionadas com a atividade agrícola (ver IAS 16 – Property, Plant and Equipment).
Contudo, o IAS aplica-se ao produto dessas plantas portadoras;
Subvenção e assistência governamentais relacionadas às plantas portadoras (ver IAS 20 – Accounting
for Government Grants and Disclosure of Government Assistance).
Ativos intangíveis relacionados com atividades agrícolas (ver IAS 38 – Intangible Assets);
Ativos de direito de uso decorrentes de arrendamento de terrenos relacionados à atividade agrícola
(ver IFRS 16 – Leases).
Atenção
O IAS 41 não trata do processamento dos produtos agrícolas após a colheita, como, por exemplo, o
processamento de uvas para a transformação em vinho por vinícola, mesmo que ela tenha cultivado e
colhido a uva. Tais itens são excluídos desta norma, mesmo que seu processamento, após a colheita,
possa ser extensão lógica e natural da atividade agrícola, e os eventos possam ter similaridades. 
A tabela a seguir fornece exemplos de ativos biológicos, produto agrícola e produtos resultantes do
processamento depois da colheita.
Ativos biológicos Produto
agrícola
Produtos resultantes do processamento após a
colheita
Carneiros Lã Fio, tapete
Plantação de
árvores
Árvore cortada Tora, madeira serrada
Gado de leite Leite Queijo
Porcos Carcaça Salsicha, presunto
Plantação de
algodão
Algodão
colhido
Fio de algodão, roupa
Cana-de-açúcar Cana colhida Açúcar
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• 
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Ativos biológicos Produto
agrícola
Produtos resultantes do processamento após a
colheita
Plantação de fumo Folha colhida Fumo curado
Arbusto de chá Folha colhida Chá
Videira Uva colhida Vinho
Árvore frutífera Fruta colhida Fruta processada
Palmeira de dendê Fruta colhida Óleo de palma
Seringueira Látex colhido Produto da borracha
Tabela: Exemplos de ativos biológicos, produto agrícola e produtos resultantes.
CPC 29 (2009, p. 2)
A norma também traz algumas definições muito importantes, de acordo com CPC 29 (2009, p. 3 e 4), que
podem ser observadas a seguir:
Atividade agrícola
Gerenciamento da transformação biológica e da colheita de ativos biológicos para venda ou
conversão em produtos agrícolasou em ativos biológicos adicionais, pela entidade.
Planta portadora
Planta viva utilizada na produção ou no fornecimento de produtos agrícolas; cultivada para produzir
frutos por mais de um período; tem probabilidade remota de ser vendida como produto agrícola,
exceto para eventual venda como sucata.
Produção agrícola
Produto colhido de ativo biológico da entidade.
Ativo biológico
Animal e/ou uma planta, vivos.
Transformação biológica
Compreende o processo de crescimento, degeneração, produção e procriação que causam mudanças
qualitativa e quantitativa no ativo biológico.
Despesa de venda
Despesas incrementais diretamente atribuíveis à venda de ativo, exceto despesas financeiras e
tributos sobre o lucro.
Grupo de ativos biológicos
Conjunto de animais ou plantas vivos semelhantes.
Colheita
Extração do produto de ativo biológico ou cessação da vida desse ativo biológico.
Valor contábil
Montante pelo qual um ativo é reconhecido no balanço.
Valor justo
Preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela transferência de um passivo
em uma transação não forçada entre participantes do mercado na data de mensuração.
Atividade agrícola compreende uma série de atividades, por exemplo, aumento de rebanhos, silvicultura,
colheita anual ou constante, cultivo de pomares e de plantações, floricultura e cultura aquática (incluindo
criação de peixes).
Certas características comuns existem dentro dessa diversidade:
Capacidade de mudança
Animais e plantas vivos são capazes de transformações biológicas.
Gerenciamento de mudança
O gerenciamento facilita a transformação biológica, promovendo, ou pelo menos estabilizando, as
condições necessárias para que o processo ocorra (por exemplo, nível de nutrientes, umidade,
temperatura, fertilidade, luz). Tal gerenciamento é o que distingue as atividades agrícolas de outras
atividades. Por exemplo, colher de fontes não gerenciadas, tais como pesca no oceano ou
desflorestamento, não é atividade agrícola.
Mensuração da mudança
A mudança na qualidade (por exemplo, mérito genético, densidade, amadurecimento, nível de
gordura, conteúdo proteico e resistência da fibra) ou quantidade (por exemplo, descendência, peso,
metros cúbicos, comprimento e/ou diâmetro da fibra e a quantidade de brotos), causada pela
transformação biológica ou colheita, é mensurada e monitorada como uma função rotineira de
gerenciamento.
Transformação biológica resulta dos seguintes eventos:
O primeiro deles, trata-se da mudança de ativos, contudo essa pode acontecer de três formas distintas, são
elas:
Crescimento
Aumento em quantidade ou melhoria na
qualidade do animal ou planta.
Degeneração
Redução na quantidade ou deterioração na
qualidade de animal ou planta.
Procriação
Geração adicional de animais ou plantas.
O segundo evento que resulta na transformação biológica trata-se da produção de produtos agrícolas, tais
como látex, folhas de chá, lã e leite.
Reconhecimento e mensuração
A entidade deve reconhecer um ativo biológico ou produto agrícola quando, e somente quando:
 
Controla o ativo como resultado de eventos passados.
For provável que benefícios econômicos futuros associados com o ativo fluirão para a entidade.
O valor justo, ou o custo do ativo, puder ser mensurado confiavelmente.
Em atividade agrícola, o controle pode ser evidenciado, por exemplo, pela propriedade legal do gado e a sua
marcação no momento da aquisição, nascimento ou época de desmama. Os benefícios econômicos futuros
são, normalmente, determinados pela mensuração dos atributos físicos significativos.
E como esses elementos patrimoniais devem ser mensurados?
Ativo biológico
Deve ser mensurado ao valor justo menos a despesa de venda no momento do reconhecimento inicial
e no final de cada período de competência, exceto para os casos em que o valor justo não pode ser
mensurado de forma confiável. Há uma premissa de que o valor justo dos ativos biológicos pode ser
mensurado de forma confiável.
Contudo, tal premissa pode ser rejeitada no caso de ativo biológico cujo valor deveria ser cotado pelo
mercado; porém, este não o tem disponível e as alternativas para mensurá-los não são, claramente,
confiáveis. Em tais situações, o ativo biológico deve ser mensurado ao custo, menos qualquer
depreciação e perda por irrecuperabilidade acumuladas.
Produto agrícola
Deve ser mensurado ao valor justo, menos a despesa de venda, no momento da colheita. O valor
assim atribuído representa o custo, no momento da aplicação do IAS 2 – Inventories (2022).
A determinação do valor justo para um ativo biológico ou produto agrícola pode ser facilitada pelo
agrupamento destes, conforme os atributos significativos reconhecidos no mercado em que os
preços são baseados, por exemplo, por idade ou qualidade. A entidade deve identificar os atributos
que correspondem àqueles usados no mercado como base para a fixação de preço.
Existem vários fatores que podem influenciar na valoração do produto, tais como:
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Situação climática.
Possíveis produtos substitutos.
Oferta e demanda.
Tratamentos culturais.
Economia, de modo geral.
O ganho ou a perda proveniente da mudança no valor justo menos a despesa de venda de ativo biológico
reconhecido no momento inicial até o final de cada período deve ser incluído/a no resultado do exercício em
que tiver origem.
A perda pode ocorrer no reconhecimento inicial de ativo biológico porque as despesas de venda são
deduzidas na determinação do valor justo. O ganho pode originar-se no reconhecimento inicial de ativo
biológico, como quando ocorre o nascimento de bezerro.
Comentário
O ganho ou a perda proveniente do reconhecimento inicial do produto agrícola ao valor justo, menos a
despesa de venda, deve ser incluído/a no resultado do período em que ocorrer. 
O ganho ou a perda pode originar-se no reconhecimento inicial do produto agrícola como resultado da
colheita.
Vamos ver alguns exemplos:
Exemplo 1
Uma entidade comprou a vista carneiros pelo valor de R$8.800,00. Na data da compra, o valor justo
menos despesa de venda dos carneiros era R$9.000,00.
Contabilização:
Débito: Ativos Biológicos (Ativo Não Circulante) – R$9.000,00
Crédito: Ganho no reconhecimento inicial de ativo biológico (Resultado) – R$200,00
Crédito: Bancos (Ativo Circulante) – R$8.800,00
Exemplo 2
Uma entidade comprou a vista porcos pelo valor de R$12.000,00. Na data da compra, o valor justo
menos a despesa de venda dos porcos era de R$11.900,00.
Contabilização:
Débito: Ativos Biológicos (Ativo Não Circulante) – R$11.900,00
Débito: Perda no reconhecimento inicial de ativo biológico (Resultado) – R$100,00
Crédito: Bancos (Ativo Circulante) – R$12.000,00
• 
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Exemplo 3
Uma entidade tem criação de vacas para reprodução de bezerros. No final do mês, foi constatado que
nasceram diversos animais com valor justo menos despesa de venda de R$3.200,00.
Débito: Ativos Biológicos (Ativo Não Circulante) – R$3.200,00
Crédito: Ganho no reconhecimento inicial de ativo biológico (Resultado) – R$3.200,00
Exemplo 4
Uma entidade colheu frutas de suas árvores frutíferas. O valor justo menos despesas de venda das
frutas era de R$7.000,00.
Contabilização:
Débito: Estoques (Ativo Circulante) – R$7.000,00
Crédito: Ativos Biológicos (Ativo Não Circulante) – R$7.000,00
Exemplo 5
Uma entidade apresenta no final do exercício social ativos biológicos pelo valor de R$20.000,00 e
valor justo menos despesas de venda de R$22.500,00.
Contabilização:
Débito: Ativos Biológicos (Ativo Não Circulante) – R$2.500,00
Crédito: Ganho com ajuste a valor justo de ativo biológico (Resultado) – R$2.500,00
Reconhecimento e mensuração de Ativo Biológico e Produto Agrícola
O especialista apresenta as condições sob as quais os ativos biológicos e produtos agrícolas devem ser
reconhecidos e como se dá sua mensuração, por meio de exemplos. 
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Divulgação
A entidade deve divulgar o ganho ou a perda do período corrente em relação ao valorinicial do ativo biológico
e do produto agrícola e, também, os decorrentes da mudança no valor justo, menos a despesa de venda dos
ativos biológicos.
A entidade é encorajada a fornecer uma descrição da quantidade de cada grupo de ativos biológicos,
distinguindo entre consumíveis e de produção ou entre maduros e imaturos, conforme apropriado. Ativos
biológicos consumíveis são aqueles passíveis de serem colhidos como produto agrícola ou vendidos como
ativos biológicos.
Exemplo
A entidade pode divulgar o total de ativos biológicos passíveis de serem consumidos e aqueles
disponíveis para produção por grupos. A entidade pode, além disso, dividir aquele total entre ativos
maduros e imaturos. Essas distinções podem ser úteis na determinação da influência do tempo no fluxo
de caixa futuro. A entidade deve divulgar a base para realizar tais distinções. 
As demonstrações contábeis devem divulgar os itens a seguir, caso isso não tenha sido feito de outra forma:
Item 1
A natureza das atividades envolvendo cada grupo de ativos biológicos.
Item 2
Mensurações ou estimativas não financeiras de quantidades físicas:
de cada grupo de ativos biológicos no final do período;
da produção agrícola durante o período.
A entidade deve divulgar:
 
A existência e o total de ativos biológicos cuja titularidade legal seja restrita, e o montante deles dado
como garantia de exigibilidades.
O montante de compromissos relacionados com o desenvolvimento ou aquisição de ativos biológicos.
As estratégias de administração de riscos financeiros relacionadas com a atividade agrícola.
Além disso, a entidade deve apresentar a conciliação das mudanças no valor contábil de ativos biológicos
entre o início e o fim do período corrente. A conciliação inclui:
 
Ganho ou perda decorrente da mudança no valor justo menos a despesa de venda.
Aumentos devido às compras.
Reduções atribuíveis às vendas e aos ativos biológicos classificados como mantidos para venda ou
incluídos em grupo de ativos mantidos para essa finalidade, de acordo com o IFRS 5 – Non-current
Assets Held for Sale and Discontinued Operations (2022).
Reduções devidas às colheitas.
Aumento resultante de combinação de negócios.
Diferenças cambiais líquidas decorrentes de conversão das demonstrações contábeis para outra
moeda de apresentação e, também, de conversão de operações em moeda estrangeira para a moeda
de apresentação das demonstrações da entidade.
Outras mudanças.
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Agriculture
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O que é a Atividade Agrícola para a contabilidade
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Verificando o aprendizado
Questão 1
Uma entidade apresenta no final do exercício social ativos biológicos pelo valor de R$25.000,00 e valor justo
menos despesas de venda de R$23.500,00. Com base nessas informações, a entidade deverá reconhecer:
A
Um ganho com ajuste a valor justo de R$23.500,00.
B
Uma perda com ajuste a valor justo de R$1.500,00.
C
Um ganho com ajuste a valor justo de R$25.000,00.
D
Uma perda com ajuste a valor justo de R$23.500,00.
E
Um ganho com ajuste a valor justo de R$1.500,00.
A alternativa B está correta.
De acordo com a norma, o ganho ou a perda proveniente da mudança no valor justo menos a despesa de
venda de ativo biológico reconhecido no momento inicial até o final de cada período deve ser incluído/a no
resultado do exercício em que tiver origem.
Neste caso, como o valor justo menos a despesas de venda é de R$23.500,00 e, portanto, menor do que o
valor do reconhecimento inicial, no montante de R$25.000,00, deve-se reconhecer uma perda com ajuste a
valor justo de R$1.500,00.
Questão 2
Os ativos biológicos são definidos pela IAS 41 – Agriculture como “um animal e/ou uma planta, vivos”. A mesma
norma define produção agrícola como “produto colhido de ativo biológico da entidade”. O ponto de colheita ou
abate é o momento em que o ativo em questão passará a estar sob o escopo da IAS 2 – Inventories, deixando
de estar sob o escopo da IAS 41 – Agriculture. Esse ponto é, portanto, o último em que o elemento será
mensurado de acordo com o critério previsto na IAS 41.
Considerando-se o que dispõe a IAS 41 – Agriculture e atendidos os requisitos de reconhecimento, o produto
agrícola colhido de ativos biológicos da entidade deve ser mensurado:
A
alternativamente, ao custo ou ao Valor Realizável Líquido, dos dois o menor.
B
alternativamente, ao custo ou ao Valor Reavaliado, dos dois o maior.
C
obrigatoriamente, ao custo menos a exaustão.
D
obrigatoriamente, ao valor justo, menos a despesa de venda.
E
obrigatoriamente, ao valor em uso, menos a despesa de venda.
A alternativa D está correta.
De acordo com a IAS 41 – Agriculture, o produto agrícola deve ser mensurado ao valor justo, menos a
despesa de venda, no momento da colheita. O valor assim atribuído representa o custo, no momento da
aplicação do IAS 2 – Inventories.
5. Conclusão
Considerações finais
Como vimos, os elementos patrimoniais compõem o patrimônio de uma entidade e são formados pelos bens,
direitos e obrigações classificados em ativo e passivo. Os aspectos qualitativo e quantitativo representam
adequadamente esses elementos.
Vimos, também, que o reconhecimento representa o momento em que um elemento patrimonial deve ser
registrado. Tão logo atendam aos critérios de reconhecimento, devem ser quantificados em termos
monetários. Para isso, faz-se necessária a seleção de uma base de mensuração.
Na sequência dos estudos, constatamos que a entidade deve assegurar que seus ativos estejam registrados
contabilmente por valor que não exceda seus valores de recuperação, pois um ativo pode estar registrado
contabilmente por valor que excede seu valor de recuperação se o seu valor contábil exceder o montante a
ser recuperado pelo uso ou pela venda do ativo.
Se este for o caso, o ativo é caracterizado como sujeito ao reconhecimento de perdas, e a norma requer que a
entidade reconheça um ajuste para perdas por desvalorização.
Em seguida, vimos que a IAS 23 – Borrowing Costs (2022) estabelece as orientações a serem seguidas na
contabilização dos custos relacionados aos empréstimos obtidos para a aquisição, construção ou produção
de determinados ativos, e que custos de empréstimos são juros e outros custos que a entidade incorre em
conexão com o empréstimo de recursos.
Assim, as empresas deverão incluir os custos dos empréstimos que são diretamente atribuíveis à aquisição,
construção ou produção de um ativo qualificado nos custos daquele ativo.
Por fim, compreendemos que ativos biológicos são plantas e animais vivos e que os produtos agrícolas são
produtos colhidos ou obtidos a partir de um ativo biológico pertencente à entidade. Ainda sobre esse assunto,
foi possível compreender o tratamento contábil quanto ao reconhecimento e mensuração e, não menos
importante, as respectivas divulgações relacionadas aos ativos biológicos e aos produtos agrícolas.
Podcast
Neste podcast, o especialista irá apresentar um resumo sobre tópicos especiais em IFRS.
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Leia o artigo Redução ao valor recuperável de ativos: uma análise comparativa das empresas do novo
mercado sob as exigências do CPC 01 e descubra se as empresas, inseridas no segmento Novo Mercado na
B3, estão seguindo os quesitos preestabelecidos pelo CPC 01 (R1) que diz respeito à redução ao valor
recuperável de ativos.
 
Assista no YouTube ao vídeo do programa Painel Interativo produzido pelo Conselho Regional de
Contabilidade de São Paulo: Agronegócio brasileiro e a gestão contábil dos ativos biológicos.
 
Assista, também no YouTube, ao vídeo curto produzido pelo canal Pensar Contabilidade, exibido no
Congresso Nacional Online de Contabilidade, em 2021, que aborda o tema Custo de empréstimos.Referências
ALMEIDA, M. C. Curso de contabilidade intermediária superior em IFRS e CPC: atende à programação do 3º
ano do curso de Ciências Contábeis. São Paulo: Altas, 2014.
 
BRAGGIO, M. B. Contabilidade internacional (Livro Proprietário). Rio de Janeiro: SESES, 2019.
 
CPC 01 (R1). COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento técnico CPC 01 (R1). Redução ao
Valor Recuperável de Ativos. São Paulo, 2010. Consultado na internet em: 25 ago. 2022.
 
CPC 20 (R1). COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento técnico CPC 20 (R1). Custos de
Empréstimos. São Paulo, 2011. Consultado na internet em: 25 ago. 2022.
 
CPC 29. COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento técnico CPC 29. Ativo Biológico e
Produto Agrícola. São Paulo, 2009. Consultado na internet em: 25 ago. 2022.
 
FRAMEWORK. INTERNATIONAL ACCOUNTING STANDARDS BOARD. Conceptual framework for financial
reporting. Londres, 2022. Consultado na internet em: 10 jun. 2022.
 
FRAMEWORK. INTERNATIONAL ACCOUNTING STANDARDS BOARD. IFRS 13 - Fair value measurement.
Londres, 2022. Consultado na internet em: 20 set. 2022.
 
GELBCKE, E. R. et al. Manual de contabilidade societária: aplicável a todas as sociedades: de acordo com as
normas internacionais e do CPC. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
 
IUDÍCIBUS, S. Teoria da contabilidade. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
 
LEMES, S.; CARVALHO, N. L. Contabilidade internacional para graduação. São Paulo: Atlas, 2010.
 
LEMES, S. et al. Casos para ensino em contabilidade societária. São Paulo: Atlas, 2014.
 
PADOVEZE, C. L. Manual de contabilidade internacional. São Paulo: Cengage Learning, 2014.
	Tópicos especiais em IFRS
	1. Itens iniciais
	Propósito
	Objetivos
	Introdução
	1. Reconhecimento e mensuração de elementos patrimoniais
	Elementos patrimoniais - Conceitos
	Bens
	Direitos
	Obrigações
	Reconhecimento de elementos patrimoniais
	Exemplo
	Exemplo
	Mensuração de elementos patrimoniais
	Atenção
	Custo histórico
	Valor atual
	Valor justo
	Valor em uso
	Valor de cumprimento
	Custo corrente
	Reconhecimento e Mensuração
	Conteúdo interativo
	Vem que eu te explico!
	Reconhecimento de elementos patrimoniais
	Conteúdo interativo
	Desreconhecimento de Elemento Patrimonial
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	2. Redução ao valor recuperável de ativos
	Identificação e mensuração do valor recuperável
	Normas
	Estoques
	Ativos de contrato
	Ativos fiscais diferidos
	Ativos advindos de planos de benefícios a empregados
	Ativos financeiros
	Propriedade para investimento que seja mensurada ao valor justo
	Ativos biológicos relacionados à atividade agrícola
	Ativos intangíveis advindos de direitos contratuais de companhia de seguros
	Ativo Não Circulante mantido para venda e operação descontinuada
	Identificação de ativo que pode estar desvalorizado
	Comentário
	Fontes externas
	Fontes internas
	Mensuração do valor recuperável
	Passo 1
	Passo 2
	Reconhecimento e mensuração de perda por desvalorização
	Se valor recuperável valor contábil
	Impairment
	Conteúdo interativo
	Divulgação de redução ao valor recuperável de ativos
	Vem que eu te explico!
	Conceito de Impairment
	Conteúdo interativo
	Divulgação de redução ao valor recuperável de ativos
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	3. Custos de empréstimos
	O que são custos de empréstimos
	Ativo qualificável
	Custos de empréstimos
	Reconhecimento de custos de empréstimos
	Atenção
	Exemplo
	Exemplo 1
	Exemplo 2
	Ativos Qualificáveis
	Conteúdo interativo
	Divulgação de custos de empréstimos
	Vem que eu te explico!
	O que são Custos de empréstimos
	Conteúdo interativo
	Ativos que estão qualificados à capitalização de custos de empréstimos
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	4. Ativo biológico e produto agrícola
	Definição e conceitos
	Atenção
	Atividade agrícola
	Planta portadora
	Produção agrícola
	Ativo biológico
	Transformação biológica
	Despesa de venda
	Grupo de ativos biológicos
	Colheita
	Valor contábil
	Valor justo
	Capacidade de mudança
	Gerenciamento de mudança
	Mensuração da mudança
	Crescimento
	Degeneração
	Procriação
	Reconhecimento e mensuração
	Ativo biológico
	Produto agrícola
	Comentário
	Exemplo 1
	Exemplo 2
	Exemplo 3
	Exemplo 4
	Exemplo 5
	Reconhecimento e mensuração de Ativo Biológico e Produto Agrícola
	Conteúdo interativo
	Divulgação
	Exemplo
	Item 1
	Item 2
	Vem que eu te explico!
	Agriculture
	Conteúdo interativo
	O que é a Atividade Agrícola para a contabilidade
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	5. Conclusão
	Considerações finais
	Podcast
	Conteúdo interativo
	Explore +
	Referências

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