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DIREITO SUCESSÓRIO
Prof. Renata Raupp Gomes
Provas: 02/10 e 27/11. Reposição: 04/12.
Bibliografia:
- Chaves/Rosenvald – Direito Sucessório.
- Rizzardo, Arnaldo.
- Oliveira, Euclides de – Inventários e partilhas.
Não recomendados:
- Maria Helena Diniz (obra desatualizada e retrógrada);
- Maria Berenice Dias (opiniões muito pessoais, em desalinho com o todo).
SUCESSÃO
A sucessão pode ser legítima ou testamentária.
A sucessão legítima pressupõe a ideia da solidariedade conjugal e familiar, contribuindo para a manutenção do patrimônio naquela família. Possui regras sucessórias organizadas pelo legislador, a partir de suposições e premissas que servissem para uma sucessão genérica que se aplicasse à maior parte da população
A sucessão testamentária é regida pelo princípio da autonomia da vontade, sendo uma manifestação expressa da vontade do testador enquanto vivo.
No Brasil, temos um misto, uma conciliação entre os dois tipos. Para aqueles que possuem herdeiros necessários (ascendentes, descendentes e cônjuge), só poderão dispor através de testamento, cinquenta por cento (50%) do seu patrimônio. Para aqueles que não possuem herdeiros necessários, poderão dispor da totalidade de seu patrimônio.
A separação absoluta de bens não impede que o cônjuge possa herdar. A única proibição é a ocorrência de meação. Portanto, o cônjuge fará parte dos herdeiros.
Em caso de morte de um dos cônjuges, o cônjuge sobrevivente não terá tributação sobre a meação, afinal de contas, a propriedade daquele quinhão de bens sempre foi daquele cônjuge, não houve transmissão ou alteração da propriedade dos bens.
Próxima aula: Ler sobre a diferença entre sucessor a título singular (legatário) e a título universal (herdeiro). Objeto da sucessão.
O sucessor universal também é chamado herdeiro. Três filho, A, B e C, três únicos herdeiros. São sucessores universais que receberão um quinhão de um terço da herança.
O sucessor a título singular (legatário) é aquele assim designado através de testamento, recebendo um quinhão certo e limitado.
Na sucessão legítima, haverá tão somente herdeiros.
Na sucessão testamentária, poderá haver herdeiros e legatários. Os herdeiros são os universais e os herdeiros testamentários que recebem através do testamento um quinhão da parte disponível. Será legatário aquele que, como citado anteriormente, receber algo certo e determinado. Ex.: Um apartamento na Rua das Pacas; um carro popular zero do ano em que for aberto o testamento. Portanto, pode-se deixar como legado algo que determina pelo gênero, para que não haja o perecimento da coisa e o testamento perca o objeto.
Quando o legado for determinado pelo gênero e testador não especificar o legado, por exemplo, se for um cavalo de um determinado haras, os herdeiros não poderão escolher nem o mais barato e não tem a obrigação de escolher o mais caro.
A transmissão da herança se realiza com a morte do instituidor. O inventário tão somente disponibiliza e reparte a herança. A transmissão do legado deve ser requisitada formalmente pelo legatário.
Em caso de qualquer problema com o patrimônio da herança, um dos herdeiros pode figurar sozinho no polo ativo de possível ação, pois desde a morte do instituidor, ele já era possuidor e condômino da coisa herdada.
Só há um jeito de comprar um bem que ainda esteja indisponível pelo inventário: através de autorização judicial. Se for feito uma compra de gaveta, ao final do inventário pode surgir outro herdeiro e contestar a venda. No caso da compra com autorização, haverá o pagamento de ITBI pelo comprador e de ITCM pelos herdeiros. É o único modo eficaz e seguro.
A abertura da sucessão é o momento da morte, exato momento em que ocorre a transmissão sucessória. A abertura da sucessão promove um condomínio forçado, estabelecendo uma composse entre os herdeiros.
Transmitem-se: bens materiais, dívidas (até o limite das forças da herança).
28/08/2015
TRANSMISSÍVEIS
Bens – Conta conjunta – Existe uma discussão a respeito do que se deve fazer com o saldo resultante na conta após a morte do indivíduo. É lógico que os herdeiros nunca questionarão a propriedade do saldo negativo. Rizzardo alega que a nessas contas existe uma doação recíproca,contínua, reiterada e renovável diariamente entre ambos, uma vez que o dinheiro depositado pode ser disposto a qualquer momento por qualquer um dos co-correntistas.
O entendimento dominante na jurisprudência, no STJ e TJ-SC, é uma interpretação “salomônica”. Divide-se o saldo, sendo uma metade para o espólio e a outra metade para o co-correntista. Existem casos onde se admite a prova contrária, como na venda de um imóvel cuja verba é depositada ma conta. Fica óbvio que aquele saldo vultoso é decorrente da venda e comporá o espólio.
FGTS e SALÁRIO – Entende-se que a verba de FGTS e salário pendente será destinada ao dependente econômico, por tratar-se de um verba de caráter alimentar. Se não houver dependente econômico, transmite-se via sucessória e divide-se igualmente entre o número de herdeiros.
OBRIGAÇÃO ALIMENTAR – O que acontece quando existe uma obrigação alimentar firmada e o prestador de alimentos falece? O código de 1916 estabelecia que tal obrigação era personalíssima e se extinguia com a morte do credor ou devedor alimentar. Ela não se transmitia, mas havia a possibilidade de se instituir tal obrigação em face dos avós, filhos ou colaterais (irmãos). O art. 23 da Lei do Divórcio instituiu a transmissão da obrigação alimentar para os herdeiros nos limites da força da herança. Uma primeira corrente entendeu o óbvio, que os herdeiros teriam a obrigação alimentar. Uma segunda corrente interpretou que se transmitia somente a dívida alimentar, não se transmitindo a obrigação futura. Uma terceira corrente considerava que a Lei do Divórcio, por se tratar de lei específica, referia-se a obrigação alimentar estabelecida decorrente de um divórcio (esposa e filhos), não sendo aplicada para pensão alimentar entre parentes. O entendimento que prevaleceu foi o da segunda corrente, de que se transmitia somente a dívida vencida dos alimentos.
O CC/2002, no seu art. 1700, cita o art. 1694:
Art. 1.700. A obrigação de prestar alimentos transmite-se aos herdeiros do devedor, na forma do art. 1.694.
Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação.
§ 1o Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.
§ 2o Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando a situação de necessidade resultar de culpa de quem os pleiteia.
No início da vigência do CC, valia tudo, alimentos eram concedidos de modo indiscriminado e até errôneo. O correto é que a obrigação alimentar se transmita nos limites da força da herança. Atualmente tem prevalecido o entendimento pacificado do código de 1916.
De modo prático, normalmente costuma-se estabelecer um condomínio em favor dos herdeiros, sobre um imóvel por exemplo, cujos rendimentos são destinados para o pagamento.
DANO MORAL – Hoje, já existem precedentes no STJ que entendem a possibilidade de transmissão aos herdeiros do dano moral cometido ao sucedido. No início, entendia-se que se houvesse a morte do ofendido no decorrer do processo, este estaria extinto. Num segundo momento, entendeu-se que os herdeiros poderiam substituí-lo no curso da ação, uma vez que o dano moral é reparável com pecúnia, e esta comporia o espólio e seria transmissível. Atualmente, já foi admitido pelo STJque os herdeiros possam ajuizar uma ação de danos morais que tenham atingido o falecido. 
LEITURA PRÉVIA:
Aceitação, Cessão e Renúncia ao direito sucessório. Ler também do Art. 1784 ao 1790.
04/09/2015
A sucessão se dá no lugar do último domicílio do falecido. Se tiver dois lugares de domicílio, se dará no lugar dos bens. Se houver bens espalhados,se dará no local do domicílio. Isso vale somente para o inventário judicial.
Se o inventário for extrajudicial pode ser realizado em qualquer lugar escolhido pelos sucessores. 
ACEITAÇÃO DA SUCESSÃO
A aceitação da sucessão pode ser tácita ou expressa. No momento em que for formalizada a sucessão, demore o tempo que demorar o inventário, o efeito dessa aceitação é ex tunc, pois retroage até o momento da abertura da sucessão. 
O mesmo acontece em caso de renúncia, retroage até o momento da abertura da sucessão. Se o renunciante tiver recebido dividendos da herança, será obrigado a devolver integralmente tudo que tiver percebido como benefício daquela sucessão.
Não há dispositivo legal que obrigue alguém a aceitar ou renunciar a uma herança. Mesmo que haja credores, o herdeiro não é obrigado a aceitar a herança.
A renúncia, normalmente, não implica em um ato de bondade. Em alguns casos, a renúncia a uma herança implica em um benefício ainda maior para os seus próprios descendentes.
Em termos tributários, como funciona a renúncia? O renunciante não precisa recolher nenhum tributo (ITCMD). Porém, em caso de cessão gratuita do direito de herança haverá o recolhimento em dobro do ITCMD. Neste caso, existe uma primeira incidência, no momento da aceitação da sucessão. A segunda incidência se dá no momento da cessão. A cobrança duplicada é realizada somente em cima do quinhão do cessionário. O cedente não é cobrado.
O correto seria que a cessão fosse realizada somente através de escritura pública. Lembremos que o espólio é considerada um bem imóvel até que o inventário seja concluído.
Ler em casa: 1791 a 1813/CC.
11/09/2015
Tanto a renúncia quanto a aceitação são irretratáveis. O que se pode considerar é a anulação, e somente se puder constatar-se um erro. A renúncia deve, obrigatoriamente, ser manifesta de modo expresso, não se admitindo a renúncia tácita. Para ter validade, a renúncia deve ser expressa através de escritura pública ou de termo nos autos do inventário.
A renúncia equivale a não aceitação, e a cessão consiste na aceitação e posterior transmissão. Somente pode haver cessão se o cedente for herdeiro. Haverá a tributação na aceitação e na cessão da herança.
Para ceder o quinhão, devemos lembrar que, de acordo com a regra do art. 80 da Parte Geral, a herança se caracteriza como bem imóvel. Portanto, paga-se ITBI e é necessária a anuência do cônjuge. Ainda que o cônjuge não tenha meação sobre o quinhão, a sua anuência é necessária. 
Para a renúncia, entendemos que não há a necessidade de anuência do cônjuge. Porém, existe uma corrente doutrinária (Maria Helena Diniz) que afirma que existe a necessidade de anuência do cônjuge.
Art. 1.805. A aceitação da herança, quando expressa, faz-se por declaração escrita; quando tácita, há de resultar tão-somente de atos próprios da qualidade de herdeiro.
§ 1o Não exprimem aceitação de herança os atos oficiosos, como o funeral do finado, os meramente conservatórios, ou os de administração e guarda provisória.
§ 2o Não importa igualmente aceitação a cessão gratuita, pura e simples, da herança, aos demais co-herdeiros.
Importa sim, pois não se confunde aceitação com renúncia. 
Art. 1.807. O interessado em que o herdeiro declare se aceita, ou não, a herança, poderá, vinte dias após aberta a sucessão, requerer ao juiz prazo razoável, não maior de trinta dias, para, nele, se pronunciar o herdeiro, sob pena de se haver a herança por aceita.
Neste caso, o credor do herdeiro, deve habilitar o seu crédito no rosto dos autos do inventário. Ele não se habilitará no inventário por não ser credor do falecido, pois lembremos que ele é credor do herdeiro.
Caso o herdeiro renuncie, o credor se habilitará no quinhão do herdeiro, no limite do seu crédito. O credor receberá o quinhão no limite do seu crédito e o restante será distribuído entre os co-herdeiros restantes.
Quando o inventário for extra-judicial, o credor não pode fazer nada, seja o crédito contra o autor da herança ou contra um dos herdeiros. O credor poderá ingressar com uma ação de cobrança contra os herdeiros, até o limite das forças da herança. 
Art. 1.808. Não se pode aceitar ou renunciar a herança em parte, sob condição ou a termo.
§ 1o O herdeiro, a quem se testarem legados, pode aceitá-los, renunciando a herança; ou, aceitando-a, repudiá-los.
§ 2o O herdeiro, chamado, na mesma sucessão, a mais de um quinhão hereditário, sob títulos sucessórios diversos, pode livremente deliberar quanto aos quinhões que aceita e aos que renuncia.
A herança e o legado não se confundem. Um pode ser aceito e o outro renunciado, ambos podem ser aceitos ou ambos renunciados.
O par. 2 diz que uma pessoa pode ser chamada num inventário como legatário, herdeiro testamentário e herdeiro legítimo.
Leitura prévia: Art. 1811.

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