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parasitologia esquistossomose

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Esquistossomose 
PARASITOLOGIA humana
medicina- UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE
discente: rodolfo Henrique
introdução
A esquistossomose mansoni é uma doença parasitária, causada pelo trematódeo Schistosoma mansoni, cujas formas adultas habitam os vasos mesentéricos do hospedeiro definitivo (homem) e as formas intermediárias se desenvolvem em caramujos gastrópodes aquáticos do gênero Biomphalaria
Trata-se de uma doença, inicialmente assintomática, que pode evoluir para formas clínicas extremamente graves e levar o paciente a óbito. 
A magnitude de sua prevalência, associada à severidade das formas clínicas e a sua evolução, conferem a esquistossomose uma grande relevância enquanto problema de saúde pública.
O tratamento é realizado com a utilização de anti-helmínticos, os mesmos utilizados no tratamento para A. lumbricoides. 
No mundo - A esquistossomose mansoni é uma doença de ocorrência tropical, registrada em 54 países, principalmente na África e Leste do Mediterrâneo, atinge as regiões do Delta do Nilo e países como Egito e Sudão.
Nas Américas – Atinge a América do Sul, destacando-se a região do Caribe, Venezuela e Brasil.
No Brasil - Estima-se que cerca de 1,5 milhões de pessoas vivem em áreas sob o risco de contrair a doença. Os estados das regiões Nordeste e Sudeste são os mais afetados sendo que a ocorrência está diretamente ligada à presença dos moluscos transmissores. 
Atualmente, a doença é detectada em todas as regiões do país. As áreas endêmicas e focais abrangem 19 Unidades Federadas e compreendem os Estados de Alagoas, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte (faixa litorânea), Paraíba, Sergipe, Espírito Santo e Minas Gerais (predominantemente no Norte e Nordeste do Estado). No Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás e no Distrito Federal, a transmissão é focal, não atingindo grandes áreas.
morfologia
O S. mansoni apresenta várias fases no seu ciclo evolutivo, além de dimorfismo sexual, e cada uma possui suas próprias características:
Macho – mede aproximadamente 1cm de comprimento; tem cor esbranquiçada, com tegumento recoberto de minúsculas projeções, as tubérculos; em sua porção anterior apresenta as ventosas oral e ventral (acetábulo); na porção posterior é encontrado o canal ginecóforo; apresenta ainda: esôfago bifurcado ao nível do acetábulo, ceco terminando na extremidade posterior e sete a nove massas testiculares que se abrem no canal ginecóforo.
Fêmea – mede cerca de 1,5cm de comprimento; apresenta cor mais escura, devido ao ceco com sangue semidigerido, e tegumento liso; a porção anterior é semelhante à do macho; a posterior é preenchida pelas glândulas vitelogênicas e ceco; apresenta ainda: vulva, útero (com um ou dois ovos) e ovário.
 Ovo – mede por volta de 150µm de comprimento por 60 de largura, possui formato oval e um espículo voltado para trás; o ovo maduro usualmente encontrado nas fezes possui um miracídio formado, visível por causa da transparência da casca.
Miracídio – se desenvolve a partir de ovos eliminados com as fezes do doente (ser humano contaminado pelo verme). Quando atingem a água, os ovos liberam os miracídios que nadam por meio de cílios e encontram um caramujo que lhe serve como seu primeiro hospedeiro (hospedeiro intermediário). É no interior desse molusco que o miracídio se desenvolve até a fase de Cercaria
Cercaria- é capaz de penetrar na pele de seres humanos e neles se alojar, causando a esquistossomose.
O E. vermiculares apresenta dimorfismo sexual, embora algumas características sejam comuns aos dois sexos, como: cor branca; filiformes; duas expansões vesiculosas chamadas “asas cefálicas”, uma de cada lado da boca, na extremidade anterior; esôfago terminando em bulbo cardíaco.
transmissão
Os mecanismos de transmissão são: autoinfecção externa ou direta (principal responsável pela cronicidade da doença), heteroinfecção ou primoinfecção, infecção indireta, retroinfecção e autoinfecção indireta (o meio mais raro).
A principal forma de transmissão ocorre por meio do contato com águas contaminadas com cercárias do S. mansoni. Os ovos do verme são eliminados pelas fezes humanas. Em contato com a água, os ovos eclodem e liberam larvas, denominadas miracídios, que infectam caramujos hospedeiros intermediários que vivem nas águas doces. Após quatro semanas as larvas abandonam o caramujo na forma de cercárias e ficam livres nas águas naturais.
O contato dos seres humanos com essas águas é a maneira pela qual é adquirida a doença. O período de transmissibilidade acontece a  partir de 5 semanas após a infecção, o homem pode excretar ovos viáveis do verme nas fezes durante vários anos. Os caramujos vivem, em média, um ano. Quando infectados diminuem a duração de vida e sobrevivem liberando cercárias por semanas até meses. Já o período de incubação ocorre entre 2 e 6 semanas após a infecção.
Ciclo 
O hábitat do verme na fase adulta é o intestino grosso e suas mediações, vivem aderidos à mucosa ou livres na luz intestinal e alimentam-se do conteúdo intestinal. Eventualmente são encontrados no apêndice cecal.
          As fêmeas fecundadas produzem cerca de 11.000 (onze mil) ovos, de modo que seu útero ocupa toda a região entre o esôfago e o início da cauda. Parece muito bem fundada a ideia de que os machos morrem após a primeira cópula e são eliminados nas fezes. As fêmeas fecundadas se libertam do ceco e migram para a região retal e anal. Elas atravessam o ânus do hospedeiro e depositam seus ovos na pele da região perianal, onde causam intenso prurido.
Os ovos são liberados com a forma embrionária do helminto. 
Após a oviposição o ciclo de vida do verme chega ao fim e ele em alguns momentos este estará morto. A duração média da vida desses vermes é de 40 dias.
A forma embrionária é conhecida como sendo o primeiro estágio desse verme. No interior do ovo (em condições de anaerobiose) ele pode se desenvolver até o segundo estágio, conhecido como giriniforme. Os terceiros e quarto estágio são encontrados dentro dos ovos na região perianal (em condições de aerobiose). O quinto estágio é conhecido como larva rabditoide e é a forma infectante para o homem. 
Na região perianal a maturação do ovo (até o quinto estágio) acontece em média em quatro horas. Eles são muito sensíveis a dessecção, resistindo em média 16 horas em regiões secas.
A proteína presente na casca dos ovos é extremamente pegajosa e causa intenso prurido na pele, o que leva ao hospedeiro coçar a região. Isto vai provocar a disseminação dos ovos para o próprio hospedeiro (autoinfecção) ou para outras pessoas (heteroinfecção), através das mãos contaminadas.
 Os ovos aderidos na pele e nas roupas também se disseminam pelo ambiente, provocando infecção de outras pessoas, mesmo à distância. Os ovos podem, ainda, ficar aderidos à roupa de cama e serem disseminados pelo ar quando este material for manejado.
Ao serem ingeridas, as larvas sofrem ação do suco gástrico e duodenal e eclodem no intestino delgado do hospedeiro, onde liberam pequenas larvas, que vão evoluir para vermes adultos e migrar lentamente para o intestino grosso. 
No ceco os vermes reiniciam seu ciclo biológico.
patogenia
A ação no intestino é principalmente de natureza irritativa e mecânica, ou seja, produzem pequenas erosões da mucosa e determinam uma inflamação catarral, a depender do número de parasitos no local.
A mucosa não é penetrada, portanto não há lesão anatômica das paredes intestinais. A migração dos parasitos pela pele e outros locais, pode desencadear uma resposta inflamatória local, agravando-se por lesões traumáticas desencadeadas pelo ato de coçar. Essas lesões pode ser porta de entrada para infecções secundárias.
Sinais e sintomas
 A faixa etária mais acometida pelo Enterobius vermicularis são as crianças, devido ao pouco cuidado com a higiene das mãos, assim como a imprudência que muitos têm de coçar o ânus e posteriormente levar a mão à boca.
As infecções de baixa carga parasitária
são normalmente assintomáticas. Apenas 5% das infecções são sintomáticas, já que a grande maioria é de baixa carga parasitária.
O sintoma mais frequentemente encontrado é o prurido anal intenso, predominantemente durante a noite, quando há uma redução da temperatura corporal (ânus e região perianal). O prurido é causado pela presença do ovo do verme na pele da região perianal.
A coceira constante acaba por lesionar as estruturas perianais, podendo ser encontrado um ânus avermelhado, congesto e até mesmo recoberto por muco, que chega a ser sanguinolento. Alguns pontos hemorrágicos podem ser encontrados na região que sofreu o trauma. As escoriações produzidas na pele podem servir como porta de entrada para novas infecções.
     
Nas meninas, é comum o prurido vulvar, que pode gerar irritação local e conduzir o extremo erotismo, masturbação e acessos de ninfomania (abuso do número de relações sexuais).
Eventos de hipersensibilidade podem estar envolvidos, o que explicaria o surgimento não raro de prurido nasal e crises de urticária, concomitantemente ao prurido perianal.
Assim, podem ocorrer perturbações do sono, o que acaba por gerar nervosismo, insônia e irritabilidade.
Parte dos pacientes apresentam sintomas gastrointestinais, como náuseas, vômitos, dores abdominais em cólica, tenesmo e, mais raramente, sangramento ativo.
As principais complicações estão relacionadas aos locais onde os vermes podem ser encontrados, como por exemplo, a apendicite, que pode ser causada pela obstrução do apêndice cecal por um grande número de E. vermicularis. Nas infecções com grande número de parasitas, pode haver uma colite crônica, resultando em diarreia e perda de peso. Em mulheres já foram relatadas invasões da vagina, do útero ou até mesmo da cavidade peritoneal.
diagnóstico
DIAGNÓSTICO CLÍNICO:
A esquistossomose aguda quando acomete pacientes pediátricos moradores de zonas endêmicas manifestasse de forma assintomática ou oligossintomática, já em pacientes jovens ou adultos é possível observar após a penetração das cercarias a ocorrência de uma lesão pruriginosa e papulomatosa. De duas a oito semanas surgem sinais como febre elevada, sudorese, calafrios, cefaleia, prostração, mialgia, anorexia, mal-estar, dor abdominal, diarreia e sintomas respiratórios.
Na fase crônica podemos observar uma forma intestinal, hepatointestinal, hepatoesplênica, forma cardiovascular.
 Na fase intestinal pode-se observar anorexia, sensação de plenitude gástrica, pirose, flatulência, dolorimento abdominal, astenia e irritabilidade, podendo alternar fases de diarreia e de constipação, cólicas intestinais e tenesmo. 
Quando falamos da fase hepatointestinal estamos nos referindo aos mesmos sintomas da fase intestinal, só que um pouco mais pronunciados, além de uma leve hepatomegalia. 
Na forma hepatoesplênica acrescenta-se a hipertensão portal que se expressa pelo aparecimento de varizes esofagogástricas, edema e ascite. Os fenômenos cardiovasculares são derivados da hipertensão portal que geral hipertensão na artéria pulmonar e hipertensão intracardiaca sistólica e diastólica. 
Outras manifestações clínicas são possíveis, de acordo com a região acometida pelos ovos, sendo assim podemos ter sintomas renais, medulares, cerebrais, peritoneais, pancreáticos, apendiculares.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL:
Os exames laboratoriais podem ser divididos em específicos e inespecíficos. Dentre os inespecíficos o hemograma é dos mais importantes, pois apresenta uma leucocitose moderada as custas de uma eosinofilia que pode chegar a 50% do total de leucócitos, na fase aguda, na fase crônica a eosinofilia é mais tênue. Na fase hepatoesplenica o hemograma mostrara anemia, leucopenia e plaquetopenia. As provas de função hepática são levemente alteradas na fase aguda.
Os exames específicos são:
1)      Exame parasitológico de fezes, segundo o método de Kato e Katz, ou o da sedimentação espontânea (Lutz ou Hoffman). Recomenda-se o exame de várias amostras de fezes, com o intuito de otimizar a sensibilidade do exame.
2)      Biopsia retal, na fase crônica sem hipertensão portal pode chegar a 80% de positividade contra 50% do EPF. Quando há hipertensão portal o EPF é mais sensível.
3)      Biopsia hepática possui uma sensibilidade de aproximadamente 33%
4)      Intradermoreação, com sensibilidade de 80%.
5)      Reações sorológicas, pouco aplicadas na prática clínica.
profilaxia
Para evitar a disseminação das larvas e dos ovos pelo ambiente deve-se evitar sacudir as roupas de cama, com posterior lavagem separada das roupas do individuo contaminado, utilizando-se também a fervura para matar as larvas. 
Deve-se manter o ambiente bem ventilado, pois a desidratação também elimina as larvas. Os indivíduos contaminados devem repetir o tratamento após 20 dias, para evitar reincidência. Pode ser utilizada pomada mercurial na região perianal para matar larvas e ovos.
Educação sanitária também é necessária.

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