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introdução à psicanálise Aula 4 slide

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1
Profª Giseli Cipriano Rodacoski
Introdução à Psicanálise
Aula 4
Conversa Inicial
Contexto que deu origem à psicanálise: 
Final da década de 1880,
no meio médico, universitário
e científico
Conhecimento prévio
A partir de 1900, Freud definiu um
novo campo de estudos sobre o ser
humano, o que o levou ao limite de
não mais se apresentar como médico
e sim como psicanalista:
“Como psicanalista, estou destinado
a me interessar mais pelos processos 
emocionais que pelos intelectuais, mais 
pela vida mental inconsciente que pela 
consciente” (Freud, 1986 [1913], p. 286)
Conhecimento prévio
A ênfase no inconsciente diferencia a 
psicanálise da psicologia que, por sua 
vez, coloca ênfase nos processos mentais 
conscientes – funções mentais:
Percepção, atenção, memória, 
linguagem, pensamento,
emoção, inteligência, vontade
Conhecimento prévio O interesse da psicanálise é pela vida mental 
inconsciente. Neste sentido, é intrapessoal e 
determina a relação da pessoa com os outros 
e com o mundo interno, ou seja, sua forma de 
afetar e ser afetada 
A psicanálise também teoriza sobre a relação 
do homem com a civilização, com o mal-estar 
na sociedade, com a internalização do que é 
tabu, a legislação, o controle, a política, os 
contratos sociais e, consequentemente, os 
conflitos vividos pelo ego: culpa, angústia e 
necessidade de restauração
2
Nesta aula, vamos abordar alguns temas 
relacionados aos conflitos vividos pelo ego, 
pela experiência do sujeito de mediar forças 
antagônicas e os efeitos decorrentes desta 
tensão
O objetivo é compreender, de maneira 
introdutória, a dinâmica do aparelho 
psíquico na experiência de um conflito
Funções mentais
Consciência 
Atenção 
Memória 
Linguagem
Afetividade 
Funções mentais (ou psíquicas)
– adaptação ao meio
Pensamento 
Sensopercepção 
Orientação 
Psicomotricidade
Juízo crítico da realidade
Funções mentais (ou psíquicas)
– adaptação ao meio
Alterações podem ter
diferentes origens ou motivos
Sintomas leves, moderados, graves,
severos ou persistentes – psicopatologias
Manual Diagnóstico e Estatístico de 
Transtornos Mentais – DSM-5 (APA, 2014)
Exame do Estado Mental
(Ministério da Saúde)
Abordagem interprofissional
Acordado, vigilante, lúcido,
estado de alerta, hipervigilância
Cansaço, sonolência, obnubilação, torpor, 
sono, sonho, confusão, sedação, coma
As funções mentais são estudadas 
separadamente, mas acontecem juntas
no processo de adaptação ao meio
Consciência 
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Como função da necessidade de adaptação:
a consciência se organiza desde o nascimento
Como estrutura perceptiva:
nos primeiros meses de vida, a consciência
está voltada às sensações do próprio corpo; só 
depois, amplia a percepção do mundo externo
Atividade prática – observação de bebês 
Teria um bebê a necessidade de adaptar-se 
ao meio? Em que momento da vida o mundo 
externo é percebido? Como é a estrutura 
primitiva do aparelho psíquico ao nascer?
Freud começou a investigar o psiquismo 
tendo como base o atendimento clínico 
de adultos (não o de bebês) e percebeu 
que o aparelho psíquico das pessoas era 
um campo de batalhas 
Período pré-psicanalítico:
dupla consciência 
Período psicanalítico:
abandonada a ideia de divisão
da consciência em duas partes e
delimitado o conceito de inconsciente
A cisão do eu
Na teoria psicanalítica,
Freud concluiu pela cisão do eu: 
“Com essa concepção freudiana,
na qual o inconsciente passa da
condição de apêndice da consciência
à estrutura particular e determinante
da subjetividade, o sujeito se torna cindido 
em duas formas de funcionamento,
a consciente e a inconsciente,
e subjugado à primazia desta”
(Torezan; Aguiar, 2011, p. 525)
Função de afastar
da consciência
determinados conteúdos
desagradáveis
Sendo assim, defendem o psíquico de
uma desintegração, são mecanismos de 
defesa para manutenção da homeostase, 
neutralizando tanto quanto possível o
jogo de forças opostas dentro de si
Cisão, ruptura, splitting, dissociação
eamesBot/shutterstock
Da clínica à teoria
4
A experiência clínica veio
antes, a teoria, depois
A teoria delimita conceitualmente e 
descritivamente o que se observa na 
psicodinâmica da vida mental na 
experiência clínica
Casos clínicos
Mitos como representação da vida social
A clínica é soberana
Qual é a memória afetiva que pode estar 
relacionada com esta posição corporal?
Exemplos da vida diária
Fabio Pagani/shutterstock fizkes/shutterstock
Em que momento da 
vida é esperado que 
sejamos incapazes 
de amar o outro? 
Exemplos da vida diária
delcarmat/shutterstock
Já houve um tempo 
de vida plena em 
que nada faltava!
Exemplos da vida diária
Bowen Clausen Photography/shutterstock
Primeira experiência de amor:
“você me decepciona, mas eu
desejo você assim mesmo”
Larisa Rudenko/shutterstock Daniel Cozma/shutterstock anythings/shutterstock
No texto Sobre o narcisismo: uma introdução, 
Freud (1986 [1914], p. 101) diz que:
“Um egoísmo forte constitui uma proteção 
contra o adoecer, mas, num último 
recurso, devemos começar a amar a fim de 
não adoecermos, e estamos destinados
a cair doentes se, em consequência da 
frustração, formos incapazes de amar.” 
Exemplo dessa eterna busca:
esquilo Scrat do filme A Era do Gelo
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Entre a primeira e
a segunda tópica
Primeira tópica
– 1900
Segunda tópica
– 1920
Inconsciente 
Consciente
Pré-consciente
Arcady/shutterstock
Perspectiva tópica:
como elas se delimitam
Perspectiva dinâmica:
como as instâncias se relacionam 
Perspectiva econômica:
quanto de libido se
destina para cada local
A homeostase, no equilíbrio de prazer
– desprazer, foi uma questão que inquietou 
Freud. Podemos acompanhar seu
raciocínio por meio da leitura do
texto Além do princípio do prazer
“Ficamos muito mais impressionados nos 
casos em que o sujeito parece ter uma 
experiência passiva, sobre a qual não possui 
influência, mas nos quais se defronta com 
uma repetição da mesma fatalidade”
(Freud, 1986 [1920], p. 35-36)
Essa construção teórica leva à compreensão 
do sintoma, da compulsão à repetição, da 
angústia 
Não parece racional dizer à pessoa que, de 
alguma forma, há um ganho secundário ou 
algum tipo de gozo com o sofrimento 
Isso demonstra o motivo pelo qual não deve 
o psicanalista explicar coisas aos pacientes, 
pois não é da ordem do racional, não faz 
sentido para o paciente a noção de obter 
prazer com o sofrimento
Para saber mais sobre
os mecanismos de defesa:
ver Anna Freud
Para saber mais sobre a
estruturação psíquica dos bebês:
ver Melanie Klein
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Conflito psíquico
Atribuir poder, culpa ou responsabilidade
a alguém ou a alguma coisa
pode ser muito confortável
Deus, vilão, pai, destino,
sociedade injusta, o sistema... 
Eu estou em um relacionamento abusivo
Eu não quero, mas ela
me faz perder a cabeça
Se não sou eu, ninguém come nessa casa
Foi Deus quem quis assim 
É mais forte do que eu
Glinskaja Olga/
shutterstock
O reconhecimento de forças
ambivalentes inicia a análise 
Exemplo típico em letra de música
de “sofrência” (Evidências):
“Eu me afasto e me defendo de você, mas 
depois me entrego. Faço tipo, falo coisas
que eu não sou, mas depois eu nego.” 
O conflito se dá entre “fazer o que se deseja”
e “ser adequado socialmente”. São duas 
necessidades individuais, porém, contraditórias 
O ego que lute!
Pacto entre psicanalista e paciente,
sob o ponto de vista dinâmico
(Tavares, 2014, p. 87): 
O eu se encontra enfraquecido
pelo conflito interno, é preciso
ir em seu auxílio 
É como uma guerra civil que tem
de ser decidida pelo socorro de
um aliado vindo de fora
O médico analista e o eu 
enfraquecido do enfermo, 
apoiados no mundo externo
real, devem formar um
partido contra os inimigos: 
As exigências pulsionais do isso
e as exigências da consciência 
moral do supereu
Na Prática
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O desafio é mediar os interesses contraditórios:
Eu quero só o que não consigo sozinho ou não 
posso 
Não demora muito para que os cuidadores 
comecem a dizer para os bebês:
“Espere! Já vou! Não precisa chorar
assim, espere sómais um pouquinho” 
E quanto mais crescem, mais limites recebem: 
“Não faça isso! Não é a sua vez! O coleguinha 
também quer! Devolva, porque esse brinquedo 
não é seu!”
Observação de crianças pequenas
A delimitação teórica sobre os mecanismos 
de defesa do eu (ou do ego) caracteriza
a perspectiva dinâmica e a segunda tópica 
sobre o aparelho psíquico
Finalizando
Primeira tópica (1900):
inconsciente, pré-consciente, consciente
– como se delimitam 
Segunda tópica (1920): id, ego, superego
– jogo de forças entre elas, um conflito para 
tentar manter certa organização mental,
e o que está no centro da batalha é o ego,
ou seja, o próprio eu 
Relação entre prazer – desprazer
Sintetizando

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