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Maria Eduarda Cabral Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 Introdução à Toxicologia Veterinária p.1 Toxicocinética e Toxicodinâmica p.5 Coleta e Remessa de Material para Exame Toxicológico p.16 Toxicologia Clínica p.19 Toxicologia dos Agrotóxicos p.26 Organoclorados --------------------------------------------------- p. 29 Piretróides ------------------------------------------------------- p. 31 Poluentes Orgânicos Persistentes ---------------------------------- p.33 Organofosforados e e Carbamatos ---------------------------------- p.36 Avermectinas ----------------------------------------------------- p.39 Amitraz ---------------------------------------------------------- p.40 Fipronil ---------------------------------------------------------- p.41 Herbicidas -------------------------------------------------------- p.41 Rodenticidas ------------------------------------------------------ p.45 Intoxicação por Alimentos em Pequenos Animais p.50 Acidentes com Animais Peçonhentos p.55 Botrópicos e Laquéticos -------------------------------------------- p.60 Acidentes Crotálicos ----------------------------------------------- p.63 Acidentes Elapídicos ----------------------------------------------- p.65 Soroterapia ------------------------------------------------------- p.66 Acidentes com Aracnídeos ------------------------------------------ p.67 Acidentes com Escorpiões ------------------------------------------ p.724 Acidentes com Abelhas --------------------------------------------- p.75 SUMÁRIO Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 Acidentes com Animais Venenosos p.77 Sapos -------------------------------------------------------------- p.77 Lagartas Urticantes -------------------------------------------------- p.79 Plantas Tóxicas de Interesse Agropecuário p.81 Plantas Tóxicas Ornamentais p.90 Toxicologia dos Anti-inflamatórios p.103 Toxicologia dos Metais p.115 Micotoxinas e Micotoxicoses p.122 Toxicologia dos Saneantes p.133 SUMÁRIO Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 1 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Introdução à Toxicologia Veterinária Estuda a toxicologia pensando na situação ambiental por se deparar com casos de envenenamento frequentemente. é visto na África a morte de elefantes envenenados para a retirada do marfim. existe com uma certa frequência a intoxicação e envenenamento criminoso de animais silvestres e animais domésticos. A contaminação ambiental tem um impacto nas vidas próximas ao local, quando se depara com rios contaminados, poluídos ou carga grande de contaminação como o acontecido na Vale, essa contaminação acaba saindo do local e chegando na população. Parte dos agrotóxicos utilizados no Brasil são proibidos em outros lugares do mundo. Tudo o que passa no ambiente tem um impacto na cadeia alimentar. Lembrando que envenenar animais é crime. Dependência. Confiança. Amor incondicional. Negócios. Saúde pública. É a utilizada atualmente. Os laboratórios que trabalham com toxicologia são multiprofissionais. Bioquímica. Biologia. Química. Genética. Matemática. Medicina. Farmacologia. Fisiologia. Física. É o estudo dos efeitos adversos dos agentes exógenos, podendo ser um agente químico (ex. agrotóxico) ou agente físico (ex. radiação). Papiro de Ebers (1500 a. C.): cicuta, acônito, ópio e metais. Livro de Jó (1400 a. C.): flechas envenenadas. Hipócrates (400 a. C.): livro sobre toxicologia. Teofrasto (370 – 286 a. C.): plantas venenosas em “De Historia Plantatum”. Rei Mitríades VI (Império Romano): medo de ser envenenado. Escritos de Maimônides (1135 – 1204 d. C.): tratado sobre o tratamento de intoxicações por animais. Catarina de Médici: testava substâncias observando a resposta tóxica e sinais clínicos. Paracelso (1493 – 1541 d. C.): formulação de pontos essenciais na Toxicologia. “Todas as substâncias são venenos. Não há nenhuma que não seja um veneno. A dose correta distingue o veneno do remédio”. Introdução à Toxicologia Veterinária estudo dos efeitos adversos dos agentes exógenos Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 2 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Bernardino Ramazzini (1700): “Discurso sobre as doenças dos trabalhadores”. Percival Pott (1775): papel da fuligem no câncer escrotal entre limpadores de chaminés – primeiro relato da carcinogênese induzida por hidrocarbonetos poliaromáticos. Orfila (meados de 1800): começou a trabalhar com os aspectos da toxicologia forense. Estudo dos medicamentos. Estudo de radioatividade. no início tiveram as guerras e o surgimento das bombas atômicas, por isso o estudo de radioatividade. 1938: projeto de Lei Copeland – Food and Drug Administration (FDA). 1947: ato sobre os praguicidas. 1958: cláusula Delaney. 1960: talidomida e Primavera Silenciosa. lançamento de um livro chamado de Primavera Silenciosa, a escritora observou que teve uma primavera na Europa que não se encontrava os passarinhos, após estudos notou que os agrotóxicos exerceram impactos nisso. talidomida: era um medicamento antiemético muito utilizado, principalmente na gravidez, com o passar dos anos nasceram crianças com malformações devido a esse medicamento. Intoxicações animais Os cães são mais intoxicados que os gatos. Muito comum na clínica de pequenos e grandes animais. 798 animais:  caninos: 83,6%.  faixa etária: filhotes 36,6%; adultos 32,9%. (Dallegrave, E. et al., 2006) Em grandes animais tem muitos trabalhos falando da intoxicação por samambaia. Estudo dos efeitos prejudiciais decorrentes de substâncias químicas nos organismos, englobando também os agentes físicos. É necessário testar essas substâncias para verificar se a dose comercial é segura ou não. os estudos acontecem com base na toxicocinética e toxicodinâmica. O toxicologista é treinado para examinar a natureza destes efeitos (incluindo os mecanismos de ação bioquímicos, celulares e moleculares) e avaliar a probabilidade de sua ocorrência. Diferentes áreas da toxicologia Toxicologia mecanicista. Toxicologia descritiva. Toxicologia que delibera sobre a questão regulatória. Toxicologia forense. Toxicologia clínica. Toxicologia do desenvolvimento. Toxicologia reprodutiva. Toxicologia ambiental. Toxicologia e sociedade Conhecimento dos efeitos toxicológicos: afeta osaceitável): muito maior que aceitável por EUA e EU. Muitas vezes os produtos chegam a ser comercializados para outros países e são desenvolvidos devido a grande quantidade de resíduos. No Brasil se utiliza diversos compostos que são proibidos no restante do mundo Substância Problemas relacionados ABAMECTINA toxicidade aguda e suspeita de toxicidade reprodutiva do IA e de seus metabólitos. ACEFATO neurotoxicidade, suspeita de carcinogenicidade e de toxicidade reprodutiva e a necessidade de revisar a Ingestão Diária Aceitável CARBOFURANO alta toxicidade aguda, suspeita de carcinogenicidade para seres humanos, toxicidade reprodutiva e neurotoxicidade PARAQUAT alta toxicidade aguda GLIFOSATO intoxicações, necessidade de revisão da IDA, efeitos toxicológicos, desregulador endócrino PARATIONA suspeita de mutagenicidade, toxicidade reprodutiva, desregulação endócrina, carcinogenicidade dor de cabeça, enjoos, sudorese... Aumento do risco de doenças neurodegenerativas (Parkinson). PARA – ANVISA (2011): 63% das amostras estavam irregulares.  ou com uma grande quantidade de resíduo ou com produtos que não são permitidos para aquela cultura. morango. pimentão. pepino. Países em desenvolvimento – importância no controle de pragas. Todos os inseticidas químicos usados atualmente são neurotóxicos – agem no SNC dos organismos alvos: SNC dos insetos. “no target” (são os organismos não alvos). organofosforados – humanos e animais. Atividades ocupacionais, uso incorreto; Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 29 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Contaminação de alimentos e meio ambiente. Organoclorados Muito utilizados no mundo até a década de 70 e foram proibidos no Brasil em 1989. Foram inseticidas amplamente utilizados para o controle de vetores e hospedeiros. CONTROLE DE VETORES E HOSPEDEIROS: muitas doenças eram controladas somente com esse inseticida. malária, dengue, filariose, febre amarela, doença de Chagas, leishmaniose, esquistossomose. Deram origem a popularização dos agrotóxicos. O DDT é o organoclorado mais famoso e o mais utilizado. em 1874 um químico desenvolveu uma molécula chamada dicloro-difenil-tricloroetano (DDT), no entanto, nessa época, os efeitos inseticidas do DDT não foram identificados, somente em 1939 um outro químico descobriu que o DDT possuía ótimas propriedades inseticidas. Esse químico chamado Paul Müller ganhou o Prêmio Nobel em 1948. A ampla utilização do DDT deu origem ao termo dedetização. Eram considerados “ideais”. baixo custo, alta eficiência e, aparentemente, baixa toxicidade para o homem. Por conta da sua alta eficiência como inseticida eram considerados ideais. Otimizou a produção mundial de alimentos e resolução de problemas de saúde pública. Chegou a ser utilizado em pessoas em uma epidemia de tifo na Itália e em um surto de piolhos na segunda guerra mundial. Atualmente, sua utilização é proibida. Começaram a ser proibidos na década de 70. O DDT quando começou a ser utilizado, algumas populações tinham bastante desconfiança em relação a sua utilização. Baixa volatilidade, alta estabilidade química, alta solubilidade lipídica, baixa taxa de biotransformação e de degradação. Proibidos no Brasil em 1989, porém ainda utilizados no combate a alguns vetores. Muitos organoclorados formam moléculas mais tóxicas que a molécula precursora. São contaminantes capazes de levar a ocorrência de bioacumulação e biomagnificação. “POPs” – Poluentes Orgânicos Persistentes Temos 12 principais POPs e uma boa parte são organoclorados. DDT (diclorodifeniltricloroetano), metoxicloro, pertano, clorobenzilato, dicofol, etc. Clordano, aldrin, dieldrin, heptacloro, endosulfano, endrin, etc. Hexaclorocicloexano (BHC), lindano, mirex, toxafeno. Alta estabilidade. Baixa biodegradação. Baixa hidrossolubilidade. Alta lipossolubilidade. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 30 @apostilavet Maria Eduarda Cabral lenta. a biotransformação dos organoclorados é extremamente lenta e mutas vezes não é eficiente, precisando ser biotransformado novamente ou armazenado. Estrutura química. a estrutura química mostra a complexidade da estrutura, mostrando porque o organismo tem dificuldade em quebrar essa molécula. A molécula do DDT tem o anel benzênico que está associado com efeitos carcinogênicos. Lipossolubilidade. Toxicidade. Nos casos de intoxicação por organoclorados os sintomas mais comuns são os tremores e as convulsões. todos os inseticidas utilizados atualmente são neurotóxicos, podendo provocar efeito a nível de sistema nervoso nos sistemas expostos e ao organismo não alvo. Alteração dos canais de Na+ da membrana neuronal. Os organoclorados promovem descargas neuronais repetitivas, fazendo com que o organismo fique mais responsivo a estímulos ambientais como barulho, toque e afins. Quando o organoclorado promove essas descargas neuronais repetitivas, a membrana neuronal permanece despolarizada, prolongando o pós-potencial negativo da membrana. Basicamente, promovem uma alteração dos canais de sódio da membrana neuronal. Inibição do GABA e receptores. também podem promover uma inibição do GABA e dos receptores do GABA, culminando em uma menor taxa de repolarização e maior sensibilidade do neurônio a pequenos estímulos. Diminuição da taxa de repolarização e aumento da sensibilidade do neurônio a pequenos estímulos. Os organoclorados, o DDT e os cicloexanos e os ciclodienos tem um ciclo de ação diferente. A classe do DDT afeta a permeabilidade ao íon potássio, diminuindo o transporte desse íon para dentro da célula nervosa, também diminuem o fechamento dos canais de sódio da membrana neuronal, interferindo na repolarização. inibe a bomba de sódio-potássio-ATPase e cálcio- magnésio-ATPase, essas enzimas são importantes para que haja a repolarização neuronal. o DDT também promove uma inibição da calmodulina que faz uma ligação com o cálcio, quando tem a descarga de um neurotransmissor armazenado em vesículas, esse neurotransmissor para ser eliminado precisa do cálcio, quando há a inibição da calmodulina a uma interferência nesse transporte de cálcio afetando diretamente a capacidade de liberação de neurotransmissores do neurônio, que resulta na diminuição da taxa de repolarização da célula nervosa. Os ciclodienos e os cicloexanos possuem um efeito diferente, são considerados antagonistas competitivos do GABA. bloqueiam o GABA e os seus receptores, promovendo o bloqueio dos efeitos do GABA na captação do íon cloreto, interferindo na repolarização parcial do neurônio, culminando em uma excitação incontrolada. Os organoclorados inibem as enzimas ATPases dependente, interferindo no transporte de cálcio pela membrana e disponibiliza mais cálcio livre dentro da célula, podendo promover uma interferência na liberação dos neurotransmissores estocados nas vesículas. O tratamento é sintomático, age promovendo a diminuição da absorção dependendo da via de exposição. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 31 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Precisa lembrar que a metabolização é lenta e que não possui um antidoto. Piretróides Tem a característica parecida de atuar de uma forma semelhante na permeabilidade iônica ao sódio. São amplamente comercializados. Seu efeito é semelhante com os do organoclorados. PIRETRINAS Surgiram a partir de um grupo deinseticidas chamadas de piretrinas que são inseticidas naturais. As piretrinas tem uma rápida decomposição quando exposta a luz solar, então seu efeito como inseticida passa rápido. Produziram inseticidas sintéticos com o efeito parecido com a piretrina. 1980: entrada do mercado. 1982: 30% do mercado. Considerados “compostos mais eficientes e menos tóxicos”. eram considerados compostos mais eficientes e menos tóxicos, pois acreditavam que era uma alternativa frente a não utilização dos organoclorados. são divididos de acordo com a sua característica química em tipo I e tipo II. “Alta seletividade praga/mamífero”. foi observado que muitos piretróides tem efeitos extremamente maléficos para órgãos não alvos. Grande eficácia. Baixa fotoestabilidade. Alta biodegradabilidade. São extremamente lipossolúveis e tem um mecanismo de ação semelhante com o organoclorado que foi proibido. Alteram a função nervosa normal. Modificam a sensibilidade dos canais de sódio. Aumenta a permeabilidade de Na+ da membrana. promovem uma alteração da função nervosa normal por alterar a sensibilidade dos canais de sódio, fazendo com que a célula neuronal tenha um Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 32 @apostilavet Maria Eduarda Cabral aumento na permeabilidade de sódio da membrana levando a uma excitação da célula neuronal. Os piretróides tem como mecanismo de ação fazer a manutenção dos canais de sódio aberto, ou seja, prolongam o tempo que o canal de sódio fica aberto, fazendo com que a célula tenha mais pós-potencial positivo e haja uma supressão do período refratário, com isso, ocorre disparos neuronais repetitivos. Piretrina, aletrina, permetrina, cismetrina. Síndrome T Os piretróides do tipo I provocam a síndrome T. Comportamento agressivo, suscetibilidade a estímulos externos, tremores. Acontecem porque esses piretróides aumentam o pós- potencial positivo da membrana, então aumentam a frequência de abertura dos canais de sódio, isso faz com que entre mais sódio na célula nervosa e resulta em uma despolarização de pós-potencial, ocorre nas fibras nervosas motoras sensitivas nos interneurônios e nas terminações nervosas. Deltametrina, cipermetrina, flumetrina, ciflutrina, cialotrina, fenvalerato. São os mais comuns e os mais tóxicos. Síndrome CS Provocam a síndrome CS, observando comportamentes repetitivos. Patadas, escavar, sialorreia, coreoatetose, convulsões clônicas. Os piretróides do tipo II diminuem a amplitude do potencial de ação, bloqueiam a atividade neuronal fazendo com que o canal de sódio fique mais tempo aberto, ocorre principalmente em neurônios sensitivos e terminações nervosas pré-sinápticas. Rápida absorção e biotransformação. Estado estável de excitação pelo efeito nos canais de sódio! SINERGISTAS: butóxido de piperonil, cicloneno de piperonil e sesamex. potência em 10 a 300 x. inibe citocromo P450. Junto com os piretróides tem a adição de moléculas sinergistas, que são alguns adjuvantes. O sinergista aumenta a potencial do piretróide em 10 a 300x por inibir a ação do citocromo p450, com isso, a metabolização acontece de forma mais lenta, sendo um problema porque não terá o citocromo auxiliando no processo de metabolização. A intoxicação por piretrinas são mais brandas e o animal se recupera em até 48 horas. piretrina natural as intoxicações são mais leves e o animal se recupera de forma mais rápida. A intoxicação por piretróides apresenta sintomas mais graves e a recuperação é mais lenta. relatam-se mortes. Os gatos são mais sensíveis à intoxicação. menor conjunção glicuronídea. os gatos são mais sensíveis a efeitos de piretróides. Salivação, vômito, hiperexcitabilidade, tremores, convulsões, dispneia, broncoespasmo, hipo ou hipertermia, fraqueza prostração e morte – insuficiência respiratória. Pela história clínica e nos sintomas. Cromatografia. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 33 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Valores hematológicos e bioquímicos são geralmente normais. Organoclorados, organofosforados, metaldeído, estricnina, nicotina, etc; Poluentes Orgânicos Persistentes Compostos lipossolúveis, portanto, com a capacidade de se acumularem nos tecidos adiposos (bioacumulação). quando o composto é extremamente lipossolúvel, a concentração dessa substância no organismo irá aumentar ao longo dos anos. Resistentes à degradação do meio ambiente, acabam provocando enorme efeito nocivo na cadeia alimentar, atingindo os consumidores no topo da cadeia. São compostos semivoláteis, possuem a capacidade de promover a adsorção em partículas atmosféricas sendo carreadas pelo vento e água, decorrente disso, os POP’s estão presentes em várias regiões do mundo. Detectados em icebergs e topos das montanhas geladas (Universidade de Alberta – Canadá, 2002). Encontrados em todo o mundo, mesmo em regiões onde nunca foram fabricados ou manipulados. Podem se espalhar através de correntes aéreas e água. dúzia suja (the Dirty dozen): Convenção de Estocolmo, 2001. 12 principais POP’s. : 12 POP’s. : adição de mais 9 compostos. : Endossulfam. – : Hexabromociclodecano. Listado em 3 anexos de acordo com o tratamento que recebem: anexo A: POP’s para serem eliminados. Anexo B: POP’s com uso restrito. Anexo C: POP’s não produzidos intencionalmente. Agrotóxicos Aldrin, Dieldrin, Endrin, Clordano, Clordecone, Heptacloro, Hexaclorobenzeno (HCB), Alfa Hexaclorociclohexano (alfa HCH), Beta Hexaclorociclohexano (Beta HCH), Lindano, Mirex (dodecacloro), Pentaclorobenzeno (PeCB), Endossulfam e Toxafeno. Químicos de uso industrial Bifenilas Policloradas (PCB), Hexabromobifenil (HBB), Éter Hexabromodifenílico e Éter Heptabromodifenílico, (C OctaBDE), Hexaclorobenzeno (HCB), Éter Tetrabromodifenílico e Éter Pentabromodifenílico (C PentaBDE), Hexabromociclododecano (HBCD). Substância Aplicação ALDRIN produzido como pesticida para controle de insetos do solo ENDRIN rodenticidas e inseticida usado nas culturas de algodão arroz e milho DIELDRIN inseticida usado na fruta, solo e sementes CLORDANO inseticida usado no controle de formigas e em várias culturas DDT usado como inseticida no combate aos mosquitos que transmitem a malária e a febre amarela, e no combate aos piolhos do tifo Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 34 @apostilavet Maria Eduarda Cabral HEPTACLORO utilizado como inseticida de contato contra insetos do solo e formigas HEXACLORO- BENZENO fungicida, aparece também coo subproduto na indústria química MIREX inseticida e retardante de chamas em plástico, borrachas e componentes elétricos TOXAFENO inseticida acaricida, especialmente utilizados contra larvas e algodão PCBs usado em condensadores, transformadores, em líquidos refrigeradores DIOXINA subproduto de combustão, especialmente de plásticos; da manutenção de produtos com cloro e de processos resultantes da produção de papel FURANOS subprodutos relacionados com dioxina Agrotóxicos DDT. Químicos de uso industrial Ácido Perfluoroctano Sulfônico (e sais) e Fluoreto de Perfluoroctano Sulfonila. Dibenzo-p-Dioxinas Policloradas e Dibenzofuranos (PCDD/PCDF), o Hexaclorobenzeno (HCB), as Bifenilas Policloradas (PCBs) e o Pentaclorobenzeno (PeCB). Quando pensa na dissipação dos POP’s pelo meio ambiente percebemos que eles são carreados, podem ser por meio de deposição e evaporação,conseguindo se espalhar por todo o mundo. Devido à exposição às dioxinas, pessoas que ingerem grandes quantidades de comidas gordurosas correm o risco de contrair câncer em uma proporção maior do que 1 em 1000 (EPA, 2000). aumenta em 70% o risco de desenvolvimento de mal de Parkinson. São produzidos de forma não intencional, como a queima de lixo em processos siderúrgicos podem formar essas bifenilas. O ascarel era encontrado em líquidos isolantes, com isso, essa contaminação fica no meio ambiente. Insolúveis em água (alto Kow). Produzidos na forma não intencional em processos como queima de lixo, siderurgia, etc. Líquidos isolantes. Insolúveis em água. Produzidos na forma não intencional. queima de lixos, siderurgia, etc. Incombustível até 600ºC. Sua contaminação permanece por muito tempo e sua circulação entre água, ar e terra, contaminando uma grande variedade de ambientes. DDT. Outro composto: PCBs (globalmente dispersas). Proíbe comercialização de PCBs em território nacional. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 35 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Mal de Yusho – 1968 (Japão) Óleo de trocador de calor usado na refrigeração do óleo de farelo e arroz. Misturado acidentalmente com o óleo comestível. Comercializado. População: cloroacne, hiperqueratose, bronquite, edema e entorpecimento dos membros, entre outros. Fonte: Internet Love canal (EUA – Nova Iorque) Habitações construídas em antigo aterro químico – mal de Yusho. Contaminação de lençol freático. 1971: redução “voluntária” – MONSANTO. Subprodutos industriais involuntariamente originados. GRUPO DE SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS MAIS TÓXICAS PRODUZIDAS PELO HOMEM. Formado a partir da incineração de lixo urbano, industrial, hospitalar, produção de PVC, branqueamento de papel utilizando compostos clorados, processos siderúrgicos, etc. Se a produção parar hoje: danos ambientais levarão de anos à séculos para serem degradados. – Notório efeito carcinogênico em humanos. Programa Nacional de Toxicologia do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA. carcinogênico para humanos. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 36 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Fontes adicionais incluem processos industriais que empregam cloro para fabricar produtos de consumo como a resina plástica PVC (polivinil cloreto), agrotóxicos e fábricas de celulose que utilizam cloro para branquear a polpa para o processo de produção de papel branco. alterações psicológicas, depressões, hepatites e outros problemas de fígado. Dioxinas: efeitos carcinogênicos, teratogênicos, diminuição da resposta imunológica, bloqueio de hormônios e neurotransmissores. Pode ter a exposição principalmente após a alimentação. Agrotóxico. Foi usado na proteção de colheitas de milho e batatas, proteção de madeira. Possui rápida metabolização pelas plantas e animais. Pode ter resíduos nos laticínios e carnes. Podem provocar dores de cabeça, tonturas, náuseas, vômitos, espasmos e convulsões. Usado para controle de pragas em culturas de algodão, milho e citrinos. Colheita de algodão, milho, cana de açúcar, maçãs e flores. Composto e seus metabólitos detectados em alimentos. Disfunções no sistema imunológico, nervoso, reprodutivo, etc. Fungicida no cultivo de cebola e trigo. BHC. Assim como as dioxinas, furanos e PCBs, são produzidos como subproduto em diversos processos industriais. Usado como aditivo na produção de plástico PVC e da borracha. Subproduto em diversos processos industriais. Cancerígeno, lesões de pele, ossos, células sanguíneas e rins. Organofosforados e Carbamatos São os principais causadores de intoxicação em pequenos animais. Mundialmente utilizados desde o século XX, principalmente a partir de 1970. esses compostos começaram a ser utilizados mundialmente a partir de 1970 com a substituição do organoclorado. São inseticidas e não devem ser utilizados como veneno para rato (rodenticidas). Organofosforados: compostos extremamente tóxicos. produzidos por químicos alemães. usados como armas químicas na Segunda Guerra Mundial pelos nazistas. Sarin – Guerra do Golfo (Iraque) – 1988. atentado do metrô de Tóquio (1995). Eficientes sem serem persistentes, não se acumulam no tecido adiposo e não sofrem bioacumulação e biomagnificação. são muito utilizados por serem eficientes, porém não tem evidências que sofrem acumulação no tecido adiposo, ou seja, não sofrem bioacumulação e biomagnficação. aldicarb proibido! chumbinho. aldicarb conhecido como chumbinho, é um carbamato e é um composto proibido. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 37 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Podem ultrapassar a barreira placentária, tem metabolização hepática e excreção renal. Além disso, podem ultrapassar a barreira hematoencefálica idem. Provocam ação inibitória sobre a enzima acetilcolinesterase, responsável pela degradação da acetilcolina, um neurotransmissor do SNC e periférico Acúmulo de acetilcolina nas sinapses colinérgicas Estimulação exacerbada dos receptores colinérgicos muscarínicos e nicotínicos Os organofosforados são agentes anticolinesterásicos por atuarem inibindo a enzima acetilcolinesterase, essa enzima é responsável por quebrar a acetilcolina ligada nos receptores colinérgicos. A acetilcolina é um neurotransmissor de sistema nervoso autônomo colinérgico, ou seja, parassimpático. Quando o veneno bloqueia a enzima acetilcolinesterase, podemos ter eles fazendo um bloqueio reversível ou não. O carbamato faz uma ligação reversível nas enzimas (se desliga depois de um tempo) e os organofosforados fazem uma ligação irreversível com os receptores. A enzima acetilcolinesterase não consegue mais realizar a quebra da acetilcolina e isso faz com que acumule acetilcolina. A administração recente ou concomitante com algumas drogas pode aumentar potencialmente a suscetibilidade do animal à toxicose por organofosforados e carbamatos. Carbamilação. A ligação dos carbamatos a enzima acetilcolinesterase é uma ligação reversível chamada de carbamilação, ou seja, após algumas horas a molécula de carbamato se desliga da enzima. Aldicarb. Carbaril. Os carbamatos tem uma ligação reversível, no entanto, existe um grupo de carbamatos chamados de metilcarbamatos que possuem uma estabilidade maior, sendo os quadros de intoxicações mais graves e duradouros. Depois de algum tempo ocorre o desligamento da molécula de carbamato na enzima acetilcolinesterase. Fosforilação da enzima. Os organofosforados promovem uma ligação irreversível, os efeitos diminuirão apenas quando o organismo sintetizar novas enzimas acetilcolinesterase. Estabilidade da enzima e recuperação da atividade apenas se houver síntese enzimática. ORGANOFOSFORADO: alta toxicidade aguda. DL50 orais para ratos menores que 50 mg/kg. ORGANOFOSFORADO: insuficiência respiratória marcante. Os carbamatos se ligam a ambos sítios ativos da enzima. provocam inibição reversível da AChE (acetilcolinesterase) e acúmulo de Ach (acetilcolina) na fenda sináptica. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 38 @apostilavet Maria Eduarda Cabral efeitos mais facilmente reversíveis do que os provocados pelos organofosforados (com exceção do aldicarb). Os organofosforadosprovocam inibição irreversível da AChE – ligação no sítio esterásico da enzima. acúmulo de Ach na fenda sináptica, aumentando excessivamente a estimulação colinérgica. A acetilcolina fica armazenada em vesículas e é produzida através de moléculas de colina e acetato. Quando o impulso nervoso passa faz com que ocorra a liberação de cálcio e a vesícula irá se aproximar pela membrana, eliminando a acetilcolina na fenda sináptica que se liga nos receptores pós sinápticos, passando o impulso nervoso. A enzima acetilcolinesterase desliga a acetilcolina do receptor nicotínico e muscarínico, quebrando a acetilcolina em colina e acetato que são reabsorvidos pelos neurônios para a síntese de acetilcolina. Quando tem um inibidor de acetilcolinesterase não deixará essa enzima exercer sua função, dessa forma, a acetilcolina permanece mais tempo ligada no receptor muscarínico e nicotínico. Aumento da concentração de ACh na fenda sináptica causa uma elevação da estimulação colinérgica muscarínica e nicotínica periférica e central. Náuseas, vômitos, bradicardia, dispneia, dor abdominal, hipermotilidade gastrointestinal, sudorese, sialorreia, lacrimejamento, miose. Contrações musculares, espasmos, tremores, hipertonicidade que causa marcha e postura rígidas. Estimulação seguida de depressão. Atropina. o antidoto nesses casos é a atropina, mas, no entanto, só bloqueia os efeitos muscarínicos, os sinais nicotínicos se mantêm. Os organofosforados tem sido relacionado com a síndrome intermediária, descrito principalmente em humanos. Em 20-50% dos casos de intoxicação aguda. Desenvolvida depois de 1 ou mais dias da intoxicação – durante a recuperação. Fraqueza respiratória, da musculatura proximal de membros e do pescoço. Mortalidade em 15-40% dos casos. paralisia respiratória e outras complicações. Recuperação em até 15 dias. Mecanismo de ação desconhecido. pois o organofosforado não tem a capacidade de armazenamento no tecido adiposo. Tomar cuidado com os quadros de intoxicação principalmente de trabalhadores rurais. Formigamento de mãos e pés seguido de perda sensorial, fraqueza muscular progressiva e flacidez da Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 39 @apostilavet Maria Eduarda Cabral musculatura esquelética distal das extremidades superiores e inferiores, ataxia. Podem aparecer em 2-3 semanas após uma exposição única. Efeitos adversos em SNC e periférico. Anomalias neurocomportamentais: aumento do índice de depressão e suicídio em trabalhadores rurais. Alterações cognitivas. Avermectinas Produzidos através do microrganismo Streptomyces avermetilis. Usado contra nematódeos e artrópodes. bovinos, suínos, caprinos, ovinos, equinos. Alguns produtos podem ser usados para cães e gatos. muito cuidado ao utilizar em cães e gatos, principalmente nos jovens. Humanos: estrongiloidíase e oncocercose, escabiose. Grupo: Ivermectina. Abamectina. Doramectina. Selamectina (Revolution®). efeito agonista sobre o gaba ↑ permeabilidade de Cl- maior entrada de Cl- nas células hiperpolarização da membrana pós sináptica impedem a transmissão dos impulsos nervosos paralisia muscular Quando tem a exposição as avermectinas teremos um efeito agonista sobre o GABA que faz com que o neurônio aumente sua permeabilidade em relação ao cloreto, quando isso ocorre o cloreto entra mais facilmente nas células nervosas, ficando hiperpolarizadas, principalmente os neurônios pós-sinápticos. Diminui a passagem do impulso nervoso e resulta em paralisia muscular. Por altas doses por via oral, cutânea ou ainda por reações de idiossincrasia. Anormalidades no metabolismo ou na detoxificação das substâncias, resultando em reação anormal excessiva. raças susceptíveis a reações de idiossincrasia por não conseguirem metabolizar a avermectina. é uma reação anormal excessiva, presente em todos os pastores, collies, blue heleer e rottweilers não devem ser expostos. FONTES: Altec®, Ivomec injetável®, Ivomec Pour-On para bovinos®, Revolution®, etc... Mais de 95% da dose de ivermectina são metabolizadas no fígado. A excreção fecal é a principal via de eliminação. Até 5% da dose podem ser excretadas no leite. ataxia, tremores, midríase, êmese, salivação, depressão, convulsões, coma e morte. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 40 @apostilavet Maria Eduarda Cabral cuidado com animais jovens pela imaturidade da BHE. se atravessar a barreira hematoencefálica, teremos quadros de intoxicação. Possuem ampla margem de segurança em mamíferos, porém superdosagens ou reações de idiossincrasia são fatores para a ocorrência da intoxicação. Ataxia, tremores, midríase transitória, salivação, vômito, diarreia, bradipneia, hipotensão, depressão, convulsões, coma e morte. Agressividade e outras alterações de comportamento. Midríase, tremores musculares, pressionamento da cabeça contra objetos. Acreditava-se que não atravessasse a BHE (exclusão por uma bomba de droga de glicoproteína P – mdr-1) humanos. Relatos de casos de encefalopatia e coma já descritos. Não é indicado uso de ivermectinas com outros medicamentos, pois pode haver aumento da entrada destas na BHE. cetoconazol, itraconazol, ciclosporina e bloqueadores de canais de cálcio. Endo e ectoparasitas. Solução injetável a 1% (60% de propilenoglicol e 40% de glicerol). Irritação quando aplicada por via subcutânea. Diversos efeitos adversos – uso não aprovado para gatos (menor margem de segurança). Dirofilariose sarna otodécica, ancilostomose, contra ácaros e nematóides gastrointestinais. NÃO UTILIZAR EM RAÇAS SUSCETÍVEIS: Collie, Blue/Red Heeler, Pastor de Shetland, etc. Amitraz Inseticida do grupo das formamidinas, sintetizado na Inglaterra em 1969. Usado como carrapaticida e acaricida em ruminantes, caninos e suínos. não utilizar em equinos! os cavalos não conseguem metabolizar esse composto. Base fraca instável em meio ácido e sofre degradação quando exposto à luz/temperatura elevada. tem uma estabilidade boa no meio ambiente, mas quando exposto a luz solar forte e altas temperaturas acabam se quebrando. Sofre hidrólise por ação do suco gástrico após administração por via oral. na ingestão de amitraz geralmente não se observa intoxicação grave por ser quebrado pelo acido gástrico. Composto altamente lipossolúvel absorvido com rapidez por pele e mucosas, o que o torna potencialmente perigoso. se concentra na pele, fígado, olhos, bile, rins, cerebelo, pulmões, baço e gônadas. Interação com alfa2 adrenoceptores; inibição da enzima monoaminoxidase (MAO). A MAO age de forma semelhante ao que ocorre com a acetilcolinesterase, só que é uma enzima de sistema adrenérgico, ou seja, de sistema simpático. Perifericamente, o amitraz também estimula receptores alfa1 adrenérgicos, produzindo vasoconstrição. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 41 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Toxicidade (exceto em equinos): causa intoxicação de baixa letalidade. Quando bloqueia a MAO irá promover uma ação sobre os receptores alfa 2 adrenérgicos. Por ser uma base instável, será quebrado pelo ácido gástrico, com isso, as intoxicações geralmente são por exposição tópica. Pela inibição da MAO terá uma alteração da coordenação das fibras musculares lisas, tem aumento da absorção de água e eletrólitos no cólon diminuindo a motilidade intestinal. Ioimbina ou atipamezol..Sinais de depressão de SNC – sonolência. Ataxia. Diminuição da motilidade intestinal. Cólicas severas. Congestão de mucosas. Desidratação. Taquipneia. Manifestações de dor – rolar. Fipronil Molécula sintética – fenilpirazóis: potentes propriedades inseticida e acaricida. possui ampla margem de segurança e longo poder residual. Tem uma boa eficácia como inseticida e acaricida com ampla margem de segurança. Contato cutâneo, inalação ou ingestão dos produtos que contêm esse princípio ativo. Frontline® (cães e gatos), Topline Pour On ® (bovinos). Metabólitos mais tóxicos. Contaminação ambiental. Reações alérgicas ao spray podem ocorrer, como urticária e dermatite. anorexia, letargia, convulsão e morte. não existe dose segura para coelho, jamais deve ser utilizado. vômitos, agitação, tremores e convulsão. Herbicidas Muitos agrotóxicos em processo de decomposição apresentam metabólitos ou formam moléculas mais tóxicas que a precursora. Possibilidade de impurezas de fabricação. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 42 @apostilavet Maria Eduarda Cabral essas impurezas podem levar a formação de moléculas mais tóxicas. muitas vezes essas misturas geram metabólitos ou substâncias tóxicas. produtos tóxicos. Desreguladores endócrinos. 434 IA e 2400 formulações registradas no MS, MAPA, MMA. Dos 50 mais utilizados nas lavouras 22 SÃO PROIBIDOS NA UNIÃO EUROPEIA. São agentes utilizados para eliminar ou controlar ervas ou plantas daninhas na agricultura, em gramados, etc. Resíduos ambientais. Consumo inadvertido ou misturas inadequadas. Pastagens ou gramados recentemente pulverizados. Contaminação de alimentos. Dipiridilos (paraquat, diquat). Derivados do Ácido Fenoxiacético. Picloram. Derivados da Glicina (glifosato). Dinitrobenzamínicos (trifluralina). Derivados da ureia. Triazínicos. Acetanilídicos ou Cloroacetanilidas. Dipiridilos São herbicidas de contato não seletivos. Usados em culturas de fumo, algodão, arroz, banana, café, cana de açúcar, feijão, maçã, milho, soja, sorgo, trigo e uva. Baixo custo e grande eficácia. Muito tóxicos para humanos e animais. EXEMPLOS Paraquat (Gramoxone 200®): classe toxicológica I (extremamente tóxico). classe ambiental II (produto muito perigoso). Diquat (Reglone®): classe toxicológica III (moderadamente tóxico). classe ambiental II (produto muito perigoso). PARAQUAT Concentra-se em pulmões (10 vezes maior que em outros tecidos). o paraquat tem um efeito principalmente em pulmões, nos pulmões costumam estar em concentrações 10x maiores que em outros tecidos pela afinidade aos pneumócitos. Exposição tópica tem menos de 10%. : lesões hepáticas, dermatites de contato, fibrose pulmonar. (ABRASCO, 2012) Radicais Livres – O2, H2O2, - OH Reagem com ácidos graxos Degeneração celular e necrose Dano decorrente da necrose dose-dependente dos pneumócitos tipo I e por congestão, edema e hemorragias pulmonares. Quando entra em contato com o tecido pulmonar leva a formação de radicais livres, esses radicais livres (principalmente o peróxido de hidrogênio e o radical hidroxila) promovem uma reação com os ácidos graxos da membrana celular, levando a degeneração da célula e necrose tecidual. Fibrose pulmonar: proliferação de pneumócitos tipo II (perda de células do epitélio alveolar). com o passar do tempo, começa a proliferar os pneumócitos do tipo II pela perda dos pneumócitos do tipo I, acarretando na fibrose pulmonar. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 43 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Lesões em fígado, coração e rins. Agudo: vômito, diarreia fétida, dores abdominais, depressão, ataxia, dispneia, convulsões, sinais dermatológicos (dermatite, bolhas, descoloração), sinais respiratórios 2 a 7 dias após a ingestão (taquipneia, dispneia, estertor, cianose). Crônico: fibrose pulmonar progressiva, aumento da dificuldade respiratória (21 dias). DIQUAT Aguda: corrosivo à pele em soluções concentradas, pode ocorrer dermatite e úlceras de pele. Crônica: não causa fibrose pulmonar, mas provoca perda de líquidos gastrointestinais, insuficiência renal e lesões hemorrágicas no SNC. Ácido diclorofenoxiacético (2,4-D) Guerra do Vietnã: arma química juntamente com o 2,3,7,8 tetraclorobenzeno p dioxina ou TCDD (agente laranja – desfolhante). foi utilizado na guerra do Vietnã como arma química, junto com a diluição feita para fazer a aplicação, gerando um produto que possui uma molécula TCDD que é extremamente tóxica para o organismo e carcinogênica. O agente laranja é chamado de Napalm. Provoca efeitos mutagênicos e teratogênicos. FONTE: Globo FONTE: Internet FONTE: Internet Controle seletivo de ervas daninhas. : produto de impurezas na fabricação dos fenoxiacéticos. 2,4,5 – T: maior potencial de intoxicação, mais lipossolúvel e meia vida plasmática 3x maior. A dioxina é uma molécula presente durante a sua formação, não é um produto intencional e é a responsável pela principal intoxicação, sendo a principal molécula tóxica do produto. OMS: III (moderadamente tóxico). ABSORÇÃO Rapidamente no estômago e intestinos. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 44 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Absorção dérmica incompleta. Se ligam às proteínas e são excretados lentamente. MECANISMO DE AÇÃO Deprime a síntese de ribonuclease. Desacopla a fosforilação oxidativa. interfere na síntese de energia. Indução da produção de enzimas hepáticas, carcinogênico, teratogênico. SINAIS CLÍNICOS anorexia, atonia ruminal, diarreia, ulceração de mucosa oral, timpanismo, depressão e fraqueza muscular. vômito, diarreia, salivação, tremores, ataxia, fraqueza. vômito, diarreia, fezes sanguinolentas, ataxia, fraqueza dos membros posteriores, espasmos clônicos periódicos. fraqueza muscular. paralisia intercostal. dores musculares, fasciculações. neuropatia periférica. miose. mioglobinemia. hiperglicemia. glicosúria. INESPECÍFICOS: vômitos, sudorese, dificuldade respiratória, bradicardia, hipotensão arterial. Derivados da glicina Glifosato O mais famoso é o glifosato, sendo conhecido como Roundup. Herbicida sistêmico, amplo espectro, não seletivo, desenvolvido para matar plantas daninhas. Possui em sua formulação polioxietilenoamina (surfactante com ação irritativa dermatológica e ocular). promove uma intoxicação mais grave do que a molécula do glifosato sozinha. Nos tecidos orgânicos, maior concentração nos ossos. Bioacumulação não é esperada: alta solubilidade em água e caráter iônico. Eliminação fecal 60% e urina 29% MECANISMO DE AÇÃO Desacoplamento da fosforilação oxidativa mitocondrial. Disrruptor endócrino: reduz produção de progesterona e mortalidade de células placentárias. reduz a produção de progesterona, está relacionado a abortos. EXPOSIÇÃO aguda: sinais inespecíficos. náuseas, vômito, diarreia, irritação oral, anorexia, hipertermia, fraqueza muscular, letargia, irritação de pele e ocular. graves: convulsões, coma, choque, morte. SOLICITAÇÃO DE REVISÃO DO GLIFOSATO Grande quantidade de casos de intoxicação. Desregulação endócrina. Impurezas no produto. Efeitos toxicológicos adversos. SOJA TRANSGÊNICA: amplia o consumo do glifosato. Triazinas Atrazina Ametrina Simazina Alta persistência em ambientes aquáticos. Efeitos nocivos no sistema neuroendócrinoe reprodutivo. Potencial carcinogênico. Principais poluentes orgânicos de águas subterrâneas e águas superficiais em vários países (DORFLER et al., 1997). ATRAZINA Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 45 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Efeitos adversos: organismos aquáticos. Cães: alterações inflamatórias e degenerativas no fígado. Portaria 2914/2011. está contemplada na portaria 2914/2011 e na portaria da consolidação de 2019 que manteve o seu monitoramento na água distribuída para a população. AMETRINA Moderadamente tóxica. Persistência no ambiente. Contaminação de água superficial e água profunda. SIMAZINA Pouco tóxico: risco ambiental moderado (alta DL50). Persistência no ambiente. Possível conversão de testosterona a estrógeno. é um disrruptor endócrino, tento a capacidade de converter a testosterona em estrógeno. Conama 357/2005. está presente no monitoramento dessa legislação. Rodenticidas Podem desenvolver resistência aos rodenticidas, ao longo dos anos, o organismo do rato foi se adaptando a alguns rodenticidas. Podem aprender que uma isca pode causar morte. sempre é importante lembrar que o rato que vai comer a isca quando tem uma infestação de roedores é justamente aquele mais fraco, mais doente ou o mais velho. a partir do momento que o rato ingeriu uma isca e apresentou sinais clínicos, os outros ratos irão aprender que aquela isca causa morte e não irão ingerir mais. devido a isso, a maioria dos venenos comercializados atualmente são venenos que provocam a morte após algum tempo da ingestão. a rata mãe pode ensinar aos filhotes que determinada isca e substância provoca morte, com isso, os ratos crescem sabendo que não pode ingerir determinada isca. Prejuízos econômicos: 1/5 da produção de mundial de cereais é perdida pela infestação de roedores. 25% dos incêndios que ocorrem em cidades podem estar relacionados aos ratos, devido ao seu hábito de roer inclusive as fiações. Potencial de transmitir doenças – 200 doenças. leptospirose, tifo, peste bubônica, etc. Rattus rattus: rato de telhado. vive em média 1 ano e meio. Rattus norvergicus: ratazana. vive em média 2 anos. Mus musculus: camundongos. vive em média 1 ano. Camundongos: neofilia, ou seja, devido ao seu comportamento são curiosos. Ratos: neofobia. Iscas: as mães ensinam para os filhotes sobre as iscas. Iscas: dominantes/dominado. os ratos dominantes são os últimos a ingerir as iscas. Foram formulados para o controle de roedores. Permitidos no Brasil: classe II (tarja amarela) ou classe III (tarja verde). são considerados, teoricamente, produtos medianamente a pouco tóxicos para diferentes espécies animais. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 46 @apostilavet Maria Eduarda Cabral uso restrito a órgãos ou entidades governamentais ou retirados do mercado nacional. não são comercializados para a população. Uso profissional Empresas especializadas e técnicos de órgão público. Geralmente de dose única. Uso livre Adquirido em estabelecimentos comerciais. Saneantes Domissanitários ANVISA: preparações destinadas ao combate contra ratos, camundongos e outros roedores, embarcações, recintos e lugares de uso público, contendo substâncias ativas, isoladas ou em associação, que não oferecem risco à vida ou à saúde do homem e dos animais úteis de sangue quente. devem estar registrados na DISAD (Divisão de Saneamento de Domissanitários). Observou que é tóxico para outros animais de sangue quente, pois o rato para ingerir a isca tem que ser muito atrativa e palatável, quando o cão ou o gato percebem o cheiro da isca no ambiente ficam querendo ingerir. Intoxicação acidental ou criminosa Comum em cães e gatos, pela utilização indiscriminada e ser de fácil acesso. Comercialização clandestina. Humanos: acidentais de crianças, ocupacional em adultos e suicídio. A intoxicação é obrigatoriamente de via gastrointestinal. Foram desenvolvidos visando a eficácia no controle dos roedores – toxicidade para outros animais : atrativas e palatáveis. Margem estreita entre dose tóxica e dose letal. Maioria sem antídotos. Proibidos À base de alfanaftilureia (ANTU). Arsênio e sais. Brometalina. Estricnina. Fosfetos metálicos. Fósforo branco. Monofluoracetato de sódio e monofluoroacetamida. Sais de bário e sais de tálio. Formas permitidas Pós de contato, iscas simples, parafinadas ou resinadas, granulados, pellets ou blocos. : especificações do grupo químico e tratamento ou antídoto. Inscrição de termos CUIDADO! VENENO! Símbolo da caveira. Rodenticidas do tipo anticoagulante de efeito crônico são os mais comercializados, possuem maior tempo para tratamento da intoxicação. no Brasil é encontrado os raticidas do tipo anticoagulante de efeito crônico, ou seja, provocam a morte dos animais por hemorragia e o efeito é crônico porque muitos venenos são de múltiplas doses ou demora algumas horas para ocorrer os sinais clínicos. Aldicarb Carbamato (chumbinho). Inseticida inibidor da AChE. . Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 47 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Anticoagulantes Comércio autorizado e alguns de uso profissional. Relativamente seguros por possuírem antídoto. Evolução não é tão aguda. os anticoagulantes de segunda geração provocam intoxicação em um período relativamente curto, sendo intoxicações mais graves. Possuem antídoto para o tratamento. vitamina K. Compostos cumarínicos e derivados indantiônicos. cumarínicos mais utilizados atualmente. PRIMEIRA GERAÇÃO Sintetizados desde a década de 1950 a partir da varfarina e seus derivados. Repetidas doses ou doses múltiplas para causar intoxicação ou a morte dos roedores. dose muito alta o animal pode ter uma intoxicação relativamente rápida. Roedores- resistência. foram amplamente utilizados, mas os roedores apresentaram resistências a varfarina e aos seus derivados. SEGUNDA GERAÇÃO Uma única dose pode ser letal. dose única, com efeitos mais prolongados e mais solúveis em água, representados pelos cumarínicos ou idantiônicos. Tempo mais prolongado de aparecimento das manifestações clínicas e de duração do tratamento – supervarfarinas; alguns outros produtos podem ter um tempo mais prolongado para aparecer os sintomas, precisando tratar o animal por um tempo mais longo. Atenção Bromadiolona ou bromadiolone. Vendida comercialmente como Mão Branca. MÃO BRANCA FALSO: bromadiolona. anticoagulante. peletizado cor de rosa. uso autorizado. MÃO BRANCA ORIGINAL: fluoracetato. convulsivante. líquido azul, sem cheiro e sem gosto. provoca morte de forma rápida e é proibido no Brasil. MECANISMO DE AÇÃO agem inibindo a enzima k1 epóxido redutase nos hepatócitos conversão da vitamina k1 inativa (dieta) em vitamina k1 ativa ativação dos fatores de coagulação II, VII, IX e X e fatores antitrombóticos Agem inibindo a enzima K1 epóxido redutase presente nos hepatócitos, essa enzima é responsável por converter a vitamina K1 proveniente da dieta que está na forma inativada em vitamina K1 ativa. Essa vitamina K1 ativa entra na cascata de coagulação, sendo importante para a síntese e ativação dos fatores de coagulação e fatores antitrombóticos. Quando o veneno bloqueia o efeito da epóxido redutase, a vitamina K da dieta não é convertida em vitamina K ativa, a partir do momento que não tem a ativaçãodos fatores de coagulação não ocorre a cascata de coagulação e interfere nos fatores antitrombóticos, além disso, irá interferir na agregação plaquetária porque se não tem a transformação do fibrinogênio em fibrina não terá estabilidade do coágulo e as plaquetas não conseguem formar um tampão eficiente na lesão do vaso. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 48 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Resulta em quadros hemorrágicas, quando tem essas hemorragias podem ser hemorragias espontâneas. É observado congestão de mucosas nos animais envenenados. SINAIS CLÍNICOS Distúrbios hemorrágicos (2 a 5 dias após a ingestão do tóxico). Depende da quantidade ingerida, suscetibilidade da espécie, consumo dos fatores de coagulação previamente ativados. Sinais inespecíficos: inapetência, letargia, sem processos hemorrágicos evidentes até a perda aguda ou crônica de sangue. Manifestações de hemorragia Alteração nos fatores de coagulação. Fragilidade capilar. Aumento da permeabilidade vascular. Diminuição da agregação plaquetária. Epistaxe, hemorragia gengival, hematêmese, fezes sanguinolentas, hematúria, metrorragia, hemorragias intraoculares e hematomas subcutâneos. hemoperitôneo e hemotórax. mucosas pálidas ou cianose, anemia, taquicardia, taquipneia. precedem o choque hemorrágico – coma e morte. Podem durar até 4 semanas ou até meses. potência do agente tóxico, dose ingerida e meia vida plasmática. Ruminantes mais resistentes; Hepatopatas. Hipoproteinemia. DIAGNÓSTICO Histórico. Sinais clínicos. Tempo de coagulação, tempo de protrombina, tempo de tromboplastina parcial ativada estarão aumentados. Necrópsia. palidez de mucosas, hemorragias efusivas externas e internas de órgãos e cavidades, presença de poucos coágulos. Cromatografia. TRATAMENTO Medidas de desintoxicação e de suporte. carvão ativado para diminuir a absorção, laxante para eliminar mais rapidamente o veneno e entre outras. Vitamina K ou antídoto. administra a vitamina K ativada. Pode ser necessário fazer transfusão sanguínea. Os de maior importância são os convulsivantes. Convulsivantes Monofluoracetato de Sódio. Estricnina. MONOFLUORACETATO DE SÓDIO FAZ ou composto 1080 – 1970 e 1980. Mão Branca® ou Era Rato®. Hidrossolúveis, insípidas e extremamente tóxicas. Produto líquido, sem cheiro, sem gosto, coloração levemente azulada. Uso ilegal e indiscriminado. : Arrabidea bilabiata e Paulicourea marcgravii (erva de rato ou cafezinho) – bovinos. essas plantas tóxicas possuem o produto na sua composição. Associação com aldicarb ou anticoagulantes. caso seja intoxicação criminosa, é comum se deparar com intoxicações com a associação de outros produtos. Mecanismo de ação Conhecido como síndrome letal. suscetiveis Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 49 @apostilavet Maria Eduarda Cabral decorrem da ação do fluorocitrato – ciclo de Krebs, levando ao bloqueio da aconitase conversão citrato em isocitrato – produção de atp metabolização anaeróbica de glicose e glicogênio acidose metabólica e alterações hemodinâmicas Chamada de síndrome letal porque atua no ciclo de Krebs que é responsável pela formação de ATP, irá bloquear a enzima aconitase que é importante para que haja a conversão do citrato em isocitrato ocorrendo a formação de ATP, quando tem o bloqueio da aconitase não tem mais a produção de ATP acontecendo pelo ciclo de Krebs, o paciente entra em glicólise anaeróbica culminando em acidose metabólica e alterações hemodinâmicas. Sinais clínicos Inicialmente sinais gastrointestinais. vômito ou defecação com ou sem diarreia. : de minutos a horas. mata rapidamente, entre 10 minutos a 2 horas o animal apresenta o quadro de intoxicação grave. Midríase bilateral irresponsiva à luz direta, vocalização, convulsões, ataxia, hiperexcitabilidade, tremores ou mioclonias. Diagnóstico : acidose metabólica. : leucopenia e trombocitopenia. geralmente sem alterações. : 12 a 14h após a intoxicação. . Não tem antídoto e o tratamento é somente para o suporte. ESTRICNINA Altamente tóxica – planta Strychnos nux vomica. Intoxicações menos frequentes. A estricnina era muito utilizada para envenenamento criminoso. Equinos, bovinos, suínos são sensíveis à estricnina. Biotransformação hepática – 20% excretados na forma inalterada pela urina. muitas vezes pode tentar coletar a urina do paciente e mandar para a análise. Antagonista competitivo e reversível sobre a glicina nas placas motoras. Neurotransmissor glicina Função de abrir os canais de cloro (Cl-) para promover a hiperpolarização dos neurônios após a condução elétrica. não há repolarização da célula nervosa, os sintomas geralmente acontecem de forma rápida. Sinais iniciam-se entre 10m e 2h da ingestão. Sinais clínicos Alterações de comportamento, hiperexcitabilidade em resposta aos estímulos externos, além de tremores, mioclonias e hipertermia devido a intensa atividade muscular. Convulsões tetânicas, rigidez muscular e espasticidade dos membros (“cavalo de pau”). Morte por paralisia dos músculos respiratórios – asfixia. Diagnóstico Sinais clínicos agudos e histórico. Mioglobinúria, aumento de CK, acidose metabólica (contrações musculares e convulsões). Rigor mortis com rápido relaxamento. Cromatografia. Não existe tratamento específico e antídoto, é realizado o tratamento sintomático e de suporte. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 50 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Intoxicação por Alimentos em Pequenos Animais Os alimentos que intoxicam os animais de companhia são diferentes dos que intoxicam grandes animais. Normalmente, quando tem intoxicação alimentar, teremos sinais clínicos de desconforto gastrointestinal, como: cólicas abdominais, vômitos, diarreia. pode ter outros sinais, como apatia. A intoxicação por alimentos é englobada na intolerância alimentar. Alergia alimentar: é uma reação imunomediada. ex.: animal com atopia. Intoxicação alimentar: é uma reação não imunomediada, ou seja, é provocada por algum alimento ou algum metabólito de alimento que faz mal para o paciente. bactérias (salmonela), toxinas, parasitas, vírus, fungos. substâncias que provocam efeitos adversos. estão relacionados a toxinas e substâncias que o próprio animal não consegue absorver e digerir, sendo substâncias produzidas pelo próprio alimento. possui sintomas relacionados ao trato gastrointestinal. ANIMAIS: rações industrializadas secas ou úmidas. A maioria dos pets são alimentados por rações industrializadas secas ou úmidas, mas muitas vezes o tutor fornece alimentos da dieta humana para o animal, podendo ocorrer a intoxicação. Fornecimento de alimentos Pode entrar em contato com os alimentos tóxicos por descuido ou intencionalmente. Alimentos da dieta humana para animais. Alimentos não digeridos ou metabolizados de forma completa ou eficiente ou tóxicos. podem ser originalmente tóxicos ou produzir metabólitos tóxicos para o animal. American Society of the Prevention of Cruelty to Animals/Animal Poison Control Center (ASPCA/APCC): mais de 15000 cães e gatos foram notificados com suspeita de consumo de alimento humano em 2008. terceiro lugar entre as 10 intoxicações mais notificadas em cães e gatos nos EUA. no Brasil é pouco notificado, mas deveria ser notificado para o SINITOX. No Brasil temos um sistema de identificaçãode intoxicação muito fraco, nos EUA tem a Associação Americana de Prevenção a Crueldade de Animais, os veterinários que atendem animais intoxicados notificam essa associação. Folhas, frutas, sementes e polpas de abacates. toda a sua composição tem uma substância chamada persina. A persina é comum causadora de vômito e diarreia em cães e gatos. os gatos são mais seletivos com relação ao alimento. Pássaros e roedores são mais sensíveis: Intoxicação por Alimentos em Pequenos Animais Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 51 @apostilavet Maria Eduarda Cabral congestão, dificuldade respiratória e transtornos cardíacos. Não há tratamento específico, é feito o tratamento sintomático. Pesquisas: ratos alimentados com abacate ou óleo de semente de abacate: alterações hepáticas.  forneceram os alimentos durante quatro semanas para os ratos.  a exposição frente ao abacate e os derivados de abacate causaram aumento de lipídios hepáticos, interferindo na produção de colesterol e liberação de triglicerídeos, podendo interferir na liberação das enzimas. cabras alimentadas com folhas de abacate: alterações em glândula mamária, cardíacos e pulmonares. equinos e ovelhas: relatos. cães: relatos de dispneia, edema pulmonar, aumento abdominal, alterações hepáticas.  podem apresentar efusão pleural e de pericárdio.  nesses casos de intoxicação em cães irá apresentar uma leucocitose com aumento de enzima hepáticas, podendo inclusive ter um dano renal por proteinúria Não é um causador muito importante de intoxicações, o animal precisa ingerir alta quantidade de açúcar para a ocorrência de intoxicação. Em excesso: intoxicação aguda em cães e gatos diarreia osmótica pela grande saída de água do organismo, podendo levar o animal a uma desidratação. a longo prazo pode induzir à obesidade, problemas dentários e diabetes mellitus. Promovem a toxicidade da cebola e alho. Intoxicação com efeito cumulativo. desnaturação oxidativa da hemoglobina precipitação na superfície da hemácia corpúsculo de heinz anemia hemolítica. Esses compostos dissulfitos provocam uma lesão na hemoglobina, alterando a molécula e oxidando-a. A partir do momento que altera a hemácia com danos oxidativos na hemoglobina, teremos a transformação da hemoglobina em metahemoglobina. Essa hemoglobina oxidada leva a formação do corpúsculo de Heinz. Quando tem uma grande quantidade de corpúsculo de Heinz pode induzir o paciente a desenvolver uma anemia hemolítica, pois a hora que a hemácia alterada passa pelo baço, ele fará a hemólise. Se o paciente não ingeriu nada que pode ter formado o corpúsculo de Heinz, precisa investigar a função do baço que é responsável pela eliminação desses corpúsculos. Essa oxidação é mais comum de acontecer em gatos, sendo mais suscetíveis a formação de corpúsculos de Heinz. Allium cepa. Cebola mais tóxica que o alho. a cebola tem mais compostos dissulfitos do que o alho. Intoxicação por cebola 15 a 30 g/kg. 5g/kg. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 52 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Vômito, diarreia, dor abdominal, diminuição do apetite e desidratação. palidez de mucosas, taquipneia/dispneia, letargia, hemoglobinúria, icterícia e taquicardia. Fluidoterapia. Descontaminação. Metoclopramida. Ácido ascórbico, vitamina E, n-acetilcisteína (SAMe) para a prevenção de corpúsculos de Heinz. são agentes antioxidantes, prevenindo a oxidação da hemoglobina e formação dos corpúsculos de Heinz. Transfusão. Estudos experimentais em cães. 0,5% do peso corpóreo já pode causar alterações hematológicas. Uso como palatabilizantes em alimentos industrializados humanos ou em comida caseira. papinhas de bebê, salgadinhos, bolachas salgadas. Sinais Clínicos: anemia, hemoglobinúria, dispneia, vômitos, diarreia, letargia, prostração e inapetência. Pode ser necessário a transfusão de sangue. Podem produzir metabólitos: glicoalcalóides. a batata e o tomate cru pertencem a uma família chamada de Solanaceae. as plantas que são dessa família podem produzir metabólitos chamados de glicoalcalóides, provocando diversos efeitos nocivos. Folhas e raízes: pode encontrar oxalatos (causadores de intoxicação): alterações digestivas, urinárias e nervosas.  o animal não consegue fazer uma boa metabolização desses oxalatos. Altas quantidades de tomates e batatas crus/verdes: tremores, convulsões e arritmias cardíacas em cães e gatos. Estão no grupo das metil xantina. Cafeína, teofilina e teobromina: café e chá – cafeína:  alteração na pressão sanguínea e na concentração de glicose e colesterol, excitação do sistema nervoso. Existe uma variação na quantidade de cafeína que o chá e o café apresentarão. teobromina e metil xantina: teobromina e cafeína são metil xantinas. cães e gatos metabolizam mais lentamente e por isso se intoxicam facilmente. circulação: 14 a 20h. chocolate amargo X chocolate branco. estimulação cerebral e cardiovascular intensa. O chocolate provoca o aumento da liberação de algumas substâncias, como a serotonina, melhorando a disposição e tem um efeito excitatório de SNC. É um alcaloide presente no cacau ou em outros chocolates oriundos do cacau, tem uma variação na composição do chocolate. Chocolate branco praticamente não tem teobromina por ser constituído principalmente de gordura. Intoxicações: menos de 50g para cão de pequeno porte. 400g para cão de grande porte. diarreia com ou sem sangue e vômitos, desidratação, excitabilidade, inquietude, distúrbios cardíacos, crises convulsivas e morte. A quantidade de teobromina que os humanos ingerem não é tóxica, mas os cães e gatos metabolizam a Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 53 @apostilavet Maria Eduarda Cabral teobromina de forma lenta podendo permanecer na circulação por até 20h, tendo uma meia vida de aproximadamente 17h. A gordura e o açúcar favorecem o aparecimento do quadro de diarreia. Sinais: 24 a 72h. Pode ocorrer reabsorção na bexiga: animal deve ficar internado. a teobromina pode ser reabsorvida na bexiga, precisa aumentar a diurese para que a urina permaneça pouco tempo na vesícula urinária. São relativamente comuns, quando chove o animal pode ingerir cogumelos que aparecem no jardim. : diversos cogumelos. animais pequenos podem ter intoxicações pela ingestão de cogumelos após períodos chuvosos ou por animais que ficam a campo. Amanitina: intoxicações mais graves; chapéu da morte, anjo da destruição. a amatinina tem uma DL média em torno de 0,5 mg/kg de peso vivo, sendo uma dose baixa, podendo provocar intoxicação e morte rapidamente Animais a campo. Intoxicação: insuficiência renal e hepática, dor abdominal, delírios, alucinações, vômito, diarreia, convulsões e morte. Sinais: 20 min – 8hs após a ingestão. Tanto o fermento químico quanto o biológico podem provocar intoxicações em pequenos animais. expansão e produção de gás no trato gastrointestinal.  quando o animal ingere uma massa crua com o fermento ou o próprio fermento irá promover uma expansão pela produção de gás no TGI.  pode resultar em uma dilatação ou torção gástrica. ambiente do estômago é considerado ideal. compressão do fluxo sanguíneo e diafragma. álcool – intoxicação.  alguns fermentos quando estão crescendo produzem substâncias alcoólicas que também podem ser absorvidas provocando intoxicação por álcool. Incoordenaçãomotora, desorientação, estupor, vômito e depressão respiratória. Casos graves: crises convulsivas, rupturas e coma. Os animais quando adultos não possuem a enzima lactase que faz a digestão do leite e seus derivados. Produtos isentos de lactose. A não digestão do leite pode induzir a distúrbios gastrointestinais e flatulência. O tratamento é retirar o alimento e fazer o tratamento sintomático e de suporte Nozes, amendoim e macadâmia. Essas substancias são extremamente oleosas, podendo induzir o paciente ao quadro de pancreatite aguda. Podem ser tóxicos para animais. Princípio tóxico não descoberto. ácido cianídrico. Seu princípio tóxico ainda não foi esclarecido, mas existe uma substância que pode estar presentes no amendoim e macadâmia que é o ácido cianídrico que interfere no transporte de elétrons na célula. Tremores, convulsões e morte. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 54 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Tóxicos para cães. pancreatite. reação alérgica e micotoxinas. Sinais: fraqueza, depressão, vômito, ataxia, tremor, hipertermia, dores abdominais e mucosas pálidas. em menos de 12h. sinais demoram de 8 a 12 h para aparecer, podendo persistir por até 24h. Diminui absorção da biotina (vitamina B). além da Salmonelose ser um problema e tem uma enzima chamada avidina que provoca a diminuição da absorção da biotina que é uma vitamina B (hidrossolúvel). age na formação da pele. deficiência de vitamina B – transtornos de pele e pelos. Salmonela. Animais regularmente alimentados com peixe cru: apresentam deficiência de tiamina (B12). perda de apetite, tremores e convulsões. reações alérgicas – peixe estragado.  muitas vezes essas reações alérgicas estão relacionadas a uma grande liberação de histamina. Vitis vinífera. Uvas e uvas passas são uma causa comum de intoxicação de cães e gatos, possui uma toxicidade que não foi totalmente elucidada. Toxicidade: 3g/kg uva in natura. 11 – 30 g/kg uvas passas. dose fatal: 10 – 57 g fruta/kg peso. falha renal: 32g/kg – uva e 11-30 g/kg uvas passas. Toxicidade pode não estar relacionada à quantidade de uvas ingeridas – variabilidade. a substância tóxica pode estar com uma variedade na sua composição. São intoxicações graves. Diarreia, anorexia, dor abdominal, desidratação, tremores, fraqueza e letargia. Lesão renal: oligúria, polidipsia, anúria. Anamnese. Conteúdo estomacal ou vômito. Urinálise: proteinúria, glicosúria e hematúria. Bioquímicos: hipercalcemia, hiperfosfatemia, azotemia, aumento de ALT. Uvas: digestão lenta!!!!!!!!! Emergência: mortalidade entre 50 a 75% dos casos. Fluidoterapia intensa (48hs no mínimo) – hidratação e função renal. Desintoxicação gastrointestinal. Carvão ativado. Metoclopramida*. Diuréticos. Adoçante natural: fibras vegetais: milho, framboesa, ameixa. utilizada em diversos alimentos humanos. Tão doce quanto a sacarose – 40% menos calórico. Gomas e balas sem açúcar. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 55 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Estimulação da síntese e secreção de insulina – hiperglicemiante/hiperinsulinemia. Cães: aumento grave dos níveis séricos de glicose. ataxia, crises convulsivas em 30 minutos após a ingestão. podem ser fatais. Os cães e gatos podem ter intoxicação pela ingestão da substância, observa que o xilitol aumenta o nível sérico de glicose, possivelmente pela estimulação na síntese de xilitol e interferir na secreção de insulina Acidentes com Animais Peçonhentos Comuns na rotina veterinária, principalmente os animais que ficam a pastos ou que moram em sítios ou fazendas. Existem vários animais peçonhentos, como serpentes, aranhas, escorpiões e abelhas. Tem que tomar cuidados com esses acidentes, pois geralmente podem provocar quadros graves tanto em animais como em humanos. Substâncias tóxicas elaboradas por glândulas especializadas que servem para as funções de proteção e predação. Exclusiva de origem animal. É um veneno produzido por uma glândula especializada que ajuda na função de proteção e predação, esse animal assim que começa a produzir esse veneno fica mais apto a se reproduzir e sobreviver no meio ambiente. Dá nome aos animais venenosos. Substâncias tóxicas localizadas nas vísceras, musculatura ou humores de diferentes espécies. Um animal peçonhento tem essa glândula de veneno que produz e armazena o veneno em alguma vesícula ou glândula. Esse animal tem algum aparelho inoculador, podendo ser o dente, ferrão ou agulhão. Enquanto que os animais venenosos produzem o veneno não tem um aparelho inoculador, a intoxicação ocorre por contato, quando esse animal é comprimido ou ingerido. FONTE: Internet FONTE: Internet Possuem glândula de veneno, que se comunicam com dentes ocos, ferrões ou agulhões, por onde passa o veneno. Exclusivamente de origem animal. Produzem veneno, mas não possuem o aparelho inoculador (dentes ou ferrões), provocam Acidentes com Animais Peçonhentos Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 56 @apostilavet Maria Eduarda Cabral envenenamento passivo por contato, por compressão ou por ingestão. Fonte: Internet As serpentes solenóglifas são as de grande importância no Brasil. possuem a glândula produtora de veneno que se comunica com um dente oco e esse veneno escorre para ser inoculado. o dente não fica o tempo inteiro exposto, quando a serpente dá o bote o dente é projetado. No Brasil não tem cobras, tem apenas serpentes, a cobra entra na classificação da Naja mais comum na região da África. Classificação de acordo com a dentição, quando pensa na dentição da serpente faz a classificação da mordedura. Áglifa: não tem um dente inoculador. Opstóglifa: tem os dentes de tamanhos semelhantes, mas na porção final tem um dente que é um aparelho inoculador. Proteróglifa: um exemplo é a coral, seus dentes são pequenos e possui um aparelho inoculador de veneno. Solenóglifa: maior parte das serpentes peçonhentas no Brasil, tem uma presa caniculada. São provocados por serpentes peçonhentas. No mundo: cerca de 3000 espécies. 410 consideradas peçonhentas. No Brasil: 256 espécies. 69 peçonhentas. 187 não peçonhentas. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 57 @apostilavet Maria Eduarda Cabral 32 do gênero Bothrops.  jararaca. 6 do gênero Crotalus.  cascavel. 2 do gênero Lachesis.  surucucu. 29 do gênero Micrurus.  coral. A maior parte dos acidentes por serpentes peçonhentas é por conta da Bothrops e em segundo lugar a Crotalus, isso ocorre porque a jararaca é uma serpente extremamente agressiva e comum na nossa região. A maioria dos acidentes ocorre no verão (entre janeiro e abril). aumento das atividades agropecuárias, época destinada ao preparo, plantio e colheita da safra agrícola. Época de chuva que acaba revolvendo os esconderijos das serpentes e, além disso, é o período de reprodução das espécies. Áglifas Sem presas, canal e sulco externo, dentes são maciços. jiboia, sucuri, caninana, jaracuçi do brejo. São serpentes constritivas, se enrolam no corpo no animal, quebram os ossos e depois é feita a digestão, não injeta nenhum veneno. Seu olho geralmente é com a pupila redonda. Opistóglifas Par de presas na parte posterior domaxilar, com sulco. falsa coral, muçurana. Podem injetar o veneno e o seu olho é com a pupila redonda. Proteróglifas Presas caniculadas, anterior, necessitam morder a vítima para a inoculação. coral verdadeira. Solenóglifas Grandes presas anteriores, canal central, inoculação rápida e total, bote rápido. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 58 @apostilavet Maria Eduarda Cabral cascavel, jararaca, surucucu. Dente inoculador grande na porção inicial da maxila e o seu olho tem a pupila em fenda. Possui uma fosseta loreal, sendo importante para identificar se a serpente é peçonhenta ou não. Fonte: Internet Órgão de sentido, entre os olhos e as narinas, relacionado com o processo de caça das serpentes. Nervos e células sensoriais adaptadas para a percepção de variações de calor irradiado pelos animais de sangue quente. Orientam a extensão e orientação do bote. Todas as serpentes peçonhentas tem a fosseta loreal, com exceção da coral. Fonte: Internet Órgão olfatorial auxiliar. faz um processo de auxiliar a serpente a perceber cheiros. Ludwig Levin Jacobson. captação de partículas. Examina e fornece o sentido direcional do cheiro. As serpentes tem uma língua bífida que sai da boca do animal e quando está agitando essa língua irá captar partículas do meio ambiente, depois disso, encosta essa língua no Órgão de Jacobson que ajuda na olfação. Tem que classificar o acidente de acordo com a gravidade, pois o tratamento é feito com base nessa gravidade. Mais da metade dos acidentes são de moderados a graves, a gravidade está relacionada na maior parte das vezes com o tempo que o animal ou pessoa demorou para ser orientada com o tratamento e a quantidade de veneno inoculado. Quando tem filhotes de serpentes, existem dois problemas: 1. se tem o filhote, a mãe está por perto Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 59 @apostilavet Maria Eduarda Cabral 2. os venenos das serpentes filhotes são mais concentrados do que os das serpentes adultas. Bothrops Proteolítico: causa necrose, ou seja, destruição do tecido. Anticoagulante: faz o consumo dos fatores de coagulação, o animal apresenta hemorragia. Nefrotóxica: causa destruição dos néfrons. Vasculotóxica: causa edema e síndrome compartimental. Fonte: Internet A jararaca tem uma cabeça triangular, olho em fenda e presença da fosseta loreal, com cauda fina sem particularidades. Geralmente, a pele das jararacas tem um desenho triangular que não se fecha, sendo mais claro em volta. Lachesis Proteolítico. Anticoagulante. Nefrotóxico. Vasculotóxico. Neurotóxico: grupo de sintomas adicionais, estão relacionados a ativação parassimpática. Fonte: Internet Micrurus Neurotóxico. quando faz a soroterapia tem que lembrar que sempre é um acidente grave. Fonte: Internet Serpente com anéis coloridos (possui exceções). Os anéis se fecham na parte ventral nas corais verdadeiras, a cauda é fina e arredondada, com um corpo fino, sua cabeça é arredondada e suas escamas não são ásperas, possuindo a pele lisa. Crotalus Neurotóxico. Miotóxico: dor na musculatura, inclusive na musculatura cardíaca. Coagulante. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 60 @apostilavet Maria Eduarda Cabral muitos livros escrevem que é anticoagulante, mas nesse caso, esse veneno irá aumentar o processo de coagulação, não sendo comum a presença de sangramentos Nefrotóxico: provoca insuficiência renal aguda. Fonte: Internet Pele áspera, olho em fenda, fosseta loreal, cauda diferenciada com guizo, pele com desenhos de losangos e cabeça triangular. Espécies animais envolvidas em ordem decrescente: equina, ovina, bovina, caprina, canina, suína e felina. focinhos e membros anteriores. cabeça, membros, úbere. cabeça. Botrópicos e Laquéticos Botrópicos: relacionados com a jararaca. Laquéticos: relacionados com a surucucu. Bothrops jararaca (jararaca). é a mais comum no país, seu corpo tem desenhos triangulares sempre escuros e geralmente do lado tem uma parte mais clara em formato triangular, olho em fenda e língua bífida. Bothrops alternatus (urutu, urutu cruzeiro). corpo grosso, cabeça triangular, fosseta loreal, olho em fenda e cauda afilada. tem um desenho na pele que se assemelha a um telefone antigo, sendo mais arredondado, é escuro com o contorno claro. aspecto liso e uniforme. cauda termina lisa, sua ponta não tem escamas. Contém enzimas, peptídeos e proteínas de baixo peso molecular. essas moléculas presentes no veneno, principalmente as de baixo peso molecular, faz com que chegue rapidamente no rim e durante o processo de filtração causa a destruição de néfron. Variabilidade na composição de acordo com a espécie da serpente, região e principalmente de acordo com a idade da serpente. jararaca filhote tem um veneno mais concentrado do que a jararaca adulta. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 61 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Ação proteolítica Lesão tecidual e liberação de mediadores inflamatórios. A partir do momento que inocula o veneno começa a liberar mediadores inflamatórios (eicosanoides), chamam muitas células inflamatórias e provocam uma lesão tecidual. Muitas serpentes tem esse efeito proteolítico para auxiliar na digestão do tecido que irá ingerir. Ação anticoagulante Ativação de fatores de coagulação, com consumo de fibrinogênio e formação de fibrina levando à incoagulabilidade sanguínea. consumo dos fatores de coagulação e fibrinogênio, interfere na formação de fibrina e por conta disso, teremos a presença de hemorragia. geralmente. observa no local da picada o edema e sangramento. Gengivorragia, epistaxe, hematêmese, equimoses, etc. Ação vasculotóxica Formação de trombos, hipóxia, edema e necrose. Pela interferência na formação de fibrinogênia e fibrina tem a formação de trombos, hipoxia, edema e necrose. A síndrome compartimental é quando tem um edema muito grande em um membro, geralmente faz o corte para drenar um pouco do líquido. Ação nefrotóxica Oligúria, anúria, vasoespasmo em artérias renais, necrose cortical, dano glomerular e IRA. As substâncias de baixo peso molecular provocam a destruição dos néfrons, ocasionando em oligúria, anúria, vasoespasmo que dificulta a filtração. Fonte: aula da Prof.ª Laura F. C. B. Souza Fonte: aula da Prof.ª Laura F. C. B. Souza Fonte: aula da Prof.ª Laura F. C. B. Souza Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 62 @apostilavet Maria Eduarda Cabral O quanto antes fizer o soro antiofídico mais rápido terá o veneno inativado e menor será a necrose da região. Jamais deve fazer torniquete, pois estará segurando o veneno somente naquela região. se for um veneno proteolítico e miotóxico como o da cascavel, irá concentrar o veneno no tecido, causando um quadro mais grave. Atividade de proteases, hialuronidases e fosfolipases que são substâncias que ajudam na liberação de mediadores da resposta inflamatória. tem como efeito proteolítico as hemorragias no endotélio. Ação das hemorraginas no endotélio. Os sintomas iniciam a partir de 2 a 3 dias da picada,produtos de consumo, medicamentos, os processos de fabricação, a limpeza de resíduos, as medidas de regulamentação, conflitos civis e decisões políticas. Muitas substâncias foram utilizadas em guerras. Estudo dos venenos inclui: Identificação. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 3 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Propriedades químicas. Efeitos biológicos. Tratamento de condições patológicas. Cada fármaco produz uma série de efeitos, mas normalmente apenas um deles está associado ao objetivo principal da terapia – todos os outros são referidos como efeitos indesejáveis ou colaterais. É preciso identificar o veneno, avaliar suas propriedades químicas (características relacionadas a sua polaridade se é mais hidrossolúvel ou lipossolúvel), quais os efeitos desencadeados nesse ser vivo exposto e se é passível de tratamento, seja utilizando antídoto ou fármacos que diminuem os efeitos desse veneno. Não existe uma droga que não provoca nenhum efeito adverso. Agente (ou seu subproduto) que é capaz de produzir uma resposta prejudicial em um sistema biológico. pode ser um sistema específico o ou um organismo como um todo. Praticamente todas as substâncias químicas conhecidas têm o potencial de produzir lesão ou morte, caso estejam presentes em quantidades suficientes. as substâncias tem seus efeitos terapêuticos e colaterais, toda a droga tem a capacidade de provocar uma lesão ou morte ao organismo, desde que estejam em concentrações suficientes. Podem ser classificados: estado físico, estabilidade química ou reatividade, estrutura química geral ou pelo potencial de intoxicação. Venenos originados por sistemas biológicos: plantas, animais, fungos ou bactérias. um animal ou outro ser vivo que produziu, como por exemplo a bactéria que produz a toxina botulínica. Termo usado para descrever os efeitos de um veneno em um sistema vivo. quando há sinais no paciente, por exemplo, houve um efeito tóxico de aumento da glicemia, efeito de provocar convulsão... Descreve o estado da doença que resulta da exposição a um veneno. Sinônimo de envenenamento e intoxicação. Quantidade de um veneno, que sob condição específica, cause efeitos tóxicos ou resulte em alterações biológicas prejudiciais. pode haver intoxicação sem haver sinal clínico, como por exemplo, ao ingerir um suco de frutas que continha agrotóxicos, esse agrotóxico pode estar causando uma mutação no DNA da célula. Dose: quantidade total do veneno recebido pelo animal. Dosagem: quantidade de veneno por unidade de peso do animal. Todos os efeitos tóxicos são dose-dependentes. quanto maior for a dose maior tende a ser o efeito, sendo dose-dependentes. Uma dose: efeitos indetectáveis, terapêuticos, tóxicos ou letais. Relação dose-resposta. Resposta graduada. Expressa em mg/kg. CL50 e CL (concentração letal). conceito utilizado para ambientes aquáticos, onde a substância estará diluída. Maior dose não tóxica (MDNT). o quanto daquela substância pode “ingerir” sem se intoxicar. Dose tóxica baixa (DTB). Dose tóxica alta (DTA). próximo de provocar a morte do paciente, sendo uma dose letal. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 4 @apostilavet Maria Eduarda Cabral DE50: dose eficaz 50. DL50: dosagem de uma substância química necessária para produzir a morte de 50% dos animais tratados. pode não refletir a toxicidade de um agente. não fala somente de morte, mas se for exposto por um produto tóxico todos os dias em pequenas quantidades, acarretará em quadros de intoxicação. é utilizada para animais que não são aquáticos determinando a quantidade necessária para o animal entrar em contato e vir a óbito. Utilizar pequenas doses por um período prolongado também possui um fator de toxicidade importante. – Concentração do agente. Tempo de exposição suficiente. Órgão alvo. Suscetibilidade. A via de absorção é como a droga entra dentro da célula, a via de exposição é como o animal entrou em contato com a droga, ocorrendo antes da de absorção. Gastrointestinal (ingestão). Pulmonar (inalação). Cutânea. Parenteral. O veículo e outros fatores de formulação podem alterar significativamente a absorção. O veículo utilizado para um produto de cães é diferente do veículo utilizado para bovinos porque a característica de absorção será diferente. Aguda Efeitos de uma única dose ou múltiplas doses durante 24 horas. Não leva em consideração a gravidade dos sinais clínicos observados para aquela exposição. Subaguda Exposições repetidas e efeitos observados após 30 dias ou menos. Subcrônica Exposição e efeitos entre 1 a 3 meses. Não expressam efeitos carcinogênicos e de gerações múltiplas. Crônica Exposições prolongadas por 3 meses ou mais. Pode ocorrer tolerância (DL50). o corpo pode adquirir tolerância, ou seja, o organismo pode se adaptar a aqueles efeitos que são comuns serem menos prejudiciais. o problema é que quanto mais tempo for exposta, mais efeito cumulativo irá ocorrer. Fator de cronicidade – efeitos cumulativos. Risco (perigo) Prejuízo sob condições de uso específico: alta toxicidade X exposição baixa ou limitada. baixa toxicidade X uso contínuo. Cada droga promove uma série de efeitos. efeitos desejáveis X efeitos colaterais, efeitos colaterais, adversos, nocivos ou tóxicos da droga.  reações alérgicas.  reações idiossincrásicas (reação exagerada).  toxicidade imediata X retardada.  efeitos tóxicos reversíveis X irreversíveis.  toxicidade local X sistêmica.  interação de substâncias.  tolerância.. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 5 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Toxicocinética e Toxicodinâmica Vamos entender melhor sobre a toxicocinética e toxicodinâmica? A toxicocinética possui 4 fases: 1. Absorção. 2. Distribuição. 3. Biotransformação. 4. Excreção. A absorção é diferente da exposição, pois para absorver uma substância é necessário que o organismo tenha sido exposto a ela, dessa forma, a exposição ocorre antes da absorção. A exposição seria uma . Toxicocinética e Toxicodinâmica Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 6 @apostilavet Maria Eduarda Cabral As vias de absorção é como a droga entra dentro da célula, a principal via de absorção é a (não há gasto de energia), mas para que isso ocorra, é necessário que o tamanho da molécula coincida ou seja menor que o tamanho do canal de passagem. Quando tem absorção por difusão simples, a célula absorve o produto e o mesmo precisa chegar em um local alvo, ou seja, no receptor que ele se ligará. O sangue (plasma) que faz essa etapa de distribuição, porém, uma parte que está no plasma chegará ao e a outra chegará ao fígado, órgão que atua no processo de . Temos o fígado como principal órgão de biotransformação, sendo que esse processo ocorre no retículo endoplasmático liso (REL). Durante a metabolização, chegará à substância carreada pela albumina no fígado, a droga se desliga da albumina e adentra o hepatócito. Ao entrar no hepatócito será direcionado ao REL que é um aparato celular que fará a metabolização. Tudo aquilo que já foi metabolizado e pode ser excretado, será excretado. A principal forma de excreção do corpo é a urina, mas também pode ser pelas fezes (bile) e outras vias, como leite, saliva, suor.... Biotransformação Dentrocom formação de vesículas e bolhas, são características e costumam ser da cor da pele, com a progressão ficam mais arroxeadas e escuras, depois formam abscessos até a necrose. Pode pedir como provas os testes de coagulação, tempo de coagulação, tempo de protrombina e tempo de tromboplastina parcial. Se esse paciente tem um problema de coagulação, o tempo de coagulação estará cada vez mais aumentando, podendo ter um sangue chamado de incoagulável que demora mais de 30 minutos para ter a coagulação. Acima de 6 horas geralmente vira um acidente grave, podendo ter como complicação a formação de abscesso e necrose. Veneno extremamente proteolítico que causa a destruição do tecido, podendo resultar em limitações de movimentos. As serpentes do gênero Lachesis, no Brasil, se encontram distribuídas na região da Bacia Amazônica e em algumas áreas da Mata Atlântica. Lachesis muta rhombeata (surucucu). Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 63 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Aspecto eriçado na parte ventral. tem escamas arrepiadas na porção final e uma parte lisa. O veneno laquético tem efeito tóxico semelhante ao do gênero botrópico, somado à efeitos no sistema parassimpático. tem o efeito neurotóxico. Os animais apresentam, quando picados, quadro gastrointestinal, hipotensão e bradicardia. Principalmente relacionado ao sistema parassimpático, que é o sistema de repouso e digestão, terá quadros gastrointestinais, vômitos, sialorreia, diarreia, hipotensão, bradicardia, dificuldade respiratória, miose e entre outros. Em relação aos efeitos nicotínicos pode encontrar tremores, fasciculações e convulsões. Quando tem um acidente botrópico e laquético precisamos classificar o acidente em leve, moderado e grave, só pode ser tratado desse jeito. No leve temos um tempo de coagulação normal ou diminuído. A soroterapia sempre feita será por via intravenosa. Se passar de 24h e não obtiver melhoras, podemos fazer novamente uma aplicação de metade da dose inicial. Cuidado: a aplicação da soroterapia pode ser acompanhada por sinais de choque anafilático. Acidentes Crotálicos No Brasil, seis subespécies do gênero Crotalus (cascavel): Crotalus durissus terrificus (mais comum). C. durissus collilineatus. C. durissus cascavella. C. durissus ruruima. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 64 @apostilavet Maria Eduarda Cabral C. durissus marajoensis. C. durissus trigonicus. Cauda diferenciada com guiso ou chocalho. Encontradas em campos abertos, áreas secas, arenosas e pedregosas, encostas de morros e cerrados. É uma serpente muito agressiva. Pode apresentar-se como uma marca puntiforme dupla, única ou como um arranhão, porém a localização do ponto de inoculação é muito difícil nos animais. . Efeitos miotóxicos, nefrotóxico, neurotóxico e coagulante. Crotamina: ação na membrana da fibra muscular, aumentando a permeabilidade ao sódio e a despolarização do potencial de membrana, promovendo espasmos. é uma fração do veneno identificada. altera o funcionamento da fibra muscular por aumentar a permeabilidade ao sódio e provoca uma alteração na repolarização da membrana, causando espasmos musculares. A principal fração do veneno é o complexo crotoxina: responsáveis pela ação miotóxica, lesionando as fibras musculares esqueléticas, especialmente as do tipo I – provocando a ruptura de organelas intracelulares. liberação de mioglobina e aumento das atividades de enzimas marcadoras de lesão muscular como CK, lactato desidrogenase (LDH) e aspartato aminotransferase (AST). animal apresenta necrose de coagulação, que pode evoluir para a rabdomiólise e miosite necrótica focal. a crotoxina induz à agregação plaquetária, com ação semelhante à da trombina e transforma, o fibrinogênio em fibrina, portanto, não são observadas hemorragias. Destrói as fibras musculares, principalmente a do tipo I, consequentemente, temos a liberação de mioglobina na corrente sanguínea e ao chegar no rim para ser filtrada causará a destruição dos néfrons. Seus efeitos podem ser avaliados através da liberação de mioglobina (mioglobinúria), e enzimas marcadoras de lesão muscular como CK, LDH e AST (grandes animais) ou ALT (pequenos animais). Pode ter necrose de coagulação, como tem muita liberação de ácido lático evolui para rabdomiólise e miosite necrótica focal. Promove a agregação plaquetária por ter efeito semelhante a trombina, além disso, não consome o fibrinogênio, faz a transformação do fibrinogênio em fibrina e com isso, não teremos hemorragias. Em grandes animais pode encontrar o acidente crotálico com hemorragias não muito intensas, podendo ter sangramento no local da picada. Giroxina produz sintomas de toxicidade no labirinto. tem um andar incoordenado pela toxicidade no labirinto. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 65 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Convulxina provoca efeitos convulsivantes, respiratórios, circulatórios e também às lesões labirínticas. Na ptose palpebral o veneno é neurotóxico, sendo a ptose e fáscies miastênicas um dos principais sinais crotálicos. Fonte: aula da Prof.ª Laura F. C. B. Souza Mais comum que o tempo de coagulação não altere. Geralmente no acidente leve tem aumento de CK. COAGULANTE, MIOTÓXICO, NEUROTÓXICO, NEFROTÓXICO Alterações locais pouco evidentes. aumento do tempo de coagulação, mialgia generalizada, alterações visuais (anisocoria, ptose palpebral). urina cor de “água de carne”, mioglobinúria, anúria e IRA. Acidentes Elapídicos Micrurus ibiboca (coral ibiboca). mais comum na região Sul. Micrurus corallinus (coral). Micrurus frontalis (coral). Cauda mais afilada, cútis (pele) fina, não é áspera, sem pupila em fenda e sem fosseta loreal. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 66 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Falsa Coral Erythrolampus aesculapii.: o anel não se fecha na região ventral e possui uma região ventral mais amarelada e esbranquiçada. Serpente amplamente distribuída no mundo e na fauna brasileira, na qual são encontradas aproximadamente 22 espécies conhecidas popularmente como cobras corais ou corais verdadeiras. Uma serpente peçonhenta pode inocular o veneno mesmo depois de morta caso encostem no dente inoculador dela. Ação do veneno: neurotóxica. Alterações locais pouco evidentes. ptose palpebral (fascies miastênica ou neurotóxica), diplopia, oftalmoplegia, sialorreia e dificuldade de deglutição. Neurotoxinas pré e pós sinápticas com ação em junções neuromusculares. Neurotoxicidade periférica promove uma alteração em junção neuromuscular com neurotoxicidade periférica. Causa paralisia muscular flácida grave, podendo o animal vir à óbito rapidamente devido à falência respiratória por paralisia muscular. Sempre é um acidente grave, promove a paralisia da musculatura com flacidez, dificulta a respiração e o animal ou indivíduo, acarretando no óbito por falência respiratória. Sinais GRAVES: sem dor e edema. parestesia local. fraqueza muscular progressiva. dificuldade em deambular. fascies miastênica. dificuldade em deglutir. dificuldade respiratória – precoce. Soroterapia A dosagem depende da gravidade. A dosagem para crianças é a mesma para os adultos. Não existe contra indicaçãopara gestantes. A via de administração é intravenosa. A soroterapia deve ser o mais precoce possível. Dose única ou múltipla. : conservação por 5 anos. : independe da idade e do peso do animal. Sintomas persistentes por mais de 24h ou com agravamento do quadro, fazer nova administração com metade da dose inicial. 4, 8 e 12 ampolas IV soro antibotrópico. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 67 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Cada ampola 10 mL neutraliza 25 mg de veneno. 5, 10 e 15 ampolas IV soro anticrotálico. Sempre acidentes são considerados graves. 10 ampolas de soro antielapídico. Cada ampola 10 mL neutraliza 25 mg de veneno. Realizado quando não se sabe qual é o acidente, é um kit antiofídico geral. Variação do protocolo de acordo com a marca. ler atentamente o rótulo do produto antes de aplicar. Aplicação de 1 “kit” (dose) e após 3 horas, se não houver remissão dos sintomas, aplicar 2 ou 3 doses, de acordo com a gravidade. Leve: urticárias, tremores, tosse, náuseas, dor abdominal, prurido, rubor facial. Grave: arritmias cardíacas, hipotensão arterial, choque. Iniciam logo após a aplicação do soro. Doença do Soro: 5 a 20 dias após a soroterapia. febre, artralgia, linfadenomegalia, urticária, proteinúria. O soro provoca muitos efeitos colaterais, precisando ter essa terapia de suporte já calculado para o paciente. Anti-histamínicos. Analépticos respiratórios. Neurolépticos. Simpatomiméticos. ex. adrenalina. Sedativos. Analgésicos. Antibióticos. Importante fazer a vacina antitetânica. Traqueostomia se necessário! Não amarre! Não corte nem fure! Não dê álcool, querosene ou outra substância! Mantenha a vítima em repouso! Leve com urgência ao atendimento!!!!!! Torniquete. Sucção. Incisão. Substâncias sobre o local da picada. Acidentes com Aracnídeos As aranhas são divididas em dois grupos: 1. Verdadeiras: Phoneutria (aranha armadeira). Loxoceles (aranha marrom). Latrodectus (viúva negra). Lycosa. Essas três principais aranhas são comuns causadoras de acidentes, principalmente a aranha armadeira e a Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 68 @apostilavet Maria Eduarda Cabral aranha marrom. Enquanto que a Lycosa é a aranha de jardim, também chamada de tarântula. 2. Não Verdadeiras: Caranguejeiras. Essa divisão possui relação com a localização das quelíceras. Entre os meses de outubro a abril (a partir do início da primavera), devido ao ciclo reprodutivo, uma maior mobilidade e desalojamento desses animais provocado pelas chuvas. Esses acidentes ocorrem em maior parte nesse período com a aranha armadeira e as outras, sendo a exceção a aranha marrom que é comum de acontecer em épocas mais frias. Fonte: Globo : aranha armadeira, aranha de bananeira. Em situação de perigo, ergue as patas dianteiras e apoia-se nas traseiras. sua principal característica é que quando se sente ameaçada se apoia nas patas de trás e levanta as patas dianteiras, ficando na posição de ataque. É relativamente grande. : 5 cm de corpo e até 15 cm de envergadura. Hábito noturno. Comportamento agressivo. salta até 10x o seu tamanho. Responsáveis pelo maior número de acidentes dentre as aranhas. : pelos cinza curto, pares de manchas claras no dorso do abdômen, dupla fila longitudinal mediana. tem como característica as manchas claras alternadas com manchas escuras. Comum em região de bananal, tomar cuidado ao ir no mercado e pegar o cacho de banana, pois costumam ficar escondidas. Seu acidente é comum, sendo feita a classificação de leve, moderada e grave. Leves Dor intensa imediata. Sinais locais são de edema e eritema discretos. Duas pequenas lesões causadas pelas quelíceras. Moderados Dor intensa, náusea, vômitos, taquicardia, sudorese, hipotensão arterial e agitação psicomotora. Graves Arritmias cardíacas, insuficiência cardíaca, edema pulmonar, convulsões e coma. Pode ocorrer priapismo. não é comum de acontecer só em casos graves, pode ocorrer em casos moderados e leves. Possivelmente sobre os canais de sódio. Despolarização das fibras musculares e terminações nervosas sensitivas, motoras e do Sistema Nervoso Autônomo, justificando a sintomatologia. Causa alteração no canal de sódio, interferindo na despolarização das fibras musculares e promovendo a alteração no sistema nervoso autônomo, com ativação simpática e parassimpática. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 69 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Fisiologicamente, tem a membrana neuronal com sódio do lado de fora da célula e potássio dentro, toda vez que passa o impulso nervoso tem a abertura dos canais iônicos, entrando o sódio e saindo o potássio. Infiltração de lidocaína sem vasoconstritor no local da picada. Anti-inflamatórios ou opióides. Compressas mornas. Antibióticos. Soro antitetânico. a soroterapia para acidentes com aranhas só está disponível para humanos, não consegue utilizar dentro da medicina veterinária. O animal precisa ficar internado. Não é comum no acidente com aranha armadeira que aconteça necrose, geralmente quando acontece é restrito no local da picada. Fonte: Internet : aranha marrom. : pequenas, de aproximadamente 1 cm e pernas longas com cerca de 3 cm. é uma aranha pequena e que gosta de ficar dentro de casa, não tem comportamento agressivo, pica somente quando precisa se defender. Encontrada no Sul e Sudeste do Brasil. Pouco agressivas, picando quando comprimidas apenas. Habitam principalmente interior de residências, refugiando-se em roupas, sapatos e armários. É um acidente grave e possui um veneno muito potente. Ação proteolítica, hemolítica e coagulante. causa lesão de hemácias, plaquetas e membranas endoteliais. Fator quimiotático para neutrófilos, acarretando seu recrutamento e agregação plaquetária. coagulação intravascular nos capilares ao redor da lesão e levando à necrose dérmica. Quando tem a picada ocorre a liberação do fator quimiotático para neutrófilos, dessa forma, os neutrófilos são chamados para a região em grande quantidade, aumentando a presença de pus, além disso, também estimula a agregação plaquetária que pode resultar em CID. De 6 até 12h após a picada, na região local começa a ter edema, fica mais vermelha e a lesão começa a se agravar, a dor inicialmente não é intensa, mas conforme as horas passam a dor começa a aumentar Quadro de instalação lenta e progressiva, com sinais surgindo entre 12 e 36h após a picada, com surgimento de edema e eritema locais, evoluindo para áreas hemorrágicas no local, mescladas com áreas de isquemia (placas marmóreas). A dor se intensifica (“queimadura de cigarro”). O local com edema e eritema tem a evolução para a formação de bolhas e vesículas, tendo como sintoma comum as placas marmóreas, a região fica mais arroxeada com áreas esverdeadas. Cutânea Tríade bolhosa ou mancha equimótica. pequena necrose central circundada por halo isquêmico e área eritematosa e necrose de toda área com extensão gravitacional no final da primeira semana e início da segunda semana. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 70 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Lesão somente na pele, chamada de tríade bolhosa ou mancha equimótica. tem a formação das placas marmóreas.No local da picada se inicia a necrose, sendo circundadas pelas manchas equimóticas, essa necrose é de extensão gravitacional ao longo dos dias. Cutânea-visceral Somados à forma cutânea, com manifestações clínicas sistêmicas de hemólise intravascular, anemia aguda, icterícia, oligúria, hemoglobinúria 12-24h pós acidente, possível IRA, agitação e confusão, coma e morte. Sinais sistêmicos como rash cutâneo, cefaleia, mal estar, náusea, vômito, mialgia e visão turva podem ocorrer. Rash cutâneo é característica nesse acidente, a pele abre no local da ferida, sendo uma necrose extensa da lesão, com muita dor e muita formação de pus. Demora muito tempo para se resolver o acidente. Não há disponibilidade do soro antiloxoscélico para animais; soro antiaracnídeo/antiloxoscélico – 10 ampolas IV. Curativo local. Analgésicos e anti-inflamatórios (corticoides). cuidado com corticoides, pois apesar de ser um bom anti-inflamatório, ele diminui a velocidade de cicatrização. Anti-histamínicos. Antibióticos. Hidratação parenteral. Diuréticos. Vacina antitetânica. Fonte: Internet : viúva negra, aranha ampulheta, flamenguinha. não é comum na região do Paraná. Abdome globoso e preto com manchas vermelhas, forma de ampulheta no ventre. Fêmeas com 8 a 12 mm de corpo. Machos com 3 mm de corpo. Encontrada em todos os continentes. no Brasil, a principal espécie encontrada é a L. geometricus. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 71 @apostilavet Maria Eduarda Cabral O mecanismo de ação do veneno ainda não é totalmente esclarecido, sabe-se que favorece a liberação transitória de acetilcolina nas terminações axonais, seguido de depleção de acetilcolina das vesículas sinápticas. a partir do momento da picada interfere o sistema nervoso parassimpático, promovendo a liberação transitória de acetilcolina. Os primeiros sinais aparecem cerca de 30 a 40 minutos após a picada. Os sinais iniciam com dor local intensa e irradiada. Podem ocorrer contraturas musculares, mialgias, convulsões tetânicas, sialorreia, dor abdominal, sudorese. Bradicardia, hipotensão, choque hipovolêmico, IRA. Morte por parada respiratória e choque. Não possui tratamento, seu tratamento é somente sintomático. Fonte: Internet : tarântula, aranha de jardim, aranha de grama. é a aranha de jardim, se alimenta de insetos e baratas, não é agressiva e seu veneno não é muito preocupante. Encontrada em todo o Brasil. Possui o ventre negro e dorso acinzentado. tem como característica uma flecha no seu abdômen. Fêmeas com 2 cm de corpo e total 4,5 cm. Macho com corpo menor e pernas mais longas. Vivem em buracos, cavam o chão, são caçadoras e ágeis, gostam de expor-se ao sol da tarde e ambientes secos. Não são agressivas, picam somente quando atacadas. O acidente provoca dor local e transitória, edema, eritema leve e necrose superficial. O veneno é proteolítico. Tratamento geralmente não é necessário, mas pode ser sintomático com curativo local, pomadas corticóides e antibióticos. Fonte: Internet : Therafosa, Pamphobeteus, Acanthoscuria. Apresentam pelos urticantes na região posterior do abdome. Quando ameaçadas, esfregam suas patas posteriores no abdome e lançam estes pelos em enormes quantidades ao seu redor, podendo ocasionar irritação de pele ou de mucosas. Ferrão com 1 a 2 cm de comprimento no sentido vertical e a picada ocorre de cima para baixo. : 10 cm de corpo, 30 cm de comprimento total, 60gr de peso. Hábitos noturnos ou crepusculares, vivem isoladas (não são aranhas que vivem em grupos). Combatem escorpiões, Lycosa e Phoneutria. Veneno com ação no SNC, quando ocorre a picada, levando a reações de hipersensibilidade, dor local leve com edema e eritema insignificantes. A regressão do quadro ocorre em 1 a 2 horas. Tratamento local com pomadas corticóides e anti- histamínicos. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 72 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Acidentes com Escorpiões Ocorre com maior frequência nas regiões tropicais e subtropicais. gênero mais importante Tityus. T. serrulatus (escorpião amarelo).  é o mais importante na região do Paraná. T. bahiensis (escorpião marrom). T. stigmurus. Fonte: UNESP Mais frequente no PR, SP, GO, BA. Fonte: FioCruz Mais frequente na região NE. Fonte: Instituto Butantan Mais frequente em MG. O T. serrulatus tem uma serrinha na região da cauda e tem um aparelho inoculador de veneno chamado Telson. O escorpião enxerga muito pouco, com isso, aproxima o aparelho inoculador próximo da cabeça quando se sente ameaçado. Maior parte dos acidentes em meses quentes e chuvoso. Telson. Fonte: UNESP Tamanho: 6-7 cm de comprimento. Hábitos noturnos. Habitat: prefere lugares sombrios e frescos. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 73 @apostilavet Maria Eduarda Cabral troncos apodrecidos, sob pedras, frestas, madeiras, telhas. entulhos. Alimentam-se de insetos e aranhas. Pouca acuidade visual, esperam a presa se aproximar. Tricobótrias. Não são agressivos, picam apenas para se defender. As duas glândulas de veneno do escorpião situam-se no último segmento da cauda, que termina num ferrão inoculador. na porção final da cauda tem o aparelho inoculador. – T. serrulatus. consegue se reproduzir por partenogênese, isso significa que não necessariamente a fêmea precisa do macho para a sua reprodução. se o ambiente tem características ideais para a reprodução, a fêmea consegue se reproduzir sozinha. VENENO NEUROTÓXICO Titystoxina e neurotoxina É um veneno neurotóxico e não possuímos soro na medicina veterinária. Existem várias frações tóxicas, possuindo diversas neurotoxinas, sendo que uma se chama Titystoxina. Atuam nos canais de sódio alterando despolarização das membranas nas terminações nervosas pós ganglionares do sistema simpático e parassimpático. interfere na função nervosa simpática e parassimpática. Liberação maciça de acetilcolina, adrenalina e noradrenalina que vão atuar em diversos locais no organismo. promove a liberação de neurotransmissores adrenérgicos e colinérgicos. Pela alta liberação de acetilcolina e adrenalina é encontrado diversos efeitos diferentes. como consequência da liberação de catecolaminas: midríase, hiperglicemia, arritmias cardíacas, taquicardias, aumento de pressão arterial, edema agudo de pulmão, insuficiência cardíaca e choque cardiocirculatório. provoca cardiomiopatia escorpiônica. Promove a destruição dos cardiomiócitos (células cardíacas), por isso o animal apresentará muitos problemas cardiovasculares, sendo um efeito que acompanha o paciente pelo resto da vida. liberação de acetilcolina: provoca sinais adrenérgicos. aumento das secreções das glândulas lacrimais, nasais, sudoríparas, da mucosa gástrica e pâncreas. promove a pancreatite escorpiônica. Piloereção, alterações do sistema termorregulador, tremores, espasmos musculares, miose, priapismo, diminuição da frequência cardíaca e hipotensão. O quadro final depende da predominância dos efeitos colinérgicos ou adrenérgicos. se tem mais predominância de sistema colinérgico terá vômito, bradicardia, diarreia, pancreatite e afins. se tem efeito mais adrenérgico tem taquicardia, aumento da pressão, broncodilatação. Desequilíbrio hidroeletrolítico: perdas gastrointestinais, sudorese, hipertermia. em decorrência das atividadesexcessivas das glândulas do trato gastrointestinal. Falência cardíaca e edema pulmonar: na maior parte dos casos são os responsáveis pela morte do animal. Ação do veneno sobre o sistema nervoso simpático: liberação de grande quantidade de catecolaminas e ação direta do veneno sobre os cardiomiócitos. estimula maior influxo de cálcio, maior demanda de oxigênio devido à liberação das catecolaminas, são responsáveis pela deterioração da função cardíaca. cardiomiopatia escorpiônica. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 74 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Quando tem liberação de catecolaminas o coração precisa trabalhar mais e precisa de mais oxigênio, pela saída exacerbada de cálcio, ocorrerá uma interferência na função do cardiomiócito provocando a destruição dessas células e acarretando nas alterações cardíacas. Anormalidades neurológicas: coma, convulsão, hemiplegia, hipotermia ou hipertermia, tremores, agitação, irritabilidade extrema. devido a sudorese excessiva pode ter hipotermia. Dor limitada ao ponto de inoculação sob a forma de ardor, queimação, ferroadas ou agulhadas, podendo aumentar de intensidade e irradiar para grandes distâncias. a dor pode atingir limites intoleráveis. Hiperemia e edema geralmente discretos. Sudorese de leve até de grande intensidade, provocando hipotermia. Sialorreia e lacrimejamento aparecem precocemente, assim como rinorreia (nariz do animal começa a escorrer). Tosses e espirros nos casos mais graves. náusea e vômitos, cólicas difusas e violentas, distensão abdominal. Possibilidade de pancreatite aguda desencadeada por ação tóxica direta da peçonha. Alteração da visão, tonturas, cefaleia, nistagmo, dificuldade de marcha, delírios e alterações de olfato. : tremores e contrações musculares, convulsões. Gravidade das manifestações Sinais Clínicos acidentes leves Somente sinais locais. Dor em 100% dos casos acidentes moderados Sintomatologia local e alguns sistêmicos: agitação, sonolência, sudorese, náuseas, vômitos, hipotensão arterial, taquicardia e taquipneia. acidentes graves Sinais locais e sistêmicos. Vômitos frequentes, sialorréia, agitação, alteração da temperatura, alterações neurológicas e cardiovasculares, morte. Hiperglicemia, leucocitose com neutrofilia, mioglobinemia, mioglobinúria. a hiperglicemia e a leucocitose com neutrofilia está relacionada com a liberação de catecolaminas. mioglobinemia e mioglobinúria pela destruição dos cardiomiócitos. Níveis da atividade da amilase, CK, AST, LDH podem estar aumentados. indicam ação cardiotóxica do veneno, juntamente com mioglobinemia e mioglobinúria. Lesões degenerativas da fibra muscular cardíaca. Lesões hemorrágicas em subendocárdio. Microtrombos em capilares – decorrentes de CID. Soro antiescorpiônico ou antiaracnídeo polivalente. Alívio da dor com drogas de ação proporcional à sua intensidade. Alívio dos sinais sistêmicos. Vasodilatadores, anticolinérgicos, antieméticos, corticosteroides, analgésicos, anticonvulsivantes. ação antagonista  1 e diminui a resistência vascular periférica. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 75 @apostilavet Maria Eduarda Cabral melhora do retorno venoso e redução da pressão de enchimento cardíaco. Evitar acúmulo de lixo doméstico, entulho, material de construção, etc, próximo às residências. Evitar plantas densas próximas às casas. Sacudir roupas e calçados antes do uso. Evitar andar descalço. Evitar a entrada destes animais durante a noite, fechando janelas, vedando frestas, etc. Acidentes com Abelhas Os acidentes mais importantes são com as abelhas africanizadas. Acidentes sérios e geralmente fatais nos animais domésticos em decorrência da indução de graves reações tóxicas e alérgicas. Importância do histórico relatado pelo proprietário, tratamento precoce e o acompanhamento clínico do animal acidentado, muitas vezes por longo período. Histórico no Brasil. essa abelha não existia no Brasil até o período da colonização, pois foi nesse período que os portugueses trouxeram as abelhas europeias para a produção do mel, porém, elas não possuíam tanta aptidão para a produção do mel como as africanas, então, junto com o período da escravidão houve a chegada das abelhas africanas no Brasil. em 1960 houve o escape das abelhas africanas, essas abelhas começaram a se proliferar e reproduzir com as abelhas europeias e outras espécies, dando origem a abelha africanizada. esse escape de abelhas aconteceu na região de Rio Claro, no interior de São Paulo, a partir do momento que escaparam e se proliferaram, chegaram em toda a América do Sul e Norte. São agressivas, formam enxames rapidamente, como defesa própria, promovem ataques. Mistura de aminas biogênicas, peptídeos e proteínas. 8 frações tóxicas. o veneno da abelha é formado por várias frações tóxicas, sendo a mais importante a melitina. Melitina Propriedade hemolítica, cardiotóxica e citotóxica. O efeito citotóxico ocorre pela diminuição da tensão superficial da água da membrana plasmática, promovendo sua destruição. Mistura de aminas biogênicas, peptídeos e proteínas Fosfolipase A2: efeito hemolítico do veneno. Fosfatase ácida: atividade alergênica moderada a intensa. Apamina: ação neurotóxica. Interfere na permeabilidade iônica de membranas celulares, causando diminuição do influxo de K+, reduzindo o tônus inibitório e aumentando a excitabilidade. leva à convulsões, hiperatividade, espasmos dos músculos esqueléticos e morte por falência respiratória. O PROGNÓSTICO É DE ACORDO COM A QUANTIDADE DE PICADAS. A área do corpo mais afetada: facial - ocular, nasal e oral. Em acidentes com múltiplas picadas, o animal recebe ferroadas por todo o corpo. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 76 @apostilavet Maria Eduarda Cabral As cores mais escuras atraem mais abelhas do que as cores claras. maior incidência em animais com pelagem. MAIS FREQUENTE: uma ou poucas picadas. dor inicial intensa, eritema, edema, febre, náuseas e urticárias. acidentes com uma ou poucas picadas, se o animal for alérgico poderá culminar em choque anafilático. a utilização da homeopatia para animais alérgicos apresenta uma boa resposta. Em casos de animais sensibilizados ou sensíveis, podem ocorrer reações de hipersensibilidade tipo I ou choque anafilático, mesmo que com uma única picada. Múltiplas picadas - múltiplos ferrões pelo corpo: agitação, náusea, êmese, hipotensão, fraqueza generalizadas, torpor, taquicardia, taquipneia, edema pulmonar, mialgia generalizada, incoordenação, tremores e espasmos, nistagmos, convulsões e coma. morte em decorrência da cardiotoxicidade do veneno. MANIFESTAÇÕES TARDIAS: hematúria, hemoglobinúria, hematomas, rabdomiólise, IRA, CID e alterações na coagulação. pode precisar fazer o monitoramento por até um mês. Animais podem apresentar diminuições de hematócrito, hemoglobina e trombocitopenia decorrente do efeito hemolítico do veneno. Lesão renal com hemoglobinúria pela deposição de cilindros de hemoglobina nos túbulos. Monitorar proteinúria, bilirrubinúria, hematúria, leucócitos e descamação celular. Pode ocorrer azotemia pela IRA. Leucocitose com neutrofilia, desvio à esquerda, linfopenia e eosinopenia. mais comum é a ocorrência de leucocitose com neutrofilia. pode ter a presença de até metamielócitos no desvio a esquerda. Produção e liberação de neutrófilos ecélulas jovens como bastonetes e metamielócitos. acidose metabólica. Aumento de ALT e CK. Não há antiveneno específico. Tratamento de suporte e monitorização constante. Administração de adrenalina na fase precoce. Sedar animais muito agitados ou com mialgia intensa. Anti-histamínicos. Hidrocortisona e antibiótico bactericida, anti- hemorrágicos. : administração de bicarbonato de sódio. um pouco controverso sua administração na medicina veterinária. Os ferrões das abelhas que permaneceram no animal devem ser retirados fazendo a raspagem dos pelos do animal. evita que cerca de 2/3 do veneno que permanece armazenado no aparelho inoculador após a picada seja inoculado. JAMAIS DEVE ARRANCAR O FERRÃO COM PINÇA Ao retirar com a pinça, irá apertar o ferrão, eliminando mais veneno na corrente sanguínea do animal. Tem que monitorar o paciente depois que recebe alta do internamento por pelo menos uma vez na semana. Animais que recebem menos de 14 picadas/kg geralmente sobrevivem. Entre 14-24 picadas o animal estará em condição crítica com prognóstico reservado. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 77 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Acima de 24 picadas/kg o animal normalmente virá a óbito. Acidentes com Animais Venenosos Não apresentam o aparelho inoculador, a intoxicação ocorre quando o animal entra em contato com a pele desse animal venenoso. Sapos Distribuídos em praticamente todo o mundo, com predileção pelas áreas de clima tropical e temperado úmido. bastante comum, principalmente nas casas próximas a locais mais úmidos como lagos, chácaras... gênero Bufo. todos os sapos do gênero Bufo possuem importância toxicológica. existem rãs que são venenosas, mas isso está mais presente na região Amazônica. Veneno possui ação principalmente sobre SNC, coração e trato gastrointestinal. Não possuem aparelho de inoculação, mas possuem glândulas na superfície da sua pele que produzem veneno de alta toxicidade, sendo capaz de acarretar no óbito do animal. glândulas mucosas e granulosas produtoras de veneno e estão localizadas em toda a pele. glândulas paratóides: atrás da membrana do tímpano. glândula paracnemis: atrás das tíbias. O sapo quando se sente ameaçado faz a liberação do veneno. localizam-se bilateralmente na região pós orbital e são compostas por glândulas do tipo granuloso, especializadas na produção e no armazenamento do veneno, que possui um aspecto leitoso. a glândula paracnemis também apresenta esse aspecto leitoso. presentes em toda a superfície corpórea dos sapos. produz uma secreção menos viscosa. A função dessas secreções são antipredatórias e de defesa. A secreção leitosa fica contida em vesículas e somente é excretada quando o sapo é ameaçado ou quando são comprimidos. Cães que nunca viram sapo, ao verem pela primeira vez podem tentar brincar ou morder o animal. Os cães podem se envenenar abocanhando ou ingerindo o sapo, que libera o veneno na mucosa oral do predador. O veneno pode penetrar pelas mucosas do trato gastrointestinal superior ou por ferimentos na pele. o veneno é muito lipossolúvel sendo rapidamente absorvido pela mucosa do trato gastrointestinal. o animal pode inalar um pouco e realizar a absorção por via respiratória ou em lesões na pele podem ter a absorção desse veneno. O veneno possui 2 grandes grupos de substâncias ativas: as aminas biogênicas e os derivados esteroides. 1. Aminas biogênicas: adrenalina, noradrenalina, bufoteninas, dihidrobufoteninas e as bufotioninas. Acidentes com Animais Venenosos Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 78 @apostilavet Maria Eduarda Cabral imitam o efeito principalmente relacionado a ativação simpática. 2. Derivados esteroides: bufodienólide e a bufotoxina agem de forma semelhante aos digitálicos, inibindo a bomba de sódio e potássio das células da musculatura cardíaca. é a parte lipídica do veneno, possuindo o bufodienólide e bufotoxina que interferem na bomba de sódio e potássio alterando o funcionamento da musculatura cardíaca. , e a possuem efeitos alucinógenos por atuarem no sistema nervoso central. Os derivados esteroides, colesterol, ergosterol e gama sistosterol constituem a fração do veneno considerada neutra. podem intoxicar, mas alguns desses derivados que não interferem na musculatura cardíaca, estão presentes para transformar o veneno em mais lipídico para ser facilmente absorvido. Característica lipossolúvel – mucosas. É líquido, denso, cremoso e de cor branca. Os efeitos do veneno aparecem quase logo após o acidente: irritação local ou sintomatologia sistêmica, da qual pode evoluir para a morte do animal em até 15 minutos após o aparecimento dos sinais. Os efeitos do veneno são principalmente de natureza cardiotóxica, semelhante a de intoxicação digitálica. sinais: salivação excessiva, seguida de prostração, arritmia cardíaca, edema pulmonar, convulsões e morte. vômito e sialorreia auxiliam na eliminação de parte do veneno. A sialorreia é um dos principais sintomas de intoxicação por sapos. Quando o animal está com sialorreia não se deve utilizar medicamentos que bloqueiam a salivação, pois o vômito e a sialorreia auxiliam na eliminação parcial do veneno, JAMAIS DEVE SER UTILIZADO A ATROPINA. Náuseas, vômitos, salivação imediata, lacrimejamento intenso, corrimento nasal, respiração ofegante e curta. fase de agitação: desorientação, prostração, paralisia, convulsão, fibrilação ventricular e morte. Irritação da mucosa oral e sialorreia. Além dos sinais leves, vômito, depressão, fraqueza, ataxia com andar em círculos, anormalidades do ritmo cardíaco, evacuação e micção. Sinais anteriores somados à diarreia, dor abdominal, decúbito esternal, pupilas não responsivas à luz, convulsões, edema pulmonar, cianose e pode evoluir para óbito. sinais menos comuns: excitação, arqueamento do dorso, incontinência fecal, perturbações visuais, paralisia muscular progressiva, cegueira e vocalização. Lavar a boca ou mucosa afetada com água em abundância. lavar com água corrente e água fria, jamais água quente. Administração de carvão ativado e catártico. Evitar o uso de atropina, pois a sialorreia é importante para a eliminação de parte do veneno.. Propanolol: arritmias cardíacas (2 mg/kg). Cloridrato de Verapamil: estudos recentes com o objetivo de comparar a eficácia dos antiarrítmicos em envenenamentos experimentais mostrou esse medicamento como de escolha, pois evitou o óbito em 100% dos casos. Perntobarbital sódico: convulsões. Tem que lavar muito a boca, dar o catártico para o veneno ser eliminado o mais rápido possível, pode tentar Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 79 @apostilavet Maria Eduarda Cabral lavar a boca do animal com um pouco de carvão ativado em pó. Aplicou-se o veneno da espécie Bufo marinus, diretamente na mucosa oral de 2 cães: salivação intensa, midríase, excitação, vômitos, perturbação visual, incoordenação motora, incontinência fecal e prostração. salivação intensa de coloração rósea por várias horas. Baseado na gravidade do quadro clínico, espécie do sapo, potência do veneno, quantidade de veneno absorvida, porte do animal, suscetibilidade individual e fatores genéticos. De forma geral a mortalidade é considerada baixa. o mais comum é que o animal apresente sintomas moderados a leves, mas existem diversos casos de animais que vieram a óbito por acidentes com sapos.Lagartas Urticantes Esses acidentes na rotina veterinária não são muito comuns, pois o próprio pelo do animal protege a pele contra o veneno da lagarta. esses acidentes em humanos são comuns e graves. Conhecidas como lagarta de fogo, taturana, bicho cabeludo. dispõem-se em placas compactas no tronco ou galhos de árvores. Incidência crescente na Região Sul. Maior frequência nos meses quentes. O veneno da Lonomia promove uma atividade fibrinolítica intensa e persistente. tem atividade fibrinolítica, fazendo lesão de queimadura, pode provocar bastante hemoglobinúria e mioglobinúria, a lesão é muito dolorosa Coloração marrom esverdeada com listras longitudinais marrom escuro e amarelo ocre, cabeça cor de caramelo. Espinhos ramificados e pontiagudos em forma de “pinheirinhos” no dorso. Essas lagartas formam placas em troncos ou galhos de árvores. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 80 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Manifestações e gravidades Quadro local Tempo de coagulação Sangramento Tratamento leve presente normal ausente sintomático moderado presente ou ausente alterado ausente ou presente em pele/mucosas sintomático, soroterapia (5 ampolas de SALon IV) grave presente ou ausente alterado presente em vísceras risco de vida sintomático, soroterapia (10 ampolas de SALon IV) Acidente leve possui um quadro local, sendo o tratamento sintomático com pomadas analgésicas e limpeza do local. O soro antilonômico está disponível somente na medicina humana. O veneno está na pele e nos espinhos do animal, quando entra em contato o veneno é liberado. O contato promove um distúrbio de coagulação decorrente da ação de substâncias presentes em seus líquidos biológicos. ação fibrinolítica. Urticária, dor em queimação, edema, eritema, vesículas e ardência. Inflamações, febre, mal estar, vertigem, cefaleia, náuseas, aumento ganglionar e dores articulares. Manifestações hemorrágicas: hematomas, equimoses, gengivorragia, hematemese, hematúria. Dependendo da lesão pode encontrar hemoglobina e mioglobina na urina. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 81 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Aplicação local Amônia, bicarbonato de sódio. tratamento controverso. Antissépticos, analgésicos, hidratação, anti-histamínicos e corticóides. Quando Lonomia Apronitina ou ácido epsilon aminocapróico. agentes antifibrinolítico. disponível somente na medicina humana. Administração de fibrinogênio e papa de hemácias. SALon – soro antilonômico. Plantas Tóxicas de Interesse Agropecuário “O mundo animal que cercam as plantas influencia profundamente não somente a morfologia, mas também sua química” (Stahl, 1988). “Uma planta tóxica ao animal é aquela que, quando ingerida naturalmente por um período curto ou prolongado, causa efeitos nocivos à sua saúde ou mesmo a sua morte” (Steyn, 1933). A toxicidade das plantas tóxicas são uma forma de se protegerem para que não sejam ingeridas. As plantas possuem vários tipos de mecanismo de defesas que envolvem a toxicidade. Permite que estruturas nobres sejam atacadas, desde que sejam ataques de pequena intensidade. faz com que o animal não ingira uma grande quantidade daquela estrutura. Estratégias para escapar temporariamente ao ataque. dependendo do período do ano produz uma toxina, geralmente relacionado aos períodos reprodutivos. Métodos para deter, repelir ou interferir no desenvolvimento ou na reprodução de predadores. muitas plantas deixam os animais que fazem a sua ingestão doentes como um mecanismo de defesa, dessa forma, há um controle populacional dos animais que são predadores daquelas plantas. Os aleloquímicos são as toxinas, podendo ser benéficos ou maléficos. São os metabólitos secundários que podem atuar estimulando ou inibindo a ingestão. São compostos químicos, sintetizados por um organismo e que podem afetar outro organismo. A ingestão de plantas tóxicas e seus efeitos na saúde do animal promovem diversos tipos de perdas econômicas. Mortes de animais. Diminuição de índices reprodutivos. Diminuição da produtividade. Alterações decorrentes de doenças transitórias. Depressão imunológica. Custos de controle das plantas tóxicas em pastagens. Manejo para evitar intoxicações. Redução do valor das pastagens. Diagnóstico de intoxicações. Plantas Tóxicas de Interesse Agropecuário Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 82 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Espécie: bovinos e equinos pela deficiência de vitamina B1, que faz com que esses animais ingiram coisas estranhas a sua alimentação. Idade: jovens e velhos. Estado de saúde: animais debilitados. Cor da pelagem: está relacionado com a fotossensibilização. Exercícios: diluição do princípio ativo. não é um consenso, pois pode ter uma aceleração no metabolismo desse composto tóxico. Tolerância e imunidade. Resistência individual. Fase de crescimento: floração, brotação e frutificação. existem períodos do desenvolvimento da planta que pode ter mais toxina ou não, estando relacionado a fase de crescimento da planta. Partes tóxicas de planta: raiz, folhas, frutos e sementes. existem plantas que são inteiras tóxicas e outras que apenas uma parte é tóxica. Variedades da mesma espécie: está mais relacionado ao clima do local que essa planta se localiza. Estado da planta: seca, fresca, picada, triturada. Solo: nitrogênio, potássio. Período do ano: seca ou chuvas. Composição do solo, temperatura, umidade: interfere na concentração do princípio tóxico. Existem diversos tipos de princípios tóxicos encontrados nas plantas a pasto e nas plantas ornamentais. Pirrolizídinicos: causadores de lesões hepáticas irreversíveis. provocam lesão e destruição de hepatócitos. Piperidínicos: ação sobre o SNC. Piridínicos: ação sobre o SNC. Esteróides: ação sobre o SNC e inibidores da colinesterase. Tropanos: ação sobre SNC. Cianogênicos: liberam o ácido cianídrico quando hidrolisados. quando o animal ingere e faz a mastigação ocorre a absorção e metabolização, acarretando na liberação do ácido cianídrico. Bociogênicos: também conhecidos como tioglicosídeos. Esteróides: digitalina, saponina. a saponina imita o veneno do sapo. Os glicosídeos são liberados por qualquer dano na planta, seja por mastigação ou trituração. Miosina. Indospira. Fitohemoaglutininas: causam aglutinação de hemácias. Enzimas. Oxalato de cálcio: acúmulo de nitratos. leva a formação de metemoglobina pela formação excessiva de nitrito no rúmen. Taninos. Gossipol. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 83 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Acido monofluoracético ou fluoracetato de sódio. Glicosídeo norsesquiterpeno (ptaquilosídeo). EUA (17 ESTADOS) - 1992: prejuízo 340 milhões de dólares. BRASIL: no Rio Grande do Sul (1997) teve a estimativa 14% das mortes de bovinos sendo por ingestão de plantas tóxicas. extrapolação para o país:  170 milhões (rebanho).  mortalidade de 5%  1.200.000/ano de gado bovino. AFM1. quando o animal ingere uma planta contaminada por micotoxinas promove a liberação de AFM1 que pode ser considerado um metabólito residual de plantas. Ptaquilosídeo - Pteridium aquilinum. alguns trabalhos sugerem quequando o bovino ingere a samambaia o ptaquilosídeo sai no leite como resíduo. Glucosinolatos - Brassica spp. Alcalóides piperidínicos – Conium maculatum. Alcalóides pirrolizidínocos – Senecio jacoeba; Crotalaria spp. Quase sempre por ingestão acidental, os sintomas surgem em um tempo relativamente curto. O animal ingere uma grande quantidade da planta e os sintomas aparecem de forma rápida. A ingestão continuada, acidental ou propositada, seus sinais geralmente são complexos e graves. Ingestão de quantidades menores geralmente que provocam alterações no organismo do animal. Algumas plantas tóxicas são muito palatáveis. Nierembergia e Amaranthus. a mais palatável de todas é a erva de rato. A privação de alimentos faz com que os animais ingiram plantas de menor palatabilidade e tóxicas. Falta de limpeza dos pastos, faz com que tenha uma concentração de plantas tóxicas. no Brasil, não tem muitos proprietários de fazenda que levem a sério a forma de limpeza do pasto, pois quanto mais sujo de planta tóxica, mais prejuízos terá. Animais de outros lugares podem ingerir plantas tóxicas das quais não conheciam. Deficiência mineral, principalmente fósforo, ocasiona perversão de apetite. Contaminação da planta por algum microrganismo, onde ocorra formação de toxinas. Divisão regional. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 84 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Critério botânico. Toxinas. Local e/ou efeito. Paulicourea marcgravii NOME POPULAR Cafezinho, erva de rato, café bravo. CARACTERÍSTICAS Uma das principais plantas tóxicas do Brasil, muito palatável e tóxica. Geralmente provoca a morte. Ampla distribuição. Boa palatabilidade. Alta toxicidade. Folhas e frutos tóxicos. Crescimento exuberante. é uma planta que forma como se fosse um arbusto chamando a atenção do animal. SINAIS CLÍNICOS Poucas horas após a ingestão da dose letal e consistem em pulso venoso positivo. seu princípio ativo é o fluoracetato, logo após a ingestão o animal começa a apresentar os sinais clínicos. Polaquiúria. Instabilidade postural. Tremores musculares. Decúbito esternoabdominal e depois lateral. Taquipneia. Movimentos de pedalagem. Opistótono. Mugidos constantes. Convulsões tônicas até a morte. se tem o movimento de pedalagem com convulsão ou não dependerá da quantidade de planta ingerida e do tempo que o animal foi achado. TRATAMENTO E CONTROLE Impedir o acesso à planta. Sem tratamento efetivo. Acetamida Não existe tratamento, alguns trabalhos mostram que a substância Acetamida poderia diminuir a evolução da doença, mas não tem um consenso. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 85 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Paulicourea juruana. Paulicourea grandiflora. Arrabidae bilabiata. Arrabidae japurensis. PRINCÍPIO ATIVO Ácido monofluoracético. MECANISMO DE AÇÃO Toxicidade decorrente do fluorcitrato. No ciclo de Krebs bloqueia a enzima aconitase, com isso, diminui a produção de energia pela célula, interferindo o processo de respiração celular. Dessa forma, o organismo começa a alterar o metabolismo de carboidratos, lipídios e proteínas por tentar utilizar como fonte de energia. O animal entra em depleção energética indo ao óbito. Plantas cianogênicas Manihot esculenta: mandioca brava. Sorghum sp: sorgo. em grandes quantidades. Cynodon: capim tifton. Holocalyx glaziovii: alecrim de campinas. Piptadenia macrocarpa: angico-preto. Prunus sphaerocarpa: pessegueiro bravo. MAHIHOT ESCULENTA Nome Popular Mandioca brava, mandioca mansa. Características Variação na concentração de glicosídeos. mansas tem uma menor concentração e bravas são utilizadas para farinha. Existe uma diferença da quantidade de glicosídeos presentes na mandioca. As mansas têm uma concentração menor e a bravas uma concentração maior, sendo as bravas utilizadas para a farinha por precisar que essas raízes sejam quebradas em pedaços e fiquem um tempo secando, pois o princípio é liberado e começa a evaporar. raízes devem ser arrancadas/quebradas em pedaços. secagem ao ar livre – volatilização. Sinais clínicos Excitação, tremores musculares, desequilíbrio, queda, dispneia, movimentos de pedalagem, midríase, mucosas com coloração rosa brilhante, convulsão e morte. O tempo para surgimento dos sintomas é de aproximadamente 5 minutos. Tratamento e controle Associação de 30g de tiossulfato de sódio (hipossulfito de sódio) e 20g de nitrito de sódio diluído em 500 mL de água destilada. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 86 @apostilavet Maria Eduarda Cabral administração de IV, 20 mL dessa solução para cada 50 kg de peso vivo do animal, aplicados uma única vez. Não é um tratamento muito utilizado na rotina. Princípio ativo Glicosídeo cianogênico (linamarina e lotaustralina). Mecanismo de ação Toxicidade decorrente dos íons cianeto. Esses princípios levam ao aumento da liberação de íons cianetos. O cianeto quando entra no organismo reage com o ferro do citocromo e de outras células, quando promove essa reação com o ferro acarreta em um bloqueio do transporte de elétrons, a hemoglobina não consegue mais carrear o oxigênio e a célula entra em depleção de oxigênio. Ricinus communis NOME POPULAR Mamona, carrapateira. CARACTERÍSTICAS Efeito neurotóxico (bovinos) e gastrointestinal. outras espécies animais são mais comuns sinas gastrointestinais. Ampla distribuição. fome, pois não é uma planta palatável. Maior toxidez em períodos de seca. 1 mg/kg – animais. SINAIS CLÍNICOS Por ingestão de sementes: iniciam-se antes de 24h. anorexia, diarreia líquida com muco/fibrina ou estrias de sangue. Por ingestão de folhas: 4 a 5h após a ingestão. ataxia, decúbito, tremores musculares, sialorreia, eructação excessiva, convulsões, coma e morte. dermatite alérgica, rinite e asma em animais sensibilizados. TRATAMENTO E CONTROLE Êmese, lavagem gástrica, controle dos sinais gastrointestinais e desequilíbrio hidroeletrolítico, controle das manifestações alérgicas. O ideal é fazer a lavagem e indução do vômito em pequenos animais. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 87 @apostilavet Maria Eduarda Cabral é mais difícil fazer os bovinos e equinos vomitarem, sendo feito a lavagem gástrica nesses animais. PRINCÍPIO ATIVO Ricina e ricinina. está presente principalmente nas folhas. MECANISMO DE AÇÃO Ricinina provoca alterações nervosas em bovinos (poucas informações). Pteridium aquilinum NOME POPULAR Samambaia. CARACTERÍSTICAS Planta herbácea, ramificada, com crescimento em solos ácidos. variam conforme a espécie, quantidade e tempo de ingestão. Não é palatável, o animal ingere por estar com fome quando não tem uma boa qualidade do pasto. A samambaia promove a liberação dos princípios tóxicos no leite, possuindo importância na saúde pública. SINAIS CLÍNICOS Sinais neurológicos: presente em equinos. incoordenação, tremores musculares, convulsões, opistótono e morte. Carcinomas epidermóides: variam com a localização dos tumores. na região orofaríngea: dificuldade de deglutição, hálito fétido, dispneia. no esôfago e cárdia: disfagia, timpanismo ruminal intermitente, dificuldade de eructação (figueira de goela),acomete animais com mais de 4 anos de idade. TRATAMENTO Não existe um tratamento com eficácia prolongada e a remoção dos animais das pastagens infestadas não reverte o quadro em bovinos. Para equinos, a remoção do local pode ser suficiente. se retirar os equinos do local tende a melhorar devido aos sinais serem neurológicos. Uso de vitamina B1 (1g/dia durante 3 dias) pode ser feito. HEMATÚRIA ENZOÓTICA BOVINA Pequenos carcinomas de bexiga (nódulos lisos ou rugosos) e a ulceração destes tumores pode levar à perda constante de sangue juntamente com a urina (anemia crônica), emagrecimento progressivo e morte. . Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 88 @apostilavet Maria Eduarda Cabral DIÁTESE HEMORRÁGICA Danos à medula óssea, resultando a leucopenia e trombocitopenia, levando à sinais como epistaxe, hemorragia oral e vaginal, derrames hemorrágicos em olhos, sufusões em mucosas, hematidrose (“suor de sangue”), hipertermia. lesões que promovem interferência na coagulação e perdas sanguíneas. . PRINCÍPIO ATIVO Tiaminase: promovem distúrbios neurológicos em monogástricos. Ptaquilosídeo: glicosídeo nosesquiterpênico de atividade carcinogênica, mutagênica e clastogênica. MECANISMO DE AÇÃO Tiaminase Quebra da vitamina B1 acarretando na sua inativação, com isso, tem o surgimento dos sinais neurológicos. Ptaquilosídeo surgimento de OH- (hidroxilas) que interage com nitrogênio da adenina, que interfere no DNA e promove uma alteração mutagênica. Cestrum laevigatum. Sessa braziliensis. Thiloa glaucocarpa. Crotalaria anagyroides (?). Principalmente as plantas ornamentais tem como princípio ativo os alcaloides pirrolizidínicos. Cestrum laevigatum/ Sessea braziliensis NOME POPULAR Dama da noite, coreana (Cestrum). Peroba d ́água, canela de veado (Sessea). CARACTERÍSTICAS Arbusto ou árvore pequena (Cestrum). Árvore de porte médio (Sessea). Intoxicação após a ingestão de brotos. Comum principalmente na região Sudeste. ingestão de frutos e folhas murchas. PRINCÍPIO ATIVO Desconhecido. sabe-se que são os alcaloides pirrolizidínicos, mas seu princípio em si ainda não foi descoberto. Promove um quadro de hepatotoxicidade semelhante àqueles produzidos por alcaloides pirrolizidínicos já identificados. Crotalaria spp NOME POPULAR Xiquexique, guizo de cascavel. CARACTERÍSTICAS Sementes contidas no fruto, quando secas ficam soltas e produzem o som de guizo de cascavel. SINAIS CLÍNICOS Anorexia. Emagrecimento progressivo. Excitação. TRATAMENTO Não existe um tratamento específico, é o sintomático e o de suporte junto com a retirada dos animais do local que contêm essas plantas. PRINCÍPIO ATIVO Pirrolizidinas? o princípio ativo suspeita que seja os pirrolizidínicos. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 89 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Brachiaria decumbens NOME POPULAR Requeima. CARACTERÍSTICAS B. decumbens é uma gramínea, quando temos o desenvolvimento do fungo P. chartarum, pode ocorrer a formação de uma toxina. É uma planta que altera o desempenho do animal. PRINCÍPIO ATIVO Esporodesmina (fungo). Saponina (planta). Quando tem o desenvolvimento do fungo tem a produção de uma toxina e observa sinais relacionados a distúrbios hepáticos e lesões cutânea. Esse fungo produz a toxina sendo a esporodesmina que provoca uma lesão, mas a própria planta contém a saponina que é uma substancia tóxica. SINAIS CLÍNICOS Depende da quantidade de toxina ingerida. Ingestão de grandes quantidades em tempo curto pode levar o animal à morte. formas assintomáticas podem apresentar alterações de enzimas hepáticas (AST e GGT) sem sinais de icterícia. Forma crônica mostra icterícia e sinais de fotossensibilização com lesões de pele, emagrecimento progressivo, apatia, anorexia. TRATAMENTO Retirada do animal da pastagem contaminada. possibilitando que o fígado consiga se recuperar. Tratamento sintomático, com limpeza de lesões. Lantana camara NOME POPULAR Chumbinho, cambará. CARACTERÍSTICAS Distribuída amplamente pelo país. Intoxicação pela ingestão contínua e prolongada da planta. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 90 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Variedade de cor. PRINCÍPIO ATIVO Triterpecenos policíclicos. promovem principalmente a lesão hepática e renal, com lesões de pele evidentes. SINAIS CLÍNICOS Fotossensibilização, icterícia, desidratação, estase ruminal e insuficiência renal na fase terminal. A evolução da intoxicação pode durar de 3 dias a 2 semanas, para bovinos e ovinos. Plantas Tóxicas Ornamentais Plantas herbáceas, arbustivas e trepadeiras, que compõem jardins ou vasos. são as plantas utilizadas para a decoração e melhorias no ambiente. Intoxicação é pouco documentada na Medicina Veterinária, sendo difícil de encontrar dados na literatura. Acometidos: cães, gatos, pássaros, equinos, suínos, pequenos ruminantes... Cães e gatos possuem um maior acesso a essas plantas ornamentais. idade do animal: filhotes faz a ingestão dessas plantas com maior frequência, devido ao seu comportamento curioso e brincalhão. tédio. mudança de ambiente. Plantas que quando ingeridas, por período curto ou não, causam efeitos nocivos à saúde, podendo até mesmo levar à morte. As toxinas das plantas: são produtos secundários do seu metabolismo. são sintetizadas para atuar como adjuvantes no mecanismo de sobrevivência. ou seja, auxiliam na sobrevivência da planta no ambiente. Pode ocorrer de maneira aguda ou crônica. Intoxicação aguda crianças e filhotes. Dependendo da quantidade de planta que o animal ingere, mesmo sendo intoxicação aguda pode ter sinais graves. Plantas Tóxicas Ornamentais Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 91 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Intoxicação crônica Acidental ou não, provoca distúrbios clínicos graves e complexos. algumas plantas possuem princípios ativos mais tóxico que outras. princípio tóxico mais ativo dependendo da maturidade. algumas partes da planta podem conter o princípio e outras não. períodos secos ou chuvosos. 1998 – 2000 (USP): 8,4% dos casos atendidos eram de intoxicação por plantas. SINITOX (2006): 1691 casos de intoxicação por plantas em humanos e 122 em animais. existe muita subnotificação. de acordo com as características morfológicas e taxonômicas. pelo princípio tóxico, mecanismo de ação, efeitos. pela sintomatologia e lesões. raízes, caule, folhas, frutos e sementes. 4 ETAPAS BÁSICAS: 1. Diminuição da exposição ao tóxico. 2. Aumento da eliminação do tóxico já absorvido. 3. Administração de antídotos e antagonistas: para plantas não existem antídotos. 4. Tratamento geral e sintomático. Diminuição da exposição ao tóxico êmese ou lavagem gástrica (2 a 4h), sendo necessário tomar cuidado com plantas irritantes ou cáusticas, pacientes deprimidos. provocar o vômito do animal que ingeriu a planta, mas se for uma planta muito irritante ou cáustica tem que tomar cuidado para não causar uma lesão adicional. êmese ineficaz. banho com água corrente. Aumento da eliminação do tóxico já absorvido Pouco utilizado. Administração de antídotos e antagonistas Difícil. Tratamento geral e sintomáticoInfluência no prognóstico. Manutenção das funções vitais: controle cardiorrespiratório. controle de convulsões. controle de delírios e agitações. controle de hipertermia. controle da dor. Nome popular Amarílis, lírio beladona. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 92 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Princípio tóxico Licorine e outras não identificadas. o licorine é extremamente tóxico, principalmente para gatos. Características Flores semelhantes ao lírio, cor de rosa, flores durante a primavera e verão. Sinais A ingestão de grandes quantidades do bulbo causa vômito, depressão, diarreia, dor abdominal, hipersalivação, anorexia e tremores. geralmente o animal se intoxica por ingerir a planta em si ou o bulbo. Pode provocar insuficiência renal nos gatos. Tratamento Sintomático. Nome popular Clívia. Princípio tóxico presente principalmente no bulbo. Características Flores eretas, alaranjadas, cultivadas em vasos ou canteiros. Sinais clínicos Diarreia, salivação e vômito. Tratamento Sintomático. Nome popular Narciso. Princípio tóxico Narcissina, narcipoetina, licorine e outros alcalóides. Características Herbáceas bulbosas com flores amarelas, solitárias e perfumadas. não é uma planta arbustiva com muitas flores. Bulbo é a parte mais tóxica. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 93 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Sinais clínicos Distúrbios gastrointestinais graves, convulsões, tremores, hipotensão, dermatites e arritmias cardíacas. Nome popular Antúrio. Princípio tóxico Cristais de oxalato de cálcio. Características Semi herbácea com flores brancas, creme ou esverdeadas. São tóxicos as folhas e o caule. as folhas e o caule são tóxicos, mas em alguns casos a ingestão da flor também causa intoxicação. Sinais clínicos A ingestão geralmente não ocorre em grandes quantidades porque a planta causa rapidamente irritação oral, queimação de lábios e língua, edema, vômito, dificuldade em deglutir. Geralmente, quando o animal ingere essa planta ele não consegue comer em grandes quantidades, pois o oxalato de cálcio promove irritação da mucosa gástrica e oral. Tratamento Lavar as áreas que entraram em contato com a planta e sintomático. Nome popular Tinhorão, caládio. Princípio tóxico Cristais de oxalato de cálcio. todas as plantas que tem oxalato de cálcio causam irritação na mucosa oral. Características Usada em vasos ou jardineiras. Todas as partes são tóxicas. as folhas são extremamente tóxicas pela grande quantidade de cristais de oxalato de cálcio. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 94 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Sinais clínicos Estomatite, sialorreia, vômito e dermatite de contato. Tratamento Lavar áreas que entraram em contato com a planta e sintomático. Plantas que tem na composição oxalato de cálcio, alguns autores relatam que o leite pode atuar provocando um sequestro de cálcio do veneno, podendo ser utilizado no tratamento. Entretanto, há divergências, não são todos que recomendam essa utilização do leite. Nome popular Inhame, orelha de elefante. Princípio tóxico Cristais de oxalato de cálcio. Características Cultivadas para produção de rizomas, possui diversas variedades. Sinais clínicos Os rizomas são comestíveis, mas as folhas são tóxicas, causando irritação da boca e língua. Tratamento Sintomático. Nome popular Comigo ninguém pode. Princípio tóxico Cristais de oxalato de cálcio e proteínas tóxicas desconhecidas. Características Caule espesso e suculento. As folhas, caule e seiva são considerados tóxicos. praticamente toda planta é considerada tóxica. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 95 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Sinais clínicos Dor logo após a ingestão, estomatite, irritação da garganta, anorexia, vômito, diarreia, perda da voz, tremor na cabeça, sialorreia e dispneia. pode provocar edema de língua. Tratamento Sintomático, lavar áreas que entraram em contato com líquidos frios. Nome popular Costela de adão, banana do mato. Princípio tóxico Cristais de oxalato de cálcio. Características Planta semi herbácea. A folha é tóxica. Sinais clínicos Afonia, salivação, estomatite e urticária. afonia: o animal fica mudo por um período. Provoca muita irritação na boca, se o animal encostar na planta pode provocar urticária e vermelhidão. Tratamento Sintomático. Nome popular Filodendro. Princípio tóxico Cristais de oxalato de cálcio e proteínas não identificadas. Características Folhas contém ráfides de oxalato de cálcio e proteínas que causam irritação de boca, pele e mucosas. Praticamente toda a planta é tóxica. Sinais clínicos Estomatite, salivação, dermatite de contato, dor intensa para deglutir, insuficiência renal aguda, hipotermia, bradicardia ou taquicardia, midríase, excitabilidade, espasmos musculares e convulsões. Encefalite em gatos. Tratamento Lavagem do local e sintomático. Nome popular Jiboia, erva do diabo. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 96 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Princípio tóxico Cristais de oxalato de cálcio. Características Usada como ornamento e também encontrada em pastagens. Folhas espessas e coriáceas, amarelas ou brancas. Planta extremamente tóxica. Sinais clínicos Estomatite, vômito e dificuldade em deglutir. Pode provocar afonia. Tratamento Sintomático. Nome popular Copo de leite, lírio do Nilo. Princípio tóxico Cristais de oxalato de cálcio. Características Planta robusta, com rizoma vigoroso, florífero. A planta inteira é tóxica. Sinais clínicos A ingestão das folhas é o mais comum, causando estomatite, sialorreia e vômito. o mais comum é o animal ingerir a folha, mas a flor também é tóxica. O lírio da paz também é extremamente tóxico para os animais. Tratamento Sintomático. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 97 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Nome popular Hera, hera-inglesa. Princípio tóxico Saponinas (hederagenina e hederina). Características Planta trepadeira, apresenta saponina na planta toda, com maior concentração em folhas e sementes. Extremamente tóxica. Sinais clínicos Humanos: ingestão das sementes levou ao coma. Sinais de intoxicação: estomatite, irritação gástrica, agitação, vômito, diarreia, espasmos musculares e dermatite de contato. Tratamento Sintomático. Nome popular Cheflera. Princípio tóxico Cristais de oxalato de cálcio. Características Planta arbustiva. Sinais clínicos A ingestão das folhas causa estomatite, sialorreia, vômito e dermatite de contato. Tratamento Sintomático. Nome popular Espirradeira, oleandro. Princípio tóxico Glicosídeo cardiotóxico (oleandrina). Características Arbusto grande e flores brancas, róseas ou vermelhas. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 98@apostilavet Maria Eduarda Cabral Sinais clínicos Dose letal para bovinos, ovinos e equinos de 0,25- 0,5 g/kg. importância para grandes animais porque as vezes cresce no pasto. Cães e gatos podem se intoxicar ingerindo folhas verdes ou secas, raiz ou flores. Inalação da fumaça da queima da planta, sendo todas as partes venenosas. se a planta for queimada irá liberar substancias tóxicas extremamente nocivas para o sistema respiratório e neurológico. Tratamento Deve ser rápido, com lavagem gástrica com carvão ativado, monitoração das funções cardíacas e respiratórias, tratamento de suporte. É uma emergência. Nome popular Chapéu de napoleão. Princípio tóxico Glicosídeo cardiotóxico (oleandrina). Características Arbusto com flores amarelas, provoca intoxicação semelhante à por Nerium oleander. Sinais clínicos Taquipneia, taquicardia e outras arritmias, midríase, vômito, diarreia intensa, dor abdominal e estomatite. provoca aumento da liberação de noradrenalina e acetilcolina interferindo no sistema gastrointestinal. Tratamento Deve ser rápido, com lavagem gástrica com carvão ativado, monitoração das funções cardíacas e respiratórias, tratamento de suporte. É uma emergência. Nome popular Crisântemo, bem me quer, margarida. Princípio tóxico Sesquiterpeno lactona. Características Flores pequenas reunidas em capítulos brancos/róseos ou amarelos e com o centro amarelo. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 99 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Sinais clínicos Dermatite de contato, eritema imediato, exantema, prurido, crostas e descamação – “mal do florista”. provoca dermatite de contato de forma intensa e imediata. Tratamento Remoção com bastante água corrente e tratamento da alergia com corticóides e anti-histamínicos. Nome popular Maria mole, flor das almas. Princípio tóxico Alcalóides pirrolizidínicos (senecina e senecionina), sendo hepatotóxico. Características Planta herbácea, flores amareladas. Pode ser encontrada em pastos. Sinais clínicos Distúrbios neurológicos, disfagia, inapetência, perda de peso, cólica, edema, icterícia e fotodermatite. Pode ocorrer fibrose hepática e hiperplasia biliar. O animal pode apresentar aumento das enzimas hepáticas, icterícia e fotodermatite, podendo inclusive levar a formação de hiperplasia biliar e fibrose hepática. Tratamento Sintomático. Nome popular Calanchoe. Princípio tóxico Bufenolídeos, glicosídeos cardíacos. Características Herbácea suculenta com inflorescências terminais ramificadas, com flores vermelhas, róseas, amarelas, alaranjadas. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 100 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Sinais clínicos Depressão, dispneia, bruxismo, ataxia, opistótono (coelhos) e morte (ratos). planta extremamente tóxica podendo levar a morte por alterações neurológicas. Tratamento Sintomático. Nome popular Azaléia. Princípio tóxico Graiatoxinas. É uma das plantas mais tóxicas. Características Flores com muitas variedades de cor. Toxinas em folhas, flores, pólen, néctar. Sinais clínicos Surgem horas após a ingestão, salivação, lacrimejamento, vômito, diarreia, dispneia, fraqueza muscular, convulsões, coma e morte. Provoca lesões neurológicas, causando ataxia, fraqueza muscular progressiva, coma e morte. Tratamento Lavagem gástrica, carvão ativado, catárticos salinos, diuréticos, cálcio e antibióticos. É uma emergência. Nome popular Coroa de cristo, coroa de espinho. Princípio tóxico Látex irritante, toxalbumina ricina. Características Arbusto com espinhos, agressivos com látex, com substâncias irritantes e cáusticas o caule. Sinais clínicos Dor abdominal, salivação no caso de ingestão e irritação de pele e membranas mucosas e conjuntivas. Cólicas em bovinos. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 101 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Tem muitos espinhos que são extremamente irritantes, não é comum sua ingestão pela grande quantidade de espinhos, mas o animal pode entrar em contato com o látex e ingeri-lo. Tratamento Sintomático. Nome popular Mamona, carrapateira, palma de cristo. Princípio tóxico Látex irritante, lectina, ricina e outros não identificados. Características Arbusto com frutos espinhosos, com sementes lisas, brilhantes e negras. A planta inteira é tóxica, mas as sementes são mais tóxicas. Sinais clínicos Aparecem horas a dias após a ingestão, com anorexia, náuseas, vômitos e diarreia sanguinolenta, tremores musculares, convulsões, insuficiência renal aguda. Tratamento Sintomático, lavagem gástrica com carvão ativado, catárticos e diuréticos. Nome popular Olho de cabra. Princípio tóxico Abrina, lectina. Características Leguminosa com sementes vermelhas e na ponta, coloração preta. Inibem a síntese proteica nas células da parede intestinal. A planta é tóxica, mas a ingestão da semente pode provocar lesões mais graves. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 102 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Sinais clínicos Gastrite e enterite - náuseas, vômito, dor abdominal intensa, diarreia, lesões ulcerosas em boca e esôfago. A semente pode provocar lesão intestinal porque esses princípios tóxicos podem alterar as proteínas das células intestinais, interferindo na absorção de nutrientes e na função do intestino. Tratamento Sintomático. Nome popular Dama da noite, jasmim da noite. Princípio tóxico Solanina (inibidor da colinesterase) que predomina nos frutos verdes. Em frutos maduros predominam alcalóides de tropanos (semelhantes à atropina). os alcaloides podem provocar lesão hepática. Característica Arbusto com flores perfumadas. Sinais clínicos Hepatotóxicas. Sinais observados após 15h da ingestão, com morte em 6-48h após a manifestação dos sinais. Apatia, anorexia, parada ruminal, cifose, fezes em esferas cobertas de muco ou sangue, tremores musculares, ataxia, sialorreia. bovinos tem alteração na ruminação. fezes com muita quantidade de muco. Sinais nervosos: excitação, agressividade, decúbito, hipertermia e morte. Tratamento Glicose, laxantes oleosos, fluidoterapia, diuréticos para auxiliar na eliminação. Nome popular Trombeta, trombeteira, saia branca. Princípio tóxico Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 103 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Diversos alcalóides (hioscina, hiosciamina, atropina e escopolamina). o princípio do buscopan é a partir dessa planta. Características Arbusto grande, florífero, flores grandes, pendentes em forma de funil. Toxinas em toda a planta. Sinais clínicos Relatos de morte de humanos e animais. Causa alucinações, alterações mentais, taquicardia e midríase em humanos. é uma planta que provoca sintomas neurológicos. Em animais, anorexia, diarreia, ataxia, agitação, convulsão, taquicardia, taquipneia, midríase, anisocoria, hipertermia e morte. Tratamento Lavagem gástrica, usar antídotos colinérgicos, como a fisostigmina ou neostigmina e suporte. Mel! alguns trabalhos falam que o mel poderia interferirdo REL ocorre o processo de metabolização. O xenobiótico é qualquer substância estranha que entra dentro do organismo, possuindo como característica química ser lipossolúvel ou lipofílico, como a membrana plasmática é lipoproteica, as substâncias que possuem essa característica conseguem atravessar mais rapidamente a membrana plasmática, sendo absorvido. O objetivo da metabolização é pegar a molécula lipossolúvel e transforma-la em hidrossolúvel, devido ao fato de a principal forma de excreção ser a urina. São duas fases de metabolização, se na primeira fase se torna hidrossolúvel não precisa ir para a segunda etapa, só vai para a segunda etapa aquilo que for lipossolúvel. Aquele metabólito formado, mas que ainda tem característica de lipossolubilidade precisa entrar na reação de fase 2, o objetivo dessa fase é transforma-lo em hidrossolúvel. Durante essa metabolização, a reação primária (reação de fase 1 ou reação de funcionalização) é uma reação não sintética porque não forma algo, quebra a molécula em vários fragmentos. pode ter 3 reações químicas acontecendo, sendo elas: oxidação, redução ou hidrólise (uma dessas reações irá clivar a molécula). Se o metabólito primário for hidrossolúvel será excretado na urina, caso se mantenha lipossolúvel irá para a fase 2 ou chamada de biossíntese/conjugação. nessa fase, o organismo pega o metabólito lipossolúvel formado e o acopla a uma substância endógena, essa substância é produzida no corpo e está presente para auxiliar na metabolização. exemplo de substância endógena seria o grupamento acetil, grupamento metil, glutationa, grupamento sulfato e entre outras. a principal substância endógena é o ácido glicurônico. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 7 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Movimentos e disposição dos xenobióticos no organismo. Processos metabólicos que ocorrem após exposição a uma toxina. Xenobiótico é qualquer substância estranha ao organismo, quando o corpo entra em contato com essa substância tóxica acontecem vários processos importantes para que essa droga seja absorvida e para que seja distribuída no organismo, chegando ao seu receptor alvo. Depois, a droga se desliga e chega ao local que será metabolizada (biotransformada), com isso, ocorre a formação de metabólitos e alteração da estrutura molecular, possibilitando a excreção para que seja eliminada do organismo. Etapas: 1. 2. 3. 4. A concentração da droga depende de alguns fatores que nos mostra a chance de ocorrer a intoxicação, sendo esses fatores: dose: é um fator extremamente importante, pois muitos dos efeitos serão dose-dependentes, então, quanto maior a dose maior será a chance de ocorrer um sinal clínico. propriedades físico químicas: a grande parte dos xenobióticos possuem como propriedade físico química ser lipossolúvel, ou seja, ser apolar porque a absorção ocorre de maneira mais fácil quando a substância é apolar devido a membrana plasmática da célula ser lipoproteica. absorção e distribuição: depende da velocidade de absorção e distribuição, quando pensa na velocidade estamos relacionando com as propriedades físico químicas e lipossolubilidade.  a distribuição está relacionada principalmente a afinidade por moléculas carreadoras, por exemplo, a albumina é uma molécula carreadora. afinidade por um tecido específico: muitas drogas possuem afinidade por um determinado tipo de tecido, tendendo a ficar mais concentrada nesse tipo de tecido por um tempo ou para sempre.  ex.: alguns metais tem uma tendência em se depositar nos ossos, como o chumbo.  ex.: algumas drogas tem tendência de afinidade pelo cabelo, por isso pode-se utilizar o fio de cabelo para dosar algumas drogas. taxa metabólica e de eliminação: a taxa metabólica tem relação com as enzimas metabolizadoras, quanto mais hidrossolúvel mais facilmente é eliminado. Toxicocinética X Fatores ligados ao animal quanto mais jovem ou mais idoso o animal, pior será a capacidade de metabolização. no caso de animais jovens, teremos a metabolização mais lenta porque o aparato hepático de biotransformação não está totalmente maduro e as enzimas não estão completamente capazes de exercer sua função. no caso de animais idosos, o fígado já perdeu uma boa parte da capacidade de produção dessas enzimas. a droga inicialmente tem uma maior concentração em determinado tecido e depois tende a se equilibrar por conta da distribuição, essa droga cai na corrente sanguínea e é distribuída para todos os tecidos. existem drogas que não conseguem atravessar a barreira hematoencefálica, possuindo uma dificuldade de exercer seu efeito no sistema nervoso central. depende da função do órgão e o quanto essa função será atrapalhada quando a droga se ligar ao tecido. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 8 @apostilavet Maria Eduarda Cabral o pH é importante para determinar o pKa da substância, o pKa nos mostra o quanto de substâncias estão ionizadas. a ionização está relacionada a sua lipossolubilidade. os gatos tem uma capacidade de biotransformação menor por conta das suas características de produção de enzimas. A exposição ocorre antes da absorção, pois só absorve aquilo que entrou em contato com o organismo, esse xenobiótico será absorvido e depois será distribuído no sangue. Depois que houve a exposição, o xenobiótico entra no organismo através da absorção pela célula, a célula absorve a droga que estava em contato com a via de administração, sendo a difusão simples a principal via de absorção. Depois que a droga entrou dentro da célula precisa ser distribuída, sendo distribuída pelo sangue. Quando a droga é distribuída, parte chega ao tecido alvo onde tem o receptor da droga e a outra parte chega no local de biotransformação, sendo o fígado o principal órgão biotransformador. Durante o processo de biotransformação temos a formação de metabólitos porque o objetivo dessa etapa é aumentar a hidrossolubilidade da droga para ser mais facilmente excretada, a droga será eliminada pela urina ou pelas fezes (pelo ciclo enterohepático), mas pode ser excretada por outras vias. É o que o organismo faz com a droga: absorção. distribuição. metabolização. excreção. Entrada de uma substância em um organismo vivo, até sua chegada na corrente sanguínea. A membrana é lipoproteica, tudo o que for lipossolúvel atravessará a membrana mais facilmente, o pH do meio interfere no pKa da substância. Influenciada pelos tipos de membrana biológica, pH do meio e diferentes pKa das substâncias. pH: proporção entre parte ionizada e não ionizada. pKa: quanto maior a ionização, menor a absorção – solubilidade. O pH mostra qual a proporção do que está ionizado e não ionizado, o pH do microambiente que está o xenobiótico é importante porque interfere no pKa da substância, dessa forma, quanto mais ionizado estiver o xenobiótico, menos será absorvido. O pKa está relacionado a solubilidade que é dependente do pH, ou seja, quanto mais ionizado, menos será absorvido, possuindo maiores características de hidrossolubilidade. Vias de absorção X vias de exposição. as vias de absorção é como a célula irá absorver a molécula, a principal via de absorção é o transporte passivo ou difusão simples. a via de exposição pode ser tópica, ocular, respiratória, parenteral, gastrointestinal e afins. Vias de absorção Transporte ativo. Difusão facilitada. Pinocitose e fagocitose. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 9 @apostilavetna absorção da Datura suaveolens, mas na prática não é observado. Nome popular Chumbinho, cambará, margaridinha. Princípios tóxicos Triterpenos lantadeno A e B. Características Arbusto perene, com inflorescências densas, flores pequenas. Ocorre também em pastagens. Toda a planta é tóxica, principalmente as folhas. Sinais clínicos Causa fotossensibilização e hepatotoxicidade grave, com anorexia, inquietação, icterícia, urina amarronzada (hemoglobinúria), fezes ressecadas. essas plantas provocam lesões principalmente hepática. Morbidade e mortalidade são altas. Tratamento Fluidoterapia, antibióticos, tratamento feridas, anti- histamínicos. antibiótico pela lesão do trato gastrointestinal. Toxicologia dos Anti-inflamatórios Revisão sobre o Paracetamol No processo de transformação ocorre a reação de fase 1 (funcionalização) e o metabólito da reação de fase 1 se direciona para a reação de fase 2, sendo a de conjugação. Toxicologia dos Anti-inflamatórios Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 104 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Na reação de fase 1 temos 3 reações químicas: oxidação, redução e hidrólise. na reação de oxidação tem o grupo de oxidases de função mistas, chamado de citocromo. Na reação de fase 2 temos as substâncias endógenas e as transferases (enzimas). Ao tomar o paracetamol inicia-se o processo de metabolização, durante o processo de metabolização terá a formação do metabólito NAPQI (n-acetil-p-benzoquinemina). esse metabólito é formado durante o processo de oxidação mediado pelo citocromo P450 (CYP450). esse metabólito é altamente reativo e tóxico, se o indivíduo tiver uma boa metabolização, rapidamente esse metabólito é encaminhado para a reação de fase 2 para a sua inativação e neutralização, sendo conjugado com o ácido glicurônico para sua eliminação. Os gatos possuem uma certa incapacidade de metabolização, sendo um problema administrar paracetamol para os gatos. Os gatos tem deficiência de ácido glicurônico (glicuroniltransferase) da reação de fase 2, que é a principal substancia endógena utilizada para inativar esse metabólito. esse metabólito por ser altamente reativo, quando entrar em contato irá tenta se ligar e acaba provocando uma lesão. Ao dar paracetamol para o gato, começa a metabolização e a formação do NAPQI, esse metabólito deveria ser eliminado pelo ácido glicurônico, mas o gato não terá esse ácido glicurônico, com isso, o organismo tenta utilizar outras substâncias endógenas. quando o organismo tenta utilizar essas outras substâncias endógenas, tentará usar a glutationa (GST) e o sulfato, mas essas outras duas vias é mais lenta do que a conjugação com o ácido glicurônico. por serem mais lentas e o metabólito ser extremamente tóxico e reativo, começa a provocar lesão com tudo que entra em contato, sendo a primeira coisa que entra em contato os hepatócitos, também resulta em dano na hemoglobina (faz uma oxidação da hemoglobina, formando a metahemoglobina). a metahemoglobina não carreia oxigênio igual a hemoglobina, então, o gato começa a ter uma deficiência respiratória, entrando em cianose. Esse metabólito é oxidante e é formado pela oxidação, com isso, o metabólito aumenta a quantidade de oxidação que está ocorrendo, acarretando no aumento do metabólito NAPQI, piorando o dano no hepatócito e na hemoglobina. Gato com 30% de metahemoglobina formada já acarreta ao óbito. Quando tem a formação de metahemoglobina, forma o corpúsculo de Heinz. o problema é que a hemácia ao passar pelo baço será destruída, causando uma anemia hemolítica, podendo ser observado hemoglobinúria e se o gato sobreviver, observa icterícia, por isso temos a cianose que não responde bem a oxigenioterapia. com a formação da metahemoglobina o sangue fica da coloração de chocolate, deixando o sangue marrom. Nesses casos, utiliza o SAMe ou n-acetil-cisteína que são antioxidantes, diminuindo a oxidação que forma o metabólito e diminui que o metabólito faça mais oxidação. As intoxicações são frequentes. Principais responsáveis por intoxicações em pequenos animais. Xavier, 2000. SINITOX, 2005. Em grandes animais, as intoxicações não são muito comuns. Humanos: 26,9% de intoxicações humanas. antidepressivos, analgésicos, sedativos, hipnóticos e medicamentos cardiovasculares. na medicina humana é uma das principais causa de intoxicação, seja acidental ou proposital. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 105 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Quando se depara com uma intoxicação por medicamento, geralmente temos dois problemas, o primeiro é a intoxicação e o segundo é porque o animal estava doente e o tutor não levou no veterinário, por isso administrou a medicação. Ingestão acidental, pois muitas vezes o medicamento cai no chão e o animal ingere. Administração sem orientação profissional. Prescrição errada. Vendas sem prescrição. antibióticos, AINES e produtos de uso tópico. Curiosidade. Mania de “comer tudo”. Negligência do cuidador. Metabolização mais lenta porque o fígado não está totalmente apto para realizar o processo de biotransformação. Medicação pelo cuidador. Excesso de medicamentos prescritos. Alteração orgânica. Negligência. Animal idoso tem uma metabolização e excreção mais lenta, se prescrever muitos medicamentos que são metabolizados pela mesma via com uma meia vida plasmática parecidas irá sobrecarregar o organismo do animal. aines 86,4 50,0 outros 6,8 42,8* antibióticos 3,4 7,2 tranquilizantes 3,4 - *fenazopiridina, benzoato de benzila e fenolftaleína HOVET/USP, São Paulo Xavier et. al., 2002 Possui suas particularidades. Muitas pessoas tem a ideia que o gato é um “cão pequeno”. Escolha da apresentação do medicamento. Paracetamol, Cloridrato de fenazopiridina, Azul de metileno, Sulfeto de selênio, Alcatrão, Benzocaína, Digitoxina e etc... Resultados de superdoses. muitas vezes o tutor administra um medicamento que acha que tem tal efeito, o animal não melhora e administra mais doses. Alta toxicidade para a espécie. Idiossincrasias Espécie animal. Tipo do anti-inflamatório não esteroidal (AINE). Dose. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 106 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Duração do tratamento. Doenças concomitantes. Anti-inflamatórios não esteroidais conseguem fazer a compra sem receita médica, favorecendo a intoxicação. são utilizados para diminuir a inflamação, mas são analgésicos e antipiréticos. Mais comumente envolvidos em intoxicações. Mais vendidos nas farmácias humanas. Reduz a inflamação. Propriedades analgésicas e antipiréticas. Prescrição médica*. muitas vezes o tutor faz a administração sem consultar o veterinário. Comuns nas casas. O anti-inflamatório age inibindo a COX. Toda vez que tem uma lesão na membrana plasmática tem a exposição do fosfolipídio da membrana, que será reagido por uma enzima chamada de fosfolipase a2 que converte o fosfolipídio da membrana em ácido araquidônico. O ácido araquidônico dará origem aos mediadores inflamatórios. Existe uma enzima chamada 5-lipooxigenase que converte o ácido araquidônico em leucotrieno, o leucotrieno é importante para a ativação da defesa mediada pelos glóbulos brancos. Se o ácido araquidônico sofre o efeito de um grupo de enzimas chamado de ciclooxigenases (COX) tem a formação das prostaglandinas, que são os principais eicosanoides, ou seja, os principais mediadores inflamatórios,pois a partir deles tem a formação de tromboxanos e prostaciclinas. A partir da prostaglandina forma os tromboxanos e futuramente a queda das prostaciclinas, as prostaciclinas são importantes para a mediação do processo inflamatório. Temos a COX 1, COX 2 e COX 3, essas COX’s darão origem a formação das prostaglandinas. a COX 3 é pouco estudada. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 107 @apostilavet Maria Eduarda Cabral A COX 1 é a fisiológica, ou seja, é a COX que controla várias funções orgânicas, como a produção de muco no estômago, fluxo de filtração glomerular, agregação plaquetária e afins. A COX 2 é a fisiológica e inflamatória, sendo responsável pelo controle da reabsorção óssea e da cicatrização, mas a COX 2 é importante por desencadear a formação das prostaglandinas, tromboxanos e prostaciclinas. todos os sinais da inflamação ativados pela presença da COX 2. A COX 1 também é chamada de constitutiva, responsável pela produção de muco, diferenciação dos macrófagos, fluxo sanguíneo renal e agregação plaquetária. A COX 2 que é a indutiva ou inflamatória, tem os efeitos fisiológicos e está relacionado aos processos de inflamação. Quanto menos específico for esse AINE mais sintomas colaterais irá observar. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 108 @apostilavet Maria Eduarda Cabral A prostaglandina deixa os receptores de dor mais ativados, promove febre, vasodilatação, relacionada a inibição da agregação plaquetária... O anti-inflamatório pode agir só em COX ou que age na COX e inibe a lipooxigenase. Estruturas químicas diferentes. Atuam de forma semelhante. Sinais semelhantes. Ação: periférica. SNC. o ideal é que atuem o mais seletivo possível em COX 2. enzima responsável pela formação de prostaglandinas (PGs) e tromboxanos (TXs). quando atuam inibindo a COX 2 impedem a síntese de mediadores químicos responsáveis pelos sinais da inflamação. Apatia. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 109 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Hiporexia. Anorexia. Êmese. Hematêmese. Melena. Hematoquezia. Cólicas. Palidez de mucosas. Desidratação. Peritonites! como visto no uso de diclofenaco. Exposição aguda a grandes quantidades Descontaminação do trato gastrointestinal. êmese, carvão ativado, catárticos. ciclo êntero hepático = doses repetidas de carvão ativado (intervalos de 3 a 4 horas).  drogas lipossolúveis podem sofrer o ciclo êntero hepático, precisando fazer doses repetitivas de carvão ativado, mas não pode ser administrado por muito tempo. Úlceras protetor de mucosas. cimetidina, ranitidina. omeprazol. demora em torno de 72 horas para inibir 90% da bomba de prótons. misoprostol. previnem a irritação gastrointestinal e a hemorragia. não indicados se já ocorrer ulcerações. o misoprostol é abortivo. Acetofen®, Calpol®, Paracetamol®, Parador®, Tylenol®. o Paracetamol e o Tylenol são os mais comuns na medicina humana. Derivado do p-aminofenol. Analgésico e antipirético. Fraca ação anti-inflamatória. Uso pelo tutor para dor ou febre. Rápida absorção pela circulação portal. É metabolizado por glicuronização, sulfatação ou oxidação. É importante pela sua via oxidativa ser mediada pelo citocromo P450 que promove a formação de um metabólito tóxico. Metabólito: n-acetil-p-benzoquinemina (NAPQI). CYP450 – incrementa a produção de NAPQI. processo irreversível de lesão hepatocelular. esse metabólito só é formado quando é metabolizado pela via de oxidação. Hepatotoxicidade: overdose em outras espécies sem ser os gatos. excessiva ativação CYP: indutores enzimáticos (ex. cimetidina) e álcool. depleção da glutationa: álcool, overdose e desnutrição. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 110 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Faz destruição de hemoglobinas. O paracetamol quando administrado em gatos não faz a metabolização pela glicuronização que é a principal forma de reação de fase 2, com isso, resulta-se em um acúmulo desse metabólito tóxico, podendo levar o gato ao óbito. O paracetamol ao ser absorvido será metabolizado por diferentes vias, o ideal para as espécies é a conjugação com o ácido glicurônico que forma um metabólito inativo sendo eliminado. quando tem pouco ácido glicurônico, pode usar a via da sulfatação, realizando a eliminação do metabólito. Se tem uma dificuldade na via do ácido glicurônico ou sulfato, teremos a formação de um metabólito tóxico que é do NAPQI. O NAPQ1 é um metabólito tóxico do paracetamol resultado da oxidação realizada pelo citocromo P450, se sofrer redução ou hidrólise não forma esse metabólito tóxico. Se não tem glicuronização, tudo o que seria eliminado por essa via irá sair por sulfatação que é mais lenta, com isso, acumula metabólito tóxico que promove a oxidação do citocromo. Existe uma segunda via que pode ser utilizada para a eliminação do paracetamol que é a glutationa através da enzima GST, sendo mais lenta. Enquanto o metabólito não é inativado, irá reagir com as moléculas do fígado causando lesão nos hepatócitos. Conjugação com o ácido glicurônico ou com sulfato. produção de metabólitos atóxicos. excreção. O metabólito ao chegar por oxidação, como não é eliminado pelo ácido glicurônico porque o gato possui deficiência, irá saturar a conjugação porque não consegue destinar, com isso, cessa a conjugação ou fica mais lenta, acumulando o metabólito na reação de fase 1 que promove a formação de mais metabólitos. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 111 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Esses metabólitos se ligam com macromoléculas celulares, como hepatócitos e hemácias, promovendo necrose hepática e a metahemoglobina. Metemoglobinemia Síndrome clínica gerada pelo aumento da concentração de metahemoglobina no sangue. Metahemoglobina: oxidação da hemoglobina que perde a capacidade de fazer o transporte de oxigênio, sendo mais amarronzada. se a metahemoglobina não faz transporte de gases, irá aumentar a quantidade gás carbônico no organismo, o animal entra em cianose. Devido ao acúmulo de metabólitos oxidantes (desequilíbrio redox). Diminuição da oxigenação do sangue. cianose central irresponsiva à oxigenioterapia. paciente entra em cianose que não responde a oxigenioterapia porque não tem hemoglobina para realizar o transporte de oxigênio. Sangue “marrom” (“cor de chocolate). tonturas, cefaleia, baixo débito cardíaco, sonolência, crises convulsivas com metahemoglobina acima de 20 a 30%. mais de 30% de metahemoglobina o animal vem a óbito. Maiores concentrações de metahemoglobina resulta em um menor nível de consciência, depressão respiratória, choque e óbito. A metahemoglobina é observada como um corpúsculo de Heinz, sendo sugestiva de intoxicação por anti- inflamatório ou alho e cebola. http://veterinariadegatos.blogspot.com/2010/06/intoxicacao -por-paracetamol-tylenol.html Face, orelhas e patas inchadas são sinais comuns. Com o aumento da concentração do metabólito tóxico irá mudar a formação da hemoglobina, formando a metahemoglobina. Hepatotoxicidade Metabólito da fase I se liga covalentemente a macromoléculascelulares (hepatócitos), levando à necrose hepática. Hiperbilirrubinemia. Hemólise. Aumento de enzimas hepáticas de 3 a 6 dias após a ingestão. Falha dos mecanismos de coagulação. Formação de corpúsculos de Heinz Hemoglobina é desnaturada e se liga à membrana da hemácia. Precipitação de cadeias de globina liberadas do heme – oxidação de hemácias. O efeito da formação de corpúsculo de Heinz induz a uma anemia hemolítica que aumenta a bilirrubina, desde a causa pré-hepática pela hemólise e pela própria lesão do fígado. Aumento das enzimas de ALT e pode ter aumento de FA nesses casos. Gatos Dificuldade na detoxificação pela deficiência da enzima glicuroniltransferase. Menor excreção – toxicidade. excreção mais lenta, o que faz com que o paracetamol seja tóxico. Mais suscetíveis ao desenvolvimento de metemoglobinemia. É aceitável até 2% de corpúsculo de Heinz nos gatos. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 112 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Mais grupos sulfidril reativos na hemoglobina → dificulta a manutenção do ferro reduzido sob estresse oxidativo. Dose tóxica para felinos 50 - 100 mg/kg. 1 comprimido regular (325 mg) pode ser tóxico. Um segundo comprimido 24 horas após pode ser letal. Dose tóxica para caninos 600 mg/kg. Doses orais de 500 mg/kg – níveis de metemoglobina que excedem 50%. 3 doses (concentração superior a 1000 mg/kg dentro de 24 horas) causa insuficiência hepática fulminante. Efeitos por no mínimo 36 horas. Cães Toleram bem doses de 15 mg/kg VO, TID. Sinais quando doses excessivas. Êmese, taquicardia, taquipneia, dor abdominal e edema em membros. depressão, vômitos, cólicas, alterações hepáticas. Gatos Um comprimido pode ser tóxico. Machos: metabolização mais lenta. Anemia, hematúria, cianose, dispneia, edema facial e de patas, depressão SNC, hipotermia, êmese. Icterícia e corpúsculos de Heinz – hemólise e metemoglobinemia. Sinais clínicos Cianose: se desenvolve dentro de 4-12 horas após a ingestão, resultado da metemoglobina e anemia. Hematúria e hemoglobinúria: quando metemoglobina em torno de 20%. Edema de face e de patas (principalmente gatos), acompanhado de lacrimejamento e prurido. Anorexia e depressão aumentam em gravidade. Hemólise e icterícia se tornam aparentes dentre de 2-7 dias da intoxicação. Metemoglobina, depleção da glutationa, corpúsculos de Heinz, diminuição do hematócrito. Níveis séricos elevados de enzimas hepáticas e dos níveis de bilirrubina direta e indireta: necrose hepática. Lesões Macroscópicas: sangue escuro, cor de chocolate, fígado mosqueado. Microscópicas: degeneração hepática centrolobular ou necrose, conjuntivite, edema e necrose linfoide focal. Utilizar antioxidantes. Acetilcisteína (NAC): aumenta os níveis de glutationa. melhora da função mitocondrial. Ácido ascórbico. vitamina C também pode ser utilizada por ser antioxidante. Azul de metileno: cães. para cães tem a opção de usar o azul de metileno, mas é tóxico para gatos. Dentro de 2 horas da administração do medicamento pode induzir o vômito e ofertar carvão ativado, pode inativar o antídoto. S-adenosilmetionina (SAM): melhora da função da membrana celular e de glutationa. sintomático e suporte. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 113 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Utilizar a acetilcisteína, SAM e vitamina C. Controle da dor e inflamação. Um dos principais responsáveis por toxicoses. Pode ocorrer sinais clínicos severos – óbitos. Cataflam® e Voltaren®. Medicina humana e veterinária. Alta potência anti-inflamatória e analgésica. Toxicoses em cães, porque o diclofenaco interfere na função de COX 1 e COX 2, tendo muitos sinais relacionados ao trato gastrointestinal. Jamais deve ser utilizado para cães por serem muito sensíveis aos seus efeitos. Mecanismo de ação Inibição de mediadores inflamatórios. Inibe a COX e Lipoxigenase. uma vez que tem ação dupla, inibindo a COX e LOX terá muitos sinais e efeitos colaterais. Sinais clínicos Mesmos para os demais AINES. Efeitos mais severos em cães. Experimento de Correa et al., 1997: 4 cães saudáveis – dose 75mg BID. 2 morreram no 7º dia. Outros foram sacrificados – debilitados. Animal fica com apatia, vômito que evolui para hematêmese, hematoquezia, cólica, desidratação e distúrbio hidroeletrolítico, anemia com palidez de mucosas. Sobrecarrega a metabolização, causando a lesão hepática. Faz hipovolemia podendo ocasionar azotemia pré-renal. Mesmo com uma dose de comprimido na concentração humana pode causar o óbito. AAS®, Aspirina®, Buferin®, Doril®, Melhoral®. Mais vendido atualmente. Não é recomendado a sua utilização, pois tem outros medicamentos mais seguros do que esse composto. Para gatos é tóxico, jamais deve ser utilizado. Dose inflamatória = 10 mg/kg BID. Dose analgésica = 10 mg/kg. Dose antitrombótica = 5 a 10 mg/kg. Boa absorção oral e trato gastrointestinal. Rápida metabolização: conjugação com a glicina como com ácido glicurônico. excreção na urina. analgésicos, antipiréticos e anti-inflamatórios. Inibem a agregação plaquetária. aumentam as chances de quadros hemorrágicos. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 114 @apostilavet Maria Eduarda Cabral 25-35 mg/kg/dia. êmese. hematêmese e ulceração gástrica severa. depressão do SNC. 10 mg/kg a cada 48hs. efeitos tóxicos. 80 a 100 mg/kg durante 7 dias. pode ocorrer morte. Inibição da COX. Altas doses = promovem o desacoplamento da fosforilação oxidativa, cessando o transporte de elétrons na célula. hipertermia, hiperglicemia, glicosúria. acidose metabólica. lesões após a administração de doses terapêuticas: petéquias e lesões hemorrágicas na mucosa gástrica.  se o medicamento for retirado, rapidamente a mucosa tende a se recuperar. Quando em outras espécies tem a metabolização do AAS será eliminado através da conjugação do ácido glicurônico, o que não ocorre com o gato. Vômitos, depressão, anorexia, febre, hiperventilação e sinais de hepatite tóxica. Trombocitopenia, anemia hemolítica, corpúsculos de Heinz - exposição crônica. Lesões: ulcerações gástricas, supressão da medula óssea com diminuição da formação de trombócitos (darão origem as plaquetas). Pode observar o aumento da taxa de sódio e diminuição do potássio porque tem uma interferência na função durante a despolarização da membrana neuronal. Pode ter aumento do tempo de coagulação, pode estar relacionado a deficiência da plaqueta sendo uma resposta do organismo. Intoxicação gatos Anorexia, êmese, sialorreia, perda de peso, desidratação, hiperpneia, febre, depressão, GEH, acidose metabólica, hepatite, depressão da medula óssea, ataxia, convulsões, morte. Corpúsculos de Heinz. até 4 horas após administração. Carvão ativado e catárticos. eventualmente fazer lavagem gástrica dependendo do tempo. Correção da desidratação e desequilíbrio ácido básico. Correção da hipertermia. Evitar antipiréticos. o antipirético é da classe dos anti-inflamatórios e o animal está com essa reação de biotransformação parada, piorando ainda mais se for administrado, principalmente no quesito de agregação plaquetária. Usar banho morno e bolsas de água fria para diminuir a temperatura. Pode usar o SAM e a acetilcisteína. Dependendo da anemia pode precisar da transfusão sanguínea. Também podemser tóxicos. O ibuprofeno age na COX e na LOX. O ibuprofeno não deve ser utilizado em animais se utilizar mais que uma dose, tem uma margem de Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 115 @apostilavet Maria Eduarda Cabral segurança baixa e provoca lesões ulcerativas do trato gastrointestinal. Pode provocar fezes com sangue, convulsão e morte. O gato é mais susceptível ao ibuprofeno. Podem ter efeitos mais tóxicos quando associados a outros medicamentos ou utilização concomitante com diuréticos e anticoagulantes. Tem um efeito mais especifico em COX 2 possuindo menos efeitos colaterais do que os outros anti- inflamatórios. Também sofre reação de fase 2 com ácido glicurônico, não pode ser administrado em gatos. Toxicologia dos Metais Antigamente eram chamados de metais pesados, porém, hoje em dia são denominados de metais ou metais-traços. eram chamados de metais pesados devido ao seu peso molecular e por adsorverem no fundo dos ambientes. Elementos químicos eletropositivos. Geralmente sólidos, brilhantes e bons condutores de calor e eletricidade. As suas Características são diversas e estão relacionados a sua estrutura eletrônica que sofrem muitas variações. Encontrado na natureza. Influenciado pelo meio – alteração da valência. A partir do momento que modifica a sua característica química para a formação de pilhas, baterias e afins, provoca uma alteração do estado de valência e não consegue mais ser inserido de forma menos tóxica no ambiente. Dessa forma, quando cai no ambiente não consegue mais ser retirado. Utilização por humanos desde seus tempos remotos: utensílios domésticos. adornos. peças artísticas. peças de combate. fabricação de armas. etc. altamente reativos com outras moléculas doadoras de elétrons. Interações com outros metais e nutrientes podem resultar em excesso ou deficiência de nutrientes. Pode ser encontrado de forma orgânica ou de forma inorgânica (iodetos, sulfetos). tintas, baterias secas e automotivas, cloro e soda. antifúngicos e outros praguicidas. conservantes de madeira. contaminação ambiental: processamento, mineração, etc. Absorção por via oral geralmente é baixa devido a sua característica química. Absorção respiratória pode ser rápida dependendo do estado que o metal se encontra. Acúmulo em sítios específicos. possui uma tendência de deposição em alguns locais do organismo. Alta reatividade por outros grupamentos químicos: mais ou menos lipossolúveis. Exposição humana e animal: Toxicologia dos Metais Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 116 @apostilavet Maria Eduarda Cabral ingestão de água e alimentos contaminados. ocupacional. Medicina Veterinária possui raros casos: produtos veterinários (aditivos alimentares As, medicamentos Hg, carrapaticidas, etc). Animal que ingere alguma substância ou produto a base de metal, no caso do cadeado leva a liberação de ferro e alumínio dependendo da sua composição. Perda de valores zootécnicos. Relacionado a problemas de saúde pública. Baixa taxa de excreção. Acúmulo no organismo ao longo dos anos. O chumbo está relacionado a problemas neurológicos e alteração de cognição. O alumínio provoca um quadro clinico parecido com o Alzheimer (alteração de cognição). É um metal de peso molecular alto. Mais antigo metal usado pelo homem. Egito: 5000 a. C.  desde o Egito antigo usavam o chumbo para produção de canos, de moedas... Saturnismo. Deus Saturno. Usado nos mais diversos fins: aquedutos, utensílios domésticos, moedas. acetato de chumbo – vinhos. Comportamentos doentios. A intoxicação por chumbo é chamada de Saturnismo, estando relacionado ao Deus Saturno que ingeria muito vinho, a presença do chumbo em vinhos eram muito comuns, pois utilizavam vários utensílios domésticos a base de chumbo para armazenar o vinho, o chumbo provoca alteração neurológica e comportamentos doentios. Fontes: produção de tintas. fabricação de vidros. esmaltes vítreos. vulcanização da borracha. gasolina – tetraetilPb. baterias – dióxido de chumbo. soldas, ligas metálicas, etc. Natureza: na maior parte das vezes fica ligado a outros metais, como cobre (Cu), zinco (Zn) e prata (Ag). A intoxicação por chumbo é mais comum casos subagudos e crônicos. Manipulável: baixo ponto de fusão e alta maleabilidade. Entre década de 1960-80: intoxicação comum. comedouros, bebedouros, tubulações de água, tintas de parede, munição, etc. Animais de produção: mais comum nos animais de produção, principalmente os ruminantes. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 117 @apostilavet Maria Eduarda Cabral a deficiência nutricional de fósforo provoca a parorexia que pode favorecer que o animal ingira tintas e roa cercas, podendo se contaminar. locais contaminados. A via respiratória tem uma absorção imediata. Via oral depende da solubilidade do sal de chumbo. facilmente absorvido pelo trato gastrointestinal. Animais jovens podem apresentar alterações em enterócitos pela sua facilidade de deposição. Deficiência de cálcio ou zinco aumenta a absorção chumbo, pois esse chumbo pode substituir o cálcio principalmente nos ossos. Deposição em eritrócitos – 90%. transportado como proteinato de chumbo nas membranas das hemácias. pode ser encontrado as características de esferócitos. Áreas radioluscentes são os locais que tem a deposição do chumbo. o chumbo faz competição com o cálcio. Permanecer por mais de 20 anos. osteoporose, prenhez e redução do cálcio. geralmente, quando tem exposição interna que faz a mobilização de cálcio, seja por osteoporose, prenhez ou diminuição da concentração de cálcio circulante pode mobilizar o chumbo que cai na circulação. pode atingir jovens principalmente, provocando sinais neurológicos. teratogenia. Muita intoxicação por chumbo pode observar a presença de pontilhados basófilos, sendo bem característico. Linha de Burton Fonte: Ceatox (2013) Por fazer a competição com o cálcio no osso, é feita a deposição que pode ser visto como um sintoma, sendo a Linha de Burton, podendo ser encontrada nos dentes e ossos. Excreção por fezes e urina. Outros fluidos: leite: 5% da concentração no sangue. : alta absorção. : áreas de crescimento ativo. O projétil elimina o chumbo na circulação no decorrer do tempo. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 118 @apostilavet Maria Eduarda Cabral o chumbo faz uma Ligação estável a grupamentos tiólicos: tem efeito na glutationa. pode interferir nas enzimas dependentes de cálcio e zinco. Pode promove uma ação sobre hemácias, interferindo na produção de reticulócitos. SNC: interferência na transmissão nervosa. Ach, Nor, Dop, GABA e glutamato. Promove efeitos neurológicos pela alteração na transmissão nervosa, principalmente relacionado a sistema adrenérgico, colinérgico e GABA. Intoxicações agudas Sintomatologia nervosa. geralmente. Encefalopatia. Dificuldade em ficar em pé, cegueira, nistagmo, opistótono, agressividade, convulsões – morte. Sialorreia, bruxismo, atonia ruminal, constipação, diarreia enegrecida e fétida. Em equinos a exposição ao chumbo pode provocar alterações respiratórias por promover efeito no nervo laríngeo. regurgitaçõese sufocação, pneumonia por aspiração. Em pequenos animais provoca sinais nervosos. alteração comportamental, apatia, ataxia, nistagmo, opistótono, convulsões, cegueira. vômitos, anorexia, dor abdominal, diarreia. gatos: poliúria e polidipsia, megaesôfago, disfagia. Intoxicações crônicas Raras em pequenos animais e animais de produção devido ao seu período de vida, mas animais que vivem mais podem apresentar os sinais clínicos. Água contaminada. Inibição do crescimento em bezerros. Alterações comportamento – agressividade. Ovinos causa paralisia de membro pélvico. Interferência na produção de reticulócitos. Imunossupressão. edema, achatamento de giros, congestão, petéquias – cérebro. lesões ulcerativas em mucosa gástrica. detecção de chumbo na urina e fezes, leite e sangue. RX: linhas de chumbo em metáfise de ossos longos. Muitas vezes não consegue detectar o chumbo, pode tratar a intoxicação com chumbo ou qualquer outro metal com homeopatia. Encefalopatias, hipovitaminose A, tétano, intoxicação por arsênio (As) e mercúrio (Hg). Diferenciais relacionados a agrotóxicos, como organofosforados, carbamatos, organoclorados, piretróides... Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 119 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Impedir o contato de chumbo com os animais. Contaminação humana e ambiental por chumbo em Adrianópolis, no Alto do Vale do Ribeira – PR: Cunha, F. G.; et al (2001). Atividade de mineração de chumbo. Resíduos na atmosfera. Contaminação do solo. 59,6% crianças entre 7 e 14 anos: teores de chumbo até 4x maiores do que o considerado aceitável para a idade. Número atômico 80. Peso molecular alto. Hydrargyrum: prata líquida. Característica líquida em seu estado elementar. Termômetros, barômetros, mineração do ouro. catalisadores da produção industrial e medicamentos, (antissépticos, contraceptivos e diuréticos. banidos em 2001. gatos: sinais neurológicos. habitantes: mesmos sinais neurológicos. contaminação águas. metilmercúrio. 1990 – valores aceitáveis. sequelas, teratogenia e centenas de mortes. Depende do tipo de mercúrio x absorção. Mercúrio metálico Trato gastrointestinal tem uma taxa de absorçãoBronquite crônica, fibrose progressiva, enfisema. Lesão em trato respiratório pode resultar em DPOC que é a doença pulmonar obstrutiva crônica. É uma das principais causas de DPOC em fumantes. REFERÊNCIAS CEATOX – Centro de Assistência Toxicológica (IB – Unesp Botucatu) Micotoxinas e Micotoxicoses O termo micotoxina advém de e , ou seja, de fungo e do seu metabólito secundário. Os fungos do tipo filamentosos possuem a capacidade de produzir as micotoxinas. As micotoxinas provocam as , ou seja, doenças provocadas pela ingestão das micotoxinas. deterioração de fibras e alimentos embalados ou não. doenças nas culturas de campo. provocam micoses em humanos. O micetismo é quando tem a ingestão de fungos (cogumelos ou outros) que provocam algum tipo de efeito alucinógeno. 100.000 diferentes espécies de fungos. Podem ficar dormentes no solo durante anos. Potencial carcinogênico. Potencial mutagênico. Potencial teratogênico. tem a capacidade de promover a mal formação de animais que estão em desenvolvimento. Imunossupressão. Existem 3 categorias: 1. 2. 3. Essas categorias serão diferentes de acordo com a hora que o fungo invade a semente e o grão e, quais as condições que o fungo precisa para crescer, ou seja, qual a umidade, a temperatura e afins. O alimento pode estar com micotoxina desde a fase de campo. A presença do fungo não significa que a micotoxina estará presente, além disso, a presença da micotoxina não significa que tem o fungo, pois o fungo pode ter produzido essa micotoxina e morrido, essa micotoxina se mantém estável no alimento. Micotoxinas e Micotoxicoses Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 123 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Fungos de campo Invadem grãos, plantas e sementes na fase de amadurecimento. não perde a micotoxina durante as fases de produção de alimento. Diplodia, Fusarium, Aspergillus. Requerem teor de umidade em equilíbrio – 90%. para promover a formação de micotoxinas precisa de um teor de umidade em torno de 90%. Fungos intermediários Invadem grãos, plantas antes da colheita e continuam crescendo. a partir do momento que é feito a colheita continua crescendo e pode estar produzindo a micotoxina. Fusarium, Penicillium. Para que haja a identificação e suspeita do fungo, faz a análise do alimento. Alimentos que possuem uma película que parece um algodão, provavelmente estará contaminado com algum fungo do tipo intermediário. Em frutas é comum a micotoxina patulina, que se dispersa de forma irregular no alimento. Fungos de armazenamento Provocam danos no germe, descoloração e alteração nutricional. Aspergillus. Diminuição da massa seca, fazendo uma perda nutricional importante. quando promove essa alteração nutricional, faz com que haja uma perda evidente da massa seca do alimento. Aspergillus spp. produzem as aflatoxinas, que é uma das micotoxinas mais tóxica produzida de forma natural Penicillium spp. Fusarium spp. Alternaria spp. são as micotoxinas mais estudadas, sendo a mais tóxica, mais carcinogênica e imunossupressora. possui um certo impacto em suínos, é uma micotoxina com efeito reprodutivo. já foram utilizados como arma química. responsável por provocar insuficiência renal. relativamente comuns de serem encontradas em alimentos. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 124 @apostilavet Maria Eduarda Cabral As micotoxinas podem estar presentes na cana de açúcar, legumes, frutas e afins. uva e café possuem bastante ocratoxina. A ingestão crônica de micotoxinas podem levar a formação de câncer. – Inglaterra - Aspergillus flavus. As micotoxinas começaram a ser estudadas na década de 60 na Inglaterra, sendo descoberto as aflatoxinas. Houve um surto de morte de Perus e começaram a estudar o agente que estava envolvido, até que perceberam que um lote de amendoim provocou a intoxicação desses animais. Com isso, começaram a estudar e notaram que tinha uma substância que brilhava sob luz ultravioleta, a partir disso, as aflatoxinas começaram a ser estudadas. Produzidas esporadicamente pelo fungo e com distribuição irregular pelo alimento. o fungo pode estar em uma condição de umidade e temperatura ideal, produzindo a micotoxina, depois a condição muda e deixa o fungo inativo, cessando a produção de micotoxinas. A contaminação pela micotoxina pode ocorrer pré ou pós colheita. depois da colheita pode ter uma contaminação se não tiver um cuidado adequado com o produto. as vezes os produtos estão prontos, como a ração a granel, a ração por ficar exposta a umidade, temperatura e bichos, podendo ter a infestação de fungos em uma ração que era negativa, nessas condições ideais começa a proliferar o fungo e produzir as micotoxinas. Difícil diagnóstico quando exposição aguda ou subaguda. micotoxicose possui sinais clínicos inespecíficos. . perdas econômicas significativas. riscos à saúde humana e animal.  as micotoxinas são de potencial mutagênico e carcinogênico, muitas vezes o animal ingere a dieta entrando em contato com o alimento contaminado ao longo da vida. Condições favoráveis Temperatura. Umidade relativa do ar. Presença de insetos. Métodos inadequados de plantio e colheita. A presença de insetos ou durante a colheita pode estressar a planta por fazer vários machucados, isso faz com que diminua a imunidade da planta favorecendo a proliferação fúngica. Depende da suscetibilidade genética da planta. Linhagem do fungo. Umidade do substrato. População microbiológica. As aflatoxinas são muito frequentes, podendo provocar intoxicações em vários tipos de animais. acometem principalmente as aves, pois são mais suscetíveis a micotoxinas. A zearalenona apresenta uma certa gravidade em suínos. Múltiplos fatores que favorecem o surgimento das micotoxinas: infecção da planta hospedeira. meio ambiente e fatores favoráveis. produção e acúmulo de quantidades suficientes. consumo de quantidades suficientes. Não é transmissível, ou seja, animal só tem a micotoxicose se tiver a ingestão da micotoxina. A terapia não altera o curso da doença. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 125 @apostilavet Maria Eduarda Cabral a partir do momento que trata um animal intoxicado, pode retirar os sinais clínicos com as medicações, mas não altera a micotoxicose porque os mecanismos de efeitos da micotoxinas no organismo não conseguem ser bloqueados. Efeitos clínicos subagudos e crônicos. Dose-resposta não se aplica. natureza crônica, distribuição irregular da toxina, estado nutricional, etc.  efeitos crônicos observa quando tem um quadro bem instalado de micotoxicose.  não consegue dizer se o alimento ingerido tem uma dose específica de determinada micotoxina porque ela se distribui de forma irregular no alimento, sendo difícil o seu controle. Resposta clínica pode ocorrer após término da exposição. Muitas vezes o animal começa a rejeitar determinado alimento, apenas de retirar e trocar o alimento há a melhora. A micotoxicose primária é quando ingere um alimento contaminado com a micotoxina, ou seja, ingere a micotoxina de forma direta. A micotoxicose secundária ocorre quando algum animal ingeriu a micotoxina, essa micotoxina foi metabolizada e sua estrutura pode ter sido modificada, podendo acumular no leite, no ovo e na carne, dessa forma, pode ter a ingestão. Produzidas pelo fungo da espécie .Aspergillus flavus. Aspergillus parasiticus. Aspergillus pseudotamarii. A aflatoxicose é uma doença de característica hepatocarcinogênica. a ingestão de aflatoxina de forma crônica promove uma mutação, resultando em câncer hepático, sendo relativamente comum. Milho. Amendoim. Sorgo. Aveia. Arroz. Trigo. Castanhas. Rações. Existem 23 aflatoxinas identificadas atualmente, porém 6 aflatoxinas são mais importantes, sendo as primárias a AFB1, AFB2, AFG1 e AFG2. a AFB1 e AFB2 brilham com uma coloração azul quando aplica a luz ultravioleta (UV). a AFG1 e AFG2 quando colocada a luz UV brilham com coloração verde. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 126 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Estão relacionadas com as causas de cirrose, diminuição da resistência imunológica e provocam câncer hepático. UFSM (1987 – 2004): 35% dos alimentos pesquisados eram contaminados. Quando tem a metabolização da AFB1 pode ter a formação da M1 e a metabolização da AFB2 pode resultar na M2. A letra M advém de milk, sendo que depois de serem metabolizadas podem ser encontradas no leite. Termoestáveis (processamento; cozimento; peletização; frio ou luz). estáveis até próximo a 400ºC. São compostos distinguíveis cromatograficamente, quando submetidos à radiação UV de comprimento longo: série B: fluorescência azul (Blue). série G: fluorescência verde (Green). Moléculas altamente tóxicas. Mais poderosos hepatocarcinógenos naturais. Mais tóxicas, em ordem decrescente de toxicidade: AFB1, AFM1, AFG1, AFB2, AFG2. IARC (INTERNATIONAL AGENCY FOR RESEARCH ON CANCER): AFB1 :grupo toxicológico I. AFM1: grupo toxicológico 2B. Todas as aflatoxinas possuem efeito carcinogênico. Relacionada à hepatocarcinogênese. Uma das substâncias mais carcinogênicas conhecidas. Mais comum nos alimentos contaminados. São moléculas extremamente lipossolúveis, sendo rapidamente e facilmente absorvidas pelo trato gastrointestinal, em seguida, são distribuídas para os órgãos (fígado, rins, músculos, tecido adiposo). Ao chegar no fígado para metabolização, passa pelas reações de fase 1 e fase 2 que formam metabólitos mais tóxicos que a molécula precursora na maior parte das vezes. Consequências Depressão do sistema imunológico. Diminuição da vitamina E e selênio disponíveis. danos das células microssomais hepáticas, impedindo a transcrição de DNA-RNA. Diminui a quantidade de hemácias, provocando uma anemia. relacionado com a diminuição da pressão osmótica podendo culminar em hemólise. Biotransformação da AFB1 Alterações moleculares reversíveis e irreversíveis. reversível tem a formação do metabólito chamado de aflatoxicol, enquanto que a formação do metabólito M1 é irreversível. Quando tem a metabolização da AFB1 irá formar diversos metabólitos importantes, como o aflatoxicol e o M1. REVERSÍVEIS Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 127 @apostilavet Maria Eduarda Cabral aflatoxicol: menor toxicidade e reservatório de AFB1. É reversível, sendo uma reserva de AFB1 no organismo, ou seja, pode voltar a ser B1. O aflatoxicol é menos tóxico que a AFB1, porém pode virar AFB1 novamente, podendo ser metabolizado e formar metabólitos irreversíveis. IRREVERSÍVEIS AFM1. AFQ1. Passam pelo processo de metabolização mediados pelo citocromo P450. AFB1 Os efeitos toxicológicos só acontecem após a ativação metabólica pelas enzimas hepáticas. a aflatoxina em si não é muito tóxica, porém durante a metabolização tem a formação de metabólitos mais tóxicos. Biotransformada em vários metabólitos. AFM1: O,5 A 5% da AFB1 é biotransformada em AFM1. AFM1 é extremamente tóxica, principalmente para quem irá ingerir a M1. A quantidade ingerida e a duração da exposição são determinantes para os efeitos tóxicos e seu tempo de aparecimento. várias alterações em hepatócitos, desde infiltração lipídica e morte celular. perda das funções hepáticas: coagulopatia, icterícia, redução dá síntese de proteínas (albumina). Como são hepatocarcinogênicas, pode ter uma diminuição das funções hepáticas e o paciente pode apresentar coagulopatias, icterícias pelo aumento da bilirrubina e redução da síntese de proteínas (hipoalbuminemia). Anorexia, depressão, fraqueza, depressão, prostração, dispneia, vômito sanguinolento ou com muco. Lesões: parênquima hepático com coloração marrom, com vacuolização do citoplasma, edema celular, infiltração leucocitária. Em cães: também podem acontecer convulsões. ingestão de alimentos contaminados com micotoxinas, o ideal é coletar a ração em cães convulsionando e encaminhar para a análise toxicológica. Bovinos Redução da motilidade ruminal. Redução do peso corpóreo. Diminuição na produção leiteira. presença de M1 no leite. Suínos Anorexia. Redução do crescimento. Icterícia. Anemia moderada. Ascite. Aumento na suscetibilidade a doenças infecciosas. Baixo desempenho reprodutivo. Imunossupressão. Cães Ascite. Redução do ganho de peso. Sintomas decorrentes de infecções. Sintomatologia nervosa. Morte. Aves Mais suscetíveis, precisando investigar a sua função hepática. Diminuição do PT. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 128 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Albumina. Glicose. Colesterol. Aumento de ALT. Peixes Prejuízo no crescimento. Alterações hepáticas. Depósito residual em carcaças de peixes. Sinais clínicos gerais Redução da taxa de crescimento e queda na produção. Em casos de baixa ingestão, as lesões nem sempre são evidentes, apenas ocorrendo queda no crescimento e na produção. Carcinogênese e teratogênese Animais de produção muitas vezes não são observados por possuírem um curto período de vida. Inibição da síntese proteica – teratogênese. Metabólito da AFB1 – ligação covalente com a guanina do DNA, provocando alteração da expressão gênica. Alguns metabólitos tem uma molécula parecida com os cumarínicos, interferindo na enzima 8,9 epóxido que faz a conversão da vitamina K1 inativa em vitamina K1 ativa, por isso, o paciente apresenta distúrbios de coagulação. A ligação a guanina do metabólito interfere para a síntese de DNA e RNAm, favorecendo o surgimento de mutações. Quando há oxidação da aflatoxina, principalmente a B1, sob efeito do citocromo P450 forma o metabólito B1- 8,9 epóxido. Alterações na resposta imune Alterações da resposta imune ocorre mesmo que tenha exposição baixas a aflatoxinas, desde que seja feito de forma crônica, causando: deficiência do sistema complemento. retardamento da produção de interferon. atividade de linfocinas. supressão da resposta linfogênica. Favorece a infecções secundárias. Aflatoxinas no leite Crianças mais suscetíveis, devido a sua capacidade de biotransformação mais lenta. Fator acumulativo. Hepatotoxicidade. Hepatocarcinogenicidade. Fornece um alimento contaminado para as vacas leiteiras, irão ingerir e metabolizar, formando diversos metabólitos, a parte que vira M1 sai por meio do leite, podendo ser consumida pelos humanos. Sinais clínicos. inespecíficos, muitas vezes não identificado. Achados anatomopatológicos. Análise laboratorial de micotoxinas. CCD – qualitativa. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 129 @apostilavet MariaEduarda Cabral  só fala se é positivo ou negativo, mas causa diversos falsos positivos e negativos. HPLC – considerada a padrão ouro. CG. ELISA. Retirada do alimento suspeito. Prevenção! Não há tratamento específico, apenas sintomático e de suporte. Evitar o desenvolvimento dos fungos nos alimentos. Conservação dos alimentos: teor de umidade menor que 15% cuidado com a umidade e alteração de temperatura nos alimentos estocados. São relativamente comuns. Muitas vezes são confundidas com as aflatoxinas. Fusarium verticilloides (monoliforme). Fusarium spp. Alternaria spp. 20º -25ºC (5º a 40ºC). se desenvolvem em temperatura ideal entre 20 a 25ºC, mas pode ser produzida em uma ampla variação de temperatura. AUMENTO DE FUMONISINAS: clima quente e seco – alta umidade. grãos danificados por insetos ou pássaros.  causam um estresse a planta, aumentando a produção dessas micotoxinas. estocagem com alta umidade (> 18%). Fumonisina B1 (mais tóxica), fumonisina B2 e fumonisina B3. a molécula é similar às esfingosinas, que é uma substância do tecido nervoso, com isso, a ingestão de fumonisina provoca sintomas neurológicos. B1 + tóxica e produzida em maior quantidade. termoestáveis – resistem à fervura por 30’. . Interferem no mecanismo dos esfingolipídeos. Efeitos biológicos: leucoencefalomalácia equina – promove a morte dos equinos. edema pulmonar suíno. carcinogênese.  alguns trabalhos mostram que são carcinogênicas nos humanos. Interfere nas esfingosinas e esfingomielinas, promovendo uma modificação da estrutura do sistema nervoso central. Leucoencefalomalácia equina 8 ppm de Fumonisina B1 já pode causar sinais clínicos nos equinos. quando inicia os sinais clínicos não é possível realizar o tratamento, pois promove um amolecimento da substancia branca no encéfalo, fazendo com que o animal não consiga desempenhar suas funções neurológicas normais, não tendo tratamento sintomático e de suporte. 3 – 6 dias após consumo de alimento contaminado. Hipersensibilidade, ataxia, fraqueza do membro pélvico, convulsões, cegueira, incapacidade de deglutição. : 100% Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 130 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Comum em milho e ração. LESÕES Edema cerebral severo. Liquefação da substância branca. Hepatotoxicidade. SINAIS CLÍNICOS Depressão. Hiperexcitabilidade. Tremores. Ataxia. Pressão da cabeça contra objetos. Sonolência. Edema pulmonar suíno Quadro clínico de evolução subaguda. depois de alguns dias que o animal está ingerindo a ração contaminada. Geralmente letal. : insuficiência pulmonar, dificuldade respiratória, dispneia, cianose. Óbito pouco depois do aparecimento dos sintomas. : vacuolização citoplasmática, necrose. : edema pulmonar, hidrotórax. Alta incidência de câncer esofágico em humanos. Poucos estudos. Análise do alimento suspeito. HPLC, ELISA. Cultura do fungo. pouco valor, pois o fungo pode não estar mais presente no alimento, mas a micotoxina sim. Pesquisa da taxa de esfinganina/esfingosina. Não há tratamento. Evitar a contaminação do alimento. Evitar a estocagem do milho úmido. Produzido pelo fungo Fusarium roseum. relatada nos EUA em 1927 – associação do milho mofado e tumefação da vulva. Perceberam que suínos que ingeriam o milho mofado apresentavam alterações reprodutivas e tumefação da vulva. Micotoxicose estrogênica, ou seja, interfere no funcionamento reprodutivo desses animais, imitando os efeitos da liberação de estrógeno. por conta das alterações provocadas, desencadeia alterações reprodutivas. Zearalenona: lactona ácido resorcíclica. INDUÇÃO DE ENZIMAS PRODUTORAS: temperatura de 12º a 14ºC, com temperatura ideal 20º-25ºC e umidade do substrato acima de 23% (45% ideal). não é destruída pela peletização nem pelo calor. milho, sorgo, cevada, aveia e silagens. Para que haja a reprodução da zearalenona existem grandes variações das características físicas. TOXICOCINÉTICA: extremamente lipossolúvel, com uma rápida absorção no trato gastrointestinal. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 131 @apostilavet Maria Eduarda Cabral biotransformação hepática (redução): α e β – zearalenol.  a partir da reação de redução forma dois metabólitos, o alfa e o beta. essa reação catalisada por 3 α hidroxiesteróide. menor quantidade de 3 α hidroxiesteróide, que faz a metabolização da zearalenona. menos sensíveis. Marrãs mais sensíveis. Aves mais resistentes. : prolongamento do efeito estrogênico. como é extremamente lipossolúvel, pode sofrer o ciclo êntero hepático, aumentando a meia vida da micotoxina no organismo e aumentando seu efeito estrogênico. Atua como uma substância estrogênica, ligando-se aos receptores para o 17 α – estradiol. efeito biológico primário é o hiperestrogenismo. A zearalenona se liga nos receptores do estradiol, imitando o efeito do estradiol no receptor, com isso, tem como efeito biológico o hiperestrogenismo. Edema de vulva (vulvovaginite) e da glândula mamária. Alargamento de útero. Atrofia de ovário. Prolapso anal e vaginal – infecção secundária. Porcas adultas – ninfomania e pseudoprenhez. : diminuição do número de fetos vivos e peso, malformações. Análises cromatográficas dos alimentos e testes de imunoensaio (ELISA). a cromatografia líquida é a análise de padrão ouro. Secagem adequada do cereal, com máxima de 16% de umidade. Produzido pelo fungo Fusarium. Uma grande variedade de micotoxinas entram nessa classe. : toxina T2 e DAS (diacetoxiscirpenol). : DON (4-deoxinivalenol) e NIV (nivalenol). é um grupo grande de micotoxinas, sendo dividido em grupo A e grupo B. T-2: altamente tóxica e a mais conhecida. DON, NIV e DAS: mais frequentemente encontradas como contaminadores de alimentos destinados aos animais de produção. relacionada a grãos colhidos tardiamente ou os que permanecem no campo durante o inverno. colheita tardia do grão ou que ficaram no campo com frente fria, visualiza uma maior concentração de tricotecenos do que das outras micotoxinas. um mesmo alimento pode ter a presença de vários tipos de micotoxinas. produzem essas toxinas em temperaturas 0ºC – 15ºC. podem produzir em outras temperaturas, mas essas são as temperaturas ideais. Micotoxicose Aleucia Tóxica Alimentar (ATA) em humanos. Cereais cobertos de gelo infestados por fungos. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 132 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Inflamação das mucosas gastrointestinais, alterações hematológicas, dermatológicas e neurológicas. Na segunda guerra houve uma intoxicação por tricotecenos chamado de ATA, pois tinha uma grande quantidade de cereais infestados por fungos Fusarium e cobertos de gelo, quando ingeriram o alimento houve a micotoxicose, sendo inflamação da mucosa do trato gastrointestinal. Produtor de hemorragias difusas e lesões disseminadas, que evoluem para morte. “Chuva Amarela”: composta por tricotecenos; : rapidamente absorvidos no trato gastrointestinal, excretados pela bile e urina. Inibição da síntese proteica e de DNA. Inibição do transporte de elétrons na mitocôndria. atrapalha na disponibilidade de energia da célula. Ordem decrescente de toxicidade: T-2, DAS, DON e NIV. varia de 0,5 a 300 mg/kg. depende: toxina, espécie do fungo e da micotoxina, via de exposição. Variáveisprincipalmente por DON – suínos. T-2 e DAS provocam efeitos citotóxicos locais. diátese hemorrágica, queda da hematopoiese, leucopenia, eritropenia, trombocitopenia. ataxia, comprometimento do reflexo de endireitamento e convulsões. Métodos analíticos. imunoensaio, ELISA. HPLC e CG. Os tricotecenos são estáveis no meio ambiente e no processamento de alimentos. Evitar a colheita de cereais tardiamente – principalmente em temperaturas baixas. Ocratoxinas – família de isocumarinas 9 tipos de ocratoxina identificados. geralmente encontrado junto com outro grupo de micotoxinas que estão em estudos, sendo as ocratoxina e citrininas. Ocratoxina A (OTA) é produzida sob condições naturais. Aspergillus ochraceus. Milho, cevada, trigo – café, soja e coco. também são encontradas em frutas. São nefrotóxicas e hepatotóxicas. são micotoxinas que provocam lesão hepática e renal. Imunossupressão e carcinogênicas. OTA: absorvida no TGI – herbívoros X concentrados.  depende do tanto de alimento contaminado que o animal ingeriu. afinidade com albumina, faz com que tenha um prolongamento da meia vida sérica, ficando mais tempo circulando no corpo do animal. biotransformação hepática – metabólitos OTAα e OTAβ. excreção por fezes e urina. Nefrotóxica, hepatotóxica, imunotóxica, teratogênese e embriotóxica. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 133 @apostilavet Maria Eduarda Cabral inibição de linfócitos T e B. deformidades de crânio, vértebras e costelas. Gastroenterite, diarreia, êmese, desidratação e depressão. exposições baixas: comprometimento da função renal, diminuição de ganho de peso e de produção. ELISA, HPLC – OTA. : alterações clínicas e achados anatomopatológicos (fígado e rim). pode provocar lesões perceptivas na necropsia em fígado e rim. Toxicologia dos Saneantes Substâncias ou preparações para uso doméstico ou peridomiciliar. são produtos de limpeza, para manter a higiene, descontaminação e prevenir insetos, roedores e afins. Finalidade de aplicação em objetos ou superfícies, para mantê-los sob condições sanitárias adequadas. Produtos para limpeza geral. alvejantes, branqueadores, detergentes, desinctrustantes. Finalizadores. amaciantes, lustradores, ceras, etc. Neutralizadores de odores. Polidores de metais. Produtos pré e pós lavagem. Produtos com ação antimicrobiana. algicidas, desinfetantes, esterilizantes, fungicidas, germicidas, sanitizantes, etc. Desinfetantes. inseticidas, produtos para jardinagem, moluscocidas, rodenticidas, repelentes, etc. Removedores. Sabões e saponáceos. saponáceos são os sabonetes de uso humano. Depende: disponibilidade de uso doméstico. nível socioeconômico: alguns produtos por serem mais baratos podem não ter uma embalagem muito segura. costumes regionais. fácil acesso aos animais. hábito de reaproveitar embalagem. Exposição cotidiana. o animal pode entrar em contato diariamente. Associação e uso inadequado de produtos. Marcas comerciais com diferentes formulações e concentrações. Regionalidade de hábitos e de marcas. Curiosidade. acidentes ocorrem pelo hábito de curiosidade dos animais, principalmente crianças e filhotes, se não tiver uma embalagem segura podem abrir e entrar em contato. Tédio. faz com que procure novas formas de se distrair. Embalagens atraentes. Embalagens inseguras. Odor agradável. Armazenamento em local inadequado. Toxicologia dos Saneantes Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 134 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Negligência. Frequente causa de intoxicação. Sabão. Produtos de higiene e limpeza. ácido graxo – surfactante, diminui a tensão superficial da água. Nos sabões e sabonetes tem um ácido graxo que é um surfactante que auxilia na dissolução do solvente na água, levando a formação de bolhas que quando ingeridas diminuem a tensão superficial da água, podendo romper a membrana celular. : alquil sulfato de sódio, lauril sulfato de sódio. : derivados de alquil ou anil ou cloreto de amônia. Destinados à limpeza do corpo. Corretores de pH. geralmente tem um pH um pouco alcalino. Baixa toxicidade. Essências podem favorecer a intoxicação. Ingestão Vômitos e diarreias brandas. Tratamento Demulcentes. ex.: clara de ovo. Sintomático e suporte. Corrigir perdas hidroeletrolíticas. Toxicidade Variação da composição. mais grave que sabonetes. mais tóxicos. sabão em pedra é mais tóxico que o sabonete, o caseiro é feito de gordura e soda cáustica, sendo mais tóxico. Sinais clínicos Vômitos e diarreia, irritação da mucosa do trato gastrointestinal, desidratação. Tratamento Sintomático e suporte. Diluição do agente. Hidratação. Protetores gástricos e demulcentes. Antibiótico? Administrar laxante para ser eliminado. Produto cáustico não pode fazer indução do vômito por provocar uma lesão adicional na mucosa do esôfago. Detergentes aniônicos Mais comuns. baixa absorção. boa absorção. leve a moderado. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 135 @apostilavet Maria Eduarda Cabral INTOXICAÇÃO Sabões em pedra. alguns são aniônicos, devendo tomar cuidado. TRATAMENTO Idem ao de sabonetes e sabões. MÁQUINA DE LAVAR LOUÇA Mais tóxicos que os detergentes convencionais. Detergentes catiônicos Alta toxicidade – ingestão. são mais tóxicos, mais encontrados em laboratórios para a limpeza de vidrarias. Lesão local ou sistêmica – mecanismo inespecífico. SINAIS CLÍNICOS Sialorreia, vômito, hematêmese, fraqueza muscular ou fasciculações, depressão e convulsões. “OF e CB”. tomar cuidado porque intoxicação por detergente catiônico pode ter um quadro parecido com uma intoxicação por organofosforados e carbamatos. TRATAMENTO Não fazer indução do vômito. Sintomático e suporte. TOXICIDADE TÓPICA Perda de pelos, ulceração e lesões inflamatórias. banho com água fria. : dor a úlcera de córnea. lavagem. Creolina é um produto extremamente tóxico. Precipitação de proteínas. necrose de coagulação. destruição de terminações nervosas. A creolina provoca uma necrose de coagulação pela precipitação de proteínas, pela necrose de coagulação tem a destruição de terminações nervosas. Rápida absorção. Gatos são mais suscetíveis a creolina devido a sua metabolização. Emergência. Intoxicações graves. Tratamento clara de ovo. avaliar severidade do dano na orofaringe. lesão extensa? carvão ativado e catártico. azul de metileno. Os derivados fenólicos e cresólicos podem provocar um quadro de anemia hemolítica devido a formação de metahemoglobina. O azul de metileno é um antídoto, mas os gatos não podem entrar em contato com o azul de metileno. prevenção de dano hepático; Diversos produtos desinfetantes, para cabelos. : necrose de coagulação. provocam a destruição do tecido. Vapores Irritantes para mucosas. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 136 @apostilavet Maria Eduarda Cabral seu vapor é extremamente tóxico para a mucosa oral, nasal e ocular. Tratamento Sintomático e suporte. Toxicidade tópica Dermatites. Hipersensibilidade. Toxicidade oral Vômito, diarreia. Choque, coma e morte. Geralmente os encontradosno mercado tem em média 6% de diluição. Necrose de coagulação. Sinais clínicos Disfagia, sialorreia, vômitos (sanguinolentos). podem provocar vômitos e diarreias, pela destruição da mucosa pode levara vômitos e diarreias sanguinolentas. Alterações circulatórias. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 Powered by TCPDF (www.tcpdf.org) http://www.tcpdf.orgMaria Eduarda Cabral Impermeáveis à maioria das moléculas polares e aos íons. Permeável as moléculas apolares. Drogas lipossolúveis atravessam facilmente as barreiras celulares. TRANSPORTE PASSIVO OU DIFUSÃO SIMPLES Do meio de maior concentração das moléculas para o de menor concentração – a favor do gradiente de concentração. é do meio de maior concentração para o de menor concentração, sempre a favor do gradiente de concentração e sem que ocorra gasto de energia. Mais comum. Sem gasto de energia. Tamanho molecular = tamanho dos canais. para que haja a entrada dessa molécula por difusão simples, o tamanho da molécula do xenobiótico tem que ser compatível com o tamanho do canal, se esse espaço é menor que o tamanho da molécula, o corpo precisará achar outra forma de fazer a molécula entrar. Lipossolubilidade (membrana). Ionização das moléculas (quanto passagem). quanto mais ionizada a molécula, menor será a passagem e quanto menor a carga, maior será a passagem. TRANSPORTE ATIVO Alto grau de especificidade, onde o transporte de uma substância ocorre contra o gradiente de concentração. é mais comum essa forma quando a célula precisa eliminar a droga de dentro dela, precisa de energia e ocorre contra o gradiente de concentração, ou seja, do meio menos concentrado para o mais concentrado. Remoção de toxicantes. Requer energia. DIFUSÃO FACILITADA Transporte sem gasto de energia. Por meio de um carreador – move a substância tóxica a favor do gradiente de concentração. não gasta energia, mas precisa de uma molécula carreadora, não é muito comum essa absorção de xenobióticos por difusão facilitada, sendo mais utilizada a difusão facilitada para a glicose. Velocidade maior quando comparado com a difusão simples. Incomum para xenobióticos. FAGOCITOSE E PINOCITOSE Processo de invaginação da membrana celular com gasto de energia, formando vesículas intracelulares. pode ter a fagocitose (invaginação que engloba substâncias e molécula sólidas) e a pinocitose (substâncias líquidas). Tóxico no sangue – maior concentração no órgão mais perfundido até o equilíbrio entre todos os compartimentos orgânicos. feita pela corrente sanguínea, na distribuição tem o xenobiótico chegando na circulação sanguínea e inicialmente estará mais concentrado no órgão mais perfundido, pois quanto mais sangue chega nesse órgão, mais droga estará presente. O equilíbrio depende: capacidade de atravessar barreiras teciduais: quanto menor for a velocidade de absorção causará um impacto na velocidade de distribuição da droga. ligação com proteínas teciduais e plasmáticas: se um xenobiótico tem mais afinidade pela albumina, mais tempo passará circulando e mais tempo demorará para ser biotransformado. ionização. lipo ou hidrossolubilidade. Velocidade de distribuição depende: passagem pela membrana. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 10 @apostilavet Maria Eduarda Cabral biotransformação. afinidade por locais de depósito: se a droga for extremamente lipossolúvel e tiver afinidade pelo tecido adiposo, assim que entrar para ser distribuída pode ir ao tecido adiposo e permanecer armazenada nesse local. modo de excreção. Quando tem uma droga entrando no organismo e foi absorvida e distribuída, uma parte chegará ao receptor alvo e outra parte chegará no fígado. Com isso, o fígado já metabolizou parte da droga sem que toda essa droga ingerida tenha chegado ao receptor alvo. Se tem um xenobiótico que será absorvido, distribuído e 50% será biotransformado sem chegar antes ao receptor alvo, significa que daquela droga inicial, apenas metade possui capacidade de chegar no receptor alvo. A faixa terapêutica é a quantidade suficiente de moléculas do princípio ativo chegando e se ligando ao receptor para realizar a sua função, se não atingir essa concentração mínima para exercer o efeito terapêutico estará trabalhando na faixa subterapêutica. A faixa tóxica é acima da concentração máxima permitida para exercer um efeito farmacológico, fazendo mal ao organismo animal. Acima da faixa tóxica tem a faixa letal. Estocagem Alteram a cinética e efeitos biológicos: em locais com receptores suscetíveis – paraquat.  as drogas podem ter afinidade por receptores suscetíveis, por exemplo, o paraquat é um herbicida utilizado no Brasil extremamente tóxico e possui afinidade pelos pneumócitos, quando o indivíduo entra em contato com esse herbicida, ele não ficará muito tempo circulando no organismo porque irá até os pneumócitos causando sua destruição. em locais inertes – arsênio. armazenamento X excreção.  essa estocagem será importante pensando na quantidade de droga que será armazenada e que não será excretada. ligação com proteínas plasmáticas.  pode ficar ligado a proteínas plasmáticas, com isso, essa proteína plasmática ligado ao xenobiótico perde a sua função, não será nem levado ao fígado para ser metabolizado e nem excretado. Se está ingerindo um antibiótico que tem uma alta lipossolubilidade e afinidade pelo tecido adiposo, então, ao mesmo tempo que está sendo ingerido está sendo estocado, isso significa que o antibiótico não está chegando na bactéria para matá-la. Biotransformação é o nome dado para o processo de metabolização de uma substância. Processo no qual o organismo induz a alterações na estrutura química de drogas, geralmente através de processos enzimáticos. A metabolização tem uma importância fundamental na sobrevivência do organismo e na capacidade de se adaptar a mudanças, ou seja, se adaptar a exposição de substâncias que não são benéficas ao corpo. O objetivo principal é a mudança da característica química dessa droga. Esse xenobiótico geralmente é lipossolúvel e com uma molécula maior, para que haja a quebra dessa molécula em partes menores e com maior hidrossolubilidade para ser excretada, essas partes menores de um xenobiótico são os metabólitos. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 11 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Formação de metabólitos Menor, maior ou toxicidade semelhante à molécula original. Durante o processo de biotransformação os metabólitos podem ser formados e pode ter uma alteração na toxicidade. Esse metabólito pode ser MENOS TÓXICO que a molécula precursora ou pode ter a formação de metabólitos IGUALMENTE TÓXICOS ou MAIS TÓXICOS que a molécula original, sendo chamado de bioativação. Um exemplo de bioativação é ao ingerir a micotoxina aflatoxina terá a formação de um metabólito mais tóxico que a micotoxina, além disso, no gato isso ocorre quando é exposto ao paracetamol, que leva a formação de uma molécula mais tóxica que a molécula original. É uma forma que o corpo tem para tentar quebrar essas moléculas e destina-las a excreção. Alteração na toxicidade Mais polares. Menor lipossolubilidade. Fígado: principal órgão responsável. O ideal de uma biotransformação benéfica seria transformar esses xenobióticos em moléculas mais polares, menos lipossolúvel e menos tóxicas. O xenobiótico ao entrar em contato com as células intestinais no duodeno ocorrerá o processo de absorção por difusão simples e o de distribuição, parte desse xenobiótico chega ao fígado para ser metabolizado. Existem duas fases de biotransformação: 1. Fase 1: mediada por um grupo de enzimas chamadas de oxidase de função mista ou família citocromo. se esse processo de fase 1 não foi o suficiente para transformar esse metabólito em hidrossolúvel e excretado, esses metabólitos de fase 1 serão destinados para a fase 2. 2. Fase 2: chamada de conjugação, esses metabólitosserão conjugados por um grupo de enzimas transferases. Durante a reação de fase 1 pode ocorrer 3 reações químicas principais com esse xenobiótico. oxidação, redução ou hidrólise. Se ocorrer uma dessas 3 reações e conseguir formar um metabólito hidrossolúvel, esse metabólito não é destinado para a fase 2, pois será diretamente excretado. Se o metabólito ainda se manter lipossolúvel ou com alto tamanho molecular, esse metabólito entra para a fase 2 e ocorre o processo de conjugação. o fígado conjuga esse metabólito com uma substância endógena (formada pelo próprio organismo). esse produto conjugado pode ser menos tóxico, igualmente tóxico ou mais tóxico, também pode ser mais hidrossolúvel ou mais lipossolúvel. Reações Etapas sucessivas. não existem xenobióticos entrando na reação de fase 2 sem ter entrado na de fase 1, pois a reação Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 12 @apostilavet Maria Eduarda Cabral de fase 2 utiliza metabólitos resultantes da reação de fase 1. estrutura química do substrato. Classificação das reações: reações de fase I: não sintéticas. reações de fase II: sintéticas. Existem enzimas que auxiliam nesse processo. A REAÇÃO DE FASE 1 é considerada não sintética porque atua quebrando a molécula precursora em pedaços. A REAÇÃO DE FASE 2 é chamada de sintética porque usa essa molécula que sobrou da fase 1 e forma uma nova molécula a partir da conjugação com uma substância que já é produzida no corpo. O xenobiótico lipossolúvel/lipofílico entra na reação de fase 1 também chamada de funcionalização. responsável pela formação de um metabólito primário, ocorrendo por oxidação, redução e hidrólise. a oxidação é mediada pelas oxidases de função mista ou citocromo. Ao formar o metabólito primário, se permanecer lipossolúvel entrará na reação de fase 2 também chamada de conjugação ou biossíntese, formando um metabólito secundário que é um produto conjugado. acopla em uma substância endógena formando uma nova molécula. possui as enzimas transferases nessa fase. esse metabólito de fase 2 pode continuar lipossolúvel e com um alto peso molecular, com isso, não consegue ser excretado, nesse caso, pode ir para um local de depósito sendo armazenado.  se for muito lipossolúvel poderá ser armazenado no tecido adiposo, se o animal ou pessoa passar por uma privação energética que haja a mobilização desse tecido adiposo, essa droga cai novamente na corrente sanguínea podendo ser distribuída e chegando no seu sitio de ação, dessa forma, irá exercer um efeito farmacológico ou tóxico. se permanecer lipossolúvel pode ter a excreção como forma de resíduo no leite ou no ovo. quando esse conjugado se mantém lipossolúvel pode ter a excreção através da bile.  o problema da excreção pela bile é que se ainda for lipossolúvel, essa molécula ao entrar em contato com a parede intestinal pode ser reabsorvida caindo no ciclo êntero-hepático.  o ciclo êntero-hepático prologa a meia vida da droga. REAÇÃO DE FASE I Convertem os agentes tóxicos em metabólitos mais polares. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 13 @apostilavet Maria Eduarda Cabral ocorre no sistema microssomal hepático (REL). Na fase de hidroxilação – citocromo P450 (isoenzima). Tentativa de formação de metabólitos mais polares no retículo endoplasmático liso (REL) no hepatócito. REAÇÃO DE FASE II Reações sintéticas, ou de conjugação, envolvem o acoplamento entre os agentes tóxicos, seus metabólitos e substratos endógenos. Produtos originados da fase I geralmente sofrem reações mais profundas na fase II, aumentando sua hidrossolubilidade. Formação de conjugados a partir do metabólito de fase 1 com substâncias endógenas, sendo o objetivo aumentar a hidrossolubilidade. Após a biotransformação e formação de um metabólito. Diferentes vias Excreção renal: principal processo de eliminação de substâncias polares ou pouco lipossolúveis em pH fisiológico. Clearance renal (depuração): remoção permanente da circulação. Excreção biliar: ciclo êntero-hepático. Excreção pelo leite. Outras: saliva, suor, pulmões... Toxicodinâmica se refere ao mecanismo de ação das drogas. A toxicodinâmica é a forma que o xenobiótico se liga a um local do organismo para exercer um efeito tóxico, podendo se ligar a um receptor específico ou se ligar a qualquer tecido provocando uma lesão. Ação dos venenos dentro de um organismo: mecanismos de ação tóxicos provocados por uma substância química. lesões: funções bioquímicas ou fisiológicas. efeitos deletérios de substâncias tóxicas.  esse veneno no corpo pode provocar um efeito de alterar a função celular e função fisiológica, inclusive, essa lesão pode ser tão evidente que provoque sinais clínicos ou morte do paciente. mecanismos de ação tóxica: específicos e inespecíficos.  especifico: existe um local alvo, podendo se ligar a uma enzima, DNA ou alguma substância, precisa chegar nesse local específico para desencadear um efeito tóxico.  tem como bloquear o efeito, se sabe que o animal ingeriu uma droga e sabe que ela vai se ligar a uma determinada enzima, pode administrar uma outra droga que competirá com o veneno no mesmo receptor, se o veneno não se liga ao local alvo não tem o efeito tóxico. É como se fosse um paralelo do que ocorre na distribuição porque na distribuição o xenobiótico está sendo distribuído no organismo, sendo que parte chega no fígado para ser metabolizado e parte no sítio de ação. Mecanismos de lesão inespecíficos Agentes capazes de provocar lesão em qualquer célula. Membrana celular entra em contato com o agente: compostos corrosivos. compostos cáusticos. coagulantes de proteínas. alteração de lipídios. áreas sensíveis: pele, olhos, trato respiratório e cavidade oral. Qualquer célula que entrar em contato com a substância será lesionada, é mais comum essas situações em pele, olhos, trato respiratório e cavidade oral. A luz ultravioleta provoca uma lesão na córnea e lesão celular, sendo um mecanismo inespecífico. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 14 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Mecanismos de lesão específicos atuam seletivamente. enzimas, moléculas transportadoras, canais iônicos e ácidos nucléicos. ESTRUTURAS AFETADAS São proteínas. pode ser uma interação que causa inativação ou desnaturação da proteína. carbamatos e organofosforados: tem afinidade pela enzima acetilcolinesterase.  a acetilcolinesterase é responsável por desligar a acetilcolina do receptor nicotínico muscarínico na fenda sináptica, se tem um veneno que atua bloqueando a enzima teremos uma quantidade de enzima diminuída e o tempo que a acetilcolina ficará ligada no receptor será maior. cianeto: interfere na cadeia de transporte de elétrons, interferindo na capacidade de produzir ATP. ácido monofluoracético: bloqueia a enzima aconitase.  enzima extremamente importante para o ciclo de Krebs. metais pesados: possui grupos sulfidrilas.  interage com diferentes grupos químicos, causa variados sinais clínicos. Interferência no carreamento de substâncias. recaptação das catecolaminas. inibição bomba Na+/K+ ATPase. Pode ser receptores agonistas ou antagonistas. Alteração da função biológica: estimulação excessiva (aumenta a quantidade de receptores neurotransmissores). bloqueio. Alteram a transmissão de informações entre neurônios e órgãos efetores: atropina: impede ação daacetilcolina (é um antídoto para carbamatos e organofosforados). Alteram a transmissão de impulso nervoso – atuação do impulso: toxina botulínica: bloqueia a ação da acetilcolina. A acetilcolina se liga ao receptor muscarínico e estimula o receptor, aumentando o efeito muscarínico. Se utilizar a atropina, a mesma irá competir com a acetilcolina, ocupando o receptor e a acetilcolina não consegue se ligar diminuindo a ação da acetilcolina. Se inibir o ATP ocorre o bloqueio de fornecimento de oxigênio aos tecidos: ligação inadequada entre hemoglobina e oxigênio: metahemoglobina. íon cianeto: cianohemoglobina. Tem uma diminuição da capacidade de fornecimento de oxigênio ao tecido, pode ocorrer por uma alteração na capacidade dessa hemoglobina se ligar ao oxigênio como no caso da intoxicação por paracetamol em gatos pela formação da metahemoglobina. Diminuição da formação de ATP: Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 15 @apostilavet Maria Eduarda Cabral interferência em enzimas da cadeia transportadora de elétrons. dinitrofenóis. monofluoracetato de sódio.  a enzima aconitase dá sequência para acontecer a formação de ATP no ciclo de Krebs. Perda de função celular!! Produção de metabólitos altamente reativos – bioativação. são mais tóxicos que a molécula precursora. Fígado. Mutagênese, carcinogênese e necrose celular. aflatoxinas. radicais livres. Esses radicais livres formados tem uma capacidade de provocar morte celular, mutação e serem carcinogênicos, o radical livre se liga a qualquer tipo de célula e molécula. Agentes tóxicos afetando imunidade humoral (células). Ocorrem primariamente no útero. Suscetibilidade de células – organogênese. 1/3 inicial: alteração morfofisiológica. 1/3 final: alteração de crescimento. Fatores X toxicidade EFEITO TÓXICO Local apropriado. Concentração. Tempo. FATORES Veneno – interações. Animal. Ambiente. VARIAÇÕES NAS RESPOSTAS Alérgica. Reações idiossincrásicas. Sinergismo. Potenciação. Antagonismo. Reação imunológica a uma substância. Sensibilização prévia – agente ou semelhante. Dose dependentes. Indução da formação de anticorpos. Reação anormal excessiva. Anormalidades no metabolismo. Genética. Collies – ivermectinas. Extrema sensibilidade. Efeitos combinados de duas ou mais substâncias são maiores do que a soma dos efeitos individuais. Substância sem efeito tóxico sobre um sistema é adicionada a outra substância tóxica. Resulta em efeito muito mais tóxico. Uma molécula na presença de outra aumenta o poder final. Duas substâncias administradas conjuntamente. Interferem na ação da outra. FATORES LIGADOS AO VENENO Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 16 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Composição: impurezas. modificação da molécula básica ativa. instabilidade da substância tóxica. Formulação e veículo. Solubilidade, polaridade e ionização: alta solubilidade em lipídios. compostos não polares e baixo peso molecular. grupos ionizados. ligados à proteína. Biotransformação: doenças hepáticas – oxidase de função mista (OFM), sendo a capacidade de biotransformação menor. localização do veneno nos tecidos. idade. deficiências nutricionais. espécies, raças ou linhagens. sexo. via de exposição. temperatura corporal. Características morfofisiológicas: ruminantes. equinos. Os ruminantes possuem uma característica fisiológica diferente, interferindo na capacidade de absorção, distribuição, metabolização e excreção. Não se pode aplicar um produto de uma espécie para outra espécie. barreira hematoencefálica (BHE).  algumas substâncias podem passar pela barreira hematoencefálica provocando lesões. FATORES LIGADOS AO ANIMAL Características metabólicas: doenças e características genéticas. Distribuição e excreção: distribuição e armazenamento. competição entre xenobióticos. diferenças no transporte ativo de ácidos e bases. Diferenças sexuais e hormonais. Idade, maturidade e atividade metabólica. Condições patológicas: doenças hepáticas. filtração e reabsorção pelos rins. irritantes gastrointestinais. FATORES LIGADOS AO AMBIENTE Volume e concentração do veneno. Temperatura ambiental. Fatores nutricionais e dietéticos. Coleta e Remessa de Material para Exame Toxicológico Quando a gente pensa em fazer um diagnóstico toxicológico, é necessário ir atras de informações que nos levem a nossa causa provável ou confirmada de intoxicação. Exame físico. Informações de anamnese. Coleta e Remessa de Material para Exame Toxicológico Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 17 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Estabelecimento de diagnóstico. Deve existir uma relação dose-resposta. Quanto maior a dose, maior a chance de produzir uma intoxicação. quanto maior for a dose administrada ou que o paciente entre em contato, maiores são as chances de ocorrer a intoxicação. quando há o aumento da concentração plasmática de uma droga que atinge uma faixa acima da faixa terapêutica (faixa tóxica), as chances de ocorrer uma intoxicação será maior podendo acarretar na morte do paciente. Exposição não é igual intoxicação!!! não é porque o paciente entrou em contato com a droga que irá se intoxicar. Amostras livres de contaminação e sujidades (pelos, etc). precisam estar limpas porque eventualmente faz a necropsia do animal ou coleta do ambiente, não podendo ter contaminação. Sem lavar. não deve lavar a amostra porque pode provocar a contaminação caso a água esteja contaminada ou resultar em um falso positivo referente a outro produtos. recipiente neutro (vidro ou plástico inerte), inclusive as tampas. a tampa também pode provocar a intoxicação caso tenha metais, podendo dar falso positivo se estiver dosando metal na amostra. Cada amostra deve ser colocada individualmente em um recipiente apropriado, com identificação adequada. Remeter as amostras ao laboratório acompanhadas de fichas com informações relativas ao quadro de intoxicação. Não guardar as amostras em sacos de lixo. Fichas devidamente preenchidas. Escrever etiquetas à lápis. a caneta borra com água ou álcool., sempre escrever com um lápis mais grosso. O ideal é pegar uma etiqueta e colocar a identificação no pote e na tampa. Identificação do animal (espécie, sexo, raça, idade). Identificação do proprietário. Sinais clínicos observados (tempo, duração e severidade) e tempo da exposição até o socorro do animal. Em caso de morte súbita – o tempo decorrente do início dos sinais clínicos e a morte. Estado de saúde antes dos sinais clínicos. Descrição de lesões anatomopatológicas. Descrição do ambiente em que o animal vivia e contactantes. Utilização de substâncias potencialmente tóxicas no ambiente (desinsetização, adubação, tintas, solventes, etc). História médica e tratamentos atuais. Suspeita clínica e tempo decorrido entre a exposição e a coleta da amostra. Outras informações que o veterinário julgar pertinentes. Resfriadas. resfria a amostra se for enviar para um laboratório próximo, o ideal é que sempre estejam congeladas. Sempre congeladas. Colocar as amostras em caixas com isolamento térmico (isopor) e gelo reciclável Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 18 @apostilavetMaria Eduarda Cabral sempre que prepara a amostra o ideal é proteger a amostra da temperatura externa, colocando o gelo reciclável embaixo, na lateral e em cima da amostra, depois deve fechar bem o isopor para não entrar ar. O congelamento evita a perda de agentes voláteis e previne a atividade enzimática ou bacteriana que pode inativar algumas substâncias tóxicas. Jamais armazenar no formol!!!!!!! o formol inativa as amostras, não conseguindo fazer as análises toxicológicas. O ideal é colocar cada amostra em um saquinho diferente junto com o recipiente, pois caso vaze, não contaminará as outras amostras. Armazenadas em sacos de papel e refrigeradas. coloca em sacos de papel duplamente embalados por serem amostras secas. Secas ou congeladas– retardar o crescimento de fungos. Evitar vazamento de sangue e líquidos teciduais. Entre em contato com o laboratório! Sangue: 10 mL total em tubo de heparina. Urina: 50 mL. Fezes: 250 g. geralmente o laboratório não trabalha com análise por fezes. Vômito: 250g. Pelos: 5 a 10g. Fígado: 50 a 100g. principal órgão de biotransformação. o ideal é coletar vários pedacinhos do fígado para ter várias amostras representativas de um todo. Conteúdo estomacal: 150g ou o que for possível coletar. Conteúdo ruminal: 150 a 500g. Agentes tóxicos dos quais o animal teve contato. Iscas: se possível toda a isca. se houver – rótulo do produto suspeito. Alimentos (200 a 500g): coletar diversas amostras misturadas. compor uma única amostra representativa. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 19 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Água (0,5 a 1 L). Forragem (200 a 500g): colhidas diretamente do cocho e de seus locais de armazenamento. silagem: congelada. Identificação botânica. avaliação morfofisiológica da planta (todas as partes). Evitar coleta em dias chuvosos e começo da manhã. Plantas pequenas. toda a planta (inclusive raiz). 3 exemplares de cada planta. Ramos de 20 a 30 cm de comprimento. folhas, flores, frutos. Após a coleta, o material deve ser colocado em folhas de jornal, borrifado com álcool comum – prensar. Colocar cada amostra prensada nas folhas de jornal entre folhas de papelão ondulados. Prensar todo o conjunto e amarrar. As prensas podem ser colocadas ao sol – local ventilado. Local da coleta. cidade. Descrição do local. mata, pasto, brejo. Dados sobre o porte da planta. árvore, arbusto, cipó. Sintomas apresentados pelo animal. Nome de quem realizou a coleta. Flores. cor, forma, tamanho. Frutos. cor, forma, tamanho. Data da coleta. Nome popular da planta. Preservação de evidências. Testemunha do que viu ou fez. Guardar dados, observações e achados por escrito. Se chamado em juízo – informações verdadeiras. Acurácia e imparcialidade. Contra-prova. Toxicologia Clínica Nem sempre é possível alcançar o diagnóstico clínico do veneno, pois muitas vezes não sabemos qual é o produto causador da intoxicação. A partir do momento que tem uma ideia do que pode estar provocando a intoxicação no animal, teremos uma eficácia do tratamento. Prevenção. é importante fazer o diagnóstico para prevenir novos casos de intoxicação no animal e em outros animais. Desafios para o Médico Veterinário. sempre estaremos lidando com muitas substâncias tóxicas, essa grande variedade forma uma gama de substâncias que podem matar o paciente ou provocar quadros graves de intoxicação, sendo um desafio para o médico veterinário. 1. de qual foi o produto. 2. de qual foi o produto, 3. do que ocorreu. Toxicologia Clínica Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 20 @apostilavet Maria Eduarda Cabral História clínica (anamnese). quais são os produtos que foram utilizados no ambiente? entrou em contato com alguma substância? o paciente toma algum medicamento? se sim, é mais que um? qual a dose? possui doenças prévias? por exemplo, doenças hepáticas, renais... Avaliação clínica. Achados post mortem. Exames toxicológicos. Ensaios com animais. principalmente no âmbito da pesquisa. Existem milhares de substâncias e uma quantidade limitada de análises toxicológicas. Necessidade do maior número de informações possíveis para tentar chegar na provável causa de intoxicação. Identificação do composto químico. Amostras variadas podem ser coletadas, porém em quantidades não suficientes. Documentação de tudo que viu e ouviu pois pode ser chamado em juízo como testemunha de um crime. Amostra X quantidade. precisa verificar se tem amostra para coletar e a quantidade de amostra se é suficiente. Natureza do veneno. Biotransformação X metabólitos. a partir de algumas horas tem a metabolização de substâncias com a formação de metabólitos, muitas vezes não adianta procurar a molécula precursora, precisa procurar o metabólito. Decomposição. depende se o corpo foi armazenado de forma correta, pois a partir do momento que entra em decomposição inviabiliza as análises toxicológicas. Testes confirmatórios. Tempo até a morte. Concentração suficiente. se o veneno está em uma concentração suficiente para ser analisado pelo aparelho. Testemunho. SUGERE o envenenamento, não pode confirmar porque não viu o animal ingerindo. Exposição suficiente? depende se ocorreu exposição suficiente, muitas vezes a quantidade de veneno que o animal entrou em contato não foi suficiente para provocar uma intoxicação ou sinais clínicos de intoxicação. Sinais clínicos condizentes ao veneno? Nível tóxico do veneno em amostra. depende se a amostra encontrada tem quantidade de veneno necessária para fazer a análise Instruções claras e tranquilas. Proteger o animal e todos os contactantes. Manter o animal aquecido e em local calmo. coloca o animal em uma cobertinha e o enrola para caso apresente convulsão para não se machucar. coloca em um ambiente calmo porque muitas vezes estará com excitação no SNC. Presenciou o contato? Qual produto? Qual via de exposição? Quantidade aproximada? Sinais clínicos apresentados? Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 21 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Qual a evolução? Outros animais? Não administrar medicamentos pela via oral em animais deprimidos ou inconscientes. ausência do reflexo da tosse! Animal em depressão tem uma diminuição ou perda do reflexo de tosse, podendo fazer falsa via, ou seja, o animal pode aspirar a medicação. Permitir o acesso à água por ser um potencial diluidor de venenos ingeridos pela via oral. leite: não pode administrar leite em animas intoxicados de uma forma geral. clara de ovo: é um demulcente e protege a parede do estômago e intestino. EMERGÊNCIA! LEVAR COM URGÊNCIA AO VETERINÁRIO!! Toda a intoxicação é uma emergência, independente se o animal está bem ou não. Manter as funções vitais. Desobstruir vias aéreas e assegurar a respiração e da função cardiovascular. Podem ser a única informação disponível. Sinais clínicos isolados – insuficientes para fechar o diagnóstico. Substâncias diferentes com efeitos semelhantes! Tratar o paciente e não o veneno! primeira coisa que precisa ressaltar é tratar o animal e não o veneno. precisa manter o animal vivo, mantendo a função vital monitorada, desobstruindo as vias áreas, colocando na oxigenioterapia e garantir que a função cardiovascular seja mantida durante todo o tratamento.Instituição da terapia de emergência para salvar a vida do animal. garantir a respiração e função cardiovascular do animal. Determinação do diagnóstico clínico para realizar uma terapia racional. Emprego de medicamentos e antídotos ou outros recursos. Descobrir a fonte de exposição do toxicante e instrução do proprietário. INTERVIR DE FORMA A PREVENIR A ABSORÇÃO! Trabalha de forma a intervir a absorção do produto que ainda não foi absorvido. Algumas substâncias são bem absorvidas pela pele íntegra. Produtos passados por via tópica no banho, a pessoa que está passando o veneno precisa estar com o EPI para que não entre em contato com o veneno. : se animal estabilizado! Avaliar riscos! se o animal não estiver estabilizado não é indicado fazer o banho. coloca o animal em baixo do chuveiro ou no tanque e lava. se ficar esfregando a pele do animal pode acelerar a absorção. Água fria por no mínimo 15 minutos. Retirar substâncias oleosas com sabão neutro. Enxaguar e secar o animal (evitar alta temperatura). NÃO NEUTRALIZAR - jamais neutralizar, se caiu um ácido ou soda não deve neutralizar porque pode provocar uma reação isotérmica e aumentar a temperatura do local. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 22 @apostilavet Maria Eduarda Cabral TOSAR! – tosar o animal porque pode ficar resíduo no pelo. Pode fazer a lavagem do animal com o carvão ativado por ser um adsorvente, podendo se ligar. : conjuntiva e córnea. Substâncias corrosivas podem levar à cegueira. Lavagem do olho por 30 segundos com água limpa ou solução fisiológica, em sentido mediolateral, com cabeça lateralizada. o ideal é fazer a lavagem e pingar um colírio anestésico antes. Não neutralizar!!!!!!!!!! Avaliação oftalmológica. Remover o animal para ambiente arejado e com temperatura agradável. não deixar de frente para um ventilador respirando porque isso pode estressa-lo. Oferecer oxigênio e suporte ventilatório adequado. Se necessário, tratar broncoespasmo e edema pulmonar. em alguns casos, é necessário intervir realizando traqueostomia. Maioria das intoxicações graves. : tempo de ingestão, vômito. até 2h e no máximo até 4h após a ingestão pode fazer a indução do vômito e lavagem estomacal, se o animal vomitou eliminou parte do veneno ingerido. Diminuir a absorção do agente: indução do vômito. lavagem gástrica. metabolismo do toxicante. uso de catárticos. Eliminação do agente. o uso de laxantes acelera a eliminação do agente. Indução do vômito Eficácia X material para análise. o conteúdo estomacal é um material que pode ser enviado para análise, porém, se for fazer a indução do vômito com água oxigenada não é interessante mandar o conteúdo para a análise. Tempo de ingestão. Contra indicações: substâncias cáusticas ou corrosivas/voláteis, depressão SNC... animal em estado depressivo ou ingestão de substância cáustica ou corrosiva.  ex. sabonete, sabão em pedra e afins, não pode fazer a indução do vômito por ser um produto que ao percorrer o trajeto até o estomago já lesionou a mucosa esofágica e gástrica, o ideal é eliminar esse produto via fezes para não lesionar novamente o esôfago e o estômago. – IV ou IM* – IM. – 2 a 5 mL/kg VO. água oxigenada. dilui o volume em água até chegar a 3%. se administrou água oxigenada e passou 20 minutos e não vomitou, o ideal é pensar em outras ferramentas para utilizar. pouco utilizado. – pouca eficácia. não é indicado por ser uma substância extremamente cáustica e poder provocar intoxicação. – intoxicação por sódio. o sal se for absorvido pode provocar uma intoxicação por sódio. Lavagem gástrica Abordagem controvérsia. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 23 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Até 2h após a ingestão. Vantagens X desvantagens. se o risco é menor fazendo lavagem gástrica ou se o risco dessa lavagem não é interessante. Água ou solução salina morna. Repetir várias vezes. Cuidados: entubação. pressão.  não pode colocar um volume muito grande porque pode romper a estrutura do estômago ou esôfago. Transformação do toxicante em uma forma não absorvível Formação de precipitado ou de complexo insolúvel. Ionização – urina. Adsorção: ligação física – carvão ativado. 1 grama = 100 m2.  1g de carvão ativado é possível neutralizar 100m2 de área. o carvão ativado faz a adsorção, ou seja, se liga e impede que a substancia seja absorvida pelo intestino. O carvão ativado pode provocar um ressecamento das fezes e é um adsorvente inespecífico, ou seja, se liga no veneno e nos nutrientes. Se liga nas substâncias provocando a formação de um complexo, com isso, a substância não é absorvida. Uso de catárticos Eliminação das fezes: sorbitol, manitol, sulfato de magnésio. são laxantes, faz com que o produto passe mais rápido pelo intestino e tenha uma menor absorção. À base de óleo: contra indicados. catárticos a base de óleo são contra indicados por serem de característica lipofílica, podendo favorecer a absorção. Cuidado: distúrbios hidroeletrolíticos. precisa repor os eletrólitos e a água perdida. Demulcentes Clara de ovo. Enemas Eliminação direta Pouco usado (gastrotomia/enterotomia). Em situações refratárias à êmese, lavagem ou carvão ativado. Corpos estranhos. Materiais persistentes – óleo, alcatrão, agentes redutores de motilidade. sonda endotraqueal com manguito – evitar aspiração. ventilação mecânica ou oxigenioterapia. estimulantes respiratórios de ação central – Doxapram 1 a 10 mg/kg IV. muitas vezes o paciente chega em choque, principalmente choque hipovolêmico quando tem hemorragias. diazepam – 0,5 mg/kg IV. fenobarbital – 6 mg/kg IV. pentobarbital – uso cuidadoso.  depressão cardiorrespiratória. hiperatividade gastrointestinal. bloqueadores de receptor de H2 – cimetidina (5-10 mg/kg via oral) ou ranitidina. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 24 @apostilavet Maria Eduarda Cabral muito comumente o paciente tem desequilíbrios hidroeletrolítico, como a acidose metabólica:  bicarbonato de sódio (o,5 a 2 mEq/kg a cada 4h).  lactato de sódio. Substâncias químicas capazes de ligar-se ao agente tóxico dentro do organismo do animal impedindo o seu efeito tóxico nos tecidos. Poucos antídotos. Toxicidade. muitos antídotos podem ser tóxicos dependendo da gravidade do quadro do paciente e da quantidade que for utilizada. anticolinesterásicos: organofosforados (OF) e carbamatos (CB) bloqueiam a enzima acetilcolinesterase.  uso da atropina – antagonista (bloqueador) de receptores colinérgicos muscarínicos, impedindo que o excesso de acetilcolina estimule o receptor muscarínico. Se o veneno causa o bloqueio dessa enzima, usa um antidoto que compete pelo receptor muscarínico, dessa forma, a acetilcolina que está em excesso na fenda sináptica não consegue se ligar. Maior parte dos compostos que forma metabólitos hidrossolúveis possuem eliminação urinária. diuréticos. alteração do pH. Muitas vezes o animal apresenta hipertermia. Atividade muscular contínua. o animal pode ficar em atividade muscular contínua aumentando a temperatura. Hipertermia maligna. Baixa capacidade de dissipar calor. Aumenta taxa metabólica e alterações talâmicas favorecem o aumento da temperatura corporal. Banho gelado: vasoconstrição periférica e diminui a dissipação de calor!jamais fazer! Diminui a produção de calor. Vasodilatação e hipotensão. Baixa atividade metabólica. Pode levar a estado de coma. Soluções cristalóides. Controlar pressão. Aquecimento interno e externo. Com certa frequência tem algumas situações presentes nos quadros de intoxicação: Convulsões. diazepam (substância de escolha). Hipóxia. Hipotensão. Hipertensão. Rabdomiólise. Hiperatividade. Brometalina. Metilxantinas (chocolate). Metaldeídos. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 25 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Organoclorados. Piretrinas e piretróides. Estricnina. Ureia. Privação de água/intoxicação por sódio. Anticolinérgicos. Etilenoglicol. Ivermectina. Estramônio (Datura spp). Maconha. Organofosforados e carbamatos. Carbamatos e organofosforados. Plantas com cristais de oxalato de cálcio. família Araceae, família Euprorbiaceae. Piretróides. Bufoninas. Corrosivos. AINE ́s. Arsênio. Glicosídeos cardíacos: Digitalis, Nerium, Rhododendrum, Bufo spp; Cardiomiopatias: Gossipol. Ionóforos. Anfetamina. Cafeína. Teobromina e teofilina. Cocaína. Antagonistas a-adrenérgicos (xilazina). Bufo spp. Antagonistas de canal de sódio. Carbamatos e organofosforados. Digitálicos. Fisostigmina. Cobre. Zinco. Acetominofen. Benzocaína. Azul de metileno. Nitritos e nitratos. Cebola e alho. Zinco. Rodenticidas anticoagulantes. Samambaia. Serpentes*. Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 26 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Toxicologia dos Agrotóxicos Tudo aquilo que se ataca, lesa ou transmite enfermidades às plantas, aos animais e ao homem, como ervas daninhas, fungos, insetos, carrapatos, aracnídeos, roedores ou qualquer outra forma de vida vegetal ou animal considerada danosa à saúde e ao bem estar do homem, à lavoura, à pecuária e aos seus produtos e matérias primas alimentares. Essas pragas podem provocar danos à saúde animal, do homem e de plantas, também pode provocar danos aos seus produtos e subprodutos. ex.: plantação de soja que está com uma grande quantidade de fungo, esse fungo promove um dano ao produto e pode provocar um dano aos seus subprodutos. Possuem várias nomenclaturas, sendo elas: agrotóxicos. agroquímicos. defensivos agrícolas. veneno.  o veneno que pode provocar uma alteração a nível de sistema nervoso central em baratas, também pode provocar alterações a nível de sistema nervoso central em humanos. . não é um termo muito aceito. Produtos e agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas em pastagens, proteção de florestas (nativas ou plantadas) e outros ecossistemas e de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou fauna, afim de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos... (ANVISA) Lei Federal no 7802/1989 insetos. ervas daninhas. fungos e bolores. roedores. ácaros. caracóis e outros moluscos. larvas. piolhos. Fenômeno biológico responsável pela ineficiência de um praguicida, mesmo quando este é utilizado em níveis adequados. Quando uma praga se torna resistente, ela sobrevive à ação do princípio ativo e é capaz de multiplicar-se, persistindo no meio ambiente. O surgimento desse fenômeno é resultante da utilização inadequada das formulações. ex.: utilizou determinado princípio ativo de forma incorreta por um tempo em subdoses, com isso, pode selecionar as pragas resistentes que continuam se proliferando, fazendo com que o produto não tenha mais efeito sobre essas pragas. Refere-se ao acúmulo de determinada substância química presente no ambiente em um organismo vivo. Ao longo da vida de um determinado organismo, ele entrará em contato com substâncias tóxicas que se acumulam e aumentam de concentração ao longo de sua vida. Toxicologia dos Agrotóxicos Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 27 @apostilavet Maria Eduarda Cabral A bioacumulação pode levar à biomagnificação. a bioacumulação pode levar a biomagnificação que é quando a concentração aumenta no indivíduo e aumenta de acordo com a cadeia trófica. É o processo do qual onde uma substância absorvida por um organismo e, por intermédio da cadeia alimentar, vai se acumulando em concentrações cada vez maiores nos indivíduos dos níveis tróficos superiores. Aquele indivíduo que fica no topo da cadeia alimentar terá uma concentração maior do que os primeiros da cadeia, sendo os mais afetados. Geralmente usados em formulações contendo diversos compostos. Princípio ativo acompanhado de outros compostos que facilitam seu uso (mistura, diluição, aplicação ou estabilidade). esses produtos que acompanham o princípio ativo podem ser mais tóxicos. esses outros produtos (adjuvantes) facilitam sua utilização. Agrupados sob o termo “inerte”. nem sempre estarão tão inertes assim, esses produtos podem favorecer intoxicações e podem fazer com que o produto comercial seja mais tóxico do que o princípio ativo isolado. ex. o adjuvante do Roundup é mais tóxico que o princípio ativo. USO DE DIVERSOS COMPOSTOS PROIBIDOS NO MUNDO! Egito (1500 a. C.): papiro de Ebers. Grécia (1000 a. C): Odisséia de Homero. China (900 a. C.). Roma (23-79 d. C.): História Natural. Início século XX. Desde 2008 o Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxicos. Primeira Guerra Mundial. Utilização do DDT. Corrida armamentista. Desenvolvidos como arma química: 2,4-D, organofosforados. : década de 60-70 – Revolução Verde (Borsoi et al., 2014; Terra, 2012; Portal Fiocruz, 2014) Começaram a ser muito utilizados na primeira guerra mundial com o uso do DDT que é um inseticida, com a corrida armamentista e a segunda guerra mundial os agrotóxicos foram desenvolvidos como uma arma química, como os organofosforados. No Brasil, quando se acabaram as guerras, tinham uma grande quantidade de princípio ativo desenvolvido, com isso, passaram a ser utilizados na agricultura. Revolução verde Substituição da agricultura tradicional (década de 70) pelo modelo econômico de base tecnológico químico dependente. ao longo do tempo, desde a Revolução Verde, a agricultura se baseou na utilização desses insumos químicos. grande parte desses insumos químicos provocam danos na saúde humana e animal. Ampliação monocultura. Mecanização. Intensificação da espoliação de recursos naturais. muitos produtos persistem no meio ambiente por muitos anos. Utilização de bens públicos e incentivos fiscais. (ABRASCO, 2012; ANDRADES, 2007) Licenciado para Silara Cardoso, CPF: 090.816.969-80 p. 28 @apostilavet Maria Eduarda Cabral Estimativa – 7,36 litros por pessoa. Contaminação ambiental Cenário preocupante. Potenciais causados de efeitos neurológicos; imunológicos, carcinogênicos – humanos. Mortalidade e infertilidade de diversos animais. (SILVA, 2013; ABRASCO, 2012; SPADOTTO et al., 2004; KOIFMAN; HATAGIMA, 2003) 55% dos agrotóxicos aplicados não atingem seus alvos e contaminam o meio ambiente (MARTINI, 2012; GRAVILESCU, 2005) Risco crônico da ingestão de pesticidas. Falta de legislação. IDA (ingestão diária