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Reis. Erros inatos do metabolismo

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EIM
Os erros inatos do metabolismo (EIM) são distúrbios de natureza genética, e em sua maioria é uma doença monogênica de herança autossômica recessiva, que geralmente correspondem a um defeito enzimático, com a falta de uma ou mais enzimas específicas, capaz de acarretar a interrupção de uma via metabólica. Ocasionam, portanto, alguma falha de síntese, degradação, armazenamento ou transporte de moléculas no organismo. Se for dado o diagnóstico e iniciado o tratamento precocemente, muitas vezes o desenvolvimento normal da criança pode ser assegurado.
Tais erros do metabolismo são considerados a causa das Doenças Metabólicas Hereditárias (DMH) em que a ausência de um produto esperado, acúmulo de substrato da etapa anterior à interrompida ou o surgimento de uma rota metabólica alternativa podem levar ao comprometimento dos processos celulares. Ou seja, as consequências deste erro inato podem ser: o acúmulo de substâncias normalmente presentes em pequenas quantidades; a deficiência de produtos intermediários críticos; a deficiência de produtos finais específicos; ou ainda o excesso nocivo de produtos de vias metabólicas acessórias.
Os Erros Inatos do Metabolismo possuem diversas classificações, sendo divididos em três diferentes grupos conforme suas características fisiopatológicas e fenótipo clínico:
Grupo I: Defeitos de síntese ou catabolismo de moléculas complexas ou macromoléculas;
Grupo II: Erros inatos do metabolismo intermediário que culminam em intoxicação aguda ou crônica;
Grupo III: Deficiência na produção ou utilização de energia.
Os distúrbios do grupo I apresentam como característica sinais e sintomas permanentes que tendem a acentuar, progredir, com o passar do tempo, respeitando a localização do acúmulo. Não estão relacionados à ingestão alimentar e nem aos eventos intercorrentes, como infecções. Entre os distúrbios de síntese ou catabolismo de moléculas complexas estão as doenças lisossomiais, que são as mucopolissacaridoses (MPS) e as esfingolipidoses, assim como as doenças peroxissomiais.
As doenças metabólicas enquadradas no grupo II compreendem as aminoacidopatias (fenilcetonúria, doença da urina do xarope de bordo), acidúrias orgânicas, defeitos do ciclo da ureia e as intolerâncias aos açúcares. Caracterizam-se por apresentarem intervalos livres de sintomas e relação evidente com a ingestão alimentar e com as intercorrências (infecções). A entrada de substâncias nocivas pode desencadear intoxicação aguda ou crise de descompensação metabólica. As manifestações levam, de maneira geral, à intoxicação aguda e recorrente ou crônica e progressiva (características). 
O grupo III inclui doenças cuja clínica é decorrente de alterações de produção e consumo energéticos. Em sua maioria, são provenientes de distúrbios do fígado, miocárdio, músculo e cérebro. Exemplos desse grupo são as glicogenoses (doenças de depósito de glicogênio), hiperlacticemias congênitas, doenças mitocondriais da cadeia respiratória e defeitos na oxidação de ácidos graxos.
PROGRAMA DE TRIAGEM NEONATAL – Teste do pezinho
Exame laboratorial simples, com objetivo de detectar doenças metabólicas, genéticas e/ou infecciosas, visto que muitas dessas doenças se não diagnosticadas a tempo podem causar lesões irreversíveis a criança. 
GRUPO II: AMINOACIDOPATIAS (Fenilcetonúria, Tirosinemia e Leucinose) 
FENILCETONURIA
A fenilcetonúria (PKU) é o mais comum dos erros congênitos do metabolismo de aminoácidos. É uma doença hereditária. Resulta da deficiência da fenilalanina hidroxilase (PAH), enzima que catalisa a conversão de fenilalanina (AA essencial) em tirosina, mas pode ocorrer também por deficiência das enzimas que sintetizam ou reduzem o co-fator tetrahidrobiopterina (BH4), que caracteriza um quadro mais grave, já que a BH4 é também requerida pela tirosina hidroxilase e triptofano hidroxilase, enzimas que catalisam reações que precedem a síntese de neurotransmissores como a serotonina e catecolaminas (dopamina).
TIROSINEMIA
	Deficiência da fumarilacetoacetase, enzima presente no fígado e rins, que converte fumarilacetoacetato em fumarato e acetoacetato, fazendo com que haja um acúmulo de succinilacetona, que gera 5 ALA e Porfobilinogênio. As manifestações devem-se ao acúmulo de metabólitos tóxicos nos rins, fígado e encéfalo.
	A forma clássica (tipo I) é pela deficiência de fumarilacetoacetatohidrolase (FAH). A maioria dos casos ocorre por manifestação aguda e nas primeiras semanas de vida. 
	O diagnóstico é dado pelo aumento de tirosina plasmática, com aumento de succionilacetona no plasma e urina, assim como por dosagem enzimática de fumarilacetoacetase em linfócitos e fibroblastos. É necessário mais de um método para análise, além de um quadro clínico.
DOENÇA DO XAROPE DE BORDO (MSUD) ou LEUCINOSE
	Doença genética, de herança autossômica recessiva e resulta de deficiência de enzima α-cetoácido desidrogenase de cadeia ramificada, causando elevação dos aminoácidos leucina, isoleucina e valina. A manifestação da doença se dá por encefalopatia metabólica. 
	As características são cheiro caramelado, adocicado característico do xarope de bordo na urina e cera do ouvido.
	Ocorre na Forma Clássica (sintomas aparecem no 4-7 dia de vida), na qual a AE é <2%. Esta é a forma mais grave e mais comum. O quadro clínico é composto por: Letargia; Sucção débil, Ingesta deficiente, perda ponderal, sintomas neurológicos e hipertonia ou hipotonia muscular.
A Forma Intermediaria (sintomas aparecem dos 5meses-7anos de vida), na qual a AE 3-30%, é menos grave e menos comum. O quadro clínico é composto por: Atraso DNPM, convulsões, letargia e vômitos.
A Forma Intermitente (sintomas aparecem nos 5meses-2anos), na qual a AE é 5-20%, também é menos grave e menos comum. Ocorrem crises metabólicas agudas em pacientes assintomáticos. O quadro clínico se caracteriza por níveis elevados de BCAAs visto apenas nas crises agudas.
	O diagnóstico é dado por dosagem de AA no plasma, com presença de metabólitos em quantidades anormais, elevação do BCAAs (LIV), dosagem de ácido orgânicos na urina.
	GRUPO III: DEFEITOS NO METABOLISMO DE CHO (Galactosemia e Glicogenose)
GALACTOSEMIA
	Erro no metabolismo da Galactose. (Lactose=Glicose+Galactose). A principal via metabólica envolve 3 enzimas : GALK; GALE e GALT. Já podem ser observadas alterações após alguns dias de ingesta de LM ou FI contendo lactose. 
	O diagnóstico pode ser dado por Triagem neonatal (Teste do pezinho) tipo PLUS, porém SUS não cobre; por ensaios bioquímicos com aumento da galactose e galactose-1-P no soro em eritrócitos. Pode ser também por estudo enzimático (determinar GALT) e por análise de mutação (cromossomo 9p13, Q188R, k285N, S135L). 
GLICOGENOSES
	Causada por deficiência enzimática na síntese ou degradação do glicogênio. Sua apresentação é através de depósitos patológicos (hepatomegalia); disfunção de órgãos alvos (doença hepática, miopatia) e hipoglicemia.
	A tipo I ocorre por deficiência de Glicose-6-P em tecidos como fígado, músculos e intestino e no sistema de transporte microssomal de glicose-6-P; ocorrendo acúmulo de glicogênio no fígado, rins e intestino. 
	O diagnóstico é dado de acordo com o quadro clínico, TTOG, teste com Glucagon ou Epinefrina, Biopsia hepática, Análise de DNA. Em casos de acidose lática, há aumento do lactato em 4x, se persiste pode causar fraqueza, cefaleia, taquipneia e mal estar. Em casos de hiperlipidemia, os níveis de triglicérides podem chegar a 4-6mil mg/dl, o colesterol pode atingir 400-600mg/dl. Em casos de hepatomegalia, há aumento de glicogênio e de gordura no fígado.

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