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Curso Direito Material do Trabalho- básico Conteudista: Silvana Schaarschmidt Carioni- TRT-12ª Região Unidade 1 Direito do Trabalho História Linha do Tempo - Trabalho no Mundo e no Brasil: lnício -Trabalho rural 1780 - Revolução lndustrial, lnglaterra, lndústria Têxtil, Jornada de 80 horas por semana, Salário abaixo da subsistência 1789 - Revolução Francesa liberalismo político, econômico e jurídico 1790 - Lei Le Chapelier (liberdade individual do trabalho) 1800 - Lei contra a Conjura (nascimento clandestino dos sindicatos) 1817 - Reconhecimento Iegal na lnglaterra dos sindicatos 1860 - Jornada de 50 horas por semana nas indústrias têxteis inglesas 1884 - Revogação da Lei Le Chapelier na França (reconhecimento do sindicalismo) 1907 - Lei de criação de sindicatos urbanos 1917 - Legislação Social: Constituição do México 1919 - Legislação Social: Constituição de Weimar (Alemanha). Criação da OIT 1927 - Legislação Social: Carta del Lavoro (ltália) 1934 - União dos Grandes Sindicatos Nacionais Consolidados (Inglaterra) Linha do Tempo - Trabalho no Brasil: 1888 - Abolição da escravatura 1891 - Decreto de proteção ao trabalho do menor 1900 - Primeiros movimentos grevistas (RJ, BA, SP, PE e CE) 1903 - Lei de criação de sindicatos rurais 1907 - Lei de criação de sindicatos urbanos 1916 - Regulamentação da Iocação de serviços 1917 - Primeira greve, por tempo indeterminado, por melhores salários e condições de trabalho em uma fábrica no Bairro da Mooca, em São Paulo, que se alastrou por todo o Estado de São Paulo com adesão de mais de 20.000 trabalhadores 1923 - Regulamentação de aposentadoria e pensão para ferroviários 1925 - Regulamentação de férias 1943 - CLT - reunião de textos Iegais sobre relações trabalhistas 1988 - CF - introdução de algumas modificações no âmbito do Direito do Trabalho "Direito do Trabalho é o ramo da ciência do Direito que tem por objeto as normas jurídicas que disciplinam as relações de trabalho subordinado, determinam os seus sujeitos e as organizações destinadas à proteção desse trabalho, em sua estrutura e atividade." (Amauri Mascaro Nascimento) Princípios do Direito do Trabalho 1 - Princípio "ln Dubio Pro Operário". Significa que, na dúvida quanto à interpretação de uma norma, ela deve ser aplicada em favor do empregado. 2 - Princípio da aplicação da norma mais favorável Significa que, na dúvida quanto à aplicação de mais de uma norma, deve ser aplicada aquela mais favorável ao empregado. 3 - Princípio da condição mais benéfica. Significa que, alcançando o empregado determinada condição em seu emprego, uma norma posterior não pode retirar-Ihe esta situação, se for mais benéfica do que a outra determinada pela norma. 4 - Princípio da irrenunciabilidade de direitos. Significa que o empregado não pode renunciar aos direitos que Ihe são garantidos pela Iei trabalhista. 5 - Princípio da Continuidade da Relação de Emprego. É reconhecer como da natureza do contrato de trabalho sua continuidade. Por meio deste princípio pressupõe se que o empregado não quer deixar o emprego, o que, na esfera material implica reconhecer, por exemplo como regra o contrato por prazo indeterminado e, como exceção o de prazo determinado. 6 - Princípio da Primazia da Realidade. Os documentos da contratualidade servem de prova até o limite de não haver conflito com a realidade das partes. Havendo conflito prevalecerá a realidade vivida entre as partes, possuindo assim os documentos capacidade probatória relativa, já que, é sabido, nem sempre acompanham as sucessivas modificações da relação de trabalho, por sua característica "de trato sucessivo". 7 - Princípio da Razoabilidade. Aplicação da norma com bom-senso. Procurar alcançar a verdadeira finalidade da norma diante do caso concreto, evitando exageros ou absoluta ineficácia. 8 - Princípio da Boa-fé. Como empregado e empregador podem ser considerados interdependentes - a empresa precisa da mão de obra e o trabalhador, do emprego - devem, no decorrer da contratualidade, primar pela ética quanto a suas condutas. É um princípio que deve reger em verdade, todos os contratos da vida civil e, no Direito do Trabalho, não poderia ser diferente. Direito Individual do Trabalho e relações de trabalho O trabalho profissional pode ser exercitado sob a forma de emprego ou não. Contudo, somente será empregado aquele que, sendo pessoa física, exercer suas atividades de acordo com os requisitos do art. 3º da CLT, quais sejam: Subordinação; Com pessoalidade, isto é, o empregado não pode se fazer substituir; Não eventualidade. Art 3° da CLT: Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. Maurício Godinho Delgado (Curso de Direito do Trabalho, 13ª ed, LTr, 2014, p. 292 e 299) acrescenta ainda os seguintes elementos fático-jurídicos para configuração da relação de emprego: trabalho realizado por pessoa física e com onerosidade, por haver contraprestações recíprocas de fundo econômico (trabalhador recebe verbas salariais e empregador a força de trabalho). Empregado é a pessoa física que, com ânimo de emprego, trabalha subordinadamente de modo não eventual para outrem, de quem recebe salário. Outras Formas de trabalho (Sem vínculo de emprego) Há outras formas de trabalho que não caracterizam emprego. São elas: - Trabalhador Eventual É aquele que presta serviço para alguém ocasionalmente, tendo múltiplos destinatários, sem se fixar continuadamente em nenhum deles. Não é autônomo porque nesta prestação de serviços, normalmente, há subordinação. - Trabalhador Avulso Exerce sua atividade com a intermediação do Órgão Gestor de Mão de Obra, nos termos da Lei nº 12.815, de 2013, ou seja, não são mais os sindicatos que fazem a intermediação desse tipo de Mão de Obra. O art. 7°, XXXIV, da CF equipara os avulsos a empregados. Art. 7º, XXXIV, da CF Igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso. - Trabalhador Temporário Sob a Lei nº 6.019/74, presta serviço para uma empresa de locação de trabalho temporário, mediante contrato civil entre as empresas locadora e tomadora de serviços. MAS ATENÇÃO! Ele é empregado em relação à empresa locadora dos serviços, PORÉM temporário em relação à tomadora dos serviços. - Trabalhador Autônomo Tipo de trabalhador que exerce seu trabalho de forma independente e, por isso, jamais poderá implicar reconhecimento de vínculo de emprego. Em geral, são os profissionais liberais (advogados, médicos, etc.). Também pode-se incluir nesta categoria os pequenos empreiteiros (pessoa física). Na empreitada, contrata-se determinado resultado ou obra específica. Empreitada É o contrato em que uma das partes se propõe a fazer ou a mandar fazer certa obra, mediante remuneração determinada ou proporcional ao serviço executado. Difere do contrato de emprego porquanto não comporta qualquer vinculação subordinativa ou de disciplina, importando apenas o resultado. Empreiteiro operário ou artífice é pessoa física que trabalha isoladamente para terceiro em troca de pequenos valores, pagos globalmente ou em parcelas, o que o torna, na realidade, um quase empregado, se considerado o aspecto econômico de sua dependência frente ao contratante, apenas gozando de maior autonomia quanto ao horário de trabalho e a submissão à fiscalização e ordens de serviço. Por conta desta situação econômica diferenciada em relação aos demais empreiteiros (vale dizer, aqueles empreiteiros que possuem equipe de funcionários entre outros deste tipo),a legislação admite que ele venha reclamar seus direitos na Justiça do Trabalho - art. 652, a, III, da CLT. Atenção: Apesar de sua condição, ele não é empregado! Apenas, por se tratar de pessoa física, que trabalha sozinho, sua dependência econômica em relação aos contratos firmados é muito grande, aproximando os valores percebidos do salário do trabalhador comum. Daí porque o legislador se preocupou em trazê-lo para a Justiça Trabalhista que, em tese, é mais célere para resolver questões de tal natureza. - Terceirização É atividade realizada por mão de obra alheia a da empresa, mediante a contratação de uma empresa prestadora de serviços. A partir da globalização, muitas empresas nacionais, para competirem frente às empresas estrangeiras e multinacionais que passaram a se instalar no país, viram-se obrigadas a diminuir de tamanho e especializar determinadas atividades. Após muita discussão jurídica sobre a possibilidade de tal procedimento, já que essa prática não era admitida pelo TST (vide Súmula nº 296, já revogada), que reformulou entendimento sobre a matéria publicando a Súmula nº 331, a qual autoriza a prática, porém em relação às atividades-meio e desde que sejam prestadas sem subordinação do trabalhador em relação ao tomador dos serviços. Assim, o empregado terceirizado presta suas atividades em favor de determinada empresa, não sendo empregado vinculado a ela, mas à empresa prestadora de serviços que firmou contrato dessa natureza com a tomadora destes serviços. Exemplo O Banco X contrata a Empresa Y, especializada em serviços de limpeza e conservação, para obter 20 funcionários para prestar-Ihe serviços específicos de limpeza nas agências bancárias de Florianópolis. Essas atividades não são consideradas, por óbvio, atividades-fim do Banco, mas atividades-meio, e por isso podem ser terceirizadas. Os funcionários prestam serviços ao Banco X, mas não são empregados desse Banco, e sim da Empresa prestadora de serviços Y, contratada por ele. *******************************
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