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Exame de suficiência do CFC

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4 
APOSTILA PREPARATÓRIA PARA O EXAME DE 
SUFICIÊNCIA DO CONSELHO FEDERAL DE 
CONTABILIDADE - TEORIA X PRÁTICA 
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA 
 
 
 
DISCIPLINAS DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
 
LEGISLAÇÃO, NORMAS, RESOLUÇÕES E PRONUNCIAMENTOS 
TEORIA DA CONTABILIDADE 01 
CONTABILIDADE GERAL 01 
CONTABILIDADE DE CUSTOS E CONTABILIDADE GERENCIAL 99 
CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO 131 
CONTROLADORIA 157 
AUDITORIA CONTÁBIL 183 
BIBLIOGRAFIA 212 
 
Neste material abordaremos os principais assuntos das disciplinas com maior peso 
no Exame de Suficiência do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), baseando-se 
em grandes pesquisadores, autores e professores de Contabilidade, como também 
nas principais alterações ocorridas na Contabilidade a partir das Leis 11.638/07, 
11.941/09, Resoluções e Pronunciamentos Contábeis que regem a matéria. 
No desenvolvimento da apostila, apresentaremos questões dos exames anteriores 
(Lei 12.249/2010) e questões similares de Concursos Públicos. Os assuntos serão 
apresentados com as devidas resoluções, comentários e conceitos básicos, 
intermediários e avançados da Ciência Contábil. Dessa forma, aliando Teoria x 
Prática o estudo será mais produtivo e o aluno poderá compreender de forma prática 
e objetiva. Bons estudos! 
 
 
 
 
 
TEORIA DA CONTABILIDADE, LEGISLAÇÃO E CONTABILIDADE GERAL 
 
 
CONTEXTUALIZAÇÃO 
 
A Contabilidade é uma Ciência Social que estuda o comportamento das riquezas que se 
integram a Patrimônio. É o grande instrumento que auxilia a administração, pois é a linguagem 
dos negócios que mede os resultados das empresas, avalia o desempenho dos negócios, dando 
as diretrizes para as tomadas de decisões. 
 
Noutro conceito, a contabilidade é a ciência que estuda, controla e interpreta os fatos ocorridos 
no patrimônio das entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a revelação 
desses fatos. A Contabilidade tem como função fornecer informação útil para a tomada de 
Decisões. 
 
A Contabilidade vêm apresentando grandes evoluções e significativas mudanças nos últimos 
anos. No Brasil, destaca-se a adoção de normas internacionais de contabilidade (Convergência 
Contábil). No país foi criado em decorrência da alteração da Lei 6.404/76, pela 11.638/2007 o 
Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). 
 
A busca pela Convergência Contábil tornou-se o grande debate no Brasil e no mundo 
(principalmente em países desenvolvidos e emergentes), pois existem diversas vantagens na 
convergência. Talvez a principal ocorra quando o sistema contábil adotado no país é inferior às 
normas internacionais, nesse sentido a convergência pode apresentar m benefício significativo 
para a contabilidade atualmente praticada. 
 
Ainda no sentido das vantagens, pode-se afirmar que o aspecto da comparabilidade das 
informações entre diferentes países é um elemento extremamente positivo para a adoção das 
normas internacionais. Logo, a credibilidade e a qualidade das informações contábeis são 
fatores que também caminham para o sucesso no processo de convergência. 
 
Como todo processo, também existem os pontos negativos, nesse caso especialistas apontam 
dois problemas: a dificuldade da convergência, já que existem as particularidades de cada país e 
os problemas políticos e culturais de cada nação, afinal quando determinado país adota a 
convergência abre mão das suas próprias normas. 
 
A adoção através da Lei 11.638/07, fez com que o Brasil ingressasse no clube de países que 
passam a observar as normas contábeis elaboradas pelo International Accounting Standards 
Board (IASB), não somente para as companhias abertas, como também para todas as 
sociedades por ações. Observa-se que isso se aplica tanto para as demonstrações contábeis 
consolidadas quanto paras as individuais. 
 
O Campo de Aplicação da Contabilidade é a Azienda - Entidade econômico-administrativa, 
assim chamadas aquelas que, para atingirem seu objetivo, seja ele econômico ou social, utilizam 
bens patrimoniais e necessitam de um órgão administrativo, ou ainda, toda Pessoa Física ou 
Jurídica que tem um Patrimônio e sobre ele detém o poder decisório. 
Os Usuários da Contabilidade são: INTERNOS - são os que utilizam a contabilidade com a 
finalidade de controle e planejamento. Este usuário é preferencial. Exemplos: Administradores, 
Gerentes, Diretores, etc, e EXTERNOS - são aqueles que estão fora da empresa. Eles não têm 
acesso aos documentos que deram origem à informação contábil. Exemplos: Bancos, 
Fornecedores, Clientes, Investidores, Governo, etc. 
 
Antes de entrarmos mais intensamente na Contabildade precisamos revisar a sua história, suas 
escolas e a evolução dessa Ciência. 
 
 
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA CONTABILIDADE 
 
A História da Contabilidade é tão antiga quanto a história da própria civilização. Ela surgiu 6.000 
anos a.C. dos povos Sumero-Babilônicos, Feníncios, Egípcios, Gregos, Cretenses, Romanos, 
etc. A contabilidade passou por uma época chamada "Época Empírica" (6.000 a 1202 a.C.) que 
se caracterizou pela ausência da sistematização dos registros e pela ausência dos estudos de 
natureza científica e metodológica. A Contabilidade surgiu das necessidades que as pessoas 
tinham de controlar aquilo que possuíam, gastavam ou deviam. Sempre procurando encontrar 
numa maneira simples de aumentar suas posses. Logo com as primeiras administrações, surge 
a necessidade de controle, que seria totalmente impossível sem a aplicação dos registros. Os 
vestígios de contabilidade dos Incas se davam através de nós dados em cordas penduradas, 
que registravam os seus bens. 
 
No Egito, era anotado a medição e o transporte do trigo. Entre hieroglíficos se encontra a figura 
de um pastor registrando as suas ovelhas, através de pedrinhas. Pelos achados nota-se que a 
contabilidade consistia em simples anotações a fim de evitar lapsos de memória, como em 
relatórios de trocas de bens e serviços. Quando inadvertidamente uma matilha de lobos ataca, e 
após uma enorme confusão causa um considerável prejuízo, com um misto de raiva e 
resignação, ele faz a recontagem das ovelhas e atira fora as pedrinhas excedentes. 
 
Auxiliada pela própria natureza, acaba de ser inventada a Contabilidade. Na Babilônia, a 
escrituração era feita em tábuas de argila retangulares ou ovais bem rudimentares. As mais 
famosas são URUK, JENDET-NASR e UR ARCAICA. Os templos possuíam escriturários 
próprios, denominados DUB-SAR e o chefe de escrituração era chamado DUB-SARMAG ou PA-
DUB-SAR. 
 
A fim de evitar adulterações, já tinham o "SELO DO SIGILO" do templo. Alcançando-se assim, 
uma nova fase de evolução no controle e nas administrações. Foi nesta fase que apareceram o 
Diário e Memorial. As revisões ou complicações da escrita eram depois arquivadas, ou seja, 
depositadas em vasos ou caixas, feitos de argila ou vime, que eram lacrados e colocado 
etiquetas que resumiam o conteúdo. 
 
No Antigo Egito, havia muitos armazéns, também chamado casa das contas e tesourarias, onde 
trabalhavam vários escriturários. O Inventário tinha grande influência na vida do povo, pois 
servia para registrar os bens móveis e imóveis. No império Médio, encontramos um livro 
escriturário, onde era feito o registro diário da entrada de bens. 
 
Esse registro era feito pelo secretário da Corte. O Egito muito colaborou para a história da 
contabilidade, quer pelo amor que tinham pela escrita, como pela evolução que conseguiram 
imprimir. Milhares de anos se passaram, pouco mudou os lobos e as ovelhas. Na Antiguidade, 
as trocas de bens e serviços eram seguidas de simples registros ou relatórios sobre o fato. Mas 
as cobranças de impostos na Babilônia, já se faziam com escrituração, embora rudimentar. 
Tábuas de barro cozido e placas de madeiraou de pedra eram usadas para os registros de 
pagamentos de serviços. Uma escriba egípcia contabilizou os negócios efetuados pelo governo 
do seu país, no ano 2000 a.C. 
 
Sistemas de escritas contábeis foram bastante utilizados nas Ilhas Britânicas. Empregavam-se 
ramos de árvores assinalados com talhos como provas de dívida ou de quitação. As escritas 
governamentais da república romana (200 a.C.) já traziam as receitas de caixa classificadas em 
rendas e lucros, e as despesas compreendidas nos itens salários, perdas e divisões. Os 
gestores, funcionários do Estado tinham como atribuição examinar as contas dos governos 
provinciais. O imperador Augusto foi talvez, o primeiro governante da história a estabelecer um 
orçamento público. 
 
No período medieval, diversas inovações na técnica da contabilidade foram introduzidas por 
governos locais e pela Igreja. O imperador Carlos Magno determinou, por volta do ano 800, na 
Capitulare de Villis, na realização de um inventário anual de propriedade, em livros especiais as 
receitas e despesas. Em 831, um "contador" assinou a escritura de uma propriedade transferida 
por santo Ambrósio a um nobre italiano. Exames de livros de contabilidade foram efetuados na 
Inglaterra, durante o reinado de Henrique I, no século XII. 
 
Os empréstimos a empresas comerciais e os investimentos em dinheiro determinaram no 
desenvolvimento de escritas especiais que refletissem os interesses dos credores e investidores 
e, ao mesmo tempo, fossem úteis aos comerciantes, em suas relações com os consumidores e 
os empregados. O aumento de volume dos negócios registrado após a Revolução Industrial fez 
surgir na necessidade de exames contábeis das experiências financeiras das empresas, como 
base para empréstimos e inversões de capitais. 
 
O governo passou a reconhecer como contadores, somente pessoas qualificadas para o 
exercício da profissão. A importância da matéria aumentou com a intensificação do comércio 
internacional e com as guerras ocorridas nos séculos XVIII e XIX, que causaram numerosas 
falências e a conseqüente necessidade de se proceder à determinação das perdas e lucros 
entre credores e devedores. Já no século atual, o extraordinário crescimento dos negócios exigiu 
a criação de serviços especiais e um aprendizado legal. Este trabalho teve por objetivo precípuo 
sintonizar a Contabilidade, através de sua evolução histórica, como um ferramental insubstituível 
do Administrador de negócios na organização como um todo, destinada a informar os múltiplos 
usuários nos seus aspectos mais relevantes à tomada de decisões. 
 
O pesquisador ao longo de sua carreira profissional vivenciada em empresas transnacionais 
constatou as mudanças e aplicativos de cada demonstrativo e a sua real utilidade para envio aos 
interessados não somente para decidir, mas, sobretudo para criar mecanismos que pudessem 
minimizar o impacto das obrigações tributárias em detrimento do retorno de seus investimentos, 
e para também poderem analisar o comportamento de seus delegados à frente de suas 
Companhias sobre o modo como foram aplicados os recursos destinados à manutenção e ao 
enriquecimento do capital. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRINCIPAIS ESCOLAS DO PENSAMENTO CONTÁBIL 
 
CONTISMO 
 
Apesar de não ser considerada uma corrente científica, foi escola precursora da teoria de serem 
as contas o objeto de estudo da contabilidade e influenciou grandes contadores, principalmente 
os da Itália. A partir de 1818, o principal líder do Contismo foi Giuseppe Bornaccini. 
 
Antes dela, a Teoria das Cinco Contas Gerais de Degranges, em 1795, já se preocupa em 
estudar o instrumento utilizado para compilar os dados do comportamento da riqueza aziendal, 
dividindo inicialmente as contas em: (1) Mercadorias Gerais;(2) Caixa; (3) Contas a Receber; (4) 
Contas a Pagar e (5). Lucros e Perdas. Posteriormente acrescentou a sexta conta, denominada 
Diversas Contas. 
 
Entre outras contribuições, Degranges estabeleceu a norma de que se deve Debitar Aquele Que 
Recebe e Creditar Aquele Que Dá (débiter celui Qui reçoit et créditer celui Qui donne). 
 
A primeira tentativa do Contismo data de 1803, quando Nicolo D’Anastasio publicou o seu livro 
La scrittura doppia ridotta a scienza; depois dele apareceu um grande estudioso, Giuseppe 
Bornaccini, que deu maior seriedade ao assunto no livro Idee teoritiche e pratiche di ragioneria e 
doppia registrazione. Surgem depois dois grandes estudiosos: Angelo Galli (Instituzioni di 
contabilitá, 1837) e Ludovico Giuseppe Cripa (1838) com a sua La scienza dei conti. 
 
O Contismo perdeu influência entre os estudiosos da ciência devido à falta de suporte de sua 
enunciação. A conta não é a causa, mas o efeito que expressa o fenômeno patrimonial. Logo, 
uma ciência não se dedica ao estudo do efeito, mas da causa como objeto de observação, 
elaboração, exposição e análise. 
 
O Contismo tentou sobreviver com as novas tendências de observação que Fábio Besta 
elaborou, mas não conseguiu impedir o desenvolvimento do Personalismo, que o iria substituir 
entre os intelectuais de nossa Ciência, além da oposição do materialismo substancial de Villa. 
 
PERSONALISMO 
 
Esta escola, com profundas raízes jurídicas, de séria reação ao Contismo transformou a conta 
em Pessoa, capaz de direitos e obrigações Baseada na responsabilidade pessoal entre os 
gestores e a substância patrimonial, com cunho administrativo-jurídico, cujo maior líder foi 
Giuseppe Cerboni e o maior gênio Giovanni Rossi (com as obras mais destacadas a partir de 
1873), este tratava a Contabilidade como pessoal, de ficção, e aquele dava o caráter científico à 
corrente, em que colocara responsabilidade na propriedade, no proprietário, no administrador e 
na matéria administrada, teve como grande opositora a Escola Materialista de Fábio Besta. 
 
O Personalismo teve sua origem científica com o francês Hypolitte Vannier, com sua obra 
editada em Paris, em 1844, que refutava o Contismo e apresentava, com coloração científica, o 
Personalismo. Mas foi Francesco Marchi quem lançou as bases de um Personalismo científico, 
abrindo caminho para outros pensadores como Cerboni. Não só combateu a corrente de 
Degranges como também apresentou as idéias que viriam posteriormente a substituir as do 
Contismo. 
 
Marchi estabeleceu, não obstante sua oposição aos contistas, uma teoria das contas que 
distinguia quatro grandes grupos: (1) contas do proprietário; (2) contas dos gerentes ou 
administradores; (3) contas dos consignatários; e (4) contas dos correspondentes, que se 
resumiam em (a) contas patronais, (b) contas dos gerentes e (c) contas pessoais ou dos 
correspondentes. 
 
Cerboni, que teve grande influência com a Escola Toscana, escreve, em 1873, a tese com o 
título Primi saggi di logismigrafia e em 1886 sua mais importante obra La ragioneria scientífica e 
le sue relazione con le discipline amministrative e sociali. 
 
Muitos foram os seguidores do Personalismo, porém os pilares dessa brilhante corrente de 
pensamento foram Marchi, Varnnier, Cerboni e o gênio Giovanni Rossi. 
 
Partiam do raciocínio de que as relações que motivam os direitos e as obrigações são 
importantes objetos de estudo; por essa razão, tem-se como conceito mais difundido de 
patrimônio o conjunto de bens, direitos e obrigações. 
 
Esse pensamento difere do materialismo, pois estuda as relações pessoais que agem na 
substância patrimonial. 
 
 
CONTROLISMO 
 
A Escola Veneziana de Fábio Besta, que seguiu os estudos de Villa, promoveu grande reação às 
idéias personalistas de Cerboni. 
 
O mestre Fábio Besta, antes de enunciar o Controlismo, já se valia de grande influencia com o 
Neocontismo, que, como corrente que retomava o Contismo, dando-lhe vestes novas (de caráter 
científico e não mais o empírico de Bornacinni) e como a primeira reação ao Personalismo, se 
preocupava mais em saber o que significavaa conta e qual a sua verdadeira expressão em meio 
dos estudos contábeis do que com a forma de apresentação da mesma conta, ou seja, 
preocupava-se com o conteúdo da conta, reagindo contra os postulados de Cerboni. 
À medida que ganhava terreno, Fábio Besta abandonava a tradicional Escola do Contismo e 
estabelecia seus próprios princípios, os da Escola Controlista. 
 
Fábio Besta pôde propagar suas idéias nos debates do Congresso de Contabilidade realizado 
em 1879, em Roma, onde se encontravam, dentre outros, Giuseppe Cerboni e Giovanni Rossi. 
 
Em 1880, quando da abertura do ano acadêmico 1880-1881, em seu memorável discurso, 
apresentou a ciência contábil como aquela que trazia como objeto de estudo o “controle 
econômico das aziendas”, dividindo este em três funções a saber: controle antecedente, controle 
concomitante e controle subseqüente. 
 
Um dos grandes pontos de divergências entre as escolas de Besta e Cerboni era quanto à 
delimitação do patrimônio aziendal. Como já dito, para Cerboni o patrimônio não era apenas os 
Bens, somando-se a estes os Direitos e as Obrigações; para Besta, o patrimônio é o agregado 
de valores atribuíveis aos bens, negando o conjunto de direitos e obrigações como conceito, 
conforme podemos atestar: 
 
- O direito de possuir uma coisa ou de havê-lo por isto só não vale. O legítimo proprietário 
conserva todos os direitos sobre as coisas ainda quando estas lhe são roubadas, mas, se não 
há nenhuma possibilidade de recuperá-las, aquelas coisas nada podem valer. 
 
- Quem tem direito de exigir uma soma, conserva aquele direito integral ainda que o devedor 
seja insolvente, mas se não há nenhuma possibilidade de o credor recuperar em todo ou em 
parte o que lhe é devido, aquele direito em nada aumenta a sua riqueza. 
 
As idéias de Besta, apesar de seus seguidores, dentre eles Vittorio Alfieri, Pietro Rigobon, 
Francesco de Gobbis, Vincenzo Vianelo, Pietro D’Alvise e o mais importante de todos, Carlo 
Ghidiglia, não encontraram grandes repercussões na Itália, berço de todas suas argumentações, 
nem em outros países. O maior mérito foi a reação provocada contra o Personalismo procurando 
dar o máximo à riqueza patrimonial como algo concreto, real, objeto de indagações próprias, 
ainda que, por finalidade, a entendesse como controle; a localização da Contabilidade no campo 
material e do valor enfatiza a necessidade de abandonar-se o raciocínio jurídico dos 
personalistas para situar-se em uma realidade materialista de maior significação. 
 
Assim como o Personalismo teve seu grande gênio, Giovanni Rossi, o Controlismo teve Carlo 
Ghidiglia, que admitia a Contabilidade como ciência, tendo a seu cargo regular todas as ações 
que se relacionam com a riqueza e com as necessidades humanas, estabelecendo uma 
hierarquia para o estudo dos fenômenos: estudo da riqueza, estudo das funções da riqueza e 
estudo dos agregados da riqueza. 
 
 
REDITUALISMO 
 
Desenvolveu-se principalmente na Alemanha, tendo como principal líder Eugen Schmalenbach 
e, entre outros seguidores, W. Malhberg, E. Geldmacher, M. R. Lehmannn, E. Walb e Frederich 
Leiter com seu reditualismo específico. 
 
Era a corrente de pensamento que enunciava ser o resultado (lucro ou prejuízo) o objeto de 
estudo da contabilidade, ou seja, o reconhecimento da perda ou do lucro como fonte principal da 
continuidade da atividade empresarial. 
 
Os reditualistas estudavam a dinâmica da riqueza patrimonial, mas desprezavam a estrutura dos 
elementos patrimoniais. Conseguiram desenvolver-se num país socialista, embora a corrente 
estivesse voltada para o capitalismo. 
 
Schmalenbach visualizava os fenômenos circulatórios da riqueza patrimonial em sua dinâmica, 
dando a essa dinâmica o aspecto temporal não coincidente com o ano calendário, mas com o 
ciclo operacional. 
 
O julgamento do rédito deve ser uma medida relativa entre o que o capital oferece ao 
empreendedor e o que a azienda oferece à sociedade em que se encontra. Os reditualistas 
tiveram a propriedade de reconhecer o valor da consideração dos fluxos em contabilidade, ou 
seja, do estudo de uma dinâmica patrimonial, da relatividade do lucro, da realidade empresarial. 
Eembora admitissem sob a denominação de economia da empresa todos esses princípios, em 
realidade não fizeram senão desenvolver seus principais raciocínios sob a ótica patrimonial, 
contábil, inclusive com um sem número de exemplos práticos. 
 
O reditualismo não ganhou força como escola pois diversos apreciadores das enunciações de 
Schmalenbach criticavam seu objeto de estudo argumentando que o rédito é o efeito da 
dinâmica patrimonial e não a causa. 
 
 
AZIENDALISMO 
 
Motivados pela ansiedade de se encontrar o campo e o objeto de estudos da Ciência Contábil, 
os pesquisadores da época evidenciaram o surgimento de nova corrente que enunciava 
existirem os sistemas de ciências que cuidavam de fenômenos ocorridos nesse mundo 
particular, o que inspirou o Aziendalismo. 
 
O Aziendalismo, antes de se desenvolver como grande escola de pensamento italiano, teve suas 
origens com pesquisadores de outras partes do mundo: da França, Courcelle-Seneuil; da 
Rússia, Leo Gomberg; da Suíça, Johann Friedrich Schar; e da Alemanha H. Nicklisch e Rudolf 
Dietrich. 
 
Courcelle acenou para um complexo entendimento de toda a empresa como objeto comum 
científico, que anteriormente já era preconizado por Cerboni e sustentado por Rossi, quando 
admitiam um raciocínio de unidade de funções dentro da azienda. 
 
Foi Gomberg o primeiro a despertar para uma economia aziendal, que mais tarde se tornaria, na 
Itália, a corrente aziendalista. Gomberg tomou como objeto de estudos a riqueza impessoal ou 
administrativa, deu foco à economia e denominou a Contabilidade como Economologia, tendo 
como função estudar todos os fatos da gestão patrimonial. 
 
Gomberg estabeleceu a relação de causa e efeito para os fenômenos patrimoniais, relacionando 
o efeito ao débito e a causa ao crédito. Enunciava também que o Ativo era o efeito do Passivo, 
que por sua estrutura era a causa. 
 
Rudolf Dietrich acrescentou, em seus estudos do aziendalismo socialista, a visão de dinâmica 
patrimonial. 
 
Em sua visão idealista, entendia que os fatores homem, natureza e trabalho só poderiam estar 
organizados para atender o social, e que o lucro deveria ser considerado como um fator 
patológico. 
 
Tendo como base a economia aziendal, a Escola Veneziana enunciava o Aziendalismo, com 
Alberto Ceccherelli e com seu principal líder italiano, Gino Zappa, que teve suas raízes nos 
pensadores alemães. 
 
Os aziendalistas se preocupavam em estudar o conjunto de ciências que tratavam da azienda 
como campo de aplicação. Compunha-se da Administração, da Organização e da Contabilidade, 
sendo cada ciência apenas parte desse conjunto. 
 
De acordo com seus adeptos, os fenômenos a estudar são os aziendais, e admite a 
Contabilidade apenas como levantamento de fatos patrimoniais, restringindo-lhe o campo. 
 
 
PATRIMONIALISMO 
 
Sua primeira formulação se deu em 1923, com Vincenzo Masi, que considerava como objeto de 
estudo da Contabilidade os fenômenos do patrimônio aziendal, dividindo seus estudos em 
estática patrimonial, dinâmica patrimonial e relevação ou levantamento patrimonial. 
 
Para ele, a estática patrimonial examinava a estrutura do grande sistema da riqueza aziendal, a 
dinâmica patrimonial tratava da movimentação dessa estrutura, quer sob o aspecto quer de 
qualidade dos elementos, quer de suas expressões de valor, sendo o levantamento patrimonial, 
a base racional que permitia ter informações sobre tais relações e aspectos, mas de maneira 
científica. 
 
Em 1924 com seu artigo “A pretesa bancarotta scientifica della Ragioneria”, publicado na Revista 
Italiana di Ragioneria, escreveu: 
 
- Se examinarmos os fenômenos fundamentais de contabilidade, não podemos deixar de 
reconhecerque requerem indagações acuradas; não se pode negar que se torna necessário 
observá-los, expô-los procurar explicá-los; depois, munidos dos ensinamentos oferecidos pelas 
pesquisas feitas com o subsídio de métodos especiais de investigação, próprios das ciências 
experimentais, daí retirar normas de prática aplicação a casos concretos. Ora, os fenômenos dos 
custos, das receitas, do rédito, das entradas e saídas financeiras, para lembrar só alguns do 
mais evidentes fenômenos contábeis já por nós referidos, são todos investigados em suas fases 
de constituição e de evolução e apresentam problemas que sempre se apresentaram e sempre 
se apresentarão. 
 
Em 1926, na Revista Italiana di Ragioneria, publica o artigo “A Contabilidade como Ciência do 
Patrimônio”. 
 
Masi teve como inspiração as obras de Besta, embora enunciasse seu próprio objeto de estudo. 
O Patrimonialismo só tomou forma apurada e teve divulgação, que lhe foi peculiar, fora da Itália, 
pois o ambiente da época não lhe favorecia com tantas idéias preconizadas pelos aziendalistas 
que formaram uma forte escola. 
 
Masi adotava a posição de que o mais importante como objeto de estudo é a essência dos fatos 
e não a sua forma de apresentação, divergindo com essa idéia fundamental os estudos feitos 
pelas demais escolas de pensamento. 
Masi argumentava: 
 
- A concepção de Contabilidade como ciência do patrimônio não destrói, de fato, as pesquisas 
do passado mas, confiando a Contabilidade não só o estudo do levantamento patrimonial, mas 
também e sobretudo aquele do objeto deste levantamento - o patrimônio aziendal, observado 
nos seus aspectos estático e dinâmico -, acresce ao conteúdo a importância e a dignidade 
científica. 
 
- A Contabilidade, de fato, sempre estudou o patrimônio, mas as suas indagações foram no 
campo teórico, primeiramente limitadas aos estudos dos instrumentos de levantamento 
patrimonial e sucessivamente se passou ao estudo do objeto de tais levantamentos. 
 
Masi enunciava que se deve dar importância não somente ao aspecto quantitativo do patrimônio 
como também ao qualitativo, evidenciando que muito se extrai da informação sobre o estado 
patrimonial se forem observados os aspectos citados cumulativamente, não se fazendo distinção 
entre eles. 
 
Outra importância dada por Masi era a distinção dos tipos de aziendas em empresas, aquelas 
destinadas à obtenção do lucro e as instituições com fins ideais. Também se preocupou em 
conceituar o capital como um fundo de riqueza em constante movimentação, dividindo sua 
estrutura em capital fixo, que é destinado ao uso produtivo, e circulante que é destinado à 
realização do objetivo aziendal, evidenciando as suas origens sob a forma de capital de terceiros 
ou de próprios. 
 
Outros pensadores se destacaram além de Masi, embora grande parte deles se referenciem às 
idéias precursoras do grande gênio dessa escola. 
 
 
NEOPATRIMONIALISMO 
 
Pouco se conhece dessa nova tendência do objeto de estudo para a Contabilidade. O 
Neopatrimonialismo teve sua origem com o Prof. Dr. Antônio Lopes de Sá. Foi divulgado pela 
primeira vez ao público no XIII Congresso Brasileiro de Contabilidade (1988); depois em 1990, 
na Universidade de Málaga, em 1992, com a edição da obra Teoria Geral do Conhecimento, e 
em 1997 a convite da Universidade de Servilha, Espanha. 
 
O Neopatrimonialismo, segundo Antônio Lopes de Sá, ainda não se constitui numa escola de 
pensamento, pois muito ainda deve ser estudado e divulgado para que se possa admitir a 
formação de tal escola. 
 
Para o citado professor. o fenômeno patrimonial, como objeto de indagação, não foge à norma 
que requer a compreensão da essencialidade, como ponto de partida de um entendimento 
racional. 
 
Os estudos concentram-se em obter uma filosofia do fenômeno patrimonial, organizando 
logicamente as relações que são responsáveis pelas causas dos fatos, distinguido-as em 
relações lógicas dos seguintes tipos: essenciais, dimensionais e ambientais, tendo como axioma 
a eficácia. 
 
As relações essenciais compreendem a necessidade, a finalidade, o meio patrimonial e a 
função. As dimensionais, se referem às relações de causa, efeito, tempo, espaço, qualidade e 
quantidade. Já as ambientais são formadas pelas relações de natureza administrativa, pessoal, 
econômica etc. 
 
O Prof. Lopes de Sá procura fazer uma classificação dos sistemas por hierarquia de 
necessidades, tendo então os seguintes sistemas: 
 
1. Básico: compreende os sistemas de liquidez, rentabilidade, estabilidade e 
economicidade; 
2. Auxiliar: compreende os sistemas de produtividade e invulnerabilidade; 
3. Complementar: sistema de elasticidade. 
 
 
PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE 
 
Conforme a Resolução CFC nº. 750/93 e alterações pela Resolução CFC nº. 1282/10 
 
Todas as ciências apresentam nos seus núcleos princípios. Estes são fontes que norteiam sua 
qualidade de ciência. A Contabilidade como ciência também tem seus princípios que servem 
como “vigas mestras” da ciência social da qual é atuante. 
 
A palavra “princípio” significa origem, causa primária, preceito, regra geral. Em análise simplista 
os Princípios Fundamentais de Contabilidade são proposições, juízos de uma ciência. 
 
Assim as regras gerais da ciência contábil no Brasil são os Princípios de Contabilidade e está 
regulamentada pela Resolução CFC nº 750/93 com atualização da Resolução CFC 1282/10. 
Segue a exposição da regra que todos os contabilistas têm de seguir como ponto inicial da 
profissão: 
 
I) da ENTIDADE: O Principio da Entidade reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade. 
A contabilidade é autônoma e o patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes não 
poderá ser confundido, portanto o Patrimônio da entidade não se confunde com aquele de seus 
sócios ou proprietários. 
 
II) da CONTINUIDADE: O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em 
operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio 
levam em conta esta circunstância. 
 
III) da OPORTUNIDADE: O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e 
apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas. 
A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil 
pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a 
oportunidade e a confiabilidade da informação. 
 
IV) do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL: O Princípio do Registro pelo Valor Original 
determina que os componentes do patrimônio devam ser inicialmente registrados pelos valores 
originais das transações, expressos em moeda nacional. 
 
As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus distintos e combinadas, ao 
longo do tempo, de diferentes formas: 
 
I – Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa 
ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los na 
data da aquisição. Os passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos 
em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou equivalentes 
de caixa, os quais serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações; e 
 
II – Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao patrimônio, os componentes patrimoniais, 
ativos e passivos, podem sofrer variações decorrentes dos seguintes fatores: 
 
a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, 
os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data 
ou no período das demonstrações contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em 
caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários para liquidar a 
obrigação na data ou no período dasdemonstrações contábeis; 
 
b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os 
quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. Os passivos são mantidos 
pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos 
para liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações da Entidade; 
 
c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de 
entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações da 
Entidade. Os passivos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de saída 
líquida de caixa que se espera seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das 
operações da Entidade; 
 
d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, entre 
partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos; e 
e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem 
ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da expressão formal dos 
valores dos componentes patrimoniais. 
 
V) da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA: Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda 
nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis através do ajustamento 
da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais. 
 
VI ) da COMPETÊNCIA: – O Princípio da Competência determina que os efeitos das 
transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, 
independentemente do recebimento ou pagamento.O Princípio da Competência pressupõe a 
simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas.” 
 
VII) da PRUDÊNCIA: O Princípio da Prudência determina a adoção do menor valor para os 
componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem 
alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o 
Patrimônio Líquido. 
 
 
Faz-se necessário compreender um tema relevante da Ciência Contábil, a Evidenciação 
(disclosure), a saber: 
 
 
EVIDENCIAÇÃO CONTÁBIL 
 
As Ciências Contábeis têm como finalidade principal informar sobre seu objeto de estudo aos 
diversos tipos de usuários. Essa informação é fornecida através de evidenciação, que pode ser 
conceituada como a qualidade ou o caráter do que é incontestável. 
 
Os usuários das informações contábeis, internos ou externos, necessitam que estas sejam 
produzidas com maior qualidade, tempestividade e utilidade. 
 
Hoje a necessidade do usuário não é somente pelas informações contidas nas demonstrações 
obrigatórias pela legislação. Busca-se outras informações nos relatórios auxiliares ou 
facultativos, como por exemplo, a Demonstração do Fluxo de Caixa e os Orçamentos: financeiro, 
operacional e de capital. 
 
A Contabilidade deve estudar o modelo ideal de informação para cada classe de usuários e fazer 
com que esse modelo obedeça aos princípios fundamentais de contabilidade bem como a outros 
aspectos qualitativos de conteúdo informativo. 
 
É bom salientar que por mais que se queira evidenciar os demonstrativos contábeis, tornando-os 
muito explicativos, a contabilidade não pode deixar de obedecer suas técnicas de elaboração. 
Com isso, se faz necessário que o usuário tenha algum domínio de interpretação dos 
demonstrativos contábeis e dos documentos complementares ou tenha um assessoramento de 
um analista experimentado, principalmente para as grandes tomadas de decisões, pois por mais 
que se queira evidenciar e facilitar a interpretação, a contabilidade não é a responsável pela 
tomada de decisão. 
 
Evidenciação (disclosure) não se trata de uma convenção. Na verdade, o disclosure está ligado 
aos objetivos da contabilidade, ao garantir as informações diferenciadas para os diversos tipos 
de usuários. Não se pode esperar e seria tolice pensar que boas decisões de investimentos 
pudessem emanar de um leitor com vagas noções de contabilidade e de negócios. A 
interpretação dos demonstrativos contábeis é tarefa única e exclusivamente reservada aos 
experts em contabilidade e finanças, que deveriam ser os intermediários entre as empresas e os 
donos de recursos, assessorando esse último nas análises. Isto não significa que devam ser 
truncados os esforços para que o leitor médio se torne possuidor de melhores conhecimentos na 
área contábil e financeira. Entretanto, pelo menos nas interpretações mais profundas, a entrada 
em ação dos verdadeiros experts é indispensável. Os relatórios contábeis não são capítulos de 
novelas empresarias que qualquer pessoa mobralizada possa entender, mas o resumo de um 
processo, de uma forma de pensar da contabilidade que, é muito mais complexa do que possa 
parecer à primeira vista. 
 
A informação qualitativa (não quantitativa) é muito mais difícil de ser avaliada pois envolve vários 
julgamentos extremamente subjetivos. É muito difícil estabelecer o “ponto de corte” em que uma 
consideração não quantificável deixa de ser importante no processo decisório de forma que 
justifique a omissão da evidenciação. Normalmente, a relevância de alguns itens qualitativos 
emerge de seu relacionamento direto com os quantitativos. 
 
Se uma parte da propriedade do imobilizado, por exemplo, foi penhorada em garantia de 
empréstimos, este penhor deve ser evidenciado se o valor do imobilizado ao qual se refere for 
relevante; caso contrário, não deveria ser evidenciado. Entretanto, note o perigo de 
confundirmos, novamente, relevância com desprezo pelo detalhe; a penhora anual, progressiva, 
de uma pequena parte do imobilizado pode levar a uma situação não favorável para entidade. 
 
É importante lembrar a máxima: forneça a informação relevante para o usuário, mas não 
pretenda invadir o campo do investidor, substituindo-o em todas as avaliações subjetivas do 
modelo decisório e do risco. 
 
Os quadros demonstrativos obrigatórios brasileiros são complicados de serem lidos. Primeiro, 
por abrangerem dois modelos em um só – legislação e correção integral. Segundo, 
compreendem dois tipos: controladora e consolidado; ano corrente e ano anterior. Por último, 
mudanças frequentes de normas legais e de índices de correção acabam produzindo um 
excesso de colunas e de quadros explicativos, nem sempre compreensíveis, elaborados de 
maneira integrada. 
 
As qualidades mais importantes da informação contábil, segundo ainda o citado professor, são a 
relevância e a confiabilidade. Se faltar qualquer dos dois atributos a informação não será útil. 
 
Para haver relevância o relatório tem que ser pontual, servir para efetuar previsão ou para medir 
a previsão feita no passado. 
 
Informação confiável requer representatividade, ser passível de verificação independente e ser 
neutra. 
 
A comparabilidade é também uma qualidade importante da informação contábil, porém 
secundária. Interage com a relevância e a confiabilidade, que por sua vez contribuem para a 
utilidade. Finalmente, todas as qualidades citadas estão sujeitas ao conceito de materialidade, a 
maior limitação ao trabalho contábil. 
Vejamos melhor cada dos citados parâmetros: 
 
a) Relevância: 
Informação relevante é aquela relacionada ao evento examinado. 
Em contabilidade, toda informação que possibilite a realização de estimativas ou permita 
confirmar outras anteriormente feitas, facilita a tomada de decisão. Sem o conhecimento do 
passado, retira-se a base para a previsão, e sem um interesse no futuro investigar a história é 
um processo estéril. 
 
b) Confiabilidade: 
A informação contábil é confiável, na medida em que seu usuário acredite que ela represente 
adequadamente os eventos, transações e condições econômicas de uma entidade. Uma 
informação confiável deve ser representativa do fenômeno a qual pretende espelhar. 
 
O segundo elemento da confiabilidade é quea informação seja passível de verificação, que 
assegure ao usuário a ausência de vício da mensuração dos eventos econômicos. 
 
O último elemento de qualidade exigido para uma informação ser confiável é a neutralidade. 
Significa que o contador responsável por estabelecer os critérios de contabilização de sua 
empresa, não deve faze-lo pensando em defender um interesse particular, mas sim trazer a tona 
fatos relevantes e confiáveis. 
 
c) Comparabilidade: 
Comparabilidade é composta de dois elementos: uniformidade e consistência. O primeiro indica 
que transações iguais serão contabilizadas do mesmo modo. O segundo se refere ao uso por 
uma empresa dos mesmos procedimentos e regras contábeis de um período para outro. O 
significado de qualquer informação, especialmente dados quantitativos, depende muito de 
podermos relacioná-los a uma outra variável ou critério. A informação contábil cresce em 
utilidade quando pode ser comparada com a de empresas similares ou com a de anos anteriores 
na mesma empresa. 
 
d) Materialidade: 
Materialidade é exercida diariamente por aqueles que tomam decisões contábeis e pelos 
auditores que efetuam julgamentos sobre a correção dos relatórios financeiros. As avaliações no 
campo da materilidade são basicamente de natureza quantitativa. O problema é que a natureza 
da transação quase sempre afeta a resposta, ou seja, um item pode ser de valor insignificante 
no meio de transações rotineiras, porém importante se estiver ocorrendo pela primeira vez em 
circunstancias anormais. 
 
 
APLICAÇÃO DA CONTABILIDADE 
 
A Contabilidade é sempre bem influenciada pelos limites e critérios fiscais, particularmente os da 
legislação do Imposto de Renda. As companhias abertas são subordinadas às disposições da 
Lei 6.404/1976 e suas atualizações, as Leis 11.638/2007 e 11.941/2009. 
 
A contabilidade tem como finalidade: 
 
a) Planejar o desenvolvimento econômico e financeiro da Entidade; 
b) Controlar o Patrimônio das Entidades; 
c) Apurar o resultado das operações da Entidade, também conhecida como apurar o redito; 
d) Prestar informações aos interessados sobre a situação da Entidade no 
âmbito econômico, financeiro, tributário, societário, dentre outros. 
 
Patrimônio - O que é Patrimônio? Para essa resposta observe o quadro a seguir: 
 
BENS: mesa, cadeira, veículo, dinheiro, marcas, patentes, etc. 
Os bens são classificados em: 
 
a) Tangíveis: São bens materiais, concretos, ou seja, são bens corpóreos; Exemplos: 
Terrenos, Veículos, Dinheiro em Caixa, etc. 
 
b) Intangíveis: São bens imateriais, abstratos, Exemplos: Software , Marcas (Coca-Cola), 
licenças, propriedade intelectual, etc. 
 
DIREITOS: são valores de propriedade da Entidade a receber de terceiros por força de aplicação 
monetária (como exemplo aplicação de dinheiro no Banco); ou valores a serem recebidos de 
terceiros por venda a prazo. 
 
OBRIGAÇÕES: são compromissos exigíveis da Entidade que em data prevista deverão ser 
liquidados, ou seja, quitados. Os compromissos poderão ser dívidas ou exigibilidades perante 
terceiros ou ainda bens que estiverem em posse da Entidade que sejam de terceiros. Exemplos: 
Fornecedores (compromisso); Impostos a Recolher (exigibilidade); Receitas Antecipadas 
(compromisso). 
 
 
Os elementos diretamente relacionados com a mensuração da posição financeira e patrimonial 
de uma entidade são os ativos, passivos e patrimônio líquido. 
 
Ativo: A definição de ativo apresenta três elementos: (a) é um recurso controlado pela entidade; 
(b) como resultado de acontecimentos passados; (c) e que os benefícios econômicos serão 
canalizados e fluirão para a entidade no presente ou em períodos futuros. 
 
A definição enfatiza o aspecto econômico e não sua forma legal. 
 
O processo de reconhecimento diz respeito a incorporar, nas demonstrações contábeis, um item 
que se enquadre na definição. Além disso, deve ser mensurado de forma confiável. 
 
Os benefícios incorporados em um determinado ativo são representados pela sua contribuição 
(direta ou indiretamente) para o fluxo de caixa da entidade. Esses benefícios são gerados pela 
produção de bens ou prestação de serviços, ou pela capacidade de reduzir os custos de 
produção de uma entidade. 
 
Muitos ativos, como exemplo, imóveis, instalações, equipamentos têm uma forma física. A forma 
física não é essencial para a existência de um ativo. Um exemplo são marcas, patentes e 
direitos autorais, que são classificados como ativos intangíveis, desde que os benefícios 
econômicos fluam e sejam controlados pela entidade. 
 
É importante não confundir a base confiável de mensuração com a existência de estimativa de 
valores contábeis. Certos itens podem ser estimados, como é o caso de uma ação judicial que a 
empresa possui da qual haja uma razoável jurisprudência a respeito. 
 
Desse modo, existindo uma estimativa razoável de valor, ela deve ser reconhecida no balanço. 
 
Passivo: é uma obrigação presente resultante de acontecimentos passados cuja liquidação será 
o pagamento da obrigação no presente ou em períodos futuros. 
 
Uma característica essencial de um passivo é a de que a entidade possui uma obrigação 
presente. As obrigações podem ser executórias, como consequência de um contrato vinculativo 
ou obrigação legal. Este é normalmente o caso dos montantes a pagar pelas mercadorias e 
serviços recebidos. Obrigações surgem a partir de uma prática comercial normal, em 
relacionamento de compra e venda de ativos e serviços entre outras operações comerciais. 
 
Assim como no ativo, a definição do passivo deve estar separada do seu reconhecimento. 
Alguns passivos só são mensurados por estimativas. 
 
Em relação a incerteza do passivo, uma obrigação pode ser classificada em quatro categorias: 
 
a) O passivo é conhecido, assim como seu montante – nesse caso, não existe motivo para 
que o passivo não seja evidenciado. Exemplo: fornecedores; 
 
 
b) O passivo é conhecido, mas não seu montante – o passivo é conhecido por estimativas, 
devendo ser considerado pela entidade. É o caso do 13º salário, em que o valor preciso 
só é obtido, pela entidade, no pagamento; 
 
c) O passivo é incerto, mas o pagamento pode ser estimado – caso das milhas aéreas; 
 
d) O passivo é incerto e seu montante também – representa a contingência. 
 
Patrimônio Líquido: Um elemento do patrimônio liquido é o interesse residual nos ativos, após 
dedução de todos os passivos (ou componente do patrimônio liquido originado de um 
instrumento financeiro composto ou instrumento que atenda à definição de um componente do 
patrimônio liquido em sua totalidade). 
 
O patrimônio líquido ainda é definido, de forma simples, como a diferença entre o ativo e o 
passivo. Como é possível perceber, o valor do patrimônio líquido depende da mensuração do 
ativo e do passivo. Em razão das limitações do processo de reconhecimento e mensuração, o 
patrimônio líquido não corresponde ao valor de mercado das ações. 
 
O patrimônio líquido de uma entidade possui diversos componentes: 
 
1) Capital social representado pelo aporte dos acionistas; 
2) Lucros acumulados; 
3) Reservas de lucros, que representam apropriações de resultados retidos de períodos 
anteriores ou atual; 
4) Outras reservas; e 
5) Participação dos minoritários (ou participação de acionistas não controladores). 
 
Aspecto qualitativo e quantitativo do patrimônio 
 
Aspecto qualitativo: Este aspecto consiste em qualificar os bens, Direitos e Obrigações. Por 
aspecto qualitativo do patrimônio entende-se a natureza dos elementos que o compõem, como 
dinheiro, valores a receber ou a pagar expressos em moeda, máquinas, estoques de materiais 
ou de mercadorias, entre outros. 
 
Aspecto quantitativo: Este aspecto consiste em dar a esses Bens, Direitos e Obrigações seus 
respectivos valores, levando-nos a conhecer o valor do Patrimônio da Organização.O atributo 
quantitativo refere-se à expressão dos componentes patrimoniais em valores, o que demanda 
que a Contabilidade assuma posição sobre o que seja "Valor", porquanto os conceitos sobre a 
matéria são extremamente variados. 
 
Representação gráfica do patrimônio 
 
Para tornar mais fácil a compreensão do Patrimônio, a partir de agora vamos representá-lo em 
um gráfico simplificado, em forme de T: 
 
 
 
 
 
 
 
O T, como vemos, tem dois lados. No lado esquerdo, colocamos os Bens e os Direitos e do lado 
direito as Obrigações e o Patrimônio Líquido (Capital, lucros). 
 
Na representação gráfica apresentada temos, de um lado, os Bens e os Direitos, que formam o 
grupo dos elementos positivos e, do outro lado, as Obrigações, que formam o grupo dos 
elementos negativos. Assim temos: 
 
 
Patrimônio 
Elementos Positivos Elementos Negativos 
Bens Obrigações 
 
 Móveis e Utensílios 
 
 Fornecedores 
 Estoque de Mercadorias Salários a Pagar 
 Caixa (numerário) Impostos a Pagar 
 Bancos 
Direitos 
 Duplicatas a Receber 
 Títulos a Receber 
 
 
Os elementos positivos são denominados Componentes Ativos e o seu conjunto ATIVO e os 
elementos negativos são denominados Componentes Passivos e o seu conjunto PASSIVO. 
 
 
Patrimônio Líquido 
 
Patrimônio Líquido é o quarto grupo de elementos patrimoniais que juntamente com os Bens, 
Direitos e Obrigações, completará a Demonstração Contábil denominada Balanço Patrimonial. 
 
No Balanço Patrimonial, esse grupo aparece sempre do lado direito, juntamente com as 
Obrigações: 
 
 
Patrimônio 
ATIVO PASSIVO 
Bens Obrigações 
Direitos Patrimônio Líquido 
 
 
 
Equação básica da contabilidade. 
 
(Bens+Direitos) – (Obrigações) = Patrimônio Líquido 
Quando o resultado da equação é negativo, convenciona-se denominá-lo de "Passivo a 
Descoberto". 
 
O Patrimônio Líquido não é uma dívida da Entidade para com seus sócios ou acionistas, pois 
estes não emprestam recursos para que possa ter vida própria, mas, sim, os entregam, para que 
com eles forme o Patrimônio da Entidade. 
 
O conhecimento que a Contabilidade tem do seu objeto está em constante desenvolvimento 
como, aliás, ocorre nas demais ciências em relação aos respectivos objetos. Por esta razão, 
deve-se aceitar como natural o fato da existência de possíveis componentes do patrimônio cuja 
apreensão ou avaliação se apresenta difícil ou inviável em determinado momento. 
 
Atos e fatos contábeis (permutativos, modificativos e mistos). 
 
Atos Contábeis: são os atos que não provocam alterações nos elementos do Patrimônio ou do 
Resultado, portanto não interessam a Contabilidade. 
 
Fatos Contábeis: são os acontecimentos que de alguma forma alteram o patrimônio das 
entidades, quer sob o aspecto qualitativo, quer sob o aspecto quantitativo. Ex.: emissão de 
cheques, depósitos bancários, compra de veículos, compra de materiais. 
 
Fatos Permutativos: são fatos que alteram o patrimônio da entidade sem alterar o seu patrimônio 
líquido. Refletem trocas entre os elementos patrimoniais. Ex.: - compra de mercadorias à vista 
(bens por bens); compra de mercadorias a prazo (bens por obrigações); recebimento de valor 
pela quitação de uma duplicata; aumento do capital social com lucros acumulados; 
 
Fatos Modificativos: são aqueles que alteram o patrimônio da entidade e o patrimônio líquido, 
aumentando (fato modificativo aumentativo) ou diminuindo (fato modificativo diminutivo) a 
riqueza própria do patrimônio. 
 
Fatos Mistos: são aqueles que combinam fatos contábeis permutativos e modificativos. Podem 
ser aumentativos ou diminutivos, conforme alterem para maior ou menor o patrimônio líquido. 
 
 
FATOS CONTÁBEIS 
PERMUTATIVO 
Provocam 
alterações 
qualitativas 
MODIFICATIVO 
Provocam alterações 
quantitativas 
MISTOS 
Provocam alterações qualitativas 
e quantitativas 
Representam 
permutações 
entre os 
elementos 
patrimoniais 
DIMINUTIVO 
Reduzem o 
valor do PL 
 
 
AUMENTATIVO 
Aumentam o 
valor do PL 
 
 
 DIMINUTIVO 
Reduzem o 
valor do PL 
 
 
AUMENTATIVO 
Aumentam o 
valor do PL 
 
 
 
Comprar à vista 
Comprar à prazo 
Pagameto de 
duplicatas 
Pagamento o IR 
dos empregados 
Aumento do CS 
com uso de 
reservas de 
capital 
Pagamento 
de despesas 
Apropriação 
de salários 
Recebimento de 
receitas 
Prescrição de 
dívida 
Recebimento 
de duplicata 
com desconto 
Pagamento de 
duplicata com 
juros 
Reforma de 
dívida com 
juros 
Emissão de 
debêndures 
abaixo do par 
(com deságio) 
Recebimento de 
duplicata com 
juros 
Pagamento de 
duplicata com 
desconto 
Reforma de 
dívida com 
desconto 
Emissão de 
debêndures 
acima do par 
(com ágio) 
 
 
Capital Social: 
 
Capital é um termo de origem inglesa, que significa patrimônio em sentido puro, ou seja, que se 
origina de contribuições feitas por sócios. Capital é o bem em dinheiro ou espécie que produz 
outros bens e espécies. 
 
Na contabilidade, podem ser considerados quatro conceitos: 
 
1) Capital nominal: investimento inicial feito pelos proprietários de uma empresa que é registrado 
pela contabilidade numa "conta" denominada capital. Este o capital nominal, que corresponde ao 
patrimônio líquido inicial. O capital nominal só será alterado quando os proprietários realizarem 
investimentos adicionais (aumentos de capital) ou desinvestimentos (diminuições de capital). 
2) Capital próprio: que corresponde ao conceito de patrimônio líquido, abrangendo o capital 
inicial e suas variações. 
3) Capital de terceiros: que corresponde aos investimentos feitos na empresa, com recursos 
provenientes de terceiros. 
4) Capital total à disposição da empresa: em acepção mais ampla, pode-se conceituar o capital 
como sendo o conjunto dos valores disponíveis pela empresa em dado momento. 
 
Assim, Capital social é o fundo em dinheiro, em bens ou em trabalho e indústria, para garantir os 
fins previstos pela sociedade e deve ser previsto nos contratos sociais das sociedades 
comerciais e nos Estatutos Sociais das Sociedades por Ações. O capital é constituído pelas 
contribuições individuais dos sócios e divide-se em partes ou em frações. 
 
Ou ainda, Capital social é o montante que a sociedade declara em seus atos constitutivos". Daí 
concluí-se ser a soma da participação de todos os sócios na sociedade. 
O capital social numa sociedade pode ser subscrito ou integralizado. O capital social subscrito é 
a parcela em que o sócio se compromete no futuro restituir para a formação da sociedade. O 
capital social integralizado é a parcela total restituída para o patrimônio social. 
A formação desse capital social, de como será a parcela de cada sócio, como entrará na 
sociedade esses recursos, valor das ações, valor nominal, ágio, prazo para o capital subscrito, e 
outras decisões relativas ao patrimônio social da pessoa jurídica, será deliberado entre os 
sócios. Há três formas de integralizar o capital social numa sociedade: dinheiro; bens ou crédito. 
 
O mais usado e menos complexo é o dinheiro, o sócio manifesta sua vontade em pagar à 
companhia, à vista ou nos prazos determinado, a emissão de ações. 
 
Para a integralização de bens (móveis ou imóveis, corpóreos ou incorpóreos), é necessário uma 
avaliação desses bens, dentro das formalidades legais, com uma votação em assembléia geral, 
de laudo técnico feito por empresa especializada ou três peritos. 
 
Para a formação pela cessão de créditos, o sócio acionista transfere à sociedade os direitos de 
crédito que possui perante terceiros, por nota promissória, duplicata, contratos ou qualquer outro 
título, executivoou não, para a sociedade. Essa forma de capitalização depende da 
concordância da companhia, o sócio subscritor responde pela existência do crédito e pela 
solvência do devedor, e enquanto não cessar essa obrigação, a companhia está proibida de 
expedir o certificado da ação correspondente. 
Registros de mutações patrimoniais e apuração do resultado (receitas e despesas): 
 
A demonstração das mutações do patrimônio líquido é aquela destinada a evidenciar as 
mudanças, em natureza e valor, havidas no patrimônio líquido da entidade, num determinado 
período de tempo. 
 
A demonstração das mutações do patrimônio líquido discriminará: 
a) os saldos no início do período; 
b) os ajustes de exercícios anteriores; 
c) as reversões e transferências de reservas e lucros; 
d) os aumentos de capital, discriminando sua natureza; 
e) a redução de capital; 
f) as destinações do lucro líquido do período; 
g) as reavaliações de ativos e sua realização, líquida do efeito dos impostos 
correspondentes; 
h) o resultado líquido do período; 
i) as compensações de prejuízos; 
j) os lucros distribuídos; 
l) os saldos no final do período. 
 
Para apurar o resultado (lucro ou prejuízo) obtido pela empresa no período, é necessário 
encerrar as contas de resultado (receitas e despesas). 
 
As contas de resultado devem ser encerradas porque elas servem apenas para apurar o 
resultado de um período, seus saldos precisam ser zerados para que, no período seguinte, volte 
acumular valores daquele exercício. 
 
Contas Patrimoniais - São as contas que representam os bens, direitos, 
obrigações e a situação líquida das entidades, ou seja: Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. 
Estas contas permanecem com o seu saldo no momento da apuração do resultado. 
Contas de Resultado - São as contas que representam as receitas, custos e despesas. Estas 
contas devem ser sempre encerradas (tornar o saldo zero e transferi-lo a apuração do resultado) 
na apuração do resultado ou do exercício social, são incorporadas ao Balanço Patrimonial via 
Patrimônio Líquido. 
 
Funções da Contabilidade 
 
As principais funções da Contabilidade são: registrar, organizar, demonstrar, analisar e 
acompanhar as modificações do patrimônio em virtude da atividade econômica ou social que a 
empresa exerce no contexto econômico. 
Registrar: todos os fatos que ocorrem e podem ser representados em valor monetário; 
Organizar: um sistema de controle adequado à empresa; 
Demonstrar: com base nos registros realizados, expor periodicamente por meio de 
demonstrativos, a situação econômica, patrimonial e financeira da empresa; 
Analisar: os demonstrativos podem ser analisados com a finalidade de apuração dos resultados 
obtidos pela empresa; 
Acompanhar: a execução dos planos econômicos da empresa, prevendo os pagamentos a 
serem realizadas, as quantias a serem recebidas de terceiros, e alertando para eventuais 
problemas. 
Para que isso ocorra, primeiramente é necessário registrar todas as operações que ocorrem na 
empresa tais como compras, vendas, recebimentos, pagamentos, 
etc. 
 
 
Livros Contábeis 
 
Livro Diário - Contém a escrituração contábil, ou seja, os registros devidamente documentados, 
conciliados de forma completa, em idioma e moeda corrente nacionais, em forma mercantil, com 
individuação e clareza, por ordem cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco, nem 
entrelinhas, borraduras, rasuras, emendas e transportes para as margens conforme Decreto nº. 
64.567/69 e DL 486/69. Este livro deve ser registrado na Junta Comercial quando em papel 
conforme IN DNRC nº. 65/97. 
Entretanto as pessoas jurídicas optantes pelo Lucro Real farão a entrega da ECD – Escrituração 
Contabil Digital, sendo o livro registrado eletronicamente conforme IN RFB nº. 787/07. 
 
Livro Razão - Contém toda escrituração contábil por elementos patrimoniais, de resultado, dentre 
outros, que possam existir. Sua origem é o Livro Diário. 
O Livro Razão tem as mesmas formalidades do Livro Diário, porém não tem obrigatoriedade de 
registro quando em papel. Porem as pessoas jurídicas optantes pelo Lucro Real fará a entrega 
da ECD – Escrituração Contabil Digital, sendo o livro Razão auxiliar registrado eletronicamente 
conforme IN RFB 787/07. 
 
 
Escrituração de fatos contábeis 
 
Os fatos contábeis deverão ser escriturados no Livro Diário e deverá atender a 
NBC T 2 : 
NBC T 2 – DA ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL 
NBC T 2.1 - DAS FORMALIDADES DA 
ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL 
 
“2.1.1 – A Entidade deve manter um sistema de escrituração uniforme dos seus atos e fatos 
administrativos, através de processo manual, mecanizado ou eletrônico. 
 
2.1.2 – A escrituração será executada: 
a) em idioma e moeda corrente nacionais; 
b) em forma contábil; 
c) em ordem cronológica de dia, mês e ano; 
d) com ausência de espaços em branco, entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou transportes 
para as margens; 
e)com base em documentos de origem externa ou interna ou, na sua falta, em elementos que 
comprovem ou evidenciem fatos e a prática de atos administrativos.” 
Além dos requisitos destacados, o Livro Diário deverá conter o termo de Abertura e de Termo de 
Encerramento com as informações da empresa. 
 
Balancete de Verificação - Depois de efetuados os lançamentos no Livro Diário e no Livro Razão 
o contabilista deverá apurar os saldos de todas as contas. Ou sejam, obtém-se o saldo de uma 
determinada conta pela diferença entre o total dos débitos e o total dos créditos. 
O método das partidas dobradas apresenta o conceito que “para todo débito existe um crédito de 
igual valor” assim os saldos de todas as contas devedoras serão iguais aos saldos de todas as 
contas credoras. O relatório denominado Balancete de Verificação do Livro Razão apresenta a 
relação de cada saldo das contas envolvidas em determinado exercício. Para tanto, basta apurar 
os saldos das contas no Livro Razão e transferi-los para o Balancete de verificação. 
 
 
Escrituração Contábil - De acordo com as normas apresentadas pela Resolução CFC nº. 
1.330/11, a scrituração tem suas formalidades intrínsecas (internas) e as extrínsecas (externas). 
A seguir serão apresentadas diversas formas de contabilizações de fatos contábeis das quais 
não alcança todas as rotinas necessárias, mas forte base para conhecimento do leitor. 
 
Partidas Dobradas - Para desenvolver a escrituração contábil são adotados pela Contabilidade o 
Método das Partidas Dobradas. Esse método tem como conceito que um registro de qualquer 
peração que ocorra na Entidade implica em um ou mais débito(s) e corresponde 
automaticamente em um ou mais credito(s). 
 
Débito, Crédito e Saldo - Débito: as contas com naturezas devedoras representam aplicações 
de recursos com objetivo de retorno. 
 
 
NOTA: São exemplos de contas de natureza devedora todos os bens, direitos, despesas e 
custos. 
 
Assim, ao observar o Balanço Patrimonial afirmamos que todo o ATIVO É DEVEDOR. 
 
Em contrapartida, ao observar a DRE (Demonstração do Resultado do Exercício) todas as 
Despesas e Custos são de natureza devedora. 
 
Crédito: as contas com natureza credora representam as origens de recursos. 
NOTA: São exemplos as obrigações, o patrimônio líquido e as receitas. 
 
Assim, ao observar o Balanço Patrimonial afirmamos que todo o PASSIVO É CREDOR. 
 
Em contrapartida, ao observar a DRE todas as Receitas são de natureza credora. 
 
Saldo de Conta 
 
É a diferença entre o valor do débito e o valor do crédito sendo que o resultado poderá ser 
devedor, credor ou nulo. 
 
 
Lançamento Contábil e o mecanismo do débito e do Crédito. 
 
Para registrar um fato necessário, como já estudado, uma aplicação e uma origem, ou seja, um 
OU MAIS DÉBITO(S) E UM OU MAIS CRÉDITO(S), e essas classificações provocam 
modificação na composição patrimonial bem como no resultado do exercício. 
 
As contas do ATIVO são aumentadasquando debitadas, pois sua natureza é devedora e são 
diminuídas quando creditadas. Exemplo: Aumento de numerários em caixa é débito e 
pagamento a vista de uma despesa com dinheiro do caixa é crédito. Assim também acontecem 
com as despesas e custos, pois, quando aumentadas, são débito e diminuídas, são créditos. 
 
Já as contas do PASSIVO são aumentadas quando creditadas, pois sua natureza é credora, 
indicando origem. Já a diminuição das contas do Passivo são devedoras. Exemplo compra a 
prazo de mercadorias, assim a origem será Fornecedores, sendo essa conta aumentada, assim 
aumenta o crédito. Quando há o pagamento ao fornecedor, a diminuição desse valor é débito. 
Assim também são as receitas, que quando aumentadas são créditos e quando diminuídas são 
débitos. 
 
 
 
Balanço Patrimonial - O Balanço Patrimonial é uma demonstração contábil obrigatória para todas 
as empresas e entidades independente do porte ou forma de constituição. 
 
Essa demonstração contábil apresenta os bens, direitos, obrigações e patrimônio líquido de 
forma segregada, ordenada e conforme a sua natureza. Um Balanço Patrimonial tem regras 
estabelecidas pela Lei 6.404/76, Lei 11.638/07 e Lei 11.941/09 e CPC PME (Bens, Direitos e 
Obrigações são representados pelas nomenclaturas abaixo): 
 
 
Ativo Circulante 
 
(a) Disponível: são os recursos financeiros que se encontram à disposição imediata da entidade, 
compreendendo os meios de pagamento em moeda corrente nacional e em outras espécies, os 
depósitos bancários à vista e os títulos de liquidez imediata; 
(b) Crédito: são os títulos de crédito, valores mobiliários e outros direitos; 
(c) Estoque: são os valores referentes às existências de produtos acabados, produtos em 
elaboração, matérias-primas, mercadorias, materiais de consumo, serviços em andamento e 
outros valores relacionados às atividades-fim da entidade; 
(d) Despesa Antecipada: são as aplicações em gastos que tenham realização no curso do 
período subseqüente à data do balanço patrimonial; 
(e) Outros Valores e Bens: São os não relacionados às atividades-fim da entidade. 
 
 
O Ativo Não Circulante compõe-se de: 
 
(a) Realizável a Longo Prazo: são os ativos cujos prazos esperados de realização situem-se 
após o término do exercício subseqüente à data do balanço patrimonial, 
(b) Investimento: são as participações permanentes em outras sociedades, além dos bens e 
direitos que não se destinem à manutenção das atividades-fim da entidade, 
(c) Imobilizado: são os bens e direitos corpóreos, utilizados na consecução das atividades-fim da 
entidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à entidade os benefícios, riscos 
e controle desses bens, 
(d) Intangível: são os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção 
da entidade ou exercidos com essa finalidade, inclusive 
o fundo de comércio adquirido. 
 
 
O Passivo é composto pelos grupos Circulante e Não Circulante e o Patrimônio Liquido: 
 
No Passivo Circulante, são registradas as obrigações conhecidas e os encargos estimados, 
cujos prazos estabelecidos ou esperados situam-se no curso do exercício subseqüente à data 
do balanço patrimonial. 
No Passivo Não circulante, são registradas as obrigações conhecidas e os encargos estimados, 
cujos prazos estabelecidos ou esperados, situem-se após o término do exercício subseqüente à 
data do balanço patrimonial. 
 
 
O Patrimônio Líquido compõe-se de: 
(a) Capital: são os valores aportados pelo titular, sócio ou acionista e os decorrentes de 
incorporação de reservas e lucros; 
(b) Reservas de Capital: são contribuições de acionistas por ágio na subscrição de ações, 
alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição e outros valores previstos na legislação 
societária; 
(c) Ajustes de Avaliação Patrimonial: são as contrapartidas de aumentos ou diminuições de 
valores atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência de sua avaliação a valor 
justo, nos casos previstos na legislação societária, enquanto não computados no resultado em 
obediência ao regime de competência; 
(d) Reservas de Lucros: são parcelas de lucros destinados à reserva por determinação legal ou 
estatutária; 
(e) Ações em Tesouraria: são os valores correspondentes a ações da própria entidade, por esta 
adquirida, para posterior destinação, apresentados como parcela redutora do Patrimônio Líquido; 
(f) Prejuízos Acumulados: são prejuízos ainda não compensados, apresentados como parcela 
redutora do Patrimônio Líquido. 
 
 
Demonstração do Resultado do Exercício 
 
A demonstração do resultado do exercício - DRE serve para informar aos usuários da 
contabilidade como foi que a empresa obteve seu resultado (lucro ou prejuízo) em um 
determinado exercício. 
 
A demonstração do resultado compreende: 
 
(a) as receitas e os ganhos do período, independentemente de seu recebimento, obtidas no 
curso das atividades ordinárias da entidade; 
(b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a esses 
ganhos e receitas; 
(c) os ganhos e as perdas extraordinários ocorridos no período de apuração. 
 
 
Plano de Contas 
 
O Plano de Contas é o elenco de todas as contas utilizadas pelo contabilista e criado de acordo 
com a natureza da entidade. De acordo com o Conselho Federal de Contabilidade, o plano de 
contas é a estrutura básica da escrituração contábil, pois é com sua utilização que se estabelece 
o banco de dados com informações para geração de todos os relatórios e livros contábeis, tais 
como: Diário, Razão, Balancete, Balanço Patrimonial, Demonstração de Resultado e Análises, 
além de outros. 
 
Observadas as regras e explicações acima, para que sejam estruturadas um Sistema Contábil 
adequado é necessário um plano de contas que atenda de fato os requisitos da Entidade. Deve-
se analisar não apenas o momento atual da Entidade, mas prever como será o seu futuro, 
bem como seu possível crescimento, possíveis negociações com terceiros, tributação, despesas, 
custos, etc, ou seja, o Plano de Contas deverá contemplar nomenclaturas para as mais variadas 
situações que necessitem contabilização. E com o passar do tempo o plano de contas recebem 
adaptações necessárias em conformidade com novos negócios ou fatos que possam ocorrer na 
Entidade. 
 
Conforme o Conselho Federal Contabilidade – CFC, as contas do Plano de Contas tem como 
objetivo homogeneizar o sistema de escrituração contábil, classificação dos documentos, 
tratamento e análise dos resultados e dos fatos contábeis. 
Assim, neste modelo, apresentamos um plano de contas de 5 (cinco graus) ou seja, com cinco 
níveis onde: 
 
1o Nível (x) - Identifica os Grandes Grupos Ativo, Passivo, Receitas, Despesas e Contas de 
Apuração. 
2o Nível (x.x) - Identifica os Grupos específicos em que se dividem os grandes grupos. 
3o Nível (x.x.x) - Identifica os subgrupos em que se dividem os grupos. 
4o Nível (x.x.x.x) - Identifica as contas SINTÉTICAS agregadas das contas analíticas que 
representam os elementos do patrimônio. 
5o Nível (x.x.x.x.x) - Representa as contas ANALÍTICAS que identificam os bens, direitos, 
obrigações, receitas e despesas. É o nível que receberá os lançamentos contábeis. 
 
O objetivo da contabilidade é apresentar relatórios para que os usuários da contabilidade 
possam compreender e tomar decisões com base nas informações apresentadas nesses 
documentos. A Lei 6.404/76, art. 176, a Lei 11.638 art. 1º juntamente com a Lei 10.406/02 C.C. e 
RIR/99, dentre outras normas obrigam a apresentação de uma ou mais demonstrações 
contábeis de acordo com seus objetivos. 
 
A Lei 6.404/76 e a Lei 11.638/07 retratam que ao final de cada exercício social, ou seja, de 
acordo com o ciclo operacional da Entidade, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração 
mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverãoexprimir com 
clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício: 
 
 I - Balanço Patrimonial; (BP) 
 II - Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados; (DLPA) 
 III - Demonstração do Resultado do Exercício;(DRE) e 
 IV - Demonstração dos Fluxos de Caixa; (DFC) 
 V - se companhia aberta, elaborar Demonstração do Valor Adicionado. (DVA). 
 VI – Notas Explicativas. 
 
A CVM (Comissão de valores Mobiliários) por força de norma expedida, obrigam as Companhias 
abertas (aquelas que têm ações negociadas em bolsa) de apresentar a DMPL (Demonstração 
das Mutações do patrimônio Líquido). Vale ressaltar que se qualquer Entidade fizer a DMPL está 
desobrigada de elaborar a DLPA . 
 
 
 
PRÁTICA X TEORIA 
 
Adiante, veremos questões resolvidas e comentadas de forma mais desenvolvida com os 
devidos conceitos e exemplos. Essas resoluções, comentários e conceitos objetivam trazer para 
o aluno um entendimento mais aprofundado da Ciência Contábil e suas alterações. Notem que 
são exercícios de provas anteriores do Exame de Suficiência e Concursos Públicos do mesmo 
nível. Recomendamos o desenvolvimento da leitura e da prática de cada questão passo a passo 
para um aproveitamento eficiente. O conteúdo cobrado pelo Conselho Federal de Contabilidade 
é aqui aplicado de forma teórica e prática. 
 
 
OBS: Como as outras disciplinas, via de regra, estão dentro da Contabilidade Geral e suas 
Teorias, o desenvolvimento das questões e os devidos comentários abordarão: Teoria da 
Contabilidade, Legislação Contábil, Pronunciamentos e Resoluções Contábeis, Análise das 
Demonstrações Contábeis, dentre outras, dessa forma ficam os assuntos correlacionados, o que 
auxilia sobremaneira no aprendizado aplicado. Eventualmente um conceito abordado nas 
teorias, pode ser mencionado novamente, em outro momento para uma melhor compreensão e 
para exemplificar a solução da questão. 
 
 
 
QUESTÃO: Classifique os métodos de avaliação do Ativo a seguir enumerados, como valor de 
entrada ou saída: 
 
- Custo Histórico 
- Valor de Liquidação 
- Valor Realizável Líquido 
- Custo Corrente de Reposição 
A sequência CORRETA é: 
 
a) entrada, saída, entrada, entrada. 
b) entrada, saída, saída, entrada. 
c) saída, entrada, saída, entrada. 
d) saída, saída, saída, entrada. 
 
 
 
 
RESOLUÇÃO: 
 
Custo histórico - valor do ativo adquirido sem considerar a variações de preços gerais ou 
específicos. ENTRADA 
 
Valor de Liquidação - sendo que dos recursos obtidos com esta venda deve se descontar o valor 
das obrigações da empresa com seus credores e acionistas. SAÍDA 
 
Valor Realizável Líquido - é o preço de venda estimado no curso normal dos negócios deduzido 
dos custos estimados para sua conclusão e dos gastos estimados necessários para se 
concretizar a venda. Pode ser também o valor realizável líquido é consistente com o ponto de 
vista de que os ativos não devem ser escriturados por quantias superiores àquelas que se 
espera que sejam realizadas com a sua venda ou uso. SAÍDA 
 
Custo Corrente de Reposição - custo corrente de reposição (correspondente ao tipo e 
quantidade normalmente adquiridos pela entidade) no caso de matérias-primas e materiais de 
almoxarifado. ENTRADA 
 
Resposta B 
 
 
 
QUESTÃO: Em 31 de dezembro de 2010, uma determinada companhia publicou a seguinte 
demonstração contábil: 
ATIVO 88.400,00 107.000,00 PASSIVO E PL 88.400,00 107.000,00 
Ativo 
Circulante 
57.400,00 61.800,00 Passivo 
Circulante 
36.600,00 43.400,00 
Disponível 1.400,00 6.600,00 Fornecedores 22.000,00 28.000,00 
Clientes 24.000,00 27.200,00 Contas a Pagar 5.600,00 9.400,00 
Estoques 32.000,00 28.000,00 Empréstimos 9.000,00 6.000,00 
 
Ativo Não 
Circulante 
31.000,00 45.200,00 Passivo Não 
Circulante 
21.800,00 30.000,00 
Realizável a 
Longo Prazo 
12.000,00 18.000,00 Empréstimos 21.800,00 30.000,00 
Imobilizado 19.000,00 27.200,00 Patrimônio 
Líquido 
30.000,00 33.600,00 
 Capital 30.000,00 33.600,00 
 
Com relação ao Balanço Patrimonial acima, assinale a opção CORRETA: 
 
a) O Capital Circulante Líquido foi ampliado em R$2.400,00 e o Quociente de Liquidez Corrente 
foi reduzido em 0,15. 
b) O Capital Circulante Líquido foi ampliado em R$4.600,00 e o Quociente de Liquidez Corrente 
foi reduzido em 0,10. 
c) O Capital Circulante Líquido foi reduzido em R$2.400,00 e o Quociente de Liquidez 
Corrente foi reduzido em 0,15. 
d) O Capital Circulante Líquido foi reduzido em R$4.600,00 e o Quociente de Liquidez Corrente 
foi reduzido em 0,10. 
 
Resolução 
 
A questão trata de dois temas interligados: 
1o. – Capital Circulante Líquido; 
2o. – Quociente de Liquidez Corrente 
 
Vamos primeiro entender esses termos e depois resolver a questão 
 
Capital Circulante Líquido é o que sobra entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante. 
Quando nós temos um Ativo Circulante maior que o Passivo Circulante significa dizer que temos 
Capital Circulante Líquido, porém se o Ativo Circulante for menor que o Passivo Circulante nós 
teremos um Capital Circulante Negativo, vejamos os exemplos; 
 
Empresa “A” 
Ativo Circulante = 23.550,00 
Passivo Circulante = 18.350,00 
CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO = 5.200,00 
 
Empresa “B” 
Ativo Circulante = 17.150,00 
Passivo Circulante = 28.350,00 
CAPITAL CIRCULANTE NEGATIVO =( 11.200,00) 
 
Quociente de Liquidez Corrente é um cálculo utilizado para medir em índice a capacidade de 
pagamento de curto prazo. O cálculo é feito dividindo-se o Ativo Circulante pelo Passivo 
Circulante, e o resultado significará o valor disponível no Ativo Circulante para pagar o Passivo 
Circulante a cada 1,00 (um real). Exemplificando: 
 
Empresa “A” 
 
Ativo Circulante = 23.550,00 ÷ Passivo Circulante = 18.350,00 = 1,28 
 
Significado: Para cada R$1,00 (um real) de dívida (Passivo Circulante) a empresa possui 
R$1,28 (um real e vinte e oito centavos) de Ativos Disponíveis para realização (Ativo Circulante). 
 
Empresa “B” 
Ativo Circulante = 17.150,00 ÷ Passivo Circulante = 28.350,00 = 0,60 
 
Significado: Para cada R$1,00 (um real) de dívida (Passivo Circulante) a empresa possui 
R$0,60 (sessenta centavos) de Ativos Disponíveis para realização (Ativo Circulante). 
 
 
 
 
RESOLVENDO A QUESTÃO 
 
As respostas da questão falam sobre a variação positiva ou negativa desses dois conceitos, do 
ano de 2009 para o ano de 2010, então vamos calcular a variação do Capital Circulante Líquido 
e do Quociente de Liquidez Corrente de 2009 para 2010, e encontrar a afirmativa correta 
 
CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO DE 2009 
 
Ativo Circulante = 57.400,00 
Passivo Circulante = 36.600,00 
CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO = 20.800,00 
 
 
CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO DE 2010 
 
Ativo Circulante = 61.800,00 
Passivo Circulante = 43.400,00 
CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO = 18.400,00 
 
De 2009 para 2010, o CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO reduziu em 2.400,00 (20.800,00 - 
18.400,00) 
 
 
QUOCIENTE DE LIQUIDEZ CORRENTE 2009 
 
Ativo Circulante = 57.400,00 ÷ Passivo Circulante = 36.600,00 = 1,57 
 
QUOCIENTE DE LIQUIDEZ CORRENTE 2010 
 
Ativo Circulante = 61.800,00 ÷ Passivo Circulante = 43.400,00 = 1,42 
 
De 2009 para 2010, o QUOCIENTE DE LIQUIDEZ CORRENTE reduziu em 0,15

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