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MIOCARDIOPATIAS RESTRITIVAS A causa mais comum é miocardiopatia infiltrativa por amiloidose, seja primaria ou secundaria. Enquanto na pericardite constritiva há equalização das pressões diastólicas (diferem no máximo 3 a 5 mmHg), essas podem variar na miocardiopatia restritiva (PD2VE geralmente 5 mmHg ou mais que PD2VD). Essa diferença pode ser acentuada por Valsalva, exercício ou bolus de volume. Hipertensão pulmonar é pior e mais comum na miocardiopatia restritiva, geralmente excedendo 50 mmHg. Na pericardite constritiva, o platô da pressão ventricular diastólica direita é geralmente pelo menos um terço do pico de pressão sistólica, na restritiva essa relação é geralmente menor. Constritiva e Restritiva têm uma rápida queda da pressão no início da diástole, seguida de um aumento rápido e um platô protodiastólico (sinal da raiz quadrada). O traçado da pressão atrial pode ter o padrão do sinal da raiz quadrada ou um padrão em M ou W, quando o descenso x também é rápido. Ondas a e v são proeminentes e frequentemente tem a mesma amplitude. Níveis de BNP são 5 vezes maiores na miocardiopatia restritiva que na pericardite constritiva. Aumento biatrial importante e predisposição importante a FA nas restritivas. Exame físico: Sinal de Kussmaul, B3 e B4, pulso apical palpável (não acontece na pericardite). AMILOIDOSE Acometimento cardíaco em um terço dos pacientes com doença primária (AL), com menor incidência na doença secundaria (AA). Mais comum em homens. É rara antes dos 40 anos. Miocardiopatia infiltrativa de péssimo prognóstico. Forma AA tem menos deposito miocárdico de proteínas, mais perivascular, produzindo menos disfunção miocárdica . Pode causar espessamento focal das valvas, sem disfunção valvar. Amiloide pode se depositar na media e adventícia de coronárias intramurais, causando alteração de perfusão coronária. Função sistólica normal no inicio da doença, vai deteriorando conforme o deposito de amiloide. Deposito atrial pode levar a doença do no sinusal, FA, arritmia ventricular e morte súbita. 10% dos casos tem hipotensão ortostática. Menos comumente evolui com distúrbio de condução. Sincope associada a estresse físico ou emocional pode estar associada a obstrução da VSVE. Sincope durante o esforço tem prognostico gravíssimo, com morte em média após 3 meses. ECG: Baixa voltagem do QRS, bloqueio de ramo e desvio do ÂQRS. R mínimo ou amputado nas precordiais direitas ou Q na parede inferior. Defeitos da condução AV são comuns. ECO: Paredes e septo interventricular espessados e ventrículos pequenos, com átrios aumentados. Paredes hiper refringentes, de textura granular. Medicina nuclear: Pirofosfato-‐Tc99 marca amiloide SARCOIDOSE Acomete o coração em 30% dos casos. Os granulomas são observados mais frequentemente no septo interventricular e na parede livre do VE. Pode haver formação de aneurisma de VE, com envolvimento transmural extenso da parede livre do VE. Coronárias de maior condutância são poupadas, mas ramos coronários menores podem ser envolvidos. Principais manifestações clinicas resultam da infiltração do sistema de condução e do miocárdio, produzindo bloqueios, taquiarritmias, insuficiência cardíaca e morte súbita. Pode ser assintomático mesmo com envolvimento cardíaco significante. Insuficiência cardíaca pode ser primaria, por infiltração, ou secundária a fibrose pulmonar extensa. Sobrevida é de meses a anos. ENDOMIOCARDIOFIBROSE Distribuição geográfica: Regiões a 15º da linha do equador. África equatorial, América do Sul, Ásia. Mais comum em crianças e adultos jovens, com predomínio leve no sexo masculino Disfunção cardíaca ocorre por fibrose endocárdica extensa afetando a via de entrada de VD e VE, que pode envolver as valvas atrioventriculares e o aparelho subvalvar, produzindo lesões regurgitantes. Acomete ambos os ventrículos em 50% dos casos, somente o esquerdo em 40% e somente o direito em 10%. Obliteração do ápice dos ventrículos afetados é a marca da doença! Frequentemente há derrame pericárdico, não raro importante. PERICARDITE CONSTRITIVA Etiologia mais comum nos países desenvolvidos é idiopática, pós-‐operatória ou por radiação. No Brasil é TB. Espessamento pericárdico com restrição ao enchimento diastólico, causando elevação das pressões de enchimento em todas as camaras e veias sistêmicas e pulmonares. Os ventrículos enchem anormalmente rápido, em função das pressões atriais elevadas e da sucção ventricular elevada no início da diástole. Um pouco antes do meio da diástole, as pressões de enchimento ventriculares abruptamente caem, e os volumes intracardíacos atingem o limite estabelecido pelo pericárdio rígido. Dessa forma, todo o enchimento ventricular ocorre no início da diástole. Função contrátil preservada, mas a FEVE pode estar reduzida por causa da pré-‐carga diminuída. Na inspiração, a queda na pressão intratorácica não é transmitida para o coração esquerdo. Consequentemente, o gradiente pressórico entre as veias pulmonares eo átrio esquerdo está reduzido, resultando em fluxo transmitral diminuído. A queda das pressões de enchimento no VE durante a inspiração permitem um aumento na pressão de enchimento do VD e o abaulamento do septo para o VE. O contrário ocorre na expiração. Essa variação de pressões não acontece na cardiomiopatia restritiva. Pressão jugular elevada, com colapso y proeminente e rápido, com descendente x normal. Sinal de Kusmaull presente. Achado cardíaco mais notável é o knock pericárdico (protodiastolico, mais audível no bordo esternal esquerdo ou ápice) Pulso paradoxal em um terço dos pacientes. Calcificação pericárdica é visível na minoria dos casos ao RX, sugere TB. Pressão diastólica praticamente igual em todas as câmaras, por volta de 20 mmHg, com diferença de no máximo 3 a 5 mmHg entre PD2VE e PD2VD). Padrão de curva de pressão venosa similar à da miocardiopatia restritiva, sinal da raiz quadrada, aquela coisa toda. Hipovolemia pode mascarar a clínica. Pericardite efusivo-‐constritiva: ausência de redução da pressão atrial direita em 50% ou < 10 mmHg quando a pressão pericárdica é reduzida a próximo de zero com a pericardiocentese (drena e o paciente não melhora!) CONSTRIÇÃO RESTRIÇÃO Descenso Y proeminente Presente Variável Pulso paradoxal Presente em 1/3 dos casos Ausente Knock pericárdico Presente Ausente Equalização das pressões de enchimento esquerda e direita Presente PD2VE > 3 – 5 mmHg que PD2VD Pressões de enchimento > 25 mmHg Raramente Comum PSAP > 60 mmHg Não Comum Sinal da raiz quadrada Presente Variável Variação respiratória nas pressões ou fluxos direita e esquerda Exagerada Normal Espessura da parede ventricular Normal Geralmente aumentada Tamanho atrial Normal ou aumento de AE Aumento biatrial Movimento paradoxal do septo Presente Ausente Espessura pericárdica Aumentado Normal
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