aula 3 Formas Farmacêuticas

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Formas Farmacêuticas
Forma farmacêutica é a forma final de como um medicamento se apresenta, a fim de facilitar a sua administração e obter o maior efeito terapêutico desejado. Ex: comprimidos, cápsulas, pomadas, etc.
As drogas não são administradas no seu estado puro ou natural ao paciente, mas sim como parte de uma formulação.
Adjuvantes farmacêuticos + Substância ativa = Forma farmacêutica
A ciência que trata das formas farmacêuticas é a farmacotécnica
A escolha da forma farmacêutica depende principalmente:
da natureza físico-química do fármaco
do mecanismo de ação
do local de ação do medicamento
da dosagem – quantidade de fármaco na forma farmacêutica.
Vantagens das formas farmacêuticas:
1 - Possibilidade de administração de doses exatas
2- Proteção da substância ativa contra a influência do suco gástrico. Ex: drágeas com revestimento entérico
3- Proteção contra o oxigênio e a umidade. Ex: ampolas fechadas
4- Mascarar o sabor ou odor desagradável da substância ativa
5- Apresentar formas farmacêuticas líquidas de substâncias que sejam insolúveis. Ex: suspensões
6- Apresentar preparações líquidas de substâncias solúveis. Ex: soluções
7- Fornecer ação prolongada da substância através de forma de liberação prolongada
8- Proporcionar ação adequada através de administração tópica. Ex: creme, preparações otológicas.
9- Facilitar a colocação da substância em um orifício do corpo. Ex: supositórios, óvulos
10- Facilitar a deposição da substância ativa na intimidade dos tecidos do corpo. Ex: injeções
11- Proporcionar a ação adequada da substância ativa através da terapêutica inalatória. Ex: aerossóis
A escolha da forma farmacêutica a ser usada vai depender das características do paciente e da doença
Quando uma forma farmacêutica não contem uma substância ativa e o clínico ou o tratador (ou paciente) pensam que contem, designam-se por placebos.
Classificação das formas farmacêuticas
Formas farmacêuticas magistrais - são aquelas cuja fórmula é da autoria do clínico
Formas farmacêuticas oficinais - são aquelas cuja fórmula e técnica se encontram inscritas e descritas nas Farmacopéias
Formas farmacêuticas de Especialidades - são aquelas que se encontram já preparadas e embaladas, apresentam nome de fantasia ou DCB da substância ativa que entra na sua composição. São normalmente preparadas por laboratórios farmacêuticos. 
Classificação quanto a forma física
Sólidas
Pastosas
Líquidas
Gasosas
Formas sólidas
Formas sólidas representam a maioria absoluta das formas farmacêuticas. 
Existe um motivo para isto: maior prazo de validade, elas se mantêm estáveis por mais tempo.
Ex: Pós, pílulas, pastilhas, comprimidos, cápsulas, drágeas, granulados, óvulos, supositórios
Pós
São substâncias medicamentosas suficientemente divididas para que a sua administração se facilite
Podem ser SIMPLES ou COMPOSTOS (resultantes da mistura cuidadosa de pós simples)
Os pós administram-se incorporados em xaropes, cápsulas, comprimidos, ou ainda em aplicação tópica na pele. 
Devem ser conservados ao abrigo de luz e umidade
Pastilhas
são formas sólidas destinadas a se dissolverem lentamente na boca, constituída por grande quantidade de açúcar e mucilagens associadas a princípios medicamentosos.
Comprimidos
São formas farmacêuticas sólidas de forma variável, cilíndrica ou discóide, obtidas por compressão de medicamentos mais o excipiente.
Frequentemente, junta-se à substância ativa um excipiente para lhe dar o volume conveniente.
Podem ser administrados "via oral”, ou aplicados localmente (comprimidos vaginais)
Cápsulas
São pequenos invólucros à base de gelatina destinados a conter, um pó ou um líquido
As cápsulas gelatinosas podem ser duras ou moles
Têm forma cilíndrica e são formados por duas partes que se encaixam.
Drágeas
Obtidas pelo revestimento de comprimidos
Esse revestimento ocorre:
para evitar a sua fácil desagregação
proteger a substância ativa da umidade e luz, 
ocultar características organolépticas indesejáveis, 
facilitar a sua ingestão
proteger a substância ativa da destruição estomacal
Granulados
São formas farmacêuticas composta de um pó ou uma mistura de pós umedecidos e submetidos a secagem para produzir grânulos de tamanho desejado.
Óvulos
São preparações destinadas a serem introduzidas na vagina, onde devem se dissolver para exercerem uma ação local
Os excipientes mais utilizados, são a gelatina glicerinada para substâncias ativas hidrossolúveis, e a manteiga de cacau para substâncias ativas lipossolúveis
Supositórios
São à base de substância fundível pelo calor natural do corpo, destinado a ser introduzido no reto, gerando amolecimento ou dissolução do fármaco
O excipiente mais usado é a manteiga de cacau (lipossolúvel) junto com a glicerina gelatinada (hidrossolúvel).
Formas pastosas
Pomadas
Cremes
Pastas
Cataplasmas
Pomadas
São preparações farmacêuticas de consistência mole, destinadas a serem aplicadas externamente, para ação tópica, e também com fins de proteção e lubrificação
São preparadas misturando ou dissolvendo as substâncias ativas em excipientes, inócuos, não irritantes e de boa conservação
Cremes
São um tipo de pomada em que o excipiente utilizado é uma emulsão do tipo água/óleo (creme) ou óleo/água (cold-cream). 
Pastas
São pomadas espessas devido à grande quantidade de pós insolúveis que veiculam. 
Podem ser dérmicas ou orais
Cataplasmas
São preparações geralmente magistrais, de aplicação tópica na pele. 
Fazem-se com farinha (linhaça, amido, fécula, etc.) e água, que se misturam e aquecem, até obter a consistência desejada. 
A sua aplicação é feita a quente, e o seu efeito (vasodilatação local) dura enquanto a temperatura do cataplasma se conserva elevada, devendo ser renovados periodicamente. 
Formas líquidas
Alcoolatos
Alcoolaturas
Colutórios
Chá ou infusões
Emulsões 
Enemas
Soluções
Óleos medicinais
Xaropes. 
Alcoolatos: São preparações farmacêuticas que se obtêm pela maceração alcoólica de plantas frescas, seguida de destilação. 
Alcoolaturas: São preparações que resultam da ação dissolvente do álcool a frio nas graduações de 75, 80 ou 95º, sobre plantas frescas, com o objetivo de lhes retirar as substâncias ativas. 
Colutórios
São preparações magistrais destinadas a serem depostas na mucosa bocal ou oro-faríngea.
São soluções viscosas devido à presença de glicerina ou mel.
As substâncias ativas empregues são antissépticos. 
Chás ou infusões
São formas farmacêuticas magistrais, também conhecida como "chás" ou "infusos". 
Resultam da ação da água sobre plantas secas, a fim de lhes retirar a substância ativa. 
Podem ser obtidos por:
maceração - Ação prolongada da água à temperatura ambiente sobre a planta seca. Utiliza-se no caso de substâncias ativas termolábeis e fixas
digestão - Ação prolongada da água morna (40 - 50º C) sobre a planta seca. Utiliza-se para substâncias ativas termolábeis e pouco fixas
decocção - Ação da água desde a temperatura ambiente até à ebulição sobre a planta seca. Utiliza-se nos casos de substâncias ativas termoresistentes e altamente fixas
infusão - Ação instantânea da água fervente sobre plantas secas. 
Emulsões 
São sistemas dispersos constituídos por duas fases líquidas, (tipo água em óleo, A/O) (tipo óleo em água, O/A).
Para conferir às emulsões estabilidade satisfatória pode-se recorrer ao uso de substâncias para disfarçar o mau sabor ou proporcionar uma melhor solubilidade do fármaco
Devem ser agitadas antes de administradas
Enemas
Destinadas a serem introduzidas na porção final do intestino
Normalmente utilizados para favorecer a evacuação das matérias fecais
Soluções e Suspensões
Soluções: São misturas de substâncias ativas (normalmente sólidas) em solventes líquidos (normalmente a água) em concentrações inferioresà sua solubilidade à temperatura ambiente.
Suspensões: são formas farmacêuticas que contêm partículas finas de substâncias ativa em dispersão relativamente uniforme. Deve ser agitado antes do uso.
Óleos medicinais
São óleos de origem animal, vegetal ou mineral que entram na composição de diversas formas farmacêuticas, ou que as constituem por si só. 
Xaropes
São formas farmacêuticas em que a substância ativa, sob a forma de pó, líquido, etc., se encontra dissolvida numa solução aquosa açucarada concentrada (1 parte de água para 2 partes de açúcar).
Vantagens: correção do sabor desagradável do fármaco e conservação do mesmo na forma farmacêutica de administração
Formas gasosas
Fumigações: São gases resultantes da combustão de determinadas plantas, ou libertação de gases (p. ex. formol) com fins desinfetantes de espaços, ou dirigidos para as vias respiratórias com fins medicamentosos antissépticos – inalações. 
Vaporizações: São formas farmacêuticas magistrais resultantes da libertação de vapor de água por si só, ou contendo anti-sépticos, e que se destinam a ser inalados. 
Formas farmacêuticas especiais
Aerossóis
Ampolas
Colírios
Sprays
Aerossóis
São formas farmacêuticas que se caracterizam por constituírem um "nevoeiro não molhante " formado por microgotas 
Formam uma suspensão, em que fase contínua é o gás e a fase dispersa o líquido, daí o seu nome. 
Este efeito obtém-se pela brusca descompressão de um gás que, conjuntamente com o líquido, se encontra encerrado dentro de uma cápsula 
Ampolas
São tubos de vidro ou plástico, colorido ou incolor, que contém um líquido ou um pó
Servem para facilitar a esterilização e conservação do seu conteúdo.
 O pó é normalmente utilizado na preparação extemporânea de solutos injetáveis. 
O seu conteúdo, ou a preparação daí resultante, pode ser administrado por via parental, ou aplicado topicamente. 
Colírios
São formas farmacêuticas destinadas a serem aplicadas sobre a mucosa ocular.
Os colírios devem ser estéreis e não irritativos. 
Sprays
São formas farmacêuticas semelhantes aos aerossóis, mas o diâmetro da partícula é maior, pelo que podem ser considerados um "nevoeiro molhante"