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A tabela periódica

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MARCOS HISTÓRICO DA CONSTRUÇÃO DA 
TABELA PERÍODICA E SEU APRIMORAMENTO
Ana Cristina Frutuoso Vila Nova1, Diana Patrícia Gomes de Almeida2 e Maria Angela Vasconcelos de 
Almeida3

________________
1. Primeira Autora é Mestranda em Ensino das Ciências pela UFRPE e Graduada em Licenciatura em Química pela UFRPE. E-mail:
aninhafrutuoso@yahoo.com.br
2. Segunda Autora é Mestranda em Ensino das Ciências pela UFRPE, Especialista em Ensino Interdisciplinar das Ciências pela UFRPE e Graduada 
em Licenciatura em Física pela UFPE. E-mail: diana_fisica@yahoo.com.br
3. Terceira Autora é desenvolve atividades de pesquisa e extensão na área de Educação e subárea de Ensino-Aprendizagem de Ciências, com ênfase 
em Química no departamento de química da UFRPE. Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manuel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, 
Recife, PE, CEP 52171-900. 
Introdução
A Classificação Periódica dos elementos é sem 
dúvida, uma das maiores e mais valiosas generalizações 
científicas1. Conhece-se hoje 118 elementos químicos 
diferentes, que estão organizados de forma sistemática 
facilitando o estudo das suas propriedades e 
características. Esta ordenação iniciou-se na década de 
60, do século XIX, mas de lá para cá, novos elementos 
foram incorporados e com isto a Tabela Periódica (TP), 
enquanto estrutura conceitual, foi sendo gradualmente 
ampliada, com o desenvolvimento de teorias, 
experimentos e técnicas durante os séculos XX e XXI. 
Este artigo tem como objetivo descrever a evolução 
da TP, destacando as descobertas mais relevantes, 
sendo a discussão dividida em sete Marcos Históricos:
1º Necessidade de ordenação das substâncias 
elementares – segunda metade do século XVIII; 2° 
Primeira tentativa de organizar os elementos químicos 
a partir dos pesos atômicos; 3° O Congresso em 
Karlsruhe, na Alemanha; 4° Classificação após a
segunda metade do século XIX; 5° Classificação de 
Lothar Meyer e Dmitri Mendeleiev e 6° Número 
atômico como lei independente da TP e 7º 
Aprimoramento da TP. 
Material e métodos
O presente trabalho é fruto de uma pesquisa 
bibliográfica, bem como de uma análise documental, 
tendo como base livros, artigos científicos e 
monografias, vez que a pesquisa bibliográfica é 
imprescindível para a realização de estudos históricos 
[1].
Resultados
1° Marco Histórico: Necessidade de ordenação das 
substâncias elementares
Durante o século XVIII, os cientistas já contavam 
com um número razoável de substâncias conhecidas e 
muitas propriedades dessas já haviam sido 
determinadas. Sentiu-se então a necessidade de 
organizar esses dados de uma maneira funcional [2], 
sendo um reflexo do “impulso classificatório”, uma 
tendência bastante forte na época para estabelecer uma 
sistemática no estudo dos matérias de cada campo 
específico. 
As primeiras dessas tentativas foram baseadas nas 
características e propriedades que as substâncias 
elementares apresentavam, uma vez que não se tinha 
ainda a idéia da natureza descontinua da matéria, pois a 
Química permanecia exclusivamente macroscópica. 
Lavoisier, no seu famoso livro Tratado Elementar de 
Química, apresenta uma Tabela contemplando 33 
substâncias elementares [3].
Além disso, se fazia necessário construir um 
nomenclatura para a Química que, diferente da
nomenclatura alquímica, permitisse que todos os 
químicos compreendessem a linguagem da disciplina. 
A sistematização de Linnaeus, serviu como inspiração 
para os químicos franceses que constituírem uma 
comissão composta por: Louis-Bernard Guyton (1737-
1816), Claude - Louis Berthollet (1748-1822), Antoine 
Fourcroy (1755-1809) e Lavoisier (1743-1794), entre 
outros [4]. Essa comissão publicou em 1787, em Paris, 
a “Méthode de Nomenclature Chimique”. 
2° Marco Histórico: Primeira tentativa de 
organizar os elementos químicos a partir do peso 
atômico
O primeiro vislumbre de que poderia haver uma 
relação entre pesos atômicos e certas propriedades
macroscópicas ocorreram, em 1828, mas de vinte anos 
depois da proposição da Teoria Atômica de Dalton.
O químico alemão Johann Wolfang Döbereiner em 
1828 observou que ao agrupar certos elementos 
químicos com propriedades semelhantes, em seqüência 
de três (que chamou de tríades), ocorriam curiosas 
relações numéricas entre os valores de seus pesos 
atômicos, ou seja, apresentavam uma diferença 
constante e uma relação simples entre seus pesos 
atômicos quando organizados em grupos de três (Fig. 
1). Essa classificação ficou conhecida como as Tríades 
de Döbereiner [4].
3° Marco Histórico: O Congresso de Karlsruhe, na 
Alemanha
Na primeira metade do século XIX, ocorria uma 
intensa polêmica entre químicos atomistas e químicos 
equivalentistas. O fim de toda essa discussão teve 
início em setembro 1860, com a realização do primeiro 
Congresso Cientifico Internacional em Química, 
realizado na cidade de Karlsruhe (Alemanha), em 
1860, contando com a presença de cento e quarenta 
químicos [5] convocados na tentativa de resolver essa 
polêmica.
Uma definição clara sobre os pesos atômicos foi 
apresentada por Stanislao Cannizzaro, que, baseado nas 
idéias de Avogadro, demonstrou que era possível 
encontrar uma solução para o problema dos pesos 
atômicos x pesos equivalentes, no seu artigo “Sunto di 
un Corso di Filosofia Chimica” publicado no II Nuovo 
Cimento, em 1858. Esse artigo não recebeu a devida 
atenção antes e durante o congresso.
Contudo, muitos químicos que participaram do 
evento, foram tocados pelas idéias de Cannizzaro, entre 
eles Mendeleev e Lothar Meyer [2,4,6].
4° Marco Histórico: Classificação após a segunda 
metade do século XIX
Mais de 30 anos se passaram depois da lei das 
Tríades de Döbereiner, para que fosse feita outra 
tentativa em descobrir um padrão entre os elementos
[7]. As novas contribuições vieram de Alexandre-Emile 
Béguyer de Chancourtois, William Odling e John 
Newlands [2,8].
5° Marco Histórico: Classificação de Lothar Meyer 
e Dmitri Mendeleiev
Dez anos depois do Congresso de Karlsruhe, dois 
nomes ocuparam lugar de destaque na Historia da 
Ciência, pois souberam deslindar o amaranhado de 
idéias sobre os pesos atômicos e propriedades que nos 
meados do século XIX dominavam as pesquisas [4]. 
Foram eles, Julius Lothar Meyer e Dmitri Ivanovitch 
Mendeleiev, influenciados por Stanislao Cannizzaro. 
Ambos tinham o interesse pela classificação dos 
elementos por motivos pedagógicos, para ordenar o 
conjunto de elementos num manual de Química [5]. 
Em 1864 Meyer mostrou que a capacidade dos 
elementos em formar compostos uns com os outros 
variavam periodicamente com o peso atômico. Ele 
também examinou as propriedades físicas e químicas, e 
particularmente o volume ocupado por cada átomo (o 
“volume atômico”), que ele podia calcular a partir da 
densidade e do peso atômico [7]. Propondo uma forma 
de ordenação da Tabela Periódica (fig.2).
Em 1869 Mendeleiev buscava as relações químicas 
entre os elementos químicos de maneira que formassem 
uma unidade. Mendeleiev argumentava que o peso 
atômico era a única característica fundamental de um 
elemento químico, pois este era independente da 
temperatura e de outras variáveis. Ele descobriu que ao 
dispor os elementos em ordem crescente de peso 
atômico (fig. 3) observava uma similaridade entre os 
elementos [8].
Sua proposta apresentava alguns avanços científicos: 
deixavam alguns espaços vazios, prevendo a existência 
de elementos ainda não descobertos; permitia prever as 
propriedades que estariam associadas a alguns 
elementos ainda não descobertos, graças à sua posição
na Tabela Periódica [4]. 
6° Marco Histórico: Número atômico como lei 
independente da Tabela Periódica
Em 08 de novembro de 1895, o físico alemão 
Wilhelm Conrad Röntgen descobriu os raios X [9]. 
Essa descoberta levou Antoine H. Becquerel a fazer 
observações sesubstâncias fosforescentes ou 
fluorescentes emitiam raios X e chegou à conclusão de 
que a radiação penetrante era originária do próprio 
elemento e não tinha relação com o fenômeno da 
fluorescência. Esta radiação, que inicialmente ficou 
conhecida como raios de Becquerel, foi chamada de 
radioatividade pela polonesa Marie S. Curie em 1898
[10].
A compreensão da estrutura do núcleo do átomo 
ganhou terreno com a descoberta da radioatividade. O 
físico inglês H. G. J. Moseley estudando a emissão dos 
raios X verificou que a radiação X emitida era 
característica de cada elemento. Em seus estudos, 
mediante técnicas de raios X, Moseley desenvolveu o 
conceito de número atômico e interpretou fisicamente a 
ordem dos elementos na tabela periódica, fazendo com 
que o número atômico passasse a ser a variável 
independente da lei periódica, já que antes de 1913 o 
que determinada a posição de um elemento na Tabela 
Periódica era o seu peso atômico. [10,11].
7º Marco Histórico: Aprimoramento da Tabela 
Periódica
A Tabela Periódica atual (fig. 4) possui 118 
elementos químicos diferentes, tendo o Ununócio como 
último elemento. A partir de 1925, os novos elementos 
que entraram para a Tabela Periódica foram produzidos 
pelos cientistas, através da fusão de átomos de 
diferentes substâncias. 
Mas a descoberta mais recente foi publicada 
oficialmente e reconhecida pela Union of Pure and 
Applied Chemistry (IUPAC), em 2004, que foi a do 
elemento químico já previsto com número atômico 112, 
tornando o elemento mais pesado de toda a tabela, até 
agora. Descoberta atribuída ao für 
Schwerionenforschung do Gesellschaft (GSI) (centro 
para a pesquisa pesada do íon) em Darmstadt, 
Alemanha [12].
Discussão
Os Marcos Histórico deste trabalho contribui
significativamente para o progresso da Química e a 
evolução do conceito de elemento químico, bem como 
para novos avanços em pesquisas e descoberta de mais 
elementos químicos. 
A Classificação Periódica dos elementos químicos 
foi e é um trabalho árduo e coletivo, no qual vários 
cientistas puderam e podem contribuir para sua 
construção. E como a Ciência não caminha sozinha, 
sabemos que ela esta inserida no contexto histórico-
social, e os fluxos de energias diversas que 
acompanham essa explosão de conhecimento, nos 
fazem reconhecer que a ciência é um “sistema vivo”, e 
que está em constante mudança, como pudemos 
observar na descrição do aprimoramento da Tabela 
Periódica e na inserção dos novos elementos químicos. 
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus. À orientação da profª Angela 
Almeida e ao Mestrado no Ensino das Ciências da 
Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).
Referências
1. OLIVEIRA, Maria Marly de. Como fazer Pesquisa 
Qualitativa. 192. ed. Recife: Bagaço, 2005.
2. SILVA, S. Dos pesos atômicos à descoberta da lei periódica. 
1994. Monografia (especialização em licenciatura em 
química)- Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife.
3. LAVOISIER, ANTOINE-LAURENT. Tratado Elementar de 
 Química. Tradução Fulvio Lubisco. São Paulo : Madras, 2007.
4. TOLENTINO, M. et al. Alguns aspectos da classificação 
periódica dos elementos químicos. Química Nova, São Paulo 
n 20,1997.
5. BENSAUDE-VINCENT, Bernadete; STENGERS, Isabelle. 
História da Química. São Paulo: Instituto Piaget, 1992.
6. THUILLIIER, P.. De Arquimedes a Einstein: a face oculta da 
invenção da ciência. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994.
7. Frutuoso, A. C. S. O uso da História nos livros didáticos de 
Química: o exemplo da Tabela Periódica. 2006. f. 49. 
Monografia (graduação em licenciatura em química)-
Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife.
8. ATKINS, P.W. O reino periódico: uma jornada à terra dos 
elementos químicos. Tradução de Alexandre Tort; revisão 
técnica Filadelfo Cardoso Santos. Rio de Janeiro: Rocco, 1996.
9. HALLIDAY, David; RESNICK, Robert e WALKER, Jearl. 
Fundamentos de Física. Tradução: José Paulo Soares de 
Azevedo. Rio de Janeiro: LTC, v. 4, 6ª edição, 2001.
10. XAVIER, A. M; LIMA, A. G; VIGNA, C. R. M; VERBI, F. M; 
BORTOLETO, K. G; COLLINS, C. H e BUENO, M. I. M. S. 
Marcos da história da radioatividade e tendências atuais. 
Química Nova. Vol.30, n.1, p.83-91, 2007.
11. MARTINS, Roberto de Andrade. A descoberta dos Raios X: o 
primeiro comunicado de Röntgen . Revista Brasileira de 
Ensino de Física, v. 20, 1998.
12. Site da IUPAC, acessado em 26.06.09, 
http://www.iupac.org/web/nt/2009-06-26_Uub
Figura 1. Tríades de Döbereine
 Figura 2: Tabela de Lothar Meyer
Figura 3: Tabela de Mendeleiev - 1869
Figura4: Tabela Periódica Atual 
Tríades Peso Atômico Diferença entre
Pesos atômicos
Aproximadamente
Lítio
Sódio
Potássio
Cálcio
Estrôncio
Bário
Cloro
Bromo
Iodo
Enxofre
Selênio
Telúrio
6,51
23,00
39,11
20,00
43,92
68,54
35,5
80,0
127,0
32
79
128
16,46
16,11
23,92
24,62
44,50
47,00
47,00
49,00
2 x 8 = 16
3 x 8 = 24
6 x 8 = 48
6 x 8 = 48

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