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Penal III Resumo

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Classificação doutrinária dos crimes:
- Crime de dano: consumação do crime depende da efetiva lesão ao bem jurídico. Ex: Lesão corporal.
- Crime de perigo: consuma-se com a simples criação da situação de risco para o bem jurídico. Ex.: expor alguém a perigo de contágio de doença venera. Arts. 130, 131 e 132, do CP , porte ilegal de armas.
	
- Crime material: o resultado integra o próprio tipo penal, porém para consumação do crime, é indispensável a ocorrência do resultado. Ex: Homicídio, furto, roubo
- Crime formal: o resultado integra o tipo penal, porém para a consumação do crime não é necessário a ocorrência do resultado. Ex: constrangimento ilegal, ameaça.
- Crime de mera conduta: dispositivo legal descreve somente a conduta sem fazer qualquer alusão a resultado (sem definir um resultado). Ex.: art. 135- omissão de socorro; porte ilegal de arma de fogo (art.14 da Lei 10.826/2003). 
	
- Crime instantâneo: Esgota-se com a ocorrência do resultado. 
- Crime permanente: a consumação do crime se prolonga no tempo. Ex: Seqüestro e cárcere privado.
- Crime instantâneo de efeitos permanentes: a permanência do efeito não depende da continuidade da ação e sim do tipo de resultado. Este não possibilita o retorno à situação inicial do bem jurídico tutelado pelo Direito Penal. Ex: crimes contra a vida; lesão corporal com perda de membro, sentido ou função.
- Crime unissubjetivo: o crime pode ser praticado por uma única pessoa.
- Crime plurissubjetivo: para se praticar o crime, exige-se concurso necessário de pessoas. Ex: associação criminosa (art. 288) e rixa (art. 137).	
	
- Crime unissubsistente: não há possibilidade de fracionamento da conduta típica. O verbo núcleo do tipo penal constitui-se de uma só ação ou omissão. Ex: injúria e ameaça verbal. 
- Crime plurissubsistente: a conduta típica ou o verbo núcleo do tipo penal admite fracionamento da conduta em mais de 1 ação. Ex.: homicídio – para matar alguém eu posso comprar a arma de fogo, comprar a munição, carregar a arma, mirar e atirar.
- Crime comum: qualquer pessoa pode ser o sujeito ativo ou passivo do crime.
- Crime próprio: exige-se uma qualidade especial do sujeito ativo ou do sujeito passivo. Quando se exige de ambos os sujeitos uma qualidade especial para a ocorrência do crime, a doutrina classifica o crime como bipróprio.
- Crime de mão própria: o sujeito ativo ou passivo não pode transferir a qualidade especial exigida para terceiro. Ex: bigamia, falso testemunho
- Crime Comissivo: a conduta corresponde a uma ação positiva, um agir.
- Crime omissivo: a conduta criminosa corresponde a uma omissão, a uma ação negativa - deixar de fazer algo.
- Crimes omissivos próprios: omissão pura e simples. Ex: Omissão de socorro. 
- Crimes omissivos impróprios ou comissivos por omissão: o agente que nada fez para evitar o resultado típico tinha o dever de agir (posição de garantidor). Ex.: Crime praticado pelo curador contra o interesse do curatelado, etc.
- Crime não transeunte: o crime deixa vestígios, sendo necessária perícia. Ex: aborto, homicídio, lesão corporal, furto, etc.
- Crime transeunte: o crime não deixa vestígios. 
- Crime uniofensivo: protege-se apenas um bem jurídico. Ex: furto: bem jurídico tutelado: patrimônio.
 - Crime pluriofensivo: ou protegem-se dois ou mais bens jurídicos (Ex: latrocínio: bens jurídicos tutelados: patrimônio e a vida humana).
- Crime consumado: segundo o art. 14, I, do CP, é aquele que a conduta reúne todos os elementos descritos no tipo penal, alcançando o resultado típico.
- Crime tentado: conforme art. 14, II, do CP, é aquele que não se consuma por circunstâncias alheias a vontade do agente. 
 Tentativa perfeita: ou tentativa acabada: ocorre quando o agente esgota todos os meios que estavam ao seu alcance para a prática do crime desejado;
Diminuição da pena no mínimo legal- 1/3 da pena; quanto mais próximo o agente chegar à consumação do crime, menor é a redução. 
- Tentativa imperfeita ou tentativa inacabada: o agente não esgota todos os meios que estavam ao seu alcance, porque é interrompido durante a prática dos meios de execução. 
 - Tentativa branca: utiliza de todos os meios de execução para alcance do resultado, porem não consegue atingir a pessoa desejada ou a coisa contra a qual recai a conduta> redução no percentual máximo. 
Crime exaurido: crime é esgotado, alcançando o resultado típico nos crimes formais.
- Crime de ação simples: apresenta apenas um verbo núcleo do tipo penal. Ex: furto, homicídio, lesão corporal , etc.
- Crime de ação múltipla ou de conteúdo variado: há uma multiplicidade de núcleos (verbos) no tipo penal, porem a prática de mais de um dos núcleos não ocasiona concurso de crimes. O agente responde por apenas uma infração penal. 
Ex: Receptação, induzimento, instigação e auxílio a suicídio
Art. 121 – matar alguém. 
Caso de diminuição de pena: homicídio privilegiado. 
Motivo de relevante valor social ou moral: valor social é aquele que atende aos interesses da coletividade, não interessa só ao agente e sim ao corpo social. O valor moral é aquele que, embora importante, leva-se em conta os interesses do agente, seria um motivo egoisticamente considerado, exemplo: um pai que mata o estuprador da filha.
Sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima: Quer dizer que o agente está completamente motivado pela situação. A emoção deve ser uma excitação do sentimento. Logo em seguida, traz a ideia de imediatidade, da proximidade da provação injusta a que foi submetido o agente. Injusta provocação diz respeito ao fato de ter feito a vítima eclodir a reação do agente, a injusta provocação não pode ser confundida com injusta agressão, já que o agredido pode agir, nesse caso, em legítima defesa.
Homicídio qualificado: motivos I e II, meios III, modos IV, e fins V.
A paga ou promessa de recompensa: a paga é o valor pago ou qualquer vantagem, tenha ou não natureza patrimonial recebida antecipadamente. Já a na promessa de recompensa, existe uma promessa de pagamento futuro. 
Motivo torpe: motivo que causa nojo, sensação de repulsa. Vingança.
Motivo fútil: é o motivo insignificante, que faz com que o comportamento do agente seja desproporcional. 
Emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum. Veneno se a vítima sabe é cruel se não souber é meio insidioso. Insidioso é o meio utilizado pelo agente, sem que a vítima dele tome conhecimento; cruel é aquele que causa um sofrimento excessivo, desnecessário à vítima enquanto viva, por exemplo, esquartejar a vítima viva. Perigo comum é aquele que abrange um número indeterminado de pessoas. 
À traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido: Trair significa enganar, ser infiel, é a ação do agente que colhe a vítima por trás, desprevenida, sem ter qualquer visualização do ataque. O ataque súbito, pela frente, pode ser surpresa, mas não traição. A emboscada pode ser entendida como uma espécie de traição, o agente se coloca escondido, de tocaia. Dissimular tem o significado de ocultar a intenção homicida, fazendo-se passar por amigo, conselheiro. 
Para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou a vantagem de outro crime. Assegurar a execução seria matar o vigilante de um banco, no dia anterior ao roubo, o homicídio é cometido para assegurar a execução de um crime futuro, é chamada de conexão teleológica, conseqüencial é a conexão que o crime é cometido para assegurar a ocultação, ou seja, um crime já cometido. Assegurar a ocultação é o mesmo que manter desconhecida a infração que foi praticada. E a impunidade é garantida quando o agente mata a única testemunha do crime. A vantagem de outro crime é para garantir vantagem patrimonial ou não, resultante de outro crime, como no caso daquele que mata seu companheiro de roubo para que fique sozinho com o produto do crime. 
Art. 121§ 2º VI, do CP: Feminicídio: Praticado contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: § 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve:
I - violência doméstica e familiar;
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
Art. 121 § 2º, VII: contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição:
- Observação: homicídio qualificado (qualquer que seja a qualificadora) é um crime hediondo. A lei que regula os crimes hediondos é a Lei 8072/90.
Homicídio culposo.
- Art. 121, § 3º, do CP: o homicídio é praticado mediante imprudência, negligência ou imperícia. O agente não quer o resultado, nem assume o risco de alcançá-lo.
Requisitos: 
a) Resultado alcançado pela imprudência, negligência ou imperícia;
b) Resultado lesivo não querido ou assumido pelo agente;
c) Nexo de causalidade entre a inobservância do dever de cuidado e o resultado dele advindo;
d) Previsibilidade do resultado;
e) Tipicidade – a modalidade culposa deve estar prevista no Código Penal.
Observações:
Racha: Trata-se de homicídio culposo ou homicídio (dolo eventual); caberá ao Conselho de Sentença do Tribunal do Júri decidir pelas provas presentes nos autos do processo.
Delito de Trânsito: Por mais absurda e imprudente que seja a conduta do agente, há, via de regra, a hipótese da culpa consciente e não do dolo eventual. 
Causas de aumento de pena (Art. 121, § 4º, do CP):
- Aumenta-se 1/3 da Pena.
São causas de aumento de pena no homicídio culposo:
a) Inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício. 
O agente tem conhecimento sobre as regras técnicas exigíveis à sua profissão, arte ou oficio, porém deixa de empregá-las.
b) Deixar de prestar socorro à vitima, não procura diminuir as consequências do seu ato; foge para evitar prisão em flagrante. 
Insensibilidade em relação ao sofrimento do outro; o agente deve fazer o possível para evitar resultado mais grave; omite-se em tomar qualquer providência para prestar socorro à vítima. 
Causa de aumento de pena no homicídio doloso:
c) Se o homicídio é doloso: Crime cometido contra menor de 14 anos ou maior de 60 anos.
Isenção de pena ou perdão judicial (art. 121, § 5º, do CP)
Quando a infração penal atinge o agente de forma tão grave, que a sanção penal se torna desnecessária. Ex.: Crime cometido por acidente pelo ascendente contra descendente ou vice-versa. Neste caso poderá o juiz deixar de aplicar a pena.
Causa de aumento de pena: art.121 § 6o 
A pena é aumentada se o homicídio é praticado por milícia privada pelo pretexto de prestação de serviço de segurança ou por grupo de extermínio.
1.7 Causas de aumento de pena no feminicídio: art.121 § 7o 
A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado:
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto;
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou com deficiência;
III - na presença de descendente ou de ascendente da vítima.
Classificação doutrinária do homicídio
- Crime de dano; material; instantâneo de efeitos permanentes; doloso ou culposo (depende da modalidade); comissivo, admitindo-se também comissivo por omissão (omissão imprópria – aquele que está na posição de garantidor e nada faz para evitar a ocorrência do resultado); monossubjetivo; plurissubsistente; não transeunte (deixa vestígios – precisa de perícia técnica).
- Sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum);
- Sujeito passivo: qualquer pessoa;
- Elemento subjetivo: dolo ou culpa.
- Bem jurídico: vida humana;
- Objeto material: pessoa sobre a qual recai a conduta criminosa.
- É admissível a tentativa. 
Art. 122 – induzir, instigar, ou auxiliar o suicídio. 
Induzir: faz nascer a vontade do suicídio (moral)
Instigar: dar apoio a pessoa (moral)
Auxiliar: Emprestar a arma, comprar veneno, ou seja, material.
*se praticar ato de execução será homicídio, por exemplo, puxar o banquinho.
A consumação se dá com a morte.
E a tentativa gera lesão corporal grave.
Só responde por dolo, pois não há a modalidade culposa. 
A pena será duplicada quando houver motivo egoístico ou se a vítima é menos de idade.
Participação material
Auxílio: O Agente fornece os meios necessários para que a vítima alcance o propósito de suicidar-se. Ex: O agente compra a arma, o veneno ou a corda, meios os quais serão utilizados pela vítima.
Classificação do crime: Crime de dano; material; instantâneo de efeitos permanentes; doloso (não há previsão da modalidade culposa); comissivo, admitindo-se também comissivo por omissão (mãe ou pai sabendo que o filho quer se suicidar deixa arma ou veneno ao seu alcance); monossubjetivo; plurissubsistente; não transeunte.
- Sujeito ativo e passivo: pode ser qualquer pessoa, porém o sujeito passivo deve ter completo discernimento. (Crime comum)
- Elemento subjetivo: dolo (não há a modalidade culposa prevista para o crime).
- Bem jurídico: a vida humana;
Art. 123 – infanticídio
É um crime bipróprio, pois há a necessidade de ambos.
Só há dolo.
Objeto material se dá em duas situações:
Nascituro: quando a parturiente mata durante o parto.
Recém-nascido ou neonato se a mãe mata depois do parto.
O inicio do parto se dá com o deslocamento da placenta ou rompimento da bolsa amniótica. Ou com a primeira incisão das camadas abdominais (cesariana).
Permite-se concurso de pessoas em quatro hipóteses:
A parturiente e um terceiro praticam o núcleo do tipo penal (matar) – coautoria.
A parturiente pratica o núcleo do tipo penal com o auxílio de um terceiro – participação.
O terceiro pratica o núcleo do tipo com o auxílio da mãe – pode ser homicídio ou infanticídio (divergência doutrinária) se for considerado infanticídio a mãe será partícipe. 
Se matar sem o consentimento da mãe.
Art. 124 – aborto são seis espécies.
*aborto qualificado: art. 127, morte do feto ou lesão corporal ou morte da mãe.
- Autoaborto: primeira parte do artigo. Objetivo é matar o feto. 
- Consentimento para o aborto: segunda parte do artigo, nos dois casos não há concurso de pessoas.
- Aborto sem o consentimento da gestante art. 125.
- Aborto com consentimento da gestante. Art. 126.
*nidação quando o óvulo se fixa no útero e o corpo começa a produzir o hormônio da gravidez.
- Aborto legal: art. 128. Hipóteses de aborto legal:
Aborto necessário ou terapêutico – art. 128, I.
Risco detectado pelo médico (necessário um laudo)
Autorização da gestante
Aborto deve ser feito por médico.
Aborto humanitário, ético. Criminológico (resultante de estupro) – art. 128, II.
Comprovação do estupro.
Autorização da gestante.
Feito por médico – se não tiver prova que houve o aborto o médico pode pedir uma autorização judicial para fazer o aborto e não ser culpado posteriormente. 
Aborto eugenésico ou eugênico - Feto com graves distúrbios mentais ou físicos.
O médico precisa detectar.
Autorização da gestante.
Fica evidente que o feto vai ter uma vida impossível.
Até quando o aborto legal pode ser feito? Depende.
- se a gestante indicar risco de morte, integridade física ou psíquica até 12 semanas.
- o nascituro sofre de doença grave, incurável ou malformação 16 semanas.
- resultante de crime sexual – 12 semanas.
Classificação do crime:
-Crime de mão própria no autoaborto e no aborto com consentimento da gestante; é crime comum nos demais casos, quanto ao sujeito ativo;
-Crime próprio quanto ao sujeito passivo (feto e/ou a gestante);
-Crime doloso; de dano; material, instantâneo de efeitos permanentes; comissivo; monossubjetivo; plurisubsistente; não transeunte.
 
Inicio da vida para o Direito Penal: 
Concepção (fecundação do óvulo pelo espermatozóide) e nidação (implantação do óvulo no úteromaterno - ocorre 14 dias após a fecundação). A proteção penal inicia-se a partir da nidação.
- Não é aborto no caso de gravidez octópica (óvulo não consegue chegar ao útero) ou gravidez tubária (trompas de Falópio).
*- O início do parto é o fenômeno que diferencia os crimes de aborto e infanticídio.
Espécies de aborto: 
a) natural ou espontâneo – quando o próprio organismo da gestante se encarrega de expulsar o feto.
b) aborto provocado: doloso. 
Sujeito ativo:							Sujeito passivo
Art. 12	4 - própria gestante e/ou terceiro (participação)	Feto.
Art.125 - qualquer pessoa					Feto e a gestante.
Art. 126 - Qualquer pessoa e a gestante			Feto.
Resultado lesões graves ou morte da gestante.		Feto e gestante.
 
Bem Jurídico: vida humana em desenvolvimento e a integridade física e psíquica da gestante.
Objeto material: óvulo fecundado, embrião ou feto e a própria gestante.
Elemento Subjetivo: dolo somente, não está prevista modalidade culposa.
Consumação: com a expulsão do feto com a sua morte; ou petrificação no útero.
Admite-se a tentativa.
Causas de aumento de pena. 
- Gestante sofre lesão corporal grave ou morre (dolo na conduta e culpa no resultado), o terceiro responde conforme art. 127.
- Se o terceiro, além de provocar o aborto, quer ou assume o risco de matar, ou causar lesão corporal grave na gestante, responde por concurso formal impróprio (aborto + lesão corporal grave ou aborto + homicídio – desígnios autônomos).
Realização do aborto:
Processos químicos, substâncias, processos físicos (meios mecânicos), orgânicos ou psíquicos (susto, terror).
-Ação Penal Pública incondicionada.
Gravidez gemelar (gêmeos) - hipóteses:
1) Terceiro (médico) e gestante sabem da gravidez gemelar - concurso formal impróprio (art.70, segunda parte: desígnios autônomos);
2) Terceiro quer provocar o aborto, porém não sabe da gravidez gemelar: responderá apenas por uma aborto. Se a gestante souber da gravidez de gêmeos, responderá segundo art. 70, do CP, segunda parte.
3) Gestante quer praticar o aborto, vai até uma clinica: o médico percebe que a gravidez é gemelar, porém a gestante desconhece este fato: médico responderá pelos dois abortos em concurso formal impróprio e a gestante apenas por um aborto.
 
Agressão à mulher grávida:
- Se é do conhecimento do agente a condição da gestante e o aborto é o único resultado pretendido pelo terceiro, responde segundo o art. 125, CP.
- Se conhecida condição da mulher, porém não era esta a sua intenção (causar aborto), responde segundo o art. 129 § 2º, inciso V, do CP: lesão corporal de natureza grave qualificada pelo resultado aborto. 
-Se conhecida a condição da mulher, porém se além de querer ferir a integridade física ou a saúde da gestante, também era intenção de terceiro causar o aborto, responde em concurso formal impróprio de crimes pela lesão corporal (art. 129, CP) e aborto sem consentimento da vítima (art. 125, do CP).
Gestante que tenta o suicídio, sabendo que está grávida:
1) Tentativa de aborto, caso não ocorra a morte do feto;
2) No caso de morte do feto: autoaborto (art. 124);
______________________________________________________
Art. 129 – lesões corporais:
Espécies: 
Lesão corporal leve 129 caput: por exclusão, só será se não for nem grave nem gravíssimo. (escoriações, fissuras, deslocamento)
Lesão corporal grave: 129, parágrafo primeiro – são necessárias duas perícias, e em 31 dias repetir o exame. 
Lesão corporal gravíssima: segunda parte do 129. Perda de dedão. Dois membros. 
Violência doméstica, aplicada no caso de lesão corporal leve e culposa, mas há casos de aumento da pena no art. 129, parágrafo 10.
O bem jurídico é a integridade física.
Art. 129 parágrafo 11, traz o aumento de pena se a lesão é praticada contra pessoa com deficiência. 
Art. 129 parágrafo 12, causa de aumento de pena se a lesão é praticada contra as autoridades descritas no art. 142 e 144 da CF.
O dano estético visível descrito no parágrafo 2 deve ser de certa monta, tamanho razoável, ou que cause sentimento de vexame ou vergonha.
Expor o contágio da AIDS tem duas possibilidades, tentativa de homicídio, ou parágrafo segundo do art. 129, II.
Tiro sempre é tentativa de homicídio.
- Aumenta-se 1/3 da Pena.
São causas de aumento de pena na lesão corporal culposa:
I. Inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício. 
O agente tem conhecimento sobre as regras técnicas exigíveis à sua profissão, arte ou oficio, porém deixa de empregá-las.
II. Deixar de prestar socorro à vitima, não procura diminuir as consequências do seu ato; foge para evitar prisão em flagrante. 
Insensibilidade em relação ao sofrimento do outro; o agente deve fazer o possível para evitar resultado mais grave; omite-se em tomar qualquer providência para prestar socorro à vítima. 
Causa de aumento de pena na lesão corporal dolosa (art. 129 caput e §§ 1º ao 3º) 
 Crime cometido contra menor de 14 anos ou maior de 60 anos.
i) Perdão judicial se a lesão corporal é culposa: art. 129 § 8º, do CP;
j) Violência doméstica: art. 129, § 9º, do CP - aplicável somente se a lesão corporal for leve ou culposa;
k) Se a lesão corporal é grave ou gravíssima e foi praticada nas condições descritas no art. 129 §9º, do CP (violência doméstica): aplica-se a pena da lesão praticada aumentada segundo definido no art. 129 § 10, do CP;
l) Causa de aumento de pena no caso da vítima ser portadora de qualquer tipo de deficiência – art. 129 § 11, do CP;
m) Art. 129 § 12: Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição, a pena é aumentada de um a dois terços.
- Ofender: fazer mal a alguém; lesar; ferir; atacar. 
- Lesão causada ao funcionamento normal do corpo ou organismo humano: anatomia, fisiológico, ou psíquico. 
- Lesão corporal também é entendida como agravação de uma situação já existente.
- Lesão corporal ao ser humano e o ser vivo (exclui-se cadáver).
- Nos casos de lesão corporal grave qualificada pela aceleração do parto e lesão corporal gravíssima qualificada pelo aborto, para que o agente responda pela qualificadora (em cada caso) é necessário o conhecimento da gravidez por parte do agente.
Classificação do crime.
Crime comum quanto ao sujeito ativo e passivo; material; comissivo; de dano; instantâneo (podendo ser de efeito permanente em alguns casos); de dano; monossubjetivo; plurissubsistente; não transeunte ( deixa vestígio).
Sujeito ativo e sujeito passivo: qualquer pessoa, com exceção do inciso IV do § 1º e inciso V do § 2º, ambos do art.129. 
(Sujeito passivo: gestante e na violência doméstica: ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro)
-Bem Jurídico protegido: integridade corporal e a saúde do ser humano.
-Objeto material: pessoa humana.
-Elemento subjetivo: dolo ou culpa.
-Lesão corporal leve: art. 129, caput - elemento subjetivo: dolo direto ou eventual.
- Lesão corporal de natureza grave: art. 129 § 1º:
a) Incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias contados da data do fato: dolo (no caso de culpa responde pelo § 6º), qualquer atividade exercida pela vítima, com intuito de lucro ou não, exercida com frequência. Necessária perícia no dia da ocorrência da lesão e depois no 31º dia contado a partir da data da lesão.
b) perigo de vida: crime preterdoloso: Ex.: traumatismo craniano; sangramento intenso que não leva a morte da vítima, etc.
c) debilidade permanente sem possibilidade de retorno à capacidade original de membro, sentido ou função: enfraquecimento, diminuição ou redução da capacidade funcional. 
Permanente: duradoura, derradeira, sem data certa para retornar à capacidade original.
Membros: superiores (braço, antebraço e mão); inferiores: (Coxa, perna e pé).Sentidos: visão, olfato, paladar, tato e audição: diminuir ou reduzir a capacidade de enxergar, ouvir, sentir gosto, sentir ou ouvir. 
 
Funções: atividades específicas exercidas pelos órgãos humanos: 7 funções.
a) reprodutora;
b) circulatória (conforme a lesão pode levar à morte)
c) digestiva; 
d) secretora;
e) sensitiva;
f) respiratória (conforme a lesão pode levar à morte);
g) locomotora.
d) Aceleração do parto: antecipação do parto, não há aborto ou lesão ao feto: resultado preterdoloso.
Lesão corporal de natureza gravíssima: art. 129 § 2º.
- Incapacidade permanente para o trabalho: dolo (se for provocada por culpa responde segundo o § 6º): impossibilidade da vitima exercer qualquer atividade laboral;
- Enfermidade incurável: doença cuja curabilidade não seja possível devido ao estágio da medicina: se alguém transmite a AIDS dolosamente para terceiro pode responder por lesão corporal gravíssima qualificada pela transmissão de enfermidade incurável ou por tentativa de homicídio. Se só expõe alguém ao risco de contaminar (não há a contaminação) responde segundo o art. 131, do CP.
- Perda ou inutilização (paralisia) de membro, sentido, de função: dolo (se for provocada por culpa responde segundo o § 6º);
-Deformidade permanente: deformidade de caráter estético, de considerável “monta”, visível e que causa vexame para a vítima. 
 
_________________________________________________________
Ação penal; 
- lesão corporal leve e culposa: ação penal pública condicionada à representação. 
- lesão corporal de natureza grave ou gravíssima ou seguida de morte: ação penal pública incondicionada. 
- se a lesão de qualquer tipo for praticada na forma de violência doméstica ou familiar contra a mulher a ação será pública incondicionada.
____________________________________________________________
Art. 130 a 136 – Dos crimes praticados contra a periclitação da vida e da saúde. 
*o crime é contra o bem estar da vítima.
Art. 130 perigo de contágio venéreo: o agente tem o dolo de expor a possibilidade de contaminar alguém.
Doença venérea: o Ministério da Saúde tem uma lista elencando as doenças. Sífilis, HPV etc.
Só responde quem expõe mediante relação sexual (sexo oral, anal ou vaginal) qualquer ato libidinoso (ato que tem finalidade de satisfação sexual) ex: beijo de língua (à força) lascivo.
 O agente sabe que está contaminado ou deveria saber. 
Tipo subjetivo: dolo – não há modalidade culposa.
Sujeito ativo: crime comum, portanto, pode ser praticado por qualquer pessoa, sujeito passivo pode ser qualquer pessoa que não tenha a doença.
Objeto material: a vítima.
Consumação: basta ter a relação com dolo.
Admite-se tentativa – crime formal.
Perigo abstrato – crime de perigo, não precisa mostrar o perigo, basta praticar e estar contaminado.
Crime instantâneo de efeito não permanente (as doenças têm cura)
Parágrafo 1: Se a intenção é transmitir a pena é maior.
Parágrafo 2: Mediante representação: Ação penal pública condicionada à representação (A VÍTIMA TEM QUE QUERER A AÇÃO)
Classificação doutrinária do crime
-Crime de perigo abstrato (perigo de contágio é presumido, não necessita de comprovação do perigo no caso concreto); formal; comum quanto aos sujeitos; doloso; comissivo; instantâneo; transeunte ou não transeunte (no caso de contágio efetivo); unissubjetivo; purissubsitente, de forma vinculada (os meios de execução são descritos no tipo penal).
– Modalidade qualificada: (art. 130, § 1º, CP): o sujeito ativo quer pela relação sexual, ou qualquer ato libidinoso não só expor a vitima ao perigo de contrair a enfermidade, mas também transmitir a doença. Crime de dano - efetiva lesão ao bem jurídico (vida e saúde).
Conseqüências Jurídicas da efetiva contaminação da vitima:
1. Se transmitir a enfermidade e resulta em lesões corporais leves (art.129, caput) - responde segundo art. 130, caput ou § 1º do CP.;
2. Se transmitida a doença e tem por resultado lesões corporal de natureza grave - art. 129, § 1º;
3. Se transmitida a doença e tem por resultado lesões corporal de natureza gravíssima - art. 129 § 2º;
4. Se transmitida a doença e resulta em lesão corporal seguida de morte - art. 129 § 3º.
Obs.: Nas três últimas hipóteses, mesmo com aquiescência da vitima, responde o sujeito ativo pelo resultado produzido.
-Crime impossível: se o sujeito passivo já é portador da mesma moléstia, trata-se de crime impossível por absoluta impropriedade do objeto ou absoluta ineficácia do meio.
Art. 131 Contágio de moléstia grave:
Tipo objetivo: transmite mediante QUALQUER ato que seja capaz de transmitir.
Diferente do 132 que é só por ato sexual ou libidinoso.
Moléstia grave – descritos pelo Ministério da Saúde. AIDS, tuberculose, hepatite B.
Tipo subjetivo: dolo de transmitir.
Sujeito ativo: qualquer pessoa, sujeito passivo: qualquer pessoa.
Consumação: prática de ato capaz de transmitir.
Tentativa é possível
Bem jurídico: saúde.
Classificação: perigo concreto - crime formal pois não precisa transmitir, basta praticar.
Consequências da transmissão: 
1- Se transmitida a doença e resulta lesão corporal leve - responde segundo o art. 131, CP;
2- Se transmitida a enfermidade e resulta lesão corporal de natureza grave - responde segundo art. 129 §1º;
3- Se transmitida a enfermidade e resulta lesão corporal de natureza gravíssima - responde segundo o art.129, § 2º;
4- Se transmitida a doença e tem por resultado lesão corporal seguida de morte - responde segundo o art. 129, § 3º.
Transmissão do vírus HIV: 
Se for intenção do sujeito ativo transmitir o vírus da AIDS (dolo específico) e conseguir transmitir responde por tentativa de homicídio ou lesão corporal gravíssima qualificada pela enfermidade incurável. Se praticar o ato capaz de transmitir a enfermidade grave, porém não conseguir transmitir a enfermidade, responde segundo a art. 131, do CP. 
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Art. 132 – expor ao perigo a vida ou saúde de outrem.
- Crime de caráter subsidiário, ou seja, o agente responderá por este tipo de crime penal se:
- A sua intenção era apenas a de expor a vitima a grave perigo direto e iminente;
- A vítima é pessoa determinada;
- Não há resultado mais grave, ou seja, dano.
-Perigo direto e iminente: pessoa determinada exposta a perigo real, concreto, não presumido.
Classificação doutrinária do crime:
- Crime de perigo concreto; comum quanto aos sujeitos ativo e passivo; formal; doloso; comissivo; unissubjetivo; plurissubsistente; subsidiário; transeunte.
- Bem Jurídico: vida, saúde humana. 
- Objeto material: pessoa determinada à qual a conduta é dirigida.
Sujeito ativo e passivo: qualquer pessoa.
Consumação: com o ato que expõe ao perigo a vitima.
Tentativa: é admissível.
Elemento Subjetivo: dolo.
Causa de aumento de pena: Art. 132, parágrafo único. Expor ao perigo ao transportar pessoas para prestação de serviços em estabelecimento de qualquer natureza, em desacordo com as normas legais. Aumento de 1/6 a 1/3 da pena.
- Ação penal pública incondicionada.
Consequências da conduta:
1. Resultado morte - homicídio culposo – responde segundo o art. 121, §3º, CP.
2. Lesões corporais de natureza leve - responde segundo o art. 132, CP.
3. Lesões corporais de natureza grave ou gravíssima- responde segundo o art.129, § 1º ou § 2º.
4. Lesão corporal culposa – responde segundo o art. 132, CP – neste tipo penal, a pena é mais grave - detenção de 3 meses a 1 ano.
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Art. 133 – abandono de incapaz
Abandonar é desamparar
Lugar ermo: deserto a qualquer hora do dia ou da noite, e não só a noite.
Cuidado: assistência temporária, ocasional – cuidadora de idosos, enfermo. 
Guarda: assistência permanente – pais para com filhos, tutor e curador, curatelado.
Vigilância: assistência acautelar - guia turístico com turista, salvavidas com banhistas.
Autoridade: aquele que tem poder (de origem pública ou privada) sobre alguém – diretor da escola, alunos, carcereiro e presos.
Requisitos para configuração do crime:
a) comprovação da intenção de abandonar (dolo do perigo);
b) perigo concreto à vida ou saúde do abandonado;
c) Dever jurídico de zelar pela segurança do incapaz.
d) incapacidade do abandonado para enfrentar possíveis riscos.
Formas qualificadas:
a) Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave - responde segundo o art. 133, § 1º (crime preterdoloso);
b) Se do abandono resulta morte – responde segundo o art. 133 §2º, crime preterdoloso.
c) Resultado do abandono - lesão corporal leve: responde segundo o art 133, do CP em concurso formal com a lesão corporal leve.
Causas de aumento de pena:
a) Abandonar o incapaz em lugar ermo (isolado, sem ninguém, perigoso a qualquer hora do dia ou da noite);
b) O agente é ascendente, descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vitima; companheiro ou companheira (união estável);
c) Vítima maior de 60 anos.
Classificação doutrinária do crime:
- Crime de perigo concreto; bipróprio; formal; comissivo ou omissivo impróprio (posição de garantidor); doloso; monossubjetivo; plurissubsistente, transeunte (via de regra); instantâneo.
- Objeto material: pessoa sobre a qual recai a conduta ( que está sob os cuidados, guarda , vigilância ou autoridade do sujeito ativo).
- Bem Jurídico: vida, saúde humana.
 - Sujeito ativo: aquele que tem a guarda, cuidado, vigilância, autoridade sobre alguém.
- Sujeito passivo: aquele que está sob os cuidados, guarda, vigilância e autoridade do sujeito ativo.
- Consumação do crime: quando o abandono de incapaz cria situação de perigo concreto.
- Tentativa: admissível
- Elemento subjetivo: dolo
- Ação penal pública incondicionada.
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Art. 134 – expor ou abandonar recém-nascido para ocultar desonra própria. 
Recém-nascido até 30 dias de vida.
Desonra própria: vergonha de ter o filho, vergonha sexual, ex: filho da amante.
Expor ou abandonar ao perigo com fim de ocultar o filho.
Só há dolo.
Só a mãe e o pai podem cometer, ou seja, crime próprio.
Objeto material: recém-nascido.
Classificação: bipróprio, perigo concreto, formal.
O pai ou a mãe expõe o recém nascido à perigo ou desampara a vítima com perigo à vida ou saúde da vítima, com o intuito de ocultar desonra própria (conotação de vergonha por causa da existência do filho proveniente de adultério, de relação não desejada ou constrangedora perante a família, relação sexual não permitida). 
Recém nascido para efeito jurídico será considerado a criança com até 30 dias de vida.
Caso a mãe ou o pai desampare a criança com risco à vida ou saúde da vítima, porém não tenha o intuito de ocultar desonra própria, responderá segundo o art. 133, do CP.
Classificação doutrinária do crime:
- Crime de perigo concreto; bipróprio; formal; comissivo; doloso; monossubjetivo; plurissubsistente; instantâneo (podendo ser de efeito permanente)
- Objeto material: recém nascido.
- Bem Jurídico: vida e saúde humana.
 - Sujeito ativo: Pai ou mãe do recém nascido.
- Sujeito passivo: Recém nascido.
- Consumação do crime: quando a exposição ou abandono o abandono da vítima cria situação de perigo concreto.
- Tentativa: admissível
- Elemento subjetivo: dolo
- Ação penal pública incondicionada.
Omissão de socorro (art. 135, CP)
Deixar de prestar assistência, não ajudar, não assistir, não fazer algo, etc, quando possível fazê-lo, sem risco para o agente, quando se tratar de:
- Criança abandonada ou extraviada - segundo o ECA, criança é o indivíduo até 12 anos incompletos - criança deixada à sua própria sorte ou a criança perdida de seus responsáveis, não sabendo a eles retornar;
- Pessoa Inválida – aquela que não pode prover a sua própria segurança (aleijados, enfermos, idosos, paralíticos, cegos, etc.).
- Pessoa Ferida - aquela que por ação de terceiros, caso fortuito ou por sua própria vontade, teve ofendida a sua integridade física ou a saúde. 
 
A omissão de socorro também ocorre quando o agente:
- não pede socorro à autoridade pública;
- o perigo é real e iminente à integridade corporal, saúde ou a vida da vitima;
- Assistência será imediata quando for do próprio agente;
- Assistência será mediata quando se pede socorro à autoridade pública – assistência subsidiária;
- Fato atípico - Assistência direta oferece risco pessoal e não há possibilidade de solicitar ajuda de autoridade pública (policiais e bombeiros).
Sujeito ativo: qualquer pessoa
Sujeito passivo: Criança abandonada ou extraviada, pessoa inválida ou ferida que se encontre desamparada ou em grave e iminente perigo. 
Classificação doutrinária 
- Crime comum quanto ao sujeito ativo, próprio quanto ao sujeito passivo; de mera conduta; omissivo próprio; de perigo concreto (real e iminente); doloso; instantâneo; monossubjetivo; plurissubsistente; transeunte (como regra).
Bem Jurídico: Vida e a saúde.
Objeto material: pessoas indicadas que estão desamparadas em situação de grave e iminente perigo.
Consumação
- Com a negação do socorro, que importa em risco concreto para a vida ou para a saúde da vítima.
- Não admite tentativa.
Elemento Subjetivo: Dolo - vontade consciente e livre de não prestar assistência à vítima.
Ação Penal: Pública incondicionada.
Situações especiais:
1-Agente que não socorre a vítima, deve, pelo menos, solicitar socorro à autoridade pública se esta se encontrar em local próximo ao fato; 
2- Concurso de pessoas: é possível;
3- Agente que imagina que corre risco quando na verdade não existe este risco pessoal que impeça de socorrer a vítima: erro de proibição: se o erro é inevitável, afasta-se a punibilidade da conduta; se o erro é evitável, diminui-se a pena.
Demora na prestação da assistência: Deve ser analisado o dolo – pode responder pelo art.135 ou fato atípico.
Recusa da vítima em deixar-se socorrer: Dever-se-á prestar, assim mesmo, a assistência, se a pessoa se encontra desamparada.
- Médico em plantão que não presta socorro a tempo à vítima em estado grave, podendo fazê-lo, responde por homicídio culposo (negligência).
-Salva-vidas que durante plantão não salva vítima de afogamento responde pelo resultado de sua omissão e não pelo crime do art. 135, do CP.
- Se no caso de atropelamento de uma pessoa o agente foge da cena do crime e a vítima tem lesão corporal grave ou gravíssima devido ao próprio acidente, o agente responderá por omissão de socorro e lesão corporal culposa em concurso de crimes. 
- Se for resultado direto do acidente a morte da vítima e o agente não prestou socorro, responderá por omissão de socorro e homicídio culposo em concurso de crimes. 
- Porém se a lesão corporal grave ou gravíssima ou a morte são oriundas diretamente da omissão de socorro e não do acidente em si, o agente responderá por omissão de socorro qualificada pela lesão corporal grave ou pela morte. 
Maus Tratos (art. 136, CP)
Expor: Colocar;
- Autoridade – Vínculo de poder de uma pessoa sobre a outra, proveniente de lei, podendo o vínculo ser de natureza de direito público (agente penitenciário para com o condenado) ou privado (diretor de escola/alunos);
- Guarda: assistência permanente; 
- Vigilância: assistência acautelar: Proteção Pessoal.
Fim Especial de Agir: Os maus tratos é praticado visando a educação, ensino, tratamento ou custódia da vítima.
- Educação: Aperfeiçoamento moral e cultural da pessoa humana;
- Ensino: Trabalho docente de ministrar conhecimentos;
- Tratamento: cuidado clínico, assistência ao doente e subsistência de uma pessoa;
- Custódia: Detenção da pessoa por motivos que a lei autoriza.
Meios utilizados pelo agente:
- Privação de alimentos (suprimentos de alimentos necessários à subsistência);
- Privação de cuidados indispensáveis ( Vestuário, abrigo, higiene, assistência Médica);
- Sujeição a trabalhosexcessivos (além das forças da vítima);
- Sujeição a trabalhos inadequados (não estar de acordo com as condições da vítima – ex. idade);
- Abusos dos meios de correção ou disciplina: correções que traumatizam a criança- castigos corporais - além dos limites, excessos.
Elemento Subjetivo: Dolo
Qualificadoras: resultado alcançado: lesão corporal de natureza grave ou morte (crime preterdoloso)
Causas de Aumento de Pena: Sujeito passivo menor de l4 anos.
Ação Penal Pública Incondicionada
-Maus Tratos e Tortura não se confundem. Objetivo da tortura: causar intenso sofrimento corporal ou mental na vítima com o intuito que confesse algo. Já nos maus tratos há abuso nas medidas corretivas aplicadas.
-Erro de Proibição indireto: o agente erra sobre os limites das causas de justificação – acha que está no exercício regular de direito.
- Se o erro é inevitável: isenta o agente de pena;
- Se o erro é evitável: pena pode ser diminuída.
Rixa (art. 137, CP)
-Rixa: é um conflito indiscriminado entre + de 3 pessoas, no qual há uma situação confusa de agressão recíproca que põe em risco a integridade corporal e a saúde dos contendores e das demais pessoas. Impossibilidade de identificar as condutas individualizadas. Posição dos contendores é indefinida.
Classificação doutrinária:
- Crime comum em relação ao sujeito ativo e ao sujeito passivo, de perigo concreto, doloso, de forma livre, comissivo, instantâneo; plurissubjetivo e plurissubsistente; não transeunte ( lesão corporal ou morte);
Bem Jurídico: Vida, Integridade corporal e a saúde;
Objeto material: os rixosos ou contendores;
Sujeito ativo e passivo: qualquer pessoa (rixosos ou contendores);
-Não é necessário contato físico para estar configurada a rixa: ex. arremesso de objetos.
Elemento Subjetivo: Dolo.
Qualificadoras: resultado alcançado: lesão corporal de natureza grave ou morte;
Causa de aumento de pena: sujeito passivo menor de 14 anos.
Ação Penal Pública Incondicionada.
A Rixa pode ainda ter como resultado:
a) Vias de fato: atos de violência como empurrões, tapas, beliscões que não causam lesão corporal. A rixa absorve a contravenção penal;
b) Lesão corporal leve - responde pelo crime de rixa e lesão corporal leve em concurso formal;
c) Morte ou lesão corporal de natureza grave ou gravíssima – modalidade qualificada.
Modalidades qualificadas:
- Contendor ingressa na rixa após a morte ou lesão corporal de natureza grave - não é punido na forma qualificada, respondendo pela forma simples de rixa (caput do art. 137);
- Contendor se retira da rixa antes da ocorrência da morte ou da lesão corporal de natureza grave: responde por rixa na modalidade qualificada.
Verificado o contendor responsável pela lesão corporal grave ou morte, todos os demais contendores responderão por estes crimes?
Não. Para Rogério Grego, o contendor responsável pelo resultado mais grave, deverá somente ele responder pela rixa qualificada e os demais pela rixa simples.
Aquele contendor que foi ferido gravemente deverá responder por rixa qualificada ou rixa simples?
Deve o juiz resolver como deverá ser responsabilizado o rixoso ferido no caso concreto. Se as lesões são graves o bastante que a pena se torna ineficaz, deverá o rixoso ferido responder pela rixa simples. Caso contrário, responderá pela rixa qualificada assim como os demais rixosos. 
- Se um rixoso (identificável no caso concreto) durante a participação na rixa utilizar de artefatos perfuro- cortantes (facas, tesouras, garrafas de vidro, copos de vidro), armas de fogo ou materiais (cadeiras, mesas, pedaço de pau, barra metálica) que possam causar maiores danos aos demais rixosos responderá pela rixa simples em concurso com a lesão corporal dolosa (leve, grave ou gravíssima) ou por rixa simples em concurso com homicídio doloso (nestes casos há dolo eventual do rixoso ao utilizar tais artefatos) e os demais rixosos responderão pela rixa simples. Se, no entanto, ocorrer a situação aqui descrita e não for possível indicar o rixoso portador de tais artefatos, todos responderão pela rixa qualificada pela morte ou qualificada pela lesão corporal grave.
Grupos opostos:
Grupos identificáveis (torcidas opostas) - não há rixa, pois não há confusão, não há tumulto decorrente de ações não individualizadas.
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Dos Crimes contra a honra (art. 138 ao 145, do CP)
Honra: Conjuntos de qualidades do ser humano que lhe confere respeitabilidade perante a sociedade e a sua própria opinião a respeito de seus atributos pessoais.
- Honra objetiva: como a sociedade enxerga aquele indivíduo; reputação de alguém na sociedade ou na comunidade da qual faz parte;
- Honra subjetiva: Opinião própria do indivíduo a seu respeito: estima própria ou auto-imagem. 
Calúnia (art. 138, CP) – ofende a honra objetiva - reputação.
- Imputar a alguém fato que o agente sabe ser falso, sendo que este fato é definido como crime.
- Também ocorrerá a calúnia, caso o agente impute um fato, mesmo que verdadeiro, e o fato é definido como crime, porém o agente imputa falsamente a sua autoria à vítima.
- Fato certo e determinado.
Ex: João acusa falsamente Pedro de ter furtado o seu livro. Na verdade João sabe que seu livro está emprestado com outra pessoa. O fato imputado por João a Pedro é sabiamente falso e a conduta imputada é um crime.
Ex.: Beltrano afirma, sabendo ser o fato falso, que Fulano tem uma casa de prostituição (art. 229, CP); ou que Fulano vende drogas na esquina (tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins – Lei especial).
- Se o fato imputado à vítima for classificado como contravenção penal, o agente deverá responder pelo delito de difamação. Ex: João afirma ter visto Pedro fazer apostas no jogo do bicho quando, na verdade, nem viu Pedro.
- Se o fato imputado não for definido como crime, nem como contravenção penal, mas referir-se a atributos pessoais da vítima (qualidades no sentido pejorativo), o agente responderá pela injúria. Ex: João afirma que Pedro é ladrão; traficante ou mesmo bicheiro.
Classificação doutrinária:
- Crime comum quanto ao sujeito ativo e passivo; formal; doloso; de forma livre, instantâneo; comissivo; monossubjetivo; unissubsistente e transeunte (regra geral) ou não transeunte (no caso de fato falso imputado a alguém por carta escrita a mão, pode ser necessária perícia para se provar a autoria do crime). 
- Objeto material: pessoa contra a qual é dirigida a conduta.
- Bem jurídico: Honra objetiva (reputação perante a sociedade);
- Sujeito Ativo e passivo: qualquer pessoa
- Consumação: quando um terceiro que não o sujeito passivo fica sabendo da imputação de um fato falso punido como crime;
- Tentativa: Admissível quando for escrita a calúnia.
- Elemento subjetivo: dolo.
Extensão da Pena (art. 138 § 1º, CP) - Aquele que, sabendo das circunstâncias, a divulga (por qualquer meio) ou propala (verbalmente);
Calúnia praticada contra mortos (art. 138 § 2º, CP) 
- É punível, porque atinge os parentes do falecido.
Exceção da Verdade (exceto veritalis)
Possibilidade do agente (acusado da calúnia) provar no caso concreto que o fato definido como crime imputado à vítima (da calúnia) é verdadeiro. Deve ser oferecida na resposta do réu (Art. 396, CPP). 
A exceção da verdade não será aceita quando (art. 138, § 3º, CP): 
- A calúnia for imputada ao Presidente da República ou ao chefe de governo estrangeiro;
- Se constituindo o fato imputado crime de ação penal privada, o ofendido respondendo ao processo pelo crime ao qual foi imputado, foi absolvido;
- Se constituindo o fato imputado crime de ação penal privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível.
Causas de aumento da pena (art. 141, incisos I, II, III e IV e parágrafo único):
Pena aumentada de 1/3 quando for cometida:
- Contra Presidente da república ou chefe de governo estrangeiro;
- Contra funcionário público, em razão de suas funções;
- Na presençade várias pessoas ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou injúria;
- Contra pessoa maior de 60 anos ou portadores de deficiência.
- Pena poderá ser dobrada mediante pagamento ou promessa de recompensa.
Ação penal – Art. 145, CP
- parágrafo único: a regra geral é ação penal privada, SÓ o ofendido pode iniciar a ação penal. (queixa) 
- Ação penal será privada (regra geral) 
- Exceções:
- Quando o ofendido for Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro – neste caso será ação penal pública condicional à requisição do Ministro da Justiça;
- Quando o ofendido for funcionário público em razão de suas funções: Ação penal pública condicionada à representação do ofendido ou mesmo ação penal privada (entendimento do STF).
 
5.2. Difamação (Art. 139, CP) – ofende a honra subjetiva, o fato pode ser verdadeiro ou falso, mas não pode ser crime.
Difamar significa imputar um fato verdadeiro ou falso a um indivíduo, sendo que o fato não pode ser definido como crime. O fato imputado pode ser definido como contravenção penal. 
Ex: Um jornalista acusa um político de ter relações extraconjugais. Mesmo o fato sendo verdadeiro e por não ser crime, não cabe ao jornalista trazer tal fato ao conhecimento de ninguém. O fato pode difamar a boa reputação do político.
Ex: Um paciente afirma que seu médico é formado em faculdade de quinta categoria e que não sabe diagnosticar doença. Mesmo que o médico não tenha notáveis conhecimentos, se é formado e exerce a profissão legalmente, poderá o paciente responder por difamação, porque está arruinando a reputação do médico.
Ex: Uma pessoa diz que uma determinada mulher só tirou carteira de habilitação, porque estava de saia. Mesmo que isto tenha acontecido, não cabe ao agente difamar a reputação da motorista constrangendo-a diante de outras pessoas.
Ex.: Fulano afirma que Beltrano banca o jogo de bicho (contravenção penal). Responderá por difamação se for acusado.
Classificação doutrinária: Crime comum quanto ao sujeito ativo e passivo; formal; instantâneo, de forma livre; comissivo; monossubjetivo, unissubsistente ou plurissubsistente (dependendo do meio); transeunte como regra.
Bem Jurídico: Honra objetiva (reputação – respeitabilidade perante a sociedade)
Objeto material: pessoa contra a qual é dirigida a conduta.
Sujeito ativo e passivo: qualquer pessoa.
Consumação: Quando um terceiro que não a vítima, toma conhecimento do fato ofensivo à reputação da vítima. 
Se o fato for dirigido diretamente à vítima, o agente responderá por injúria. 
Se a vítima conta a difamação para terceira pessoa, o agente responderá por injúria.
Advogado possuiu imunidade relativa de eventuais palavras injuriosas ou difamatórias, desde que não abusivas ou faltar relação com a defesa. 
Elemento Subjetivo: dolo
Causas de aumento de pena: (Art.141, incisos I, II, III, IV e parágrafo único).
Pena aumentada de 1/3 quando for cometida:
- Contra Presidente da república ou chefe de governo estrangeiro;
- Contra funcionário público, em razão de suas funções;
- Na presença de várias pessoas ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou injúria;
- Contra pessoa maior de 60 anos ou portadores de deficiência.
- Pena poderá ser dobrada mediante pagamento ou promessa de recompensa.
Exceção da Verdade: - No delito de difamação, só será admitido o acusado da difamação fazer a prova da veracidade dos fatos quando o fato imputado for contra funcionário público relativo às suas funções. Em outros casos não será admitida. Mesmo que o agente demonstre a veracidade dos fatos, ainda assim pratica o delito, por tratar-se de crime formal.
Ação Penal:
a) Privada (via de regra);
b) Publica condicionada à requisição do Ministro da Justiça quando for cometida contra 
Presidente da República ou chefe de Governo Estrangeiro;
c) Pública condicionada à representação do ofendido ou privada quando cometida contra servidor público em razão de suas funções;
5.3. Injúria (Art. 140, CP) - Consiste em imputar atributos pejorativos à pessoa do ofendido atingindo o conceito que a vítima tem de si mesma, sua auto-estima. Ex.: Chamar alguém de ladrão, bicheiro, traficante, cafetão, jumento, asno, “branquelo azedo”, “Maria chuteira”, etc. 
- Poder atingir a honra/dignidade – esta como o sentimento que se tem dos seus próprios valores morais ou sociais. Ex.: Trapaceiro, ladrão, bicheiro, traficante, miserável, etc.
- Pode atingir a honra/decoro: qualidades que integram a comportamento do indivíduo, que conduzem o individuo à estima de si mesmo. Ex.: “frutinha”; “feioso”, jumento, burro, estúpido, asno, cafajeste, cafetão, etc.
Classificação doutrinária: Crime comum quanto ao sujeito ativo e passivo; doloso; formal; de forma livre, comissivo, instantâneo, monossubjetivo; unissubsistente ou plurissubsistente (dependendo do meio), transeunte (como regra).
- Objeto material: pessoa que sofre a injúria.
- Bem Jurídico: honra subjetiva.
-Sujeito ativo e passivo: qualquer pessoa.
- Consumação: quando a própria vítima tomar conhecimento das ofensas à sua dignidade ou decoro.
- Tentativa: admite-se a tentativa dependendo da forma como praticada a injúria (ex.: injúria praticada por meio de carta, se esta por qualquer motivo alheio a vontade do agente não é recebida pela vítima, porém por terceiro).
- Elemento subjetivo: dolo.
Hipóteses de perdão judicial (art. 140 § 1º, CP): o juiz poderá deixar de aplicar a pena:
a) A própria vítima da injúria, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
b) Em caso de retorsão imediata: Querelante (ofensor) e querelado (ofendido) proferem ofensas recíprocas que são também injúrias. 
Modalidades Qualificadas:
- Injúria real- art.140§ 2º: a Injúria consiste em violência ou vias de fato, ou pelos meios empregados, são constrangedoras. 
Ex: Um indivíduo amarra outro numa árvore e diz: “assim que se trata um cachorro” – tem-se neste caso a violência e a humilhação.
- Ação penal pública incondicionada na injúria real. 
- Injúria preconceituosa – art. 140 § 3º, do CP: injúria praticada com elementos referentes à raça, cor, etnia, religião, origem ou condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência. 
- Na injúria preconceituosa a ação penal é publica condicionada à representação do ofendido.
Causas de Aumento de Pena: (Art. 141- Incisos I, II , III e art. 141, parágrafo único. Não é causa de aumento na injúria a hipótese do inciso IV).
Pena aumentada de 1/3 quando for cometida:
- Contra Presidente da república ou chefe de governo estrangeiro;
- Contra funcionário público, em razão de suas funções;
- Na presença de várias pessoas ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou injúria;
- Pena poderá ser dobrada mediante pagamento ou promessa de recompensa.
Ação Penal:
a) Privada (via de regra);
b) Pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça quando for cometida contra 
Presidente da República ou chefe de Governo Estrangeiro;
c) Pública condicionada à representação do ofendido ou privada quando cometida contra servidor público em razão de suas funções;
d) Pública incondicionada nos casos de injúria real;
e) No caso de injúria preconceituosa: ação penal pública condicionada à representação do ofendido.
- Não cabe a exceção da verdade na injúria. 
- Retratação (o agente volta atrás quanto ao que disse até antes da sentença) – art. 143, 
CP: é cabível na calúnia e na difamação. Não é cabível na injúria. 
- Explicações em juízo (art. 144, CP) : Se a calúnia, difamação ou injúria é praticada mediante referências, frases ou alusões, a vítima pode requerer em juízo explicações do autor do fato. De este se recusar a dar as explicações ou se não forem satisfatórias, conforme entendimento do juiz, responde pelo crime.
- Hipóteses de exclusão da injúria e da difamação (art. 142, CP)
a) Ofensa feita em juízo, na discussão da causa, pela parte oupor seu procurador; 
b) Opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando a ofensa for escrita ou dita com a intenção de injuriar ou difamar;
c) O conceito desfavorável de funcionário público em apreciação ou informação que preste no cumprimento de seu ofício.
 - Art. 142, parágrafo único: nas hipóteses do art. 142, incisos I e III, a pessoa que der publicidade do fato responderá pela injúria ou pela difamação.
6.1. Constrangimento ilegal (art. 146, CP)
- Constranger: impedir, limitar, dificultar, forçar, obrigar;
- Agente atua com violência (física, corporal) ou grave ameaça (ato que é capaz de causar na vítima uma perturbação psíquica ou psicológica, intimidando-a e impedindo de atuar conforme a sua vontade);
- O agente pode também por qualquer outro meio que não seja a violência nem a grave ameaça, reduzir a capacidade de resistência da vítima (utilizar entorpecentes, drogas, hipnose, dissimulação, etc.);
- Há um fim especial de agir do agente: para que a vítima não faça o que a lei permite ou faça o que a lei não manda fazer.
- Há uma pretensão ilegítima do agente no constrangimento ilegal. Ex: O agente dispara tiros em direção a um carro para obrigar o motorista ficar no carro; obriga alguém, por meio de violência, ingerir bebida alcoólica ou ingerir drogas; impede alguém, mediante grave ameaça, de participar de uma reunião; obriga alguém, mediante violência, que deixe de passar por certo lugar; impede alguém, mediante violência, que vá a uma festa, etc. 
- Quando o constrangimento ilegal for praticado por funcionário público, este responderá por abuso de autoridade (lei especial).
- Caso o agente, mediante violência ou grave ameaça, force a vítima a fazer algo ou deixar de fazer algo que poderia ser conseguido por ação judicial (Ex.: cobrar dívida existente do devedor com utilização de violência), o agente responderá por exercício arbitrário das próprias razões (art. 345, CP) 
- 
O agente só responderá por constrangimento ilegal, caso o constrangimento por violência ou grave ameaça não faça parte de outro tipo penal, daí ser chamado de crime de natureza subsidiária. Ex: O constrangimento ilegal é absorvido pelo crime de estupro, pelo roubo, pela extorsão, etc.
Causas de aumento de pena
a) a pena será aplicada cumulativamente, ou seja, aplicar-se-á além da pena privativa de liberdade a multa;
b) as penas serão dobradas: esta previsão legal será considerada na 3ª fase da fixação de penas: causas de aumento ou de diminuição de penas;
c) Se reúnem mais de 3 pessoas, ou seja, no mínimo 4, para a execução do crime (concurso de pessoas);
d) emprego de armas que podem ser:
d.1) armas próprias: servem somente para o ataque e a defesa. Ex.: revólver;
d.2) armas impróprias: possuem outras utilidades e subsidiariamente podem servir para o ataque e para a defesa. Ex.: facas, estiletes, canivetes, etc.
Condutas que não configuram o constrangimento ilegal: (causam a atipicidade da conduta)
a) intervenção médica sem consentimento do paciente ou de seu responsável, quando o paciente se encontra em perigo iminente de vida;
b) coação para se evitar que alguém se suicide.
Classificação doutrinária
Crime comum quanto ao sujeito ativo e passivo; doloso; material (a consumação só é alcançada quando a vítima não faz o que a lei permite ou faz o que a lei não manda); de forma livre; comissivo, podendo ser praticado via omissão imprópria; instantâneo; subsidiário; monossubjetivo (na forma simples); plurissubsistente; de dano; transeunte.
Bem jurídico: liberdade individual.
Objeto material: pessoa contra a qual é dirigida a conduta.
Sujeito ativo e passivo: qualquer pessoa.
Consumação: Quando a vítima não faz aquilo que a lei permite ou faz o que a lei não manda.
Tentativa: é admissível.
Elemento subjetivo: dolo, não há modalidade culposa.
Ação penal pública incondicionada.
Concurso de crimes: (art. 146, § 2º, do CP)
- Quando o constrangimento ilegal, pela violência utilizada, causar outro crime, como por exemplo, lesão corporal, o agente responde por concurso formal de crimes (Uma ação, dois ou mais crimes). As penas serão somadas (desígnios autônomos). O constrangimento ilegal, no entanto, absorve as vias de fato (contravenção penal).
- Quando o constrangimento ilegal fizer parte dos elementos integrantes de outro tipo penal, este absorve o delito de constrangimento ilegal. Ex.: estupro.
Vítima coagida a praticar um crime
Quando o agente, através de violência ou grave ameaça, obriga a vítima cometer uma infração penal, tem-se a figura da coação irresistível (art. 22, CP). Neste caso o coator responderá em concurso material de crimes, pelo constrangimento ilegal e pela outra infração penal praticada pelo coagido. Já aquele indivíduo que foi coagido, se não tinha como resistir à coação, não responderá por crime algum.
6.2. Ameaça (art. 147, CP)
A ameaça pode ser:
a) direta: quando o mal a ser realizado refere-se à própria vítima ou ao seu patrimônio. Ex.: o agente promete matar a vítima.
b) indireta: quando o dano será causado a uma terceira pessoa ligada à vítima da ameaça por laços afetivos. Ex.: o agente que ameaça matar o filho do seu desafeto.
c) explícita: o mal prometido já é de conhecimento da vítima;
d) implícita ou reflexa: quando o agente deixa “nas entre linhas” o que acontecerá à vítima. Ex.: “Se não resolvermos nossas desavenças, não tenho medo de ir para a cadeia”.
e) condicional: a ameaça depende de uma ação do sujeito passivo. Ex: “Se não calar a boca, vou te espancar”.
Características da ameaça:
a) promessa do agente da ocorrência de um mal futuro à vítima;
b) deve ser proferida por palavras, escritos (cartas, bilhetes), gestos ou por outro meio simbólico (objetos sinistros que indiquem o que acontecerá com a vítima. Ex.: caveira, um boneco com um punhal atravessando o corpo, objetos de “magia”; enviar uma caixa com um animal morto ou flores secas);
c) o mal deve ser injusto (não permitido por lei, por exemplo ameaçar de matar, bater, queimar a propriedade), grave (capaz de provocar temor ou intimidar a vítima);
d) o sujeito passivo deve ter o devido discernimento que o possibilite entender o caráter do mal prometido, mesmo que não se intimide.
Classificação doutrinária
Crime comum quanto ao sujeito ativo e passivo (exige-se somente que a vítima tenha discernimento para entender a ameaça); formal (não há necessidade do sujeito passivo se intimidar, basta que a ameaça chegue ao seu conhecimento); doloso; comissivo, podendo ser praticado por omissão imprópria; de forma livre (o crime pode ser praticado por vários outros meios simbólicos); instantâneo; monossubjetivo; unissubsistente ou plurissubsistente (ameaça por carta); transeunte ou não transeunte (depende se será necessária perícia).
Bem jurídico: liberdade individual.
Objeto jurídico: pessoa a quem é dirigida a ameaça.
Consumação: Para fins de sua caracterização basta que o sujeito passivo tome conhecimento da ameaça (mesmo que por terceiro) e o crime será exaurido com a provocação de temor ou intimidação na vítima.
Tentativa: é admissível nos casos que a ameaça será realizada por escritos ou outros meios simbólicos. Há a possibilidade de se extraviar a carta, o bilhete, a caixa contendo um meio simbólico, etc.
Sujeito ativo: qualquer pessoa.
Sujeito passivo: qualquer pessoa, exigindo-se que tenha discernimento para entender a promessa de um mal injusto.
Elemento subjetivo: dolo.
Ação penal pública condicionada à representação do ofendido ou de seu representante legal.
Ameaça supersticiosa: há pessoas que acreditam em crendices, simpatias, “macumba”, etc. Configura-se perfeitamente a ameaça se utilizado qualquer um desses meios capaz de causar temor na vítima. 
Ameaça proferida em estado de embriaguez: passível de configuração se possível for identificar o dolo na conduta do agente ou a embriaguez é preordenada (embriaga-se para ter coragem de praticar um ato).
6.3. Sequestro e cárcere privado (art. 148,CP) Consistem os crimes em limitar, restringir a liberdade de ir, vir e permanecer de alguém sem o seu consentimento. Esta liberdade é chamada de ambulatorial ou física.
Sequestro e cárcere privado têm o mesmo significado, no entanto, no sequestro existe maior liberdade ambulatorial (prender alguém em uma fazenda, ilha), enquanto no cárcere privado a liberdade ambulatorial é menor, ou seja, o espaço para a vítima se locomover é pequeno, reduzido (quarto fechado, casa). 
Características do sequestro e cárcere privado:
a) detenção de alguém em determinado lugar, mesmo que por pouco tempo (retenção);
b) não há consentimento da vítima;
c) detenção ou retenção ilegítima.
Modalidades qualificadas:
1. Art. 148, § 1º, do CP: a pena é de reclusão, de 2 (dois)a 5 (cinco) anos se:
a) a vítima é ascendente, descendente, cônjuge, ou companheiro do agente ou ainda maior de 60 anos (necessária a apresentação nos autos do processo, documentação que comprove a circunstância qualificadora da conduta, com exceção do companheiro);
b) se o crime é praticado mediante internação em casa de saúde ou hospital (neste caso a internação é uma fraude, uma maneira de o agente privar a vítima de sua liberdade);
c) se a privação tem duração de mais de 15 dias (prazo contado a partir do primeiro dia de detenção);
d) se a vítima é menor de 18 anos;
e) se o fato é praticado com fins libidinosos (tanto o homem quanto a mulher poderão figurar como vítimas desta conduta, bem como no caso de relação heterossexual ou homossexual).
2. Art. 148, § 2º, do CP: a pena será de reclusão de 2 (dois) a 8 (anos), se:
a) resulta à vítima, em razão dos maus-tratos sofridos (ação ou omissão do agente que causa dano ao corpo ou a sua saúde da vítima, bem como humilha-la moralmente, seja deixando sem alimentação, sem possibilidade de asseio, sem agasalho para conter o frio, etc.) ou da natureza da detenção (insalubridade, presa com corda, algemas, exposição da vítima a perigo), grave sofrimento físico ou moral.
Na situação em que as duas modalidades de qualificadoras forem praticadas, aplicar-se-á a pena mais severa, no caso, a cominada para a conduta prevista no §2º, do art. 148, do CP.
	
Consentimento do ofendido
Como a liberdade é um bem de natureza disponível, caso haja consentimento da vítima, não há porque se falar em sequestro ou cárcere privado, desde que o consentimento não seja obtido por erro ou fraude.
Sequestro e roubo
Se para facilitar o roubo, a vítima foi privada de sua liberdade por pouco tempo, configura-se o fato como causa de aumento de pena no delito de roubo, segundo o inciso V, do § 2º, do art. 157, do CP.
Se a privação da liberdade foi por tempo prolongado, responde o agente por concurso material de crimes de roubo e sequestro ou cárcere privado.
Classificação doutrinária
Crime comum quanto ao sujeito ativo e passivo; doloso; comissivo ou omissivo impróprio; material; permanente; de forma livre; monossubjetivo; plurissubsistente (via de regra).
Bem jurídico: liberdade individual.
Objeto material: pessoa privada da liberdade.
Sujeito ativo: qualquer pessoa.
Sujeito passivo: qualquer pessoa.
Consumação: o crime é consumado com a efetiva impossibilidade de a vítima exercer o seu direito de liberdade, direito de ir, vir e permanecer onde quer.
Elemento subjetivo: dolo.
Ação penal pública incondicionada.
Dos crimes contra o patrimônio:
 
Furto – art. 155 
COMPLEMENTAR FURTO 
Furto – art. 155 – SEM VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA.
Subtrair = pegar para si.
O agente tem ânimo definitivo de ficar com a coisa.
Consumação: com a entrada da coisa na esfera de disponibilidade, da vítima e posse tranquila da coisa; mesmo que por alguns minutos.
Bem jurídico: patrimônio (propriedade, posse – livro da biblioteca, detenção – olha minha bicicleta, vou ali).
Objeto material: Coisa furtada. 
Furto com arrebatamento: Puxar o cordão, celular.
Chave falsa: instrumento utilizado par a abrir a porta que não seja a chave verdadeira.
Escalada: Meio anormal, usou de uma via anormal para adentra. Ex: túnel.
Destreza: Punguista, batedor de carteira.
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Roubo: 157 - Subtrair cosa alheia móvel, mediante violência física, grave ameaça (moral ou psicológica) ou qualquer outro meio que seja capaz de diminuir a resistência da vítima (anestésico, sonífero, hipnose)
Parágrafo 01 – roubo impróprio: a violência é empregada logo após a coisa ser havida pelo agente, para garantir a posse da coisa.
Parágrafo 02 – causas de aumento de pena:
Utilização de amar (própria ou imprópria) 
Arma: capacidade de ameaça. E potencial lesivo
Arma de brinquedo/desmuniciada ou estragada, sem capacidade para disparar, agente responde por roubo simples.
Parágrafo 03 – roubo qualificado: a violência que é aplicada no roubo, gera lesão corporal grave, gravíssima, ou morte.

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