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APG 7- NEM TUDO QUE SE TEM SE USA PROTOZOOSES INTESTINAIS SUMÁRIO 1 - GIARDIA LAMBLIA 2 - ENTAMOEBA HISTOLYTICA GIARDIA LAMBLIA PROTOZOOSES INTESTINAIS Definição Ciclo de Vida Fisiopatologia Manifestações Clínicas Diagnótico Tratamento Profilaxia 1 DEFINIÇÃO A giárdia lamblia causa giardíase, que tem como principal característica a presença de dois flagelos. Ela possui no seu ciclo a formação de trofoítos, mas se reproduz assexuadamente, ela é transmitida por água contaminada, alimentos e insetos, como baratas, com ciclo - oral - fecal. Esse protozoário tem como hábitat o intestino delgado, vivendo no duodeno e na porção inicial do íleo, ao contrário da amebíase, presensete no intestino grosso. 2- Desencapsulação - estômago e intestino delgado Após a ingestão , os cistos passam pelo estômago e chegam ao intestino delgado, onde as condições ácidas do estômago e a bile desencadeiam a liberação dos trofozoítas. 3-Formação de Cistos Em condições favoráveis, os profozoítas podem se transformar novamente em cistos, especialmente quando o ambiente intestinal se torna desfavorável, por exemplo, durante a passagem para o cólon. Os cistos são excretados nas fezes do hospedeiro. Os trofozoítas são a forma ativa e móvel do parasita, se aderem à mucosa intestinal, principalmente na parte superior do intestino delgado e, se multiplicam por divisão binária. A presença dos trofozoítas pode causar danos à mucosa intestinal , levando a sintomas como diarreia, dor abdominal, náuses e distensão abdominal. CICLO DE VIDA 1- Forma Cística Ingestão de cistos, que são a forma resistente do parasita, eles são altamente resistentes a condições adversas, como cloro e variações de temperatura. EPIDEMIOLOGIA A giardíase é uma das infecções intestinais mais comuns em todo o mundo, especialmente em áreas com saneamento inadequado, Cerca de 200 milhões de indivíduos apresentam giardíase sintomática na Ásia, na África e na América Latina, com 500.000 novos casos relatados a cada ano. FISIOPATOLOGIA Adesão e colonização: após a ingestão dos cistos, os trofozoítas se liberam no intestino delgado. Eles possuem estruturas adesivas chamadas discos adesivos, que permitem sua fixação à mucosa intestinal. Os trofozoítas se localizam principalmente na parte superior do intestino delgado, duodeno e jejuno, onde se multiplicam rapidamente. Destruição das Células Epiteliais: A adesão dos trofozoítas provoca danos diretos às células epiteliais intestinais, levando à destruição da microvilosidade e comprometendo a integridade da barreira intestinal. Inflamação: A presença do parasita desencadeia uma resposta inflamatória local, com infiltração de células imunes, como linfócitos e macrófagos, que podem contribuir para a lesão tecidual. Alteração da Microbiota: A infecção por Giardia pode alterar a composição da microbiota intestinal, favorecendo o crescimento de bactérias patogênicas e contribuindo para um estado de disbiose, que pode agravar os sintomas gastrointestinais. FISIOPATOLOGIA Imunidade Humoral e Celular: A infecção provoca uma resposta imune que inclui a produção de anticorpos IgA e IgG contra o parasita. No entanto, a capacidade de Giardia de evadir a resposta imune, através de variação antigênica, pode dificultar a eliminação do parasita. Citoquinas Inflamatórias: A ativação do sistema imunológico resulta na liberação de citocinas inflamatórias, que podem exacerbar a inflamação e contribuir para os sintomas clínicos. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Enterite aguda: diarreia com intensa dor abdominal do tipo cólica, que ocorre até 4 semanas do contato com os cistos. Enterite crônica: diarreias recidivantes, com aspecto mais de fezes amolecidas do que líquidas, flatos e dor abdominal tipo cólica. Nesse tipo de enterite pode haver úlceras entéricas. Marcadores de gravidade: desidratação grave, perda ponderal, deficiência de dissacaridase, síndrome disabsortiva e retardo no crescimento. DIAGNÓSTICO O diagnóstico se dá por identificação dos trofozoítas ou cistos da Giardia nas fezes, por métodos convencionais ou moleculares. Exame de rotina: exame de fezes a fresco ou após conservação em álcool ou formalina 10%. O ideal é a coleta de 3 amostras, em dias diferentes. Alguns testes de imunoensaios enzimáticos por ELISA estão disponíeis com sensibilidade e especificidade > 90%. PCR: para genes específicos detecta concentrações mínimas de até 10 parasitas/100 microlitros, sendo o PCR em tempo real útil para detectar infecções brandas ou assintomáticas. TRATAMENTO Tinidazol, secnidazol, ornidazol, minorazol: 2g, dose única, em adultos; 50mg/kg, também dose única, em crianças. Metronidazol: 250mg, 3x ao dia, durante 5 a 10 dias, em adultos; 5mg/kg/dia, por 5 a 10 dias, em crianças. ENTAMOEBA HISTOLYCA PROTOZOOSES INTESTINAIS Definição Ciclo Biologico Ciclo de Vida Manifestações Clínicas Diagnóstico Tratamento Profilaxia 2 Fisiopatologia Epidemiologia DEFINIÇÃO A amebíase é uma doença causada pela Entamoeba histolytica, uma ameba que tem como característica a capacidade de causar infecção no intestino grosso, combalte prevalência em baixas condições sanitárias, CICLO BIOLOGICO A. Forma pré- cística do parasito. B. Cisto jovem, com um só núcleo, corpos cromatóides e vacúolos de glicogênio. C. Cisto com dois núcleos. D. Cisto maduro, com quatro núcleos. E. Desencistamento. F. Formação de oito amébulas metacísticas G, H e I. Ciclo de multiplicação na luz do intestino. J, K e L. Ciclo reprodutivo na fase patogênica, nos tecidos do hospedeiro. CICLO DE VIDA - NÃO PATOGÊNICO Ingestão dos cistos Ocorre através de agua ou alimentos contaminados por fezes de indivíduos portadores Desencistamento no intestino delgado No íleo terminal, cada cisto tetranucleado libera oito amebas metacísticas Crescimento e multiplicação no intestino grosso As amebas metacísticas se alimentam e crescem, transformando-se em trofozoítos maduros Formação da fase pré - cística Algumas formas trofozoíticas reduzem sua atividade, se arredondam e dão origem à forma pré - cística, assegurando a propagação na amebíase os trofozoítos fagocitam bactérias e partículas nutritivas, multiplicando- se indefinidamente na luz intestinal Formação da fase pré - cística Algumas formas trofozoíticas reduzem sua atividade, se arredondam e dão origem à forma pré - cística, assegurando a propagação na amebíase Desencistamento no intestino delgado No íleo terminal, cada cisto tetranucleado libera oito amebas metacísticas Crescimento e multiplicação no intestino grosso As amebas metacísticas se alimentam e crescem, transformando-se em trofozoítos maduros CICLO DE VIDA - PATOGÊNICO Ingestão dos cistos Ocorre através de agua ou alimentos contaminados por fezes de indivíduos portadores Ciclo patogênico Algumas amebas invadem a mucosa intestinal e colonizam tecidos, tornando-se trofozoítos maiores Essas formas fagocitam hemácias e restos celulares, multiplicando-se por divisão binária e destruindo os tecidos os trofozoítos fagocitam bactérias e partículas nutritivas, multiplicando- se indefinidamente na luz intestinal Formação da fase pré - cística Algumas formas trofozoíticas reduzem sua atividade, se arredondam e dão origem à forma pré - cística, assegurando a propagação na amebíase Desencistamento no intestino delgado No íleo terminal, cada cisto tetranucleado libera oito amebas metacísticas Crescimento e multiplicação no intestino grosso As amebas metacísticas se alimentam e crescem, transformando-se em trofozoítos maduros CICLO DE VIDA - PATOGÊNICO Ingestão dos cistos Ocorre através de agua ou alimentos contaminados por fezes de indivíduos portadores Ciclo patogênico Algumas amebas invadem a mucosa intestinal e colonizam tecidos, tornando-se trofozoítos maiores Essas formas fagocitam hemácias e restos celulares, multiplicando-se por divisão binária e destruindo os tecidos os trofozoítos fagocitam bactérias e partículas nutritivas, multiplicando-se indefinidamente na luz intestinal EPIDEMIOLOGIA Segundo a Organização Mundial da Saúde, em 2011, estima-se que 50 milhões de pessoas no mundo tiveram infecções por esse protozoário. No mundo todo, a E. histolytica é a segunda causa mais comum de morte relacionada a infecções parasitárias, após a malária. FISIOPATOLOGIA Tanto trofozoítos como cistos são encontrados no lúmen intestinal, mas apenas os trofozoítos da E. histolytica invadem os tecidos Os trofozoítos se ligam ao muco colõnico e células epiteliais por meio da lectina de adesão Gal/GalNAc, liberando glicosidases e proteases que causam degradação de polímeros da mucosa. As cisteínas proteinases extracelulares degradam colágeno, elastina, IgA, IgC e as anafilatoxinas C3a e c5a. Após a ruptura da camada mucosa, os trofozoítos danificam a mucosa por meio de citotoxicidade dependente do contato e independente do contato. A citotoxicidade dependente do contato é atribuível à indução de morte celular apoptótica; morte celular mediada por trogocitose, ingestão de fragmentos de células vivas, e lise de células inflamatórias, células colônicas e células hepáticas por meio da liberação de fosfolipase A e peptídeos formadores de poros. FISIOPATOLOGIA Nas áreas de erosão epitelial inicia-se a invasão das amebas, preferencialmente através do epitélio intergranular. Em sua passagem até as camadas internas da mucosa intestinal. Em sua passagem até as camadas internas da mucosa intestinal, as amebas lisam células e degradam componentes da matriz extracelulas. A morte de neutrófilos recrutados para a lesão resulta na liberação de mais citocinas inflamatórias, como o fator de necrose tumoral (TNF) - alfa, contribuindo para agravar a inflamação e a destruição celular, com consequente aumento da permeabilibade intestinal. As amebas que invadem os tecidos colonizam nas paredes intestinais: mucosa e submucosa do ceco, do reto, do sigmóide e outras porções do intestino delgado; mais raramente o delgado (íleo), o fígado, os pulmões e a pleura, o cérebro, a pele etc. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS O quadro clínico da amebíase inicia-se após quatro a seis semanas da ingestão dos ovos Forma Intestinal: a ameba tem preferência pelo intestino grosso, essa forma pode ser dividida em 3 tipos: Disenteria amebiana aguda: diarreia mucossanguinolenta, associada a febre, náuseas e tenesmo, presença de forte dores intestinais. Disenteria amebiana crônica: a diarreia pode ser ocasional, mas persistente, simulando um quadro de doença inflamatória. Ameboma: há o depósito de amebas no intestino, com consequente granuloma no tecido, levamdo a estenoses e até mesmo suboclusão intestinal. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Forma Extraintestinal: infecção de outros órgão secundariamente por E. hystolitica. O fígado pode ser atingindo por disseminação sistêmica causanado o abscesso amebiano de fígado, que pode ser chamado corretamente de necrose amebiana de fígado, e se caracteriza pelo seu início súbito, com dor no hipocôndrio direito que aumenta à inspiração profunda, geralmente acompanhada de febre e raramente icterícia. O pulmão direito geralmente é atingindo por contiguidade ou extensão, pelo diafragma, a partir de lesões hepáticas, as lesões pulmonares apresentam também aspecto necrótico e podem ser múltiplas. Em casos graves, porém relativamente raros, o cérebro também pode apresentar focos necróticos, eventualmente a pele, sobretudo a região perianal, pode ser afetada. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Forma Extraintestinal - Sinais e Sintomas Forma Intestinal - Sinais e Sintomas infecção assintomática infecção sintomática (dor abdominal, diarreia aquosa) não invasiva disenteria colite fulminante megacólon tóxico colite crônica não disentérica ameboma ulceração perianal MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Forma Extraintestinal - Sinais e Sintomas abscesso hepático doença pleuropulmonar peritonite abscesso cerebral doença geniturinária Pesquisa de trofozoítos ou cistos nas fezes Exame de Faust Aspirado de abcesso ou raspado intestinal Em exame de colonoscopia ou retossigmoidoscopia, possivelmente útil, em especial em estenoses suspeitas de forma crônica Biópsia de tecido Achado de trofozoítos dentro de hemácias, devendo-se solicitar para qualquer abscesso em investigação - inclusive cerebral Mertiolato - Iodeto - Formalina (MIF) Colaboração específica que aumenta o diagnóstico para 80% no exame de fezes a fresco Sorologia para ameba Detecção de anticorpos em fase aguda, cada vez mais utilizada e realizada por ELISA, sendo negativa após 6 meses da doença. Exames de imagem em abscessos Ressonância ou tomografia, com investigação principalmente nos casos de febre de origem não determinada DIAGNÓSTICO TRATAMENTO Metronidazol: 35 a 50mg/kg/dose, 3 vezes ao dia por. 7 a 10 dias. Em adultos, 500mg, 3 vezes ao dia, por 7 dias. Em formas graves e extraintestinais, é preferido, podendo ser utilizado por até 21 dias, com média entre 10 e 14 dias Secnidazol: 2g, em comprimidos de 1g, em dose única. Não usar no primeiro trimestre da gestação. é preferido pela facilidade de ingestão. Tinidazol: 50mg/kg/d, por 3 dias, dose máxima de 2g. Teclozana: 100 mg, a cada 8 horas, por 5 dias. A droga de escolha para tratamento intraliminal. Nitazoxanida: 500mg, a cada 12 horas, por 3 dias. A sua ação é menos efetiva do que a dos imidazólicos e é questinável quanto à sua efetividade.