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«Posfácio à tradução das Memórias Póstumas de Brás Cubas' de Machado de Assis» e «A Literautra Portuguesa da Actualidade»); DIE WAHRHEIT DER DICHTER (1959): KUNST UNO SPIEL. FÜNF GoETHE-STUDIEN (1960). Ainda depois da partida, o espírito de W. Keuser, graças à diligente dedicação de sua Esposa, con- tinua a visitar-nos, com a publicação das suas lições sobre História do Verso Alemão (GESCHICHTE OES OEUTSCHEN VERSES; 1960) e sobre o Fausto de Goethe, (FAUSTKOLLEG, nachgezeichnet von Ursula Kayser, Gotinga, 1962) o último curso por ele regido, interrom- pido definitiva e simbolicamente, ao que leio, com a interpretação da descida de Fausto ao Reino das Mães. Também dele - o mago-intérprete - se pode dizer, com o herói de Goethe: In reícher Spende lâsst er, voll Vertrauen, Was jeder wünscht, das Wunderwürdíqe schauen. Coimbre, 10 de Fevereiro de 1963. PAULO QrnNTELA NOTA. - O texto da tradução foi, evidentemente, revisto mais uma vez, expurgado dos erros e gralhas que se notaram, melho- rado aqui e acolá com uma nova versão ou com algumas formu- lações que nos pareceram preferíveis às da edição anterior. A fotografia de W. Kayser que publicamos foi tirada enquanto ele pronunciava, em 11 de Novembro de 1959, o seu discurso na Universidade de Gotinga sobre «Schíller Poeta da Grandeza». NOTA PRÉVIA DO TRADUTOR O texto da versão portuguesa deste livro (que em I.a edição há dez anos apareceu, em 2 volumes, nesta mesma colecçêo com o título Fundamentos da Inter- pretação e da Análise Literária) [oi agora subme- tido a meticulosa revisão pelo da e» edição alemã (Das sprachliche Kunstwerk - Eíne Einführung in díe Líteraturwíssenschaft, oierte Auflage, Frencke Verlag Bem, 1956). Da extensão e validade - mesmo da necessidade - dessa revisão poderá fàcilmente fazer ideia quem queira der-se ao trabalho de confrontar, ao acaso, qualquer pequeno número de páginas. Poderá também verificar, ocasionalmente, vários ectescentos, alguns substanciais. Julgámos conveniente, por mais lógica e mais con- forme ao desenvolvimento da matéria e à natureza do método, a alteração do título português primitivo. Não vale a pena falar em eventuais adições biblio- gráficas, uma vez que não houve preocupação - nem haveria a possibilidade - de ser exaustivo. Houve, sim, a de fixar a terminologia e o vocabulário técnico da ciência literária, a partir da nomenclatura alemã, indubitàvelmente a mais rigorosa e diferenciada.' Bem sabemos que não fomos além da tentativa e que essa x tarefa não pode ser, em definitivo, obra de um só. Mas é preciso que alguém comece ... Aí fica, nesse campo, o nosso contributo que desejaríamos ver discutido, pre- cisamente porque o sabemos discutível. Coimbre, Fevereiro de 1958. PAULO QUlNTELA PREFACIO À t » EDIÇÃO PORTUGUESA Como todas as ciências, a da literatura vê-se, de vez em quando. forçada a uma revisão das suas con- cepções besileres. Hoje. perece-nos bem evidente o facto de ela ter entrado numa nova fase da sua história. Pouco a pouco impôs-se, de novo. a convicção de ser necessário colocar no centro da ectividede científica os problemas contidos no próprio fenómeno «literário». ofuscados pela investigação dos últimos cinquenta anos. Esta costumava considerar uma obra como manifestação de [enômenos extra-literários e eproveiteve-se dela para chegar ao esclarecimento de [ectotes como autor. geração. corrente ideológica. classe social, época. ou ainda determinados problemas e ideies. Em oposição a esta tendência implantou-se, cada vez mais. a crença de que a verdadeira missão e mais própria tarefa da interpretação consiste em estudar a obra literária como tal. em compreender a sua existência autónoma e escla- recer as leis que determinam a sua organização. Os impulsos que conduziram a essa nova ou. até certo ponto. antiga concepção dos estudos literários. têm vindo de todos os lados. reunindo-se e organizando-se já há alguns anos. Basta apontar os congressos internacio- nais. realizados pela «Comission Internationale d'Hís- toíre Líttéraire», as novas revistas como eHelícon», eTrívíum». e outras. as novas «escolas» como a de XII Zurique, etc, Os resultados já alcançados pelos recentes esforços são de tal importância, que a profecia duma inevitável alteração de toda a historiografia literária parece justa e prestes a reelizer-se. Não será, por isso, prematura a tentativa de dar uma introdução aos métodos aplicados e nela, ao mesmo tempo, uma exposição do estado actual da investigação. O presente livro pretende ser isso mesmo. O seu plano foi determinado pela concepção besiler da obra literária como obra de arte plasmada na língua. Depois duma exposição analítica, na Primeira Parte, dos [enámenos elementares que dizem respeito ao conteúdo, ao verso, à língua e à composição, cheqe-se, na Segunda Parte, às forças sintéticas correspondentes ou seja: conteúdo ideológico, ritmo, estilo e qénero. Passando de uma à outra, observem-se as suas correlações até que, [inel- mente, no último capítulo se revela a sua determinação intrínseca pelo verdadeiro centro construtivo. Só a nova concepção metodológica tem a possibilidade de superar toda a análise inevitável por uma síntese definitiva. Para o leitor não sõmente conhecer os diferentes aspectos pela teoria, mas poder observar os respectivos métodos no seu trabalho prático, pareceu conveniente incluir várias interpretações, às vezes sob a forma de «excursos», Tirarem-se os exemplos, como acontece também com as referências no próprio texto, de prefe~ têncie das literaturas românicas e germânicas e, em alguns casos, da grega e da latina, pois o livro se des- tina, em primeiro lugar, a todos aqueles que se dedicam ao estudo de uma daquelas literaturas. Uma bibliografia completará a descrição dos pro- blemas e a exposição do estado actual da investi- XIII gação. Bibliografias deste género são sempre precárias e são-no sobretudo hoje em dia, dadas as dificuldades de obter informações bibliográficas e livros recém- -publicados. Contudo, precisamente estas dificuldades parecem aumentar a utilidade de um apêndice biblio- gráfico, por mais defeituoso que seja. A versão original do livro [oi escrita em alemão. Na versão portuguesa, muitas vezes não foi fácil a tra- dução de termos bem delimitados e que ocupam posição de destaque no texto. O autor tem de pedir indulgência, além disso, se a linguagem deixa transparecer até certo ponto a proveniência estrangeira. Muito sinceramente agradece a todos aqueles que o ajudaram, com tanta amabilidade, na elaboração penosa da versão defi- nitiva, sobretudo às Senhoras D. Maria Osswald e o-» D. Anna Arneud, D. Elvira Monteiro, D. Maria Manuela Sousa Marques, D. Maria Salomé Correia, D. Ruth Sen Pago Araújo. A quem o autor deve o maior auxílio é ao seu amigo Doutor Paulo Quintela que dispensou ao livro as suas grandes capacidades de estiliste, intérprete e cientista, tomando sobre si, e «sua sponte», o ingrato trabalho de ler todas as provas durante a composição. Resta ao autor uma última palavra de reconheci- mento e, na verdade, a mais profunda e mais expressiva. O Instituto para a Alta Cultura dignou-se aprovar o plano do livro, apresentado pelo autor, e conceder-lhe uma bolsa de estudo para a sua execução. Só desta maneira se criaram as condições que permitiram ao autor escrever o livro e realizar as suas intenções: ser útil ao leitor e, nomeadamente, à juventude académica, nos seus estudos literários. XIV Uma versão do livro em língua alemã, a qual diverge sobretudo nos exemplos práticos, está a sair sob o título Das sprachlíche Kunstwerk. Lisboa, no mês de Julho de 1948. WOLPGANG KAYSER PREFACIO A z» EDIÇÃO PORTUGUESA A presente edição difere considerêoelmente da pri- meira. O Doutor Paulo Quintela, que já a esta dedicara o seu auxílio, reviu agora o texto em tal medida que surgiu uma