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Apostila de Direito Processual Penal

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Direito Processual Penal 1/ NUMPAGES \*Arabic 1 
Prof. Josenildo Santos 
 
 
 
 SUMÁRIO 
 
PRINCÍPIOS GERAIS DO PROCESSO PENAL .......................... 10 
APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL ............................... 37 
INQUÉRITO POLICIAL ........................................................... 52 
AÇÃO PENAL .......................................................................... 87 
COMPETÊNCIA ..................................................................... 124 
SUJEITOS PROCESSUAIS ..................................................... 206 
PROVA ................................................................................. 211 
PRISÃO CAUTELAR ............................................................. 244 
MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO ................... 258 
LIBERDADE PROVISÓRIA .................................................... 261 
QUESTÕES E PROCESSOS INCIDENTES ............................... 285 
PROCEDIMENTOS ................................................................ 293 
SENTENÇA ........................................................................... 338 
CITAÇÃO, NOTIFICAÇÃO E INTIMAÇÃO ............................... 345 
RECURSOS EM PROCESSO PENAL ........................................ 352 
NULIDADES ......................................................................... 396 
AÇÕES AUTÔNOMAS DE IMPUGNAÇÃO ................................ 413 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA 
 
 
● AVENA, Norberto. Processo Penal Esquematizado. São Paulo: Método, 6ª 
edição, 2014. 
 
● CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. São Paulo: Saraiva, 21ª edição, 
2014. 
 
● DEMERCIAN, Pedro Henrique, e MALULY, Jorge Assaf. Curso de Processo 
Penal. Rio de Janeiro: Forense, 9ª edição, 2014. 
 
● GRECO FILHO, Vicente. Manual de Processo Penal. São Paulo: Saraiva, 10ª 
Edição, 2013. 
 
● GRINOVER, Ada Pellegrini; GOMES FILHO, Antônio Magalhães; FERNANDES, 
Antônio Scarance Fernandes. As Nulidades no Processo Penal. São Paulo: RT, 
12ª edição, 2011. 
 
● GRINOVER, Ada Pellegrini; GOMES FILHO, Antônio Magalhães; FERNANDES, 
Antônio Scarance Fernandes. Recursos no Processo Penal. São Paulo: RT, 7ª 
edição, 2011. 
 
● GRINOVER, Ada Pellegrini; GOMES FILHO, Antônio Magalhães; FERNANDES, 
Antônio Scarance Fernandes; GOMES, Luiz Flávio. Juizados Especiais Criminais. 
São Paulo: RT, 5ª edição, 2005. 
 
● JARDIM, Afrânio Silva. Direito Processual Penal. Rio de Janeiro: Forense, 11ª 
edição, 2007. 
 
● LIMA, Marcellus Polastri. Curso de Processo Penal. Rio de Janeiro: Lúmen 
Juris, 7ª edição, 2013. 
● LIMA, RENATO BRASILEIRO DE. Curso de Processo Penal. Rio de Janeiro: 
Impetus, 2014. 
 
 
 
● LIMA, RENATO BRASILEIRO DE. Curso de Processo Penal. Rio de Janeiro: 
Impetus, 1ª edição, 2013. 
● LOPES Jr., Aury. Direito Processual Penal. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 7ª Edição, 
2014. 
 
● MIRABETE, Júlio Fabbrini. Código de Processo Penal Interpretado. São 
Paulo: Atlas, 11ª edição, 2003. 
 
● MIRABETE, Júlio Fabbrini. Processo Penal. São Paulo: Atlas, 18ª edição, 2006. 
 
● MUCCIO, Hidejalma. Curso de Processo Penal. São Paulo: Método, 2ª edição, 
2011. 
 
● NUCCI, Guilherme de Souza. Código de Processo Penal Comentado. São 
Paulo: Forense, 13ª, edição, 2014. 
 
● NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Processo e Execução Penal. São 
Paulo: Forense, 11ª edição, 2014. 
 
● OLIVEIRA, Eugênio Pacelli. Curso de Processo Penal. São Paulo: Atlas, 18ª 
edição, 2014. 
 
● PACHECO, Denilson Feitoza. Direito Processual Penal: Teoria, Crítica e 
Práxis. Niterói: Impetus, 7ª edição, 2010. 
 
● RANGEL, Paulo. Direito Processual Penal. São Paulo: Atlas, 22ª edição, 2014. 
 
● SILVA JUNIOR, Walter Nunes da. Curso de Direito Processual Penal Teoria 
(Constitucional) do Processo Penal. Rio de Janeiro: Renovar, 1ª edição, 2008. 
 
● TÁVORA, Nestor, e Alencar, Rosmar Antonni Rodrigues C. de. Curso de Direito 
Processual Penal. Salvador: Juspodivm, 9ª edição, 2014. 
 
● TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Código de Processo Penal 
Comentado, 2 volumes. São Paulo: Saraiva, 13ª edição, 2010. 
 
 
 
● TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo Penal, 4 volumes. São Paulo: 
Saraiva, 35ª edição, 2013. 
 
● TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Manual de Processo Penal. São 
Paulo: Saraiva, 16ª edição, 2013. 
 
● TOURINHO NETO, Fernando da Costa, e FIGUEIRA JUNIOR, Joel Dias. Juizados 
Especiais Cíveis e Criminais. São Paulo: RT, 7ª edição, 2011. 
 
 
 
SOBRE A REFORMA TÓPICA DE 2008 
 
BONFIM, Edilson Mougenot, e PARRA NETO, Domingos. O Novo Procedimento 
do Júri. São Paulo: Saraiva, 2009. 
 
FEITOZA, Denilson Pacheco. Reforma Processual Penal – Leis 11.689/2008, 
11.690/2008 e 11.719/2008 – Uma Abordagem Sistêmica. Niterói: 
Impetus, 2008. 
 
GIACOMOLLI, Nereu José. Reformas (?) do Processo Penal: considerações 
críticas: provas, ritos processuais, júri, sentenças. Rio de Janeiro: Lumen 
Juris, 2008. 
 
MAMELUQUE, Leopoldo. Manual do Novo Júri. São Paulo: RT, 2009. 
 
MENDONÇA, Andrey Borges. Nova Reforma do Código de Processo Penal. 
São Paulo: Metodo, 2ª edição, 2009. 
 
MOURA, Maria Thereza Rocha de Assis (Coord.). As Reformas no Processo 
Penal. São Paulo: RT, 2009. 
 
NUCCI, Guilherme de Souza. Tribunal do Júri. São Paulo: RT, 2008. 
 
SILVA JUNIOR, Walter Nunes da. Reforma Tópica do Processo Penal: 
Inovações aos Procedimentos Ordinário e Sumário, com o Novo Regime 
das Provas e Principais Modificações do Júri. Rio de Janeiro: Renovar, 2009. 
 
 
 
SOBRE A REFORMA TÓPICA DE 2011 
 
BONFIM, Edilson Mougenot. Reforma do Código de Processo Penal – 
Comentários à Lei nº. 12.403, de 4 de maio de 2011. São Paulo: Saraiva, 
2009. 
 
FERNANDES, Og (Coord.). Medidas Cautelares no Processo Penal – Prisão e 
suas Alternativas. São Paulo: RT, 2011. 
 
GOMES, Luiz Flávio et alli. Prisão e Medidas Cautelares. São Paulo: RT, 1ª 
edição, 2011. 
 
LIMA, Marco Antônio Ferreira, e NOGUEIRA, Ranieri Ferraz. Prisões e Medidas 
Liberatórias. São Paulo: Atlas, 1ª edição, 2011. 
 
LIMA, Renato Brasileiro. Nova Prisão Cautelar. Niteroi: Impetus, 2011. 
 
MENDONÇA, Andrey Borges. Prisão e Outras Medidas Cautelares Pessoais. 
São Paulo: Metodo, 1ª edição, 2011. 
 
NUCCI, Guilherme de Souza. Prisão e Liberdade. São Paulo: RT, 1ª edição, 
2011. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRINCÍPIOS GERAIS DO PROCESSO PENAL 
 
 
1. Oficialidade 
a) Conteúdo: persecução penal atribuída a órgãos do Estado; 
b) Autoritariedade e atuação ex-officio, como conseqüências. 
 
2. Obrigatoriedade ou legalidade 
a) Definição; 
b) A questão da insignificância do fato; 
c) Quem faz o controle; 
d) Princípio da conveniência ou oportunidade como antagônico e exceção na ação 
de iniciativa privada; 
e) Mitigação pela Lei 9.099/95. 
 
3. Indisponibilidade 
a) Conteúdo; 
b) Fases inquisitiva (art. 17), processual (art. 42) e recursal (art. 576); 
c) Ação de iniciativa privada como exceção; 
d) Suspensão condicional como outra pretensa exceção ou flexibilização - art. 89, 
Lei 9.099/95. 
 
4. Verdade real ou material 
 
a) Delimitação; 
b) Hipóteses de restrição: Inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra 
e da imagem das pessoas (art. 5º, X, CF), inviolabilidade do domicílio (art. 5º, XI, 
CF), inviolabilidade da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados 
e das comunicações telefônicas (art. 5º, XII, CF), pessoas dispensadas de depor 
(art. 206, CPP), pessoas proibidas de depor (art. 207, CPP), limitações à exceção 
da verdade (art. 138, § 3º, CP), inadmissibilidade de revisão pro societate (art. 
621, CPP), certidão de óbito como único meio admissível de provar a morte do réu 
para fins de extinção da punibilidade(art. 62, CPP), vedação da juntada de 
documentos em determinadas fases (v.g. art. 479, CPP) 
 
 
 
 
INCONSTITUCIONALIDADE DA FIGURA DO JUIZ INQUISIDOR INSTITUÍDA 
PELA LEI Nº. 9.034/95 
 
O Tribunal, por maioria, julgou procedente em parte o pedido formulado em ação direta 
ajuizada pelo Procurador-Geral da República contra o art. 3º da Lei 9.034/95, que conferia 
ao juiz competência para diligenciar pessoalmente nos procedimentos de investigação e 
obtenção de provas nas persecuções penais relativas a atos de organizações criminosas, 
nas hipóteses em que houvesse possibilidade de violação de sigilo. Preliminarmente, o 
Tribunal considerou prejudicada a ação direta no ponto em que autorizava o acesso a 
dados, documentos e informações bancárias e financeiras, em razão da superveniência da 
LC 105/2001, hierarquicamente superior, que regulou integralmente a questão, revogando 
a norma impugnada por incompatibilidade. Em seguida, no que se refere aos dados, 
documentos e informações fiscais e eleitorais, o Tribunal julgou procedente o pedido, 
por ofensa ao princípio do devido processo legal, por entender que a coleta 
pessoal de provas desvirtua a função do juiz, de modo a comprometer a 
imparcialidade deste no exercício da prestação jurisdicional. Vencido o Min. Carlos 
Velloso, que julgava improcedente o pedido, por considerar que o caráter público do 
processo não proibiria, em hipóteses excepcionais, a participação ativa do juiz na busca da 
verdade material (Lei 9.034/95, art. 3º: "Nas hipóteses do inciso III do art. 2º desta Lei, 
ocorrendo possibilidade de violação de sigilo preservado pela Constituição ou por lei, a 
diligência será realizada pessoalmente pelo juiz, adotado o mais rigoroso segredo de 
justiça." - "art. 2º - Em qualquer fase de persecução criminal que verse sobre ação 
praticada por organizações criminosas são permitidos, além dos já previstos na lei, os 
seguintes procedimentos de investigação e formação de provas: ... III - o acesso a dados, 
documentos e informações fiscais, bancárias, financeiras e eleitorais."). ADI 1570/DF, rel. 
Min. Maurício Corrêa, 12.2.2004.(ADI-1570) 
 
NO SENTIDO DE QUE A VERDADE MATERIAL JUSTIFICA QUE O JUIZ FORMULE 
SUAS PERGUNTAS ANTES DOS QUESTIONAMENTOS DAS PARTES 
 
In casu, iniciada a audiência de instrução, o magistrado singular indeferiu o pedido do 
Ministério Público (MP), ora impetrante, de que fosse primeiramente deferida às partes a 
possibilidade de inquirir as testemunhas, nos termos do art. 212 do CPP, com a nova 
redação dada pela Lei n. 11.690/2008. Diante disso, o MP propôs reclamação no Tribunal 
a quo, apontando error in procedendo, contudo o pleito foi improvido. Adveio daí o habeas 
corpus, no qual se alega nulidade absoluta do referido ato processual por inobservância 
das regras contidas no mencionado dispositivo legal. No caso, o juiz de primeiro grau 
concedeu às partes a oportunidade de questionar as testemunhas diretamente. A ausência 
dessa fórmula, para o Min. Og Fernandes (voto vencedor), gera a nulidade absoluta do 
ato, pois afeta o interesse público e a garantia da aplicação dos princípios do devido 
processo legal, da celeridade processual e da prestação jurisdicional justa e imparcial. 
Entretanto, segundo o Ministro, ainda que se admita que a nova redação do art. 212 do 
CPP tenha estabelecido uma ordem de inquiridores de testemunhas, à luz de uma 
interpretação sistemática, a não observância dessa regra pode gerar, no máximo, 
nulidade de natureza relativa, por se tratar de simples inversão, dado que não 
 
 
foi suprimida a possibilidade de o juiz efetuar as suas perguntas, ainda que 
subsidiariamente, para o esclarecimento da verdade real, sendo certo que, na 
espécie, o interesse protegido é exclusivo das partes. Ademais, este Superior Tribunal já 
se manifestou no sentido de que a mera inversão da ordem de atos procedimentais, por si 
só, não enseja nulidade do feito. Destarte, não se pode olvidar ainda o disposto no art. 
566 do CPP. Na hipótese, em nenhum momento, o impetrante explicitou qual o prejuízo 
causado à acusação ou à defesa pelo fato de o juiz haver iniciado as perguntas às 
testemunhas ouvidas, até porque sustenta, o tempo todo, a tese de que se cuida de 
nulidade absoluta. De qualquer forma, ainda que ad argumentandum, ressaltou o Ministro 
que a ocorrência de condenação não demonstra, por si, a relação causal exigida no 
verbete da Súm. n. 523-STF, nem transforma a natureza do error in procedendo. Com 
esses fundamentos, a Turma, ao prosseguir o julgamento, por maioria, denegou a ordem. 
Contudo, a Min. Relatora, vencida, concedia a ordem, entendendo que a nulidade 
suscitada é de natureza absoluta, acentuando que uma das grandes diretrizes da reforma 
processual penal em marcha é o prestígio do princípio acusatório, por meio do qual se 
valoriza a imparcialidade do juiz, que deve ser o destinatário da prova, e não seu 
produtor, na vetusta feição inquisitiva. HC 121.215-DF, Rel. originária Min. Maria 
Thereza de Assis Moura, Rel. para o acórdão Min. Og Fernandes, julgado em 
1º/12/2009. 
 
5. Iniciativa das partes e impulso oficial 
a) Definição 
b) A inércia (revogação do procedimento judicialiforme para as contravenções – 
art. 531, CPP – e para o homicídio culposo e a lesão corporal culposa – Lei 
4.611/65) e o dever-poder de movimentação de ofício. 
 
6. Favor rei, favor innocentiae ou favor libertatis 
a) Conteúdo: forma de resolver o conflito entre o jus puniendi e o jus libertatis 
b) O In dubio pro reo: conseqüências 
c) Exemplos da manifestação do princípio: a existência de recursos privativos da 
defesa (art. 607 – revogado pela Lei 11.689/2008 - e art. 609, parágrafo único, 
CPP), a vedação da reformatio in pejus de maneira a só beneficiar a defesa (art. 
617, CPP), o empate no julgamento dos recursos e dos habeas corpus favorece o 
réu/paciente (art. 615, § 1º, e 664, parágrafo único, CPP), a revisão criminal 
exclusivamente pro reo (art. 621, CPP) 
 
7. Correlação entre a acusação e a sentença 
a) Conteúdo: o juiz não se pronuncia sobre o que não foi solicitado 
b) Emendatio libelli 
c) Mutatio libelli 
d) Conseqüências da inobservância do princípio 
 
 
 
A causa de aumento de pena não pode ser presumida pelo julgador, devendo o 
fato que a configurar estar descrito pormenorizadamente na denúncia ou 
queixa. O princípio da correlação entre acusação e sentença, também chamado 
de princípio da congruência, representa uma das mais relevantes garantias do direito 
de defesa, visto que assegura a não condenação do acusado por fatos não descritos na 
peça acusatória. É dizer, o réu sempre terá a oportunidade de refutar a acusação, 
exercendo plenamente o contraditório e a ampla defesa. É certo que, a teor do disposto 
no art. 383 do CPP, o acusado se defende dos fatos que lhe são atribuídos na denúncia ou 
queixa, e não da capitulação legal, razão pela qual o juiz poderá, sem modificar a 
descrição fática, atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que tenha de aplicar pena 
mais grave. Contudo, o fato que determina a incidência do preceito secundário da 
norma penal deverá estar descrito na peça acusatória, com o objetivo de 
viabilizar o contraditório e a ampla defesa. Autorizar a presunção de causa de 
aumento de pena, sem qualquer menção na exordial, configura inversão do sistema de 
ônus da prova vigente no ordenamento processual, visto que seria imposto à defesa o 
dever de provar a inexistência dessa circunstância, e não à acusação o ônus de 
demonstrá-la. Precedentes citados: HC 149.139-DF, DJe 2/8/2010; HC 139.759-SP, DJe 
1º/9/2011. REsp 1.193.929-RJ, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 27/11/2012. 
 
e) A questão do art. 408, CPP (O art. 411, § 3º, CPP, com redação dada pela Lei 
11.689/2008 pôs fim à controvérsia) 
 
HABEAS CORPUS. PROCESSO PENAL. HOMICÍDIO. JÚRI. CONCURSO DE PESSOAS. RÉUS 
DENUNCIADOSPOR AUTORIA E PARTICIPAÇÃO. JULGAMENTO DESMEMBRADO. 
ABSOLVIÇÃO DO PARTÍCIPE. JULGAMENTO DO SEGUNDO RÉU, QUE, EM PLENÁRIO, 
INVERTE A ACUSAÇÃO INICIALMENTE POSTA NA DENÚNCIA, ASSUMINDO A 
PARTICIPAÇÃO NO EVENTO CRIMINOSO E IMPUTANDO AO PARTÍCIPE ABSOLVIDO A 
AUTORIA MATERIAL DO DELITO. ABSOLVIÇÃO. SEGUNDA DENÚNCIA EM 
CONFORMIDADE COM A NOVA VERSÃO DOS FATOS. ALEGAÇÃO DE AFRONTA À COISA 
JULGADA. INTELIGÊNCIA DO ART. 110, § 2º, DO CPP. VINCULAÇÃO OBRIGATÓRIA 
ENTRE PRONÚNCIA-LIBELO-QUESITAÇÃO. INAPLICABILIDADE DO ART. 384, CAPUT E 
PARÁGRAFO ÚNICO, NA SEGUNDA FASE DO RITO DO JÚRI (JUDICIUM CAUSAE). 1. A 
ofensa à coisa julgada exige a identidade de causa, caracterizada pela identidade do fato, 
sendo que esta não se verifica no caso de alteração de um dos elementos que o constitui 
(tempo, lugar, conduta imputada ao agente). 2. A absolvição, pelo Conselho de 
Sentença, da imputação de participação no crime de homicídio -- pela entrega 
da arma e auxílio à fuga -- não veda a possibilidade de nova acusação pela 
autoria material. Da mesma forma, a absolvição, pelo Júri, da imputação de 
autoria material do crime de homicídio não faz coisa julgada impeditiva de o 
acusado responder a nova ação penal (agora como partícipe) pelo mesmo crime 
cuja autoria material é imputada a outrem. Novas imputações que não 
passaram pelo crivo do Conselho de Sentença não configuram identidade de 
fato apta a caracterizar a coisa julgada (art. 110, § 2º, do CPP). Precedentes. 3. O 
procedimento do Júri, marcado por duas fases distintas e procedimentos específicos, exige 
 
 
a correlação obrigatória entre pronúncia-libelo-quesitação. Correlação, essa, que decorre 
não só da garantia da ampla defesa e do contraditório do réu -- que não pode ser 
surpreendido com nova imputação em plenário --, mas também da necessidade de 
observância à paridade de armas entre acusação e defesa. Daí a impossibilidade de 
alteração, na segunda fase do Júri (judicium causae), das teses balizadas pelas partes na 
primeira fase (judicium accusationis), não dispondo o Conselho de Sentença dos amplos 
poderes da mutatio libelli conferidos ao juiz togado. 4. Habeas corpus indeferido. (HC 
82980/DF - Relator(a): Min. CARLOS BRITTO, Julgamento: 17/03/2009, 
Órgão Julgador: Primeira Turma, DJe-200 DIVULG 22-10-2009 PUBLIC 23-10-
2009, EMENT VOL-02379-03 PP-00579) 
 
O TRIBUNAL NÃO PODE APLICAR O ART. 384, CPP 
Consta da denúncia que o recorrido teria arrancado o relógio da vítima (avaliado em R$ 
150,00) e, após, empreendido fuga, mas, em ato contínuo, a vítima reagiu e o perseguiu, 
oportunidade em que travaram luta corporal. Por isso, ele foi denunciado pela prática do 
crime de roubo impróprio tentado, visto que, segundo a exordial, a violência só foi 
perpetrada após a subtração da res furtiva, com o fito de garantir-lhe a posse. Contudo, 
no especial, o Parquet almeja a condenação do recorrido por tentativa de roubo simples 
ao argumento de que, desde o início, a vítima sofreu a violência para que se viabilizasse a 
subtração de seu patrimônio. Para tanto, haveria necessidade de aplicar o art. 384 do CPP 
(mutatio libelli) em segunda instância, o que é objetado pela Súm. n. 453-STF. Dessarte, 
visto não se adequar a conduta imputada ao tipo penal do art. 157, caput, do CP e ser 
impossível a mutatio libelli no recurso especial, é impossível a condenação do recorrido 
por tentativa de roubo simples. Também não há como restabelecer a sentença que o 
condenou por tentativa de roubo impróprio, porque se mostra incontroverso, no acórdão 
recorrido, que não houve emprego de violência para a manutenção da posse da res, 
circunstância elementar do tipo. Anote-se que o princípio da insignificância não deve ser 
aplicado ao caso, pois não se pode reconhecer a irrelevância penal da conduta. Assim, ao 
considerar a primariedade do réu e o pequeno valor da coisa furtada, o recorrido deve ser 
condenado às sanções do furto privilegiado tentado, sendo suficiente aplicar-lhe a pena de 
multa. REsp 1.155.927-RS, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 18/5/2010. 
 
O Tribunal, considerado o empate na votação, concedeu, em parte, habeas corpus em 
favor de condenado pela prática dos crimes previstos no art. 157, § 2º, I e II, e § 3º, do 
CP, para que, proferida nova sentença, se exclua a possibilidade de aplicação do disposto 
no art. 384 do CPP e o reconhecimento do crime previsto no art. 157, § 3º, do CP. 
Tratava-se, na espécie, de writ impetrado pela Defensoria Pública da União contra acórdão 
do STJ que, em apreciação de idêntica medida, afastara a alegação de reformatio in pejus 
no acórdão do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro que, acolhendo apelação 
interposta pelo paciente e por co-réus, determinara a baixa dos autos para que fosse 
observado o disposto no art. 384 e seu parágrafo único, do CPP, ao fundamento de que o 
evento morte não constara da denúncia e o paciente fora condenado, também, por roubo 
qualificado pelo resultado morte (CPP: “Art. 384. Se o juiz reconhecer a possibilidade de 
nova definição jurídica do fato, em conseqüência de prova existente nos autos de 
 
 
circunstância elementar, não contida, explícita ou implicitamente, na denúncia ou na 
queixa, baixará o processo, a fim de que a defesa, no prazo de 8 (oito) dias, fale e, se 
quiser, produza prova, podendo ser ouvidas até três testemunhas. Parágrafo único. Se 
houver possibilidade de nova definição jurídica que importe aplicação de pena mais grave, 
o juiz baixará o processo, a fim de que o Ministério Público possa aditar a denúncia ou a 
queixa, se em virtude desta houver sido instaurado o processo em crime de ação pública, 
abrindo-se, em seguida, o prazo de 3 (três) dias à defesa, que poderá oferecer prova, 
arrolando até três testemunhas.”) — v. Informativo 483. Salientando o fato ter havido 
recurso exclusivo da defesa, entendeu-se que o acórdão teria contrariado o Verbete 453 
da Súmula do STF (“Não se aplicam à segunda instância o art. 384 e parágrafo único do 
Código de Processo Penal, que possibilitam dar nova definição jurídica ao fato delituoso, 
em virtude de circunstância elementar não contida, explícita ou implicitamente, na 
denúncia ou queixa.”), já que estaria possibilitando a alteração dos parâmetros da 
acusação, e legitimando uma condenação mais gravosa ao paciente. Vencidos os Ministros 
Menezes Direito, relator, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Eros Grau e Carlos Britto, 
que denegavam a ordem, ao fundamento de não haver falar-se em reformatio in pejus 
nem em prejuízo com relação à defesa no que concerne ao referido Enunciado, haja vista 
que tanto o TJ/RJ quanto o STJ assinalaram que houvera preliminar da defesa, apontando 
a irregularidade na sentença, e também porque tal Verbete teria vedado apenas que a 2ª 
instância fizesse a aplicação do art. 384 e parágrafo único do CPP, mas não que 
reconhecesse a nulidade da sentença de 1º grau que não observasse o dispositivo. 
HC 92464/RJ, rel. orig. Min. Menezes Direito, rel. p/ o acórdão Min. Marco Aurélio, 
18.10.2007. (HC-92464) 
 
NULIDADE DA SENTENÇA POR INOBSERVÂNCIA DA REGRA DO ART. 384, 
PARÁGRAFO ÚNICO (antes da reforma), DO CPP 
O paciente foi denunciado pela prática do crime de furto tentado, porque “arrebatou” da 
lesada o cordão que trazia no pescoço, após lhe solicitar dinheiro, no que não foi 
atendido. Daí, a classificação jurídica atribuída aos fatos pela Acusação Pública como 
incurso no art. 155, caput, c/c o art. 14, II, ambos do Código Penal. Em suas alegações 
finais, contudo, afirmou a caracterização do crime de roubo, que, a seu ver, como também 
entendeu o juiz de primeiro grau, estava descrito na denúncia de modo a ensejar a 
incidência do princípio iura novit curia. Para o Min. Relator “arrebatar” não significa 
necessariamente o emprego de força contra a vítima e, menos ainda, por isso, a violência-
meio do crime de roubo. Por outro lado,a significação vária de termo, por certo, não 
permite afirmar, em casos tais como o dos autos, que a descrição objetiva dos fatos é 
diversa do fato criminoso apontado na classificação jurídica do fato-crime. Demais disso, 
tal significação múltipla do termo, referindo-se à dimensão fáctica do delito, exclui a 
certeza da imputação que se faz ao réu, inibindo o exercício do direito de defesa, 
assegurado na Constituição Federal. Em suma, não se pode afirmar descrito o crime de 
roubo pelo só fato de que o verbo arrebatar também pode significar a violência-meio 
desse ilícito complexo. Há, pois, evidente nulidade da sentença, devendo o juiz, se a 
instrução criminal revelou circunstância não contida explícita ou implicitamente na 
denúncia, que, além, importe aplicação de pena mais grave, baixar os autos ao Ministério 
Público para aditamento da inicial. Assim, a Turma concedeu a ordem para anular a 
 
 
sentença condenatória e determinar a observância do disposto no art. 384, parágrafo 
único, do CPP, deferindo ao paciente liberdade provisória mediante termo de 
compromisso, a ser firmado em juízo, de comparecimento nas datas designadas e de não 
mudar de residência sem antecedente comunicação, sob pena de revogação da medida. 
HC 89.443-MG, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, julgado em 29/11/2007. 
 
8. Duração razoável do processo: Fundamento constitucional (art. 5º, 
LXXXVIII, CF) e reflexos no Processo Penal 
 
Ver. Art. 22, da Lei 12.850/2013 (Organizações criminosas): 
Os crimes previstos nesta Lei e as infrações penais conexas serão apurados mediante 
procedimento ordinário previsto no Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 
(Código de Processo Penal), observado o disposto no parágrafo único deste artigo. 
Parágrafo único. A instrução criminal deverá ser encerrada em prazo razoável, o qual não 
poderá exceder a 120 (cento e vinte) dias quando o réu estiver preso, prorrogáveis em até 
igual período, por decisão fundamentada, devidamente motivada pela complexidade da 
causa ou por fato procrastinatório atribuível ao réu. 
 
O PRINCÍPIO JUSTIFICA ORDEM PARA QUE TRIBUNAL A QUO JULGUE 
RECURSO OU HABEAS CORPUS, NÃO ADMITINDO, ENTRETANTO, SUPRESSÃO 
DE INSTÂNCIA 
 
HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. EXCESSO DE PRAZO PARA JULGAMENTO DO 
RECURSO DE APELAÇÃO. CRIME DE HOMICÍDIO QUALIFICADO TENTADO. 
PROCESSO REDISTRIBUÍDO EM VIRTUDE DE APOSENTADORIA DO RELATOR. AUTOS 
AGUARDANDO JULGAMENTO HÁ MAIS DE 2 (DOIS) ANOS. OFENSA AO PRINCÍPIO DA 
DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO (ART. 5.º, LXVIII, DA CONSTITUIÇÃO DA 
REPÚBLICA). PRISÃO PREVENTIVA. FUNDAMENTAÇÃO CONCRETA ALICERÇADA NO 
MODUS OPERANDI DO RÉU E NA GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. PRESO 
PREVENTIVAMENTE DURANTE TODA A INSTRUÇÃO CRIMINAL. ORDEM PARCIALMENTE 
CONCEDIDA. 
I - A decisão que decretou a prisão preventiva do Paciente está concretamente 
fundamentada no modus operandi e na garantia da ordem pública. O direito do Réu apelar 
em liberdade sofre mitigações, em especial, nos casos em que permaneceu preso durante 
toda a instrução criminal, ainda mais quando já proferida sentença penal condenatória. 
II - A demora injustificada no julgamento da Apelação Criminal está caracterizada, 
porquanto o feito aguarda julgamento há mais de 2 (dois) anos. A situação é agravada 
pelo fato de que o Desembargador relator aposentou-se, aguardando o processo a 
designação de seu sucessor, sem previsão de inclusão em pauta de julgamento. 
III - Ordem parcialmente concedida, para recomendar ao Tribunal de origem, de forma 
urgente, a adoção das medidas necessárias para o julgamento do recurso. 
 
 
(HC 258.742/SP, Rel. Ministra REGINA HELENA COSTA, QUINTA TURMA, julgado em 
07/11/2013, DJe 12/11/2013) 
 
HABEAS CORPUS. LATROCÍNIO. PROCESSUAL PENAL. PRISÃO PROCESSUAL. EXCESSO 
DE PRAZO PARA O JULGAMENTO DA APELAÇÃO. RECURSO HÁ APROXIMADAMENTE SEIS 
MESES SEM TRAMITAÇÃO, A DESPEITO DE ANTERIOR ADVERTÊNCIA SOBRE A 
POSSIBILIDADE DE CONFIGURAÇÃO DE EXCESSO DE PRAZO NO CASO. DEMORA 
INJUSTIFICADA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO. WRIT PARCIALMENTE 
CONCEDIDO. 
1. Paciente, na hipótese, segregado processualmente desde o dia 06/06/2008, e 
posteriormente sentenciado e condenado à pena de 24 anos de reclusão, pela prática do 
crime de latrocínio. 
2. Impetração em que a única alegação é a de excesso de prazo, não tendo sido 
impugnados os fundamentos do ato que mantém a prisão do Paciente. Também não 
foram impugnados, na inicial, os motivos e fundamentos da condenação, nem trazida 
cópia das razões da apelação. Não foi feita, ainda, qualquer menção a eventual ausência 
de autoria, erro na capitulação do delito ou na dosimetria da pena. 
3. Portanto, considerados os documentos trazidos aos autos, apenas há como se cotejar o 
alegado excesso de prazo no julgamento da apelação - protocolizada em 22/03/2010 - 
com relação ao fato de que o Paciente foi condenado pelo delito de latrocínio, à pena de 
24 anos de reclusão. 
4. E, assim analisados os dados, não há como se inferir que a demora no julgamento da 
apelação, no caso, deve ensejar a soltura do Paciente, mormente porque sequer 
ultrapassado prazo objetivo para eventual progressão de regime. 
5. É certo, todavia, que a análise da apelação não tem prazo fixado na lei processual. 
Porém, em se tratando de condenado preso, a demora desmotivada para o julgamento do 
recurso consubstancia constrangimento ilegal, sanável pela via do habeas corpus. 
6. Mais. Depois de prestadas as informações pelo Tribunal a quo, datadas de 18/10/2010 - 
ou seja, há quase 6 (seis) meses -, não sobreveio nenhum novo andamento no feito. 
Muito embora tenha havido a advertência sobre a provável configuração de 
constrangimento ilegal no caso, não se revelou terem sido envidados quaisquer esforços 
para que a apelação pudesse ser julgada com a urgência que o caso requer. 
7. É de se reconhecer, portanto, que a demora injustificada configura, sem 
estreme de dúvidas, afronta ao Princípio da Duração Razoável do Processo, 
previsto no art. 5.º, inciso LXXVII, da Constituição da República: acrescido pela 
Emenda Constitucional n.º 45/2004 ("a todos, no âmbito judicial e 
administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que 
garantam a celeridade de sua tramitação"). 
8. Ordem parcialmente concedida, para determinar ao Tribunal Impetrado que 
proceda ao imediato julgamento da apelação criminal interposta pelo ora 
Paciente. (HC 175857/PA - HABEAS CORPUS 2010/0106258-0, Relator(a): Ministra 
LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 05/05/2011, publicação: DJe 18/05/2011) 
 
9. Identidade física do juiz 
 
 
 
Art. 399, § 2o , CPP: O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença. 
(Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 
CONFORMAÇÃO DO PRINCÍPIO 
Os impetrantes sustentam a ocorrência de constrangimento ilegal ao argumento de que 
não teria sido observado o princípio da identidade física do juiz, previsto no art. 399, § 2º, 
do CPP, visto que o magistrado sentenciante não teria sido o mesmo que presidiu a 
instrução criminal. Na hipótese, o juiz titular estava em gozo de férias e de alguns dias de 
compensação, e a sentença foi proferida por juiz diverso em data quando o juiz titular já 
havia retomado suas funções. A Turma entendeu que, de acordo com o referido princípio, 
aplicado no âmbito do processo penal somente com o advento da Lei n. 11.719/2008, o 
magistrado que presidir a instrução criminal deverá sentenciar o feito, ou seja, 
o juiz que colher a prova fica vinculado ao julgamento da causa, por entender-
se que seria mais fiel ao sentido do conjunto probatório, porquanto em contato 
direto com a prova, do que aquele que dele tomasse conhecimento apenas pelos 
elementos dos autos. Assim, diante da ausência de outras normas específicas que 
regulamentem o mencionado dispositivo legal, o STJ entende dever ser 
admitida a mitigação do aludido princípio noscasos de convocação, licença, 
promoção, aposentadoria ou afastamento por qualquer motivo que impeça o 
juiz que presidiu a instrução a sentenciar o feito, por aplicação analógica, 
devidamente autorizada pelo art. 3º do CPP, da regra contida no art. 132 do 
CPC. Ao prosseguir o julgamento, a Turma concedeu a ordem para anular a sentença 
proferida contra o paciente. HC 185.859-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 
13/9/2011. 
CPC, Art. 132. O juiz, titular ou substituto, que concluir a audiência julgará a 
lide, salvo se estiver convocado, licenciado, afastado por qualquer motivo, 
promovido ou aposentado, casos em que passará os autos ao seu sucessor. 
(Redação dada pela Lei nº 8.637, de 1993) 
 Parágrafo único. Em qualquer hipótese, o juiz que proferir a sentença, se 
entender necessário, poderá mandar repetir as provas já produzidas. (Incluído 
pela Lei nº 8.637, de 1993) 
NÃO VIOLA O PRINCÍPIO O FATO DE A SENTENÇA SER PROFERIDA POR JUIZ 
TITULAR QUANDO SUBSTITUO PRESIDIU PARTE DA INSTRUÇÃO 
Não há ofensa ao art. 399, § 2º do CPP, que estatui que o juiz que presidiu a instrução 
deverá proferir a sentença – identidade física –, na hipótese de juíza substituta 
tomar os depoimentos das testemunhas de acusação e, posteriormente, ser 
sucedida pela juíza titular que prosseguiu com a audiência, ouvindo as 
testemunhas de defesa e proferindo sentença de mérito que condenou o 
impetrante. Ademais, a juíza substituta estava exercendo o seu munus em caráter 
temporário, podendo ser designada, por ato da presidência do tribunal, a atuar em 
qualquer outra vara. Por outro lado, a juíza titular tem por função, dentre outros atos, a 
 
 
entrega da prestação jurisdicional nos feitos conclusos para sentença. HC 219.482-SC, 
Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 27/3/2012. 
 
10. Devido processo legal 
a) Origem no direito anglo-saxão: devido processo procedimental ou 
adjetivo (contraditório, ampla defesa, publicidade das audiências, duplo grau de 
jurisdição, assistência judiciária, proibição de leis penais retroativas, não 
duplicidade de julgamento pelo mesmo fato e vedação de auto-incriminação etc), e 
devido processo material ou substantivo; 
b) Princípios derivados: 
 
b.1) Juiz natural (competente, imparcial, vedado o juízo de exceção) 
 
JULGAMENTO POR ÓRGÃO COLEGIADO COMPOSTO MAJORITARIAMENTE POR 
JUÍZES CONVOCADOS NÃO AGRIDE O PRINCÍPIO 
DO STF: 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL PENAL. JULGAMENTO DE APELAÇÃO POR 
TURMA JULGADORA COMPOSTA MAJORITARIAMENTE POR JUÍZES FEDERAIS 
CONVOCADOS. NULIDADE. INEXISTÊNCIA. OFENSA AO PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL. 
INOCORRÊNCIA. PRECEDENTES. RECURSO DESPROVIDO. I – Não viola o postulado 
constitucional do juiz natural o julgamento de apelação por órgão composto 
majoritariamente por juízes convocados, autorizado no âmbito da Justiça Federal 
pela Lei 9.788/1999. II – Colegiado constituído por magistrados togados, integrantes da 
Justiça Federal, e a quem a distribuição de processos é feita aleatoriamente. III – 
Julgamentos realizados com estrita observância do princípio da publicidade, bem como do 
direito ao devido processo legal, à ampla defesa e ao contraditório. IV – Recurso 
extraordinário desprovido. (RE 597133/RS - RIO GRANDE DO SUL, Relator(a): Min. 
RICARDO LEWANDOWSKI, Julgamento: 17/11/2010, Órgão Julgador: Tribunal Pleno, 
DJe-065 DIVULG 05-04-2011 PUBLIC 06-04-2011, EMENT VOL-02497-02 PP-00273) 
DO STJ (MUDANDO DE ENTENDIMENTO) 
 
QUESTÃO DE ORDEM EM HABEAS CORPUS. CÂMARA FORMADA MAJORITARIAMENTE 
POR JUÍZES DE PRIMEIRO GRAU CONVOCADOS. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DO JUIZ 
NATURAL. OCORRÊNCIA. NULIDADE. RECONHECIMENTO. ORDEM CONCEDIDA. 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. REPERCUSSÃO GERAL. INTERPRETAÇÃO DIVERGENTE DA 
ADOTADA, À ÉPOCA, POR ESTA CORTE SUPERIOR DE JUSTIÇA. AUTOS DEVOLVIDOS 
PARA OS EFEITOS DO ART. 543-B, § 3º, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. REFORMA DO 
 
 
ENTENDIMENTO ACERCA DO TEMA. OVERRULING RETROSPECTIVO. JUÍZO DE 
RETRATAÇÃO. ORDEM DENEGADA. 
1. Nulos são os julgamentos de recursos proferidos por Câmara composta, 
majoritariamente, por juízes de primeiro grau, por violação ao princípio do juiz natural e 
aos artigos 93, III, 94 e 98, I, da CF. 
2. Ordem concedida apenas para anular o julgamento da apelação em questão, 
determinando-se o seu julgamento por Câmara composta majoritariamente por 
desembargadores. 
3. O Supremo Tribunal Federal, em repercussão geral, ao apreciar o Recurso 
Extraordinário nº 597.133/RS, de relatoria do Min. Ricardo Lewandowski, 
decidiu que os julgamentos de recursos proferidos por Câmara composta, 
majoritariamente, por juízes de primeiro grau não são nulos, eis que não violam 
o princípio do juiz natural. Em assim decidindo, o Excelso Pretório consagrou o 
entendimento de que são válidos os referidos julgamentos. 
4. Em face da superação do entendimento, à época do julgamento do presente 
mandamus, firmado neste Sodalício, em juízo de retratação cumpre denegar a 
ordem impetrada em favor do Paciente. (HC 116651/SP HABEAS CORPUS 
2008/0214134-6, Relator(a): Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, 
julgado em 07/06/2011, publicação: DJe 15/06/2011) 
 
ESPECIALIZAÇÃO DE VARA POR RESOLUÇÃO NÃO OFENDE O JUIZ NATURAL, 
AINDA QUE HAJA REDISTRIBUIÇÃO DE PROCESSOS 
 
Ao aplicar o precedente firmado no julgamento do HC 88660/CE (j. em 15.5.2008), no 
sentido de não haver afronta ao princípio do juiz natural na especialização de 
varas e na conseqüente redistribuição dos processos, ainda que já tenha havido 
decisões do juízo originalmente competente, a Turma, em conclusão de julgamento, 
indeferiu habeas corpus no qual condenado por formação de quadrilha (CP, art. 288) e 
gestão fraudulenta de instituição financeira (Lei 7.492, art. 4º) requeria a nulidade do 
processo penal, sob alegação de ofensa ao aludido princípio constitucional (CF, art. 5º, 
XXXVII e LIII) — v. Informativo 395. A impetração afirmava, ainda, a ilegalidade e 
inconstitucionalidade da Resolução 20/2003, do TRF da 4ª Região, que especializara a 
mencionada vara, por violação ao princípio da reserva legal e por configurar delegação 
disfarçada de competência legislativa. Asseverou-se que, embora os fatos tenham ocorrido 
antes da edição da resolução que especializara a vara, descabida a assertiva de que o 
juízo fora criado pos facto, uma vez que já existiam, à época, as varas federais de Foz do 
Iguaçu e de Curitiba, ambas competentes para julgar tal tipo de delito. Ademais, a 
especialização acontecera para racionalizar e garantir persecução penal mais efetiva. 
Salientou-se, ainda, que, no referido precedente, não obstante o Plenário ter considerado 
que a Resolução que especializara varas haveria exorbitado a competência do Conselho da 
Justiça Federal - CJF, esse juízo não afetaria a validade das Resoluções emanadas dos 
Tribunais Regionais Federais que regulamentaram a matéria, quando não fundamentadas 
apenas nessa Resolução do CJF. HC 85060/PR, rel. Min. Eros Grau 23.9.2008. (HC-85060) 
 
 
 
O Ministério Público de primeira instância é parte legítima para impetrar, perante o STF, 
habeas corpus no interesse da acusação. Com base nesse entendimento, a Turma, 
preliminarmente, conheceu de habeas corpus em que o Ministério Público do Estado 
do Rio Grande Norte questionava a especialização, por meio de resolução, de 
vara do tribunal local. Quanto ao mérito, indeferiu-se o writ, reportando-se ao que 
decidido no HC 85060/PR (DJE de 13.2.2009) — no qual se assentara que a mencionada 
especialização não afronta o princípio do juiz natural, porquanto a distribuição 
de competência por natureza de feitos não é matéria alcançada pela reserva da 
lei em sentido estrito, mas apenas pelo princípio da legalidade afirmado no art. 5º, II, 
da CF. HC 91509/RN, rel. Min. Eros Grau, 27.10.2009. (HC-91509) 
 
PRECEDENTE: 
 
A Turma iniciou julgamento de habeascorpus em que acusado pela suposta prática de 
crimes contra o sistema financeiro nacional, contra a ordem tributária, de lavagem de 
ativos ilícitos e apropriação indébita alega ofensa aos princípios constitucionais da reserva 
de lei e da separação de Poderes. Sustenta-se, na espécie, a incompetência da 11ª Vara 
Federal da Seção Judiciária do Estado do Ceará, porquanto o inquérito policial iniciara-se 
no Juízo Federal da 12ª Vara daquela Seção Judiciária e, com a criação dessa vara 
especializada em cuidar de delitos financeiros, o procedimento fora para lá distribuído, em 
data anterior ao oferecimento da denúncia. Afirma-se, ainda, por violação ao princípio do 
juiz natural, bem como pela não observância do disposto no art. 75, parágrafo único, do 
CPP, a ilegalidade e a inconstitucionalidade da Resolução 10-A/2003, do TRF da 5ª 
Região, que regulamentou a Resolução 314/2003, do Conselho da Justiça Federal - CJF, a 
qual criou a aludida vara especializada. HC 88660/CE, rel. Min. Cármen Lúcia, 27.2.2007. 
(HC-88660) A Min. Cármen Lúcia, relatora, deferiu o writ para determinar que o paciente 
seja julgado pela 12ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado do Ceará. De início, 
ressaltou que o tema pertinente à organização judiciária não estaria restrito ao campo de 
incidência exclusiva da lei, uma vez que dependeria da integração de critérios 
preestabelecidos na Constituição, nas leis e nos regimentos internos dos tribunais. 
Entendeu que, no caso, o TRF da 5ª Região não invadira competência reservada ao Poder 
Legislativo, mas exercitara competência constitucionalmente legítima e amparada pelo seu 
regimento interno, o mesmo não ocorrendo com o CJF, que exorbitara de sua 
competência ao definir atribuições de órgãos judiciais. Todavia, asseverou que, embora 
inconstitucional a Resolução 314/2003, este vício não atingiria a Resolução 10-A/2003, 
pois esta fora formalmente expedida nos termos da Constituição e não estaria 
fundamentada apenas naquela resolução. Afastou, ainda, afronta ao princípio do juiz 
natural, haja vista que a resolução do TRF da 5ª Região não instituiu juízo ad hoc ou criou 
tribunais de exceção. De outro lado, considerou que a posterior especialização de vara, 
quando já definida a competência pela distribuição, macularia de ilegalidade a aludida 
Resolução 10-A/2003, porquanto não observadas as normas legais do processo penal 
(CPP, art. 75). Após, pediu vista o Min. Ricardo Lewandowski. HC 88660/CE, rel. Min. 
Cármen Lúcia, 27.2.2007. (HC-8860) A Turma retomou julgamento de habeas corpus em 
que acusado pela suposta prática de crimes contra o sistema financeiro nacional, contra a 
ordem tributária, de lavagem de ativos ilícitos e de apropriação indébita alega ofensa aos 
 
 
princípios constitucionais da reserva de lei e da separação de poderes. Sustenta-se, na 
espécie, a incompetência da 11ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado do Ceará — 
criada pela Resolução 314/2003 do Conselho da Justiça Federal - CJF e regulamentada 
pela Resolução 10-A/2003, do TRF da 5ª Região —, porquanto o inquérito policial iniciara-
se no Juízo Federal da 12ª Vara daquela Seção Judiciária e, com a criação dessa vara 
especializada em cuidar de delitos financeiros, o procedimento fora para lá distribuído, em 
data anterior ao oferecimento da denúncia, em ofensa ao princípio do juiz natural e ao art. 
75, parágrafo único, do CPP — v. Informativo 457. Após o voto-vista do Min. Ricardo 
Lewandowski que acompanhava o voto da Min. Cármen Lúcia, relatora, que deferia o writ 
para determinar que o paciente seja julgado pela 12ª Vara Federal da Seção Judiciária do 
Estado do Ceará, a Turma, resolvendo questão de ordem suscitada pelo Min. Marco 
Aurélio, decidiu afetar o julgamento ao Plenário. HC 88660/CE, rel. Min. Cármen 
Lúcia, 22.5.2007. (HC-88660) O Tribunal, por maioria, denegou habeas corpus, afetado ao 
Pleno pela 1ª Turma, em que acusado pela suposta prática de crimes contra o sistema 
financeiro nacional, contra a ordem tributária, de lavagem de ativos ilícitos e apropriação 
indébita alegava ofensa aos princípios constitucionais da reserva de lei e da separação de 
Poderes. Sustentava-se, na espécie, a incompetência da 11ª Vara Federal da Seção 
Judiciária do Estado do Ceará, porquanto o inquérito policial iniciara-se no Juízo Federal da 
12ª Vara daquela Seção Judiciária e, com a criação dessa vara especializada em cuidar de 
delitos financeiros, o procedimento fora para lá distribuído, em data anterior ao 
oferecimento da denúncia. Afirmava-se, ainda, por violação ao princípio do juiz natural, 
bem como pela não observância do disposto no art. 75, parágrafo único, do CPP, a 
ilegalidade e a inconstitucionalidade da Resolução 10-A/2003, do TRF da 5ª Região, que 
regulamentou a Resolução 314/2003, do Conselho da Justiça Federal - CJF, a qual fixou 
prazo para que os Tribunais Regionais Federais especializassem varas federais criminais 
para processar e julgar os crimes contra o sistema financeiro nacional e de lavagem ou 
ocultação de bens, direitos e valores (CPP: "Art. 75. A precedência da distribuição fixará a 
competência quando, na mesma circunscrição judiciária, houver mais de um juiz 
igualmente competente. Parágrafo único. A distribuição realizada para o efeito da 
concessão de fiança ou da decretação de prisão preventiva ou de qualquer diligência 
anterior à denúncia ou queixa prevenirá a da ação penal.") - v. Informativos 457 e 468. 
De início, ressaltou-se que o tema pertinente à organização judiciária não estaria restrito 
ao campo de incidência exclusiva da lei, uma vez que dependeria da integração de 
critérios preestabelecidos na Constituição, nas leis e nos regimentos internos dos tribunais. 
Entendeu-se que, no caso, o TRF da 5ª Região não invadira competência reservada ao 
Poder Legislativo, mas exercitara competência constitucionalmente legítima e amparada 
pelo seu regimento interno, o mesmo não ocorrendo com o CJF, que exorbitara de sua 
competência ao definir atribuições de órgãos judiciais. Todavia, asseverou-se que, embora 
inconstitucional a Resolução 314/2003, este vício não atingiria a Resolução 10-A/2003, 
pois esta fora formalmente expedida nos termos da Constituição e não estaria 
fundamentada apenas naquela resolução. Afastou-se, ainda, afronta ao princípio do juiz 
natural, haja vista que a resolução do TRF da 5ª Região não instituiu juízo ad hoc ou criou 
tribunais de exceção. Tendo em conta as informações prestadas pelo Juízo da 11ª Vara 
Federal, concluiu-se não ter havido ofensa ao parágrafo único do art. 75 do CPP, haja 
vista que as providências tomadas pelo Juízo da 12ª Vara Federal não teriam determinado 
decisões que repercutiriam no objeto nuclear de julgamento da ação penal. Por fim, 
 
 
asseverou-se que, conforme aventado, o art. 75 do CPP poderia comportar uma 
interpretação diferente, no sentido de que, entendida como regra de prevenção, 
pressuporia ela a existência, ao tempo da efetiva propositura da ação, de dois juízes 
igualmente competentes. Nessa perspectiva, seria possível argumentar que, quando a 
denúncia fora protocolizada, o único competente para julgar os delitos imputados ao 
paciente seria o Juízo da 11ª Vara Federal. Esclareceu-se, não obstante, que, desde a 
primeira análise feita, na espécie em pauta, a competência para julgar esses delitos não 
ficara exclusivamente restringida ao Juízo da 11ª Vara Federal, porque o da 12ª Vara 
Federal continuara competente para prosseguir com as ações penais (Resolução 10-
A/2003, art. 5º, parágrafo único). Assim, nem mesmo a subsistência da competência 
residual do Juízo da 12ª Vara Federal lhe permitiria abarcar a causa, já que não 
consumado o elemento decisório ou o recebimento da denúncia, único a justificar a 
manutenção de sua competência. No ponto, afirmou-se que a regra contida no parágrafo 
único do art. 75 do CPP, que não é absoluta, teria sua aplicaçãorestrita aos casos em que 
o juízo prevento deixa de existir ou se dele for retirada por completo a competência para o 
julgamento da causa. Vencido o Min. Marco Aurélio que concedia a ordem, ao fundamento 
de que a Resolução 10-A/2003 estaria em confronto com os princípios do promotor natural 
e do juiz natural, asseverando que, a partir do momento em que houvera necessidade de 
distribuição do inquérito por representação, visando à formalização de atos de constrição, 
não se teria como observar resoluções, atos administrativos, a ponto de afastar a 
prevenção estabelecida ante o disposto nos artigos 75 e 83 do CPP. HC 88660/CE, rel. 
Min. Cármen Lúcia, 15.5.2008. (HC-86660) 
 
b.2) Contraditório (bilateralidade); 
 
b.2) Ampla defesa; 
 
 O DIREITO DE PRESENÇA É PERSONALÍSSIMO? 
 
HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. CRIME DE ROUBO. AUDIÊNCIA DE OITIVA DA 
VÍTIMA E TESTEMUNHAS DA ACUSAÇÃO SEM A PRESENÇA DOS RÉUS PRESOS EM 
OUTRA COMARCA. ALEGAÇÃO DE NULIDADE. OCORRÊNCIA. 1. A ausência dos réus 
presos em outra comarca à audiência para oitiva de vítima e testemunhas da acusação 
constitui nulidade absoluta, independentemente da aquiescência do Defensor e da matéria 
não ter sido tratada em alegações finais. 2. Ordem concedida. 
 
(HC 111728, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Segunda Turma, julgado em 19/02/2013, 
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-161 DIVULG 16-08-2013 PUBLIC 19-08-2013) 
 
“O acusado, embora preso, tem o direito de comparecer, de assistir e de presenciar, sob 
pena de nulidade absoluta, os atos processuais, notadamente aqueles que se produzem 
na fase de instrução do processo penal. Ao reafirmar esse entendimento, a 2ª Turma 
concedeu habeas corpus para restabelecer decisão do tribunal de justiça paulista, que 
 
 
declarara a nulidade do processo desde a audiência de oitiva da vítima e das testemunhas 
de acusação. Na situação dos autos, conquanto tivesse sido requisitado pelo juiz, os 
pacientes, acautelados em comarca diversa, não foram apresentados à referida audiência, 
sobrevindo condenação. No STJ, houvera a reforma da decisão que acolhera a nulidade — 
suscitada em apelação —, assim como a alusão de que o defensor teria aquiescido em 
continuar a audiência, mesmo sem a presença dos réus. No julgamento deste writ, 
prevaleceu o voto da Min. Cármen Lúcia, que pontuou a existência de nulidade absoluta e 
de direito c onstitucional à apresentação. Assinalou, ainda, que o direito de presença 
seria personalíssimo. O Min. Celso de Mello salientou que o Estado teria o dever de 
assegurar a réu preso o exercício pleno do direito de defesa. Complementou que, no 
contexto desta prerrogativa, estaria o direito de presença de acusado. Sopesou que razões 
de mera conveniência administrativa não teriam precedência sobre o cumprimento e o 
respeito ao que determinaria a Constituição. Mencionou o art. 14, 3, d, do Pacto 
Internacional sobre Direitos Civis e Políticos e o art. 8º, 2, d e f, da Convenção Americana 
de Direitos Humanos, a conter garantias processuais básicas de qualquer pessoa que sofra 
persecução penal em juízo. Aludiu a posicionamento da Corte segundo o qual a 
possibilidade de o próprio acusado intervir, direta e pessoalmente, na realização de atos 
processuais, constituiria autodefesa. Obtemperou que o Estado deveria facilitar o exercício 
de o imputado ser ouvi do e falar durante os atos processuais, bem assim o de assistir à 
realização deles, máxime quando se encontrasse preso, sem a faculdade de livremente 
deslocar-se ao fórum.” 
 
b.3) Presunção de não-culpabilidade; 
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita 
e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença 
condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em 
virtude de prisão temporária ou prisão preventiva. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 
2011). 
Art. 387. Omissis. 
§ 1o O juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção ou, se for o caso, a 
imposição de prisão preventiva ou de outra medida cautelar, sem prejuízo do 
conhecimento de apelação que vier a ser interposta. (Incluído pela Lei nº 12.736, de 
2012) 
Art. 413. Omissis. 
§ 1º Omissis. 
§ 2º Omissis. 
§ 3o O juiz decidirá, motivadamente, no caso de manutenção, revogação ou 
substituição da prisão ou medida restritiva de liberdade anteriormente decretada e, 
 
 
tratando-se de acusado solto, sobre a necessidade da decretação da prisão ou imposição 
de quaisquer das medidas previstas no Título IX do Livro I deste Código. (Incluído pela 
Lei nº 11.689, de 2008) 
 
O PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE NÃO-CULPABILIDADE IMPEDE A EXECUÇÃO 
DA PENA ANTES DO TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA CONDENATÓRIA 
 
Adotando a orientação fixada no julgamento do HC 84078/MG (j. em 5.2.2009, v. 
Informativo 534), no sentido de que a execução provisória da pena, ausente a 
justificativa da segregação cautelar, fere o princípio da não-culpabilidade, o 
Tribunal, por maioria, concedeu uma série de habeas corpus. Vencidos os Ministros 
Joaquim Barbosa e Ellen Gracie, que denegavam a ordem. O Min. Menezes Direito, 
curvando-se à referida decisão do Pleno, concedeu a ordem, mas ressalvou a posição 
expendida naquele julgamento. HC 91676/RJ, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 12.2.2009. 
(HC-91676)HC 92578/SP, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 12.2.2009. (HC-92578) HC 
92691/SP, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 12.2.2009. (HC-92691) HC 92933/RJ, rel. Min. 
Ricardo Lewandowski, 12.2.2009. (HC-92933) 
Na mesma linha de entendimento, o Tribunal proveu recurso ordinário em habeas corpus 
interposto em face de acórdão do Superior Tribunal de Justiça que denegara writ lá 
impetrado em favor de condenado a pena de reclusão pela prática do crime de roubo, 
contra o qual expedido mandado de prisão quando ainda pendente de julgamento recurso 
especial. Vencidos os Ministros Joaquim Barbosa e Ellen Gracie, que desproviam o recurso. 
A Min. Cármen Lúcia, relatora, também curvando-se à aludida decisão do Pleno, ressalvou 
seu posicionamento. RHC 93172/SP, rel. Min. Cármen Lúcia, 12.2.2009. (RHC-93172) 
 
b.4) Inadmissibilidade de provas ilícitas; 
b.5) Publicidade; 
 
SEGREDO DE JUSTIÇA NOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL 
Art. 234-B. Os processos em que se apuram crimes definidos neste Título correrão em 
segredo de justiça. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) (CP) 
b.6) Motivação das decisões; 
b.7) Promotor natural 
 
RECONHECIMENTO PELO STJ DO PRINCÍPIO DO PROMOTOR NATURAL 
 
HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ORDINÁRIO. DESCABIMENTO. 
COMPETÊNCIA DAS CORTES SUPERIORES. MATÉRIA DE DIREITO ESTRITO. 
MODIFICAÇÃO DE ENTENDIMENTO DESTE TRIBUNAL, EM CONSONÂNCIA COM A 
 
 
SUPREMA CORTE. ART. 42, INCISOS I E III, DA LEI DE CONTRAVENÇÕES PENAIS 
(PERTURBAÇÃO DO SOSSEGO ALHEIO). PLEITO DE TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. 
TESE DE AFRONTA AO PRINCÍPIO DO PROMOTOR NATURAL. AUSÊNCIA DE 
DEMONSTRAÇÃO. NEGATIVA DE AUTORIA. REEXAME DE PROVAS. INVIABILIDADE. 
AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE FLAGRANTE QUE, EVENTUALMENTE, PUDESSE ENSEJAR A 
CONCESSÃO DA ORDEM DE OFÍCIO. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO. 
1. O Excelso Supremo Tribunal Federal, em recentes pronunciamentos, aponta para uma 
retomada do curso regular do processo penal, ao inadmitir o habeas corpus substitutivo 
do recurso ordinário. Precedentes: HC 109.956/PR, 1.ª Turma, Rel. Min. Marco Aurélio, 
DJe de 11/09/2012; HC 104.045/RJ, 1.ª Turma, Rel. Min. Rosa Weber, DJe de 
06/09/2012; HC 108.181/RS, 1.ª Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 06/09/2012. Decisões 
monocráticas dos ministros Luiz Fux e Dias Tóffoli, respectivamente, nos autos do HC 
114.550/AC (DJe de 27/08/2012) e HC 114.924/RJ (DJe de 27/08/2012). 
2. Sem embargo, mostra-se precisa a ponderação lançada pelo Ministro Marco Aurélio, no 
sentido de que, "no tocante a habeas já formalizado sob a óptica da substituição do 
recursoconstitucional, não ocorrerá prejuízo para o paciente, ante a possibilidade de 
vir-se a conceder, se for o caso, a ordem de ofício." 
3. O princípio do promotor natural, evidenciado na garantia constitucional 
acerca da isenção na escolha dos representantes ministeriais para aturarem na 
persecução penal, almeja assegurar o exercício pleno e independente das 
atribuições do Ministério Público, repelindo do nosso ordenamento jurídico a 
figura do acusador de exceção, escolhido arbitrariamente pelo Procurador-
Geral. 
4. No caso, como bem salientou a Corte Impetrada, não restou demonstrada, pelos 
documentos que instruem os autos, a suposta ofensa ao mencionado princípio, ou, ainda, 
a existência de efetivo prejuízo à ora Paciente, o qual, nos termos do art. 563 do Código 
de Processo Penal, é indispensável para a declaração da nulidade do ato processual. 
5. Não pode ser acolhido o pedido de trancamento da ação penal por ausência de provas 
da autoria delitiva, pois, diante das considerações tecidas no acórdão hostilizado, a análise 
da controvérsia demandaria necessariamente o reexame de matéria fático-probatória, 
incabível na via eleita. 
6. Ausência de ilegalidade flagrante que, eventualmente, ensejasse a concessão da ordem 
de ofício. 
7. Habeas corpus não conhecido. (HC 249033/MG, Relator(a): Ministra LAURITA 
VAZ, Órgão Julgador: QUINTA TURMA, Data do Julgamento: 23/10/2012, Data 
da publicação/Fonte: DJe 31/10/2012) 
 
 
RECURSO ESPECIAL. PENAL. CRIMES DE QUADRILHA E DE FRAUDE À LICITAÇÃO (ART. 
90 DA LEI N.º 8.666/93). MINISTÉRIO PÚBLICO. PODERES DE INVESTIGAÇÃO. 
LEGITIMIDADE. LC N.º 75/93. ART. 4.º, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPP. INCOMPETÊNCIA. 
VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DO PROMOTOR NATURAL. NÃO OCORRÊNCIA. ACÓRDÃO QUE 
RECEBEU A DENÚNCIA ADEQUADAMENTE FUNDAMENTADO. ALEGAÇÃO DE QUE A 
DENUNCIA DEIXOU DE ATENDER OS REQUISITOS DO ART. 41 DO CÓDIGO DE 
PROCESSO PENAL. INÉPCIA DA PEÇA ACUSATÓRIA. INOCORRÊNCIA. RECURSO 
DESPROVIDO. 
 
 
1. É consectário lógico da própria função do órgão ministerial - titular exclusivo da ação 
penal pública - proceder à coleta de elementos de convicção, a fim de elucidar a 
materialidade do crime e os indícios de autoria, mormente mormente em casos 
excepcionais, como o presente, onde se investiga o crime de formação de quadrilha 
imputado a deputados estaduais, detentores de foro privilegiado, para o cometimento de 
fraudes à licitação. 
2. Malgrado seja defeso ao Ministério Público presidir o inquérito policial propriamente 
dito: "É perfeitamente possível que o órgão do Ministério Público promova a colheita de 
determinados elementos de prova que demonstrem a existência da autoria e da 
materialidade de determinado delito, ainda que a título excepcional, [...]. Tal conclusão 
não significa retirar da Polícia Judiciária as atribuições previstas constitucionalmente, mas 
apenas harmonizar as normas constitucionais (arts. 129 e 144) de modo a compatibilizá-
las para permitir não apenas a correta e regular apuração dos fatos supostamente 
delituosos, mas também a formação da opinio delicti." (STF - RE 468.523/SC, 2.ª Turma, 
Rel. Min. ELLEN GRACIE, DJ de 9/02/2010.) 
3. A Polícia Judiciária não possui o monopólio da investigação criminal, possuindo o 
Ministério Público e, inclusive, autoridades administrativas legitimidade para determinar 
diligências investigatórias. Inteligência da Lei Complementar n.º 75/93 e do art. 4º, 
parágrafo único, do Código de Processo Penal. Precedentes. 
4. Inocorrendo lesão ao exercício pleno e independente das atribuições do 
Ministério Público, não há como reconhecer violação ao princípio do Promotor 
Natural. 
5. O acórdão que recebeu a denúncia está devidamente fundamentado, tendo em vista 
que ele afastou as nulidades apontadas preliminarmente pela Defesa e reconheceu a 
presença de elementos comprobatórios da ocorrência, em tese, de fato delituoso. O 
Tribunal a quo explicitou que a Acusação atende perfeitamente os requisitos legais do art. 
41 do Código de Processo Penal, de forma suficiente para a deflagração da ação penal, 
bem como para o pleno exercício de sua defesa. 
6. Recurso desprovido. (REsp 945556/MG - RECURSO ESPECIAL 2007/0085969-0, Ministra 
LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 26/10/2010, DJe 29/11/2010) 
A Turma, prosseguindo o julgamento, entendeu que não há que se falar em vício na 
composição do órgão especial do TRF da 3ª Região, quiçá nulidade de seus julgados, 
quando o Tribunal, mesmo com o advento da EC n. 45/2004, não providenciou ainda 
eleições internas, preservando seus membros atuais. Quanto ao princípio do promotor 
natural, somente ocorre violação mediante demonstração, com ônus probatório 
da defesa, de inequívoca lesão ao exercício pleno e independente das 
atribuições do parquet, manipulação casuística ou designação seletiva por 
parte do procurador-geral de Justiça, a ponto de deixar entrever a figura do 
acusador de exceção. Precedente citado: HC 12.616-MG, DJ 5/3/2001. HC 102.466-SP, 
Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em 17/2/2009. 
A designação de promotores de outras comarcas para auxiliar em determinado processo 
sem a interferência na condução da persecução penal não revela violação do princípio do 
promotor natural. HC 38.365-GO, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado 
em 21/8/2007. 
 
 
 
Cuida-se de recurso interposto pelo Ministério Público estadual contra acórdão do TJ que 
não conheceu dos embargos opostos pelo parquet, ao argumento de violação do princípio 
do promotor natural. O recurso integrativo oposto pelo MP não foi conhecido ao 
fundamento de ilegitimidade postulatória. Isso posto, a Turma deu provimento ao recurso 
ao argumento de que a ofensa ao princípio do promotor natural verifica-se de exceção, 
lesionando o exercício pleno e independente das atribuições do Ministério Público, o que 
não ocorre nos autos. A atuação ministerial pautada pela própria organização 
interna, com atribuições previamente definidas na Lei Orgânica do Ministério 
Público estadual, não configura violação do princípio do promotor natural. 
Precedentes citados: REsp 632.945-RS, DJ 23/8/2004, e RHC 17.231-PE, DJ 10/10/2005. 
REsp 904.422-SC, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 22/5/2007. 
 
EVOLUÇÃO DA CONSIDERAÇÃO DO PRINCÍPIO NA JURISPRUDÊNCIA DO 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 
 
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PENAL E PROCESSUAL PENAL. 
NULIDADE DO JULGAMENTO PROFERIDO PELO TRIBUNAL DO JÚRI E INOBSERVÂNCIA 
DO PRINCÍPIO DO PROMOTOR NATURAL. ACÓRDÃO PROFERIDO PELO TRIBUNAL DE 
JUSTIÇA, CONTENDO DUPLO FUNDAMENTO: LEGAL E CONSTITUCIONAL. NÃO 
INTERPOSIÇÃO SIMULTÂNEA DE RECURSO ESPECIAL. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 283 DO 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL. ALEGAÇÃO DE CABIMENTO 
SOMENTE DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO POR ENTENDER QUE O TRIBUNAL DE 
ORIGEM TERIA ADOTADO O TEMA RELACIONADO À OFENSA AO PRINCÍPIO DO 
PROMOTOR NATURAL COMO FUNDAMENTO AUTÔNOMO E SUFICIENTE PARA DECIDIR A 
CONTROVÉRSIA. ARGUMENTAÇÃO INSUBSISTENTE. AGRAVO REGIMENTAL NÃO 
PROVIDO. 1. Tendo o tribunal de origem decidido a controvérsia com base em 
fundamento constitucional e legal, impunha-se a interposição simultânea de recurso 
especial, sob pena de não o fazendo subsistir hígido o tema afeto à interpretação da 
legislação ordinária. O conhecimento do extraordinário, assim, encontra óbice na Súmula 
283 do Supremo Tribunal Federal. 2. In casu o acórdão recorrido assentou (folha 642): 
“Júri. Duplo homicídio duplamente qualificado. Atuação em plenário de julgamento de 
promotor de justiça estranho à comarca e ao feito. Ferimento ao princípio do promotor 
natural. Nulidade reconhecida. Embora não previsto expressamente em lei, o Princípio do 
Promotor Natural decorre de dispositivos constitucionais e é admitido na doutrina e na 
jurisprudência, ainda que comportando alguma relativização. No caso, a atuação em 
plenário de julgamento de um Promotor de Justiça estranhoà Comarca e ao 
feito, sem regular designação e estando a titular da Promotoria em pleno 
exercício de suas funções, constitui ferimento ao referido princípio e acarreta a 
nulidade do julgamento. De outra banda, estando o réu preso há quase onze meses e 
pronunciado há cerca de sete meses, está caracterizado o excesso de prazo na formação 
da culpa, impondo-se a concessão de habeas corpus de ofício. Apelo provido, por maioria. 
Habeas Corpus concedido de ofício, por maioria.” 3. Agravo regimental no recurso 
extraordinário. Alegação de não cabimento de recurso especial, porquanto o acórdão 
recorrido teria adotado a violação ao princípio do promotor natural como fundamento 
 
 
autônomo e suficiente ao prover o recurso de apelação interposto contra a decisão 
proferida pelo Tribunal do Júri. Argumentação insubsistente, dado que, tendo em vista a 
realidade processual e os fatos jurídicos ocorridos na sessão do Júri, o Tribunal estadual 
assentou a violação a regras processuais e o vício no ato de designação do Promotor de 
Justiça que fora designação para atuar tão somente na assentada em que o recorrido 
seria submetido a julgamento, o que viria patentear a ocorrência de nulidade após a 
pronúncia, razão pela qual o recurso de apelação foi conhecido com base no artigo 593, 
III, “a”, do Código de Processo Penal. 4. A reiterada jurisprudência do Supremo 
Tribunal Federal no sentido de que “o princípio do Promotor Natural, tendo 
presente a nova disciplina constitucional do Ministério Público, ganha especial 
significação no que se refere ao objeto último decorrente de sua formulação 
doutrinária: trata-se de garantia de ordem jurídica destinada tanto a proteger o 
membro da Instituição, na medida em que lhe assegura o exercício pleno e 
independente de seu ofício, quanto a tutelar a própria coletividade, a quem se 
reconhece o direito de ver atuando, em quaisquer causas, apenas o Promotor 
cuja intervenção se justifique a partir de critérios abstratos e pré-
determinados, estabelecidos em lei” (Habeas Corpus nº 67.759-2/RJ, Plenário, relator 
Ministro Celso de Mello, DJ de 01.07.1993). 5. Agravo regimental não provido. 
(RE 638757 AgR, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 09/04/2013, 
ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-078 DIVULG 25-04-2013 PUBLIC 26-04-2013) 
Habeas Corpus. Violação do Princípio do Promotor Natural. Inocorrência. Prévia 
designação de promotor de justiça com o expresso consentimento do promotor titular, 
conforme dispõem os artigos 10, inc. IX, alínea ‘f’, e 24 da Lei nº 8.625/93. Ordem 
denegada. O postulado do Promotor Natural “consagra uma garantia de ordem 
jurídica, destinada tanto a proteger o membro do Ministério Público, na medida 
em que lhe assegura o exercício pleno e independente do seu ofício, quanto a 
tutelar a própria coletividade, a quem se reconhece o direito de ver atuando, 
em quaisquer causas, apenas o Promotor cuja intervenção se justifique a partir 
de critérios abstratos e pré-determinados, estabelecidos em lei” (HC 102.147/GO, 
rel. min. Celso de Mello, DJe nº 22 de 02.02.2011). No caso, a designação prévia e 
motivada de um promotor para atuar na sessão de julgamento do Tribunal do Júri da 
Comarca de Santa Izabel do Pará se deu em virtude de justificada solicitação do promotor 
titular daquela localidade, tudo em estrita observância aos artigos 10, inc. IX, alínea “f”, 
parte final, e 24, ambos da Lei nº 8.625/93. Ademais, o promotor designado já havia 
atuado no feito quando do exercício de suas atribuições na Promotoria de Justiça da 
referida comarca. Ordem denegada. (HC 103038/PA – PARÁ, Relator(a): Min. 
JOAQUIM BARBOSA, Julgamento: 11/10/2011, Órgão Julgador: Segunda 
Turma, Publicação: DJe-207 DIVULG 26-10-2011 PUBLIC 27-10-2011, EMENT 
VOL-02616-01 PP-00027) 
HABEAS CORPUS. IMPETRAÇÃO CONTRA DECISÃO MONOCRÁTICA QUE, NO SUPERIOR 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA, INDEFERIU PEDIDO DE LIMINAR. SUPERVENIÊNCIA DO 
JULGAMENTO DE MÉRITO. PREJUÍZO DESTA IMPETRAÇÃO. ALEGADA VIOLAÇÃO AO 
PRINCÍPIO DO PROMOTOR NATURAL. INOCORRÊNCIA. NÃO CONFIGURADO O 
CONSTRANGIMENTO ILEGAL. WRIT PREJUDICADO. I – A superveniência do julgamento 
 
 
de mérito do habeas corpus impetrado no Superior Tribunal de Justiça torna prejudicado 
este writ, que ataca a decisão denegatória de liminar. Precedentes. II – A violação ao 
princípio do promotor natural visa a impedir que haja designação de promotor 
ad hoc ou de exceção com a finalidade de processar uma pessoa ou caso 
específico, o que não ocorreu na espécie. Precedentes. III – Habeas corpus 
prejudicado. (HC 95447/SP - SÃO PAULO, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, 
Julgamento: 19/10/2010, Órgão Julgador: Primeira Turma, DJe-220 DIVULG 16-11-
2010 PUBLIC 17-11-2010, EMENT VOL-02432-01 PP-00001, LEXSTF v. 32, n. 384, 2010, 
p. 311-319) 
HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. AÇÃO PENAL PÚBLICA. PRINCÍPIO DA 
INDIVISIBILIDADE. INAPLICABILIDADE. PRINCÍPIO DO PROMOTOR NATURAL. OFENSA. 
INEXISTÊNCIA. 1. O princípio da indivisibilidade não se aplica à ação penal pública. Daí a 
possibilidade de aditamento da denúncia quando, a partir de novas diligências, 
sobrevierem provas suficientes para novas acusações. 2. Ofensa ao princípio do promotor 
natural. Inexistência: ausência de provas de lesão ao exercício pleno e 
independente de suas atribuições ou de manipulação casuística e designação 
seletiva por parte do Procurador-Geral de Justiça. Ordem indeferida. (HC 96700/PE 
– PERNAMBUCO, Relator(a): Min. EROS GRAU, Julgamento: 17/03/2009 Órgão 
Julgador: Segunda Turma, DJe-152 DIVULG 13-08-2009 PUBLIC 14-08-2009 EMENT 
VOL-02369-05 PP-01074) 
 
"HABEAS CORPUS" - MINISTÉRIO PÚBLICO - SUA DESTINAÇÃO CONSTITUCIONAL - 
PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS - A QUESTÃO DO PROMOTOR NATURAL EM FACE DA 
CONSTITUIÇÃO DE 1988 - ALEGADO EXCESSO NO EXERCÍCIO DO PODER DE 
DENUNCIAR - INOCORRENCIA - CONSTRANGIMENTO INJUSTO NÃO CARACTERIZADO - 
PEDIDO INDEFERIDO. - O postulado do Promotor Natural, que se revela imanente ao 
sistema constitucional brasileiro, repele, a partir da vedação de designações casuisticas 
efetuadas pela Chefia da Instituição, a figura do acusador de exceção. Esse princípio 
consagra uma garantia de ordem jurídica, destinada tanto a proteger o membro do 
Ministério Público, na medida em que lhe assegura o exercício pleno e independente do 
seu oficio, quanto a tutelar a propria coletividade, a quem se reconhece o direito de ver 
atuando, em quaisquer causas, apenas o Promotor cuja intervenção se justifique a partir 
de critérios abstratos e pré-determinados, estabelecidos em lei. A matriz constitucional 
desse princípio assenta-se nas clausulas da independência funcional e da inamovibilidade 
dos membros da Instituição. O postulado do Promotor Natural limita, por isso mesmo, o 
poder do Procurador-Geral que, embora expressão visivel da unidade institucional, não 
deve exercer a Chefia do Ministério Público de modo hegemonico e incontrastravel. 
Posição dos Ministros CELSO DE MELLO (Relator), SEPÚLVEDA PERTENCE, MARCO 
AURÉLIO e CARLOS VELLOSO. Divergencia, apenas, quanto a aplicabilidade imediata do 
princípio do Promotor Natural: necessidade da "interpositio legislatoris" para efeito de 
atuação do princípio (Ministro CELSO DE MELLO); incidencia do postulado, 
independentemente de intermediação legislativa (Ministros SEPÚLVEDA PERTENCE, 
MARCO AURÉLIO e CARLOS VELLOSO). - Reconhecimento da possibilidade de instituição 
do princípio do Promotor Natural mediante lei (Ministro SYDNEY SANCHES). - Posição de 
expressa rejeição a existência desse princípio consignada nos votos dos Ministros PAULO 
 
 
BROSSARD, OCTAVIO GALLOTTI, NÉRI DA SILVEIRA e MOREIRA ALVES. (HC 67759/RJ - 
RIO DE JANEIRO, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Julgamento: 06/08/1992, Órgão 
Julgador: Tribunal Pleno, DJ 01-07-1993 PP-13142,EMENT VOL-01710-01 PP-00121) 
 
PENAL. PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. DENÚNCIA:CORRUPÇÃO ATIVA. INÉPCIA 
DA DENÚNCIA. FALTA DE JUSTA CAUSA PARA A AÇÃO PENAL. OFENSA AO PRINCÍPIO DO 
PROMOTOR NATURAL. I. - Desde que permitam o exercício do direito de defesa, as 
eventuais omissões da denúncia quanto aos requisitos do art. 41 do CPP não implicam 
necessariamente na sua inépcia, certo que podem ser supridas a todo tempo, antes da 
sentença final (CPP, art. 569). Precedentes. II. - Nos crimes de autoria coletiva, a 
jurisprudência da Corte não tem exigido a descrição pormenorizada da conduta de cada 
acusado. III. - A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido de que 
não se tranca a ação penal quando a conduta descrita na denúncia configura, em tese, 
crime. IV. - No julgamento do HC 67.759/RJ, pelo Plenário, os Ministros Paulo 
Brossard, Octavio Gallotti, Néri da Silveira e Moreira Alves adotaram posição de 
rejeição à existência do princípio do promotor natural. Os Ministros Celso de 
Mello e Sydney Sanches admitiram a possibilidade de instituição do princípio 
mediante lei. Assim, ficou rejeitado, no citado julgamento, o princípio do 
promotor natural. HC 67.759/RJ, Ministro Celso de Mello, RTJ 150/123. V. - H.C. 
indeferido. (HC 85424/PI – PIAUÍ, Relator(a): Min. CARLOS VELLOSO, Julgamento: 
23/08/2005, Órgão Julgador: Segunda Turma, DJ 23-09-2005 PP-00050,EMENT VOL-
02206-02 PP-00325,RTJ VOL-00196-01 PP-00279) 
 
CRIMES CONTRA A HONRA DE SERVIDOR PÚBLICO, EM RAZÃO DO OFÍCIO. 
LEGITIMIDADE CONCORRENTE. INAPLICABILIDADE DA SÚMULA 208. PRINCÍPIO DO 
PROMOTOR NATURAL. O STF, por seu plenário, rejeitou a tese do promotor 
natural, porque dependente de interposição legislativa (HC 67.759, rel. Min. Celso 
de Mello, DJ 01.07.93). Admissível o recurso extraordinário interposto pelo servidor 
ofendido e regularmente admitido como assistente da acusação na ação penal pública 
condicionada, quando o MP não recorre contra acórdão do STJ que acolhe tese rejeitada 
pelo STF, em recurso ordinário em habeas corpus, e anula a ação penal. O 
reconhecimento da legitimidade concorrente, pelo plenário do STF (INQ 726-AgR, Rel. 
Min. Sepúlveda Pertence, DJ 29.04.94), implica na impossibilidade de ser o servidor 
ofendido prejudicado em decorrência da opção feita. RE conhecido e provido para 
restabelecer a ação penal. (RE 387974 / DF - DISTRITO FEDERAL, Relator(a): Min. ELLEN 
GRACIE, Julgamento: 14/10/2003, Órgão Julgador: Segunda Turma, DJ 26-03-2004 
PP-00025,EMENT VOL-02145-05 PP-00872) 
 
HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. CRIME DE HOMICÍDIO QUALIFICADO. ALEGAÇÃO 
DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DO PROMOTOR NATURAL E DE AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA 
PARA O OFERECIMENTO DA DENÚNCIA. INEXISTÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL. 
1. Nenhuma afronta ao princípio do promotor natural há no pedido de 
arquivamento dos autos do inquérito policial por um promotor de justiça e na 
oferta da denúncia por outro, indicado pelo Procurador-Geral de Justiça, após o 
Juízo local ter considerado improcedente o pedido de arquivamento. 2. A 
 
 
alegação de falta de justa causa para o oferecimento da primeira denúncia foi repelida 
pelo Tribunal de Justiça estadual, sendo acatada tão-somente a tese de sua inépcia. 3. 
Não se pode trancar a segunda denúncia, quando descritos, na ação penal, 
comportamentos típicos, ou seja, quando factíveis e manifestos os indícios de autoria e 
materialidade delitivas. Precedentes. 4. Habeas corpus indeferido. (HC 92885/CE – CEARÁ, 
Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Julgamento: 29/04/2008 , Órgão Julgador: Primeira 
Turma, DJe-112 DIVULG 19-06-2008 PUBLIC 20-06-2008, EMENT VOL-02324-03 PP-
00654) 
 
A Turma indeferiu habeas corpus em que denunciado — a partir de investigações 
procedidas na denominada “Operação Anaconda” — pela suposta prática do crime de 
corrupção ativa (CP, art. 333) pleiteava a nulidade de procedimento que tramitara perante 
o TRF da 3ª Região, sob o argumento de ofensa ao princípio do promotor natural (CF, 
artigos 5º, LIII; 127, § 1º e 128, § 5º, b), bem como de violação a regras contidas no 
Código de Processo Penal e em portarias da Procuradoria Regional da República da 
respectiva região. Inicialmente, asseverou-se que, conforme a doutrina, o princípio do 
promotor natural representa a impossibilidade de alguém ser processado senão pelo órgão 
de atuação do Ministério Público dotado de amplas garantias pessoais e institucionais, de 
absoluta independência e liberdade de convicção, com atribuições previamente fixadas e 
conhecidas. Entretanto, enfatizou-se que o STF, por maioria de votos, refutara a tese de 
sua existência (HC 67759/RJ, DJU de 1º.7.93) no ordenamento jurídico brasileiro, 
orientação essa confirmada, posteriormente, na apreciação do HC 84468/ES (DJU de 
20.2.2006). Considerou-se que, mesmo que eventualmente acolhido o mencionado 
princípio, no presente caso não teria ocorrido sua transgressão. HC 90277/DF, rel. Min 
Ellen Gracie, 17.6.2008. (HC-90277) Entendeu-se que todo o procedimento, desde sua 
origem até a instauração da ação penal perante o STJ observara os critérios previamente 
impostos de distribuição de processos na Procuradoria Regional da República da 3ª 
Região, sem que houvesse designação casuística ou criação de “acusador de exceção”. 
Aduziu-se que, na espécie, deixara-se de adotar, relativamente aos procedimentos em 
tramitação perante o Órgão Especial do TRF daquela região, o critério numérico (referente 
ao final dos algarismos lançados segundo a ordem de entrada dos feitos naquela 
Procuradoria) para se assumir a ordem de entrada das representações junto ao Núcleo do 
Órgão Especial (NOE) em correspondência à ordem de ingresso dos procuradores no 
aludido núcleo. Ademais, salientou-se que, na estreita via do writ, a impetração não 
conseguira demonstrar a ocorrência de vício ou mácula na atribuição do procedimento 
inquisitorial que tramitara perante o TRF da 3ª Região às procuradoras regionais da 
república designadas pelo Procurador-Chefe do parquet. Aduziu-se, ainda, que por uma 
das portarias reputadas violadas, dera-se apenas a formalização de requerimento para que 
as mencionadas procuradoras atuassem em conjunto ou separadamente no procedimento. 
Dessa forma, concluiu-se que as portarias em vigor na ocasião em que o inquérito passara 
a transitar perante o TRF da 3ª Região respaldaram a estrita transparência e respeito às 
normas existentes quanto aos critérios objetivos de atribuição dos procedimentos aos 
órgãos de atuação do Ministério Público Federal perante aquela Corte. HC 90277/DF, rel. 
Min. Ellen Gracie, 17.6.2008. (HC-90277 
 
 
 
b.8) Vedação da auto-incriminação forçada (Nemo tenetur se detegere ou direito 
de não produzir prova contra si mesmo) e a questão do direito ao silêncio 
 
LEGISLAÇÃO 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
 
 
 
Art. 5º. 
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando 
necessário ao exercício profissional; 
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer 
calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado; 
Art. 53 
§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações 
recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes 
confiaram ou deles receberam informações. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 
35, de 2001) 
CPP: 
 
Art. 186, CPP (redação dada pela Lei 10.792/2003): Depois de devidamente qualificado e 
cientificado do inteiro teor da acusação, o acusado será informado pelo juiz, antes de 
iniciar o interrogatório, do seu direito de permanecer calado e de não responder as 
perguntas que lhe forem formuladas. 
Parágrafo único: O silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser interpretado 
em prejuízo da defesa. 
Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderão, 
entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em

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