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8 - producao de conteudo midiatico - formatos e novas tendencias

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PRODUÇÃO DE CONTEÚDO 
MIDIÁTICO: FORMATOS E 
NOVAS TENDÊNCIAS
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Jéssica de Amorim Barbosa
Londrina 
Editora e Distribuidora Educacional S.A. 
2019
Produção de conteúdo midiático: 
formatos e novas tendências
1ª edição
33 3
© 2019 POR EDITORA E DISTRIBUIDORA EDUCACIONAL S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida 
de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou 
qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, 
por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Presidente
Rodrigo Galindo
Vice-Presidente de Pós-Graduação e Educação Continuada
Paulo de Tarso Pires de Moraes
Conselho Acadêmico
Carlos Roberto Pagani Junior
Camila Braga de Oliveira Higa
Carolina Yaly
Giani Vendramel de Oliveira
Juliana Caramigo Gennarini
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Priscila Pereira Silva
Tayra Carolina Nascimento Aleixo
Coordenador
Tayra Carolina Nascimento Aleixo
Revisor
Patrícia Natividade Baptista
Editorial
Alessandra Cristina Fahl
Beatriz Meloni Montefusco
Daniella Fernandes Haruze Manta
Hâmila Samai Franco dos Santos
Mariana de Campos Barroso
Paola Andressa Machado Leal
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Barbosa, Jéssica de Amorim 
B238p Produção de conteúdo midiático: formatos e novas 
 tendências / Jéssica de Amorim Barbosa, – Londrina:
 Editora e Distribuidora Educacional S.A. 2019.
 90 p.
ISBN 978-85-522-1573-8
1. Mídia social. 2. Programas sobre crimes I. Barbosa, 
Jéssica de Amorim. II.Título.
 CDD 300
Responsável pela ficha catalográfica: Thamiris Mantovani CRB-8/9491
2019
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
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PRODUÇÃO DE CONTEÚDO MIDIÁTICO: 
FORMATOS E NOVAS TENDÊNCIAS
SUMÁRIO
Apresentação da disciplina 5
Produções audiovisuais pioneiras na interação 6
Vídeo on demand: tendências da comunicação digital 23
Reality shows: temas e formatos 39
Produção de conteúdo para redes sociais 55
YouTube: tendências e monetização 71
Publicidade on-line: mercado em expansão 88
Realidade virtual: conteúdo e interação 105
55 5
Apresentação da disciplina
Em um contexto de cibercultura e transformação digital, todas as 
formas de comportamento, relacionamento, relações midiáticas 
e comerciais também acompanham a onda de mudanças e se 
restabelecem em outros formatos.
Para se ressignificarem em outras formas de apresentação, as mídias 
e os veículos de comunicação investem em uma ferramenta poderosa, 
que hoje é a principal fonte de informação e, também, principal 
esteira para o sucesso de diversas empresas em segmentos mais 
diversos: o conteúdo.
Produzir conteúdo de qualidade, relevante e que atraia a atenção 
do consumidor é a cereja do bolo de estratégias de comunicação 
de sucesso. Mas antes de iniciar o conteúdo, é preciso entender a 
nossa nova realidade e como é possível adequar-se a esses novos 
formatos de mídia.
Saber como funcionam as novas formas de se comunicar depende 
muito da compreensão da linguagem dos novos coadjuvantes que 
auxiliam nesse processo. Além disso, o comportamento do leitor/
consumidor também mudou e é preciso se ajustar a ele.
Esta disciplina é justamente para isso. Fazer um panorama geral 
das especificidades das mídias, como elas surgiram e como hoje 
se desenvolvem. E, também, entender como agregar o melhor 
conteúdo a elas.
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Produções audiovisuais 
pioneiras na interação
Autora: Jéssica Amorim
Objetivos
• Conhecer sucintamente a história do audiovisual e 
da televisão no Brasil.
• Entender como se forma a programação de TV e 
como ela impacta a audiência.
• Explicar a história dos primeiros programas 
interativos na TV brasileira.
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1. Produções audiovisuais pioneiras na interação
Esta temática traz aspectos teóricos e históricos de como a televisão 
brasileira, por meio de tentativas, erros e acertos, buscava seu lugar 
ao sol enquanto um fenômeno de linguagem. Além disso, mostra 
como, ao conseguir se estabelecer como um veículo de informação e 
entretenimento, está sempre em busca de inovações para permanecer 
como prioridade para o telespectador.
Para isso, ela não pode ficar estacionada em um lugar confortável em 
que seja apenas a fornecedora direta de informação e diversão para o 
público. A TV percebeu que, além de assistir, o telespectador busca fazer 
parte da programação que ele acompanha. 
Investir em inovações que tragam possibilidades interativas é a 
grande pauta para os profissionais que trabalham com televisão hoje. 
Afinal, após o advento da internet, é muito comum assistir a qualquer 
programa e, ao mesmo tempo, interagir nas redes sociais, por exemplo. 
As estratégias de interação na TV, porém, surgiram antes das 
possibilidades trazidas pela banda larga. Por telefone, na década de 1980, 
já era possível participar. Vamos ver como a televisão se desenvolveu e 
como os primeiros programas de auditório, além de teledramaturgias, 
foram fundamentais para a aplicação da interação da TV.
1.1 No início, o audiovisual
Quando Thomas Edison criou o cinetoscópio no final do século XIX 
— e em seguida os irmãos Louis e August Lumière o aperfeiçoaram 
e patentearam como um cinematógrafo — certamente eles não 
tinham noção da grandeza desses inventos para a comunicação em 
escala global. 
88 
Foi a partir do estudo e da confecção desses equipamentos de captura e 
transmissão de imagem — e da primeira exibição ao público de imagens 
captadas pelo cinematógrafo, realizada em 28 de dezembro de 1895 —, 
que se inicia a história do audiovisual no mundo.
Por meio de tentativa e erro, com o intuito de entender como essa nova 
forma de comunicação funcionaria, levou-se cerca de 20 anos para que o 
cinema finalmente se configurasse como linguagem.
Só para se ter uma ideia, aspectos técnicos que hoje são muito comuns 
para nós, como planos, ângulos, movimentos de câmera, montagem, 
entre outros, demoraram para fazer sentido. Mas não poderia ser 
diferente, tendo em vista que o invento trazia algo novo. 
Ver a própria imagem em movimento era um avanço considerável para 
a época e entender seu mecanismo de difusão de comunicação, tanto 
nas formas documental ou ficcional, levou tempo e vários testes para 
estarem alinhados com uma estrutura que funcionasse.
No final dos anos 1920, enquanto o cinema já se encontrava como 
linguagem, mas mesmo assim continuava a testar novas formas de 
apresentação de seu conteúdo, os primeiros testes de TV estavam 
acontecendo em várias partes do mundo.
1.2 A TV e seus primórdios
Em 1923, o russo Vladmir Zworykin, que vivia nos Estados Unidos, criou 
o iconoscópio. Trata-se de um tubo que é a base da televisão, onde a 
imagem óptica era captada e convertida em impulsos elétricos. 
Na mesma década, em 1928, Ernst F. W. Alexanderson realizou a 
primeira transmissão para três casas em Nova York. A partir daí, entre 
vários testes e transmissões, a TV se popularizou no pós-guerra, e na 
década de 1950, ela já estava presente em vários lares no mundo todo. 
99 9
Nesse mesmo ano, ela chegou ao Brasil por meio do jornalista e 
empresário Assis Chateaubriand, prometendo a possibilidade de 
entretenimento e informação para os lares brasileiros.
No início, quando os programas eram ao vivo, a TV enfrentou uma 
gama de dificuldades para estabelecer sua linguagem e encaixar 
os seus programas de maneira assertiva. Principalmente porque 
o aparelho ainda era caro, um luxo para poucos. Segundo Ribeiro, 
Sacramento e Roxo (2010, p. 39), no final da década de 1950, existiam 
apenas 2 mil televisores em São Paulo.
Hoje, tanto o Brasil quanto os Estados Unidos são os países mais 
televisivos do mundo. Assim cita Souza (2004, p. 68): 
O Brasil
2019.
Se todas as respostas para esses questionamentos forem favoráveis, é 
hora de começar a pesquisar para a criação desse conteúdo. Veja como 
fazer sua pesquisa de forma eficaz. 
1. Pesquise primeiro dentro de você. Isso mesmo. As suas 
referências são importantes e devem ser consideradas. 
Experiências, leituras e aprendizados do passado sobre o tema 
do seu conteúdo são sempre bem-vindos e será a partir deles que 
surgirão excelentes ideias. Suas vivências, contatos com outras 
pessoas, experiências em lugares diferentes, viagens, relações 
familiares também contam como ferramenta de busca pessoal. 
https://marketingdeconteudo.com/como-fazer-uma-pesquisa-no-google/
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2. Pesquise em livros: livros físicos, livros digitais, plataformas digitais 
de aprendizagem, e-books, entre outros. Não confie apenas em 
pesquisas de sites e blogs, a leitura constante e o bom e velho 
livro ainda são fontes inesgotáveis de conhecimento e são essas 
ferramentas que auxiliam o produtor de conteúdo.
3. Pesquise em sites de referências e confiáveis do mesmo segmento 
que o seu conteúdo. Para saber se o site é de confiança, veja como 
ele está localizado no Google, veja quantas pessoas o conhecem e 
confiam em seu conteúdo, veja quantas vezes ele é citado, procure 
por palavras específicas e verifique se elas aparecem nesse local.
4. Pesquise em sites internacionais confiáveis, de universidades, 
revistas científicas ou revistas de grande circulação. Para isso, é 
importante que você tenha domínio do inglês ou espanhol, pois, 
mesmo utilizando o recurso do Google Tradutor, a tradução é 
literal e às vezes não dá o sentido que esperamos.
5. Pesquise na concorrência para ver como eles estão lidando com 
o assunto. Sempre tenha a concorrência como referência, pois 
você não vai querer ficar atrás. Saiba o que eles estão divulgando 
e procure tratar dos assuntos correlatos, mas de forma que seu 
conteúdo seja melhor desenvolvido e possua uma pesquisa mais 
detalhada que a deles. 
Acompanhe de perto cada ação do concorrente, pois ele será um 
dos seus maiores termômetros do mercado. E aproveite para fazer 
uma abordagem melhor e mais completa.
6. Monte uma pauta com todas as palavras relacionadas ao tema 
que você quer tratar. Assim fica mais fácil fazer a pesquisa e 
você também pode aproveitar os assuntos relacionados com 
esse tema para pensar em outros temas para novas pautas no 
futuro. Anote tudo, não jogue nada fora, pois grandes ideias 
surgem desses rascunhos.
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PARA SABER MAIS 
Fazer uma boa pesquisa antes de desenvolver o conteúdo 
faz parte do processo da produção de um bom material. 
O site www.harvard.edu é uma ótima referência, pois traz 
pesquisas em diversas áreas.
1.2 O conteúdo para redes sociais
Divulgar conteúdos por meio das redes sociais não é mais um 
diferencial, mas sim primordial para a comunicação de qualquer 
empresa, veículo ou pessoa física. Mas para isso, só agendar postagens 
no Facebook não é suficiente. É preciso que você elabore uma estratégia 
de conteúdo para que sua comunicação seja assertiva.
Existem hoje inúmeras redes, milhões de usuários ativos e a tendência 
é aumentar. Cada usuário tem um comportamento e vai consumir o 
conteúdo de acordo com seus interesses. O trabalho do redator, do 
produtor de conteúdo, é saber como trabalhar o texto para agradar a 
todos os públicos.
Figura 12 – Redes sociais
Fonte: tnrsmr/iStock.com.
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ASSIMILE
Muitos acreditam que fazer o mesmo texto e divulgar 
em todas as redes sociais é efetivo. Ledo engano. 
É preciso saber como funciona cada mídia e 
adequar o texto para a linguagem.
As redes sociais e os veículos de comunicação possuem linguagem 
própria e, para que o produtor de conteúdo seja certeiro, ele precisa 
entender como funciona cada uma das redes, assim, ele poderá 
trabalhar em cada abordagem de forma diferente. Vamos saber 
quais são:
1.3 Blog
Diferentemente de um site, o blog possui uma abordagem mais 
pessoal, afinal, ele fala direto com a pessoa. A estrutura do blog é muito 
simples, pois ele geralmente se organiza com uma postagem por data. 
Linguagem informal, mais próxima do leitor, mas nem por isso o texto 
precisa ser coloquial. 
Essa é uma linha muito tênue e o redator precisa saber dosar entre 
o escrever na norma culta da língua, sem erros e sem exageros, e ao 
mesmo tempo manter uma estrutura informal e descontraída, para que 
seu leitor se sinta à vontade e se interesse pelo conteúdo.
O texto por si só é mais flexível e interativo, e permite que o leitor faça 
comentários e até contribua para seu texto ou para futuras pautas. 
Além disso, a sua estrutura é bem mais simples que a de um site ou um 
portal e é possível encontrar templates prontos em plataformas de blogs 
disponíveis de forma gratuita on-line.
6161 61
Todo começo de um texto, um artigo, uma entrevista, inicia-se pelo 
título. Por isso o título deve ser o primeiro chamariz de um texto, pois é 
ele que vai despertar o interesse do leitor e fazer com que ele entre na 
sua página e leia.
Figura 13 – Blog
Fonte: scyther5/iStock.com.
Dedicar tempo e esforço para criar um bom título é uma etapa 
necessária no processo de criação do conteúdo e, às vezes, encontrar 
o título ideal pode demorar um tempo. O site www.upworthy.com, por 
exemplo, antes de publicar qualquer conteúdo, realiza um controle 
rigoroso dos títulos. Sua equipe cria 25 títulos diferentes para cada texto 
e eles selecionam os melhores até chegarem a uma boa escolha.
Para saber como criar o melhor título, seguem algumas técnicas infalíveis:
• Use números e estatísticas. Pessoas adoram fatos! Exemplo: 8% da 
população sofre de ansiedade.
• Ensine algo. Guias e tutoriais geram muito interesse e tráfego. 
Se possível, use as palavras “como”, “manual” ou “guia”. Exemplo: 
“O guia definitivo para estudar inglês em casa”.
• Desperte a curiosidade. Se seu título prometer saciar uma 
curiosidade do leitor, ele provavelmente irá clicar! Exemplo: 
“Ômega 9. Afinal, o que é e onde encontrar?”.
http://www.upworthy.com
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• Use e abuse de listas. Exemplo: “7 dicas para montar um 
currículo perfeito”.
• Crie polêmica. As pessoas amam se informar e tomar lados 
em um artigo controverso. Use isso a seu favor! Exemplo: 
“Afinal, o livro de papel morreu ou não morreu?”.
Com as técnicas acima, é possível criar um título que vai chamar a 
atenção do leitor. Agora que ele já acessou o seu conteúdo, o próximo 
desafio é mantê-lo na sua página. É importante saber que muitos 
visitantes entram na sua página, mas não leem seu texto.
Em um primeiro momento, o leitor olha superficialmente o texto 
para ver se ele é interessante. E mesmo que seu conteúdo seja bom, 
ele precisa conquistar a atenção do leitor e, para isso, precisa estar 
organizado em blocos pequenos. 
Quando ele olhar o texto com calma, vai varrer o texto de forma geral 
e escolher o que ler. A essa ação chamamos de “escanear” e, portanto, 
o texto precisa ter escaneabilidade. Há algumas técnicas para construir 
um texto atraente, que mantenha a atenção do seu leitor:
• Divida seu texto em partes, usando subtítulos.
• Use listas sempre que for citar vários itens.
• O negrito atrai o olhar, use-o em palavras-chave.
• Mantenha seus parágrafos curtos.
• Insira imagens relevantes e chamativas no texto para 
prender o leitor.
• Estruture seu texto para formar uma narrativa coerente. 
Exemplo: introdução → argumentação → conclusão.
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1.4 Twitter
As redes sociais exigem um texto mais curto e condensado do que um 
artigo para o blog. Mas nem por isso é mais fácil. Textos curtos precisam 
dizer muito mais e com muito menos. Por isso, seguem algumas técnicas 
para você produzir conteúdos para as redes sociais.
No Twitter, o usuário quer um texto dinâmico e direto, tendo em 
vista que a rede oferece um espaço de apenas 280 caracteres para a 
divulgação
da sua mensagem. A rede foi criada em 2006 por três sócios: 
Jack Dorsey, Eva Williams e Biz Stone e significa pia de pássaros ou 
explosão de informações inconsequentes.
Como o Twitter foi criado inicialmente para ser uma espécie de 
ferramenta de SMS, o número de caracteres ficou limitado por ter essa 
característica. Enviar mensagens curtas, mas assertivas, é o principal 
foco do Twitter. 
A rede tem, hoje, a relevância que o rádio tinha em seu surgimento, a 
premissa de mostrar e comentar o que está acontecendo em tempo 
real. Na data da confecção deste material, o Twitter possuía 326 milhões 
de usuários ativos ao redor do mundo.
Figura 14 – Twitter
Fonte: alexsl/iStock.com.
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A seguir, algumas técnicas para escrever para o Twitter:
• O texto precisa ser sucinto. O máximo de informações em 
280 caracteres. É interessante usar, sempre que possível, os links 
encurtados. O migre.me, por exemplo, é uma das ferramentas que 
ajudam a encurtar os links para que você tenha mais espaço para 
escrever a mensagem.
• Evite abreviaturas. Por mais que o espaço seja limitado, o leitor 
do Twitter é dinâmico. Quanto mais você entregar a informação 
completa, melhor ele vai decodificar e assim dará preferência para 
seu conteúdo em detrimento de outros.
• Use [ ] para descrever o conteúdo do tweet. Por exemplo: 
“[ÁUDIO]”. Principalmente se o conteúdo está escondido em uma 
URL, o leitor saberá o que encontrar.
• Cite as fontes com Twitter pelo “@”. Exemplo: “Segundo @
uol... @oglobo”.
• O Twitter sistematizou as hashtags. Faça uso delas para 
indexar assuntos.
• Use um tweet só para transmitir a mensagem. Evite usar dois ou 
mais tweets para a mesma mensagem. O leitor acaba se perdendo, 
pois enquanto você está escrevendo o complemento do tweet, 
vários outros já entraram na timeline e seu complemento se perde.
• Usuários do Twitter requerem um texto mais estilizado, irônico, 
direto. Visite perfis correlatos ao seu ou os que sejam referência 
para ver como eles se posicionam.
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1.5 Facebook
O Facebook hoje é uma grande referência e uma das maiores redes 
sociais da história, com mais de 2,13 bilhões de usuários ativos no 
mundo. Foi criada por quatro estudantes de Harvard, Mark Zuckerberg, 
Eduardo Savarin, Dustin Moskovitz e Chris Hughes. Os brasileiros são 
muito ativos nessa rede e ela é uma fonte de investimento de todos os 
segmentos para divulgação de conteúdo.
Seguem algumas técnicas para ser assertivo com o seu conteúdo 
no Facebook:
• Cada post deve ter apenas uma ideia. É preciso focar na 
publicação, para que o leitor não fique confuso com vários 
assuntos no mesmo post. Não se limite, faça outros posts com 
outros assuntos depois.
• Faça um texto sucinto, porém atraente.
• Definir como tratará o público, se por plural ou singular. Escrever 
de forma padronizada.
• Faça posts curtos. Pessoas têm pouca paciência para ler textos 
longos sem imagens.
• Tamanho ideal: máximo quatro linhas (mas não é rígido).
• Postagem com regularidade de dias e horários.
• Usar hashtags somente quando necessário, para demarcar uma 
notícia do dia, um assunto polêmico. Importante dizer que hashtag 
não é pontuação. É um agregador de conteúdo que indexa os 
assuntos em discussão na rede.
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1.6 Instagram
Como estamos na era da imagem, o Instagram tem se tornado a rede 
social que mais cresce em todo o mundo. Há dois anos, a rede possuía 
pouco mais de meio milhão de usuários. Hoje, a rede ultrapassa 1 bilhão 
de usuários ativos.
A rede foi criada por Kevin Systrom e Mike Krieger em 2010 e logo se 
popularizou. Hoje, além de fotos, é possível publicar vídeos, descrever 
grandes textos nas legendas, publicar vídeos e imagens instantâneas 
pelo recurso stories, na barra superior do aplicativo, fazer transmissões 
ao vivo e vídeos maiores no formato IGTV.
Porém, para ter uma estratégia que funcione no Instagram, algumas 
técnicas são fundamentais:
• Imagens bem editadas.
• Legendas criativas e que não podem ser enigmáticas.
• Texto claro, conciso e complementar à imagem.
• As legendas não podem ser longas. Duas ou três linhas 
seriam o ideal.
• Use o recurso do stories para conversar diretamente e 
informalmente com o público. Esse recurso é ideal para divulgar 
produtos, eventos, entre outros.
O Instagram oferece uma gama de recursos para divulgação, como: 
recurso de áudio e vídeo na timeline e no stories, publicações com 
texto e imagens, álbum de fotos, entre outros. Somente não é possível 
compartilhar em seu feed a foto de outro perfil com os recursos do 
Instagram. Há outros aplicativos que fazem essa repostagem, porém, 
tem sido pouco usada. Após a inserção da função stories, a maioria 
das publicações e compartilhamentos está sendo feita por lá, pela 
dinamicidade do recurso.
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1.7 Snapchat
Trata-se de um aplicativo de mensagens criado e desenvolvido por Evan 
Spiegel, Bobby Murphy e Reggie Brown, estudantes da Universidade de 
Stanford. A premissa do aplicativo é enviar mensagens de fotos, vídeos e 
textos, com a possibilidade de adicionar textos nas imagens. 
O diferencial é que os conteúdos se apagam em 24 horas. O aplicativo 
foi pioneiro nesse tipo de mensagem, mas hoje o Facebook, o Instagram, 
o Messenger e o WhatsApp também possuem esse recurso.
Figura 15 – Snapchat
Fonte: Wachiwit/iStock.com.
Técnicas para produção de conteúdo para Snapchat:
• Formatos: imagem com legenda muito curta e vídeos de 
15 segundos. Seja sucinto.
• É o aplicativo social com menor espaço: saiba utilizá-lo.
• É efêmero, instantâneo, porém um bom veículo informativo.
• É possível gravar vários vídeos para construir a mensagem, mas, 
a não ser que seja um assunto relevante, mantenha uma média 
de dois a três vídeos de 15 segundos.
• As imagens precisam falar por si, as legendas precisam ser 
mais breves.
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2. Conclusão
Em um contexto em que somos cerceados por redes sociais e 
plataformas digitais de vários tipos, quem trabalha com comunicação 
e produção de conteúdo deve desenvolver um olhar corporativo para 
essas redes. Afinal, quem produz conteúdo profissional deixa de ser um 
usuário comum.
O intuito, neste capítulo, foi expor como é preciso ser detalhista e fazer 
uma boa pesquisa antes de produzir qualquer tipo de texto para redes 
sociais. Além disso, abordamos como funciona cada rede digital, que 
tipo de textos elas requerem e por que é importante saber adaptar o 
conteúdo para a linguagem de cada uma.
O conteúdo relevante e bem-feito, que encante, informe e venda, é difícil 
de ser construído. Exige pesquisa, construção, tempo de maturação 
e arremate. É, na verdade, um processo. Cabe aos produtores de 
conteúdo saber o tempo certo e o que fazer em cada processo. 
Desenvolver a criatividade também é fundamental.
TEORIA EM PRÁTICA 
Uma empresa de cosméticos é o novo cliente da agência em 
que você trabalha. Ela precisa criar conteúdos relevantes 
para se apresentar ao mercado por meio das redes sociais. 
A empresa já possui um blog, que vem alimentando 
semanalmente. Você é o conteudista responsável pelo 
projeto e precisa criar perfis nas redes Facebook, Twitter e 
Instagram para divulgar a empresa e, também, o conteúdo 
que ela já vem produzindo no blog. Responda como você 
articularia os desafios a seguir:
• Crie conteúdos para todas as redes sociais. O conteúdo 
pode ser o mesmo, mas a linguagem precisa ser adaptada.
• Como divulgar o conteúdo do blog nas redes sociais? 
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VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. A produção de conteúdo relevante possui alguns 
processos. Qual a primeira etapa para começar a 
produção de conteúdo? 
a. Argumento.
b. Pauta.
c. Produção.
d. Pesquisa.
e. Redação.
2. Cada veículo de comunicação comporta um tipo 
de texto diferente, de acordo com sua linguagem e 
especificidade. Com base nessa afirmativa, selecione a 
alternativa correta que explique como se caracteriza o 
texto do blog. 
a. Flexível, interativo e de fácil leitura.
b. Estrutura formal.
c. Norma culta da língua portuguesa.
d. Coloquial
e flexível.
e. Acadêmico.
3. Qual o primeiro chamariz de um conteúdo que fará o 
usuário ler o texto? 
7070 
a. A escaneabilidade.
b. O título.
c. Os intertítulos.
d. Os links.
e. A imagem.
Referências bibliográficas
ASSAD, N. Marketing de conteúdo: como fazer sua empresa decolar no meio 
digital. São Paulo: Editora Atlas, 2016.
MARTINO, L. M. S. Teoria das mídias digitais: linguagens, ambientes e redes. 
Petrópolis: Vozes, 2014.
MARTINS, C. Geração digital, geração net, millennials, geração Y: refletindo sobre a 
relação entre as juventudes e as tecnologias digitais. Diálogo, Canoas: Rio Grande 
do Sul, n. 29, ago. 2015.
QUALMAN, E. Socialnomics: como as mídias sociais estão transformando a forma 
como vivemos e fazemos negócios. São Paulo: Saraiva, 2011.
Gabarito
Questão 1 – Resposta B
Resolução: antes da produção de conteúdo, é necessário fazer uma 
pauta para delimitar o assunto a ser tratado e a relevância dele.
Questão 2 – Resposta A
Resolução: importante destacar a flexibilidade e fácil leitura do blog, 
bem como sua interatividade.
Questão 3 – Resposta B
Resolução: o título é o que primeiro prende a atenção em um texto.
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YouTube: tendências e 
monetização
Autora: Jéssica Amorim
Objetivos
• Mostrar como funciona a produção audiovisual 
contemporânea.
• Conhecer a plataforma YouTube, suas principais 
referências, gêneros e estrutura.
• Aprender como produzir conteúdo para a 
plataforma e monetizar.
7272 
1. YouTube: tendências e monetização
Produzir conteúdo para as redes sociais parece algo fácil. Porém, 
é preciso primeiro entender como funciona cada rede e suas 
particularidades. Para isso, é preciso entender a estrutura, o 
funcionamento, a história e como gêneros se recriam e se ressignificam 
em novas tendências de plataformas.
O YouTube foi uma grande criação. A plataforma possibilita a 
publicação de vídeos de todos os gêneros e também a criação, de 
forma independente, de diversos tipos de conteúdos. Cada gênero 
visa atender um nicho específico de público. Assim, todos acabam 
encontrando sua tribo.
Além disso, youtuber hoje se tornou uma profissão, com altas 
possibilidades de ganho. Basta saber o caminho para a produção de 
conteúdo consistente. Mesmo que a plataforma tenha permitido e 
democratizado a veiculação de conteúdos, isso não significa que eles 
devam ser feitos de qualquer jeito. Afinal, o público é exigente e quer 
receber informações de qualidade.
Figura 16 – YouTube
Fonte: v777999/iStock.com.
7373 73
Os brasileiros, de uma maneira geral, foram criados em frente à TV. 
Possuem o hábito de receber informações mais em formato audiovisual 
do que por meio da leitura, por exemplo. 
Portanto, investir na criação de vídeos é uma excelente estratégia 
de divulgação de conteúdo, pois é um meio de fácil penetração e 
visualização, acessível por outros meios que não seja a TV, como os PCs, 
tablets e smartphones.
Os conteúdos previamente criados em outras linguagens, como blog 
e redes sociais, podem ser adaptados para o audiovisual. Mas por que 
adaptar? Por três aspectos bem importantes, que fazem a diferença na 
hora de divulgar as mensagens: 
• Emocional: o vídeo é a estratégia mais certeira para criar 
intimidade ou provocar emoções positivas nos leitores, pois os 
recursos que a linguagem audiovisual utiliza para construir seus 
textos são os mesmos que usam para emocionar. 
Os vídeos usam os cortes, movimentos de câmera, conteúdo, 
trilha sonora, imagem e som de uma forma que faz sentido e 
emociona, estabelece uma relação de proximidade com o público.
• Humanização: torna a mensagem mais próxima do espectador. 
Um recurso muito utilizado por empresas hoje é tornar a 
instituição mais próxima do cliente contando a sua história 
em vídeos institucionais por meio de storytelling, uma técnica 
específica para contar histórias. Esse tipo de conteúdo afeta o 
emocional e faz com que os leitores se sintam ligados à empresa.
• Reputação: com tanta produção de conteúdo de qualidade, a 
empresa torna-se autoridade nessa área quando investe na 
produção de tutoriais. O propósito desse tipo de vídeo é ajudar 
a persona a entender ou a fazer alguma coisa, por meio de uma 
linguagem instrucional. Assim, o produtor do vídeo demonstra seu 
entendimento e certifica sua credibilidade em sua área de atuação.
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1.1. O YouTube
Durante muito tempo, para se fazer uma produção audiovisual de 
qualidade, era preciso equipamentos de ponta que custam caro, 
uma grande equipe, um estúdio, profissionais qualificados e um bom 
orçamento para despesas.
Desde o advento do cinema e da televisão tem sido assim. Pouco 
democrática, a produção audiovisual sempre esteve restrita a esses 
meios, com quem tinha dinheiro ou que tinha o poder de agências, 
produtoras de vídeo ou TV, ou mesmo produtoras de cinema.
Com a banda larga e o surgimento de plataformas digitais como 
o YouTube, hoje não é preciso equipamentos caros e toda uma 
infraestrutura para produzir vídeos. Com o celular/smartphone e poucos 
recursos, é possível produzir conteúdo audiovisual de qualidade.
O YouTube é uma plataforma e um agregador de conteúdo, embora não 
seja uma produtora do conteúdo em si. Cada pessoa ou empresa pode 
fazer a produção de seus vídeos de forma independente, usando os 
recursos que tiver em mãos, e fazer a veiculação pela plataforma.
Ela promove a democratização da distribuição do conteúdo, tendo 
em vista que não é regulada por nenhuma empresa de mídia. 
O YouTube proporcionou uma nova forma de consumir e 
produzir conteúdos audiovisuais.
Tudo ficou muito mais fácil, a começar pelo cadastro. Para abrir uma 
conta, basta estar conectado à internet e informar os dados básicos, 
como e-mail, nome. Em seguida, podem-se enviar vídeos para exibição 
de qualquer tema.
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PARA SABER MAIS
Conheça quais os principais canais do YouTube no Brasil e 
no mundo e veja como eles mantêm o sucesso. Disponível 
em: https://rockcontent.com/blog/maiores-canais-do-
youtube/. Acesso em: 25 jul. 2019.
A plataforma de vídeos mais famosa do mundo foi criada por Chad 
Hurley, então com 29 anos, e Steven Chen, com 27 anos, em 2005. Em 
maio de 2006, o site atingiu a marca de 40 milhões de vídeos exibidos 
diariamente. Em junho do mesmo ano, o site alcançou a média de 100 
milhões de exibições/dia, com o total de 2,5 bilhões de vídeos exibidos.
Vale ressaltar que:
O YouTube não estabeleceu limites para o número de vídeos que cada 
usuário poderia colocar on-line via upload, ofereceu funções básicas de 
comunidade, tais como a possibilidade de se conectar a outros usuários 
como amigos, e gerava URLs e códigos HTML que permitiam que os vídeos 
pudessem ser facilmente incorporados em outros sites, um diferencial que 
se aproveitava da recente introdução de tecnologias de blogging acessíveis 
ao grande público. Exceto pelo limite de duração dos vídeos que podiam 
ser transferidos para o servidor, o que o YouTube oferecia era similar a 
outras iniciativas de vídeos on-line da época. (BURGESS, 2009, p. 17)
Em 2019, o YouTube já atingiu a marca de 4,5 bilhões de visualizações 
por mês em todo o mundo. Assim, consolidou-se um novo espaço 
alternativo e democrático, que atende às massas, que distribui conteúdo 
audiovisual de qualquer espécie. 
Documentários, videorreportagem, vídeos antigos, paródias, ficção, 
videoaulas, propagandas, micronarrativas, tutoriais, entrevistas, DIY, 
enfim, uma gama de vídeos pode ser publicada na rede.
https://rockcontent.com/blog/maiores-canais-do-youtube/
https://rockcontent.com/blog/maiores-canais-do-youtube/
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1.2 Gêneros de vídeos do YouTube
Como a rede possibilita a veiculação de vídeos de qualquer natureza, 
há alguns gêneros que predominam e que se estabeleceram como os 
principais tipos de vídeos que funcionam na plataforma. Vamos ver 
quais são esses gêneros e suas características:
1.2.1 Gameplay
O gameplay ou tutorial de games é um dos gêneros mais difundidos 
entre os jovens que gostam de jogar videogame.
Nesse tipo de vídeo, o 
dono do canal mostra um jogo e dá dicas sobre ele, geralmente com a 
imagem do jogo na tela e a voz over do dono do canal ao fundo. 
Os canais mais famosos do gênero foram os que mostravam Minecraft 
ou League of Legends, os jogos preferidos. Um dos canais mais 
conhecidos é o Authentic Games, totalmente voltado ao jogo Minecraft. 
O canal tem mais de 16 mil inscritos e 6 bilhões de visualizações.
O Minecraft também tirou o youtuber Pedro Afonso Rezende do 
anonimato. Ele criou o canal RezendeEvil, onde fala desse e outros 
e também por meio de paródias e situações inusitadas sobre o seu 
cotidiano. O canal tem mais de 22 milhões de inscritos e já alcançou 
mais de 7 bilhões de visualizações.
1.2.2 Vlog
O termo vem da palavra videolog ou diário de rede. Faz uma analogia 
com o blog, que são diários eletrônicos em que os seus administradores 
postam textos, fotos de acontecimentos do dia a dia ou que tenha algum 
conteúdo informativo. No YouTube, os vlogs são diários audiovisuais. 
Nesse tipo de vídeo os apresentadores usam diálogo direto com o 
telespectador e usam o recurso do jump cut para deixar a edição 
mais dinâmica.
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Exemplos: canal do Felipe Neto. Ele foi um dos primeiros youtubers a 
fazer sucesso na plataforma pelo país. Com uma linguagem para público 
jovem, seu canal está em constante crescimento e hoje passa do número 
de 30 milhões de inscritos e 6 bilhões de visualizações.
O canal Lully de Verdade também é um bom exemplo. On-line 
desde 2011, o blog, que começou falando de moda, mudou de 
assunto e passou a abordar mais a sétima arte, pois é a formação da 
apresentadora do canal. Além disso, ela traz questões do dia a dia e tem 
um posicionamento feminista. O seu canal tem quase 400 mil inscritos e 
acumula milhares de visualizações.
1.2.3 Tutorial
São vídeos que ensinam a fazer algo específico. É possível aprender a 
cozinhar, a consertar o chuveiro, a configurar o novo celular, manusear 
ferramentas, fazer pequenos consertos. Geralmente, quem domina 
algum tipo de assunto se dedica a ensinar os internautas a fazerem 
o mesmo. Manual do Mundo é um bom exemplo e tem mais de 12 
milhões de inscritos.
Além desses, os professores hoje estão produzindo vídeos curtos para 
ensinar determinados conceitos, mas alguns deles ficam mais nos 
aspectos teóricos.
1.2.4 Unboxing
“Desempacotar” ou “tirando da caixa”, em tradução livre, é um dos 
gêneros mais populares, em que o youtuber recebe e abre o produto na 
frente das câmeras e faz uma apresentação prévia e aprovação do que 
recebeu. O gênero tem chamado a atenção e empresas investem nesse 
formato para divulgar seus produtos. 
É uma ótima estratégia para o mercado publicitário. Mesmo tendo 
sido pautado por alguns estudiosos como um gênero, qualquer tipo 
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de canal pode conter o unboxing como elemento do vídeo, tendo 
em vista que diversas empresas enviam produtos para os youtubers 
visando a divulgação.
O unboxing é uma ferramenta de disseminação e avaliação do produto.
1.2.5 Review
O intuito desse tipo de vídeo é fazer com que o apresentador do canal 
faça uma revisão crítica de produtos, na maioria das vezes, ligados a 
tecnologia. Geralmente, eles são especialistas em determinado assunto 
ou produto, por isso recebem ou compram produtos para serem 
avaliados quanto a sua eficácia e qualidade.
São conteúdos muito úteis, que chamam a atenção, pois servem de 
termômetro e de avaliador para os internautas que estão pensando 
em adquirir determinado serviço ou produto. Esses vídeos têm por 
característica serem mais técnicos e formais. Exemplo: CanalTech, que 
possui cerca de 2 milhões de inscritos.
1.2.6 DIY
Esse gênero nasceu da sigla do it yourself e significa: faça você mesmo. 
Assemelha-se ao tutorial, porém possuem viés mais sustentável, prático 
e de economia doméstica. Ensina a fazer trabalhos manuais, utilizar 
material reciclável e dá dicas para facilitar o dia a dia. Por exemplo: o 
canal da Maddu Magalhães, que tem quase 2 milhões de inscritos e 
milhares de visualizações.
1.2.7 Time-lapse
“Salto no tempo”, em português, time-lapse é o tipo de vídeo que se 
baseia no recurso com o mesmo nome, de adiantar as imagens, dando 
o efeito de sentido de que tudo acontece muito rápido. Com uma trilha 
agradável, é possível mostrar vários processos usando esse recurso, 
como montagem de equipamento, reforma de casa, entre outros.
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1.2.8 Paródia
Um dos gêneros mais comuns em que o dono do canal faz releituras 
cômicas de outras obras audiovisuais ou de acontecimentos do 
cotidiano. Os realizadores dominam a linguagem cênica, criam 
narrativas, entre outros. O canal Porta dos Fundos pode ser um bom 
exemplo. O canal existe desde 2012 e tem 15 milhões de inscritos. Seus 
vídeos têm um média de 500 mil visualizações.
1.3 Como produzir para o YouTube
Produzir um vídeo de qualidade, que conte uma história, não é um 
bicho de sete cabeças. Com os novos recursos tecnológicos e várias 
formas de divulgar, hoje é muito mais fácil do que você pensa. Veja só 
como é possível:
• Escolha o tema: saber qual público quer atingir, o que quer falar 
e como abordar a audiência é o primeiro passo para começar a 
criar conteúdo para o YouTube.
• Personalize o perfil e defina a estrutura dos vídeos. Outra definição 
importante é adequar a periodicidade da veiculação dos vídeos. 
Para ajudar, faça uma lista com uma programação de conteúdo 
anual. Se você pretende postar um vídeo por semana, pense em 
quatro temas para trabalhar no mês, e assim sucessivamente.
• Pense nos imprevistos. Esteja sempre à frente na sua produção 
e deixe sempre um vídeo pronto na manga. Em algum momento, 
pode acontecer um imprevisto, como ficar doente, participar de 
um curso fora, entre outros, que podem impedi-lo de gravar o 
vídeo da semana. Se já tiver um sobrando, pode ser de grande 
valia para um momento assim.
• Tome cuidado com projetos muito complexos. Você não precisa de 
um estúdio de Hollywood para produzir um vídeo bom. Um vídeo 
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é basicamente imagem e som, portanto, garantir a qualidade 
do som é primordial em detrimento de outros aspectos, como 
figurino. Invista em um microfone antes de gastar dinheiro em 
outra coisa.
• Conteúdo é o rei. É importante saber bem o que e com quem 
você vai falar e, para isso, é necessária a criação de um roteiro 
para organizar o vídeo. Como o vídeo pode estar dentro de uma 
estratégia de marketing, ele precisa estar inserido na programação 
de periodicidade de produção e divulgação, da mesma forma que 
os textos de blog.
• Apenas faça. Com a prática, ganha-se mais confiança e, a cada 
novo vídeo, você vai notar melhorias em relação ao primeiro. 
Portanto, tire as ideias do papel, produza e publique. Além disso, 
divulgue o vídeo com um texto chamativo e bem construído, pois 
as pessoas querem saber uma prévia do que vão encontrar antes 
de acessar o conteúdo.
1.4 Ranqueamento
Não basta produzir um conteúdo de qualidade. É preciso que 
esse conteúdo seja visto e compartilhado. Em uma era digital, de 
democratização do conteúdo, o que mais se encontra no ciberespaço 
são conteúdos de todo o tipo, em diversas plataformas e linguagens.
Para instigar o interesse do público para consumir seu conteúdo, 
algumas dicas podem ajudar. Usar o SEO – Search Engine Optimization, ou 
otimizador dos mecanismos de busca, é uma das estratégias. Com ele é 
possível melhorar a busca orgânica na plataforma e fazer com que o seu 
conteúdo chegue a mais pessoas sem precisar pagar por isso.
Para um vídeo ter bom ranqueamento, ele precisa gerar visualizações, 
comentários e compartilhamento. Além disso, o tempo médio que o 
usuário fica no vídeo é primordial para medir o sucesso do conteúdo. 
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“Quanto mais tempo o público permanece assistindo, mais interessante 
e relevante lhe parece o conteúdo” (MOLETTA, 2019).
Confira algumas técnicas para conseguir um bom ranqueamento para 
vídeos no YouTube:
• Título do vídeo: faça títulos que contenham, no máximo,
de 70 a 
100 caracteres com espaço. O número 70 é ideal para que o título 
completo apareça na plataforma e o usuário saiba exatamente o 
que vai ver. Sempre que possível, posicione as palavras-chave no 
início do título. 
• Tags: use pelo menos dez tags para indicar ao YouTube qual é o 
assunto do seu vídeo. Para descobrir quais são as melhores tags, 
conte com a ajuda das ferramentas Google AdWords e SemRush.
Se o vídeo foi feito para divulgar um comércio local, também 
use tags que englobam a localidade, como “churrascaria no Rio 
de Janeiro”.
• Descrição do vídeo: faça pequenos textos que vão ajudar os 
robôs do YouTube a identificar a relevância do seu vídeo para 
certos assuntos. Os cem primeiros caracteres devem trazer uma 
descrição geral do vídeo e pelo menos uma das palavras-chave.
O tamanho mínimo ideal de um texto de descrição é, em média, 
de 300 palavras.
• Chamada para a ação (CTA): call-to-action, ou seja, estimular 
o público a clicar nos links da descrição, deixar comentários, 
compartilhar o vídeo e clicar em “gostei”. Fazer com que o público 
dê o próximo passo e iniciar uma interação.
• Engaje o público: comentários, compartilhamentos e curtidas são 
fatores que mostram ao YouTube que o seu público confia no seu 
conteúdo. Engajar o público é a melhor forma de aumentar esse 
tipo de resposta por parte da audiência.
8282 
É importante dar atenção ao maior número de comentários 
possível, principalmente nas primeiras 48 horas de publicação 
do vídeo. O público deve sentir que o seu canal está ligado nos 
comentários da audiência.
2. Monetização
Hoje, muitos youtubers ganham dinheiro apenas com seu canal na 
plataforma. Para isso, é preciso aprender a monetizar o conteúdo. 
No YouTube, o preço do canal se dá pelo custo por view, para cada 
1 mil visualizações. 
Os preços são cotados sobre o preço de cada mil views. Assim, o 
ranqueamento e a quantidade de views influenciam diretamente no 
preço de anúncios no canal. Ou seja, quanto mais o canal é assistido, 
mais alto é seu custo por view e mais dinheiro o canal vai fazer.
ASSIMILE
Para ter sucesso no YouTube, é preciso: criar uma conta, 
montar a página do canal com bom layout e conteúdo, 
fazer um planejamento para a publicação dos vídeos, 
definir tema, conteúdos, periodicidade, recursos 
audiovisuais, ranquear e monetizar.
É possível, também, ser parceiro do YouTube e ganhar dinheiro por 
meio dessa parceria. Mas a plataforma escolhe os parceiros por meio 
de critérios rígidos. É preciso ter um número mínimo de assinantes, 
pageviews (vídeos vistos), pelo menos 4 mil horas de exibição no último 
ano e conteúdo de qualidade.
Para ativar a monetização dos vídeos no YouTube, você precisa:
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1. Ler e concordar com os termos do programa de parcerias 
do YouTube.
Após criar a sua conta no YouTube, leia e concorde com os termos do 
programa de parcerias da plataforma. Para fazer isso:
• Faça login na sua conta do YouTube.
• Selecione o ícone da conta Estúdio de Criação, no canto 
superior direito.
• Selecione Canal, Status e Recursos no menu à esquerda.
• Clique em Ativar em Monetização.
• Siga as instruções na tela para aceitar os termos do Programa de 
Parcerias do YouTube.
2. Inscreva-se no Google AdSense:
Crie uma nova conta do Google AdSense ou vincule uma existente ao 
canal da sua empresa. Tal acesso é necessário para gerar receita com 
seus vídeos e receber pagamentos. Para criar uma conta do Google 
AdSense, basta:
• Acessar https://www.google.com/adsense/start.
• Clicar em Inscreva-se Agora.
• Escolher uma Conta do Google a ser usada para se inscrever no 
Google AdSense.
• Inserir o URL do site no qual você deseja exibir anúncios.
• Escolher se deseja que o Google AdSense envie sugestões 
personalizadas de ajuda e desempenho. O recomendado é que 
aceite o envio de sugestões.
https://www.google.com/adsense/start
8484 
• Selecionar o país ou território de origem.
• Ler e aceitar os Termos e Condições do Google AdSense.
• Clicar em Criar Conta.
Agora, para receber os pagamentos referentes aos anúncios, é 
necessário fazer login na conta do Google AdSense e garantir que 
resolveu todas as retenções de pagamento.
3. Configure as preferências: 
Com essa configuração feita, já é possível gerar lucro com o seu canal no 
YouTube. Mas não se esqueça de que ele precisa ser aprovado primeiro. 
Para fazer todas essas configurações:
• Confirme que quer gerar receita com todos os seus vídeos atuais 
e futuros.
• Marque as caixas em Formatos de Anúncio para escolher quais 
tipos de anúncio serão exibidos.
• Clique em Salvar.
Também é importante que você saiba que é possível alterar essas 
configurações a qualquer momento.
3. Conclusão
O YouTube é uma grande tendência na criação audiovisual que veio 
para ficar. Produzir conteúdos para essa plataforma deve fazer parte da 
estratégia de comunicação de qualquer empresa.
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Aqui, vimos como ela funciona e sob quais maneiras podemos pensar 
em conteúdos de acordo com o público. Para produzir esse material, 
bastam um bom roteiro, equipamentos e organização. Boas produções!
TEORIA EM PRÁTICA 
Você está assessorando uma empresa que pretende 
melhorar a produção de conteúdo na internet e quer criar 
o canal no YouTube. Com os passos que você aprendeu 
nesta unidade, faça um planejamento de produção de 
conteúdo para o canal dessa empresa. Para isso, crie o 
nome da empresa, tema, periodicidade dos vídeos, tempo 
ideal para cada vídeo, uma sequência de dez assuntos a 
serem trabalhados nos vídeos e descubra a palavra-chave 
que vai ranquear os vídeos usando o Google AdWords. 
Ao final, crie o canal com todos os procedimentos 
explicados aqui e faça, com o celular, um vídeo de 
um minuto para a apresentação do canal.
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. Qual o tamanho ideal da descrição de um vídeo 
no YouTube? 
a. 100 palavras.
b. 200 palavras.
c. 250 palavras.
d. 300 palavras.
e. 350 palavras.
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2. Qual gênero de vídeos do YouTube é mais parecido com 
um diário eletrônico e pode englobar outros gêneros?
a. Unboxing.
b. Vlog.
c. Review.
d. Paródia.
e. DIY.
3. Qual o mínimo de horas produzidas por ano é preciso 
para conseguir monetizar os vídeos em parceria com 
o YouTube? 
a. Mil horas.
b. 2 mil horas.
c. 3 mil horas.
d. 4 mil horas.
e. 5 mil horas.
Referências bibliográficas
MOLETTA, A. Você na tela: criação audiovisual para internet. São Paulo: 
Summus, 2019.
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Gabarito
Questão 1 – Resposta D
Resolução: o número ideal para transcrição de vídeos no YouTube é 
300 palavras
Questão 2 – Resposta B
Resolução: vlog faz uma analogia à palavra blog e trata-se de um 
diário eletrônico audiovisual.
Questão 3 – Resposta D
Resolução: é preciso pelo menos 4 mil horas de produção por ano 
para conseguir parceria com o YouTube, além de outras exigências.
8888 
Publicidade on-line: 
mercado em expansão
Autora: Jéssica Amorim
Objetivos
• Apresentar os principais conceitos e tipos de 
publicidade on-line.
• Enfatizar a importância de criar estratégias de 
divulgação na internet e nas redes sociais.
• Explicar como funcionam os principais formatos.
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1. Publicidade on-line: mercado em expansão
O mercado publicitário tem mudado de tempos em tempos. Essas 
mudanças seguem as transformações tecnológicas e comportamentais. 
Por exemplo, por muito tempo, a melhor forma de propaganda foi o 
boca a boca. Após a criação dos veículos de comunicação, como o jornal, 
os espaços para a publicidade de produtos e serviços era a garantia de 
salários da equipe jornalística.
Com o advento da TV e do cinema, o audiovisual passou a exigir um 
tipo de publicidade mais requintado, que precisava de uma grande 
produção, como se fosse um minicurta-metragem.
A questão é que, hoje, nem o jornal nem a TV são mais as melhores 
vitrines para quem quer expor e vender seus produtos, ideias, padrões 
de vida e comportamento. Os nativos digitais já sabem muito bem que, 
para vender hoje, é preciso fazer publicidade
on-line.
Todo negócio tem algum tipo de presença na internet – eles podem ser 
grandes ou pequenos, vender produtos e serviços, ser muito específicos 
ou gerais. No final, todos querem a mesma coisa: alcançar o maior 
número de pessoas enquanto investem a menor quantidade de recursos 
e obter a maior quantidade de benefícios possíveis.
Existe um método muito eficiente para alcançar tudo isso e, ao mesmo 
tempo, fazer com que todos os clientes em potencial conheçam a 
empresa, a marca e o produto e se interessem por ela ao mesmo 
tempo: publicidade na internet.
Ao contrário da publicidade tradicional, a publicidade na internet é cada 
vez mais acessível para todos os negócios e permite alcançar o público-
alvo de maneira rápida, fácil, eficiente e econômica. É por isso que está 
ganhando mais espaço entre essas empresas com presença on-line.
9090 
A internet possibilitou novas modalidades de vendas, novos mercados 
geográficos e novos modelos de trabalho, além da redução de custos 
(FREGONEZE; PERINI, 2013).
Mesmo que ter um blog seja fundamental, ter uma presença nas 
redes sociais é indispensável e ter uma estratégia de marketing 
on-line é necessário. É preciso saber por que a publicidade na 
internet é tão importante, que tipos de publicidade existem e quais 
dicas para alcançar os melhores resultados. 
As marcas buscam cada vez mais ações de envolvimento e relacionamento 
com os seus consumidores, e a publicidade on-line ainda é das melhores 
ferramentas para a divulgação de produtos e serviços. (FREGONEZE; 
PERINI, 2013, p. 191)
PARA SABER MAIS
Siga e acompanhe as atualizações do blog da Rock Content, 
maior empresa de marketing de conteúdo do país. No site, 
você tem acesso a dicas de como oferecer conteúdo e fazer 
publicidade com baixo orçamento.
2. Qual o maior benefício da publicidade 
na internet?
Imagine que você tem uma loja atraente em uma das melhores ruas do 
mundo, aberta 24 horas por dia, 365 dias por ano. Isso é mais ou menos 
o que acontece quando você investe em publicidade na internet: você 
fica automaticamente visível para milhares de pessoas que estiveram 
procurando por você por toda a vida e nem sabiam que você existia.
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Além disso, apostar em publicidade on-line é muito importante tanto 
para grandes como para pequenas empresas, pois, com apenas alguns 
poucos reais, é possível obter maior e melhor visibilidade
A publicidade na internet movimenta milhões de dólares em todo 
o mundo a cada ano. De fato, ao lado de marketing de conteúdo e 
marketing de vídeo, a publicidade on-line é uma das maiores áreas em 
crescimento na internet.
ASSIMILE
Os gastos com publicidade na internet atingiram 
137,53 bilhões de dólares apenas dois anos atrás e, 
para o ano seguinte, a previsão é de que até superem 
o custo da propaganda na TV.
A publicidade on-line é muito atraente e, além disso, permite uma 
melhor segmentação de anúncios para alcançar qualquer tipo de 
público-alvo desejado. 
Tudo isso pode ser feito de maneira eficaz, simples, flexível, facilmente 
mensurável e de baixo custo. É possível ver o desempenho dos anúncios 
em tempo real e se eles estão funcionando ou não.
2.1 Como impulsionar a publicidade on-line?
2.1.1 Publicidade nos motores de busca
Um dos métodos de publicidade na internet mais utilizados é o 
Search Engine Marketing (SEM), e o Google é o de maior destaque na 
atualidade, pois tem um método para fazer propaganda patrocinada: 
o Google AdWords.
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O principal benefício desse tipo de anúncio é que ele permite 
melhorar o posicionamento do seu site por meio de publicidade paga. 
Dessa forma, por exemplo, por meio de técnicas de SEM, você pode 
anunciar produtos, serviços ou conteúdo por meio do serviço de 
publicidade do Google, entre outros. 
Os usuários vão encontrar a empresa com mais facilidade, pois anúncios 
serão exibidos nos resultados de pesquisa relevantes do usuário.
Esse tipo de publicidade geralmente funciona por pay per click (PPC), 
o que significa que você paga apenas por cada clique feito em seu 
anúncio e, embora haja outras formas, ele continua sendo o mais usado. 
É altamente personalizável e você escolhe a quantidade máxima de 
cliques que deseja pagar por uma determinada palavra.
Em termos de formato, apenas quatro linhas de texto são suportadas 
e são distribuídas da seguinte forma: 25 caracteres no título, 70 no 
texto e 35 para o URL.
2.1.2 Publicidade na internet do Google
Quanto ao seu uso, a publicidade nos mecanismos de busca é mais 
usada pelos anunciantes, cujo objetivo principal é obter tráfego 
na Web e conversões, pois esse tipo de anúncio atinge os usuários 
que pesquisam seus produtos. Além disso, é uma das técnicas de 
publicidade mais simples e eficientes.
2.1.3 Publicidade nas redes sociais
Seria tolice ignorar o poder que as redes sociais têm em ajudá-lo a 
alcançar um negócio de sucesso. E não é apenas eficaz na sua estratégia 
de marketing digital, mas a publicidade nas redes sociais está cada vez 
mais ganhando adeptos graças à sua eficácia.
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Figura 17 – Publicidade nas redes sociais
Fonte: ipopba/iStock.com.
Na verdade, a maioria das redes sociais oferece a possibilidade de 
criar anúncios diretamente em suas plataformas, seja promovendo 
mensagens e conteúdo ou criando anúncios específicos. Facebook, 
Twitter, LinkedIn, Instagram e YouTube são apenas alguns deles.
Além disso, eles permitem segmentar seu público-alvo e, com isso, você 
poderá escolher o grupo de pessoas que está tentando alcançar. Não 
apenas com isso, mas com as mensagens promocionais, você poderá 
alcançar mais pessoas, posicionar-se melhor e ter mais opções para 
obter resultados de sucesso.
Se você quer maximizar sua presença nas redes sociais, ser conhecido e 
direcionar o tráfego para seus perfis sociais e sites, é uma boa opção.
ASSIMILE
Call-to-action, “chamada para ação”, em tradução livre, 
significa convidar o público para interagir com o seu 
conteúdo. É uma das ferramentas de publicidade on-line 
orgânica do marketing de conteúdo. Por exemplo, pedir 
para o leitor curtir a página, compartilhar o conteúdo, 
assinar a newsletter, etc.
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2.1.4 Banners
Banners são, provavelmente, a forma mais conhecida de publicidade 
on-line e muito disso é porque eles foram os primeiros anúncios a 
aparecer na internet.
Eles consistem em colocar estrategicamente propagandas com 
diferentes formatos, tamanhos e designs dentro de uma página da 
web. Os usuários que clicarem no anúncio serão direcionados para o 
site que você escolher.
O problema, porém, é que, hoje em dia, estamos tão saturados de 
anúncios que mal prestamos atenção neles, portanto, se você quiser 
anunciar on-line, primeiro deve considerar as outras opções, como o 
Google AdWords ou a publicidade nas redes sociais.
2.1.5 Pop-ups
Não há dúvidas de que você fechou muitos, talvez centenas ou milhares, 
de anúncios pop-up enquanto usava a internet. Esse formato on-line 
pode ser interpretado como invasivo e impertinente, mas também pode 
trazer benefícios ao destacar um conteúdo que seja de interesse do 
público enquanto você captura leads.
Pois bem, basicamente, pop-ups são janelas que surgem e levam você a 
um site diferente do que você estava olhando.
Agora, essa estratégia não está relacionada ao recurso de marketing 
on-line tão popular: inserir um pop-up em seu próprio site, mas 
que tenha o objetivo de convidar os usuários a se registrarem, se 
inscreverem ou simplesmente digitarem seus e-mails para receber 
informações totalmente gratuitas.
2.1.6 Publicidade em blogs
Neste caso, não estamos nos referindo a anúncios que aparecem em 
qualquer blog, pois isso acompanha banners ou anúncios do Google, 
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mas um tipo de publicidade indireta que geralmente é feita por meio 
de histórias e conteúdo de marca, criando um anúncio sobre uma 
experiência, história ou reflexão.
Esse é um método que chamamos de marketing de conteúdo. Segundo 
Assad (2016), as empresas entendem que é preciso mudar e focar
suas 
estratégias em conteúdo para obter melhores resultados 
[...] é preciso criar conteúdos para atrair os clientes visando construir 
um relacionamento sólido baseado na credibilidade da empresa e na 
relevância da informação. (ASSAD, 2016)
O marketing de conteúdo, que é uma das estratégias do marketing 
digital, não trabalha a venda direta nem promoções. O seu objetivo é 
atrair a audiência com a produção e entrega de conteúdos relevantes 
que informem, encantem e convertam (transformem-na em 
consumidores dos produtos da empresa).
Figura 18 – Marketing de conteúdo
Fonte: justisctock/iStock.com.
Para que esse conteúdo chegue ao público e alcance os resultados, é 
preciso que a empresa faça um planejamento estratégico e vá testando 
cada abordagem até descobrir uma que dê resultados.
9696 
2.1.7 Publicidade em telefones celulares
Esta é, sem dúvida, uma das estratégias de publicidade na internet que 
ganhou mais popularidade nos últimos anos, uma vez que praticamente 
todo o mundo tem um smartphone ou outro tipo de dispositivo móvel 
com o qual se conecta regularmente.
Isso faz com que mais e mais empresas optem por adaptar seus 
anúncios ao meio de mais rápido crescimento. E, ao contrário do 
que aconteceu há muito tempo, quando a maioria dos anúncios em 
dispositivos móveis era apenas uma simples adaptação de anúncios de 
computador, agora os anúncios destinam-se mais a serem visualizados 
a partir de um smartphone sem serem incômodos, sejam eles texto, 
vídeo ou imagens.
Hoje, praticamente todos os que possuem smartphones estão 
conectados à internet e recebem conteúdo digital, propagandas em 
diversos formatos. Fazer anúncios on-line é a forma mais rápida e 
efetiva de alcançar todos os públicos.
Eles podem estar tanto nas redes sociais quanto no Google AdWords, 
banners ou outras formas de publicidade. Os usuários não usam 
smartphones e computadores da mesma maneira, por isso é importante 
escolher um design responsivo, adaptar o design e verificar se a página 
está adaptada para ser vista em um telefone celular. 
E, acima de tudo, certificar-se de que o tempo de carregamento não seja 
muito longo, os calls-to-action se destaquem e os botões sejam visíveis.
2.1.8 E-mail marketing
E-mail marketing tem as maiores taxas de conversão de qualquer 
canal de marketing. Na verdade, 66% dos consumidores on-line 
fizeram uma compra depois de receberem uma mensagem de e-mail 
marketing – que é mais do que social e mala-direta, de acordo com a 
Data & Marketing Association. 
9797 97
E as transações de e-mail são três vezes mais lucrativas do que as 
feitas nas mídias sociais, informa a McKinsey & Company, empresa 
global de consultoria em administração. Veja como rentabilizar o 
marketing por e-mail.
1. Venda algo!
Já tem um produto ou serviço para vender? Pule esta seção. Se não, este 
é seu primeiro passo. Encontre um produto ou serviço físico ou digital 
para vender. Sem um produto para promover, será extremamente difícil 
ganhar dinheiro com seus esforços de marketing por e-mail.
Não sabe o que vender? Aqui estão algumas ideias para você começar:
• E-books.
• Guias de treinamento.
• Cursos on-line.
• Sessões de coaching virtuais privadas.
• Aulas ou oficinas.
2. Vender produtos de outras pessoas.
Você nem sempre precisa ser proprietário dos produtos ou serviços 
para gerar receita com marketing por e-mail. Em vez disso, você pode 
ser um afiliado de produtos ou serviços de outras empresas. Como 
afiliado, você recebe comissões de uma empresa para enviar tráfego 
para o site e gerar vendas.
Veja um exemplo de uma ótima conexão de afiliado: um coach de 
negócios on-line oferece consultoria de planejamento e operações 
a seus clientes. Para ajudá-los a transformar seus conselhos em 
realidade, ela recomenda ferramentas de afiliados, como serviços de 
hospedagem de sites e provedores de páginas de destino, para atender 
às necessidades de marketing e vendas de seus clientes.
9898 
Uma observação importante: verifique se você tem um relacionamento 
forte com seus inscritos e se recomenda produtos e serviços que se 
alinhem claramente com seus interesses. Caso contrário, eles podem 
cancelar a inscrição.
3. Vendas cruzadas.
Toda compra que um cliente faz lhe dá uma visão sobre seus gostos e 
interesses. Você pode usar essa informação para atraí-los com outros 
produtos de que eles também podem desfrutar.
Na verdade, você provavelmente tem um e-mail na sua caixa de entrada 
que diz: “Como você comprou isso, talvez esteja interessado nisso”. Isso 
porque os compradores on-line que recebem mensagens segmentadas 
com base em decisões anteriores de compra podem, com maior 
probabilidade, comprar novamente.
2.2 Como alcançar os melhores resultados?
Não importa o tipo de anúncio: todos têm a missão de fazer com que as 
pessoas cliquem e direcioná-las para a página que você escolheu.
É por isso que você deve ter um bom site, carregá-lo rapidamente e com 
um bom design. Assim, uma boa experiência do usuário é garantida.
Reserve o tempo necessário para definir as informações que o usuário 
verá quando chegar à página e verifique se ele é útil e atrativo para 
gerar conversões.
2.2.1 Investigue seu mercado
Você pode ter a melhor propaganda em todo o universo, mas se você 
está confundindo as pessoas, isso não lhe trará nenhum benefício. 
Portanto, investigue seu mercado, defina seu público-alvo, segmente-o 
e deixe claro quem você está segmentando para poder criar anúncios 
que causem impacto.
9999 99
2.2.2 Defina os tipos de anúncios
Pense sobre onde seus clientes potenciais poderiam estar e, uma vez 
que você saiba, escolha o tipo de anúncio que melhor lhes convier. 
Seu público está no Facebook? Em seguida, opte por campanhas nos 
anúncios do Facebook. Seus clientes em potencial assistem a vídeos? 
Maximize suas campanhas no YouTube.
2.2.3 Pense no objetivo da publicidade na internet
Definir o que você deseja realizar com seus anúncios on-line é muito 
importante para poder criar anúncios eficazes. Portanto, decida se 
você deseja obter mais tráfego, mais leads, mais vendas, melhorar sua 
imagem de marca ou o que você gostaria de realizar e, então, concentre 
seus anúncios nessas metas.
2.2.4 Aproveite o tempo necessário para projetar seu anúncio
Você tem pouco espaço para usar o que deseja transmitir e como deseja 
fazê-lo. Portanto, pense muito sobre as palavras que você usará, sobre 
quais elementos visuais você enfatizará e quais chamadas para ações 
serão maximizadas.
A quantidade de tempo que você investe na criação do seu anúncio 
pode multiplicar e até triplicar seus resultados; não leve essa tarefa de 
ânimo leve.
2.2.5 Seja muito claro e conciso
Ao contrário do que ocorre no marketing de conteúdo, com a 
publicidade na internet, você não tem todo esse espaço para tentar 
convencer seu público de que você é a melhor opção. Portanto, não use 
dez palavras quando puder apenas dizer em três.
100100 
A publicidade on-line gera um senso de urgência e isso inclui sua 
capacidade de ser conciso e destacar apenas o que é importante.
Pense em por que seu público deve clicar em seu anúncio e será muito 
mais fácil seguir em frente.
2.2.6 Utilize um bom apelo à ação
Para que seu público realize uma determinada ação, você deve avisá-lo. 
E é aí que o call-to-action, ou CTAs, entram em ação. Por isso, inclua-os 
sempre em seus anúncios para atrair o clique do público.
2.2.7 Preste atenção aos elementos visuais
Nós, como seres humanos, somos visuais, e isso inevitavelmente 
significa que as primeiras impressões são tudo. Quanto aos anúncios 
on-line, esse é um fator muito importante, sendo que, se o anúncio tiver 
um design incorreto, erros ortográficos e/ou gramaticais, imagens com 
pouca resolução ou elementos inadequados, você perderá uma enorme 
oportunidade de gerar conversões.
2.2.8 Não se esqueça da imagem da marca
Sua imagem de marca é muito importante, portanto, certifique-se 
de que seu logotipo esteja incluído em seus anúncios, que
eles 
coincidam com as cores de sua marca e sejam claros sobre o que 
você deseja transmitir.
É muito importante retratar uma imagem de marca que transmita 
confiança, otimismo e responsabilidade. E, claro, você também pode 
conseguir tudo isso por meio de seus anúncios.
101101 101
Figura 19 – Métricas
Fonte: Jirapong Manustrong/iStock.com.
2.2.9 Meça absolutamente tudo
Por fim, e mais importante, medir o desempenho de seus anúncios 
em tempo real, analisando suas campanhas detalhadamente para 
maximizar o que funciona e mudar o que não funciona e, acima de 
tudo, agir de acordo, pois o caminho da sua empresa pode ser alterado 
graças a essas métricas.
3. Conclusão
A publicidade on-line é um caminho sem volta para os profissionais de 
comunicação. Hoje, há inúmeras estratégias de criação de conteúdo, 
métricas, formas de fazer planejamento, entre outros. 
Diariamente, surgem novos modelos de produção, novas dicas, 
novas formas de ranqueamento de conteúdo, novos elementos 
para transformar o seu conteúdo em algo que realmente as pessoas 
queiram ler.
Por isso, quem quiser investir nessa área, deve estar atento a tudo 
que acontece a seu redor, assinar newsletters de empresas que 
trabalham com esse segmento, participar de palestras, webinars, 
entre outras interações.
https://www.istockphoto.com/br/portfolio/Jirapong?mediatype=photography
102102 
É uma área muito orgânica, em que diversas inovações são criadas e 
testadas todos os dias no mercado. A literatura acadêmica não dá conta 
de tantas inovações, por isso é importante que o profissional que se 
engaje nessa área esteja atento a todas as tendências.
TEORIA EM PRÁTICA 
Você é o profissional responsável pelo planejamento 
publicitário de uma empresa que vende piscinas. A empresa 
o contrata para desenvolver uma campanha de divulgação 
dos novos produtos e lançamentos dessa empresa. Pense 
em uma estratégia em que você pode usar os e-mails e o 
marketing de conteúdo, além de um anúncio em uma rede 
social. Crie peças para a rede em que você vai anunciar e 
explique o que contém cada anúncio. O importante é que a 
estratégia faça uma mescla entre vários anúncios pagos e 
anúncios espontâneos, como o marketing de conteúdo.
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. Qual a melhor forma de você propor uma publicidade 
que contenha venda casada aos clientes? 
a. Pop-up.
b. E-mail marketing.
c. Banner.
d. Blog.
e. Anúncio no Facebook.
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2. Após a publicação de anúncios on-line, qual a próxima 
medida a ser tomada para garantir o sucesso da ação?
a. Fazer uma busca no Google AdWords.
b. Enviar um e-mail marketing.
c. Acompanhar métricas.
d. Fazer conteúdo para blogs.
e. Fazer outro anúncio para a mesma rede social.
3. Qual item não pode faltar no seu anúncio on-line?
a. O texto introdutório.
b. O call-to-action.
c. A imagem da empresa.
d. O telefone da empresa.
e. A marca da empresa.
Referências bibliográficas
ASSAD, N. Marketing de conteúdo: como fazer sua empresa decolar no meio 
digital. São Paulo: Editora Atlas, 2016.
AZEVEDO, N. Q.; FERREIRA JR., A. B. Marketing digital: uma análise do mercado 3.0. 
Curitiba: Editora Intersaberes, 2015.
FREGONEZE, G. B.; PREINI, L. C. Gestão de marketing no ambiente digital. 
São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013.
GODIN, S. Marketing de permissão: transformando desconhecidos em amigos e 
amigos em clientes. Rio de Janeiro: Campus, 2000.
MARTINO, L. M. S. Teoria das mídias digitais: linguagens, ambientes e redes. 
Petrópolis: Vozes, 2014.
104104 
Gabarito
Questão 1 – Resposta B
Resolução: com o e-mail, é possível oferecer produtos aos clientes 
com base em compras já feitas. 
Questão 2 – Resposta C
Resolução: acompanhar as métricas, ajudam na avaliação dos 
resultados da ação. 
Questão 3 – Resposta E
Resolução: a marca da empresa deve aparecer nos anúncios 
on-line para gerar identificação.
105105 105
Realidade virtual: 
conteúdo e interação
Autora: Jéssica Amorim
Objetivos
• Explicar o que é realidade virtual e como ela se 
insere em nosso contexto.
• Mostrar como a produção de conteúdo pode se 
valer da tecnologia para divulgação.
• Entender em quais áreas da comunicação a 
realidade virtual vai se destacar nos próximos anos.
106106 
1. Realidade virtual: conteúdo e interação
Um aspecto a que todo produtor de conteúdo deve se atentar é para 
as novidades tecnológicas que despontam dia após dia. Estamos na era 
tecnológica, da transformação digital. A Internet das Coisas, ou Internet 
of Things (IoT) é uma delas. 
Estamos falando de uma evolução tecnológica, social, cultural e digital 
que mudará completamente a forma como consumimos e produzimos 
conteúdo, além de outros aspectos de nossas vidas.
De maneira geral, pode ser entendido como um ambiente de objetos 
físicos interconectados com a internet por meio de sensores pequenos e 
embutidos, criando um ecossistema de computação onipresente (ubíqua), 
voltado para a facilitação do cotidiano das pessoas, introduzindo soluções 
funcionais nos processos do dia a dia. (MAGRINI, 2018, p. 20)
As máquinas que se conectam à internet diariamente têm uma enorme 
capacidade de produção, armazenamento, compartilhamento de um 
grande volume de dados. Esse volume de dados é mais conhecido 
como Big Data.
Por meio do Big Data, é possível armazenar e estudar os dados coletados 
e, por meio deles, produzir e oferecer o conteúdo ideal e personalizado 
para cada nicho de público específico. 
Estamos vivendo a era dos dados, em que damos a permissão para 
aplicativos usarem nossos dados a cada informação que publicamos 
on-line ou, ainda, a cada reação que permitimos ser capturada.
No mercado publicitário e de comunicação, a utilização desses dados 
é apenas mais uma ferramenta para auxiliar o produtor de conteúdo 
midiático na elaboração dos materiais de divulgação. Além desses, 
a realidade virtual e a realidade aumentada são novas formas de 
107107 107
alcançar o público e promover interação de uma nova forma a qual 
estamos nos adaptando.
1.1 Realidade virtual
Realidade virtual (RV) é usar a tecnologia de computador para criar 
um ambiente de simulação. Ao contrário das interfaces de usuário 
tradicionais, a realidade virtual coloca o usuário dentro de uma 
experiência. Em vez de ver uma tela na frente deles, os usuários são 
imersos e capazes de interagir com os mundos 3-D. 
Ao simular o maior número possível de sentidos, como visão, audição, 
tato e até mesmo o olfato, o computador é transformado em porteiro 
para esse mundo artificial. Os únicos limites para experiências em 
realidade virtual quase reais são a disponibilidade de conteúdo e poder 
computacional barato.
1.2 Imersão na realidade virtual
A imersão total significa que a experiência sensorial parece tão real que 
nos esquecemos de que é um ambiente virtual-artificial e começamos a 
interagir com ela como se estivéssemos naturalmente no mundo real. 
Em um ambiente de realidade virtual, um mundo completamente 
sintético pode ou não imitar as propriedades de um ambiente do 
mundo real. Isso significa que o ambiente de realidade virtual pode 
simular um ambiente cotidiano (por exemplo, andar pelas ruas de 
São Paulo), como faz o Google Earth.
Ou ele pode ultrapassar os limites da realidade física, criando um 
mundo no qual as leis físicas que regem a gravidade, o tempo e as 
propriedades do material não mais se sustentam (por exemplo, atirando 
em alienígenas espaciais em um planeta estrangeiro sem gravidade).
108108 
Figura 20 – Realidade virtual
Fonte: Nastasic/iStock.com.
Elementos-chave de uma experiência de realidade virtual
1. Mundo virtual
Um mundo virtual é um ambiente tridimensional que é frequentemente, 
mas não necessariamente, realizado por meio de um meio (ou seja, 
renderização, exibição, etc.) onde um pode interagir com os outros 
e criar objetos como parte dessa interação. Em um mundo virtual, 
as perspectivas visuais respondem às mudanças no movimento e as 
interações imitam aquelas experimentadas no mundo
real.
2. Imersão
A imersão da realidade virtual é a percepção de estar fisicamente 
presente em um mundo não físico. Ela engloba o sentido de presença, 
que é o ponto em que o cérebro humano acredita que está em algum 
lugar que não é realmente, e é realizado por meio de meios puramente 
mentais e/ou físicos. O estado de imersão total existe quando sentidos 
suficientes são ativados para criar a percepção de estar presente em um 
mundo não físico. Dois tipos comuns de imersão incluem:
109109 109
• Imersão mental: um estado mental profundo de engajamento, 
com a suspensão da descrença de que se está em um 
ambiente virtual.
• Imersão física: engajamento físico exposto em um ambiente 
virtual, com suspensão da descrença de que se está em um 
ambiente virtual.
3. Feedback sensorial
A realidade virtual exige que muitos dos nossos sentidos sejam 
simulados. Esses sentidos incluem visão (visual), audição (aural), toque 
(háptico) e muito mais. Estimular apropriadamente esse sentido requer 
feedback sensorial, que é obtido por meio de hardware e software 
integrados (também conhecidos como entradas). 
4. Interatividade
O elemento de interação é crucial para que experiências de realidade 
virtual forneçam aos usuários conforto suficiente para se envolver 
naturalmente com o ambiente virtual. Se o ambiente virtual responder 
à ação de um usuário de maneira natural, a excitação e os sentimentos 
de imersão permanecerão. 
Se o ambiente virtual não puder responder rápido o suficiente, 
o cérebro humano notará rapidamente e a sensação de imersão 
diminuirá. As respostas do ambiente virtual à interação podem incluir 
a maneira como um participante se movimenta ou muda de ponto de 
vista, geralmente, por meio de movimentos de sua cabeça.
1.3 Realidade simulada
Há três tipos básicos de simulações proporcionadas pela 
realidade virtual:
110110 
• Simulações não imersivas: são a implementação menos 
imersiva da tecnologia de realidade virtual. Em uma simulação 
não imersiva, apenas um subconjunto dos sentidos do usuário é 
estimulado, permitindo a percepção periférica da realidade fora 
da simulação da realidade virtual. 
Os usuários entram nesses ambientes virtuais tridimensionais 
por meio de um portal ou uma janela, utilizando monitores de 
alta resolução padrão, alimentados pelo poder de processamento 
normalmente encontrado em estações de trabalho convencionais.
• Simulações semi-imersivas: proporcionam uma experiência 
mais imersiva, na qual o usuário está parcialmente, mas não 
totalmente, imerso em um ambiente virtual. Simulações semi-
imersivas se assemelham e utilizam muitas das mesmas 
tecnologias encontradas na simulação de voo. 
As simulações semi-imersivas são alimentadas por sistemas de 
computação gráfica de alto desempenho, que geralmente são 
acoplados a sistemas de projetor de tela grande ou a múltiplos 
sistemas de projeção de televisão para estimular adequadamente 
os recursos visuais do usuário.
• Simulações totalmente imersivas: fornecem a implementação 
mais imersiva da tecnologia de realidade virtual. Em uma 
simulação totalmente imersiva, hardwares como monitores 
montados na cabeça e dispositivos de detecção de movimento 
são usados para estimular todos os sentidos de um usuário. 
Simulações totalmente imersivas são capazes de fornecer 
experiências de usuário muito realistas, oferecendo um 
amplo campo de visão, altas resoluções, taxas de atualização 
aumentadas (também chamadas de taxa de atualização) e 
altos níveis de contraste na exibição montada na cabeça do 
usuário (HMD).
111111 111
Figura 21 – Óculos de realidade virtual
Fonte: Melpomenem/iStock.com.
1.4 Como funciona a tecnologia RV
Para que o cérebro humano aceite um ambiente virtual artificial como 
real, ele deve não apenas só parecer real, mas também deve ser o mais 
real possível. A aparência real pode ser obtida usando um monitor 
montado na cabeça (HMD) que exibe um tamanho de vida recriado, ou 
seja, a realidade virtual aumentada, um ambiente virtual 3-D sem os 
limites normalmente vistos na TV ou na tela do computador. 
O sentimento real pode ser alcançado por meio de dispositivos 
portáteis de entrada, como rastreadores de movimento que baseiam a 
interatividade nos movimentos do usuário. 
Ao estimular muitos dos mesmos sentidos que se usariam para navegar 
no mundo real, os ambientes de realidade virtual estão se sentindo cada 
vez mais parecidos com o mundo natural. Em seguida, nós exploramos 
alguns dos principais componentes por trás desse sistema.
1.5 Componente da realidade virtual
1. PC (computador pessoal)/console/smartphone
O conteúdo de realidade virtual, que é o que os usuários veem e ouvem 
dentro de um fone de ouvido de realidade virtual, é tão importante 
quanto o fone de ouvido em si. 
112112 
Para alimentar esses ambientes tridimensionais interativos, é necessário 
um poder computacional significativo. É aí que o PC (computador 
pessoal), os consoles e os smartphones entram. Eles atuam como o 
mecanismo para alimentar o conteúdo produzido.
2. Monitor de cabeça
Visor montado na cabeça (também chamado de HMD, headset ou óculos) 
é um tipo de dispositivo que contém um monitor montado na frente dos 
olhos do usuário. 
Essa exibição geralmente abrange o campo de visão completo do 
usuário e exibe o conteúdo de realidade virtual. Alguns monitores, 
montados na cabeça de realidade virtual, utilizam telas de smartphones, 
incluindo o Google Cardboard e o Samsung Gear VR. 
Os monitores montados na cabeça frequentemente também 
são acompanhados por um fone de ouvido para fornecer 
estimulação de áudio.
3. Dispositivos de entrada
Dispositivos de entrada são uma das duas categorias de componentes 
que fornecem aos usuários uma sensação de imersão (ou seja, 
convencer o cérebro humano a aceitar um ambiente artificial como real). 
Eles fornecem aos usuários uma maneira mais natural de navegar e 
interagir em um ambiente de realidade virtual.
1.6 Processamento
Os sistemas de realidade virtual exigem uma quantidade substancial de 
energia, mesmo em comparação com sistemas de jogos notoriamente 
sedentos de energia. A capacidade de processamento exigida pelos 
sistemas de realidade virtual pode ser dividida em várias categorias:
113113 113
• Processador de entrada: controla os dispositivos usados para 
inserir informações no computador. Eles recuperam e distribuem 
dados para o restante do sistema com o mínimo de atraso. 
Os exemplos incluem teclados, mouses, rastreadores de posição 
3-D e sistemas de reconhecimento de voz.
• Processador de simulação: leva as entradas do usuário junto com 
quaisquer outras tarefas que são programadas do mundo natural 
e determina as ações que acontecerão no mundo virtual. Este é 
um componente central do sistema de RV.
• Processos de renderização: criam as sensações que são emitidas 
para o usuário. Eles incluem sistemas visuais, auditivos, hápticos e 
outros sistemas sensoriais. Processos de renderização separados 
são usados para cada sistema sensorial.
1.7 Realidade virtual e vida real
Um exemplo bem estabelecido de realidade virtual já em uso está no 
campo do treinamento em aviação. De decolar um avião comercial de 
um aeroporto internacional lotado até treinar para uma perigosa noite 
de voo usando apenas visão noturna, a realidade virtual pode trazer 
benefícios significativos aos pilotos aspirantes.
• Comercial: pilotar voos comerciais exige uma enorme 
responsabilidade, pois há passageiros e, portanto, 
estamos falando de muitas vidas. O treinamento para essa 
responsabilidade requer treinamento conceitual e prático. 
As mãos iniciais no treinamento, muitas vezes, podem ser 
complementadas pelo uso de um simulador. 
Esses simuladores, que empregam sofisticados modelos de 
computador, usam a realidade virtual para recriar o que um piloto 
deve esperar quando realmente voa. Exemplos de caso de uso de 
realidade virtual em simuladores de aviação até usam a hidráulica 
para recriar a sensação de decolagem e aterrissagem.
114114 
O benefício de usar um simulador de voo de realidade virtual é 
que tudo isso ocorre em um ambiente controlado, perdoando os 
erros e sem representar praticamente nenhum risco.
• Militares: quase todos os voos de um piloto militar ativo podem 
ser uma missão que ameaça a vida. Treinar para se tornar um 
piloto militar requer habilidades únicas e conhecimento de como 
reagir em situações de incerteza. 
Quase todos os seus ramos militares, incluindo a Força Aérea, o 
Exército e a Marinha, agora usam tecnologias de realidade virtual 
para treinar pilotos. 
Os soldados aprendem a voar em batalha, a lidar com 
emergências e a se recuperar rapidamente, e a coordenar o 
apoio aéreo com operações terrestres. Como os simuladores 
geralmente têm acuidade visual em todo o campo de visão de 
360 graus, esses simuladores proporcionam aos alunos níveis 
muito profundos de imersão.
ASSIMILE
A Zion Market Research publicou um novo relatório 
intitulado Mercado de Realidade Aumentada e Virtual 2018-
2025. Segundo o relatório, o mercado global de realidade 
aumentada e virtual foi avaliado em cerca de US$ 26,7 
bilhões em 2018 e deverá atingir aproximadamente 
US$ 814,7 bilhões até 2025, com um CAGR (Compound 
Annual Growth Rate, ou simplesmente taxa de crescimento 
anual composta) de 63,01% entre 2019 e 2025.
A realidade virtual e realidade aumentada têm grande importância na 
indústria de mídia e entretenimento, pois são utilizadas para inúmeras 
aplicações e causaram uma revolução. Nos últimos anos, elas se 
tornaram uma necessidade para a indústria cinematográfica. 
115115 115
Muitos players da indústria de mídia e entretenimento, seja Hollywood 
ou qualquer outra indústria cinematográfica, estão adotando esses dois 
tipos de tecnologia. 
Nos últimos três a cinco anos, a evolução da produção de realidade 
virtual e realidade aumentada foi rápida em todo o mundo. Espera-se 
que a indústria de entretenimento e mídia contabilize mais de 
US$ 2,201 bilhões até 2020. 
Com o aumento dos avanços tecnológicos e a crescente demanda por 
realidade virtual e aumentada no setor cinematográfico, a indústria 
de mídia e entretenimento enfrenta a ameaça de escassez na 
disponibilidade de artistas qualificados. 
Outro fator que pode dificultar o crescimento desse mercado 
é a exigência de um enorme investimento de capital para o 
desenvolvimento desses dispositivos. 
Além disso, estima-se que a crescente demanda por novas tecnologias 
em toda a indústria de manufatura inteligente crie novas oportunidades 
para o mercado global de realidade aumentada e virtual durante o 
período de tempo previsto.
O segmento de aplicativos de consumidor é projetado para manter uma 
participação de mercado substancial ao longo do cronograma estimado. 
Da perspectiva vertical, o mercado inclui entretenimento e mídia, jogos, 
saúde, aeroespacial e defesa, manufatura, varejo, educação e outros.
1.8 A indústria dos videogames
O mundo dos videogames continua a mudar e evoluir, mas uma 
coisa permanece a mesma: os jogadores estão procurando a melhor 
experiência de jogo possível. À medida que a realidade virtual faz o 
seu esforço contínuo para o mundo dos jogos, os jogadores procuram 
experimentar esse novo tipo de entretenimento, e muitos querem 
fazê-lo a um preço acessível.
116116 
Figura 22 – Realidade virtual nos videogames
Fonte: YakobchukOlena/iStock.com.
Realidade virtual está mais presente entre a comunidade de jogos. 
Ela permite que os jogadores experimentem totalmente os jogos de 
realidade virtual sem ter que comprar um fone de ouvido próprio. 
Com o acessório de videogame VR (Virtual Reality), a indústria já 
faturou US$ 286,7 milhões, mas pode crescer US$ 2,3 bilhões até 2020. 
PARA SABER MAIS
Acesse este link para saber as tendências de mercado 
da realidade virtual para os próximos anos, disponível 
em: http://thefarm51.com/ripress/VR_market_
report_2015_The_Farm51.pdf. Acesso em: 25 jul. 2019.
Assim como os professores têm diferentes métodos de ensino, os alunos 
têm diferentes métodos de aprendizagem. Os educadores perceberam 
que os jogos interativos podem ser uma maneira muito eficaz de os 
alunos absorverem o material em sala de aula.
Empresas do setor estão criando programas de instrução virtual 
com equipamentos e aplicativos de sala de aula em realidade virtual. 
http://thefarm51.com/ripress/VR_market_report_2015_The_Farm51.pdf
http://thefarm51.com/ripress/VR_market_report_2015_The_Farm51.pdf
117117 117
Essas inovações mantêm os alunos engajados e interessados, além 
de desenvolverem novos tipos de conteúdo de aula para professores. 
As possibilidades são infinitas, limitadas apenas pela imaginação dos 
criadores de conteúdo. 
Ainda há um grande número de desafios que os desenvolvedores de 
jogos da VR precisam superar, mas à medida que a popularidade e a 
demanda crescem, a inovação seguirá.
Inicialmente, os aplicativos de RV foram feitos para entretenimento, com 
foco em jogos. Em 2018, a realidade virtual expandiu-se para as áreas de 
marketing, varejo, militar, educação, condicionamento físico e assistência 
médica. Essa ampla cobertura traz vantagens tanto para consumidores 
quanto para empresas.
Para os consumidores, a realidade virtual expande as bordas do mundo 
e oferece novas opções em um ambiente de jogo tridimensional. Os 
jogos de realidade virtual também apresentam:
• Experiência imersiva: nada se compara aos jogos de realidade 
virtual, que não só permitiam observar o jogo, mas também entrar 
nele. O conteúdo de 360 vídeos e gráficos densos proporcionam a 
sensação de presença.
• Novo nível de interação: o lançamento de controladores fez a 
virada crucial para a interação com os ambientes de RV. Agora 
os jogadores podem controlar e modificar o ambiente do jogo 
por vontade própria. Além disso, em breve, as experiências 
finais de jogo de RV serão alcançadas por meio de todos os 
sentidos humanos.
• Conteúdo: a tecnologia de RV está se tornando um novo fator 
impulsionador na criação de conteúdo de jogos. Gêneros como 
atiradores, aventuras ou simulações foram aprimorados graças 
à realidade virtual. O papel habitual de um protagonista está 
ganhando mais valor. 
118118 
A indústria de videogames vem mudando há anos e vem fazendo isso 
de forma gradual. Os jogos de realidade virtual podem ter um futuro 
brilhante nessa área.
Os criadores de jogos e produtores de hardware de realidade virtual, 
que têm como alvo a realidade virtual nos jogos, trazem novos 
benefícios potenciais dos jogos de RV para os negócios. Entre eles:
• Novas experiências para atrair clientes: os fones de ouvido 
de realidade virtual continuam muito caros ainda. Para superar 
isso, algumas empresas abriram clubes de jogos de RV ou áreas 
especiais em shoppings e centros de negócios. Essa abordagem 
permite que as pessoas se familiarizem e experimentem jogos 
de realidade virtual e, como resultado final, potencialmente 
levam a mais vendas.
• Consumidores fiéis: assim que uma pessoa faz a primeira 
tentativa de experimentar uma realidade virtual, as chances 
são boas para ela se tornar seu cliente de longo prazo. Imersão, 
presença e novas sensações de RV certamente aumentam as 
experiências de jogo.
• Nova ferramenta de marketing: nos últimos anos, muitas 
histórias de videogames foram transferidas para grandes telas 
de cinema (Tomb Raider, Mortal Kombat, etc.). E, como mostram 
os exemplos da Disney e da Pixar, existe a possibilidade de 
interação reversa.
2. Conclusão
A inovação e tecnologia andam juntas e mudam a todo instante. Por 
isso, ficar atento às novidades do mercado é fundamental para fazer 
uma projeção para o futuro da comunicação com Big Data, Internet das 
Coisas, inteligência artificial e realidade virtual e aumentada. A tecnologia 
pode auxiliar os produtores de conteúdo nos seguintes aspectos:
119119 119
• Clientes: os dados dos clientes logo poderão ser reunidos em um 
único dispositivo que os analisa em tempo real. Assim, o cliente 
pode dar seu feedback
é o terceiro maior mercado mundial de consumo de aparelhos de 
TV, e em primeiro estão os Estados Unidos. Nos dois países, o meio existe 
principalmente para o entretenimento. Essa categoria dá o perfil dos 
gêneros de maior sucesso.
1.3 A estrutura em desenvolvimento
Em seus primeiros anos, a TV seguia o modelo do rádio e sobrevivia de 
publicidade fazendo transmissões ao vivo de toda a sua programação. 
Como nessa época ainda não havia o recurso do videoteipe, os 
programas eram ao vivo, o que os deixava mais orgânicos, dando um 
efeito de sentido de interatividade. 
Porém, a interatividade que conhecemos hoje ainda não fazia parte do 
escopo dos programas televisivos. No rádio era mais comum. O ouvinte 
podia ligar, pedir sua música, assistir à transmissão ao vivo nos estúdios, 
por exemplo. Na TV isso era algo ainda impensável, devido a sua 
estrutura e sua linguagem em vias de desenvolvimento. 
Em contrapartida, “desde os primórdios, a televisão procura a interação 
com o público: envio de cartas aos programas, por exemplo, é uma das 
tradições mais antigas entre telespectadores” (CANNITO, 2010, p. 144).
1010 
Por isso, em 1960, a coisa muda de figura. O videoteipe chega, 
permitindo a otimização da produção dos programas e sua ampla 
divulgação. O número de aparelhos televisivos também cresce muito 
nessa década. Só em 1966 foram registrados mais de 2,4 milhões de 
aparelhos no país. É nessa década, também, que se entende um pouco 
mais o que é fazer televisão e sua linguagem e, assim, o formato passa 
a se estabelecer.
Novelas, programas de variedades, entrevistas e programas de auditório 
já eram as preferências do público no que diz respeito a entretenimento. 
Segundo Souza (2004, p. 39): “(...) qualquer que seja a categoria de 
um programa de televisão, ele deve sempre entreter e pode também 
informar”. O jornalismo também tinha seu espaço, porém, as notícias 
ainda não chegavam de forma tão instantânea quanto no rádio. A TV 
ainda tinha a seu favor o recurso das imagens.
PARA SABER MAIS
A televisão brasileira é praticamente um veículo voltado 
para o entretenimento. Estudos apontam que para cada 
dez horas de programas exibidos, oito se classificam 
como entretenimento. Em contrapartida, ela dedica em 
média uma hora a programas informativos e uma hora a 
programas educativos (SOUZA, 2004, p. 39).
Um dos fatores marcantes para a estruturação e o entendimento da TV 
brasileira foi a criação da grade de programação. Podemos dizer que 
a grade de programação foi um marco para as emissoras entenderem 
quem era o público, o que as pessoas queriam ver e qual o melhor 
horário para exibir determinado programa. 
A TV Excelsior foi a emissora que descobriu qual a melhor forma 
de agradar ao telespectador e trouxe a sistematização da grade de 
1111 11
programação. Ela criou o sistema que conhecemos até hoje, que 
chamamos de grade vertical e horizontal da programação.
A grade vertical significa ordenar a programação diária, desde o primeiro 
programa da manhã até o último programa da noite, de forma que 
todos os dias, exceto aos finais de semana, a programação seja a 
mesma. A grade horizontal é aquela em que um programa é organizado 
para passar sempre no mesmo horário, todos os dias da semana.
Com essa organização, fica fácil o telespectador se programar para 
acompanhar a programação e, também, criar hábitos e comportamentos 
que estejam atrelados aos hábitos do brasileiro.
Figura 1 – Aparelho de televisão
Fonte: br.freepik.com. Acesso em: 31 maio 2019.
No livro A história da televisão no Brasil (2010), nos anos 1960 e 1970, a 
televisão é conceituada como sendo de dois tipos distintos em décadas 
diferentes: paleotelevisão e neotelevisão. 
A paleotelevisão se enquadrava na vida do telespectador como 
autoridade, sempre preocupada em transmitir um saber, os programas 
eram direcionados e o público era específico. 
http://br.freepik.com
1212 
Já na neotelevisão, característica dos anos 1970, a TV já assumia um 
padrão de interatividade, os programas não tinham gêneros específicos, 
podendo atender a todos os tipos de público. O público tinha o papel 
central e era sempre convidado a participar e ser parte do todo, não 
apenas ouvir passivamente e incorporar as mensagens (p. 86).
ASSIMILE
É importante lembrar que a televisão brasileira só passou 
a se encontrar como linguagem quando ela formatou sua 
organização por meio da programação vertical e horizontal. 
Antes disso, os programas não tinham padrão de tempo, 
duração, horário e eram inseridos de forma aleatória, pois 
ainda não se entendia o que o público buscava e de que 
forma ele queria assistir à TV.
1.4 Programas de auditório
Além de telenovelas, os programas de auditório sempre estiveram 
presentes nas grades de programação de todas as emissoras. Eles foram 
os pioneiros na interação com a audiência.
Figura 2 – Principais emissoras de TV
Fonte: domínio público.
1313 13
A TV Globo, principalmente, em seu início, fez um alto investimento 
em programas de auditório, além das telenovelas. Os programas de 
auditório como O Céu é o Limite e Discoteca do Chacrinha fizeram muito 
sucesso na década de 1950. 
Porém, os programas de auditório foram perdendo força nas décadas 
de 1960 e 1970, e o mercado publicitário entrou fortemente no 
patrocínio desse tipo de programa e acabou por influenciar algumas 
mudanças que precisavam ser feitas.
Por exemplo, na década de 1980, a publicidade foi a grande 
responsável pela mudança nos tipos de atrações dos programas 
de auditório. Passou-se a prezar mais pela qualidade, pois muitos 
programas incluíam atrações que exploravam a dor e o sofrimento 
alheio e colocavam pessoas participantes em situações de alta 
exposição, em uma guerra pela audiência. 
Na década de 1980, o SBT investia nesse tipo de programa e criou algo 
mais sofisticado, como o Viva a Noite. O programa trazia um formato 
diferente, com uma plataforma futurista, e propunha atividades e 
jogos entre pseudocelebridades da época. Enquanto isso, a TV Globo 
procurava elevar o padrão de qualidade de suas produções.
Os programas de auditório voltaram com força total na década de 1980 
em todos os canais. O Chacrinha retornou para a TV Globo em 1982. 
Além dele, a Globo investiu em programas que versavam o humor e 
o deboche, como Os Trapalhões e o Balança mas não Cai; programa 
musical, como o Globo de Ouro e o sensacionalista Caso Verdade (uma 
série policialesca que era baseada em fatos reais). 
A ideia com este último tipo de programa era chamar a atenção do 
público por meio de relatos cada vez mais reais de crimes que poderiam 
ter acontecido na vida de qualquer um. Esse tipo de programa sensibiliza 
a audiência e faz com que ela queira saber o desfecho das histórias.
1414 
Os programas de auditório são uma relação simbiótica entre o 
animador, os convidados e o público. O mais interessante é que esse 
formato de programa passa um efeito de sentido de instantaneidade, 
talvez pelo seu formato mais espontâneo. 
Nesse tipo de programa, geralmente não há scripts, somente fichas 
com referências e direcionamentos para o telespectador. Por isso, 
eles geralmente são pautados no improviso e na descontração, 
ingredientes ideais para agradar ao público dentro do que chamamos 
de cultura de massa. 
A cultura de massa é um subproduto da indústria cultural, ou seja, são 
todos os tipos de programas que são construídos para agradar à maior 
parte da população, com o objetivo de incentivar o consumo. 
Por isso, os programas precisam trazer atrações que agradem a toda 
a família, que sejam de fácil entendimento e que façam com que as 
pessoas consumam por meio das informações que elas recebem por 
meio deles. E, principalmente, que comprem mais TVs para terem mais 
acesso às informações e ao entretenimento.
Entre 1994 e 1998, mais de 31 milhões de aparelhos de televisão 
foram vendidos no país, o que significa que muitos lares puderam se 
conectar com tudo o que estava acontecendo no Brasil e no mundo.
no momento da compra.
• Autogestão: os dispositivos vão se tornar cada vez mais 
independentes e autogerenciáveis, atuando de forma autônoma, o 
que é ótimo para o profissional. Assim, você terá mais tempo para 
pensar as estratégias e propor bons conteúdos e planos de ação.
• Mídias digitais: podem continuar em um crescimento, já que a 
tendência é que mais ferramentas que auxiliam na gestão de 
conteúdo sejam usadas nas estratégias. Com a análise de dados, 
fica mais fácil saber qual estratégia é mais eficaz.
Mais inovações tecnológicas estão por vir. Prepare-se.
TEORIA EM PRÁTICA 
A sua empresa está testando novas formas de interagir 
com o público. Mesmo que já possua estratégias de 
mídias sociais, ela precisa de algo mais inovador. A sua 
sugestão seria fazer uma aplicação de realidade virtual? 
De que forma você faria a inclusão da realidade virtual (e 
aumentada, se você quiser) nas estratégias de comunicação 
que sua empresa já vem trabalhando? Exemplifique com 
alguma ação que você incluiria, porque você incluiria essa 
ação e quais resultados você espera dessa nova estratégia. 
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. A realidade virtual nos permite interação direta 
com o universo: 
120120 
a. 2-D.
b. 3-D.
c. 4-D.
d. 5-D.
e. 6-D.
2. A capacidade de processamento exigida pelos sistemas 
de realidade virtual pode ser dividida em várias 
categorias. Quais delas? 
a. Processos de entrada, capacitação e simulação.
b. Processos de desenvolvimento, entrada e capacitação.
c. Processos de entrada, desenvolvimento e 
renderização.
d. Processos de entrada, simulação e renderização.
e. Processos de simulação, entrada e fusão.
3. Quase todos os seus ramos militares, incluindo a Força 
Aérea, o Exército e a Marinha, agora usam tecnologias de 
realidade virtual para treinar pilotos. De que forma são 
realizados esses treinamentos?
a. Simulação.
b. Teste.
121121 121
c. In loco.
d. Na base de treinamento.
e. Curso.
Referências bibliográficas
MAGRINI, E. A Internet das Coisas. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2018.
REALITY 51. Report on the current state of the VR Market. Gliwice – Polônia: 
The Farm 51 [s.d.]. Disponível em: http://thefarm51.com/ripress/VR_market_
report_2015_The_Farm51.pdf. Acesso em: 18 jul. 2019.
TAPSCOTT, D. A hora da geração digital. Rio de Janeiro: Agir Negócios, 2010.
THOMPSON, D. Hit makers: como nascem as tendências. Rio de Janeiro: Harper 
Collins, 2017.
ZION MARKET RESEARCH. Global Augmented and Virtual Reality Market Will Reach 
USD 814.7 Billion by 2025: Zion Market Research. 2019. Disponível em: https://www.
globenewswire.com/news-release/2019/02/21/1739121/0/en/Global-Augmented-
and-Virtual-Reality-Market-Will-Reach-USD-814-7-Billion-By-2025-Zion-Market-
Research.html. Acesso em: 19 jul. 2019.
Gabarito
Questão 1 – Resposta B
Resolução: a interação de realidade virtual e aumentada é com 
universo 3-D.
Questão 2 – Resposta D
Resolução: processos de entrada, simulação e renderização.
Questão 3 – Resposta A
Resolução: por meio de simulações on-line, são realizados 
treinamentos para as equipes do Exército, da Marinha e Aeronáutica.
https://www.globenewswire.com/news-release/2019/02/21/1739121/0/en/Global-Augmented-and-Virtual-Real
https://www.globenewswire.com/news-release/2019/02/21/1739121/0/en/Global-Augmented-and-Virtual-Real
https://www.globenewswire.com/news-release/2019/02/21/1739121/0/en/Global-Augmented-and-Virtual-Real
https://www.globenewswire.com/news-release/2019/02/21/1739121/0/en/Global-Augmented-and-Virtual-Real
122122 
	Apresentação da disciplina 
	Produções audiovisuais pioneiras na interação 
	Objetivos
	1. Produções audiovisuais pioneiras na interação 
	2. Conclusão 
	Teoria em prática 
	Verificação de leitura 
	Referências bibliográficas 
	Gabarito
	Vídeo on demand: tendências da comunicação digital 
	Objetivos
	1. Vídeo on demand: tendências da comunicação digital 
	2. A interação digital 
	3. Conclusão 
	Teoria em prática 
	Verificação de leitura 
	Referências bibliográficas 
	Gabarito
	Reality shows: temas e formatos 
	Objetivos
	1. Reality shows: temas e formatos 
	2. Vida real 
	3. Conclusão 
	Teoria em prática 
	Verificação de leitura 
	Referências bibliográficas 
	Gabarito
	Produção de conteúdo para redes sociais 
	Objetivos
	1. Produção de conteúdo para redes sociais 
	2. Conclusão 
	Teoria em prática 
	Verificação de leitura 
	Referências bibliográficas 
	Gabarito
	YouTube: tendências e monetização 
	Objetivos
	1. YouTube: tendências e monetização 
	2. Monetização 
	3. Conclusão 
	Teoria em prática 
	Verificação de leitura 
	Referências bibliográficas 
	Gabarito
	Publicidade on-line: mercado em expansão 
	Objetivos
	1. Publicidade on-line: mercado em expansão 
	2. Qual o maior benefício da publicidade na internet? 
	3. Conclusão 
	Teoria em prática 
	Verificação de leitura 
	Referências bibliográficas 
	Gabarito
	Realidade virtual: conteúdo e interação 
	Objetivos
	1. Realidade virtual: conteúdo e interação 
	2. Conclusão 
	Teoria em prática 
	Verificação de leitura 
	Referências bibliográficas 
	Gabarito
E, consequentemente, mais pessoas passaram a se tornar 
consumidoras dos produtos e serviços que eram anunciados na TV.
1.5 Jornalismo sensacionalista
Na década de 1990, acompanhamos o surgimento de um padrão de 
telejornalismo mais popular e que apelava para o popularesco de 
suas reportagens ao expor os envolvidos, ao mostrar brigas, entre 
outras coisas. 
1515 15
O Aqui Agora, do SBT, ficou muito famoso nessa época. O programa 
não só exibia reportagens como ficava bastante tempo no mesmo 
relato, expondo ao máximo os participantes. Ele não era como um 
telejornal comum. Cada programa tinha quatro horas de duração, 
o que possibilitava a exploração exaustiva dos assuntos que eram 
abordados. O Aqui Agora ficou 17 anos no ar, de 4 de junho de 1979 
até 6 de fevereiro de 1997.
Nessa mesma década de 1990, programas como o do Ratinho também 
traziam o sensacionalismo e o popularesco, principalmente quando 
ele tomava emprestado de outros programas um quadro em que 
patrocinava exames de DNA para casais que não tinham certeza sobre 
a paternidade do bebê. O show ficava mais excêntrico quando ele fazia 
com que os casais e as famílias participassem do quadro fantasiados, 
o que tornava o show mais pitoresco.
Esse tipo de programa visava o sensacionalismo, a espontaneidade e a 
interação, pois as pessoas escreviam cartas e ligavam para saber o que 
tinha acontecido com aquelas pessoas que apareciam nas reportagens.
Seguindo uma linha parecida, de telejornalismo com exploração ao 
máximo das condições e situações do crime, surgiu, no final da década 
de 1990, o programa Linha Direta, que trouxe inovações na forma 
de contar esse tipo de história e que contribuiu para os aspectos 
interativos da TV. Veremos como funcionava adiante.
1.6 A teledramaturgia interativa
Em 1992, a TV Globo decide testar um novo programa que une 
dramaturgia e interatividade e muda de uma vez por todas o cenário da 
televisão brasileira. O título do programa é bem sugestivo e indica o que 
o telespectador terá que fazer: Você Decide.
1616 
Figura 3 – Você Decide
Fonte: domínio público.
O grande sucesso do programa se deu, principalmente, por ter usado 
o recurso da teledramaturgia durante todos os oito anos em que ficou 
no ar. Por mais que o programa tenha inovado ao apresentar um novo 
formato, ele só se sustentou porque, por trás de toda a inovação trazida 
pela interação, havia a estrutura norteadora capaz de sustentar uma 
produção por muitos anos: a narrativa.
A narrativa está presente em nossas vidas desde que adquirimos a 
competência da fala. Histórias eram contadas no momento passado 
para manter a audiência entretida ao redor da fogueira, como uma 
forma de imprimir a nossa identidade no mundo e, ao mesmo tempo, 
aprender e emocionar. 
Inicialmente, essas narrativas eram divulgadas de forma oral e assim foi 
por muitos anos. Quando o homem adquiriu a competência da escrita, 
foi possível registrar essas narrativas. Após o advento do cinema e da 
TV, contar histórias audiovisuais passou a ser uma estratégia certeira de 
manutenção da audiência. Por isso o rádio tinha uma audiência cativa 
por meio de suas radionovelas. 
A TV, nos seus primeiros anos, tomou emprestada a forma de contar 
história por meio do teleteatro para, em seguida, estabelecer um 
formato narrativo com as telenovelas. Esse formato se tornou um 
padrão seguido até hoje em todas a emissoras brasileiras.
1717 17
O Você Decide fez com que a forma de contar histórias na TV mudasse 
para outro nível, até então nunca testado. O programa exibia uma vez 
por semana uma narrativa que trazia algum tema polêmico, que mexia 
com o imaginário das pessoas e com a opinião pública. 
Durante o episódio, já era possível saber que tipo de decisão a 
personagem principal deveria tomar. O programa já começava a pedir 
a ajuda dos telespectadores para dar um desfecho satisfatório para 
aquela história. 
Com o bordão: “Telefone, participe, dê a sua opinião. Porque aqui, o 
final, você decide”, milhares de telespectadores atendiam ao chamado e 
ajudavam a decidir o final das histórias. A cada semana, havia um tema 
diferente a ser abordado, entre eles traição, aborto, estupro, adultério, 
incesto, segredos de confissão, condutas morais, entre outros. 
O apresentador fazia o questionamento e o público tinha duas opções 
de respostas: sim e não, e cada opção trazia um número de telefone 
diferente. A emissora gravava dois finais diferentes e, ao final da 
votação, exibia o desfecho escolhido pela maioria do público. Ao todo, 
foram ao ar 323 episódios do Você Decide. 
Os apresentadores mudavam de tempos em tempos. O primeiro foi 
o ator Antônio Fagundes. Em seguida, vieram Walmor Chagas, Lima 
Duarte, Carolina Ferraz, entre outros nomes. Até mesmo o jornalista 
Celso Freitas.
Para tornar o programa ainda mais interativo, repórteres entravam ao 
vivo no intervalo para dar sua opinião em um link que acontecia cada 
dia em uma cidade diferente.
Em 2001, a TV Globo fez a reprise de alguns episódios, o que 
proporcionou que o público pudesse votar novamente e descobrir, 
talvez, um novo final.
1818 
1.7 Linha Direta
Além do Você Decide, temos outro grande programa que fez muito 
sucesso e, para isso, usou o recurso da interação para garantir a 
audiência. Trata-se do programa Linha Direta.
A grande diferença entre os dois programas é que o Você Decide usava 
o recurso da teledramaturgia para contar histórias ficcionais de temas 
diversos para o público ajudar a decidir o final. Já o Linha Direta era 
um programa híbrido, que ficava entre uma mistura de jornalismo 
e dramaturgia, que investigava crimes que estavam sem solução na 
justiça e pedia a ajuda da população para denunciar os criminosos por 
meio de um telefone. 
O grande recurso que o programa utilizou foi a narrativa. Por meio da 
teledramaturgia, os casos eram dramatizados e conseguiam sensibilizar 
a população. Com a experiência do programa, foi possível notar que 
a dramatização tem o poder de manter a audiência e instigar sua 
participação interativa.
Esses criminosos eram foragidos da polícia e, com a ajuda da população, 
o programa conseguia ter informações sobre essas pessoas. No total, 
400 criminosos foram presos ao longo dos oito anos de programa.
Figura 4 – Linha Direta
Fonte: domínio público.
1919 19
Sua estreia foi em 27 de maio de 1999, sob o comando de Marcelo 
Rezende, e o seu sucesso já foi estrondoso desde o primeiro episódio. 
Afinal, não poderia ser diferente, tratando-se de um misto de 
dramaturgia e jornalismo e, ainda, com a interação direta do público. 
A fórmula não poderia ter dado tão certo.
O último episódio do programa foi ao ar em 6 de dezembro de 2007 e, 
durante todo esse tempo, a audiência se sentiu parte da programação, 
cumprindo seu dever cívico ao ajudar o programa a prender os 
criminosos que eram expostos.
1.8 Outras interações
Esses programas pioneiros fizeram com que a televisão deixasse de 
ser passiva e se tornasse mais interativa. Falar diretamente com o 
espectador e contar com a sua colaboração para mudar o rumo de uma 
narrativa ou simplesmente pedir sua ajuda para localizar um foragido 
da polícia fez com que a relação entre o telespectador e a TV avançasse 
um degrau.
Esses métodos interativos cativam o público. Quando interagimos com 
algo, é como se sentíssemos que fazemos parte de um todo, mesmo 
que esse todo esteja muito distante de nós.
Após esses programas pioneiros, vieram muitos outros. Principalmente 
depois do acesso massivo à internet e às redes sociais, a interação em 
todos os tipos de programa, principalmente os jornalísticos e os de 
entretenimento, já se tornou algo bastante comum. Hoje, os programas 
já incluem os aspectos interativos em seu escopo de produção.
Há programas que dependem da interação, como os cases Big 
Brother Brasil (TV Globo) e Casa dos Artistas (SBT). A premissa dos dois 
programas é a mesma. Um grupo de pessoas compartilha a mesma 
casa por alguns meses e, a cada semana, um ou dois
participantes são 
eliminados pelo público por meio de ligações. Sem o voto do público, 
não há como saber quem fica e quem sai.
2020 
2. Conclusão
Os processos interativos são muito comuns e já se espera que em 
programas de auditório e/ou reality shows, por exemplo, haja alguma 
forma de fazer com que o público interfira no resultado final.
As teledramaturgias ainda seguem o mesmo padrão de narrativa, um 
formato em que elas são fortes e que já estão consolidadas. Porém, 
foi usando os seus recursos que as primeiras estratégias de interação 
fizeram um enorme sucesso com o público. 
Agora que sabemos a história, é importante olhar o que está sendo 
produzido atualmente e notar como as novas formas de interação 
influenciam o desenvolvimento dos novos programas. 
TEORIA EM PRÁTICA 
Vamos supor que você trabalha em uma produtora de 
televisão, uma agência de comunicação ou uma agência 
de publicidade e propaganda. Você e uma equipe estão 
produzindo um programa-piloto para um cliente. Esse 
programa-piloto será veiculado na rede de televisão 
aberta. O cliente exige que, no roteiro, você elabore um 
tipo de quadro que tenha interação com o telespectador. 
Essa interação tem que ser por telefone ou por meio de 
redes sociais. Ele pede que você monte uma estratégia 
e apresente a ele. Que tipo de programa seria e qual 
seria a estratégia de interação que você usaria para ter a 
participação do público? 
2121 21
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. Em qual época a TV, de fato, chegou ao Brasil e quem foi 
o grande responsável por inseri-la nos lares brasileiros?
a. Em 1932, por Getúlio Vargas.
b. Em 1950, por Assis Chateubriand.
c. Em 1945, por Ernst F. W. Alexanderson. 
d. Em 1951, por Abelardo Barbosa.
e. Em 1955, por Roberto Marinho.
2. Como podemos classificar o programa Linha Direta?
a. Um híbrido entre jornalismo e entretenimento.
b. Um programa sincrético que mistura linguagens.
c. Um jornalismo sensacionalista com referências 
policialescas.
d. Um programa narrativo com inserções policialescas.
e. Um precursor do formato reality show.
3. O que deixa os programas de auditórios mais 
espontâneos e próximos do público? 
a. O recurso da participação de celebridades.
b. A inserção de casos-verdade na programação.
2222 
c. A participação de cantores e artistas da atualidade.
d. O não uso de scritps e roteiros fechados e o improviso 
do apresentador.
e. A troca constante de quadros que proporcionam a 
participação do público.
Referências bibliográficas
CANNITO, N. A Televisão na era digital – Interatividade, convergência e novos 
modelos de negócio. São Paulo: Summus, 2010. 
KEMP, P. Tudo sobre cinema. São Paulo: Sextante, 2011.
RIBEIRO, A. P. G; SACRAMENTO, I; ROXO, M. História da Televisão no Brasil: 
do início aos dias de hoje. São Paulo: Editora Contexto, 2010. 
SOUZA, J. C. A. Gêneros e formatos na televisão brasileira. São Paulo: 
Summus, 2004.
Gabarito
Questão 1 – Resposta B
Resolução: em 1950, o jornalista e empresário Assis Chateubriand 
trouxe 200 televisores para o Brasil.
Questão 2 – Resposta A
Resolução: o programa pode ser classificado como um híbrido entre 
jornalismo e entretenimento, já que mistura crimes e fatos reais, 
mas conta com a ajuda da teledramaturgia para captar a atenção 
do público para incentivá-los a ajudar na resolução dos casos.
Questão 3 – Resposta D
Resolução: o não uso de scritps e roteiros fechados e o improviso 
do apresentador fazem com que os programas de auditório sejam 
mais leves e espontâneos e façam uma conexão com o público.
2323 23
Vídeo on demand: tendências 
da comunicação digital
Autora: Jéssica Amorim
Objetivos
• Explorar como a comunicação digital é uma 
realidade e que muda comportamentos na forma 
que consumimos produtos midiáticos.
• Entender como o contexto digital propicia a 
interação.
• Conhecer novas formas de consumir conteúdo, 
como TV aberta, fechada e vídeos on demand.
2424 
1. Vídeo on demand: tendências da 
comunicação digital
A transformação digital dos últimos anos tem tomado todos os setores 
sociais e comunicacionais. Com a TV digital, não foi só a qualidade da 
imagem que mudou. Além de termos mais nitidez e melhor resolução, a 
digitalização vem acompanhada de novos padrões de comportamento 
no ato de assistir à TV.
Para entendermos melhor, o texto a seguir discorre sobre a 
interatividade na TV proporcionada pela internet e sobre os tipos de TV e 
seus usos, como TV aberta, fechada e sobre vídeos on demand.
É possível compreender como o homem interage nesse novo cenário 
de hiperconexão, quais são as novas possibilidades de consumo de TV 
e como a qualidade na produção audiovisual é fator primordial para os 
novos profissionais do mercado.
2. A interação digital
Os processos de transformação da televisão em um suporte interativo 
sempre estiveram presentes a partir do momento em que os grandes 
magnatas perceberam que o público não quer apenas receber as 
informações passivamente. 
Mesmo que essa tenha sido a realidade por muitos anos, os programas 
que, inicialmente, provocaram mais a participação do público — como 
programas de auditório, o pioneiro Você Decide e o Linha Direta — foram 
sempre enorme sucesso. Tudo porque atenderam ao anseio do público 
de fazer parte da programação de alguma forma.
Quando há interação, há uma sensação de pertencimento. 
E, consequentemente, a audiência fica no canal, afinal, o público fica 
2525 25
onde ele se sente acolhido, onde passa a programação que ele quer 
ver. Com o desenvolvimento das tecnologias digitais a partir dos anos 
1990/2000, a TV brasileira passou por uma reconfiguração de seus 
conteúdos. Foi preciso, a partir dessas décadas, repensar o modelo de 
televisão conhecido até então.
E qual era o modelo vigente? De 1950 até 1992, na estreia do programa 
Você Decide, a televisão trazia em sua grade de programação uma série 
de atrações variadas, que atendia a todos os gostos de cada membro 
da família com programas jornalísticos, de entretenimento, educativos, 
entre outros. Porém, os programas não possuíam aberturas que 
possibilitassem a interação direta com o público de casa.
O tipo de programa que mais conseguia chegar perto de alguma 
intervenção interativa eram os programas de auditórios. Além da 
participação da plateia, em alguns quadros dos programas, o público 
de casa poderia fazer ligações, como o programa infantil do Bozo na 
década de 1980. 
Além disso, as pessoas mandavam cartas e, posteriormente, e-mails, 
mas mesmo assim a interação não chegava perto do que as tecnologias 
digitais nos proporcionaram.
As tecnologias digitais possibilitaram o acesso a uma nova forma de 
criar e receber conteúdo, além de transformarem a maneira como nos 
comportamos diante desse cenário de convergência midiática.
Não obstante, a convergência de mídias não envolve apenas redes, fios e 
cabos. A tecnologia ajuda e faz conexão, mas, segundo Jenkins (2009), a 
convergência é um processo cultural que parte da mente dos indivíduos. 
É algo muito mais “simples” do que a nomenclatura supõe. Ele diz 
que, quando vemos uma pessoa na rua e a consideramos parecida 
com algum artista de TV, é um momento de convergência. Associamos 
a imagem do artista com a da pessoa e fazemos essa conexão em 
nossa mente.
2626 
Com esse exemplo, ele resume que a convergência não precisa 
necessariamente da tecnologia, mas é pela tecnologia que ela se 
materializa. Pessoas que não se conhecem, mas compartilham de 
mesmos conteúdos no ciberespaço e estão conectadas pelas mesmas 
referências estão fazendo convergência midiática.
Porém, a tecnologia, assim como a televisão, serve como objeto-
suporte, termo da teoria semiótica do texto de Jacques Fontanille 
para explicar o meio ou veículo em que o texto está inscrito. Ou seja, 
usamos a tecnologias dos dispositivos eletrônicos para tornar possíveis 
essas interações. 
Assim, devemos lembrar que a convergência midiática foi proporcionada 
pela possibilidade de trazer a interação por meio
dos dispositivos 
tecnológicos. Porém, trata-se mais de interação entre as pessoas com o 
meio e a forma como essa interação impacta seus comportamentos.
Jenkins também é autor de uma teoria que ele intitula A Falácia da 
Caixa Preta. Em seu livro Cultura da convergência (2009), ele diz que 
somos rodeados de caixas pretas por todo o lado (televisão, câmeras, 
telefones, celulares, computadores, DVDs, Blu-rays, entre outros). 
No futuro, uma única caixa preta tomaria o lugar de todas as outras, 
fazendo uma integração e uma superconvergência.
Se pararmos para pensar, ele estava prevendo o smartphone e a nossa 
relação com a internet hoje. O smartphone agrega todas as tecnologias 
de todas as caixas pretas. Ele é praticamente a extensão do nosso braço. 
2.1 Cultura participativa
A hiperconectividade trouxe vários novos comportamentos. Por isso, 
a televisão precisou acompanhar esse novo padrão de consumo 
midiático e se adaptar à sua maneira. Com isso, surgem novas formas 
de consumir produtos midiáticos e interagir com eles.
2727 27
Vamos tomar como exemplo o programa Masterchef, veiculado pela 
Band TV. Imagine que está em casa assistindo ao Masterchef e decide 
abrir o Twitter. No aplicativo, usando a hashtag #Masterchef, você 
consegue acessar todas as interações dos usuários até aquele momento. 
O que você faz?
Lê os comentários, vê vídeos, memes, piadas, publica alguns 
comentários sobre algum prato ou algum dos participantes, interage 
com algum outro fã que fez um comentário, envia mensagens para 
os próprios participantes, que têm perfil na rede social, “retuita” 
comentários de outros usuários, entre outras ações.
É possível que você fique indignado com alguma injustiça em alguma 
prova específica e acesse o Facebook para colocar o chamado “textão”, 
para que a família e os amigos possam ter acesso à sua interação 
nessa rede social. 
Por fim, é possível que você publique um story no Instagram, mostrando 
a TV ao fundo e, em primeiro plano, um balde de pipoca. Na imagem, 
você usa a hashtag: #MasterChefnaBand.
O relato desse exemplo ilustra um comportamento comum com o qual 
podemos nos identificar facilmente, como algo que faz parte do nosso 
cotidiano, certo? Esse comportamento, que poderia vir dessa situação 
hipotética, não é o de um mero receptor passivo de conteúdo, mas sim 
de alguém que interage com o texto, cria e recria conteúdos a partir de 
uma experiência com a mídia. 
Essa é a verdadeira ressignificação dos meios de comunicação com 
a interação proporcionada por dispositivos eletrônicos. Ela muda o 
consumo e a interação da mídia com o olhar do espectador. É um 
exemplo de convergência midiática em que o consumidor também 
atua como produtor de conteúdo.
2828 
Nesse sentido, conforme aponta Martino (2014, p. 37): “Uma das 
premissas mais importantes do conceito de Cultura da Convergência 
diz respeito à possibilidade de cada indivíduo ser potencialmente um 
produtor de mensagens”.
A esse comportamento e a esse conceito de interação chamamos de 
cultura participativa. O fã do conteúdo atua e interfere em sua estrutura 
para se mostrar presente, como no exemplo do Masterchef. Além de 
exemplos de interferências em redes sociais, os fãs vão além. Eles têm 
contribuído para a manutenção e a extensão de inúmeras narrativas. 
É muito comum, hoje, que muitas pessoas participem de grupos 
chamados fans fictions (fãs de ficção).
Figura 5 – Cultura participativa
Fonte: Pixabay.
Nesses grupos, os fãs de narrativas costumam dar continuidade 
às histórias, recriando novamente os cenários, os personagens e 
as situações, de forma que as histórias se prolonguem e tenham 
continuidade. É como se eles não aceitassem o final da narrativa ou 
mesmo o destino dos personagens.
Esses fãs são apenas uma realidade nos dias de hoje? Nem sempre. 
Muitos podem ter recriado narrativas no passado. O que muda hoje é 
que os fãs fazem uso de tecnologias e têm inúmeros meios para divulgar 
essas continuações dessas histórias.
2929 29
Quando eles participam da narrativa, fazendo sua expansão, eles são 
responsáveis por novas possibilidades. De acordo com Jenkins (2009), 
é como se eles rejeitassem a ideia de uma versão definitiva produzida 
pela indústria. Para eles, todos podem e devem participar da narrativa. 
É como se fosse uma quebra de padrões dos grandes conglomerados 
cinematográficos.
Além disso, eles tratam esse tipo de comportamento como um 
shareware, que significa que algo ganha valor quando é inserido em 
diversos contextos diferentes e agrega significados alternativos em 
diversas plataformas de mídia.
Cooperar e participar faz parte do comportamento dessa geração e, 
com um smartphone nas mãos, essa interação fica muito mais fluida. 
E quando os fãs cooperam com a extensão da narrativa, eles estão 
fazendo uma narrativa transmídia.
2.2 O exemplo da narrativa transmidiática
O ato de dar sequências a histórias já existentes nos ambientes virtuais 
de produção e divulgação, como blogs, YouTube, redes sociais, entre 
outros, é produzir narrativa transmídia, que são complementos de 
narrativas espalhadas por diversas plataformas diferentes, cada uma 
de acordo com sua linguagem.
Para que uma narrativa seja transmídia, ela tem que estar inserida em 
um universo. Mas não pode ser um universo qualquer. O responsável 
pela criação do universo deve pensar em uma história que tenha um 
cenário amplo, fantástico e que tenha um forte apelo emocional.
O sucesso dessas narrativas depende do público. Portanto, criar um 
universo que dê ao público uma história consistente para que ele se 
sinta engajado é o papel do contador de histórias contemporâneo, que 
está nas produções de cinema, TV, nas agências de publicidade, entre 
outros lugares.
3030 
PARA SABER MAIS
Para entender como funciona o conceito de narrativa 
transmidiática, o livro Cultura da convergência, de Henry 
Jenkins, é um dos livros que mais explicam esse conceito. 
Outra dica é ler o livro e acompanhar o filme Matrix ou a 
série Lost, que são boas amostras de como funciona uma 
narrativa transmidiática.
2.3 A comunicação digital e os novos paradigmas da TV
As explicações anteriores sobre convergência midiática, cultura 
participativa e narrativa transmídia ilustraram como a comunicação 
digital, que permeia nossas relações interpessoais e profissionais, é 
uma das grandes responsáveis por nosso comportamento focado 
em interações. 
Todo esse novo comportamento também fez com que a televisão 
repensasse suas formas de interações e mudasse de perspectiva. 
A partir dos anos 2000, a televisão passa a adotar uma estratégia de 
comunicação cross media. Cross media significa fazer a publicação 
da mesma narrativa em diversos formatos diferentes. Conceito que 
se confunde com a narrativa transmídia, mas a diferença é que a 
narrativa transmídia não é a mesma narrativa, mas sim uma extensão 
e um desdobramento da narrativa que se pulveriza entre as diversas 
plataformas de mídia.
A televisão já passava por mudanças em meados de 1990, quando 
a digitalização, de uma forma geral, e as câmeras digitais invadiram 
os estúdios para se adequar às novas tecnologias que possibilitavam 
a melhora na resolução da imagem e nas formas de distribuição 
do conteúdo.
3131 31
Nessa mesma década, as emissoras de televisão começam a apostar mais 
assumidamente na convergência entre televisão e internet, lançando 
portais que integram sua programação tanto com conteúdos exclusivos 
para a web quanto com a produção de outros meios (jornais, rádio). 
(RIBEIRO; SACRAMENTO; ROXO, 2010, p. 282)
Como exemplos dessa distribuição, podemos citar o jornal Globo.com 
e o Gshow. São novas formas de inserir a televisão em um contexto 
comunicativo digital e fazer com que ela se torne mais interativa.
2.4 A televisão digital no Brasil
A transição da televisão analógica para a digital aconteceu a partir da 
instituição do Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD), por meio 
do Decreto Presidencial nº 4.901, de 26 de novembro de
2003. O objetivo 
era aprimorar a qualidade das transmissões televisivas, promovendo a 
inclusão digital.
O SBTVD é também conhecido como Integrated System Digital 
Broadcasting – Terrestrial Version B (ISDB-TB), um padrão que une a 
base técnica japonesa a tecnologias desenvolvidas por pesquisas 
brasileiras. Dentre os padrões digitais televisivos internacionais, três 
se consolidaram: o europeu Digital Video Broadcasting – Terrestrial 
(DVB-T), o americano Advanced Televison System Commitee (ATSC), e o 
japonês ISDB-T.
Letícia Capanema e Renné França (2013) explicam que cada um deles 
prioriza aspectos específicos da condição digital da televisão.
O padrão norte-americano, considerado o mais robusto, beneficia a 
transmissão em alta definição, mas é o menos desenvolvido no quesito 
mobilidade. O europeu caracteriza-se por ser mais versátil, facilitando 
a transmissão de múltiplos canais na mesma freqüência. O japonês, 
por sua vez, prioriza a alta definição da imagem e a portabilidade, 
beneficiando a transmissão para celulares e computadores de mão. 
(CAPANEMA; FRANÇA, 2013, p. 32)
3232 
A primeira transmissão oficial do sinal digital brasileiro ocorreu em 2 de 
dezembro de 2007, em São Paulo, sendo a RedeTV! a primeira emissora 
de televisão aberta do país a exibir programação em formato digital.
Após essa estreia, cada emissora recebeu um canal a mais para que 
fosse possível a transmissão do sinal digital de forma simultânea à do 
analógico. Isso foi possível até 2016. Porém, a transição da TV analógica 
para a digital ocorreu de forma gradativa, até o final do ano de 2018, 
atingindo todas as cidades e regiões do país.
2.5 Tipos de TVs
A televisão pode ser dividida em duas:
• TV aberta, aquela que chega até a sua casa gratuitamente. 
• TV paga, aquela em que é preciso pagar pelos canais.
A TV fechada se popularizou pelo termo TV a cabo, por ser o cabo o meio 
de transmissão de sinal que mais se utiliza na TV paga. Outro termo que 
conhecemos é o TV por assinatura, que aponta que é preciso assinar um 
plano para ter acesso aos canais.
Figura 6 – Televisão
Fonte: Pixabay.
3333 33
Já na TV aberta, não é necessário pagar. Ela é oferecida para a população 
de forma gratuita, sem encargos e taxas, por emissoras de televisão 
aberta, como Globo, Record, SBT, Band, RedeTV!, CNT, TV Aparecida, 
Canção Nova, Record News, TV Brasil, Cultura, Gazeta, entre outros.
A diversidade de programação nas emissoras de TV é bem grande, 
porém, ao pagar por um serviço de assinatura, o público tem uma 
variedade muito maior. Além de emissoras nacionais, 80% da 
programação da TV por assinatura são de canais estrangeiros. 
Porém, mesmo pagando por esse serviço e tendo diversas opções na 
programação, o público ainda fica sujeito a seguir o horário imposto 
pelos canais de televisão.
Ou seja, é preciso estar naquele dia e naquele horário em frente à TV 
para acompanhar o programa. As interações possíveis também são 
feitas seguindo esse padrão. 
Mas, em um contexto de era digital em que a televisão também se 
enquadra, surge uma nova forma de consumir programas televisivos 
que permite escolha e interação: VOD – Vídeo on Demand.
2.6 Vídeos on demand
Estamos passando por um momento muito delicado no âmbito das 
comunicações, das interações e da forma como consumimos conteúdo 
televisivo principalmente. Uma das grandes tendências que tem 
roubado a atenção e o grande público da TV aberta é o VOD – vídeo on 
demand. Vamos entender o conceito e como isso está acontecendo:
Vídeo on demand nada mais é que a nova forma de assistir à televisão 
e consumir produtos audiovisuais em que o grande protagonista é 
o público consumidor. Ou seja, é possível escolher o que assistir no 
melhor horário que a rotina permitir.
3434 
VOD é um serviço interativo, em que o assinante paga uma mensalidade 
para ter acesso a uma variedade de produtos audiovisuais. Alguns 
pacotes são mais específicos e incluem apenas filmes, mas, no geral, 
os pacotes são compostos por uma espécie de biblioteca de conteúdos 
com filmes, séries, shows, programas de televisão, documentários, 
docudramas, musicais, entre outros.
Com o VOD, é possível ter acesso de duas formas:
• Streaming.
• Download.
No streaming, é possível assistir on-line onde e quando a pessoa puder 
e a transmissão é proporcionada pela internet. Ou também o recurso 
do download é muito viável, pois permite que o assinante baixe a obra 
e assista quando puder, sem depender de estar conectado à internet no 
momento de consumir o conteúdo do vídeo.
ASSIMILE
A Netflix é um grande exemplo de vídeo on demand. 
O assinante paga um valor mensal por um pacote 
de filmes, séries, programas de TV, documentários, 
animações, entre outros. O assinante pode ver também 
via streaming e, algumas produções, ele pode fazer o 
download e assistir off-line quando quiser. 
Dessa forma, consumir conteúdos quando puder, sem depender de 
uma programação preestabelecida, com horários pautados, pode não 
fazer mais sentido para essa nova geração. Ou seja, a transformação 
digital traz mais mudanças de comportamento do que tecnológicos e 
esse é um grande exemplo.
3535 35
Figura 7 – Vídeo on demand
Fonte: Pixabay.
A linguagem da televisão, que se pautou e se estabeleceu por meio da 
sua organização estrutural da grade de programação, hoje já não precisa 
desse recurso para ter audiência. Assim, a briga pela audiência fica 
concentrada na qualidade das produções, já que o padrão de consumo 
por dia e horário “caiu por terra” para a geração digital.
Mesmo assim, com esse novo padrão de consumo audiovisual, a Pesquisa 
Brasileira de Mídia de 2015 confirma que o hábito de consumir televisão 
é predominante no Brasil. Segundo a pesquisa, 95% dos brasileiros veem 
TV regularmente e gastam, em média, 4h30 em frente ao aparelho.
3. Conclusão
A preferência nacional pela TV continua firme, porém, os hábitos de 
consumo ganharam novos coadjuvantes. A internet e a transformação 
digital nos dão grandes possibilidades e é preciso estar sempre atento 
às tendências.
Há espaço para todos os tipos de TV e seus usos, de acordo com o 
perfil de cada público. A geração que já veio ao mundo conectada 
traz consigo novas formas de ver TV e consumir produtos de mídia. 
O grande desafio agora é produzir com qualidade para conquistar 
esse novo telespectador.
3636 
TEORIA EM PRÁTICA 
Para manter a atenção do público hoje, é preciso investir 
em produções de qualidade, já que há várias formas de 
se acessar conteúdo televisivo e, para as novas gerações, 
é muito mais fácil quando há uma plataforma que 
disponibiliza uma seleção de conteúdos on-line em que é 
possível assistir na hora em que elas puderem, no seu ritmo 
e fazendo pausas se for preciso. Sabendo que isso é uma 
tendência que tem aumentado a cada dia e tendo como 
base essa afirmativa, que tipo de plataforma de conteúdo 
VOD você criaria para atender a alguma demanda de um 
nicho específico que você considera que teria público? 
Explique o que seria e justifique sua resposta. 
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. Repensar o conteúdo televisivo foi uma iniciativa que 
começou a ser desenvolvida a partir de qual década? 
a. 1980.
b. 1990.
c. 2000.
d. 2010.
e. 1970.
3737 37
2. Pagar para ter acesso às emissoras de TV é uma 
tendência, mas existe há alguns anos. Há várias 
nomenclaturas para esse serviço. Qual dessas 
nomenclaturas está falando exatamente de pagar para 
poder ter acesso aos vídeos e fazer download de alguns 
deles quando necessário?
a. TV a cabo.
b. TV por assinatura.
c. Vídeo on demand.
d. TV aberta.
e. TV fechada.
3. Por que a narrativa transmidiática é uma estratégia 
de sucesso? 
a. Porque ela narra histórias que podem ser replicadas 
em outras mídias digitais.
b. Porque suas histórias são publicadas iguais em 
plataformas de mídias.
c. Porque ela não tem padrão e o público aprecia a 
desconstrução narrativa.
d. Porque o público gosta de interagir e continuar 
narrativas é uma forma de interação.
e. Porque ela possibilita que o público conheça 
narrativas mais complexas.
3838 
Referências bibliográficas
CANNITO, N. Televisão na era digital, a interatividade, convergência e novos 
modelos de negócio. São Paulo, SP: Summus, 2010.
CAPANEMA, L.; FRANÇA, R. O. A televisão no ciberespaço: reformulações da 
televisão na internet e na TV digital. Revista GEMInIS, São Carlos: UFSCar, ano 4, 
n. 1, p. 20-36, jan./jun. 2013. 
FONTANILLE, J. Semiótica do discurso. Tradução de Jean Cristtus Portela. 
São Paulo: Contexto, 2007.
JENKINS, H. Cultura da convergência. São Paulo: Aleph, 2009.
MARTINO, L. M. S. Teoria das mídias digitais: linguagens, ambientes e redes. 
Petrópolis: Vozes, 2014.
MITTERMEYER, T. Narrativa transmídia: uma releitura conceitual. São Bernardo do 
Campo: Editora Codes, 2017.
RIBEIRO, A. P. G; SACRAMENTO, I; ROXO, M. História da Televisão no Brasil: 
do início aos dias de hoje. São Paulo: Editora Contexto, 2010.
Gabarito
Questão 1 – Resposta B
Resolução: foi a partir de 1990 que a digitalização e novas formas 
de interação fizeram com que a TV repensasse seus conteúdos.
Questão 2 – Resposta C
Resolução: no vídeo on demand é possível assistir às produções 
on-line ou fazer download para ver off-line depois.
Questão 3 – Resposta D
Resolução: a interação é fundamental para que o público faça as 
expansões da narrativa e ela se torne transmídia.
3939 39
Reality shows: temas e formatos
Autora: Jéssica Amorim
Objetivos
• Explicar a diferença entre reality TV e reality show.
• Compreender quais elementos deste desse tipo de 
programa conseguem a adesão do telespectador.
• Conhecer os principais formatos de reality show que 
fazem sucesso com o público em geral.
4040 
1. Reality shows: temas e formatos
A televisão, desde seu início, centrou suas produções nas narrativas 
ficcionais. Ver e ouvir histórias estão sempre presentes no imaginário 
brasileiro e, mesmo sendo ficcionais, a adesão sempre foi enorme.
Mesmo assim, programas que exploram o lado mais real das narrativas 
também fazem grande sucesso. Nesse formato, o público consegue 
sentir mais proximidade com os personagens, ocorre identificação e, 
além disso, ele vê na telinha da TV pessoas com as quais ele interage ou 
convive. Esses são alguns dos motivos que fazem os reality shows serem 
tão apreciados pelo grande público.
Espiar o que se passa na vida alheia também é um hábito do ser 
humano em geral. Quando um programa de TV chancela e proporciona 
isso, o telespectador se sente completamente à vontade para espiar 
sem se sentir julgado.
Na verdade, há uma inversão de papéis com essa nova forma de acessar 
a vida do outro. Quem vê e julga é o público. Vamos entender como 
são formados esses programas de realidade, ou reality shows, e por que 
fazem tanto sucesso, se não de crítica, pelo menos de público.
1.1 A familiaridade da realidade
Com o processo de globalização das produções da TV entre os anos 
1990/2000, um vasto campo de formatos e gêneros de produções se 
abriu. Ficar preso apenas no mesmo padrão de produção de programas 
já não era suficiente.
Mesmo porque o público é o grande termômetro do que funciona na 
TV, e quando ele perde o interesse por determinado tipo de programa, 
significa que é hora de renovar. 
A TV por assinatura, por exemplo, trouxe uma nova forma de ver TV, além 
de apresentar um novo modelo de negócios e mudanças nos padrões 
4141 41
técnicos e estéticos. Ela provocou, também, a desterritorialização das TVs, 
fazendo com que ela saísse do âmbito local para se tornar global.
Para trazer novidades, os produtores de televisão precisam estar sempre 
atentos e partir em busca do que a audiência gostaria de assistir. Mais 
importante do que isso é saber identificar as tendências, ter o feeling 
para decidir em qual tipo de programa investir. 
Tendo em vista que tudo é extremamente caro na TV, é preciso dar o tiro 
certo na hora de testar um novo formato ou mesmo um novo gênero.
Figura 8 – Telespectadores aguardam o reality show
Fonte: wundervisuals/iStock.com.
Derek Thompson, em seu livro “Hit Maker – como nascem as tendências”, 
diz que, para que qualquer produto de mídia tenha sucesso e conquiste 
o público, é preciso fazer com que o público se identifique com ele: 
“(...) para vender algo familiar torne-o surpreendente. Para vender algo 
surpreendente, torne-o familiar” (2017, p. 85).
Talvez seja por essa premissa básica que os programas de realidade 
fazem tanto sucesso. Além de aguçar o voyeurismo e a sede do homem 
em sempre querer saber o que se passa na vida alheia, esse tipo de 
programa traz um efeito de sentido de realidade e de verossimilhança 
que atraem a atenção. Vamos entender como esses programas 
funcionam e quais os formatos que mais agradam.
4242 
1.2 Reality TV
Os programas de realidade, os chamados realities, caíram no gosto 
do público no final dos anos 1990 e início dos anos 2000. Na verdade, 
trata-se de uma grande estratégia de aproximação com um público que 
já não estava mais tão ligado à programação da TV. 
Não que a TV tenha perdido seu espaço nesses anos, mas ela 
ganhou algumas concorrências relevantes, como os canais a cabo, 
os videocassetes, DVDs e Blu-rays, além da ascensão dos jogos de 
videogame. Todos esses novos dispositivos competem com a atenção 
que, durante muitos anos, foi apenas da televisão, principalmente dos 
canais abertos.
Por isso, a reality TV veio para capturar de volta a atenção desse público 
que se dispersou muito. A premissa da reality TV não é seguir o modelo 
vigente de apresentação e veiculação de conteúdo. Não basta apenas 
reproduzir mimeticamente o cotidiano, como é feito nas novelas 
ficcionais. Com a reality TV, a ideia é mostrar o cotidiano, mas de forma 
real, ou o mais próximo possível do real.
Mas o que é reality TV? 
A reality TV é como chamamos a diversidade de formatos de programas 
que visam mostrar a realidade e o cotidiano de pessoas em algumas 
situações pontuais. Trata-se da simulação entre a ficção e a realidade 
que se pauta na curiosidade do homem em sempre querer ver o que se 
passa do lado de fora do seu portão.
Há diversos tipos de programas de reality TVs ou quadros dentro de 
programas, que podem ser classificados dessa forma. Por exemplo, 
Faustão, Domingo Legal, Pânico na TV, Linha Direta, Casos de Família, o 
quadro “Retrato Falado” do Fantástico, entre outros. O reality show é 
apenas uma vertente da reality TV.
Todos esses programas trazem em comum a exposição de histórias 
de pessoas reais, tanto contadas de forma ficcional quanto em 
depoimentos e participação do público.
4343 43
Esses programas trabalham com foco na interação. Alguns utilizam 
câmeras escondidas, outros fazem entrevistas e colhem depoimentos 
dos participantes. A participação de celebridades e famosos também 
ajuda a alavancar a audiência. Afinal, segundo Freud (apud SOUZA, 
2004), o voyeurismo faz parte do cotidiano das pessoas comuns e não 
se caracteriza como algo anormal.
A palavra voyeur, que antes significava “pessoa que vê algo por 
curiosidade”, mudou de sentido no século XIX para designar indivíduos 
que obtêm o prazer sexual observando outras pessoas nuas ou na 
intimidade. (SOUZA, 2004, p. 126)
É o caso desse tipo de programa. Ele instiga o prazer solitário da 
observação da vida alheia. Por ser tão instigante e fazer tanto 
sucesso, os programas da reality TV causaram um impacto televisivo 
que afeta todos os sistemas e as plataformas de comunicação e, 
também, acaba ultrapassando a linha tênue que move a televisão: 
informação versus entretenimento.
PARA SABER MAIS
Uma boa dica de filme que ilustra bem o que seria um 
reality show dentro da reality TV é o filme O Show de Truman 
(1998), de Peter Weir.
1.3 Reality Show
Podemos dizer que o reality show foi o subgênero da reality TV que 
mais rentabilizou e funcionou enquanto programa independente. 
Ele funciona não só como um programa de realidade cotidiana, 
mas também como um game show. Nesse formato, os participantes
participam de jogos e disputas que geralmente envolvem rapidez, 
resistência, esperteza e inteligência.
4444 
Em entrevista para a Isto é, em 2014, John De Mol, o holandês criador 
de reality shows como Big Brother e The Voice, disse que as pessoas ainda 
estão interessadas nesse tipo de programa porque os reality shows são 
o espelho da sociedade e que os participantes são pessoas comuns, que 
podemos encontrar nas ruas. 
ASSIMILE
Para entender como pensa o criador de reality shows como 
o Big Brother e o The Voice, leia essa reportagem e entrevista 
com John De Mol, disponível em: https://istoe.com.
br/350102_OS+REALITY+SHOWS+SAO+O+ESPELHO+DA+ 
SOCIEDADE+/>. Acesso em: 25 jul. 2019.
O formato se popularizou tanto no Brasil e no mundo após o boom do 
Big Brother e o pioneirismo do Survivor que hoje existem reality shows 
em várias esferas. O sucesso foi tanto que vários setores quiserem ter 
o seu próprio reality. Vamos conhecer os principais segmentos, seus 
programas e características.
1.4 Aventura
1.4.1 Survivor
O Survivor foi o precursor da onda de reality shows no mundo. Mesmo 
tendo sido criado no Reino Unido em 1992, a versão norte-americana 
foi produzida apenas nos anos 2000. O reality ficou conhecido pelo seu 
pioneirismo e por ter conquistado forte audiência nos Estados Unidos. 
A série possui dezenas de temporadas e é transmitida pelo canal CBS. 
O objetivo do reality é fazer com que seus participantes fiquem isolados 
https://istoe.com.br/350102_OS+REALITY+SHOWS+SAO+O+ESPELHO+DA+SOCIEDADE+/
https://istoe.com.br/350102_OS+REALITY+SHOWS+SAO+O+ESPELHO+DA+SOCIEDADE+/
https://istoe.com.br/350102_OS+REALITY+SHOWS+SAO+O+ESPELHO+DA+SOCIEDADE+/
4545 45
em um local remoto e devem prezar por sua sobrevivência. Eles devem 
buscar água, comida, abrigo enquanto participam de provas e disputas 
por recompensas e imunidade. 
Figura 9 – Participantes do reality show Survivor
Fonte: domínio público/CBS. Acesso em: 25 jun. 2019.
A eliminação dos participantes do programa se dá pelos próprios 
competidores, que votam para que um membro da equipe saia. 
Até a confecção deste material, o programa estava em sua vigésima 
temporada.
1.4.2 No Limite
No Limite foi o primeiro reality show brasileiro exibido pela Rede Globo 
em quatro temporadas, com intervalos entre 2000 e 2009. A atração foi 
baseada na pioneira Survivor, mesmo sem ter comprado os direitos de 
exibição. A versão brasileira sempre foi exibida nas noites de domingo, 
após o Fantástico.
A premissa do programa era a mesma do Survivor. Os competidores, 
12 ao todo, participaram da primeira edição, gravada na fictícia Praia 
dos Anjos, a cerca de cem quilômetros de Fortaleza, no Ceará. Eles 
foram divididos em duas equipes: Sol e Lua, e a eliminação de um dos 
integrantes dos times acontecia quando o time perdia em cada desafio.
4646 
2. Vida real
2.1 Big Brother
Big Brother Brasil (BBB) é a versão brasileira do reality criado por John 
de Mol e que está em 35 países do mundo. No Brasil, o programa é 
produzido e exibido pela Rede Globo. Sua estreia foi em 29 de janeiro de 
2002, com uma segunda temporada no mesmo ano. A partir da terceira 
edição, passou a ser anual, sempre de janeiro a abril.
No programa, um número variável de participantes fica confinado em 
uma casa cenográfica no Rio de Janeiro. Eles são vigiados por câmeras 
24 horas por dia, sem conexão com o mundo exterior, e é vetada 
qualquer comunicação externa com parentes e amigos. Não é possível 
ter acesso a internet, ler jornais nem ver TV. 
Eles disputam um prêmio em dinheiro no valor de 1 milhão de reais. 
Porém, alguns participantes ganham outros prêmios menores durante 
as provas realizadas.
Figura 10 – Logo do reality show Big Brother Brasil
Fonte: BBB Oficial/domínio público. Acesso em: 24 jun. 2019.
Os participantes são anônimos, pessoas comuns, e são escolhidos 
pela produção do programa. A cada semana, dois ou três participantes 
são indicados pelos companheiros para enfrentar o voto popular e sai 
quem é o mais votado.
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Os participantes disputam provas que testam sua resistência, sorte, 
inteligência e esperteza e têm como objetivo superar as eliminações e 
permanecer na casa até o último dia.
O que atrai muito o público do BBB é que ele representa o voyeurismo 
e o exibicionismo midiático em um grau elevado. Além disso, dentro da 
casa acontecem situações pontuais, intrigas, surgem relacionamentos, 
amizades se fazem e desfazem, uns conspiram contra os outros e 
somente o público consegue ver os dois lados, como se acompanhasse 
uma produção de ficção.
Enquanto observador, o público acompanha e julga as atitudes dos 
participantes. Há uma preferência velada pela autenticidade e o público 
preza por valores e bons costumes. Certamente, há torcida pelo 
participante que se encaixe nesse filtro pessoal que o público cria a 
partir dos valores morais da sociedade.
O público também julga a dicotomia entre bem e mal e, principalmente, 
a veracidade versus encenação. Quem encena passa a impressão 
de falsidade, o que é condenado pelo público, e certamente esse 
participante será votado para sair. “Distinguir veracidade e encenação, 
identificar quem é quem no programa passa a ser, portanto, uma 
função primordial do jogo” (ROCHA, 2009, p. 13).
2.2 Casa dos Artistas
O programa Casa dos Artistas foi o reality show que seguiu a mesma 
configuração do Big Brother Brasil. Porém, a série foi exibida pelo canal 
SBT entre 2001 e 2004 e havia uma diferença entre as características dos 
participantes: neste, era um grupo de celebridades e subcelebridades 
que disputavam o prêmio principal em dinheiro. 
O final da primeira temporada, exibido em 16 de dezembro de 2001, 
rendeu a maior audiência da história do SBT, com média de 47 pontos e 
picos de 55, contra 18 pontos da segunda colocada.
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O programa teve, ao todo, quatro temporadas. A temporada 3 trouxe 
uma novidade: cada famoso poderia levar um fã para participar e 
interagir na programação. A vencedora dessa edição foi a modelo 
fitness Solange Frazão.
O que chamou a atenção neste reality como um todo foi o 
relacionamento e as intrigas de pessoas conhecidas do público. Foi 
possível observar mais de perto como era o cotidiano das celebridades.
2.3 Viagem
Há alguns reality shows de viagens, mas vamos destacar apenas dois. 
A plataforma de streaming Netflix investiu em vários formatos de 
conteúdo audiovisual. O Netflix Instant Hotel é um deles. O programa 
é um reality show de pousadas e viagens. Na verdade, vence quem 
tiver a melhor pousada.
Os competidores precisam dar notas entre si. Enquanto isso, o 
telespectador assiste e conhece locais paradisíacos, o que instiga a 
vontade de viajar. 
Os casais participantes do show precisam conhecer e avaliar seus 
concorrentes, e isso gera tensões engraçadas para quem está assistindo. 
Fica difícil prever quem será o vencedor.
Figura 11 – Reality show de viagens
Fonte: hocus-focus/iStock.com.
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Outro reality de viagem interessante foi o Viagem sem Fim, exibido pelo 
Multishow às quintas-feiras, ao longo de 2010. A ideia era que, com um 
orçamento apertado e um roteiro desconhecido, oito jovens toparam 
a aventura de participar. Eles não se conheciam antes da jornada e 
percorreram parte do Chile e da Argentina a bordo de um motorhome. 
Ao todo, foram 17 cidades e 34 dias de estrada.
O que garantiu a audiência, além de lindas paisagens da América do 
Sul, foi os conflitos gerados pelas diferenças entre os participantes, que 
dividiam um espaço minúsculo dentro do motorhome.
2.4 Culinária
2.4.1 Masterchef
MasterChef Brasil é um dos programas mais queridos e conhecidos do 
país. É, também, um reality show de culinária exibido pela TV Band, 
baseado no consagrado formato original de mesmo nome exibido 
pela BBC, no Reino Unido. A primeira temporada estreou em 2 de 
setembro de 2014 e, no momento da redação deste conteúdo, conta 
com seis temporadas.
É apresentado pela jornalista Ana Paula Padrão e os jurados são
os chefs 
Henrique Fogaça, Érick Jacquin e Paola Carosella.
Os cozinheiros amadores são previamente selecionados por meio de 
audições. Durante o programa, eles participam de provas de elaboração 
de pratos selecionados e podem disputar tanto sozinhos quanto 
em duplas e, às vezes, em grupos. Os chefs provam todos os pratos, 
eliminam quem fez o pior prato naquela edição. Já quem fez o melhor 
ganha vantagens e prêmios e continua na disputa.
A série gerou mais dois spin-offs: MasterChef Júnior, que conta com 
crianças como concorrentes, e MasterChef Profissionais, que conta com 
chefs profissionais como concorrentes. 
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Em 2017, o MasterChef Brasil se consagrou como o maior canal da 
franquia no YouTube, com os vídeos inéditos sendo postados na 
plataforma logo após serem exibidos na TV Band.
PARA SABER MAIS
O canal fechado TLC tem um reality show de culinária bem 
diferente chamado Cake Boss. Não é uma competição, 
como os exemplos citados, mas sim a vida e os confeitos 
produzidos por Buddy Valastro e sua família na padaria 
Carlo’s Bakery. Vale a pena conferir.
2.5 Decoração
O canal da TV por assinatura GNT veicula um interessante reality show de 
decoração. O programa é comandado pelo arquiteto Maurício Arruda. 
Ele cria um projeto a partir de vídeos enviados pelo público pedindo a 
reforma de algum local. 
Ele redecora o ambiente usando criatividade, tendências e, antes, mostra 
os detalhes da transformação usando efeitos de computação gráfica. 
O “Lar Doce Lar” é um quadro que pertence ao programa Caldeirão do 
Huck, na Globo. As pessoas de diversos locais do Brasil mandam e-mail e 
até cartas contando sua história e por que querem participar do reality.
São histórias emocionantes, que mostram a realidade de famílias 
simples que, na maioria dos casos, não têm condições financeiras para 
reformar a casa. Cada episódio conta com uma família diferente. Além 
de acompanharmos a reforma e a decoração, também acompanhamos 
a história e rotina da família selecionada.
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O programa cuida do novo projeto, da reforma, dos profissionais, 
dos móveis e, ao final, mostra o antes de depois da transformação 
do ambiente.
3. Conclusão
Os programas de realidade sempre são sucesso na TV mundial desde 
o início dos anos 2000, por mais que tenham sido criados bem antes 
disso. Alguns programas já exibiam quadros que remetiam à realidade 
das pessoas.
Ao perceber como esse tipo de inserção de realidade em meio ao mar 
de produtos ficcionais chamava a atenção do público, o tiro certeiro veio 
ao trazer programas exclusivos – os shows de realidade (reality shows).
Por meio desses shows, os telespectadores passam a conhecer a 
realidade de pessoas comuns, que têm suas próprias histórias. Isso cria 
empatia, identificação e faz com que a televisão seja algo cada vez mais 
próximo do público.
A comunicação digital, por meio das redes sociais, proporciona uma 
maior interação e aumenta a sensação de pertencimento. Parece que os 
reality shows vieram para ficar. Só o tempo dirá.
TEORIA EM PRÁTICA 
Tendo em vista todos os exemplos de reality shows citados 
nesta unidade e sabendo da importância e aderência desse 
formato junto ao público, imagine a seguinte situação: você, 
como produtor de TV, recebe a incumbência de idealizar e 
produzir um reality show para um público específico. Escolha 
o público específico e desenvolva um miniprojeto contendo:
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• Nome do reality, público-alvo, forma de seleção 
dos participantes, periodicidade, tipos de provas 
de eliminação, prêmio final e estratégias de 
entretenimento dentro do reality. 
Opções de públicos: 
• Tatuadores.
• Comunidade naturista. 
• Ou circo. 
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. Onde aconteceram as primeiras interações de 
realidade na TV? 
a. Novelas.
b. Programas de auditório.
c. Jornalismo.
d. Programas educativos.
e. Programas esportivos.
2. Tendo em vista que os programas de reality TV estão 
presentes em vários formatos, identifique o tipo que 
não se enquadra nessa categoria:
a. Domingão do Faustão.
b. Caldeirão do Huck.
c. Domingo Legal.
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d. Linha Direta.
e. Avenida Brasil.
3. Quais foram os programas pioneiros de reality show nos 
Estados Unidos e Brasil, respectivamente:
a. The Voice e BBB.
b. Survivor e BBB.
c. Survivor e No Limite.
d. MasterChef e No Limite.
e. The Voice e MasterChef.
Referências bibliográficas
CANNITO, N. Televisão na era digital, a interatividade, convergência e novos 
modelos de negócio. São Paulo: Summus, 2010. 
RIBEIRO, A. P. G; SACRAMENTO, I; ROXO, M. História da televisão no Brasil: do 
início aos dias de hoje. São Paulo: Editora Contexto, 2010. 
ROCHA, D. C. Reality TV e reality show: ficção e realidade na televisão. Revista 
da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação, 
Brasília, v. 12, n. 3, set./dez. 2009.
SOUZA, J. C. A. Gêneros e formatos na televisão brasileira. São Paulo: 
Summus, 2004.
Gabarito
Questão 1 – Resposta B
Resolução: os programas de auditório expressam a realidade 
de pessoas comuns, por isso o formato teve uma boa aderência 
em seguida.
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Questão 2 – Resposta E
Resolução: Avenida Brasil é o título de uma novela famosa 
da TV Globo que é puramente ficcional, sem nenhum quadro 
de realidade.
Questão 3 – Resposta C
Resolução: Survivor e No Limite estrearam em 2010 e foram os 
reality shows pioneiros de ambos os países.
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Produção de conteúdo 
para redes sociais
Autora: Jéssica Amorim
Objetivos
• Entender as particularidades de linguagem de 
cada rede social.
• Descobrir como escrever para cada rede social.
• Aprender técnicas para produção de conteúdo.
5656 
1. Produção de conteúdo para redes sociais
Produzir conteúdo pode parecer algo que conta apenas com a 
capacidade criativa do produtor, algo simples, que aprendemos na 
escola desde a educação básica. Mesmo que adquiramos a competência 
da escrita desde cedo, isso não significa que todos dominam a arte de 
construir um bom texto.
Saber escrever é primordial para nossa comunicação em sociedade e, 
por meio da escrita, conseguimos produzir conteúdos para diversas 
plataformas diferentes. Mas será que aprendemos a fazer um texto que 
informe, entretenha e convença alguém, tudo ao mesmo tempo?
Vamos ver como é possível produzir conteúdos relevantes, por meio 
de pesquisa aprimorada como um passo inicial e, na sequência, 
vamos entender como é importante usar algumas estratégias e 
quais realmente funcionam.
1.1 A importância da pesquisa
O conteúdo é a grande chave para engajamento, persuasão e vendas. 
Todos os setores de comunicação estão focados e buscando aprender 
como fazer para chamar a atenção do novo consumidor, esse chamado 
de geração Y ou millennials. E, também, dos nativos digitais da geração Z. 
Para produzir qualquer tipo de conteúdo para gerar engajamento, 
é preciso entender que fazer uma boa pesquisa antes do início da 
produção do material é uma etapa importante do processo e não deve 
ser ignorada. 
O sucesso da pesquisa depende, e muito, da curiosidade do redator. 
Portanto, desenvolver a curiosidade é um aspecto fundamental para 
aguçar a criatividade para pensar em pautas relevantes e envolventes, 
que irão captar a atenção do receptor.
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O conteúdo de sucesso sempre passou por uma pesquisa mais 
detalhada. Assim ele fica rico em detalhes e desperta a curiosidade e o 
prazer da leitura. Portanto, não economizar tempo para fazer uma busca 
minuciosa é fundamental para produzir um material relevante.
Antes de criar qualquer conteúdo, é preciso estruturar uma pauta com 
os seguintes questionamentos:
• Por que esse assunto é importante?
• O meu público vai se interessar por esse assunto?
• Por que estão todos comentando sobre esse assunto?
• Eu deveria falar sobre esse assunto?
PARA SABER MAIS
Neste texto há várias dicas de como se fazer uma pesquisa 
do Google de qualquer natureza, disponível em: https://
marketingdeconteudo.com/como-fazer-uma-pesquisa-no-
google/. Acesso em: 25 jul.

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