Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
PRODUÇÃO DE CONTEÚDO MIDIÁTICO: FORMATOS E NOVAS TENDÊNCIAS W BA 07 22 _v 1. 0 22 Jéssica de Amorim Barbosa Londrina Editora e Distribuidora Educacional S.A. 2019 Produção de conteúdo midiático: formatos e novas tendências 1ª edição 33 3 © 2019 POR EDITORA E DISTRIBUIDORA EDUCACIONAL S.A. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A. Presidente Rodrigo Galindo Vice-Presidente de Pós-Graduação e Educação Continuada Paulo de Tarso Pires de Moraes Conselho Acadêmico Carlos Roberto Pagani Junior Camila Braga de Oliveira Higa Carolina Yaly Giani Vendramel de Oliveira Juliana Caramigo Gennarini Nirse Ruscheinsky Breternitz Priscila Pereira Silva Tayra Carolina Nascimento Aleixo Coordenador Tayra Carolina Nascimento Aleixo Revisor Patrícia Natividade Baptista Editorial Alessandra Cristina Fahl Beatriz Meloni Montefusco Daniella Fernandes Haruze Manta Hâmila Samai Franco dos Santos Mariana de Campos Barroso Paola Andressa Machado Leal Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Barbosa, Jéssica de Amorim B238p Produção de conteúdo midiático: formatos e novas tendências / Jéssica de Amorim Barbosa, – Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A. 2019. 90 p. ISBN 978-85-522-1573-8 1. Mídia social. 2. Programas sobre crimes I. Barbosa, Jéssica de Amorim. II.Título. CDD 300 Responsável pela ficha catalográfica: Thamiris Mantovani CRB-8/9491 2019 Editora e Distribuidora Educacional S.A. Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza CEP: 86041-100 — Londrina — PR e-mail: editora.educacional@kroton.com.br Homepage: http://www.kroton.com.br/ 44 PRODUÇÃO DE CONTEÚDO MIDIÁTICO: FORMATOS E NOVAS TENDÊNCIAS SUMÁRIO Apresentação da disciplina 5 Produções audiovisuais pioneiras na interação 6 Vídeo on demand: tendências da comunicação digital 23 Reality shows: temas e formatos 39 Produção de conteúdo para redes sociais 55 YouTube: tendências e monetização 71 Publicidade on-line: mercado em expansão 88 Realidade virtual: conteúdo e interação 105 55 5 Apresentação da disciplina Em um contexto de cibercultura e transformação digital, todas as formas de comportamento, relacionamento, relações midiáticas e comerciais também acompanham a onda de mudanças e se restabelecem em outros formatos. Para se ressignificarem em outras formas de apresentação, as mídias e os veículos de comunicação investem em uma ferramenta poderosa, que hoje é a principal fonte de informação e, também, principal esteira para o sucesso de diversas empresas em segmentos mais diversos: o conteúdo. Produzir conteúdo de qualidade, relevante e que atraia a atenção do consumidor é a cereja do bolo de estratégias de comunicação de sucesso. Mas antes de iniciar o conteúdo, é preciso entender a nossa nova realidade e como é possível adequar-se a esses novos formatos de mídia. Saber como funcionam as novas formas de se comunicar depende muito da compreensão da linguagem dos novos coadjuvantes que auxiliam nesse processo. Além disso, o comportamento do leitor/ consumidor também mudou e é preciso se ajustar a ele. Esta disciplina é justamente para isso. Fazer um panorama geral das especificidades das mídias, como elas surgiram e como hoje se desenvolvem. E, também, entender como agregar o melhor conteúdo a elas. 66 Produções audiovisuais pioneiras na interação Autora: Jéssica Amorim Objetivos • Conhecer sucintamente a história do audiovisual e da televisão no Brasil. • Entender como se forma a programação de TV e como ela impacta a audiência. • Explicar a história dos primeiros programas interativos na TV brasileira. 77 7 1. Produções audiovisuais pioneiras na interação Esta temática traz aspectos teóricos e históricos de como a televisão brasileira, por meio de tentativas, erros e acertos, buscava seu lugar ao sol enquanto um fenômeno de linguagem. Além disso, mostra como, ao conseguir se estabelecer como um veículo de informação e entretenimento, está sempre em busca de inovações para permanecer como prioridade para o telespectador. Para isso, ela não pode ficar estacionada em um lugar confortável em que seja apenas a fornecedora direta de informação e diversão para o público. A TV percebeu que, além de assistir, o telespectador busca fazer parte da programação que ele acompanha. Investir em inovações que tragam possibilidades interativas é a grande pauta para os profissionais que trabalham com televisão hoje. Afinal, após o advento da internet, é muito comum assistir a qualquer programa e, ao mesmo tempo, interagir nas redes sociais, por exemplo. As estratégias de interação na TV, porém, surgiram antes das possibilidades trazidas pela banda larga. Por telefone, na década de 1980, já era possível participar. Vamos ver como a televisão se desenvolveu e como os primeiros programas de auditório, além de teledramaturgias, foram fundamentais para a aplicação da interação da TV. 1.1 No início, o audiovisual Quando Thomas Edison criou o cinetoscópio no final do século XIX — e em seguida os irmãos Louis e August Lumière o aperfeiçoaram e patentearam como um cinematógrafo — certamente eles não tinham noção da grandeza desses inventos para a comunicação em escala global. 88 Foi a partir do estudo e da confecção desses equipamentos de captura e transmissão de imagem — e da primeira exibição ao público de imagens captadas pelo cinematógrafo, realizada em 28 de dezembro de 1895 —, que se inicia a história do audiovisual no mundo. Por meio de tentativa e erro, com o intuito de entender como essa nova forma de comunicação funcionaria, levou-se cerca de 20 anos para que o cinema finalmente se configurasse como linguagem. Só para se ter uma ideia, aspectos técnicos que hoje são muito comuns para nós, como planos, ângulos, movimentos de câmera, montagem, entre outros, demoraram para fazer sentido. Mas não poderia ser diferente, tendo em vista que o invento trazia algo novo. Ver a própria imagem em movimento era um avanço considerável para a época e entender seu mecanismo de difusão de comunicação, tanto nas formas documental ou ficcional, levou tempo e vários testes para estarem alinhados com uma estrutura que funcionasse. No final dos anos 1920, enquanto o cinema já se encontrava como linguagem, mas mesmo assim continuava a testar novas formas de apresentação de seu conteúdo, os primeiros testes de TV estavam acontecendo em várias partes do mundo. 1.2 A TV e seus primórdios Em 1923, o russo Vladmir Zworykin, que vivia nos Estados Unidos, criou o iconoscópio. Trata-se de um tubo que é a base da televisão, onde a imagem óptica era captada e convertida em impulsos elétricos. Na mesma década, em 1928, Ernst F. W. Alexanderson realizou a primeira transmissão para três casas em Nova York. A partir daí, entre vários testes e transmissões, a TV se popularizou no pós-guerra, e na década de 1950, ela já estava presente em vários lares no mundo todo. 99 9 Nesse mesmo ano, ela chegou ao Brasil por meio do jornalista e empresário Assis Chateaubriand, prometendo a possibilidade de entretenimento e informação para os lares brasileiros. No início, quando os programas eram ao vivo, a TV enfrentou uma gama de dificuldades para estabelecer sua linguagem e encaixar os seus programas de maneira assertiva. Principalmente porque o aparelho ainda era caro, um luxo para poucos. Segundo Ribeiro, Sacramento e Roxo (2010, p. 39), no final da década de 1950, existiam apenas 2 mil televisores em São Paulo. Hoje, tanto o Brasil quanto os Estados Unidos são os países mais televisivos do mundo. Assim cita Souza (2004, p. 68): O Brasil 2019. Se todas as respostas para esses questionamentos forem favoráveis, é hora de começar a pesquisar para a criação desse conteúdo. Veja como fazer sua pesquisa de forma eficaz. 1. Pesquise primeiro dentro de você. Isso mesmo. As suas referências são importantes e devem ser consideradas. Experiências, leituras e aprendizados do passado sobre o tema do seu conteúdo são sempre bem-vindos e será a partir deles que surgirão excelentes ideias. Suas vivências, contatos com outras pessoas, experiências em lugares diferentes, viagens, relações familiares também contam como ferramenta de busca pessoal. https://marketingdeconteudo.com/como-fazer-uma-pesquisa-no-google/ https://marketingdeconteudo.com/como-fazer-uma-pesquisa-no-google/ https://marketingdeconteudo.com/como-fazer-uma-pesquisa-no-google/ 5858 2. Pesquise em livros: livros físicos, livros digitais, plataformas digitais de aprendizagem, e-books, entre outros. Não confie apenas em pesquisas de sites e blogs, a leitura constante e o bom e velho livro ainda são fontes inesgotáveis de conhecimento e são essas ferramentas que auxiliam o produtor de conteúdo. 3. Pesquise em sites de referências e confiáveis do mesmo segmento que o seu conteúdo. Para saber se o site é de confiança, veja como ele está localizado no Google, veja quantas pessoas o conhecem e confiam em seu conteúdo, veja quantas vezes ele é citado, procure por palavras específicas e verifique se elas aparecem nesse local. 4. Pesquise em sites internacionais confiáveis, de universidades, revistas científicas ou revistas de grande circulação. Para isso, é importante que você tenha domínio do inglês ou espanhol, pois, mesmo utilizando o recurso do Google Tradutor, a tradução é literal e às vezes não dá o sentido que esperamos. 5. Pesquise na concorrência para ver como eles estão lidando com o assunto. Sempre tenha a concorrência como referência, pois você não vai querer ficar atrás. Saiba o que eles estão divulgando e procure tratar dos assuntos correlatos, mas de forma que seu conteúdo seja melhor desenvolvido e possua uma pesquisa mais detalhada que a deles. Acompanhe de perto cada ação do concorrente, pois ele será um dos seus maiores termômetros do mercado. E aproveite para fazer uma abordagem melhor e mais completa. 6. Monte uma pauta com todas as palavras relacionadas ao tema que você quer tratar. Assim fica mais fácil fazer a pesquisa e você também pode aproveitar os assuntos relacionados com esse tema para pensar em outros temas para novas pautas no futuro. Anote tudo, não jogue nada fora, pois grandes ideias surgem desses rascunhos. 5959 59 PARA SABER MAIS Fazer uma boa pesquisa antes de desenvolver o conteúdo faz parte do processo da produção de um bom material. O site www.harvard.edu é uma ótima referência, pois traz pesquisas em diversas áreas. 1.2 O conteúdo para redes sociais Divulgar conteúdos por meio das redes sociais não é mais um diferencial, mas sim primordial para a comunicação de qualquer empresa, veículo ou pessoa física. Mas para isso, só agendar postagens no Facebook não é suficiente. É preciso que você elabore uma estratégia de conteúdo para que sua comunicação seja assertiva. Existem hoje inúmeras redes, milhões de usuários ativos e a tendência é aumentar. Cada usuário tem um comportamento e vai consumir o conteúdo de acordo com seus interesses. O trabalho do redator, do produtor de conteúdo, é saber como trabalhar o texto para agradar a todos os públicos. Figura 12 – Redes sociais Fonte: tnrsmr/iStock.com. 6060 ASSIMILE Muitos acreditam que fazer o mesmo texto e divulgar em todas as redes sociais é efetivo. Ledo engano. É preciso saber como funciona cada mídia e adequar o texto para a linguagem. As redes sociais e os veículos de comunicação possuem linguagem própria e, para que o produtor de conteúdo seja certeiro, ele precisa entender como funciona cada uma das redes, assim, ele poderá trabalhar em cada abordagem de forma diferente. Vamos saber quais são: 1.3 Blog Diferentemente de um site, o blog possui uma abordagem mais pessoal, afinal, ele fala direto com a pessoa. A estrutura do blog é muito simples, pois ele geralmente se organiza com uma postagem por data. Linguagem informal, mais próxima do leitor, mas nem por isso o texto precisa ser coloquial. Essa é uma linha muito tênue e o redator precisa saber dosar entre o escrever na norma culta da língua, sem erros e sem exageros, e ao mesmo tempo manter uma estrutura informal e descontraída, para que seu leitor se sinta à vontade e se interesse pelo conteúdo. O texto por si só é mais flexível e interativo, e permite que o leitor faça comentários e até contribua para seu texto ou para futuras pautas. Além disso, a sua estrutura é bem mais simples que a de um site ou um portal e é possível encontrar templates prontos em plataformas de blogs disponíveis de forma gratuita on-line. 6161 61 Todo começo de um texto, um artigo, uma entrevista, inicia-se pelo título. Por isso o título deve ser o primeiro chamariz de um texto, pois é ele que vai despertar o interesse do leitor e fazer com que ele entre na sua página e leia. Figura 13 – Blog Fonte: scyther5/iStock.com. Dedicar tempo e esforço para criar um bom título é uma etapa necessária no processo de criação do conteúdo e, às vezes, encontrar o título ideal pode demorar um tempo. O site www.upworthy.com, por exemplo, antes de publicar qualquer conteúdo, realiza um controle rigoroso dos títulos. Sua equipe cria 25 títulos diferentes para cada texto e eles selecionam os melhores até chegarem a uma boa escolha. Para saber como criar o melhor título, seguem algumas técnicas infalíveis: • Use números e estatísticas. Pessoas adoram fatos! Exemplo: 8% da população sofre de ansiedade. • Ensine algo. Guias e tutoriais geram muito interesse e tráfego. Se possível, use as palavras “como”, “manual” ou “guia”. Exemplo: “O guia definitivo para estudar inglês em casa”. • Desperte a curiosidade. Se seu título prometer saciar uma curiosidade do leitor, ele provavelmente irá clicar! Exemplo: “Ômega 9. Afinal, o que é e onde encontrar?”. http://www.upworthy.com 6262 • Use e abuse de listas. Exemplo: “7 dicas para montar um currículo perfeito”. • Crie polêmica. As pessoas amam se informar e tomar lados em um artigo controverso. Use isso a seu favor! Exemplo: “Afinal, o livro de papel morreu ou não morreu?”. Com as técnicas acima, é possível criar um título que vai chamar a atenção do leitor. Agora que ele já acessou o seu conteúdo, o próximo desafio é mantê-lo na sua página. É importante saber que muitos visitantes entram na sua página, mas não leem seu texto. Em um primeiro momento, o leitor olha superficialmente o texto para ver se ele é interessante. E mesmo que seu conteúdo seja bom, ele precisa conquistar a atenção do leitor e, para isso, precisa estar organizado em blocos pequenos. Quando ele olhar o texto com calma, vai varrer o texto de forma geral e escolher o que ler. A essa ação chamamos de “escanear” e, portanto, o texto precisa ter escaneabilidade. Há algumas técnicas para construir um texto atraente, que mantenha a atenção do seu leitor: • Divida seu texto em partes, usando subtítulos. • Use listas sempre que for citar vários itens. • O negrito atrai o olhar, use-o em palavras-chave. • Mantenha seus parágrafos curtos. • Insira imagens relevantes e chamativas no texto para prender o leitor. • Estruture seu texto para formar uma narrativa coerente. Exemplo: introdução → argumentação → conclusão. 6363 63 1.4 Twitter As redes sociais exigem um texto mais curto e condensado do que um artigo para o blog. Mas nem por isso é mais fácil. Textos curtos precisam dizer muito mais e com muito menos. Por isso, seguem algumas técnicas para você produzir conteúdos para as redes sociais. No Twitter, o usuário quer um texto dinâmico e direto, tendo em vista que a rede oferece um espaço de apenas 280 caracteres para a divulgação da sua mensagem. A rede foi criada em 2006 por três sócios: Jack Dorsey, Eva Williams e Biz Stone e significa pia de pássaros ou explosão de informações inconsequentes. Como o Twitter foi criado inicialmente para ser uma espécie de ferramenta de SMS, o número de caracteres ficou limitado por ter essa característica. Enviar mensagens curtas, mas assertivas, é o principal foco do Twitter. A rede tem, hoje, a relevância que o rádio tinha em seu surgimento, a premissa de mostrar e comentar o que está acontecendo em tempo real. Na data da confecção deste material, o Twitter possuía 326 milhões de usuários ativos ao redor do mundo. Figura 14 – Twitter Fonte: alexsl/iStock.com. 6464 A seguir, algumas técnicas para escrever para o Twitter: • O texto precisa ser sucinto. O máximo de informações em 280 caracteres. É interessante usar, sempre que possível, os links encurtados. O migre.me, por exemplo, é uma das ferramentas que ajudam a encurtar os links para que você tenha mais espaço para escrever a mensagem. • Evite abreviaturas. Por mais que o espaço seja limitado, o leitor do Twitter é dinâmico. Quanto mais você entregar a informação completa, melhor ele vai decodificar e assim dará preferência para seu conteúdo em detrimento de outros. • Use [ ] para descrever o conteúdo do tweet. Por exemplo: “[ÁUDIO]”. Principalmente se o conteúdo está escondido em uma URL, o leitor saberá o que encontrar. • Cite as fontes com Twitter pelo “@”. Exemplo: “Segundo @ uol... @oglobo”. • O Twitter sistematizou as hashtags. Faça uso delas para indexar assuntos. • Use um tweet só para transmitir a mensagem. Evite usar dois ou mais tweets para a mesma mensagem. O leitor acaba se perdendo, pois enquanto você está escrevendo o complemento do tweet, vários outros já entraram na timeline e seu complemento se perde. • Usuários do Twitter requerem um texto mais estilizado, irônico, direto. Visite perfis correlatos ao seu ou os que sejam referência para ver como eles se posicionam. 6565 65 1.5 Facebook O Facebook hoje é uma grande referência e uma das maiores redes sociais da história, com mais de 2,13 bilhões de usuários ativos no mundo. Foi criada por quatro estudantes de Harvard, Mark Zuckerberg, Eduardo Savarin, Dustin Moskovitz e Chris Hughes. Os brasileiros são muito ativos nessa rede e ela é uma fonte de investimento de todos os segmentos para divulgação de conteúdo. Seguem algumas técnicas para ser assertivo com o seu conteúdo no Facebook: • Cada post deve ter apenas uma ideia. É preciso focar na publicação, para que o leitor não fique confuso com vários assuntos no mesmo post. Não se limite, faça outros posts com outros assuntos depois. • Faça um texto sucinto, porém atraente. • Definir como tratará o público, se por plural ou singular. Escrever de forma padronizada. • Faça posts curtos. Pessoas têm pouca paciência para ler textos longos sem imagens. • Tamanho ideal: máximo quatro linhas (mas não é rígido). • Postagem com regularidade de dias e horários. • Usar hashtags somente quando necessário, para demarcar uma notícia do dia, um assunto polêmico. Importante dizer que hashtag não é pontuação. É um agregador de conteúdo que indexa os assuntos em discussão na rede. 6666 1.6 Instagram Como estamos na era da imagem, o Instagram tem se tornado a rede social que mais cresce em todo o mundo. Há dois anos, a rede possuía pouco mais de meio milhão de usuários. Hoje, a rede ultrapassa 1 bilhão de usuários ativos. A rede foi criada por Kevin Systrom e Mike Krieger em 2010 e logo se popularizou. Hoje, além de fotos, é possível publicar vídeos, descrever grandes textos nas legendas, publicar vídeos e imagens instantâneas pelo recurso stories, na barra superior do aplicativo, fazer transmissões ao vivo e vídeos maiores no formato IGTV. Porém, para ter uma estratégia que funcione no Instagram, algumas técnicas são fundamentais: • Imagens bem editadas. • Legendas criativas e que não podem ser enigmáticas. • Texto claro, conciso e complementar à imagem. • As legendas não podem ser longas. Duas ou três linhas seriam o ideal. • Use o recurso do stories para conversar diretamente e informalmente com o público. Esse recurso é ideal para divulgar produtos, eventos, entre outros. O Instagram oferece uma gama de recursos para divulgação, como: recurso de áudio e vídeo na timeline e no stories, publicações com texto e imagens, álbum de fotos, entre outros. Somente não é possível compartilhar em seu feed a foto de outro perfil com os recursos do Instagram. Há outros aplicativos que fazem essa repostagem, porém, tem sido pouco usada. Após a inserção da função stories, a maioria das publicações e compartilhamentos está sendo feita por lá, pela dinamicidade do recurso. 6767 67 1.7 Snapchat Trata-se de um aplicativo de mensagens criado e desenvolvido por Evan Spiegel, Bobby Murphy e Reggie Brown, estudantes da Universidade de Stanford. A premissa do aplicativo é enviar mensagens de fotos, vídeos e textos, com a possibilidade de adicionar textos nas imagens. O diferencial é que os conteúdos se apagam em 24 horas. O aplicativo foi pioneiro nesse tipo de mensagem, mas hoje o Facebook, o Instagram, o Messenger e o WhatsApp também possuem esse recurso. Figura 15 – Snapchat Fonte: Wachiwit/iStock.com. Técnicas para produção de conteúdo para Snapchat: • Formatos: imagem com legenda muito curta e vídeos de 15 segundos. Seja sucinto. • É o aplicativo social com menor espaço: saiba utilizá-lo. • É efêmero, instantâneo, porém um bom veículo informativo. • É possível gravar vários vídeos para construir a mensagem, mas, a não ser que seja um assunto relevante, mantenha uma média de dois a três vídeos de 15 segundos. • As imagens precisam falar por si, as legendas precisam ser mais breves. 6868 2. Conclusão Em um contexto em que somos cerceados por redes sociais e plataformas digitais de vários tipos, quem trabalha com comunicação e produção de conteúdo deve desenvolver um olhar corporativo para essas redes. Afinal, quem produz conteúdo profissional deixa de ser um usuário comum. O intuito, neste capítulo, foi expor como é preciso ser detalhista e fazer uma boa pesquisa antes de produzir qualquer tipo de texto para redes sociais. Além disso, abordamos como funciona cada rede digital, que tipo de textos elas requerem e por que é importante saber adaptar o conteúdo para a linguagem de cada uma. O conteúdo relevante e bem-feito, que encante, informe e venda, é difícil de ser construído. Exige pesquisa, construção, tempo de maturação e arremate. É, na verdade, um processo. Cabe aos produtores de conteúdo saber o tempo certo e o que fazer em cada processo. Desenvolver a criatividade também é fundamental. TEORIA EM PRÁTICA Uma empresa de cosméticos é o novo cliente da agência em que você trabalha. Ela precisa criar conteúdos relevantes para se apresentar ao mercado por meio das redes sociais. A empresa já possui um blog, que vem alimentando semanalmente. Você é o conteudista responsável pelo projeto e precisa criar perfis nas redes Facebook, Twitter e Instagram para divulgar a empresa e, também, o conteúdo que ela já vem produzindo no blog. Responda como você articularia os desafios a seguir: • Crie conteúdos para todas as redes sociais. O conteúdo pode ser o mesmo, mas a linguagem precisa ser adaptada. • Como divulgar o conteúdo do blog nas redes sociais? 6969 69 VERIFICAÇÃO DE LEITURA 1. A produção de conteúdo relevante possui alguns processos. Qual a primeira etapa para começar a produção de conteúdo? a. Argumento. b. Pauta. c. Produção. d. Pesquisa. e. Redação. 2. Cada veículo de comunicação comporta um tipo de texto diferente, de acordo com sua linguagem e especificidade. Com base nessa afirmativa, selecione a alternativa correta que explique como se caracteriza o texto do blog. a. Flexível, interativo e de fácil leitura. b. Estrutura formal. c. Norma culta da língua portuguesa. d. Coloquial e flexível. e. Acadêmico. 3. Qual o primeiro chamariz de um conteúdo que fará o usuário ler o texto? 7070 a. A escaneabilidade. b. O título. c. Os intertítulos. d. Os links. e. A imagem. Referências bibliográficas ASSAD, N. Marketing de conteúdo: como fazer sua empresa decolar no meio digital. São Paulo: Editora Atlas, 2016. MARTINO, L. M. S. Teoria das mídias digitais: linguagens, ambientes e redes. Petrópolis: Vozes, 2014. MARTINS, C. Geração digital, geração net, millennials, geração Y: refletindo sobre a relação entre as juventudes e as tecnologias digitais. Diálogo, Canoas: Rio Grande do Sul, n. 29, ago. 2015. QUALMAN, E. Socialnomics: como as mídias sociais estão transformando a forma como vivemos e fazemos negócios. São Paulo: Saraiva, 2011. Gabarito Questão 1 – Resposta B Resolução: antes da produção de conteúdo, é necessário fazer uma pauta para delimitar o assunto a ser tratado e a relevância dele. Questão 2 – Resposta A Resolução: importante destacar a flexibilidade e fácil leitura do blog, bem como sua interatividade. Questão 3 – Resposta B Resolução: o título é o que primeiro prende a atenção em um texto. 7171 71 YouTube: tendências e monetização Autora: Jéssica Amorim Objetivos • Mostrar como funciona a produção audiovisual contemporânea. • Conhecer a plataforma YouTube, suas principais referências, gêneros e estrutura. • Aprender como produzir conteúdo para a plataforma e monetizar. 7272 1. YouTube: tendências e monetização Produzir conteúdo para as redes sociais parece algo fácil. Porém, é preciso primeiro entender como funciona cada rede e suas particularidades. Para isso, é preciso entender a estrutura, o funcionamento, a história e como gêneros se recriam e se ressignificam em novas tendências de plataformas. O YouTube foi uma grande criação. A plataforma possibilita a publicação de vídeos de todos os gêneros e também a criação, de forma independente, de diversos tipos de conteúdos. Cada gênero visa atender um nicho específico de público. Assim, todos acabam encontrando sua tribo. Além disso, youtuber hoje se tornou uma profissão, com altas possibilidades de ganho. Basta saber o caminho para a produção de conteúdo consistente. Mesmo que a plataforma tenha permitido e democratizado a veiculação de conteúdos, isso não significa que eles devam ser feitos de qualquer jeito. Afinal, o público é exigente e quer receber informações de qualidade. Figura 16 – YouTube Fonte: v777999/iStock.com. 7373 73 Os brasileiros, de uma maneira geral, foram criados em frente à TV. Possuem o hábito de receber informações mais em formato audiovisual do que por meio da leitura, por exemplo. Portanto, investir na criação de vídeos é uma excelente estratégia de divulgação de conteúdo, pois é um meio de fácil penetração e visualização, acessível por outros meios que não seja a TV, como os PCs, tablets e smartphones. Os conteúdos previamente criados em outras linguagens, como blog e redes sociais, podem ser adaptados para o audiovisual. Mas por que adaptar? Por três aspectos bem importantes, que fazem a diferença na hora de divulgar as mensagens: • Emocional: o vídeo é a estratégia mais certeira para criar intimidade ou provocar emoções positivas nos leitores, pois os recursos que a linguagem audiovisual utiliza para construir seus textos são os mesmos que usam para emocionar. Os vídeos usam os cortes, movimentos de câmera, conteúdo, trilha sonora, imagem e som de uma forma que faz sentido e emociona, estabelece uma relação de proximidade com o público. • Humanização: torna a mensagem mais próxima do espectador. Um recurso muito utilizado por empresas hoje é tornar a instituição mais próxima do cliente contando a sua história em vídeos institucionais por meio de storytelling, uma técnica específica para contar histórias. Esse tipo de conteúdo afeta o emocional e faz com que os leitores se sintam ligados à empresa. • Reputação: com tanta produção de conteúdo de qualidade, a empresa torna-se autoridade nessa área quando investe na produção de tutoriais. O propósito desse tipo de vídeo é ajudar a persona a entender ou a fazer alguma coisa, por meio de uma linguagem instrucional. Assim, o produtor do vídeo demonstra seu entendimento e certifica sua credibilidade em sua área de atuação. 7474 1.1. O YouTube Durante muito tempo, para se fazer uma produção audiovisual de qualidade, era preciso equipamentos de ponta que custam caro, uma grande equipe, um estúdio, profissionais qualificados e um bom orçamento para despesas. Desde o advento do cinema e da televisão tem sido assim. Pouco democrática, a produção audiovisual sempre esteve restrita a esses meios, com quem tinha dinheiro ou que tinha o poder de agências, produtoras de vídeo ou TV, ou mesmo produtoras de cinema. Com a banda larga e o surgimento de plataformas digitais como o YouTube, hoje não é preciso equipamentos caros e toda uma infraestrutura para produzir vídeos. Com o celular/smartphone e poucos recursos, é possível produzir conteúdo audiovisual de qualidade. O YouTube é uma plataforma e um agregador de conteúdo, embora não seja uma produtora do conteúdo em si. Cada pessoa ou empresa pode fazer a produção de seus vídeos de forma independente, usando os recursos que tiver em mãos, e fazer a veiculação pela plataforma. Ela promove a democratização da distribuição do conteúdo, tendo em vista que não é regulada por nenhuma empresa de mídia. O YouTube proporcionou uma nova forma de consumir e produzir conteúdos audiovisuais. Tudo ficou muito mais fácil, a começar pelo cadastro. Para abrir uma conta, basta estar conectado à internet e informar os dados básicos, como e-mail, nome. Em seguida, podem-se enviar vídeos para exibição de qualquer tema. 7575 75 PARA SABER MAIS Conheça quais os principais canais do YouTube no Brasil e no mundo e veja como eles mantêm o sucesso. Disponível em: https://rockcontent.com/blog/maiores-canais-do- youtube/. Acesso em: 25 jul. 2019. A plataforma de vídeos mais famosa do mundo foi criada por Chad Hurley, então com 29 anos, e Steven Chen, com 27 anos, em 2005. Em maio de 2006, o site atingiu a marca de 40 milhões de vídeos exibidos diariamente. Em junho do mesmo ano, o site alcançou a média de 100 milhões de exibições/dia, com o total de 2,5 bilhões de vídeos exibidos. Vale ressaltar que: O YouTube não estabeleceu limites para o número de vídeos que cada usuário poderia colocar on-line via upload, ofereceu funções básicas de comunidade, tais como a possibilidade de se conectar a outros usuários como amigos, e gerava URLs e códigos HTML que permitiam que os vídeos pudessem ser facilmente incorporados em outros sites, um diferencial que se aproveitava da recente introdução de tecnologias de blogging acessíveis ao grande público. Exceto pelo limite de duração dos vídeos que podiam ser transferidos para o servidor, o que o YouTube oferecia era similar a outras iniciativas de vídeos on-line da época. (BURGESS, 2009, p. 17) Em 2019, o YouTube já atingiu a marca de 4,5 bilhões de visualizações por mês em todo o mundo. Assim, consolidou-se um novo espaço alternativo e democrático, que atende às massas, que distribui conteúdo audiovisual de qualquer espécie. Documentários, videorreportagem, vídeos antigos, paródias, ficção, videoaulas, propagandas, micronarrativas, tutoriais, entrevistas, DIY, enfim, uma gama de vídeos pode ser publicada na rede. https://rockcontent.com/blog/maiores-canais-do-youtube/ https://rockcontent.com/blog/maiores-canais-do-youtube/ 7676 1.2 Gêneros de vídeos do YouTube Como a rede possibilita a veiculação de vídeos de qualquer natureza, há alguns gêneros que predominam e que se estabeleceram como os principais tipos de vídeos que funcionam na plataforma. Vamos ver quais são esses gêneros e suas características: 1.2.1 Gameplay O gameplay ou tutorial de games é um dos gêneros mais difundidos entre os jovens que gostam de jogar videogame. Nesse tipo de vídeo, o dono do canal mostra um jogo e dá dicas sobre ele, geralmente com a imagem do jogo na tela e a voz over do dono do canal ao fundo. Os canais mais famosos do gênero foram os que mostravam Minecraft ou League of Legends, os jogos preferidos. Um dos canais mais conhecidos é o Authentic Games, totalmente voltado ao jogo Minecraft. O canal tem mais de 16 mil inscritos e 6 bilhões de visualizações. O Minecraft também tirou o youtuber Pedro Afonso Rezende do anonimato. Ele criou o canal RezendeEvil, onde fala desse e outros e também por meio de paródias e situações inusitadas sobre o seu cotidiano. O canal tem mais de 22 milhões de inscritos e já alcançou mais de 7 bilhões de visualizações. 1.2.2 Vlog O termo vem da palavra videolog ou diário de rede. Faz uma analogia com o blog, que são diários eletrônicos em que os seus administradores postam textos, fotos de acontecimentos do dia a dia ou que tenha algum conteúdo informativo. No YouTube, os vlogs são diários audiovisuais. Nesse tipo de vídeo os apresentadores usam diálogo direto com o telespectador e usam o recurso do jump cut para deixar a edição mais dinâmica. 7777 77 Exemplos: canal do Felipe Neto. Ele foi um dos primeiros youtubers a fazer sucesso na plataforma pelo país. Com uma linguagem para público jovem, seu canal está em constante crescimento e hoje passa do número de 30 milhões de inscritos e 6 bilhões de visualizações. O canal Lully de Verdade também é um bom exemplo. On-line desde 2011, o blog, que começou falando de moda, mudou de assunto e passou a abordar mais a sétima arte, pois é a formação da apresentadora do canal. Além disso, ela traz questões do dia a dia e tem um posicionamento feminista. O seu canal tem quase 400 mil inscritos e acumula milhares de visualizações. 1.2.3 Tutorial São vídeos que ensinam a fazer algo específico. É possível aprender a cozinhar, a consertar o chuveiro, a configurar o novo celular, manusear ferramentas, fazer pequenos consertos. Geralmente, quem domina algum tipo de assunto se dedica a ensinar os internautas a fazerem o mesmo. Manual do Mundo é um bom exemplo e tem mais de 12 milhões de inscritos. Além desses, os professores hoje estão produzindo vídeos curtos para ensinar determinados conceitos, mas alguns deles ficam mais nos aspectos teóricos. 1.2.4 Unboxing “Desempacotar” ou “tirando da caixa”, em tradução livre, é um dos gêneros mais populares, em que o youtuber recebe e abre o produto na frente das câmeras e faz uma apresentação prévia e aprovação do que recebeu. O gênero tem chamado a atenção e empresas investem nesse formato para divulgar seus produtos. É uma ótima estratégia para o mercado publicitário. Mesmo tendo sido pautado por alguns estudiosos como um gênero, qualquer tipo 7878 de canal pode conter o unboxing como elemento do vídeo, tendo em vista que diversas empresas enviam produtos para os youtubers visando a divulgação. O unboxing é uma ferramenta de disseminação e avaliação do produto. 1.2.5 Review O intuito desse tipo de vídeo é fazer com que o apresentador do canal faça uma revisão crítica de produtos, na maioria das vezes, ligados a tecnologia. Geralmente, eles são especialistas em determinado assunto ou produto, por isso recebem ou compram produtos para serem avaliados quanto a sua eficácia e qualidade. São conteúdos muito úteis, que chamam a atenção, pois servem de termômetro e de avaliador para os internautas que estão pensando em adquirir determinado serviço ou produto. Esses vídeos têm por característica serem mais técnicos e formais. Exemplo: CanalTech, que possui cerca de 2 milhões de inscritos. 1.2.6 DIY Esse gênero nasceu da sigla do it yourself e significa: faça você mesmo. Assemelha-se ao tutorial, porém possuem viés mais sustentável, prático e de economia doméstica. Ensina a fazer trabalhos manuais, utilizar material reciclável e dá dicas para facilitar o dia a dia. Por exemplo: o canal da Maddu Magalhães, que tem quase 2 milhões de inscritos e milhares de visualizações. 1.2.7 Time-lapse “Salto no tempo”, em português, time-lapse é o tipo de vídeo que se baseia no recurso com o mesmo nome, de adiantar as imagens, dando o efeito de sentido de que tudo acontece muito rápido. Com uma trilha agradável, é possível mostrar vários processos usando esse recurso, como montagem de equipamento, reforma de casa, entre outros. 7979 79 1.2.8 Paródia Um dos gêneros mais comuns em que o dono do canal faz releituras cômicas de outras obras audiovisuais ou de acontecimentos do cotidiano. Os realizadores dominam a linguagem cênica, criam narrativas, entre outros. O canal Porta dos Fundos pode ser um bom exemplo. O canal existe desde 2012 e tem 15 milhões de inscritos. Seus vídeos têm um média de 500 mil visualizações. 1.3 Como produzir para o YouTube Produzir um vídeo de qualidade, que conte uma história, não é um bicho de sete cabeças. Com os novos recursos tecnológicos e várias formas de divulgar, hoje é muito mais fácil do que você pensa. Veja só como é possível: • Escolha o tema: saber qual público quer atingir, o que quer falar e como abordar a audiência é o primeiro passo para começar a criar conteúdo para o YouTube. • Personalize o perfil e defina a estrutura dos vídeos. Outra definição importante é adequar a periodicidade da veiculação dos vídeos. Para ajudar, faça uma lista com uma programação de conteúdo anual. Se você pretende postar um vídeo por semana, pense em quatro temas para trabalhar no mês, e assim sucessivamente. • Pense nos imprevistos. Esteja sempre à frente na sua produção e deixe sempre um vídeo pronto na manga. Em algum momento, pode acontecer um imprevisto, como ficar doente, participar de um curso fora, entre outros, que podem impedi-lo de gravar o vídeo da semana. Se já tiver um sobrando, pode ser de grande valia para um momento assim. • Tome cuidado com projetos muito complexos. Você não precisa de um estúdio de Hollywood para produzir um vídeo bom. Um vídeo 8080 é basicamente imagem e som, portanto, garantir a qualidade do som é primordial em detrimento de outros aspectos, como figurino. Invista em um microfone antes de gastar dinheiro em outra coisa. • Conteúdo é o rei. É importante saber bem o que e com quem você vai falar e, para isso, é necessária a criação de um roteiro para organizar o vídeo. Como o vídeo pode estar dentro de uma estratégia de marketing, ele precisa estar inserido na programação de periodicidade de produção e divulgação, da mesma forma que os textos de blog. • Apenas faça. Com a prática, ganha-se mais confiança e, a cada novo vídeo, você vai notar melhorias em relação ao primeiro. Portanto, tire as ideias do papel, produza e publique. Além disso, divulgue o vídeo com um texto chamativo e bem construído, pois as pessoas querem saber uma prévia do que vão encontrar antes de acessar o conteúdo. 1.4 Ranqueamento Não basta produzir um conteúdo de qualidade. É preciso que esse conteúdo seja visto e compartilhado. Em uma era digital, de democratização do conteúdo, o que mais se encontra no ciberespaço são conteúdos de todo o tipo, em diversas plataformas e linguagens. Para instigar o interesse do público para consumir seu conteúdo, algumas dicas podem ajudar. Usar o SEO – Search Engine Optimization, ou otimizador dos mecanismos de busca, é uma das estratégias. Com ele é possível melhorar a busca orgânica na plataforma e fazer com que o seu conteúdo chegue a mais pessoas sem precisar pagar por isso. Para um vídeo ter bom ranqueamento, ele precisa gerar visualizações, comentários e compartilhamento. Além disso, o tempo médio que o usuário fica no vídeo é primordial para medir o sucesso do conteúdo. 8181 81 “Quanto mais tempo o público permanece assistindo, mais interessante e relevante lhe parece o conteúdo” (MOLETTA, 2019). Confira algumas técnicas para conseguir um bom ranqueamento para vídeos no YouTube: • Título do vídeo: faça títulos que contenham, no máximo, de 70 a 100 caracteres com espaço. O número 70 é ideal para que o título completo apareça na plataforma e o usuário saiba exatamente o que vai ver. Sempre que possível, posicione as palavras-chave no início do título. • Tags: use pelo menos dez tags para indicar ao YouTube qual é o assunto do seu vídeo. Para descobrir quais são as melhores tags, conte com a ajuda das ferramentas Google AdWords e SemRush. Se o vídeo foi feito para divulgar um comércio local, também use tags que englobam a localidade, como “churrascaria no Rio de Janeiro”. • Descrição do vídeo: faça pequenos textos que vão ajudar os robôs do YouTube a identificar a relevância do seu vídeo para certos assuntos. Os cem primeiros caracteres devem trazer uma descrição geral do vídeo e pelo menos uma das palavras-chave. O tamanho mínimo ideal de um texto de descrição é, em média, de 300 palavras. • Chamada para a ação (CTA): call-to-action, ou seja, estimular o público a clicar nos links da descrição, deixar comentários, compartilhar o vídeo e clicar em “gostei”. Fazer com que o público dê o próximo passo e iniciar uma interação. • Engaje o público: comentários, compartilhamentos e curtidas são fatores que mostram ao YouTube que o seu público confia no seu conteúdo. Engajar o público é a melhor forma de aumentar esse tipo de resposta por parte da audiência. 8282 É importante dar atenção ao maior número de comentários possível, principalmente nas primeiras 48 horas de publicação do vídeo. O público deve sentir que o seu canal está ligado nos comentários da audiência. 2. Monetização Hoje, muitos youtubers ganham dinheiro apenas com seu canal na plataforma. Para isso, é preciso aprender a monetizar o conteúdo. No YouTube, o preço do canal se dá pelo custo por view, para cada 1 mil visualizações. Os preços são cotados sobre o preço de cada mil views. Assim, o ranqueamento e a quantidade de views influenciam diretamente no preço de anúncios no canal. Ou seja, quanto mais o canal é assistido, mais alto é seu custo por view e mais dinheiro o canal vai fazer. ASSIMILE Para ter sucesso no YouTube, é preciso: criar uma conta, montar a página do canal com bom layout e conteúdo, fazer um planejamento para a publicação dos vídeos, definir tema, conteúdos, periodicidade, recursos audiovisuais, ranquear e monetizar. É possível, também, ser parceiro do YouTube e ganhar dinheiro por meio dessa parceria. Mas a plataforma escolhe os parceiros por meio de critérios rígidos. É preciso ter um número mínimo de assinantes, pageviews (vídeos vistos), pelo menos 4 mil horas de exibição no último ano e conteúdo de qualidade. Para ativar a monetização dos vídeos no YouTube, você precisa: 8383 83 1. Ler e concordar com os termos do programa de parcerias do YouTube. Após criar a sua conta no YouTube, leia e concorde com os termos do programa de parcerias da plataforma. Para fazer isso: • Faça login na sua conta do YouTube. • Selecione o ícone da conta Estúdio de Criação, no canto superior direito. • Selecione Canal, Status e Recursos no menu à esquerda. • Clique em Ativar em Monetização. • Siga as instruções na tela para aceitar os termos do Programa de Parcerias do YouTube. 2. Inscreva-se no Google AdSense: Crie uma nova conta do Google AdSense ou vincule uma existente ao canal da sua empresa. Tal acesso é necessário para gerar receita com seus vídeos e receber pagamentos. Para criar uma conta do Google AdSense, basta: • Acessar https://www.google.com/adsense/start. • Clicar em Inscreva-se Agora. • Escolher uma Conta do Google a ser usada para se inscrever no Google AdSense. • Inserir o URL do site no qual você deseja exibir anúncios. • Escolher se deseja que o Google AdSense envie sugestões personalizadas de ajuda e desempenho. O recomendado é que aceite o envio de sugestões. https://www.google.com/adsense/start 8484 • Selecionar o país ou território de origem. • Ler e aceitar os Termos e Condições do Google AdSense. • Clicar em Criar Conta. Agora, para receber os pagamentos referentes aos anúncios, é necessário fazer login na conta do Google AdSense e garantir que resolveu todas as retenções de pagamento. 3. Configure as preferências: Com essa configuração feita, já é possível gerar lucro com o seu canal no YouTube. Mas não se esqueça de que ele precisa ser aprovado primeiro. Para fazer todas essas configurações: • Confirme que quer gerar receita com todos os seus vídeos atuais e futuros. • Marque as caixas em Formatos de Anúncio para escolher quais tipos de anúncio serão exibidos. • Clique em Salvar. Também é importante que você saiba que é possível alterar essas configurações a qualquer momento. 3. Conclusão O YouTube é uma grande tendência na criação audiovisual que veio para ficar. Produzir conteúdos para essa plataforma deve fazer parte da estratégia de comunicação de qualquer empresa. 8585 85 Aqui, vimos como ela funciona e sob quais maneiras podemos pensar em conteúdos de acordo com o público. Para produzir esse material, bastam um bom roteiro, equipamentos e organização. Boas produções! TEORIA EM PRÁTICA Você está assessorando uma empresa que pretende melhorar a produção de conteúdo na internet e quer criar o canal no YouTube. Com os passos que você aprendeu nesta unidade, faça um planejamento de produção de conteúdo para o canal dessa empresa. Para isso, crie o nome da empresa, tema, periodicidade dos vídeos, tempo ideal para cada vídeo, uma sequência de dez assuntos a serem trabalhados nos vídeos e descubra a palavra-chave que vai ranquear os vídeos usando o Google AdWords. Ao final, crie o canal com todos os procedimentos explicados aqui e faça, com o celular, um vídeo de um minuto para a apresentação do canal. VERIFICAÇÃO DE LEITURA 1. Qual o tamanho ideal da descrição de um vídeo no YouTube? a. 100 palavras. b. 200 palavras. c. 250 palavras. d. 300 palavras. e. 350 palavras. 8686 2. Qual gênero de vídeos do YouTube é mais parecido com um diário eletrônico e pode englobar outros gêneros? a. Unboxing. b. Vlog. c. Review. d. Paródia. e. DIY. 3. Qual o mínimo de horas produzidas por ano é preciso para conseguir monetizar os vídeos em parceria com o YouTube? a. Mil horas. b. 2 mil horas. c. 3 mil horas. d. 4 mil horas. e. 5 mil horas. Referências bibliográficas MOLETTA, A. Você na tela: criação audiovisual para internet. São Paulo: Summus, 2019. 8787 87 Gabarito Questão 1 – Resposta D Resolução: o número ideal para transcrição de vídeos no YouTube é 300 palavras Questão 2 – Resposta B Resolução: vlog faz uma analogia à palavra blog e trata-se de um diário eletrônico audiovisual. Questão 3 – Resposta D Resolução: é preciso pelo menos 4 mil horas de produção por ano para conseguir parceria com o YouTube, além de outras exigências. 8888 Publicidade on-line: mercado em expansão Autora: Jéssica Amorim Objetivos • Apresentar os principais conceitos e tipos de publicidade on-line. • Enfatizar a importância de criar estratégias de divulgação na internet e nas redes sociais. • Explicar como funcionam os principais formatos. 8989 89 1. Publicidade on-line: mercado em expansão O mercado publicitário tem mudado de tempos em tempos. Essas mudanças seguem as transformações tecnológicas e comportamentais. Por exemplo, por muito tempo, a melhor forma de propaganda foi o boca a boca. Após a criação dos veículos de comunicação, como o jornal, os espaços para a publicidade de produtos e serviços era a garantia de salários da equipe jornalística. Com o advento da TV e do cinema, o audiovisual passou a exigir um tipo de publicidade mais requintado, que precisava de uma grande produção, como se fosse um minicurta-metragem. A questão é que, hoje, nem o jornal nem a TV são mais as melhores vitrines para quem quer expor e vender seus produtos, ideias, padrões de vida e comportamento. Os nativos digitais já sabem muito bem que, para vender hoje, é preciso fazer publicidade on-line. Todo negócio tem algum tipo de presença na internet – eles podem ser grandes ou pequenos, vender produtos e serviços, ser muito específicos ou gerais. No final, todos querem a mesma coisa: alcançar o maior número de pessoas enquanto investem a menor quantidade de recursos e obter a maior quantidade de benefícios possíveis. Existe um método muito eficiente para alcançar tudo isso e, ao mesmo tempo, fazer com que todos os clientes em potencial conheçam a empresa, a marca e o produto e se interessem por ela ao mesmo tempo: publicidade na internet. Ao contrário da publicidade tradicional, a publicidade na internet é cada vez mais acessível para todos os negócios e permite alcançar o público- alvo de maneira rápida, fácil, eficiente e econômica. É por isso que está ganhando mais espaço entre essas empresas com presença on-line. 9090 A internet possibilitou novas modalidades de vendas, novos mercados geográficos e novos modelos de trabalho, além da redução de custos (FREGONEZE; PERINI, 2013). Mesmo que ter um blog seja fundamental, ter uma presença nas redes sociais é indispensável e ter uma estratégia de marketing on-line é necessário. É preciso saber por que a publicidade na internet é tão importante, que tipos de publicidade existem e quais dicas para alcançar os melhores resultados. As marcas buscam cada vez mais ações de envolvimento e relacionamento com os seus consumidores, e a publicidade on-line ainda é das melhores ferramentas para a divulgação de produtos e serviços. (FREGONEZE; PERINI, 2013, p. 191) PARA SABER MAIS Siga e acompanhe as atualizações do blog da Rock Content, maior empresa de marketing de conteúdo do país. No site, você tem acesso a dicas de como oferecer conteúdo e fazer publicidade com baixo orçamento. 2. Qual o maior benefício da publicidade na internet? Imagine que você tem uma loja atraente em uma das melhores ruas do mundo, aberta 24 horas por dia, 365 dias por ano. Isso é mais ou menos o que acontece quando você investe em publicidade na internet: você fica automaticamente visível para milhares de pessoas que estiveram procurando por você por toda a vida e nem sabiam que você existia. 9191 91 Além disso, apostar em publicidade on-line é muito importante tanto para grandes como para pequenas empresas, pois, com apenas alguns poucos reais, é possível obter maior e melhor visibilidade A publicidade na internet movimenta milhões de dólares em todo o mundo a cada ano. De fato, ao lado de marketing de conteúdo e marketing de vídeo, a publicidade on-line é uma das maiores áreas em crescimento na internet. ASSIMILE Os gastos com publicidade na internet atingiram 137,53 bilhões de dólares apenas dois anos atrás e, para o ano seguinte, a previsão é de que até superem o custo da propaganda na TV. A publicidade on-line é muito atraente e, além disso, permite uma melhor segmentação de anúncios para alcançar qualquer tipo de público-alvo desejado. Tudo isso pode ser feito de maneira eficaz, simples, flexível, facilmente mensurável e de baixo custo. É possível ver o desempenho dos anúncios em tempo real e se eles estão funcionando ou não. 2.1 Como impulsionar a publicidade on-line? 2.1.1 Publicidade nos motores de busca Um dos métodos de publicidade na internet mais utilizados é o Search Engine Marketing (SEM), e o Google é o de maior destaque na atualidade, pois tem um método para fazer propaganda patrocinada: o Google AdWords. 9292 O principal benefício desse tipo de anúncio é que ele permite melhorar o posicionamento do seu site por meio de publicidade paga. Dessa forma, por exemplo, por meio de técnicas de SEM, você pode anunciar produtos, serviços ou conteúdo por meio do serviço de publicidade do Google, entre outros. Os usuários vão encontrar a empresa com mais facilidade, pois anúncios serão exibidos nos resultados de pesquisa relevantes do usuário. Esse tipo de publicidade geralmente funciona por pay per click (PPC), o que significa que você paga apenas por cada clique feito em seu anúncio e, embora haja outras formas, ele continua sendo o mais usado. É altamente personalizável e você escolhe a quantidade máxima de cliques que deseja pagar por uma determinada palavra. Em termos de formato, apenas quatro linhas de texto são suportadas e são distribuídas da seguinte forma: 25 caracteres no título, 70 no texto e 35 para o URL. 2.1.2 Publicidade na internet do Google Quanto ao seu uso, a publicidade nos mecanismos de busca é mais usada pelos anunciantes, cujo objetivo principal é obter tráfego na Web e conversões, pois esse tipo de anúncio atinge os usuários que pesquisam seus produtos. Além disso, é uma das técnicas de publicidade mais simples e eficientes. 2.1.3 Publicidade nas redes sociais Seria tolice ignorar o poder que as redes sociais têm em ajudá-lo a alcançar um negócio de sucesso. E não é apenas eficaz na sua estratégia de marketing digital, mas a publicidade nas redes sociais está cada vez mais ganhando adeptos graças à sua eficácia. 9393 93 Figura 17 – Publicidade nas redes sociais Fonte: ipopba/iStock.com. Na verdade, a maioria das redes sociais oferece a possibilidade de criar anúncios diretamente em suas plataformas, seja promovendo mensagens e conteúdo ou criando anúncios específicos. Facebook, Twitter, LinkedIn, Instagram e YouTube são apenas alguns deles. Além disso, eles permitem segmentar seu público-alvo e, com isso, você poderá escolher o grupo de pessoas que está tentando alcançar. Não apenas com isso, mas com as mensagens promocionais, você poderá alcançar mais pessoas, posicionar-se melhor e ter mais opções para obter resultados de sucesso. Se você quer maximizar sua presença nas redes sociais, ser conhecido e direcionar o tráfego para seus perfis sociais e sites, é uma boa opção. ASSIMILE Call-to-action, “chamada para ação”, em tradução livre, significa convidar o público para interagir com o seu conteúdo. É uma das ferramentas de publicidade on-line orgânica do marketing de conteúdo. Por exemplo, pedir para o leitor curtir a página, compartilhar o conteúdo, assinar a newsletter, etc. 9494 2.1.4 Banners Banners são, provavelmente, a forma mais conhecida de publicidade on-line e muito disso é porque eles foram os primeiros anúncios a aparecer na internet. Eles consistem em colocar estrategicamente propagandas com diferentes formatos, tamanhos e designs dentro de uma página da web. Os usuários que clicarem no anúncio serão direcionados para o site que você escolher. O problema, porém, é que, hoje em dia, estamos tão saturados de anúncios que mal prestamos atenção neles, portanto, se você quiser anunciar on-line, primeiro deve considerar as outras opções, como o Google AdWords ou a publicidade nas redes sociais. 2.1.5 Pop-ups Não há dúvidas de que você fechou muitos, talvez centenas ou milhares, de anúncios pop-up enquanto usava a internet. Esse formato on-line pode ser interpretado como invasivo e impertinente, mas também pode trazer benefícios ao destacar um conteúdo que seja de interesse do público enquanto você captura leads. Pois bem, basicamente, pop-ups são janelas que surgem e levam você a um site diferente do que você estava olhando. Agora, essa estratégia não está relacionada ao recurso de marketing on-line tão popular: inserir um pop-up em seu próprio site, mas que tenha o objetivo de convidar os usuários a se registrarem, se inscreverem ou simplesmente digitarem seus e-mails para receber informações totalmente gratuitas. 2.1.6 Publicidade em blogs Neste caso, não estamos nos referindo a anúncios que aparecem em qualquer blog, pois isso acompanha banners ou anúncios do Google, 9595 95 mas um tipo de publicidade indireta que geralmente é feita por meio de histórias e conteúdo de marca, criando um anúncio sobre uma experiência, história ou reflexão. Esse é um método que chamamos de marketing de conteúdo. Segundo Assad (2016), as empresas entendem que é preciso mudar e focar suas estratégias em conteúdo para obter melhores resultados [...] é preciso criar conteúdos para atrair os clientes visando construir um relacionamento sólido baseado na credibilidade da empresa e na relevância da informação. (ASSAD, 2016) O marketing de conteúdo, que é uma das estratégias do marketing digital, não trabalha a venda direta nem promoções. O seu objetivo é atrair a audiência com a produção e entrega de conteúdos relevantes que informem, encantem e convertam (transformem-na em consumidores dos produtos da empresa). Figura 18 – Marketing de conteúdo Fonte: justisctock/iStock.com. Para que esse conteúdo chegue ao público e alcance os resultados, é preciso que a empresa faça um planejamento estratégico e vá testando cada abordagem até descobrir uma que dê resultados. 9696 2.1.7 Publicidade em telefones celulares Esta é, sem dúvida, uma das estratégias de publicidade na internet que ganhou mais popularidade nos últimos anos, uma vez que praticamente todo o mundo tem um smartphone ou outro tipo de dispositivo móvel com o qual se conecta regularmente. Isso faz com que mais e mais empresas optem por adaptar seus anúncios ao meio de mais rápido crescimento. E, ao contrário do que aconteceu há muito tempo, quando a maioria dos anúncios em dispositivos móveis era apenas uma simples adaptação de anúncios de computador, agora os anúncios destinam-se mais a serem visualizados a partir de um smartphone sem serem incômodos, sejam eles texto, vídeo ou imagens. Hoje, praticamente todos os que possuem smartphones estão conectados à internet e recebem conteúdo digital, propagandas em diversos formatos. Fazer anúncios on-line é a forma mais rápida e efetiva de alcançar todos os públicos. Eles podem estar tanto nas redes sociais quanto no Google AdWords, banners ou outras formas de publicidade. Os usuários não usam smartphones e computadores da mesma maneira, por isso é importante escolher um design responsivo, adaptar o design e verificar se a página está adaptada para ser vista em um telefone celular. E, acima de tudo, certificar-se de que o tempo de carregamento não seja muito longo, os calls-to-action se destaquem e os botões sejam visíveis. 2.1.8 E-mail marketing E-mail marketing tem as maiores taxas de conversão de qualquer canal de marketing. Na verdade, 66% dos consumidores on-line fizeram uma compra depois de receberem uma mensagem de e-mail marketing – que é mais do que social e mala-direta, de acordo com a Data & Marketing Association. 9797 97 E as transações de e-mail são três vezes mais lucrativas do que as feitas nas mídias sociais, informa a McKinsey & Company, empresa global de consultoria em administração. Veja como rentabilizar o marketing por e-mail. 1. Venda algo! Já tem um produto ou serviço para vender? Pule esta seção. Se não, este é seu primeiro passo. Encontre um produto ou serviço físico ou digital para vender. Sem um produto para promover, será extremamente difícil ganhar dinheiro com seus esforços de marketing por e-mail. Não sabe o que vender? Aqui estão algumas ideias para você começar: • E-books. • Guias de treinamento. • Cursos on-line. • Sessões de coaching virtuais privadas. • Aulas ou oficinas. 2. Vender produtos de outras pessoas. Você nem sempre precisa ser proprietário dos produtos ou serviços para gerar receita com marketing por e-mail. Em vez disso, você pode ser um afiliado de produtos ou serviços de outras empresas. Como afiliado, você recebe comissões de uma empresa para enviar tráfego para o site e gerar vendas. Veja um exemplo de uma ótima conexão de afiliado: um coach de negócios on-line oferece consultoria de planejamento e operações a seus clientes. Para ajudá-los a transformar seus conselhos em realidade, ela recomenda ferramentas de afiliados, como serviços de hospedagem de sites e provedores de páginas de destino, para atender às necessidades de marketing e vendas de seus clientes. 9898 Uma observação importante: verifique se você tem um relacionamento forte com seus inscritos e se recomenda produtos e serviços que se alinhem claramente com seus interesses. Caso contrário, eles podem cancelar a inscrição. 3. Vendas cruzadas. Toda compra que um cliente faz lhe dá uma visão sobre seus gostos e interesses. Você pode usar essa informação para atraí-los com outros produtos de que eles também podem desfrutar. Na verdade, você provavelmente tem um e-mail na sua caixa de entrada que diz: “Como você comprou isso, talvez esteja interessado nisso”. Isso porque os compradores on-line que recebem mensagens segmentadas com base em decisões anteriores de compra podem, com maior probabilidade, comprar novamente. 2.2 Como alcançar os melhores resultados? Não importa o tipo de anúncio: todos têm a missão de fazer com que as pessoas cliquem e direcioná-las para a página que você escolheu. É por isso que você deve ter um bom site, carregá-lo rapidamente e com um bom design. Assim, uma boa experiência do usuário é garantida. Reserve o tempo necessário para definir as informações que o usuário verá quando chegar à página e verifique se ele é útil e atrativo para gerar conversões. 2.2.1 Investigue seu mercado Você pode ter a melhor propaganda em todo o universo, mas se você está confundindo as pessoas, isso não lhe trará nenhum benefício. Portanto, investigue seu mercado, defina seu público-alvo, segmente-o e deixe claro quem você está segmentando para poder criar anúncios que causem impacto. 9999 99 2.2.2 Defina os tipos de anúncios Pense sobre onde seus clientes potenciais poderiam estar e, uma vez que você saiba, escolha o tipo de anúncio que melhor lhes convier. Seu público está no Facebook? Em seguida, opte por campanhas nos anúncios do Facebook. Seus clientes em potencial assistem a vídeos? Maximize suas campanhas no YouTube. 2.2.3 Pense no objetivo da publicidade na internet Definir o que você deseja realizar com seus anúncios on-line é muito importante para poder criar anúncios eficazes. Portanto, decida se você deseja obter mais tráfego, mais leads, mais vendas, melhorar sua imagem de marca ou o que você gostaria de realizar e, então, concentre seus anúncios nessas metas. 2.2.4 Aproveite o tempo necessário para projetar seu anúncio Você tem pouco espaço para usar o que deseja transmitir e como deseja fazê-lo. Portanto, pense muito sobre as palavras que você usará, sobre quais elementos visuais você enfatizará e quais chamadas para ações serão maximizadas. A quantidade de tempo que você investe na criação do seu anúncio pode multiplicar e até triplicar seus resultados; não leve essa tarefa de ânimo leve. 2.2.5 Seja muito claro e conciso Ao contrário do que ocorre no marketing de conteúdo, com a publicidade na internet, você não tem todo esse espaço para tentar convencer seu público de que você é a melhor opção. Portanto, não use dez palavras quando puder apenas dizer em três. 100100 A publicidade on-line gera um senso de urgência e isso inclui sua capacidade de ser conciso e destacar apenas o que é importante. Pense em por que seu público deve clicar em seu anúncio e será muito mais fácil seguir em frente. 2.2.6 Utilize um bom apelo à ação Para que seu público realize uma determinada ação, você deve avisá-lo. E é aí que o call-to-action, ou CTAs, entram em ação. Por isso, inclua-os sempre em seus anúncios para atrair o clique do público. 2.2.7 Preste atenção aos elementos visuais Nós, como seres humanos, somos visuais, e isso inevitavelmente significa que as primeiras impressões são tudo. Quanto aos anúncios on-line, esse é um fator muito importante, sendo que, se o anúncio tiver um design incorreto, erros ortográficos e/ou gramaticais, imagens com pouca resolução ou elementos inadequados, você perderá uma enorme oportunidade de gerar conversões. 2.2.8 Não se esqueça da imagem da marca Sua imagem de marca é muito importante, portanto, certifique-se de que seu logotipo esteja incluído em seus anúncios, que eles coincidam com as cores de sua marca e sejam claros sobre o que você deseja transmitir. É muito importante retratar uma imagem de marca que transmita confiança, otimismo e responsabilidade. E, claro, você também pode conseguir tudo isso por meio de seus anúncios. 101101 101 Figura 19 – Métricas Fonte: Jirapong Manustrong/iStock.com. 2.2.9 Meça absolutamente tudo Por fim, e mais importante, medir o desempenho de seus anúncios em tempo real, analisando suas campanhas detalhadamente para maximizar o que funciona e mudar o que não funciona e, acima de tudo, agir de acordo, pois o caminho da sua empresa pode ser alterado graças a essas métricas. 3. Conclusão A publicidade on-line é um caminho sem volta para os profissionais de comunicação. Hoje, há inúmeras estratégias de criação de conteúdo, métricas, formas de fazer planejamento, entre outros. Diariamente, surgem novos modelos de produção, novas dicas, novas formas de ranqueamento de conteúdo, novos elementos para transformar o seu conteúdo em algo que realmente as pessoas queiram ler. Por isso, quem quiser investir nessa área, deve estar atento a tudo que acontece a seu redor, assinar newsletters de empresas que trabalham com esse segmento, participar de palestras, webinars, entre outras interações. https://www.istockphoto.com/br/portfolio/Jirapong?mediatype=photography 102102 É uma área muito orgânica, em que diversas inovações são criadas e testadas todos os dias no mercado. A literatura acadêmica não dá conta de tantas inovações, por isso é importante que o profissional que se engaje nessa área esteja atento a todas as tendências. TEORIA EM PRÁTICA Você é o profissional responsável pelo planejamento publicitário de uma empresa que vende piscinas. A empresa o contrata para desenvolver uma campanha de divulgação dos novos produtos e lançamentos dessa empresa. Pense em uma estratégia em que você pode usar os e-mails e o marketing de conteúdo, além de um anúncio em uma rede social. Crie peças para a rede em que você vai anunciar e explique o que contém cada anúncio. O importante é que a estratégia faça uma mescla entre vários anúncios pagos e anúncios espontâneos, como o marketing de conteúdo. VERIFICAÇÃO DE LEITURA 1. Qual a melhor forma de você propor uma publicidade que contenha venda casada aos clientes? a. Pop-up. b. E-mail marketing. c. Banner. d. Blog. e. Anúncio no Facebook. 103103 103 2. Após a publicação de anúncios on-line, qual a próxima medida a ser tomada para garantir o sucesso da ação? a. Fazer uma busca no Google AdWords. b. Enviar um e-mail marketing. c. Acompanhar métricas. d. Fazer conteúdo para blogs. e. Fazer outro anúncio para a mesma rede social. 3. Qual item não pode faltar no seu anúncio on-line? a. O texto introdutório. b. O call-to-action. c. A imagem da empresa. d. O telefone da empresa. e. A marca da empresa. Referências bibliográficas ASSAD, N. Marketing de conteúdo: como fazer sua empresa decolar no meio digital. São Paulo: Editora Atlas, 2016. AZEVEDO, N. Q.; FERREIRA JR., A. B. Marketing digital: uma análise do mercado 3.0. Curitiba: Editora Intersaberes, 2015. FREGONEZE, G. B.; PREINI, L. C. Gestão de marketing no ambiente digital. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013. GODIN, S. Marketing de permissão: transformando desconhecidos em amigos e amigos em clientes. Rio de Janeiro: Campus, 2000. MARTINO, L. M. S. Teoria das mídias digitais: linguagens, ambientes e redes. Petrópolis: Vozes, 2014. 104104 Gabarito Questão 1 – Resposta B Resolução: com o e-mail, é possível oferecer produtos aos clientes com base em compras já feitas. Questão 2 – Resposta C Resolução: acompanhar as métricas, ajudam na avaliação dos resultados da ação. Questão 3 – Resposta E Resolução: a marca da empresa deve aparecer nos anúncios on-line para gerar identificação. 105105 105 Realidade virtual: conteúdo e interação Autora: Jéssica Amorim Objetivos • Explicar o que é realidade virtual e como ela se insere em nosso contexto. • Mostrar como a produção de conteúdo pode se valer da tecnologia para divulgação. • Entender em quais áreas da comunicação a realidade virtual vai se destacar nos próximos anos. 106106 1. Realidade virtual: conteúdo e interação Um aspecto a que todo produtor de conteúdo deve se atentar é para as novidades tecnológicas que despontam dia após dia. Estamos na era tecnológica, da transformação digital. A Internet das Coisas, ou Internet of Things (IoT) é uma delas. Estamos falando de uma evolução tecnológica, social, cultural e digital que mudará completamente a forma como consumimos e produzimos conteúdo, além de outros aspectos de nossas vidas. De maneira geral, pode ser entendido como um ambiente de objetos físicos interconectados com a internet por meio de sensores pequenos e embutidos, criando um ecossistema de computação onipresente (ubíqua), voltado para a facilitação do cotidiano das pessoas, introduzindo soluções funcionais nos processos do dia a dia. (MAGRINI, 2018, p. 20) As máquinas que se conectam à internet diariamente têm uma enorme capacidade de produção, armazenamento, compartilhamento de um grande volume de dados. Esse volume de dados é mais conhecido como Big Data. Por meio do Big Data, é possível armazenar e estudar os dados coletados e, por meio deles, produzir e oferecer o conteúdo ideal e personalizado para cada nicho de público específico. Estamos vivendo a era dos dados, em que damos a permissão para aplicativos usarem nossos dados a cada informação que publicamos on-line ou, ainda, a cada reação que permitimos ser capturada. No mercado publicitário e de comunicação, a utilização desses dados é apenas mais uma ferramenta para auxiliar o produtor de conteúdo midiático na elaboração dos materiais de divulgação. Além desses, a realidade virtual e a realidade aumentada são novas formas de 107107 107 alcançar o público e promover interação de uma nova forma a qual estamos nos adaptando. 1.1 Realidade virtual Realidade virtual (RV) é usar a tecnologia de computador para criar um ambiente de simulação. Ao contrário das interfaces de usuário tradicionais, a realidade virtual coloca o usuário dentro de uma experiência. Em vez de ver uma tela na frente deles, os usuários são imersos e capazes de interagir com os mundos 3-D. Ao simular o maior número possível de sentidos, como visão, audição, tato e até mesmo o olfato, o computador é transformado em porteiro para esse mundo artificial. Os únicos limites para experiências em realidade virtual quase reais são a disponibilidade de conteúdo e poder computacional barato. 1.2 Imersão na realidade virtual A imersão total significa que a experiência sensorial parece tão real que nos esquecemos de que é um ambiente virtual-artificial e começamos a interagir com ela como se estivéssemos naturalmente no mundo real. Em um ambiente de realidade virtual, um mundo completamente sintético pode ou não imitar as propriedades de um ambiente do mundo real. Isso significa que o ambiente de realidade virtual pode simular um ambiente cotidiano (por exemplo, andar pelas ruas de São Paulo), como faz o Google Earth. Ou ele pode ultrapassar os limites da realidade física, criando um mundo no qual as leis físicas que regem a gravidade, o tempo e as propriedades do material não mais se sustentam (por exemplo, atirando em alienígenas espaciais em um planeta estrangeiro sem gravidade). 108108 Figura 20 – Realidade virtual Fonte: Nastasic/iStock.com. Elementos-chave de uma experiência de realidade virtual 1. Mundo virtual Um mundo virtual é um ambiente tridimensional que é frequentemente, mas não necessariamente, realizado por meio de um meio (ou seja, renderização, exibição, etc.) onde um pode interagir com os outros e criar objetos como parte dessa interação. Em um mundo virtual, as perspectivas visuais respondem às mudanças no movimento e as interações imitam aquelas experimentadas no mundo real. 2. Imersão A imersão da realidade virtual é a percepção de estar fisicamente presente em um mundo não físico. Ela engloba o sentido de presença, que é o ponto em que o cérebro humano acredita que está em algum lugar que não é realmente, e é realizado por meio de meios puramente mentais e/ou físicos. O estado de imersão total existe quando sentidos suficientes são ativados para criar a percepção de estar presente em um mundo não físico. Dois tipos comuns de imersão incluem: 109109 109 • Imersão mental: um estado mental profundo de engajamento, com a suspensão da descrença de que se está em um ambiente virtual. • Imersão física: engajamento físico exposto em um ambiente virtual, com suspensão da descrença de que se está em um ambiente virtual. 3. Feedback sensorial A realidade virtual exige que muitos dos nossos sentidos sejam simulados. Esses sentidos incluem visão (visual), audição (aural), toque (háptico) e muito mais. Estimular apropriadamente esse sentido requer feedback sensorial, que é obtido por meio de hardware e software integrados (também conhecidos como entradas). 4. Interatividade O elemento de interação é crucial para que experiências de realidade virtual forneçam aos usuários conforto suficiente para se envolver naturalmente com o ambiente virtual. Se o ambiente virtual responder à ação de um usuário de maneira natural, a excitação e os sentimentos de imersão permanecerão. Se o ambiente virtual não puder responder rápido o suficiente, o cérebro humano notará rapidamente e a sensação de imersão diminuirá. As respostas do ambiente virtual à interação podem incluir a maneira como um participante se movimenta ou muda de ponto de vista, geralmente, por meio de movimentos de sua cabeça. 1.3 Realidade simulada Há três tipos básicos de simulações proporcionadas pela realidade virtual: 110110 • Simulações não imersivas: são a implementação menos imersiva da tecnologia de realidade virtual. Em uma simulação não imersiva, apenas um subconjunto dos sentidos do usuário é estimulado, permitindo a percepção periférica da realidade fora da simulação da realidade virtual. Os usuários entram nesses ambientes virtuais tridimensionais por meio de um portal ou uma janela, utilizando monitores de alta resolução padrão, alimentados pelo poder de processamento normalmente encontrado em estações de trabalho convencionais. • Simulações semi-imersivas: proporcionam uma experiência mais imersiva, na qual o usuário está parcialmente, mas não totalmente, imerso em um ambiente virtual. Simulações semi- imersivas se assemelham e utilizam muitas das mesmas tecnologias encontradas na simulação de voo. As simulações semi-imersivas são alimentadas por sistemas de computação gráfica de alto desempenho, que geralmente são acoplados a sistemas de projetor de tela grande ou a múltiplos sistemas de projeção de televisão para estimular adequadamente os recursos visuais do usuário. • Simulações totalmente imersivas: fornecem a implementação mais imersiva da tecnologia de realidade virtual. Em uma simulação totalmente imersiva, hardwares como monitores montados na cabeça e dispositivos de detecção de movimento são usados para estimular todos os sentidos de um usuário. Simulações totalmente imersivas são capazes de fornecer experiências de usuário muito realistas, oferecendo um amplo campo de visão, altas resoluções, taxas de atualização aumentadas (também chamadas de taxa de atualização) e altos níveis de contraste na exibição montada na cabeça do usuário (HMD). 111111 111 Figura 21 – Óculos de realidade virtual Fonte: Melpomenem/iStock.com. 1.4 Como funciona a tecnologia RV Para que o cérebro humano aceite um ambiente virtual artificial como real, ele deve não apenas só parecer real, mas também deve ser o mais real possível. A aparência real pode ser obtida usando um monitor montado na cabeça (HMD) que exibe um tamanho de vida recriado, ou seja, a realidade virtual aumentada, um ambiente virtual 3-D sem os limites normalmente vistos na TV ou na tela do computador. O sentimento real pode ser alcançado por meio de dispositivos portáteis de entrada, como rastreadores de movimento que baseiam a interatividade nos movimentos do usuário. Ao estimular muitos dos mesmos sentidos que se usariam para navegar no mundo real, os ambientes de realidade virtual estão se sentindo cada vez mais parecidos com o mundo natural. Em seguida, nós exploramos alguns dos principais componentes por trás desse sistema. 1.5 Componente da realidade virtual 1. PC (computador pessoal)/console/smartphone O conteúdo de realidade virtual, que é o que os usuários veem e ouvem dentro de um fone de ouvido de realidade virtual, é tão importante quanto o fone de ouvido em si. 112112 Para alimentar esses ambientes tridimensionais interativos, é necessário um poder computacional significativo. É aí que o PC (computador pessoal), os consoles e os smartphones entram. Eles atuam como o mecanismo para alimentar o conteúdo produzido. 2. Monitor de cabeça Visor montado na cabeça (também chamado de HMD, headset ou óculos) é um tipo de dispositivo que contém um monitor montado na frente dos olhos do usuário. Essa exibição geralmente abrange o campo de visão completo do usuário e exibe o conteúdo de realidade virtual. Alguns monitores, montados na cabeça de realidade virtual, utilizam telas de smartphones, incluindo o Google Cardboard e o Samsung Gear VR. Os monitores montados na cabeça frequentemente também são acompanhados por um fone de ouvido para fornecer estimulação de áudio. 3. Dispositivos de entrada Dispositivos de entrada são uma das duas categorias de componentes que fornecem aos usuários uma sensação de imersão (ou seja, convencer o cérebro humano a aceitar um ambiente artificial como real). Eles fornecem aos usuários uma maneira mais natural de navegar e interagir em um ambiente de realidade virtual. 1.6 Processamento Os sistemas de realidade virtual exigem uma quantidade substancial de energia, mesmo em comparação com sistemas de jogos notoriamente sedentos de energia. A capacidade de processamento exigida pelos sistemas de realidade virtual pode ser dividida em várias categorias: 113113 113 • Processador de entrada: controla os dispositivos usados para inserir informações no computador. Eles recuperam e distribuem dados para o restante do sistema com o mínimo de atraso. Os exemplos incluem teclados, mouses, rastreadores de posição 3-D e sistemas de reconhecimento de voz. • Processador de simulação: leva as entradas do usuário junto com quaisquer outras tarefas que são programadas do mundo natural e determina as ações que acontecerão no mundo virtual. Este é um componente central do sistema de RV. • Processos de renderização: criam as sensações que são emitidas para o usuário. Eles incluem sistemas visuais, auditivos, hápticos e outros sistemas sensoriais. Processos de renderização separados são usados para cada sistema sensorial. 1.7 Realidade virtual e vida real Um exemplo bem estabelecido de realidade virtual já em uso está no campo do treinamento em aviação. De decolar um avião comercial de um aeroporto internacional lotado até treinar para uma perigosa noite de voo usando apenas visão noturna, a realidade virtual pode trazer benefícios significativos aos pilotos aspirantes. • Comercial: pilotar voos comerciais exige uma enorme responsabilidade, pois há passageiros e, portanto, estamos falando de muitas vidas. O treinamento para essa responsabilidade requer treinamento conceitual e prático. As mãos iniciais no treinamento, muitas vezes, podem ser complementadas pelo uso de um simulador. Esses simuladores, que empregam sofisticados modelos de computador, usam a realidade virtual para recriar o que um piloto deve esperar quando realmente voa. Exemplos de caso de uso de realidade virtual em simuladores de aviação até usam a hidráulica para recriar a sensação de decolagem e aterrissagem. 114114 O benefício de usar um simulador de voo de realidade virtual é que tudo isso ocorre em um ambiente controlado, perdoando os erros e sem representar praticamente nenhum risco. • Militares: quase todos os voos de um piloto militar ativo podem ser uma missão que ameaça a vida. Treinar para se tornar um piloto militar requer habilidades únicas e conhecimento de como reagir em situações de incerteza. Quase todos os seus ramos militares, incluindo a Força Aérea, o Exército e a Marinha, agora usam tecnologias de realidade virtual para treinar pilotos. Os soldados aprendem a voar em batalha, a lidar com emergências e a se recuperar rapidamente, e a coordenar o apoio aéreo com operações terrestres. Como os simuladores geralmente têm acuidade visual em todo o campo de visão de 360 graus, esses simuladores proporcionam aos alunos níveis muito profundos de imersão. ASSIMILE A Zion Market Research publicou um novo relatório intitulado Mercado de Realidade Aumentada e Virtual 2018- 2025. Segundo o relatório, o mercado global de realidade aumentada e virtual foi avaliado em cerca de US$ 26,7 bilhões em 2018 e deverá atingir aproximadamente US$ 814,7 bilhões até 2025, com um CAGR (Compound Annual Growth Rate, ou simplesmente taxa de crescimento anual composta) de 63,01% entre 2019 e 2025. A realidade virtual e realidade aumentada têm grande importância na indústria de mídia e entretenimento, pois são utilizadas para inúmeras aplicações e causaram uma revolução. Nos últimos anos, elas se tornaram uma necessidade para a indústria cinematográfica. 115115 115 Muitos players da indústria de mídia e entretenimento, seja Hollywood ou qualquer outra indústria cinematográfica, estão adotando esses dois tipos de tecnologia. Nos últimos três a cinco anos, a evolução da produção de realidade virtual e realidade aumentada foi rápida em todo o mundo. Espera-se que a indústria de entretenimento e mídia contabilize mais de US$ 2,201 bilhões até 2020. Com o aumento dos avanços tecnológicos e a crescente demanda por realidade virtual e aumentada no setor cinematográfico, a indústria de mídia e entretenimento enfrenta a ameaça de escassez na disponibilidade de artistas qualificados. Outro fator que pode dificultar o crescimento desse mercado é a exigência de um enorme investimento de capital para o desenvolvimento desses dispositivos. Além disso, estima-se que a crescente demanda por novas tecnologias em toda a indústria de manufatura inteligente crie novas oportunidades para o mercado global de realidade aumentada e virtual durante o período de tempo previsto. O segmento de aplicativos de consumidor é projetado para manter uma participação de mercado substancial ao longo do cronograma estimado. Da perspectiva vertical, o mercado inclui entretenimento e mídia, jogos, saúde, aeroespacial e defesa, manufatura, varejo, educação e outros. 1.8 A indústria dos videogames O mundo dos videogames continua a mudar e evoluir, mas uma coisa permanece a mesma: os jogadores estão procurando a melhor experiência de jogo possível. À medida que a realidade virtual faz o seu esforço contínuo para o mundo dos jogos, os jogadores procuram experimentar esse novo tipo de entretenimento, e muitos querem fazê-lo a um preço acessível. 116116 Figura 22 – Realidade virtual nos videogames Fonte: YakobchukOlena/iStock.com. Realidade virtual está mais presente entre a comunidade de jogos. Ela permite que os jogadores experimentem totalmente os jogos de realidade virtual sem ter que comprar um fone de ouvido próprio. Com o acessório de videogame VR (Virtual Reality), a indústria já faturou US$ 286,7 milhões, mas pode crescer US$ 2,3 bilhões até 2020. PARA SABER MAIS Acesse este link para saber as tendências de mercado da realidade virtual para os próximos anos, disponível em: http://thefarm51.com/ripress/VR_market_ report_2015_The_Farm51.pdf. Acesso em: 25 jul. 2019. Assim como os professores têm diferentes métodos de ensino, os alunos têm diferentes métodos de aprendizagem. Os educadores perceberam que os jogos interativos podem ser uma maneira muito eficaz de os alunos absorverem o material em sala de aula. Empresas do setor estão criando programas de instrução virtual com equipamentos e aplicativos de sala de aula em realidade virtual. http://thefarm51.com/ripress/VR_market_report_2015_The_Farm51.pdf http://thefarm51.com/ripress/VR_market_report_2015_The_Farm51.pdf 117117 117 Essas inovações mantêm os alunos engajados e interessados, além de desenvolverem novos tipos de conteúdo de aula para professores. As possibilidades são infinitas, limitadas apenas pela imaginação dos criadores de conteúdo. Ainda há um grande número de desafios que os desenvolvedores de jogos da VR precisam superar, mas à medida que a popularidade e a demanda crescem, a inovação seguirá. Inicialmente, os aplicativos de RV foram feitos para entretenimento, com foco em jogos. Em 2018, a realidade virtual expandiu-se para as áreas de marketing, varejo, militar, educação, condicionamento físico e assistência médica. Essa ampla cobertura traz vantagens tanto para consumidores quanto para empresas. Para os consumidores, a realidade virtual expande as bordas do mundo e oferece novas opções em um ambiente de jogo tridimensional. Os jogos de realidade virtual também apresentam: • Experiência imersiva: nada se compara aos jogos de realidade virtual, que não só permitiam observar o jogo, mas também entrar nele. O conteúdo de 360 vídeos e gráficos densos proporcionam a sensação de presença. • Novo nível de interação: o lançamento de controladores fez a virada crucial para a interação com os ambientes de RV. Agora os jogadores podem controlar e modificar o ambiente do jogo por vontade própria. Além disso, em breve, as experiências finais de jogo de RV serão alcançadas por meio de todos os sentidos humanos. • Conteúdo: a tecnologia de RV está se tornando um novo fator impulsionador na criação de conteúdo de jogos. Gêneros como atiradores, aventuras ou simulações foram aprimorados graças à realidade virtual. O papel habitual de um protagonista está ganhando mais valor. 118118 A indústria de videogames vem mudando há anos e vem fazendo isso de forma gradual. Os jogos de realidade virtual podem ter um futuro brilhante nessa área. Os criadores de jogos e produtores de hardware de realidade virtual, que têm como alvo a realidade virtual nos jogos, trazem novos benefícios potenciais dos jogos de RV para os negócios. Entre eles: • Novas experiências para atrair clientes: os fones de ouvido de realidade virtual continuam muito caros ainda. Para superar isso, algumas empresas abriram clubes de jogos de RV ou áreas especiais em shoppings e centros de negócios. Essa abordagem permite que as pessoas se familiarizem e experimentem jogos de realidade virtual e, como resultado final, potencialmente levam a mais vendas. • Consumidores fiéis: assim que uma pessoa faz a primeira tentativa de experimentar uma realidade virtual, as chances são boas para ela se tornar seu cliente de longo prazo. Imersão, presença e novas sensações de RV certamente aumentam as experiências de jogo. • Nova ferramenta de marketing: nos últimos anos, muitas histórias de videogames foram transferidas para grandes telas de cinema (Tomb Raider, Mortal Kombat, etc.). E, como mostram os exemplos da Disney e da Pixar, existe a possibilidade de interação reversa. 2. Conclusão A inovação e tecnologia andam juntas e mudam a todo instante. Por isso, ficar atento às novidades do mercado é fundamental para fazer uma projeção para o futuro da comunicação com Big Data, Internet das Coisas, inteligência artificial e realidade virtual e aumentada. A tecnologia pode auxiliar os produtores de conteúdo nos seguintes aspectos: 119119 119 • Clientes: os dados dos clientes logo poderão ser reunidos em um único dispositivo que os analisa em tempo real. Assim, o cliente pode dar seu feedback é o terceiro maior mercado mundial de consumo de aparelhos de TV, e em primeiro estão os Estados Unidos. Nos dois países, o meio existe principalmente para o entretenimento. Essa categoria dá o perfil dos gêneros de maior sucesso. 1.3 A estrutura em desenvolvimento Em seus primeiros anos, a TV seguia o modelo do rádio e sobrevivia de publicidade fazendo transmissões ao vivo de toda a sua programação. Como nessa época ainda não havia o recurso do videoteipe, os programas eram ao vivo, o que os deixava mais orgânicos, dando um efeito de sentido de interatividade. Porém, a interatividade que conhecemos hoje ainda não fazia parte do escopo dos programas televisivos. No rádio era mais comum. O ouvinte podia ligar, pedir sua música, assistir à transmissão ao vivo nos estúdios, por exemplo. Na TV isso era algo ainda impensável, devido a sua estrutura e sua linguagem em vias de desenvolvimento. Em contrapartida, “desde os primórdios, a televisão procura a interação com o público: envio de cartas aos programas, por exemplo, é uma das tradições mais antigas entre telespectadores” (CANNITO, 2010, p. 144). 1010 Por isso, em 1960, a coisa muda de figura. O videoteipe chega, permitindo a otimização da produção dos programas e sua ampla divulgação. O número de aparelhos televisivos também cresce muito nessa década. Só em 1966 foram registrados mais de 2,4 milhões de aparelhos no país. É nessa década, também, que se entende um pouco mais o que é fazer televisão e sua linguagem e, assim, o formato passa a se estabelecer. Novelas, programas de variedades, entrevistas e programas de auditório já eram as preferências do público no que diz respeito a entretenimento. Segundo Souza (2004, p. 39): “(...) qualquer que seja a categoria de um programa de televisão, ele deve sempre entreter e pode também informar”. O jornalismo também tinha seu espaço, porém, as notícias ainda não chegavam de forma tão instantânea quanto no rádio. A TV ainda tinha a seu favor o recurso das imagens. PARA SABER MAIS A televisão brasileira é praticamente um veículo voltado para o entretenimento. Estudos apontam que para cada dez horas de programas exibidos, oito se classificam como entretenimento. Em contrapartida, ela dedica em média uma hora a programas informativos e uma hora a programas educativos (SOUZA, 2004, p. 39). Um dos fatores marcantes para a estruturação e o entendimento da TV brasileira foi a criação da grade de programação. Podemos dizer que a grade de programação foi um marco para as emissoras entenderem quem era o público, o que as pessoas queriam ver e qual o melhor horário para exibir determinado programa. A TV Excelsior foi a emissora que descobriu qual a melhor forma de agradar ao telespectador e trouxe a sistematização da grade de 1111 11 programação. Ela criou o sistema que conhecemos até hoje, que chamamos de grade vertical e horizontal da programação. A grade vertical significa ordenar a programação diária, desde o primeiro programa da manhã até o último programa da noite, de forma que todos os dias, exceto aos finais de semana, a programação seja a mesma. A grade horizontal é aquela em que um programa é organizado para passar sempre no mesmo horário, todos os dias da semana. Com essa organização, fica fácil o telespectador se programar para acompanhar a programação e, também, criar hábitos e comportamentos que estejam atrelados aos hábitos do brasileiro. Figura 1 – Aparelho de televisão Fonte: br.freepik.com. Acesso em: 31 maio 2019. No livro A história da televisão no Brasil (2010), nos anos 1960 e 1970, a televisão é conceituada como sendo de dois tipos distintos em décadas diferentes: paleotelevisão e neotelevisão. A paleotelevisão se enquadrava na vida do telespectador como autoridade, sempre preocupada em transmitir um saber, os programas eram direcionados e o público era específico. http://br.freepik.com 1212 Já na neotelevisão, característica dos anos 1970, a TV já assumia um padrão de interatividade, os programas não tinham gêneros específicos, podendo atender a todos os tipos de público. O público tinha o papel central e era sempre convidado a participar e ser parte do todo, não apenas ouvir passivamente e incorporar as mensagens (p. 86). ASSIMILE É importante lembrar que a televisão brasileira só passou a se encontrar como linguagem quando ela formatou sua organização por meio da programação vertical e horizontal. Antes disso, os programas não tinham padrão de tempo, duração, horário e eram inseridos de forma aleatória, pois ainda não se entendia o que o público buscava e de que forma ele queria assistir à TV. 1.4 Programas de auditório Além de telenovelas, os programas de auditório sempre estiveram presentes nas grades de programação de todas as emissoras. Eles foram os pioneiros na interação com a audiência. Figura 2 – Principais emissoras de TV Fonte: domínio público. 1313 13 A TV Globo, principalmente, em seu início, fez um alto investimento em programas de auditório, além das telenovelas. Os programas de auditório como O Céu é o Limite e Discoteca do Chacrinha fizeram muito sucesso na década de 1950. Porém, os programas de auditório foram perdendo força nas décadas de 1960 e 1970, e o mercado publicitário entrou fortemente no patrocínio desse tipo de programa e acabou por influenciar algumas mudanças que precisavam ser feitas. Por exemplo, na década de 1980, a publicidade foi a grande responsável pela mudança nos tipos de atrações dos programas de auditório. Passou-se a prezar mais pela qualidade, pois muitos programas incluíam atrações que exploravam a dor e o sofrimento alheio e colocavam pessoas participantes em situações de alta exposição, em uma guerra pela audiência. Na década de 1980, o SBT investia nesse tipo de programa e criou algo mais sofisticado, como o Viva a Noite. O programa trazia um formato diferente, com uma plataforma futurista, e propunha atividades e jogos entre pseudocelebridades da época. Enquanto isso, a TV Globo procurava elevar o padrão de qualidade de suas produções. Os programas de auditório voltaram com força total na década de 1980 em todos os canais. O Chacrinha retornou para a TV Globo em 1982. Além dele, a Globo investiu em programas que versavam o humor e o deboche, como Os Trapalhões e o Balança mas não Cai; programa musical, como o Globo de Ouro e o sensacionalista Caso Verdade (uma série policialesca que era baseada em fatos reais). A ideia com este último tipo de programa era chamar a atenção do público por meio de relatos cada vez mais reais de crimes que poderiam ter acontecido na vida de qualquer um. Esse tipo de programa sensibiliza a audiência e faz com que ela queira saber o desfecho das histórias. 1414 Os programas de auditório são uma relação simbiótica entre o animador, os convidados e o público. O mais interessante é que esse formato de programa passa um efeito de sentido de instantaneidade, talvez pelo seu formato mais espontâneo. Nesse tipo de programa, geralmente não há scripts, somente fichas com referências e direcionamentos para o telespectador. Por isso, eles geralmente são pautados no improviso e na descontração, ingredientes ideais para agradar ao público dentro do que chamamos de cultura de massa. A cultura de massa é um subproduto da indústria cultural, ou seja, são todos os tipos de programas que são construídos para agradar à maior parte da população, com o objetivo de incentivar o consumo. Por isso, os programas precisam trazer atrações que agradem a toda a família, que sejam de fácil entendimento e que façam com que as pessoas consumam por meio das informações que elas recebem por meio deles. E, principalmente, que comprem mais TVs para terem mais acesso às informações e ao entretenimento. Entre 1994 e 1998, mais de 31 milhões de aparelhos de televisão foram vendidos no país, o que significa que muitos lares puderam se conectar com tudo o que estava acontecendo no Brasil e no mundo. no momento da compra. • Autogestão: os dispositivos vão se tornar cada vez mais independentes e autogerenciáveis, atuando de forma autônoma, o que é ótimo para o profissional. Assim, você terá mais tempo para pensar as estratégias e propor bons conteúdos e planos de ação. • Mídias digitais: podem continuar em um crescimento, já que a tendência é que mais ferramentas que auxiliam na gestão de conteúdo sejam usadas nas estratégias. Com a análise de dados, fica mais fácil saber qual estratégia é mais eficaz. Mais inovações tecnológicas estão por vir. Prepare-se. TEORIA EM PRÁTICA A sua empresa está testando novas formas de interagir com o público. Mesmo que já possua estratégias de mídias sociais, ela precisa de algo mais inovador. A sua sugestão seria fazer uma aplicação de realidade virtual? De que forma você faria a inclusão da realidade virtual (e aumentada, se você quiser) nas estratégias de comunicação que sua empresa já vem trabalhando? Exemplifique com alguma ação que você incluiria, porque você incluiria essa ação e quais resultados você espera dessa nova estratégia. VERIFICAÇÃO DE LEITURA 1. A realidade virtual nos permite interação direta com o universo: 120120 a. 2-D. b. 3-D. c. 4-D. d. 5-D. e. 6-D. 2. A capacidade de processamento exigida pelos sistemas de realidade virtual pode ser dividida em várias categorias. Quais delas? a. Processos de entrada, capacitação e simulação. b. Processos de desenvolvimento, entrada e capacitação. c. Processos de entrada, desenvolvimento e renderização. d. Processos de entrada, simulação e renderização. e. Processos de simulação, entrada e fusão. 3. Quase todos os seus ramos militares, incluindo a Força Aérea, o Exército e a Marinha, agora usam tecnologias de realidade virtual para treinar pilotos. De que forma são realizados esses treinamentos? a. Simulação. b. Teste. 121121 121 c. In loco. d. Na base de treinamento. e. Curso. Referências bibliográficas MAGRINI, E. A Internet das Coisas. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2018. REALITY 51. Report on the current state of the VR Market. Gliwice – Polônia: The Farm 51 [s.d.]. Disponível em: http://thefarm51.com/ripress/VR_market_ report_2015_The_Farm51.pdf. Acesso em: 18 jul. 2019. TAPSCOTT, D. A hora da geração digital. Rio de Janeiro: Agir Negócios, 2010. THOMPSON, D. Hit makers: como nascem as tendências. Rio de Janeiro: Harper Collins, 2017. ZION MARKET RESEARCH. Global Augmented and Virtual Reality Market Will Reach USD 814.7 Billion by 2025: Zion Market Research. 2019. Disponível em: https://www. globenewswire.com/news-release/2019/02/21/1739121/0/en/Global-Augmented- and-Virtual-Reality-Market-Will-Reach-USD-814-7-Billion-By-2025-Zion-Market- Research.html. Acesso em: 19 jul. 2019. Gabarito Questão 1 – Resposta B Resolução: a interação de realidade virtual e aumentada é com universo 3-D. Questão 2 – Resposta D Resolução: processos de entrada, simulação e renderização. Questão 3 – Resposta A Resolução: por meio de simulações on-line, são realizados treinamentos para as equipes do Exército, da Marinha e Aeronáutica. https://www.globenewswire.com/news-release/2019/02/21/1739121/0/en/Global-Augmented-and-Virtual-Real https://www.globenewswire.com/news-release/2019/02/21/1739121/0/en/Global-Augmented-and-Virtual-Real https://www.globenewswire.com/news-release/2019/02/21/1739121/0/en/Global-Augmented-and-Virtual-Real https://www.globenewswire.com/news-release/2019/02/21/1739121/0/en/Global-Augmented-and-Virtual-Real 122122 Apresentação da disciplina Produções audiovisuais pioneiras na interação Objetivos 1. Produções audiovisuais pioneiras na interação 2. Conclusão Teoria em prática Verificação de leitura Referências bibliográficas Gabarito Vídeo on demand: tendências da comunicação digital Objetivos 1. Vídeo on demand: tendências da comunicação digital 2. A interação digital 3. Conclusão Teoria em prática Verificação de leitura Referências bibliográficas Gabarito Reality shows: temas e formatos Objetivos 1. Reality shows: temas e formatos 2. Vida real 3. Conclusão Teoria em prática Verificação de leitura Referências bibliográficas Gabarito Produção de conteúdo para redes sociais Objetivos 1. Produção de conteúdo para redes sociais 2. Conclusão Teoria em prática Verificação de leitura Referências bibliográficas Gabarito YouTube: tendências e monetização Objetivos 1. YouTube: tendências e monetização 2. Monetização 3. Conclusão Teoria em prática Verificação de leitura Referências bibliográficas Gabarito Publicidade on-line: mercado em expansão Objetivos 1. Publicidade on-line: mercado em expansão 2. Qual o maior benefício da publicidade na internet? 3. Conclusão Teoria em prática Verificação de leitura Referências bibliográficas Gabarito Realidade virtual: conteúdo e interação Objetivos 1. Realidade virtual: conteúdo e interação 2. Conclusão Teoria em prática Verificação de leitura Referências bibliográficas Gabarito E, consequentemente, mais pessoas passaram a se tornar consumidoras dos produtos e serviços que eram anunciados na TV. 1.5 Jornalismo sensacionalista Na década de 1990, acompanhamos o surgimento de um padrão de telejornalismo mais popular e que apelava para o popularesco de suas reportagens ao expor os envolvidos, ao mostrar brigas, entre outras coisas. 1515 15 O Aqui Agora, do SBT, ficou muito famoso nessa época. O programa não só exibia reportagens como ficava bastante tempo no mesmo relato, expondo ao máximo os participantes. Ele não era como um telejornal comum. Cada programa tinha quatro horas de duração, o que possibilitava a exploração exaustiva dos assuntos que eram abordados. O Aqui Agora ficou 17 anos no ar, de 4 de junho de 1979 até 6 de fevereiro de 1997. Nessa mesma década de 1990, programas como o do Ratinho também traziam o sensacionalismo e o popularesco, principalmente quando ele tomava emprestado de outros programas um quadro em que patrocinava exames de DNA para casais que não tinham certeza sobre a paternidade do bebê. O show ficava mais excêntrico quando ele fazia com que os casais e as famílias participassem do quadro fantasiados, o que tornava o show mais pitoresco. Esse tipo de programa visava o sensacionalismo, a espontaneidade e a interação, pois as pessoas escreviam cartas e ligavam para saber o que tinha acontecido com aquelas pessoas que apareciam nas reportagens. Seguindo uma linha parecida, de telejornalismo com exploração ao máximo das condições e situações do crime, surgiu, no final da década de 1990, o programa Linha Direta, que trouxe inovações na forma de contar esse tipo de história e que contribuiu para os aspectos interativos da TV. Veremos como funcionava adiante. 1.6 A teledramaturgia interativa Em 1992, a TV Globo decide testar um novo programa que une dramaturgia e interatividade e muda de uma vez por todas o cenário da televisão brasileira. O título do programa é bem sugestivo e indica o que o telespectador terá que fazer: Você Decide. 1616 Figura 3 – Você Decide Fonte: domínio público. O grande sucesso do programa se deu, principalmente, por ter usado o recurso da teledramaturgia durante todos os oito anos em que ficou no ar. Por mais que o programa tenha inovado ao apresentar um novo formato, ele só se sustentou porque, por trás de toda a inovação trazida pela interação, havia a estrutura norteadora capaz de sustentar uma produção por muitos anos: a narrativa. A narrativa está presente em nossas vidas desde que adquirimos a competência da fala. Histórias eram contadas no momento passado para manter a audiência entretida ao redor da fogueira, como uma forma de imprimir a nossa identidade no mundo e, ao mesmo tempo, aprender e emocionar. Inicialmente, essas narrativas eram divulgadas de forma oral e assim foi por muitos anos. Quando o homem adquiriu a competência da escrita, foi possível registrar essas narrativas. Após o advento do cinema e da TV, contar histórias audiovisuais passou a ser uma estratégia certeira de manutenção da audiência. Por isso o rádio tinha uma audiência cativa por meio de suas radionovelas. A TV, nos seus primeiros anos, tomou emprestada a forma de contar história por meio do teleteatro para, em seguida, estabelecer um formato narrativo com as telenovelas. Esse formato se tornou um padrão seguido até hoje em todas a emissoras brasileiras. 1717 17 O Você Decide fez com que a forma de contar histórias na TV mudasse para outro nível, até então nunca testado. O programa exibia uma vez por semana uma narrativa que trazia algum tema polêmico, que mexia com o imaginário das pessoas e com a opinião pública. Durante o episódio, já era possível saber que tipo de decisão a personagem principal deveria tomar. O programa já começava a pedir a ajuda dos telespectadores para dar um desfecho satisfatório para aquela história. Com o bordão: “Telefone, participe, dê a sua opinião. Porque aqui, o final, você decide”, milhares de telespectadores atendiam ao chamado e ajudavam a decidir o final das histórias. A cada semana, havia um tema diferente a ser abordado, entre eles traição, aborto, estupro, adultério, incesto, segredos de confissão, condutas morais, entre outros. O apresentador fazia o questionamento e o público tinha duas opções de respostas: sim e não, e cada opção trazia um número de telefone diferente. A emissora gravava dois finais diferentes e, ao final da votação, exibia o desfecho escolhido pela maioria do público. Ao todo, foram ao ar 323 episódios do Você Decide. Os apresentadores mudavam de tempos em tempos. O primeiro foi o ator Antônio Fagundes. Em seguida, vieram Walmor Chagas, Lima Duarte, Carolina Ferraz, entre outros nomes. Até mesmo o jornalista Celso Freitas. Para tornar o programa ainda mais interativo, repórteres entravam ao vivo no intervalo para dar sua opinião em um link que acontecia cada dia em uma cidade diferente. Em 2001, a TV Globo fez a reprise de alguns episódios, o que proporcionou que o público pudesse votar novamente e descobrir, talvez, um novo final. 1818 1.7 Linha Direta Além do Você Decide, temos outro grande programa que fez muito sucesso e, para isso, usou o recurso da interação para garantir a audiência. Trata-se do programa Linha Direta. A grande diferença entre os dois programas é que o Você Decide usava o recurso da teledramaturgia para contar histórias ficcionais de temas diversos para o público ajudar a decidir o final. Já o Linha Direta era um programa híbrido, que ficava entre uma mistura de jornalismo e dramaturgia, que investigava crimes que estavam sem solução na justiça e pedia a ajuda da população para denunciar os criminosos por meio de um telefone. O grande recurso que o programa utilizou foi a narrativa. Por meio da teledramaturgia, os casos eram dramatizados e conseguiam sensibilizar a população. Com a experiência do programa, foi possível notar que a dramatização tem o poder de manter a audiência e instigar sua participação interativa. Esses criminosos eram foragidos da polícia e, com a ajuda da população, o programa conseguia ter informações sobre essas pessoas. No total, 400 criminosos foram presos ao longo dos oito anos de programa. Figura 4 – Linha Direta Fonte: domínio público. 1919 19 Sua estreia foi em 27 de maio de 1999, sob o comando de Marcelo Rezende, e o seu sucesso já foi estrondoso desde o primeiro episódio. Afinal, não poderia ser diferente, tratando-se de um misto de dramaturgia e jornalismo e, ainda, com a interação direta do público. A fórmula não poderia ter dado tão certo. O último episódio do programa foi ao ar em 6 de dezembro de 2007 e, durante todo esse tempo, a audiência se sentiu parte da programação, cumprindo seu dever cívico ao ajudar o programa a prender os criminosos que eram expostos. 1.8 Outras interações Esses programas pioneiros fizeram com que a televisão deixasse de ser passiva e se tornasse mais interativa. Falar diretamente com o espectador e contar com a sua colaboração para mudar o rumo de uma narrativa ou simplesmente pedir sua ajuda para localizar um foragido da polícia fez com que a relação entre o telespectador e a TV avançasse um degrau. Esses métodos interativos cativam o público. Quando interagimos com algo, é como se sentíssemos que fazemos parte de um todo, mesmo que esse todo esteja muito distante de nós. Após esses programas pioneiros, vieram muitos outros. Principalmente depois do acesso massivo à internet e às redes sociais, a interação em todos os tipos de programa, principalmente os jornalísticos e os de entretenimento, já se tornou algo bastante comum. Hoje, os programas já incluem os aspectos interativos em seu escopo de produção. Há programas que dependem da interação, como os cases Big Brother Brasil (TV Globo) e Casa dos Artistas (SBT). A premissa dos dois programas é a mesma. Um grupo de pessoas compartilha a mesma casa por alguns meses e, a cada semana, um ou dois participantes são eliminados pelo público por meio de ligações. Sem o voto do público, não há como saber quem fica e quem sai. 2020 2. Conclusão Os processos interativos são muito comuns e já se espera que em programas de auditório e/ou reality shows, por exemplo, haja alguma forma de fazer com que o público interfira no resultado final. As teledramaturgias ainda seguem o mesmo padrão de narrativa, um formato em que elas são fortes e que já estão consolidadas. Porém, foi usando os seus recursos que as primeiras estratégias de interação fizeram um enorme sucesso com o público. Agora que sabemos a história, é importante olhar o que está sendo produzido atualmente e notar como as novas formas de interação influenciam o desenvolvimento dos novos programas. TEORIA EM PRÁTICA Vamos supor que você trabalha em uma produtora de televisão, uma agência de comunicação ou uma agência de publicidade e propaganda. Você e uma equipe estão produzindo um programa-piloto para um cliente. Esse programa-piloto será veiculado na rede de televisão aberta. O cliente exige que, no roteiro, você elabore um tipo de quadro que tenha interação com o telespectador. Essa interação tem que ser por telefone ou por meio de redes sociais. Ele pede que você monte uma estratégia e apresente a ele. Que tipo de programa seria e qual seria a estratégia de interação que você usaria para ter a participação do público? 2121 21 VERIFICAÇÃO DE LEITURA 1. Em qual época a TV, de fato, chegou ao Brasil e quem foi o grande responsável por inseri-la nos lares brasileiros? a. Em 1932, por Getúlio Vargas. b. Em 1950, por Assis Chateubriand. c. Em 1945, por Ernst F. W. Alexanderson. d. Em 1951, por Abelardo Barbosa. e. Em 1955, por Roberto Marinho. 2. Como podemos classificar o programa Linha Direta? a. Um híbrido entre jornalismo e entretenimento. b. Um programa sincrético que mistura linguagens. c. Um jornalismo sensacionalista com referências policialescas. d. Um programa narrativo com inserções policialescas. e. Um precursor do formato reality show. 3. O que deixa os programas de auditórios mais espontâneos e próximos do público? a. O recurso da participação de celebridades. b. A inserção de casos-verdade na programação. 2222 c. A participação de cantores e artistas da atualidade. d. O não uso de scritps e roteiros fechados e o improviso do apresentador. e. A troca constante de quadros que proporcionam a participação do público. Referências bibliográficas CANNITO, N. A Televisão na era digital – Interatividade, convergência e novos modelos de negócio. São Paulo: Summus, 2010. KEMP, P. Tudo sobre cinema. São Paulo: Sextante, 2011. RIBEIRO, A. P. G; SACRAMENTO, I; ROXO, M. História da Televisão no Brasil: do início aos dias de hoje. São Paulo: Editora Contexto, 2010. SOUZA, J. C. A. Gêneros e formatos na televisão brasileira. São Paulo: Summus, 2004. Gabarito Questão 1 – Resposta B Resolução: em 1950, o jornalista e empresário Assis Chateubriand trouxe 200 televisores para o Brasil. Questão 2 – Resposta A Resolução: o programa pode ser classificado como um híbrido entre jornalismo e entretenimento, já que mistura crimes e fatos reais, mas conta com a ajuda da teledramaturgia para captar a atenção do público para incentivá-los a ajudar na resolução dos casos. Questão 3 – Resposta D Resolução: o não uso de scritps e roteiros fechados e o improviso do apresentador fazem com que os programas de auditório sejam mais leves e espontâneos e façam uma conexão com o público. 2323 23 Vídeo on demand: tendências da comunicação digital Autora: Jéssica Amorim Objetivos • Explorar como a comunicação digital é uma realidade e que muda comportamentos na forma que consumimos produtos midiáticos. • Entender como o contexto digital propicia a interação. • Conhecer novas formas de consumir conteúdo, como TV aberta, fechada e vídeos on demand. 2424 1. Vídeo on demand: tendências da comunicação digital A transformação digital dos últimos anos tem tomado todos os setores sociais e comunicacionais. Com a TV digital, não foi só a qualidade da imagem que mudou. Além de termos mais nitidez e melhor resolução, a digitalização vem acompanhada de novos padrões de comportamento no ato de assistir à TV. Para entendermos melhor, o texto a seguir discorre sobre a interatividade na TV proporcionada pela internet e sobre os tipos de TV e seus usos, como TV aberta, fechada e sobre vídeos on demand. É possível compreender como o homem interage nesse novo cenário de hiperconexão, quais são as novas possibilidades de consumo de TV e como a qualidade na produção audiovisual é fator primordial para os novos profissionais do mercado. 2. A interação digital Os processos de transformação da televisão em um suporte interativo sempre estiveram presentes a partir do momento em que os grandes magnatas perceberam que o público não quer apenas receber as informações passivamente. Mesmo que essa tenha sido a realidade por muitos anos, os programas que, inicialmente, provocaram mais a participação do público — como programas de auditório, o pioneiro Você Decide e o Linha Direta — foram sempre enorme sucesso. Tudo porque atenderam ao anseio do público de fazer parte da programação de alguma forma. Quando há interação, há uma sensação de pertencimento. E, consequentemente, a audiência fica no canal, afinal, o público fica 2525 25 onde ele se sente acolhido, onde passa a programação que ele quer ver. Com o desenvolvimento das tecnologias digitais a partir dos anos 1990/2000, a TV brasileira passou por uma reconfiguração de seus conteúdos. Foi preciso, a partir dessas décadas, repensar o modelo de televisão conhecido até então. E qual era o modelo vigente? De 1950 até 1992, na estreia do programa Você Decide, a televisão trazia em sua grade de programação uma série de atrações variadas, que atendia a todos os gostos de cada membro da família com programas jornalísticos, de entretenimento, educativos, entre outros. Porém, os programas não possuíam aberturas que possibilitassem a interação direta com o público de casa. O tipo de programa que mais conseguia chegar perto de alguma intervenção interativa eram os programas de auditórios. Além da participação da plateia, em alguns quadros dos programas, o público de casa poderia fazer ligações, como o programa infantil do Bozo na década de 1980. Além disso, as pessoas mandavam cartas e, posteriormente, e-mails, mas mesmo assim a interação não chegava perto do que as tecnologias digitais nos proporcionaram. As tecnologias digitais possibilitaram o acesso a uma nova forma de criar e receber conteúdo, além de transformarem a maneira como nos comportamos diante desse cenário de convergência midiática. Não obstante, a convergência de mídias não envolve apenas redes, fios e cabos. A tecnologia ajuda e faz conexão, mas, segundo Jenkins (2009), a convergência é um processo cultural que parte da mente dos indivíduos. É algo muito mais “simples” do que a nomenclatura supõe. Ele diz que, quando vemos uma pessoa na rua e a consideramos parecida com algum artista de TV, é um momento de convergência. Associamos a imagem do artista com a da pessoa e fazemos essa conexão em nossa mente. 2626 Com esse exemplo, ele resume que a convergência não precisa necessariamente da tecnologia, mas é pela tecnologia que ela se materializa. Pessoas que não se conhecem, mas compartilham de mesmos conteúdos no ciberespaço e estão conectadas pelas mesmas referências estão fazendo convergência midiática. Porém, a tecnologia, assim como a televisão, serve como objeto- suporte, termo da teoria semiótica do texto de Jacques Fontanille para explicar o meio ou veículo em que o texto está inscrito. Ou seja, usamos a tecnologias dos dispositivos eletrônicos para tornar possíveis essas interações. Assim, devemos lembrar que a convergência midiática foi proporcionada pela possibilidade de trazer a interação por meio dos dispositivos tecnológicos. Porém, trata-se mais de interação entre as pessoas com o meio e a forma como essa interação impacta seus comportamentos. Jenkins também é autor de uma teoria que ele intitula A Falácia da Caixa Preta. Em seu livro Cultura da convergência (2009), ele diz que somos rodeados de caixas pretas por todo o lado (televisão, câmeras, telefones, celulares, computadores, DVDs, Blu-rays, entre outros). No futuro, uma única caixa preta tomaria o lugar de todas as outras, fazendo uma integração e uma superconvergência. Se pararmos para pensar, ele estava prevendo o smartphone e a nossa relação com a internet hoje. O smartphone agrega todas as tecnologias de todas as caixas pretas. Ele é praticamente a extensão do nosso braço. 2.1 Cultura participativa A hiperconectividade trouxe vários novos comportamentos. Por isso, a televisão precisou acompanhar esse novo padrão de consumo midiático e se adaptar à sua maneira. Com isso, surgem novas formas de consumir produtos midiáticos e interagir com eles. 2727 27 Vamos tomar como exemplo o programa Masterchef, veiculado pela Band TV. Imagine que está em casa assistindo ao Masterchef e decide abrir o Twitter. No aplicativo, usando a hashtag #Masterchef, você consegue acessar todas as interações dos usuários até aquele momento. O que você faz? Lê os comentários, vê vídeos, memes, piadas, publica alguns comentários sobre algum prato ou algum dos participantes, interage com algum outro fã que fez um comentário, envia mensagens para os próprios participantes, que têm perfil na rede social, “retuita” comentários de outros usuários, entre outras ações. É possível que você fique indignado com alguma injustiça em alguma prova específica e acesse o Facebook para colocar o chamado “textão”, para que a família e os amigos possam ter acesso à sua interação nessa rede social. Por fim, é possível que você publique um story no Instagram, mostrando a TV ao fundo e, em primeiro plano, um balde de pipoca. Na imagem, você usa a hashtag: #MasterChefnaBand. O relato desse exemplo ilustra um comportamento comum com o qual podemos nos identificar facilmente, como algo que faz parte do nosso cotidiano, certo? Esse comportamento, que poderia vir dessa situação hipotética, não é o de um mero receptor passivo de conteúdo, mas sim de alguém que interage com o texto, cria e recria conteúdos a partir de uma experiência com a mídia. Essa é a verdadeira ressignificação dos meios de comunicação com a interação proporcionada por dispositivos eletrônicos. Ela muda o consumo e a interação da mídia com o olhar do espectador. É um exemplo de convergência midiática em que o consumidor também atua como produtor de conteúdo. 2828 Nesse sentido, conforme aponta Martino (2014, p. 37): “Uma das premissas mais importantes do conceito de Cultura da Convergência diz respeito à possibilidade de cada indivíduo ser potencialmente um produtor de mensagens”. A esse comportamento e a esse conceito de interação chamamos de cultura participativa. O fã do conteúdo atua e interfere em sua estrutura para se mostrar presente, como no exemplo do Masterchef. Além de exemplos de interferências em redes sociais, os fãs vão além. Eles têm contribuído para a manutenção e a extensão de inúmeras narrativas. É muito comum, hoje, que muitas pessoas participem de grupos chamados fans fictions (fãs de ficção). Figura 5 – Cultura participativa Fonte: Pixabay. Nesses grupos, os fãs de narrativas costumam dar continuidade às histórias, recriando novamente os cenários, os personagens e as situações, de forma que as histórias se prolonguem e tenham continuidade. É como se eles não aceitassem o final da narrativa ou mesmo o destino dos personagens. Esses fãs são apenas uma realidade nos dias de hoje? Nem sempre. Muitos podem ter recriado narrativas no passado. O que muda hoje é que os fãs fazem uso de tecnologias e têm inúmeros meios para divulgar essas continuações dessas histórias. 2929 29 Quando eles participam da narrativa, fazendo sua expansão, eles são responsáveis por novas possibilidades. De acordo com Jenkins (2009), é como se eles rejeitassem a ideia de uma versão definitiva produzida pela indústria. Para eles, todos podem e devem participar da narrativa. É como se fosse uma quebra de padrões dos grandes conglomerados cinematográficos. Além disso, eles tratam esse tipo de comportamento como um shareware, que significa que algo ganha valor quando é inserido em diversos contextos diferentes e agrega significados alternativos em diversas plataformas de mídia. Cooperar e participar faz parte do comportamento dessa geração e, com um smartphone nas mãos, essa interação fica muito mais fluida. E quando os fãs cooperam com a extensão da narrativa, eles estão fazendo uma narrativa transmídia. 2.2 O exemplo da narrativa transmidiática O ato de dar sequências a histórias já existentes nos ambientes virtuais de produção e divulgação, como blogs, YouTube, redes sociais, entre outros, é produzir narrativa transmídia, que são complementos de narrativas espalhadas por diversas plataformas diferentes, cada uma de acordo com sua linguagem. Para que uma narrativa seja transmídia, ela tem que estar inserida em um universo. Mas não pode ser um universo qualquer. O responsável pela criação do universo deve pensar em uma história que tenha um cenário amplo, fantástico e que tenha um forte apelo emocional. O sucesso dessas narrativas depende do público. Portanto, criar um universo que dê ao público uma história consistente para que ele se sinta engajado é o papel do contador de histórias contemporâneo, que está nas produções de cinema, TV, nas agências de publicidade, entre outros lugares. 3030 PARA SABER MAIS Para entender como funciona o conceito de narrativa transmidiática, o livro Cultura da convergência, de Henry Jenkins, é um dos livros que mais explicam esse conceito. Outra dica é ler o livro e acompanhar o filme Matrix ou a série Lost, que são boas amostras de como funciona uma narrativa transmidiática. 2.3 A comunicação digital e os novos paradigmas da TV As explicações anteriores sobre convergência midiática, cultura participativa e narrativa transmídia ilustraram como a comunicação digital, que permeia nossas relações interpessoais e profissionais, é uma das grandes responsáveis por nosso comportamento focado em interações. Todo esse novo comportamento também fez com que a televisão repensasse suas formas de interações e mudasse de perspectiva. A partir dos anos 2000, a televisão passa a adotar uma estratégia de comunicação cross media. Cross media significa fazer a publicação da mesma narrativa em diversos formatos diferentes. Conceito que se confunde com a narrativa transmídia, mas a diferença é que a narrativa transmídia não é a mesma narrativa, mas sim uma extensão e um desdobramento da narrativa que se pulveriza entre as diversas plataformas de mídia. A televisão já passava por mudanças em meados de 1990, quando a digitalização, de uma forma geral, e as câmeras digitais invadiram os estúdios para se adequar às novas tecnologias que possibilitavam a melhora na resolução da imagem e nas formas de distribuição do conteúdo. 3131 31 Nessa mesma década, as emissoras de televisão começam a apostar mais assumidamente na convergência entre televisão e internet, lançando portais que integram sua programação tanto com conteúdos exclusivos para a web quanto com a produção de outros meios (jornais, rádio). (RIBEIRO; SACRAMENTO; ROXO, 2010, p. 282) Como exemplos dessa distribuição, podemos citar o jornal Globo.com e o Gshow. São novas formas de inserir a televisão em um contexto comunicativo digital e fazer com que ela se torne mais interativa. 2.4 A televisão digital no Brasil A transição da televisão analógica para a digital aconteceu a partir da instituição do Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD), por meio do Decreto Presidencial nº 4.901, de 26 de novembro de 2003. O objetivo era aprimorar a qualidade das transmissões televisivas, promovendo a inclusão digital. O SBTVD é também conhecido como Integrated System Digital Broadcasting – Terrestrial Version B (ISDB-TB), um padrão que une a base técnica japonesa a tecnologias desenvolvidas por pesquisas brasileiras. Dentre os padrões digitais televisivos internacionais, três se consolidaram: o europeu Digital Video Broadcasting – Terrestrial (DVB-T), o americano Advanced Televison System Commitee (ATSC), e o japonês ISDB-T. Letícia Capanema e Renné França (2013) explicam que cada um deles prioriza aspectos específicos da condição digital da televisão. O padrão norte-americano, considerado o mais robusto, beneficia a transmissão em alta definição, mas é o menos desenvolvido no quesito mobilidade. O europeu caracteriza-se por ser mais versátil, facilitando a transmissão de múltiplos canais na mesma freqüência. O japonês, por sua vez, prioriza a alta definição da imagem e a portabilidade, beneficiando a transmissão para celulares e computadores de mão. (CAPANEMA; FRANÇA, 2013, p. 32) 3232 A primeira transmissão oficial do sinal digital brasileiro ocorreu em 2 de dezembro de 2007, em São Paulo, sendo a RedeTV! a primeira emissora de televisão aberta do país a exibir programação em formato digital. Após essa estreia, cada emissora recebeu um canal a mais para que fosse possível a transmissão do sinal digital de forma simultânea à do analógico. Isso foi possível até 2016. Porém, a transição da TV analógica para a digital ocorreu de forma gradativa, até o final do ano de 2018, atingindo todas as cidades e regiões do país. 2.5 Tipos de TVs A televisão pode ser dividida em duas: • TV aberta, aquela que chega até a sua casa gratuitamente. • TV paga, aquela em que é preciso pagar pelos canais. A TV fechada se popularizou pelo termo TV a cabo, por ser o cabo o meio de transmissão de sinal que mais se utiliza na TV paga. Outro termo que conhecemos é o TV por assinatura, que aponta que é preciso assinar um plano para ter acesso aos canais. Figura 6 – Televisão Fonte: Pixabay. 3333 33 Já na TV aberta, não é necessário pagar. Ela é oferecida para a população de forma gratuita, sem encargos e taxas, por emissoras de televisão aberta, como Globo, Record, SBT, Band, RedeTV!, CNT, TV Aparecida, Canção Nova, Record News, TV Brasil, Cultura, Gazeta, entre outros. A diversidade de programação nas emissoras de TV é bem grande, porém, ao pagar por um serviço de assinatura, o público tem uma variedade muito maior. Além de emissoras nacionais, 80% da programação da TV por assinatura são de canais estrangeiros. Porém, mesmo pagando por esse serviço e tendo diversas opções na programação, o público ainda fica sujeito a seguir o horário imposto pelos canais de televisão. Ou seja, é preciso estar naquele dia e naquele horário em frente à TV para acompanhar o programa. As interações possíveis também são feitas seguindo esse padrão. Mas, em um contexto de era digital em que a televisão também se enquadra, surge uma nova forma de consumir programas televisivos que permite escolha e interação: VOD – Vídeo on Demand. 2.6 Vídeos on demand Estamos passando por um momento muito delicado no âmbito das comunicações, das interações e da forma como consumimos conteúdo televisivo principalmente. Uma das grandes tendências que tem roubado a atenção e o grande público da TV aberta é o VOD – vídeo on demand. Vamos entender o conceito e como isso está acontecendo: Vídeo on demand nada mais é que a nova forma de assistir à televisão e consumir produtos audiovisuais em que o grande protagonista é o público consumidor. Ou seja, é possível escolher o que assistir no melhor horário que a rotina permitir. 3434 VOD é um serviço interativo, em que o assinante paga uma mensalidade para ter acesso a uma variedade de produtos audiovisuais. Alguns pacotes são mais específicos e incluem apenas filmes, mas, no geral, os pacotes são compostos por uma espécie de biblioteca de conteúdos com filmes, séries, shows, programas de televisão, documentários, docudramas, musicais, entre outros. Com o VOD, é possível ter acesso de duas formas: • Streaming. • Download. No streaming, é possível assistir on-line onde e quando a pessoa puder e a transmissão é proporcionada pela internet. Ou também o recurso do download é muito viável, pois permite que o assinante baixe a obra e assista quando puder, sem depender de estar conectado à internet no momento de consumir o conteúdo do vídeo. ASSIMILE A Netflix é um grande exemplo de vídeo on demand. O assinante paga um valor mensal por um pacote de filmes, séries, programas de TV, documentários, animações, entre outros. O assinante pode ver também via streaming e, algumas produções, ele pode fazer o download e assistir off-line quando quiser. Dessa forma, consumir conteúdos quando puder, sem depender de uma programação preestabelecida, com horários pautados, pode não fazer mais sentido para essa nova geração. Ou seja, a transformação digital traz mais mudanças de comportamento do que tecnológicos e esse é um grande exemplo. 3535 35 Figura 7 – Vídeo on demand Fonte: Pixabay. A linguagem da televisão, que se pautou e se estabeleceu por meio da sua organização estrutural da grade de programação, hoje já não precisa desse recurso para ter audiência. Assim, a briga pela audiência fica concentrada na qualidade das produções, já que o padrão de consumo por dia e horário “caiu por terra” para a geração digital. Mesmo assim, com esse novo padrão de consumo audiovisual, a Pesquisa Brasileira de Mídia de 2015 confirma que o hábito de consumir televisão é predominante no Brasil. Segundo a pesquisa, 95% dos brasileiros veem TV regularmente e gastam, em média, 4h30 em frente ao aparelho. 3. Conclusão A preferência nacional pela TV continua firme, porém, os hábitos de consumo ganharam novos coadjuvantes. A internet e a transformação digital nos dão grandes possibilidades e é preciso estar sempre atento às tendências. Há espaço para todos os tipos de TV e seus usos, de acordo com o perfil de cada público. A geração que já veio ao mundo conectada traz consigo novas formas de ver TV e consumir produtos de mídia. O grande desafio agora é produzir com qualidade para conquistar esse novo telespectador. 3636 TEORIA EM PRÁTICA Para manter a atenção do público hoje, é preciso investir em produções de qualidade, já que há várias formas de se acessar conteúdo televisivo e, para as novas gerações, é muito mais fácil quando há uma plataforma que disponibiliza uma seleção de conteúdos on-line em que é possível assistir na hora em que elas puderem, no seu ritmo e fazendo pausas se for preciso. Sabendo que isso é uma tendência que tem aumentado a cada dia e tendo como base essa afirmativa, que tipo de plataforma de conteúdo VOD você criaria para atender a alguma demanda de um nicho específico que você considera que teria público? Explique o que seria e justifique sua resposta. VERIFICAÇÃO DE LEITURA 1. Repensar o conteúdo televisivo foi uma iniciativa que começou a ser desenvolvida a partir de qual década? a. 1980. b. 1990. c. 2000. d. 2010. e. 1970. 3737 37 2. Pagar para ter acesso às emissoras de TV é uma tendência, mas existe há alguns anos. Há várias nomenclaturas para esse serviço. Qual dessas nomenclaturas está falando exatamente de pagar para poder ter acesso aos vídeos e fazer download de alguns deles quando necessário? a. TV a cabo. b. TV por assinatura. c. Vídeo on demand. d. TV aberta. e. TV fechada. 3. Por que a narrativa transmidiática é uma estratégia de sucesso? a. Porque ela narra histórias que podem ser replicadas em outras mídias digitais. b. Porque suas histórias são publicadas iguais em plataformas de mídias. c. Porque ela não tem padrão e o público aprecia a desconstrução narrativa. d. Porque o público gosta de interagir e continuar narrativas é uma forma de interação. e. Porque ela possibilita que o público conheça narrativas mais complexas. 3838 Referências bibliográficas CANNITO, N. Televisão na era digital, a interatividade, convergência e novos modelos de negócio. São Paulo, SP: Summus, 2010. CAPANEMA, L.; FRANÇA, R. O. A televisão no ciberespaço: reformulações da televisão na internet e na TV digital. Revista GEMInIS, São Carlos: UFSCar, ano 4, n. 1, p. 20-36, jan./jun. 2013. FONTANILLE, J. Semiótica do discurso. Tradução de Jean Cristtus Portela. São Paulo: Contexto, 2007. JENKINS, H. Cultura da convergência. São Paulo: Aleph, 2009. MARTINO, L. M. S. Teoria das mídias digitais: linguagens, ambientes e redes. Petrópolis: Vozes, 2014. MITTERMEYER, T. Narrativa transmídia: uma releitura conceitual. São Bernardo do Campo: Editora Codes, 2017. RIBEIRO, A. P. G; SACRAMENTO, I; ROXO, M. História da Televisão no Brasil: do início aos dias de hoje. São Paulo: Editora Contexto, 2010. Gabarito Questão 1 – Resposta B Resolução: foi a partir de 1990 que a digitalização e novas formas de interação fizeram com que a TV repensasse seus conteúdos. Questão 2 – Resposta C Resolução: no vídeo on demand é possível assistir às produções on-line ou fazer download para ver off-line depois. Questão 3 – Resposta D Resolução: a interação é fundamental para que o público faça as expansões da narrativa e ela se torne transmídia. 3939 39 Reality shows: temas e formatos Autora: Jéssica Amorim Objetivos • Explicar a diferença entre reality TV e reality show. • Compreender quais elementos deste desse tipo de programa conseguem a adesão do telespectador. • Conhecer os principais formatos de reality show que fazem sucesso com o público em geral. 4040 1. Reality shows: temas e formatos A televisão, desde seu início, centrou suas produções nas narrativas ficcionais. Ver e ouvir histórias estão sempre presentes no imaginário brasileiro e, mesmo sendo ficcionais, a adesão sempre foi enorme. Mesmo assim, programas que exploram o lado mais real das narrativas também fazem grande sucesso. Nesse formato, o público consegue sentir mais proximidade com os personagens, ocorre identificação e, além disso, ele vê na telinha da TV pessoas com as quais ele interage ou convive. Esses são alguns dos motivos que fazem os reality shows serem tão apreciados pelo grande público. Espiar o que se passa na vida alheia também é um hábito do ser humano em geral. Quando um programa de TV chancela e proporciona isso, o telespectador se sente completamente à vontade para espiar sem se sentir julgado. Na verdade, há uma inversão de papéis com essa nova forma de acessar a vida do outro. Quem vê e julga é o público. Vamos entender como são formados esses programas de realidade, ou reality shows, e por que fazem tanto sucesso, se não de crítica, pelo menos de público. 1.1 A familiaridade da realidade Com o processo de globalização das produções da TV entre os anos 1990/2000, um vasto campo de formatos e gêneros de produções se abriu. Ficar preso apenas no mesmo padrão de produção de programas já não era suficiente. Mesmo porque o público é o grande termômetro do que funciona na TV, e quando ele perde o interesse por determinado tipo de programa, significa que é hora de renovar. A TV por assinatura, por exemplo, trouxe uma nova forma de ver TV, além de apresentar um novo modelo de negócios e mudanças nos padrões 4141 41 técnicos e estéticos. Ela provocou, também, a desterritorialização das TVs, fazendo com que ela saísse do âmbito local para se tornar global. Para trazer novidades, os produtores de televisão precisam estar sempre atentos e partir em busca do que a audiência gostaria de assistir. Mais importante do que isso é saber identificar as tendências, ter o feeling para decidir em qual tipo de programa investir. Tendo em vista que tudo é extremamente caro na TV, é preciso dar o tiro certo na hora de testar um novo formato ou mesmo um novo gênero. Figura 8 – Telespectadores aguardam o reality show Fonte: wundervisuals/iStock.com. Derek Thompson, em seu livro “Hit Maker – como nascem as tendências”, diz que, para que qualquer produto de mídia tenha sucesso e conquiste o público, é preciso fazer com que o público se identifique com ele: “(...) para vender algo familiar torne-o surpreendente. Para vender algo surpreendente, torne-o familiar” (2017, p. 85). Talvez seja por essa premissa básica que os programas de realidade fazem tanto sucesso. Além de aguçar o voyeurismo e a sede do homem em sempre querer saber o que se passa na vida alheia, esse tipo de programa traz um efeito de sentido de realidade e de verossimilhança que atraem a atenção. Vamos entender como esses programas funcionam e quais os formatos que mais agradam. 4242 1.2 Reality TV Os programas de realidade, os chamados realities, caíram no gosto do público no final dos anos 1990 e início dos anos 2000. Na verdade, trata-se de uma grande estratégia de aproximação com um público que já não estava mais tão ligado à programação da TV. Não que a TV tenha perdido seu espaço nesses anos, mas ela ganhou algumas concorrências relevantes, como os canais a cabo, os videocassetes, DVDs e Blu-rays, além da ascensão dos jogos de videogame. Todos esses novos dispositivos competem com a atenção que, durante muitos anos, foi apenas da televisão, principalmente dos canais abertos. Por isso, a reality TV veio para capturar de volta a atenção desse público que se dispersou muito. A premissa da reality TV não é seguir o modelo vigente de apresentação e veiculação de conteúdo. Não basta apenas reproduzir mimeticamente o cotidiano, como é feito nas novelas ficcionais. Com a reality TV, a ideia é mostrar o cotidiano, mas de forma real, ou o mais próximo possível do real. Mas o que é reality TV? A reality TV é como chamamos a diversidade de formatos de programas que visam mostrar a realidade e o cotidiano de pessoas em algumas situações pontuais. Trata-se da simulação entre a ficção e a realidade que se pauta na curiosidade do homem em sempre querer ver o que se passa do lado de fora do seu portão. Há diversos tipos de programas de reality TVs ou quadros dentro de programas, que podem ser classificados dessa forma. Por exemplo, Faustão, Domingo Legal, Pânico na TV, Linha Direta, Casos de Família, o quadro “Retrato Falado” do Fantástico, entre outros. O reality show é apenas uma vertente da reality TV. Todos esses programas trazem em comum a exposição de histórias de pessoas reais, tanto contadas de forma ficcional quanto em depoimentos e participação do público. 4343 43 Esses programas trabalham com foco na interação. Alguns utilizam câmeras escondidas, outros fazem entrevistas e colhem depoimentos dos participantes. A participação de celebridades e famosos também ajuda a alavancar a audiência. Afinal, segundo Freud (apud SOUZA, 2004), o voyeurismo faz parte do cotidiano das pessoas comuns e não se caracteriza como algo anormal. A palavra voyeur, que antes significava “pessoa que vê algo por curiosidade”, mudou de sentido no século XIX para designar indivíduos que obtêm o prazer sexual observando outras pessoas nuas ou na intimidade. (SOUZA, 2004, p. 126) É o caso desse tipo de programa. Ele instiga o prazer solitário da observação da vida alheia. Por ser tão instigante e fazer tanto sucesso, os programas da reality TV causaram um impacto televisivo que afeta todos os sistemas e as plataformas de comunicação e, também, acaba ultrapassando a linha tênue que move a televisão: informação versus entretenimento. PARA SABER MAIS Uma boa dica de filme que ilustra bem o que seria um reality show dentro da reality TV é o filme O Show de Truman (1998), de Peter Weir. 1.3 Reality Show Podemos dizer que o reality show foi o subgênero da reality TV que mais rentabilizou e funcionou enquanto programa independente. Ele funciona não só como um programa de realidade cotidiana, mas também como um game show. Nesse formato, os participantes participam de jogos e disputas que geralmente envolvem rapidez, resistência, esperteza e inteligência. 4444 Em entrevista para a Isto é, em 2014, John De Mol, o holandês criador de reality shows como Big Brother e The Voice, disse que as pessoas ainda estão interessadas nesse tipo de programa porque os reality shows são o espelho da sociedade e que os participantes são pessoas comuns, que podemos encontrar nas ruas. ASSIMILE Para entender como pensa o criador de reality shows como o Big Brother e o The Voice, leia essa reportagem e entrevista com John De Mol, disponível em: https://istoe.com. br/350102_OS+REALITY+SHOWS+SAO+O+ESPELHO+DA+ SOCIEDADE+/>. Acesso em: 25 jul. 2019. O formato se popularizou tanto no Brasil e no mundo após o boom do Big Brother e o pioneirismo do Survivor que hoje existem reality shows em várias esferas. O sucesso foi tanto que vários setores quiserem ter o seu próprio reality. Vamos conhecer os principais segmentos, seus programas e características. 1.4 Aventura 1.4.1 Survivor O Survivor foi o precursor da onda de reality shows no mundo. Mesmo tendo sido criado no Reino Unido em 1992, a versão norte-americana foi produzida apenas nos anos 2000. O reality ficou conhecido pelo seu pioneirismo e por ter conquistado forte audiência nos Estados Unidos. A série possui dezenas de temporadas e é transmitida pelo canal CBS. O objetivo do reality é fazer com que seus participantes fiquem isolados https://istoe.com.br/350102_OS+REALITY+SHOWS+SAO+O+ESPELHO+DA+SOCIEDADE+/ https://istoe.com.br/350102_OS+REALITY+SHOWS+SAO+O+ESPELHO+DA+SOCIEDADE+/ https://istoe.com.br/350102_OS+REALITY+SHOWS+SAO+O+ESPELHO+DA+SOCIEDADE+/ 4545 45 em um local remoto e devem prezar por sua sobrevivência. Eles devem buscar água, comida, abrigo enquanto participam de provas e disputas por recompensas e imunidade. Figura 9 – Participantes do reality show Survivor Fonte: domínio público/CBS. Acesso em: 25 jun. 2019. A eliminação dos participantes do programa se dá pelos próprios competidores, que votam para que um membro da equipe saia. Até a confecção deste material, o programa estava em sua vigésima temporada. 1.4.2 No Limite No Limite foi o primeiro reality show brasileiro exibido pela Rede Globo em quatro temporadas, com intervalos entre 2000 e 2009. A atração foi baseada na pioneira Survivor, mesmo sem ter comprado os direitos de exibição. A versão brasileira sempre foi exibida nas noites de domingo, após o Fantástico. A premissa do programa era a mesma do Survivor. Os competidores, 12 ao todo, participaram da primeira edição, gravada na fictícia Praia dos Anjos, a cerca de cem quilômetros de Fortaleza, no Ceará. Eles foram divididos em duas equipes: Sol e Lua, e a eliminação de um dos integrantes dos times acontecia quando o time perdia em cada desafio. 4646 2. Vida real 2.1 Big Brother Big Brother Brasil (BBB) é a versão brasileira do reality criado por John de Mol e que está em 35 países do mundo. No Brasil, o programa é produzido e exibido pela Rede Globo. Sua estreia foi em 29 de janeiro de 2002, com uma segunda temporada no mesmo ano. A partir da terceira edição, passou a ser anual, sempre de janeiro a abril. No programa, um número variável de participantes fica confinado em uma casa cenográfica no Rio de Janeiro. Eles são vigiados por câmeras 24 horas por dia, sem conexão com o mundo exterior, e é vetada qualquer comunicação externa com parentes e amigos. Não é possível ter acesso a internet, ler jornais nem ver TV. Eles disputam um prêmio em dinheiro no valor de 1 milhão de reais. Porém, alguns participantes ganham outros prêmios menores durante as provas realizadas. Figura 10 – Logo do reality show Big Brother Brasil Fonte: BBB Oficial/domínio público. Acesso em: 24 jun. 2019. Os participantes são anônimos, pessoas comuns, e são escolhidos pela produção do programa. A cada semana, dois ou três participantes são indicados pelos companheiros para enfrentar o voto popular e sai quem é o mais votado. 4747 47 Os participantes disputam provas que testam sua resistência, sorte, inteligência e esperteza e têm como objetivo superar as eliminações e permanecer na casa até o último dia. O que atrai muito o público do BBB é que ele representa o voyeurismo e o exibicionismo midiático em um grau elevado. Além disso, dentro da casa acontecem situações pontuais, intrigas, surgem relacionamentos, amizades se fazem e desfazem, uns conspiram contra os outros e somente o público consegue ver os dois lados, como se acompanhasse uma produção de ficção. Enquanto observador, o público acompanha e julga as atitudes dos participantes. Há uma preferência velada pela autenticidade e o público preza por valores e bons costumes. Certamente, há torcida pelo participante que se encaixe nesse filtro pessoal que o público cria a partir dos valores morais da sociedade. O público também julga a dicotomia entre bem e mal e, principalmente, a veracidade versus encenação. Quem encena passa a impressão de falsidade, o que é condenado pelo público, e certamente esse participante será votado para sair. “Distinguir veracidade e encenação, identificar quem é quem no programa passa a ser, portanto, uma função primordial do jogo” (ROCHA, 2009, p. 13). 2.2 Casa dos Artistas O programa Casa dos Artistas foi o reality show que seguiu a mesma configuração do Big Brother Brasil. Porém, a série foi exibida pelo canal SBT entre 2001 e 2004 e havia uma diferença entre as características dos participantes: neste, era um grupo de celebridades e subcelebridades que disputavam o prêmio principal em dinheiro. O final da primeira temporada, exibido em 16 de dezembro de 2001, rendeu a maior audiência da história do SBT, com média de 47 pontos e picos de 55, contra 18 pontos da segunda colocada. 4848 O programa teve, ao todo, quatro temporadas. A temporada 3 trouxe uma novidade: cada famoso poderia levar um fã para participar e interagir na programação. A vencedora dessa edição foi a modelo fitness Solange Frazão. O que chamou a atenção neste reality como um todo foi o relacionamento e as intrigas de pessoas conhecidas do público. Foi possível observar mais de perto como era o cotidiano das celebridades. 2.3 Viagem Há alguns reality shows de viagens, mas vamos destacar apenas dois. A plataforma de streaming Netflix investiu em vários formatos de conteúdo audiovisual. O Netflix Instant Hotel é um deles. O programa é um reality show de pousadas e viagens. Na verdade, vence quem tiver a melhor pousada. Os competidores precisam dar notas entre si. Enquanto isso, o telespectador assiste e conhece locais paradisíacos, o que instiga a vontade de viajar. Os casais participantes do show precisam conhecer e avaliar seus concorrentes, e isso gera tensões engraçadas para quem está assistindo. Fica difícil prever quem será o vencedor. Figura 11 – Reality show de viagens Fonte: hocus-focus/iStock.com. 4949 49 Outro reality de viagem interessante foi o Viagem sem Fim, exibido pelo Multishow às quintas-feiras, ao longo de 2010. A ideia era que, com um orçamento apertado e um roteiro desconhecido, oito jovens toparam a aventura de participar. Eles não se conheciam antes da jornada e percorreram parte do Chile e da Argentina a bordo de um motorhome. Ao todo, foram 17 cidades e 34 dias de estrada. O que garantiu a audiência, além de lindas paisagens da América do Sul, foi os conflitos gerados pelas diferenças entre os participantes, que dividiam um espaço minúsculo dentro do motorhome. 2.4 Culinária 2.4.1 Masterchef MasterChef Brasil é um dos programas mais queridos e conhecidos do país. É, também, um reality show de culinária exibido pela TV Band, baseado no consagrado formato original de mesmo nome exibido pela BBC, no Reino Unido. A primeira temporada estreou em 2 de setembro de 2014 e, no momento da redação deste conteúdo, conta com seis temporadas. É apresentado pela jornalista Ana Paula Padrão e os jurados são os chefs Henrique Fogaça, Érick Jacquin e Paola Carosella. Os cozinheiros amadores são previamente selecionados por meio de audições. Durante o programa, eles participam de provas de elaboração de pratos selecionados e podem disputar tanto sozinhos quanto em duplas e, às vezes, em grupos. Os chefs provam todos os pratos, eliminam quem fez o pior prato naquela edição. Já quem fez o melhor ganha vantagens e prêmios e continua na disputa. A série gerou mais dois spin-offs: MasterChef Júnior, que conta com crianças como concorrentes, e MasterChef Profissionais, que conta com chefs profissionais como concorrentes. 5050 Em 2017, o MasterChef Brasil se consagrou como o maior canal da franquia no YouTube, com os vídeos inéditos sendo postados na plataforma logo após serem exibidos na TV Band. PARA SABER MAIS O canal fechado TLC tem um reality show de culinária bem diferente chamado Cake Boss. Não é uma competição, como os exemplos citados, mas sim a vida e os confeitos produzidos por Buddy Valastro e sua família na padaria Carlo’s Bakery. Vale a pena conferir. 2.5 Decoração O canal da TV por assinatura GNT veicula um interessante reality show de decoração. O programa é comandado pelo arquiteto Maurício Arruda. Ele cria um projeto a partir de vídeos enviados pelo público pedindo a reforma de algum local. Ele redecora o ambiente usando criatividade, tendências e, antes, mostra os detalhes da transformação usando efeitos de computação gráfica. O “Lar Doce Lar” é um quadro que pertence ao programa Caldeirão do Huck, na Globo. As pessoas de diversos locais do Brasil mandam e-mail e até cartas contando sua história e por que querem participar do reality. São histórias emocionantes, que mostram a realidade de famílias simples que, na maioria dos casos, não têm condições financeiras para reformar a casa. Cada episódio conta com uma família diferente. Além de acompanharmos a reforma e a decoração, também acompanhamos a história e rotina da família selecionada. 5151 51 O programa cuida do novo projeto, da reforma, dos profissionais, dos móveis e, ao final, mostra o antes de depois da transformação do ambiente. 3. Conclusão Os programas de realidade sempre são sucesso na TV mundial desde o início dos anos 2000, por mais que tenham sido criados bem antes disso. Alguns programas já exibiam quadros que remetiam à realidade das pessoas. Ao perceber como esse tipo de inserção de realidade em meio ao mar de produtos ficcionais chamava a atenção do público, o tiro certeiro veio ao trazer programas exclusivos – os shows de realidade (reality shows). Por meio desses shows, os telespectadores passam a conhecer a realidade de pessoas comuns, que têm suas próprias histórias. Isso cria empatia, identificação e faz com que a televisão seja algo cada vez mais próximo do público. A comunicação digital, por meio das redes sociais, proporciona uma maior interação e aumenta a sensação de pertencimento. Parece que os reality shows vieram para ficar. Só o tempo dirá. TEORIA EM PRÁTICA Tendo em vista todos os exemplos de reality shows citados nesta unidade e sabendo da importância e aderência desse formato junto ao público, imagine a seguinte situação: você, como produtor de TV, recebe a incumbência de idealizar e produzir um reality show para um público específico. Escolha o público específico e desenvolva um miniprojeto contendo: 5252 • Nome do reality, público-alvo, forma de seleção dos participantes, periodicidade, tipos de provas de eliminação, prêmio final e estratégias de entretenimento dentro do reality. Opções de públicos: • Tatuadores. • Comunidade naturista. • Ou circo. VERIFICAÇÃO DE LEITURA 1. Onde aconteceram as primeiras interações de realidade na TV? a. Novelas. b. Programas de auditório. c. Jornalismo. d. Programas educativos. e. Programas esportivos. 2. Tendo em vista que os programas de reality TV estão presentes em vários formatos, identifique o tipo que não se enquadra nessa categoria: a. Domingão do Faustão. b. Caldeirão do Huck. c. Domingo Legal. 5353 53 d. Linha Direta. e. Avenida Brasil. 3. Quais foram os programas pioneiros de reality show nos Estados Unidos e Brasil, respectivamente: a. The Voice e BBB. b. Survivor e BBB. c. Survivor e No Limite. d. MasterChef e No Limite. e. The Voice e MasterChef. Referências bibliográficas CANNITO, N. Televisão na era digital, a interatividade, convergência e novos modelos de negócio. São Paulo: Summus, 2010. RIBEIRO, A. P. G; SACRAMENTO, I; ROXO, M. História da televisão no Brasil: do início aos dias de hoje. São Paulo: Editora Contexto, 2010. ROCHA, D. C. Reality TV e reality show: ficção e realidade na televisão. Revista da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação, Brasília, v. 12, n. 3, set./dez. 2009. SOUZA, J. C. A. Gêneros e formatos na televisão brasileira. São Paulo: Summus, 2004. Gabarito Questão 1 – Resposta B Resolução: os programas de auditório expressam a realidade de pessoas comuns, por isso o formato teve uma boa aderência em seguida. 5454 Questão 2 – Resposta E Resolução: Avenida Brasil é o título de uma novela famosa da TV Globo que é puramente ficcional, sem nenhum quadro de realidade. Questão 3 – Resposta C Resolução: Survivor e No Limite estrearam em 2010 e foram os reality shows pioneiros de ambos os países. 5555 55 Produção de conteúdo para redes sociais Autora: Jéssica Amorim Objetivos • Entender as particularidades de linguagem de cada rede social. • Descobrir como escrever para cada rede social. • Aprender técnicas para produção de conteúdo. 5656 1. Produção de conteúdo para redes sociais Produzir conteúdo pode parecer algo que conta apenas com a capacidade criativa do produtor, algo simples, que aprendemos na escola desde a educação básica. Mesmo que adquiramos a competência da escrita desde cedo, isso não significa que todos dominam a arte de construir um bom texto. Saber escrever é primordial para nossa comunicação em sociedade e, por meio da escrita, conseguimos produzir conteúdos para diversas plataformas diferentes. Mas será que aprendemos a fazer um texto que informe, entretenha e convença alguém, tudo ao mesmo tempo? Vamos ver como é possível produzir conteúdos relevantes, por meio de pesquisa aprimorada como um passo inicial e, na sequência, vamos entender como é importante usar algumas estratégias e quais realmente funcionam. 1.1 A importância da pesquisa O conteúdo é a grande chave para engajamento, persuasão e vendas. Todos os setores de comunicação estão focados e buscando aprender como fazer para chamar a atenção do novo consumidor, esse chamado de geração Y ou millennials. E, também, dos nativos digitais da geração Z. Para produzir qualquer tipo de conteúdo para gerar engajamento, é preciso entender que fazer uma boa pesquisa antes do início da produção do material é uma etapa importante do processo e não deve ser ignorada. O sucesso da pesquisa depende, e muito, da curiosidade do redator. Portanto, desenvolver a curiosidade é um aspecto fundamental para aguçar a criatividade para pensar em pautas relevantes e envolventes, que irão captar a atenção do receptor. 5757 57 O conteúdo de sucesso sempre passou por uma pesquisa mais detalhada. Assim ele fica rico em detalhes e desperta a curiosidade e o prazer da leitura. Portanto, não economizar tempo para fazer uma busca minuciosa é fundamental para produzir um material relevante. Antes de criar qualquer conteúdo, é preciso estruturar uma pauta com os seguintes questionamentos: • Por que esse assunto é importante? • O meu público vai se interessar por esse assunto? • Por que estão todos comentando sobre esse assunto? • Eu deveria falar sobre esse assunto? PARA SABER MAIS Neste texto há várias dicas de como se fazer uma pesquisa do Google de qualquer natureza, disponível em: https:// marketingdeconteudo.com/como-fazer-uma-pesquisa-no- google/. Acesso em: 25 jul.