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UNIVERSIDADE PAULISTA ANA CAROLINA CABRAL DA FONSECA RA 2236501 EXERCÍCIO 1 - ANÁLISE QUANTITATIVA DE CARDÁPIOS TAUBATÉ 2025 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 3 2 CONCEITOS PRINCIPAIS ............................................................................ 4 2.1 NPU ........................................................................................................ 4 2.2 NPCal ...................................................................................................... 4 2.3 NDpCal% ................................................................................................ 5 3 ANÁLISE QUALITATIVA DE CARDÁPIO ..................................................... 5 4 ADEQUAÇÕES SEGUNDO PAT ................................................................ 10 5 CONCLUSÃO .............................................................................................. 11 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 13 1 INTRODUÇÃO O Programa de Alimentação do Trabalhador, conhecido como PAT, foi criado através do Decreto número 5, em 14 de janeiro de 1991, que regulamenta a Lei número 6.321 de 1976. O propósito desse programa é aprimorar as condições alimentares dos funcionários, especialmente aqueles que ganham menos. Esta política pública visa promover a saúde, garantir a segurança alimentar e aumentar a produtividade, minimizando a falta ao trabalho e os riscos de enfermidades relacionadas à alimentação inadequada (BRASIL, 1991; BRASIL, 1976). O PAT é um programa que as empresas podem optar por participar, sendo sua adesão voluntária. No entanto, a sua implementação proporciona incentivos fiscais, como a dedução de parte dos custos com alimentação no Imposto de Renda para Pessoas Jurídicas (IRPJ). Em contrapartida, as empresas são obrigadas a seguir as diretrizes nutricionais definidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), assegurando que as refeições oferecidas cumpram as determinações de qualidade nutricional, segurança higiênico-sanitária e equilíbrio na alimentação (BRASIL, 2006). O PAT determina que as refeições oferecidas devem seguir critérios de qualidade e equilíbrio nutricional, conforme os valores energéticos e a divisão de macronutrientes estabelecidos pela Portaria Interministerial nº 193/2006. Para adultos saudáveis, o valor energético total (VET) diário é considerado em 2.000 kcal, dos quais o almoço ou jantar deve fornecer entre 30% e 40%, ou seja, aproximadamente 600 a 800 kcal. A distribuição sugerida para os macronutrientes é de 55 a 75% de carboidratos, 10 a 15% de proteínas e 15 a 30% de lipídios (BRASIL, 2006). Além do aspecto nutricional, o programa estimula a ingestão de alimentos frescos e minimamente processados, valorizando a diversidade, o consumo consciente e a adequação. Assim, o PAT desempenha um papel na prevenção de doenças crônicas, na diminuição do absenteísmo e na promoção de hábitos alimentares saudáveis, tanto no ambiente profissional quanto fora dele (BRASIL, 2014; PHILIPPI, 2014). 2 CONCEITOS PRINCIPAIS 2.1 NPU O NPU (Utilização da Proteína Líquida) é uma medida que avalia a eficácia, indicando a quantidade de proteína consumida que o corpo efetivamente utiliza para criar tecidos, enzimas, hormônios e outros componentes. A forma original (científica) é: NPU = Nitrogênio Retido Nitrogênio Ingerido × 100 Mas, na prática (em cálculos nutricionais aplicados), não se mede o nitrogênio retido, então usamos fatores de aproveitamento médio, ou seja, o fator de utilização proteica. NPU = Proteína Bruta × Fator de Utilização Proteica 2.2 NPCal O NPCal (Percentual de Calorias Não Proteicas) representa as calorias provenientes de carboidratos e lipídios, ou seja, a energia total menos a parcela proteica. Calcula-se através da formula: 𝐍𝐏𝐔 × 𝟒 = 𝐍𝐏𝐂𝐚𝐥 Fonte – Autoria Própria Tabela 1 – Fator de Utilização NPU Esse índice é amplamente utilizado em nutrição clínica e hospitalar, principalmente para avaliar a relação entre calorias não proteicas em dietas enterais e parenterais. 2.3 NDpCal% O NDpCal% (Percentual de Calorias Proteicas Líquidas Digestíveis) expressa a proporção das calorias totais da dieta que provem de proteínas realmente aproveitadas pelo organismo. Dá-se pela formula abaixo: NDpCal% = NPCal × 100 VET Ingerido 3 ANÁLISE QUALITATIVA DE CARDÁPIO A análise qualitativa do cardápio foi realizada de acordo com as orientações do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), levando em conta as três refeições principais (almoço, jantar e ceia) oferecidas aos colaboradores em três dias da semana, com um total aproximado de 360 colaboradores atendidos diariamente. A finalidade da análise foi avaliar a adequação nutricional dos pratos disponibilizados, de acordo com os critérios do PAT, que orienta que cada refeição principal ofereça entre 600 e 800 kcal, com uma distribuição equilibrada de macronutrientes (55–75% de carboidratos, 10–15% de proteínas e 15–30% de lipídios). É importante ressaltar que o método de distribuição das refeições é no formato self-service, o que possibilita que os colaboradores se sirvam à vontade e sem limitações na quantidade de alimentos. Essa característica pode resultar em variações no valor energético total (VET) e na ingestão específica de nutrientes, sendo assim, os cálculos realizados têm como base a porção média estimada das preparações. A análise foi embasada na Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO, NEPA/UNICAMP, 2024), buscando identificar a qualidade nutricional das proteínas (através dos índices NPU, NPCal e NDpCal%), bem como a oferta de alimentos que promovam variedade, equilíbrio e valor biológico adequado às necessidades dos trabalhadores. Abaixo, observa-se o cardápio servido na unidade nos dias 13, 15 e 17 de outubro, utilizado como base para as análises subsequentes. Fonte – Cardápio Semanal Exal (2025), adaptado pelo Autor (2025) Tabela 2 – Cardápio Semanal Exal O cardápio do dia 13 demonstrou uma quantidade excessiva de calorias, proteínas e gorduras, apresentando um baixo nível de carboidratos e fibras, o que não se alinha com as proporções recomendadas pelo PAT. A mistura de Tabela 3 – Análise de cardápio 13 de Outubro Fonte – Autoria Própria pratos, como fricassé, farofa e bisteca e o sistema de self-service aberto são responsáveis pelos altos valores nutricionais. O cardápio do dia 15 demonstrou melhor controle tanto nas calorias quanto no sódio, entretanto, ainda apresenta um excesso de proteínas e uma Tabela 4 – Análise de cardápio 15 de Outubro Fonte – Autoria Própria ingestão reduzida de carboidratos e fibras. O nível de gordura permaneceu perto do limite, devido a pratos empanados e refogados. Embora a refeição forneça uma quantidade energética apropriada, ela ainda se mostra desequilibrada em relação aos macronutrientes. Tabela 5 – Análise de cardápio 17 de Outubro Fonte – Autoria Própria O cardápio do dia 17 apresentou um nível de energia acima do recomendado e alta densidade proteica, com aumento de lipídios e sódio. O equilíbrio entre os macronutrientes ainda não foi atingido. O baixo teor de fibras reforça a necessidade de incrementar mais saladas e grãos integrais. 4 ADEQUAÇÕES SEGUNDO PAT Tabela 6 – Adequações cardápio 13 de outubro Fonte – Manual do Estagiário (2022), adaptado pelo Autor (2025) Tabela 7 – Adequações cardápio 15 de outubro Fonte – Manual do Estagiário (2022), adaptado pelo Autor (2025) 5 CONCLUSÃO A análise dos cardápios dos dias 13,15 e 17 de outubro, que se referem às refeições principais (almoço, jantar e ceia), revela um desalinhamento com as orientações do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) em vários aspectos. Os totais de valores energéticos (VET) dos cardápios examinados ultrapassaram o limite recomendado em todos os dias, o que pode ser relacionado ao sistema self-service implementado na unidade. Nesse sistema, os colaboradores têm a liberdade para se servir à vontade, o que dificulta o controle preciso das porções consumidas. No que se refere à distribuição de macronutrientes, constatou-se um excedente de proteínas e gorduras, juntamente com uma escassez de carboidratos complexos e fibras alimentares, resultando em um cardápio com perfis de hiperproteína e hiperlipídico. Em relação ao teor de sódio, foram observadas variações entre os dias, mas com uma tendência a apresentar níveis elevados, especialmente nas ocasiões de maior consumo de embutidos e temperos industrializados. Além disso, os índices de NDpCal% se mantiveram acima do recomendado, evidenciando a prevalência de proteínas de origem animal nas preparações e ressaltando a necessidade de uma melhor equilibragem entre os grupos alimentares nas futuras criações de cardápio. Proposta de adequação no cardápio Tabela 8 – Adequações cardápio 17 de outubro Fonte – Manual do Estagiário (2022), adaptado pelo Autor (2025) Com o objetivo de alinhar melhor o cardápio às diretrizes do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) e aprimorar a qualidade nutricional das refeições, seguem as ações recomendadas: Controle energético: manter o serviço de self-service, mas implementar porcionadores padronizados e sinalizações visuais no refeitório que indiquem as porções adequadas e a montagem equilibrada do prato. Excesso de proteína: intercalar dias com leguminosas como feijão, grão- de-bico e lentilha como fontes de proteína, ao mesmo tempo que se diminui levemente a quantidade de carne, garantindo a aceitação dos pratos. Gorduras: trocar parcialmente os pratos fritos por opções assadas ou grelhadas, preservando o sabor e as preferências dos funcionários. Sódio: dar preferência ao uso de ervas naturais e especiarias frescas, como alho, cebola, orégano, salsa e manjericão, ao invés de temperos industrializados e embutidos, contribuindo para a redução do teor de sal. Fibras: adicionar, a cada refeição, uma salada crua e um legume cozido ou alimentos integrais como arroz e macarrão, melhorando a ingestão de fibras. Equilíbrio do cardápio: alternar as opções de carnes, incluindo peixe, frango e ovos, para garantir variedade, mantendo os custos dentro dos limites do contrato. Acompanhamento técnico: realizar monitoramentos regulares dos indicadores nutricionais (NDpCal%, sódio e VET), ajustando receitas e métodos de preparo conforme a aceitação dos consumidores e as metas nutricionais definidas. 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Lei nº 6.321, de 14 de abril de 1976. Dispõe sobre a dedução, do lucro tributável, das despesas com alimentação do trabalhador. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 15 abr. 1976. BRASIL. Decreto nº 5, de 14 de janeiro de 1991. Regulamenta a Lei nº 6.321, de 14 de abril de 1976, que trata do Programa de Alimentação do Trabalhador. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 15 jan. 1991. BRASIL. Portaria Interministerial nº 193, de 5 de dezembro de 2006. Estabelece as diretrizes nutricionais para o Programa de Alimentação do Trabalhador – PAT. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 6 dez. 2006. BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. Manual de Orientação do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT). Brasília, DF: MTP, 2021. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia. Acesso em: 24 out. 2025. BRASIL. Ministério da Saúde. Guia alimentar para a população brasileira. 2. ed. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2014. FAO; WHO; UNU. Protein and Amino Acid Requirements in Human Nutrition. Geneva: World Health Organization, 2007. (WHO Technical Report Series, 935). MAHAN, L. K.; RAYMOND, J. L. Krause: alimentos, nutrição e dietoterapia. 16. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2023. NEPA – NÚCLEO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM ALIMENTAÇÃO. Tabela Brasileira de Composição de Alimentos – TACO. 6. ed. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 2024. PHILIPPI, S. T. Nutrição e técnica dietética. 4. ed. Barueri: Manole, 2014. PHILIPPI, S. T. Pirâmide dos alimentos: fundamentos básicos da nutrição. Barueri: Manole, 2020. VANNUCCHI, H. et al. Proteínas: avaliação da qualidade. Cadernos de Nutrição, São Paulo, v. 2, n. 1, p. 17–33, 1990.