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BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA Pediatria Prof. Marly Freitas DIAGNÓSTICAR COM BASE NA CLINICA DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL COM ASMA IMPORTÂNCIA DE SEGUIMENTO PARA DEFINIR GRAVIDADE OS CASOS PASSÍVEIS DE PREVENÇÃO BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA OBJETIVOS BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA INTRODUÇÃO • É uma infecção da VAI quase restrita a crianças menores de 2 anos - Lactentes • Responsável por parcela significativa de admissões hospitalares de causa respiratória no 1° ano de vida • Ocorrência de epidemias no inverno • Primeiro episódio agudo de sibilância em crianças menores de 2 anos • Alguns aspectos ainda não elucidados tratamento - sequelas BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA DEFINIÇÃO • Doença inflamatória aguda do bronquíolo terminal. Precedida ou acompanhada de episódio IVAS Manifestando-se por quadro obstrutivo VAI. BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA ETIOLOGIA • Agente mais freqüente: Vírus Sincicial Respiratório (VSR 0-3 meses) Surtos epidemia (80%) • Outros agentes: Rinovírus, Parainfluenza, Coronavirus, Adenovírus, Influenza, Metapneumovírus humano (MPVH) • 30 a 50% -etiologia indefinida BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA EPIDEMIOLOGIA • Sazonal outono / inverno • Transmissão: via aérea, através gotículas de saliva ou contato com secreções contaminadas • Incidência: 11% 1º ano de vida 6% 2° ano de vida • Pico Incidência: 2 a 6 meses idade • Risco de hospitalização: 2% cças internadas < 1 ano (meninos) • Taxa de mortalidade: 5 a 7% países em desenvolvimento. 0,5 – 2% países desenvolvidos 37% – Cças com doenças de base (Cardiopatias congênitas, Broncodisplasia, FC e Imunodeficiências) BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA História natural de infecções do trato respiratório inferior causada por VSR e Adenovírus 1 3 5 7 9 11 13 3 5 7 9 Dias Semanas 1+ 2+ 3+ Adenovírus S e v e ri d a d e VSR BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA FISIOPATOLOGIA VSR VAI – adere ao epitélio (necrose) + Infiltrado linfocitário edema, muco, Mediadores inflamatórios Obstrução Peq. vias aéreas alteração V/P atelectasia Hiperinflação alveolar Trabalho resp. Hipoxemia + CO2 Colapso respiratório- choque parada cardíaca BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA Vírus Sincicial Respiratório x resposta imunológica • Efeito protetor do Colostro e leite Materno – indicadores indiretos da importância dos aspectos imunológicos • Imaturidade imunológica do lactente - atividade reduzida IgA secretora - > tempo excreção viral e intensidade da doença • Anticorpo IGE específico quantitativamente maior naquelas que tem sibilância • Níveis séricos de IgE e histamina correlacionados com intensidade da doença Episódios subseqüentes de sibilância em 1/3 das crianças FISIOPATOLOGIA BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA QUADRO CLÍNICO Sintomas de infecção VAS: coriza, tosse, febre (2/3 casos), irritabilidade e anorexia • Estado geral bom, mesmo dispnéica Progressão em intensidade após 72hs (definição da gravidade) • Observar sinais respiratórios tipo obstrutivo: taquipnéia, tosse seca inicial, exp. prolongada, sibilância e posterior estertoração pulmonar. Cianose 25% casos • Sinais de maior gravidade: enchimento capilar lento, cianose de extremidades, FR > 70 ipm, tiragem supra-esternal, fadiga muscular • Fígado e baço palpáveis - rebaixamento do diafragma BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA QUADRO CLÍNICO Crianças menores de 1 ano com fatores de risco Forma Apnéica Fatores de Risco • Prematuridade • Ventilação mecânica período neonatal • Idade < 3 meses • Doença ou Malformações congênitas do coração / pulmão; Imunodeficiências hospitalização + freq.(63%) e prolongada • Fumo passivo DIAGNÓSTICO História clínica = Idade entre 0 e 2 anos - Início agudo de sintomas respiratórios como coriza, tosse, espirros precedidos ou não de febre - Taquipnéia, com ou sem insuficiência respiratória - Sinais clínicos de obstrução das vias aéreas inferiores, como sibilos, expiração prolongada Padrão sazonal Radiografia de tórax - realizada seguintes situações Quando há dúvida diagnóstica Quando a evolução clínica não segue o padrão habitual Para pacientes admitidos na ENFERMARIA E UTI Diagnóstico etiológico: Cultura, Elisa, Imunofluorescência, sorologia BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA QUADRO RADIOLÓGICO • Hiperinsuflação (60%) • Brônquios de parede espessa (45%) • Atelectasias (12%) - associado > gravidade • Opacificações segmentares (25%) • Pneumomediastino, Pneumotórax BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA Diagnóstico Diferencial • Coqueluche • Pneumonia Viral • Aspiração de CE • Insuficiência cardíaca • Fibrose Cística • Tuberculose • Asma BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA Diagnóstico Diferencial BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA Diag. Diferencial BVA ASMA Nº Episódios Primeiro Vários Atopia Familiar Presente ou não Presente Atopia paciente Ausente Eventualmente + Resposta BD Incerta Positiva Período ano Inverno Todo ano TRATAMENTO • Depender da gravidade da doença • Maioria Tratamento ambulatorial com seguimento para assegurar melhora do QC Permanência curta no PS Critérios para internação • Apnéia, cianose • Hipoxemia (<92%) • Desconforto resp. com FR > 60 ipm • Retrações IC profundas, gemidos, batimento de asas nariz • Lactentes com doença de base • Desidratação ou pobre ingestão oral BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA TRATAMENTO - Terapia de Suporte Oxigenioterapia Hidratação Controverso broncodilatador e corticóides BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA TRATAMENTO DA BVA Hidratação Conforto Oxigenoterapia BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA Tratamento ambulatorial Sem dificuldade respiratória (FR < 50 IPM) Boa aceitação VO/Amamentação Tratamento hospitalar Dificuldade respiratória Má aceitação VO Outros sinais de gravidade (apnéia, cianose) BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA TRATAMENTO - Medidas gerais: • Posição: ombros elevados + coxim pescoço – retificar Vias aéreas. • Manusear o menos possível. • Presença da mãe • Controle térmico • Dieta normal, manter aleitamento ou suspender – taquipnéia muito intensa – restabelecer o mais breve possível BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA TRATAMENTO Bronquiolite com IR leve (FR < ou = 60) Internação em PS c/ alta precoce Oxigênio umidificado (35-40%) – cateter nasal Aferir nível de saturação de oxigênio OXIMETRIA DE PULSO Manter níveis de saturação ACIMA de 92%. Oximetria não estiver disponível, recomenda-se que a criança com sinais clínicos de esforço respiratório aumentado receba suplementação de oxigênio. TRATAMENTO Bronquiolite com IR Moderada (FR > 60 < 70) Internação em Enfermaria • Tenda úmida c/ O2 + ar comprimido • Jejum por tempo curto • Hidratação parenteral • Considerar RX tórax e Hemograma • Não sedar BRONQUIOLITEVIRAL AGUDA TRATAMENTO Bronquiolite com IR grave - (FR > 70) - Internação em UTI • Associar B2 curta duração / aminofilina IV Corticóide (controverso) • Monitorização clínica e saturometria contínua • Entubação e Ventilação mecânica em caso de estafa PaCO2 > 60 mm/Hg (5%) BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA TRATAMENTO Corticóide – controverso • Maioria dos trabalhos - pouco benefício • Lactentes com curso clínico mais grave, necessitando de cuidados intensivos pode se beneficiar com corticóide • Nenhum estudo sustenta o uso de corticóide para prevenção sintomas pulmonares BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA TRATAMENTO ESPECÍFICO • Ribavirina: uso limitado, exceto em casos muito graves (Mills-1996) • AAP (1993): recomenda o uso em pacientes com fatores de risco BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA SEQUELAS • Sibilância recorrente – hiperreatividade brônquica • Sensibilização alérgica • Asma brônquica • Bronquiolite obliterante BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA PREVENÇÃO Estratégias de Prevenção • Aleitamento materno • Rigorosa lavagem de mãos (profissionais de saúde/ acompanhantes) • Evitar fumo passivo • Imunização passiva (imunoglobulinas) BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA PREVENÇÃO Imunização passiva – imunoglobulinas monoclonal. Redução da taxa de hospitalização, tempo de internação, duração da oxigenioterapia Pediatrics 1998; 102:531-537 BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA PREVENÇÃO Indicações para terapia com imunoglobulina hiperimune contra o vírus sincicial respiratório (VSR) – Palivizumab (1998- AAP) o Menores de um ano nascidos prematuros abaixo de 28 semanas o Menores de dois anos de idade portadores de: Cardiopatias congênitas cianóticas Cardiopatias com hipertensão pulmonar grave Cardiopatias com repercussão hemodinâmica (em uso de medicação) Doença pulmonar crônica da prematuridade (BDP) BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA PREVENÇÃO Indicações para terapia com imunoglobulina hiperimune contra o vírus sincicial respiratório (VSR) – Palivizumab (1998- AAP) 6 MESES que antecedem a estação de pico (outono e inverno) dose - 15 mg/kg/1 x /mês 5 doses Esquema vacinal deve ser mantido • A terapia de suporte e oxigênio são as únicas medidas de valor indiscutível na BVA, o resto é controverso • A longo prazo alguns casos podem evoluir com episódios repetidos de sibilância • Anseio da comunidade pediátrica está na possibilidade de prevenção do VSR BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA CONCLUSÃO BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA Bibliografia 1. Kendig´s Disorders of the Respiratory Tract in Children, 2006 2. Controversies in the treatment of bronchiolittis. Curr Opin Pediatr;17(1):62-6, 2005. 3. Etiologia das Bronquiolites. Pediatria (São Paulo) 2005;2791);65-6 4. Pediatria Básica - Tomo III - Eduardo Marcondes, 2004 5. Doenças Pulmonares em Pediatria - Tatiana Rosov, 2004 6. Nelson-Tratado de Pediatria - Beheman, kliegman, Jenson, 2002 OBRIGADA!
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