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FACULDADE INTERNACIONAL DE CURITIBA-FACINTER
ELMA LIMA DE AMORIM
APRENDER BRINCANDO: O LÚDICO NA APRENDIZAGEM INFANTIL
MACAPA-AP
2011
ELMA LIMA DE AMORIM
APRENDER BRINCANDO: O LÚDICO NA APRENDIZAGEM INFANTIL
	
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Internacional de Curitiba, como requisito parcial para obtenção do Título de Pedagogo.
MACAPA-AP
2011
Dedico este trabalho a meu esposo Iramil com quem compartilho a vida, os sonhos, o amor e a paixão pela educação.
Aos meus filhos: Natália e Gabriel que são a alma e a alegria da minha vida.
Na ação infantil, vai se expressando, assim, uma experiência cultural na qual elas atribuem significados diversos às coisas, fatos e artefatos. Como um colecionador, a criança busca, perde encontra, separa os objetos de seus contextos, vão juntado figurinhas, chapinhas, fronteiras, pedaços de lápis, borrachas antigas, pedaços de brinquedos, lembranças, presentes, fotografias (KRAMER, 2007, p. 16).
RESUMO
Estudos mostram que a atividade lúdica é tão antiga quanto à humanidade, pois, sua valorização aparece em diferentes épocas nas qual a utilização do jogo já era evidenciada como importante ferramenta auxiliar no processo de educação da criança. A brincadeira na infância leva as crianças amplia as possibilidades lingüísticas, psicomotoras, afetivas, sociais e cognitivas da criança. Nesse sentido procuro mostrar neste trabalho de conclusão de curso o lúdico como recurso pedagógico direcionado ao processo de aprendizagem, desenvolvimento, alfabetização e recreação e lazer. A criança quando brinca cria situações imaginárias em que se comporta como se estivesse agindo no mundo do adulto. Assim, é importante compreender o jogo, o brinquedo e a brincadeira como atividade que promove mudanças significativas no desenvolvimento infantil. Dentro deste trabalho de conclusão de curso, meu objetivo geral é a transformação do brinquedo em oportunidade de desenvolvimento. E como objetivos específicos à compreensão do valor dos jogos e brincadeiras na educação infantil como auxílios eficazes para a construção do conhecimento realizado pela própria criança, o desenvolvimento de estudos sobre situações de jogos e brincadeiras que proporcionem às crianças a estimulação necessária para sua aprendizagem e a contribuição dos jogos e brincadeiras lúdicas para o desenvolvimento cognitivo, físico, emocional, social e moral, da criança. Utilizou-se como metodologia para o presente trabalho de conclusão de curso, fontes bibliográficas como: livros, revistas, artigos, trabalhos científicos. Pode-se dizer como resultado esperado que o importante na atividade lúdica, não é apenas o produto da atividade, mas a própria ação, o momento vivido. 
PALAVRAS-CHAVE: criança, brincadeira, lúdica.
SUMÁRIO
RESUMO..................................................................................................................03
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 05
2 GÊNESE CONCEITUAL DO BRINCAR: UM RESGATE HISTÓRICO................08
2.1. O BRINCAR SOB O OLHAR DE PIAGET E VYGOTSKY.................................09
2.2.O LUDICO COMO RECURSO PEDAGOGICO NA APRENDIZAGEM INFANTIL...................................................................................................................11
2.3 TEORIAS DA IMPORTÂNCIA DO BRINCAR......................................................14
3 METODOLOGIA.....................................................................................................17
3.1 RESULTADO DA PESQUISA..............................................................................18
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................19
REFERÊNCIAS..........................................................................................................25
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1INTRODUÇÃO
O presente trabalho de Conclusão de Curso visa à importância do Lúdico na aprendizagem infantil, pois, quando a criança brinca descobre através das ações realizadas com seus brinquedos a criatividade e o seu lado simbólico. 
As crianças, desde os tempos mais remotos, brincavam principalmente com os recursos que a natureza lhe oferecia: areia, água, pedras, pau, etc.
Fazer presente o brincar e o jogo na educação infantil significam transportar para o campo de ensino/aprendizagem condições para maximizar a construção do conhecimento, induzindo as propriedades do lúdico, do prazer, da capacidade de iniciação, ação ativa e motivadora.
Nesse contexto, a importância do universo lúdico para o desenvolvimento infantil tem sido referendada por vários estudiosos da aprendizagem do desenvolvimento como fato indiscutível, já que as crianças brincam em grande parte de seu tempo, como também é através do jogo que a criança se apropria do mundo e desvela o conhecimento da realidade que a cerca. 
Brincando, a criança experimenta, descobre, inventa e aprende, o brinquedo estimula a curiosidade, proporciona o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração e da atenção. Através da brincadeira a criança se diverte, faz exercícios, constrói seu conhecimento e aprende a conviver com seus amiguinhos. 
A pergunta chave dessa pesquisa foi à importância do papel dos jogos e brincadeiras na educação infantil, uma vez que as atividades lúdicas infantis são muito variadas e a maioria delas está intimamente ligada às brincadeiras contadas pela família, pelos grupos de crianças da comunidade em que vivem quando se juntam, por exemplo, na rua para brincar, como também na escola quando brincam na hora do recreio.
A brincadeira, portanto, constitui-se em expressão e condição para o desenvolvimento infantil, já que as crianças quando estão jogando ou brincando, (jogar também é brincar), assimilam e podem transformar a realidade. 
Segundo Piaget (1976): “... os jogos não são apenas uma forma de desafogo ou entretenimento para gastar energias das crianças, mas meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual”.
Segundo o autor, o jogo constitui-se em expressão e condição para o desenvolvimento infantil, já que as crianças quando jogam assimilam e podem transformar a realidade. 
Dentro desta pesquisa busquei alcançar como objetivo geral a transformação do brinquedo em oportunidade de desenvolvimento. E como objetivos específicos à compreensão do valor dos jogos e brincadeiras na educação infantil como auxílios eficazes para a construção do conhecimento realizado pela própria criança. Pesquisar jogos e brincadeiras que proporcionem às crianças a estimulação necessária para sua aprendizagem. 
A escolha do tema justificou-se pelo fato de que através das atividades lúdicas, o educador trabalha o processo de construção do conhecimento da criança, respeitando o estágio do desenvolvimento no qual a mesma se encontra. 
Desde as comunidades primitivas até hoje o ato de brincar proporciona à criança a apropriação do mundo objetivo e a construção do mundo simbólico (ALMEIDA, 2003). Nessa direção, é importante explicitar a origem dos brinquedos, das brincadeiras e dos jogos, considerando a sua importância para o desenvolvimento das crianças nos diversos contextos sócio-histórico-educacional.
A brincadeira é a atividade mais prazerosa para criança, ela proporcionar alegria, liberdade e contentamento. É o momento em que a criança mergulha na ação lúdica, assim, o brinquedo representa certas realidades, isto é, algo presente no lugar de algo real, ou seja, um dos objetivos do brinquedo é dar à criança um substituto dos objetos reais para que possa manipulá-los. Como por exemplo, ao brincar de carrinho seimagina dirigindo como se fosse um adulto, nesse caso o professor pode trabalhar regras de trânsito. 
Nesse sentido o lúdico pode contribuir de forma significativa para o desenvolvimento da criança, auxiliando não só na aprendizagem, mas também no desenvolvimento social, pessoal e cultural, facilitando no processo de socialização, comunicação, expressão e construção do pensamento. Vale ressaltar, porém, que o lúdico é uma ponte que auxilia na melhoria dos resultados por parte dos educadores interessados em promover mudanças no processo educativo.
Utilizei como metodologia para compor o presente trabalho de conclusão de curso (TCC), fontes bibliográficas como: livros, revistas, artigos, trabalhos científicos, etc. Os mesmos trazem uma ampla visão da importância do lúdico no processo de aprendizagem da Educação Infantil. 
Assim, o desenvolvimento da pesquisa consiste na leitura de autores que desenvolveram pesquisas que perpassam a temática em estudo, a fim de embasar teoricamente toda a pesquisa, VYGOSTYK que aponta o brincar como meio para criar situações simbólicas predominantes na primeira infância. PIAGET que se baseia na idéia da criança pesquisadora/exploradora que constrói o seu conhecimento pela experiência, FROEBEL que considera a brincadeira uma atividade séria e importante para quem deseja realmente conhecer a criança, entre outros.
Fazendo uma sucinta descrição dos conteúdos que foram trabalhados na Fundamentação Teórica do presente Trabalho de Conclusão de Curso, tem como subtítulos a GÊNESE CONCEITUAL DO BRINCAR: UM RESGATE HISTÓRICO, O BRINCAR SOB O OLHAR DAS NOVAS TEORIAS, O LUDICO COMO RECURSO PEDAGOGICO NA APRENDIZAGEM INFANTIL e as TEORIAS DA IMPORTANCIA DO BRINCAR. 
Através do lúdico a criança se relaciona com o outro e com o mundo ao seu redor. Brincando e se divertindo está desenvolvendo e operando inúmeras funções cognitivas e sociais, como por exemplo, ao brincarem de boneca com suas amiguinhas, onde cada uma exerce uma função definida por elas mesmas, nos quais representam papeis de adultos. Ou seja, as crianças aprendem imitando o comportamento dos adultos, na vida diária.
O brincar na educação infantil, possui um papel fundamental na conquista da autonomia e aprendizagem da criança. Além de estar fazendo algo que gosta, entrando em um mundo imaginário e de faz de conta, a criança vai explorando o mundo e suas vivências, compreendendo e dominando seus significados. Em outras palavras, está desenvolvendo sua oralidade, percepção espacial, afetividade e socialização. 
GÊNESE CONCEITUAL DO BRINCAR: UM RESGATE HISTÓRICO
Os registros dos livros revelam que a atividade lúdica é tão antiga quanto à humanidade, pois, sua valorização aparece em diferentes épocas nas qual a utilização do jogo já era evidenciada como importante ferramenta auxiliar no processo de educação da criança. Platão (347 a.C.), dezenas de séculos atrás, já preconizava que os primeiros anos da criança deveriam ser ocupados com jogos educativos, sendo que ele mesmo ensinava matemática às crianças em forma de jogo. 
Os gregos e os romanos oferecera uma visão do brincar infantil, constituindo o início da reflexão sobre o lugar que o brinquedo e a brincadeira devem ocupar na vida afetiva da criança. Nessa fase da história da humanidade as crianças dispunham de um leque de jogos, brinquedos e brincadeiras que as acompanhavam ao longo de seu desenvolvimento. Divertiam-se com as brincadeiras com arcos, ioiô, jogos de ossinhos ou nozes. 
A educação das crianças na sociedade primitiva estava relacionada à imitação. As crianças aprendiam imitando o comportamento dos adultos, na vida diária e nas cerimônias dos rituais. Nessa sociedade, constata-se que a educação entre os povos primitivos aparece como um processo, visando ajustar a criança ao seu ambiente, transmitindo-lhes a experiência construída pelas gerações passadas (LUZURIAGA, 2001).
Nesse contexto, o brincar para as comunidades primitivas constitui-se no modo pelo qual aprendiam as regras sociais da vida cotidiana.
Com o advento do Renascimento, surgem outras concepções pedagógicas, nas quais se idealiza a brincadeira como conduta livre que favorece o desenvolvimento da inteligência e facilita o estudo, divulga princípios de moral, ética e contempla os conteúdos de história, geografia e outras áreas afins. Ao atender as necessidades infantis, o jogo torna-se forma lúdica adequada para aprendizagem dos conteúdos escolares, banindo neste momento, os processos tradicionais de ensino e a palmatória vigente do cenário da educação infantil. Assim, novos ideais promovem novas concepções educacionais que reabilitam os jogos, brinquedos e brincadeiras, vistos como tendência natural do ser humano.
Pode-se afirmar, de acordo com Petri (2000), que o brincar modifica-se, e passa a fazer parte da vida infantil. Visto que a infância passa a se constituir como fase importante do desenvolvimento do ser humano e é dotada de especificidade, e que a criança adquire identidade própria dentro do contexto social.
Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. O fato de a criança, desde muito cedo poder se comunicar por meios de gestos, sons e mais tarde, representar determinado papel na brincadeira, faz com que ela desenvolva sua imaginação. Nas brincadeiras, as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação. Amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio de interação, da utilização e da experimentação de regras e papeis sociais. (LOPES, 2006, p.110).
Simultaneamente, por volta do início do século XIX, surge o brinquedo industrializado que transforma o brincar em uma atividade solitária para criança, em função do apelo ao consumo de brinquedos. Neste período, a escola, com objetivos educacionais demarcados, passa a fazer uso pedagógico do brincar, “didatizando-o” de maneira forçada e incoerente.
O brinquedo fornecedor da brincadeira, ele é fonte de imagens a ser manipulada, traduzindo o universo real ou imaginário, alimentando a ação. Essas imagens fazem parte da cultura a ser assimilada pela criança, ela pode transformar criar e recriar suas próprias significações por meio da manipulação. (OLIVEIRA,1992, pág. 43)
No século XX desabrocha a Psicologia Infantil com a produção científica de pesquisas e teorias que debatem a importância do ato de brincar para o desenvolvimento infantil. Essas pesquisas são voltadas a psicogenética de Piaget e a histórica cultural ou social de Vygotsky.
2.1. O BRINCAR SOB O OLHAR DE PIAGET E VYGOTSKY
Na visão de Piaget (1978), é pela brincadeira e pela imitação que se dará o desenvolvimento natural, cognitivo e social da criança, que participa de processos de acomodação, na forma de assimilação. Para o autor, a brincadeira é concebida como conteúdo da inteligência, tida como conduta livre, espontânea, que a criança expressa por vontade própria e pelo prazer que proporciona. Assim, como conduta lúdica demonstra o nível de estágio cognitivo que a criança está, devido o predomínio de um tipo de jogo diferenciado: jogo de exercício, jogo de expressão, jogo simbólico (faz-de-conta), jogo de construção e jogo de regra. O autor esclarece:
O ser humano possui um impulso lúdico já nos primeiros meses de vida, na forma do chamado jogo de exercício sensório-motor; do segundo ao sexto ano de vida, esse impulso lúdico predomina sob a forma e jogo simbólico para se manifestar, a partir da etapa seguinte, através da prática de jogos de regras. (PIAGET, 1978)
Percebeu-se então que os estudos de Piaget apontam para a compreensão do processo de desenvolvimento infantil através do lúdico, o que leva o educador a entender e ampliar conceitos fundamentais sobre o lúdico na aprendizagem da criança.
Na perspectiva de Vygotsky (1989), que concebe o mundo como resultado de processos histórico-sociais, que alteram não só o modo de vida da sociedade, mas também omodo de pensar do homem, o jogo infantil e as brincadeiras são resultados de processos sociais. Neste sentido, o brincar é uma atividade sociocultural livre e origina-se nos valores, hábitos e normas de uma determinada comunidade ou grupo social. Sua natureza é sociocultural, à medida que as crianças brincam com aquilo que elas já sabem ou imaginam que sabem sobre as formas de relacionar-se, de amar e de odiar, de trabalhar, de viver em grupos e sozinhas, de interagir com a natureza e com os fenômenos físicos etc., de um determinado grupo social, que pode ser sua família, a comunidade à qual pertencem ou outras realidades. De acordo com o autor, “é no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva”. (VYGOTSKY,1984, p.28). 
A partir da teoria de Piaget e Vygotsky, ficou entendido que é necessário refletir sobre o papel do professor ao utilizar o lúdico como recurso pedagógico que lhe possibilita o conhecimento sobre a realidade lúdica de seus alunos, bem como sobre seus interesses e necessidades. Paralelamente, no processo ensino-aprendizagem, a Ludicidade deve ser vista como meio de estimular o desenvolvimento cognitivo, social, afetivo, lingüístico e psicomotor e de propiciar aprendizagens específicas. Assim, o educador ao utilizar o lúdico deve considerar a organização do espaço físico, a escolha dos objetos e dos brinquedos e o tempo que o jogo ou brincadeira irá ocupar em suas atividades diárias. 
Segundo Trois, (2007, p.77). Esses aspectos são definidos como requisitos práticos fundamentais para o trabalho com o lúdico como recurso pedagógico.
A minha preocupação com a Ludicidade radica principalmente quando vejo que o jogo simplesmente e direcionado com finalidades bem objetivas e aparentemente acreditamos que as crianças estão sentindo prazer em fazê-lo, pois nós adultos estamos felizes. Grande erro, já tive a experiência de ver crianças vibrando numa brincadeira e ao finalizar, quando começava a me despedir deles, me questionarem se agora podiam brincar. Toda minha alegria desmoronava rapidamente, e saia da sala, por não dizer fugia, com o rabo entre as pernas. Aparentemente nós educadores sentimos alta pressão ética e moral com a nossa profissão, se não trabalhamos conteúdos e objetivos que se manifestem, de uma hora para outra nos alunos. Esquecemos por um lado todo o metabolismo que a nova informação deve sofrer para ela aparecer de uma forma concreta aniquilou a subjetividade ou particularidades do aluno, para que possamos o grupo social adulto, observar no real aquilo que consideramos satisfatório para nossos padrões sociais. E os padrões sociais das crianças a onde ficam? (OLIVEIRA, p. 98)
Entretanto, quando falamos de criança, o universo da fantasia não pode ser desconsiderado, mesmo, e principalmente, quando a questão é conhecer e aprender. A criança quando brinca cria situações imaginárias em que se comporta como se estivesse agindo no mundo do adulto. Enquanto brinca, seu conhecimento sobre o mundo se amplia, uma vez que ela pode fazer de conta e colocar-se no lugar do adulto. Assim, no ato de brincar, os sinais, os gestos, os objetos e os espaços valem e significam outra coisa daquilo que apresentam ser. Ao brincar a criança recria o que é vivenciado por ela no seu dia-a-dia.
2.2 .O LUDICO COMO RECURSO PEDAGOGICO NA APRENDIZAGEM INFANTIL.
Tudo indica na atualidade que a preocupação com o uso do tempo livre nas salas de aula, está levando o brincar a ocupa um papel de peso na área da educação infantil. Nos dias de hoje, busca-se uma educação mais ativa, mais participativa e principalmente, entende-se que a escola deve formar o homem na sua totalidade, o que significa a não perseguição obstinada de conhecimentos, mas o desenvolvimento das habilidades que possam explorar o potencial de cada um para formar um cidadão participativo na sua comunidade. 
Segundo Santos (1997, p.11).
Educar não se limita a repassar informações ou mostrar apenas um caminho, aquele caminho que o professor considera o mais correto, mas é ajudar a pessoa a tomar consciência de si mesma, dos outros e da sociedade. É oferecer várias ferramentas para que a pessoa possa escolher entre muitos caminhos aquele que for compatível com seus valores, sua visão de mundo e com as circunstâncias adversas que cada um irá encontrar. Educar é preparar para a vida.
A utilização do lúdico na escola caracteriza-se como um recurso pedagógico riquíssimo na busca da valorização do movimento, das relações e solidariedade. O trabalho essencial da escola é educar em sentido amplo, ou seja, formar indivíduos para sua inserção e participação na vida social.
A Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional, Lei 9.394, promulgada em 20 dezembro de 1996, cita a Educação Infantil no capítulo II, seção II, nos artigos 29, 30 e 31, onde diz que:
Art. 29 – A Educação Infantil, primeira etapa da educação básica tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físicos, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.
Art. 30 – A Educação Infantil será oferecida em:
I – Creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos idade;
Art. 31 – Na Educação Infantil a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem objetivo de promoção, mesmo para acesso ao Ensino Fundamental.
Na Educação Infantil, a inserção do brincar nas práticas educacionais vem sendo prevista pelos Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, no entanto, há um longo caminho a ser percorrido no sentido de internalizar os conceitos apresentados com relação ao brincar, para, efetivamente, poderem ser não somente transmitidos, mas também assumidos pelos professores na sua prática junto às crianças. Esta é uma década extremamente importante, de transição e mudança de paradigmas e patamares para que o brincar se torne uma prática consciente.
Friedmann (2006 para as crianças, a cultura folclórica é a manifestação da sua riqueza natural, suas potencialidades corporais, intelectuais, emocionais e sociais, contribuindo para elas grande partem de seu patrimônio lúdico.
O mundo globalizado traz novas regras econômicas de grande impacto social, e isso reflete também sobre a educação e nas instituições infantis as atividades lúdicas são poucas exploradas, e, mesmo quando são realizadas, não lhes é dado o valor que elas merecem por isso é fundamental que se desperte o interesse das crianças. Alguns professores possuem dificuldades para trabalhar com o brincar, devido o fato de não ter espaço, tampouco materiais. Visto que estes mesmos educadores demonstram habilidades, gosto pela ação lúdica, criatividade, afeto e procura de instrumentos e metodologias de apoio.
Ao entender este novo paradigma, podemos criar este ambiente especial chamado brinquedoteca, como um espaço alegre, colorido e desafiante, onde a criança, realmente, possa brincar e brincando possa desenvolver sua autonomia, criatividade, iniciativa, senso crítico e responsabilidade, tornando-se pessoa, cultivando a auto-estima e desenvolvendo um autoconceito positivo. (SANTOS. 2005, p. 100)
Percebo que se o professor não aprende com prazer não poderá ensinar com prazer. A sala de aula passa a ser um lugar de brincar quando o educador consegue conciliar o objetivo pedagógico com o desejo do aluno, para isso a criança precisa receber estímulos e o brincar é a forma ideal para que a mesma possa estar crescendo tanto em termos de maturidade quanto em nível de intelectualidade. Quando ela brinca desenvolve sua oralidade, sua capacidade de associar, sua percepção espacial, a afetividade, a socialização, enfim, sua visão e compreensão de mundo. À medida que cresce, sustentada pelas imagens mentais que já se formou, a criança utiliza-se do jogo simbólico para criar significados para objetos e os espaços. Dessa forma, à cadeira pode atribuir a função de um trono do príncipe, à vassoura de seu cavalo e à escadade seu tesouro.
Kishimoto, sobre esta questão afirma que:
O brinquedo propõe um mundo imaginário da criança e do adulto, criador do objeto lúdico. No caso da criança, o imaginário varia conforme a idade: para o pré-escolar de 3 anos, está carregado de animismo; de 5 a 6 anos, integra predominantemente elementos da realidade. (KISHIMOTO, 2000: pg. 19)
Precisa-se quebrar tabus sobre as instituições de educação infantil, reconhecendo a importância de três aspectos básicos: cuidar, educar e brincar. É direito de toda criança ter acesso a uma educação que lhe proporcione segurança, bem estar e amplie seu conhecimento de mundo, garantindo-lhe uma formação global e uma infância feliz.
Ao fazer o estágio de educação infantil observei a falta de espaço e tempo destinados à atividade lúdica, o que compromete o desenvolvimento da criatividade da criança, bem como limita as possibilidades dos professores acompanharem o desenvolvimento das mesmas e conhecerem melhor o universo sócio cultural ao qual elas estão inseridas.
Segundo, Trois (2007, p.49). Criar um espaço, nos currículos de formação docente, que aborde o lúdico como práxis educativa escolar pode ser uma alternativa por meio da qual o educador conheça a realidade do seu grupo de crianças, seus interesses e necessidades, comportamentos, conflitos e dificuldades e que, paralelamente, constitua um meio de estimular os desenvolvimentos cognitivo, social, lingüístico e cultural, propiciando aprendizagens especificas. Nessa perspectiva, a formação lúdica permite ao futuro educador conhecer-se melhor, explorar e descobrir os seus limites, possibilitando formar uma visão clara sobre o jogo e o brinquedo na vida da criança.
O jogo permite uma assimilação e apropriação da realidade humana pelas crianças já que este não surge de uma fantasia artística, arbitrariamente construída no mundo imaginário da brincadeira infantil; a própria fantasia da criança é engendrada pelo jogo, surgindo precisamente neste caminho pelo qual a criança penetra na realidade.
Aos olhos de um observador desatento apenas brincadeiras, coisas sem importância. Aos olhos de um pesquisador, ou de um educador, tantas coisas importantes estão ocorrendo. Como o fato de que, nem sempre as brincadeiras são levadas em conta pelo currículo pré-escolar e quando são, aparecem apenas como recreação ou possibilidade de desgaste de energia para que, em sala, as crianças possam concentrar-se em atividades didáticas dirigidas. 
A questão é como levar em conta o jogo infantil ao serem elaborados planos pedagógicos pré-escolares. Ou seja, como transformar o jogo infantil em recursos pedagógicos pré-escolar em construção de conhecimento pelas crianças e como instrumento de organização autônomo e independente das mesmas.
2.3 TEORIAS DA IMPORTÂNCIA DO BRINCAR
Froebel (1782-1852) dá uma acentuada importância à criança, a seus interesses e atividades e valorizam sua liberdade de expressão que pode acontecer por meios de brincadeiras livres e espontâneas, que segundo ele, devem ser realizadas em cooperação com os outros, em trabalhos de que todos participem. Entende-se que é por meio do brinquedo que a criança adquire a primeira representação do mundo.
Wallon (1868) defende que o brincar e o brinquedo participam juntos, na estruturação do eu e na aprendizagem da própria vida, no desenvolvimento afetivo, motor, intelectual e social. 
O brinquedo, nessa perspectiva é visto como um meio que possibilita à criança conhecer e analisar o mundo construindo sua personalidade.
Vygotsky (1988) aponta o brincar como meio para criar situações simbólicas predominantes na primeira infância e que configuram o desenvolvimento dos processos psicológicos e a inserção social e cultural da criança.
 O brincar assume uma função fundamental no desenvolvimento do comportamento infantil pela criação da situação imaginária, considerando que o que passa despercebido na vida da criança torna-se regra de comportamento na brincadeira.
Piaget (1860-1980) baseia-se na idéia da criança pesquisadora/exploradora que constrói o seu conhecimento pela experiência. Dá ênfase ao processo de interação indivíduo-ambiente, procurando compreender os mecanismos mentais que o indivíduo utiliza para captar o mundo. O desenvolvimento cognitivo individual se dá por constantes desequilíbrios e equilibrações causadas por mudanças internas do indivíduo ou do ambiente. O equilíbrio ocorre por assimilação, ou seja, o indivíduo as estruturas que já tem para entender as demandas, ou por acomodação, isto é, modificam-se as estruturas internas com a nova situação. Entende a criança como "sujeito", atribui importância aos processos internos sem os quais o ambiente se torna ineficaz. Rejeita a concepção meramente "acumuladora" da aprendizagem: esta é produzida não através de seqüências ordenadas em cada capacidade, mas de conexões esquemas mentais.
Segundo o artigo de Adriana Fernandes Leite de Andrade� descobertas mais recentes no campo da neurologia - a ciência que estuda o cérebro - nos mostram que o brincar é fundamental para o desenvolvimento humano. Em uma situação do cotidiano, por exemplo, quando o adulto coloca um objeto à frente do bebê, o esforço realizado por ele, faz com que em seu cérebro formem-se novas conexões (sinapses), que depois serão acionadas para atividades que envolvam o tipo de movimento realizado. Ou seja, quanto mais à criança brinca, corre, pula, canta mais sinapses se forma em seu cérebro.
 Assim, nos leva a refletir que a modificação do cérebro se realiza a partir da interação da criança com o ambiente, com outras pessoas, em suas atividades lúdicas. Através disto observa-se que os esquemas mentais desenvolvidos pela criança são conseqüências de suas experiências vividas, das relações e interações com o mundo.
É importante compreender o jogo, o brinquedo e a brincadeira como atividade que promove mudanças significativas no desenvolvimento infantil e não apenas como um elemento presente no cotidiano das crianças (KISHIMOTO, 2003).
Nesse contexto, os jogos tornam-se mais significativo à medida que a criança se desenvolve, pois, a partir da livre manipulação de materiais variados, ela passa a reconstruir os objetos, reinventar as coisas. 
Portanto, além de contribuir e influenciar na sua formação integral, a atividade lúdica possibilita o crescimento sadio, integra-se ao espírito de uma prática democrática enquanto investe numa produção séria do conhecimento.
A brincadeira é a melhor maneira de comunicar-se e relacionar-se com outras crianças.
	
3 METODOLOGIA
A presente pesquisa foi composta por fontes bibliográficas, que segundo (GIL, 1991), pode ser: quando elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e atualmente com material disponibilizado na Internet. Os quais trazem uma ampla visão da importância do lúdico no processo de aprendizagem da Educação Infantil, buscando conhecer e analisar as contribuições da mesma no processo ensino/aprendizagem.
 O desenvolvimento da pesquisa consiste na leitura de autores pertinentes ao tema que desenvolveram pesquisas que perpassam a temática em estudo, a fim de embasar teoricamente toda a pesquisa, VYGOSTYK que aponta o brincar como meio para criar situações simbólicas predominantes na primeira infância. PIAGET que baseia-se na idéia da criança pesquisadora/exploradora que constrói o seu conhecimento pela experiência. FROBEL, FRIEDMANN, HUIZINGA, KISHIMOTO, LOPES, entre outros. O qual para ambos, o ato de brincar contribui para um melhor desenvolvimento da criança.
É na brincadeira, que as crianças vivenciam concretamente a elaboração e negociação de regras de convivência, assim como a elaboração de um sistema de representação dos diversos sentimentos, das emoções e das construções humanas. Isso ocorre porque a motivação da brincadeira é sempre individual e depende dos recursos emocionais de cada criança que são compartilhadosem situações de interação social.
Fica claro que a aprendizagem se dá de forma mais significativa se a criança vivenciar as situações pedagógicas através do movimento, experimentando, realizando, sentindo, percebendo. As brincadeiras e os jogos ocupam o papel principal nessa vivência, pois fazem parte do universo infantil.
O brinquedo é a essência da infância e sua principal atividade, mas nem sempre as instituições desenvolvem práticas que tomam este pressuposto como orientador da organização de suas rotinas. 
A escola deve priorizar, em seu projeto político pedagógico, o desenvolvimento de atividades que privilegiem o lúdico. Os educadores, por sua vez, no espaço da sala de aula, devem fazer da Ludicidade um dos principais eixos norteadores de sua prática pedagógica, o qual deve ser trilhado no sentido de acreditar e confiar não somente nas propostas e estudos de teóricos e pesquisadores. 
Mas também, nas suas percepções e valores quanto às necessidades, interesses e habilidades dos seus grupos específicos de crianças, com intuito de que haja realmente uma conscientização das instituições de Educação Infantil acerca do valor do elemento lúdico na formação integral do indivíduo.
3.1 RESULTADO DA PESQUISA
Como resultado da pesquisa, fica claro que o lúdico desenvolve a COORDENAÇÃO MOTORA e VISUAL; NOÇÃO DE ESPAÇO e DIREÇÃO; AGILIDADE; ATENÇÃO; LINGUAGEM ORAL e MUSICAL; RACIOCINIO; MEMORIA.
Assim sendo, mais importante do que o tipo de atividade lúdica é a forma como é dirigida e como é vivenciada, e o porquê de estar sendo realizada.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho de conclusão de curso reflete a importância do brincar como um eixo fundamental no desenvolvimento e na aprendizagem infantil. O qual, sob o olhar de um educador atencioso, as brincadeiras infantis revelam um conteúdo riquíssimo, que pode ser usado para estimular o aprendizado. 
Tomar a ludicidade como recurso pedagógico requer que o educador se debruce frente às diversas brincadeiras infantis, explore recursos e elabore espaços e ambientes que favoreçam as ações educativa e recreativa.
A escolha deste tema surgiu da importância do papel dos jogos e brincadeiras na educação infantil, não apenas como simples entretenimento, mas como atividades que possibilitam a aprendizagem de várias habilidades.
Brincando, a criança experimenta, descobre, inventa, aprende e confere habilidades. Além de estimular a curiosidade, a autoconfiança e a autonomia, proporciona o desenvolvimento da linguagem e do pensamento.
É através da atividade de brincar que podem ser desenvolvidas atitudes como socialização, colaboração e cooperação. É a partir da brincadeira que se cria um espaço no quais as crianças podem experimentar o mundo e internalizar uma compreensão particular sobre as pessoas, os sentimentos e os diversos conhecimentos. 
Portanto, devemos considerar o brincar como condição que propicia às crianças pequenas se desenvolverem em seus mais diferentes aspectos: sociais, psicomotores, afetivos, cognitivos.
Ao trabalhar o lúdico como possibilidade na educação é de fundamental importância que o educador considere toda a riqueza da cultura lúdica infantil, e todo o repertório que a criança traz consigo para a escola. 
   São lúdicas as atividades que propiciem a vivência plena do aqui - agora, integrando a ação, o pensamento e o sentimento. Tais atividades podem ser uma brincadeira, um jogo ou qualquer outra atividade que possibilite instaurar um estado de integridade: uma dinâmica de integração grupal ou de sensibilização, um trabalho de recorte e colagem, uma das muitas expressões dos jogos dramáticos, exercícios de relaxamento e respiração, uma ciranda, movimentos expressivos, atividades rítmicas, entre outras tantas possibilidades. 
Mais importante, porém, do que o tipo de atividade é a forma como é orientada e como é passada, e o porquê de estar sendo realizada.
Na minha fundamentação teórica procurei mostrar que a criança quando brinca assume um papel num mundo alternativo, onde as coisas não são de verdade e a maneira de jogar /brincar não é a mesma para todas as crianças, depende muito da região, de sua vivencia e cultura. 
É no brinquedo que a sensibilidade lúdica da criança fantasia suas criaturas, inventa nomes, define papéis e os altera quando quiser. O que a criança opera, ao brincar, não é uma utilização de objetos com funções preestabelecidas, mas ela cria formas que andam, que roda, cria uma vida e não uma propriedade. Mesmo que a indústria apresente brinquedos modernos e incrementados, todas as gerações estarão ligadas a algum brinquedo específico, seja a bola, a boneca ou quem sabe aquele cabo de vassoura que todos nós já demos asas a imaginação e se transformou em uma espada ou um cavalo.
Os trabalhos de Piaget e Vygotsky contribuíram enormemente para a definição da atividade lúdica. O jogo, para eles, constitui como uma atividade importante para o desenvolvimento infantil.
Para Vygotsky, o brinquedo fornece a estrutura básica para as mudanças das necessidades e da consciência. O desenvolvimento da criança é determinado pela ação na esfera imaginativa, pela criação de intenções voluntárias, pela formação de planos da vida real.
As atividades lúdicas devem estar associadas aos objetivos da formação integral, no intuito de proporcionar a aprendizagem da criança, devendo ser articuladas de forma integrada, conforme a realidade sócio-cultural da criança, seu estágio de desenvolvimento e o processo de construção de conhecimentos.
É cada vez maior a importância que se atribui à atividade lúdica como elemento formador da criança, pondo em prática as novas concepções sobre a educação da criança, já que é durante a atividade lúdica que a criança aprende agir em uma esfera cognitiva.
Nesse contexto, contribui e influencia na sua formação integral, possibilitando o crescimento sadio, integra-se ao espírito de uma prática democrática enquanto investe numa produção séria do conhecimento. 
Independente da cultura, raça, classe social toda criança brinca e todos os seus atos estão ligados à brincadeira. Assim, o lúdico passa a ser uma das maneiras eficazes para envolver as crianças nas atividades de construção de conhecimento, contribuindo para a sua formação como cidadão nas mais variadas manifestações: jogar, brincar, recrear, lazer. Enquanto se divertem, as crianças se conhecem, aprendem e descobrem o mundo.
Por conta disso o brinquedo aparece, então, como um pedaço da cultura colocado ao alcance da criança, sendo seu parceiro na brincadeira. A manipulação do mesmo leva a criança a agir e imaginar.
 Para as crianças exercerem sua capacidade de criar é necessário que haja riqueza e diversidade nas experiências que lhe são oferecidas. A maneira como a criança brinca reflete sua forma de pensar e agir.
Para Froebel, a criança é capaz de um autodesenvolvimento, precisando construir um sistema educativo que permita a criança se desenvolver de maneira natural, e isso acontecerá através do jogo, do brinquedo e da brincadeira. Trata-se de dá lugar ao jogo sem abandonar a iniciativa da criança. 
É brincando que a criança estabelece os diferentes vínculos entre as características de papel assumido, suas competências e as relações que possuem com outros papéis. Assim, ela se apropria da realidade atribuindo-lhe significado.
O brincar exerce uma função essencial no processo educacional da criança, pois implica de forma prazerosa e significativa a construção de sua personalidade. A brincadeira é a melhor maneira de comunicar-se e relacionar-se com outras crianças, pois brincando ela aprende sobre o mundo que a cerca e tem oportunidade de procurar a melhor forma de inserir-se nele (KISHIMOTO, 1996).
É nessa perspectiva que o brincar na educação infantil tem uma função essencial no desenvolvimento da criança e na construção do seu conhecimento, principalmente nos cinco primeiros anos de vida, onde realiza tarefasde socialização, construção da função simbólica, desenvolvimento da linguagem, exploração e conhecimento do mundo físico.
O ambiente escolar deve estimular o aparecimento das potencialidades da criança, respeitando o tempo necessário para aprenderem. Porém, a utilização da atividade lúdica no espaço escolar ainda é um grande desafio. Os professores precisam estar preparados para trabalharem de uma forma diferenciada daquela a que estava acostumada, procurando aproveitar o máximo das contribuições que a proposta tem a oferecer.
Como é um desafio contínuo, apresenta algumas barreiras no meio do percurso, entre elas, os próprios alunos e as suas situações peculiares, os professores e o tempo para se dedicarem ao planejamento de uma proposta diversificada, a escola e sua estrutura curricular e física.
Assim, na tentativa de se revelar a aprendizagem possível a parti do lúdico como recurso pedagógico, é preciso empreender a observação do contexto que envolve ação das crianças durante a prática pedagógica do jogo. 
Sendo que, essa observação envolve a duração e o envolvimento das crianças nos jogos e evoca a possibilidade de estimular suas potencialidades, como criatividade, a autonomia, a criticidade e a expressão de desenvolver diferentes formas de linguagem e também os aspectos cognitivos, afetivos e sociais.
Os professores podem considerar também que, no contexto escolar, muitos aspectos podem ser trabalhados por meio da confecção e da aplicação de jogos selecionados, com objetivos como: aprender a lidar com a ansiedade, refletir sobre limites, estimular autonomia, desenvolver a atenção e a concentração, ampliar a elaboração de estratégias, estimularem o raciocínio lógico e a criatividade.
Portanto, aspectos referentes ao espaço e aos materiais característicos de cada jogo são elementos que podem ajudar a definir qual o jogo mais adequado para a ação educativa a que o professor se propõe.
É dentro dessa perspectiva que o universo lúdico passa a ser importante recurso pedagógico para a definição de ações pedagógicas adequadas a serem estudadas em cursos de formação de professores. Com efeito, a utilização de jogos e brincadeiras em diferentes situações educacionais é um meio para estimular as aprendizagens específicas dos alunos.
O lúdico como recurso pedagógico direcionado as áreas de desenvolvimento e aprendizagem pode se muito significativo no sentido de encorajar as crianças a tomar consciência dos conhecimentos sociais que são desenvolvidos durante o jogo, os quais podem ser usados para ajudá-las no desenvolvimento de uma compreensão positiva da sociedade e na aquisição de habilidades.
Para tanto, a conscientização do educador acerca destas reflexões e sobre a importância do lúdico no desenvolvimento e na construção do conhecimento da criança, é condição fundamental para uma ação significativa no processo de formação da criança pequena.
Nesse contexto, a proposta lúdico-educativa torna-se um desafio à prática docente. O educador além de planejar, organizar e aplicar os jogos precisa participar da atividade, sempre observando as interações e trocas de saberes estabelecidas entre eles.
No processo de desenvolvimento infantil, a linguagem, forma de representação verbal, é fundamental. Referindo-se a essa área, Friedmann ressalta que, por meio da linguagem, é possível desenvolver a memória, a imaginação, o raciocínio e a criatividade. No entanto, até que a criança desenvolva, é por meio do jogo que ela expressa seus sentimentos e pensamentos. 
As preocupações, assim sendo, da educação escolar voltam-se para uma nova organização curricular específica que atenda as necessidades das crianças, incidindo diretamente no trabalho pedagógico do professor. Nessa nova visão, a criança passa a ser o centro do processo educativo.
Isto requer uma busca por novas metodologias que viessem ao encontro das necessidades e interesses emergentes das crianças. A atividade lúdica passa a ser reconhecida como uma importante ferramenta didático-pedagógica que pode auxiliar no desenvolvimento da prática pedagógica mais significativa, inovadora, criativa e prazerosa, aproximando o aprender do brincar.
Uma proposta lúdico-educativa torna-se um desafio à prática do professor, pois não basta apenas selecionar, preparar, planejar e aplicar os jogos, precisa também participar no decorrer da aplicação do jogo. É necessário jogar, brincar com as crianças, mas sempre observando, no desenrolar, as interações e trocas de saberes entre eles. Pois, o que importa na atividade lúdica, não é apenas o produto da atividade, o que dela resulta, mas a própria ação, o momento vivido. 
Há, portanto, o entendimento que educar ludicamente não é jogar lições para o educando sem nexo com sua realidade. Educar é um ato consciente e planejado, é tornar o indivíduo consciente e feliz no mundo. É seduzir os seres humanos para o prazer de conhecer. 
O lúdico não deve ser utilizado somente como recreação ou ocupação de tempo, mas deve ser usado como estratégia de ensino, como forma de motivação, deve ser usada como meio para estimular os desenvolvimentos cognitivos, sociais, lingüísticos e culturais. Santos (1997, p.12) diz que:
A Ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara um estado interior fértil, facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e construção de conhecimento. (SANTOS, 1997, p.12)
Diante desta nova realidade, o lúdico passa a ter uma conotação que extrapola a infância, sendo necessário criar espaços específicos destinados a vivências lúdicas. O espaço físico da escola deve atender às necessidades das crianças, de acordo com sua idade. 
Esses espaços devem ser construídos e organizados, levando em consideração a função e o alcance dos objetivos estabelecidos para as atividades a serem desenvolvidas. 
Então, a organização de espaços lúdicos nas escolas de educação infantil deve servir para estimular a criança a brincar, possibilitando o acesso a diferentes brinquedos e brincadeiras, mas devem ultrapassar as fronteiras de espaços únicos para desenvolvimento de tais atividades. A criança deve ser tocada pela alegria, pela curiosidade, pela criatividade, pela inventividade, em todos os espaços da escola, seja na sala de aula ou fora dela.
Essa nova concepção opõe-se à escola tradicional, enquanto depositária de crianças, livresca, conteudística, mecânica, sem uma proposta pedagógica significativa que atenda às necessidades advindas de seu desenvolvimento infantil.
É nos primeiros anos de vida que a criança irá compreender e se inserir em seu grupo, construir a função simbólica, desenvolver a linguagem, explorar e conhecer o seu ambiente. 
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