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Complexo Carbonatico Araxa

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 UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS
FACULDADE DE ENGENHARIA
JOÃO MONLEVADE – MG
BARBARA ALMEIDA
GISLAINE RODRIGUES
PÂMELLA CAMPOS
PRICILA MORCATTI
RENATA PERTENCE
RICARDO LEITE
GEOLOGIA ECONÔMICA 
COMPLEXO CARBONÁTICO DE ARAXÁ - MG
Trabalho Acadêmico apresentado, como requisito parcial, para aprovação na Disciplina Geologia Econômica do 7º Período do curso de Engenharia de Minas da Universidade do Estado de Minas Gerais, campus João Monlevade. 
 
 Professor: Eugênio
João Monlevade
2013
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RESUMO
Os carbonatos geralmente ocorrem como parte de intrusão alcalino-ultrabasicas. São estruturas vulcânicas ou plutônicas complexas com varias fases diferenciadas, mas com dimensões relativamente pequenas. Araxá, um dos maiores e mais importante complexo alcalino-carbonatitico conhecido tendo um diâmetro médio de 4km.
O minério é o próprio carbonatito. Geralmente os teores de rocha são baixos e é lavrado somente o manto de concentração residual e/ou supegênica formado pelo intemperismo sobre a parte carbonatitica dos complexos.
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SUMÁRIO
1. RESUMO ...................................................................................................................2
2. INTRODUÇÃO ...........................................................................................................4
3. LOCALLIZAÇÃO GEOGRAFICA DO DEPÓSITO CARBONATÍTICO DE ARAXÁ... 5
4. DEPÓSITOS ENCONTRADOS NO COMPLEXO E ARAXÁ .....................................6
 4.1. A arquitetura dos depósitos minerais..................................................................6
 4.2. Tipos, dimensões e teores dos depósitos minerais............................................6
 4.3. Depósitos de carbonatitos ................................................................................7
 4.4. Depósito em carbonatito e rochas alcalinas, básicas e ultrabásicas associados à carbonatitos ...................................................................................................7
5- PARAGÊNESE MINERAL........................................................................................11
 5.1. Paragênese Mineral do complexo carbonático de Araxá....................................12
6. OS TIPOS DE MINÉRIO ENCONTRADOS..............................................................13
7. CARACTERÍSTICA DOS CORPOS – FORMAS, ENCAIXANTES E TEOR..............13
8. EXPLORAÇÃO.........................................................................................................16
9. USO..........................................................................................................................16
10. CONCLUSÕES.......................................................................................................20
11. REFERENCIA ,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,..21
INTRODUÇÃO 
O complexo Carbonatítico do Barreiro situa -se no oeste do Estado de Minas Gerais, na região do Triângulo Mineiro, no município de Araxá, a 6 km a sul do centro urbano, possuindo as seguintes coordenadas geográficas; 19o38’de latitude Sul e 46o56’ de longitude Oeste.
Intrudidos em quartzitos e xistos de idades Proterozóicos pertencentes ao Grupo Araxá, o Complexo do Barreiro possui estrutura dômica, de forma circular, com 4,5 km de diâmetro, constituído por rochas ultramáficas metassomatizadas (glimeritos), cortados por carbonatitos e foscoritos (Issa Filho et al.,1984).
O manto de intemperismo em complexos carbonatíticos possui uma grande importância econômica por ser formador de depósitos residuais de vários elementos como Nb, P, U, Cu, Ti, ETR, entre outros, sendo por esta razão objeto de inúmeros estudos. No Complexo do Barreiro as rochas mostram-se intensamente meteorizadas, apresentando um perfil laterítico de até 230m de profundidade (Issa Filho et al.,1984). O intemperismo provocou a formação da maior jazida de nióbio do mundo com reservas estimadas em 460.000.000t de pirocloro, a 2,5% de Nb 2O5 (Paraiso e Fuccio, 1981).Ao lado desta jazida de nióbio, no mesmo complexo, ocorre uma importante jazida de fosfato, com reservas estipuladas em 123.000.000t de minério apatítico a 6% de P 2O5 , a qual é o alvo de muitos estudos.
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Palavras-chave: Mineralogia, Carbonatito, Araxá
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LOCALLIZAÇÃO GEOGRAFICA DO DEPÓSITO CARBONATÍTICO DE ARAXÁ:
Na região de Araxá foram definidos os grupos Araxá canastra e Ibiá, pertencentes ao setor meridional da faixa Brasília. Esta por sua vez, acha-se posicionada na porção oriental da Província Estrutural Tocantins, formando um cinturão orogênico Neoproterozóico que se desenvolveu na borda oeste do Cráton Peleoproterozóico do São Francisco.
 
 Figura 2: Localização do complexo Araxá
DEPÓSITOS ENCONTRADOS NO COMPLEXO E ARAXÁ:
São encontrados em Araxá os depósitos minerais endomagmáticos. Esse tipo de depósito é classificado pela influência dos agentes externos na formação do corpo mineralizado e o nível estrutural aonde os depósitos se formam. Como exemplo temos depósitos em carbonatítos com pirocloro, magnetita, apatita e ETR, tipo Araxá.
Os depósitos endomagmáticos podem ser separados em dois subsistemas: O subsistema endógeno e o endógeno aberto ou com influência externa. Por sua vez o depósito endógeno apresenta outras duas repartições: Depósitos plutônicos e depósitos vulcânicos. 
Figura 3: Sistema Geológico dos depósitos endomagmáticos:
 Araxá possui depósitos endógeno, plutônico. Esses depósitos formam-se dentro de um plutão, sem influencia externa. Nessa categoria estão os principais depósitos do sistema, em dimensões e em valor.
Os plutões carbonatíticos são os corpos magmáticos conhecidos de maior fertilidade. São muito raras as intrusões desprovidas de algum tipo de concentração mineral com valor econômico. Os encontrados em Araxá estão entra os mais importantes.
 A arquitetura dos depósitos minerais: 
Os carbonatitos geralmente ocorrem como parte de intrusões alcalino-ultrabásico com composições ijolíticas diferenciadas, São estruturas vulcânicas ou plutônicas complexas com varias fases diferenciadas, mas com dimensões relativamente pequenas. Araxá, um dos maiores e o mais importante complexo alcalino-carbonatítico conhecido, tem diâmetro médio de cerca de 4 Km.
Figura 4: Diagrama AFM
Tipos, dimensões e teores dos depósitos minerais:
Os carbonatitos detêm as maiores reservas conhecidas de Nióbio e de elementos Terras Raras. Araxá é a maior e mais rico depósito de nióbio do mundo. 
Depósitos de carnonatitos:
Também são encontrados em Araxá reservas de fosfatos que estão em carnonatittos.
Esses tipos de depósito são magmas compostos, por carbonatos de cálcio, magnésios, ferros ou sódios. Associam-se a rochas silicatadas da série ijolítica-melteigítica e podem formar rochas mistas, com carbonatos e silicatos.
Praticamente todas as reservas de fosfatos brasileiras estão em carbonatitos. Foi desenvolvida uma tecnologia de beneficiamento e concentração que permiti lavrar minério de até 7% de P2O5.
Depósito em carbonatito e rochas alcalinas, básicas e ultrabásicas associados à carbonatitos:
O complexo alcalino-carbonatítico de Araxá, junto aos complexos de Tapira, Salitre e Serra Negra integram um conjunto de complexos carbonatíticos e kimberlitícos. Araxá tem forma circular, com cerca de 15 km de diâmetro, e está encaixada em quartzitos e xistos proterozóicos, do grupo Araxá.
Figura 5: Mapa geológico do complexo alcalino-carbonático.
Segundo Issa Filho, a estrutura de Araxá é típica de um complexo erodido ao nível de meso e catazona. Formou-se primeiro com intrusão de rochas ultrabásicas duníticas e peridotíticas em meioà supracrustais do grupo Araxá (Figura A). Em seguida houve uma intrusão do magma carbonatítico e inicio do metassomatismo das rochas ultrabásicas, gerando glimeritos e fenitizando as encaixantes (Figura B). Na fase final, a glimeritização das rochas ultrabásicas foi completada e a fernitização das encaixantes gerou núcleos de silexitos em meio aos quartzitos fenitizados (Figura C). A erosão e o intemperismo das rochas alcalinas geraram um manto de intemperismo na qual ocorreu o enriquecimento residual de minerais resistentes (Figura D).
Figura6: Evolução do complexo carbonático de Araxá.
O minério lavrado na mina Barreiro é essencialmente laterítico. Superficialmente a uma crosta laterítica ferruginosa, com limonita, goethita e magnetita, que concentra pirocloro e apatita. Abaixo dessa crosta está o principal corpo mineralizado. É um regolito, formado pela alteração e lixiviação do carbonatito, que concentra bário-pirocloro, apatita e monazita.
Figura 7: Corpo mineralizado da mina Barreiro, em Araxá 
PARAGÊNESE MINERAL:
 A assembléia mineral em equilíbrio de uma rocha chama-se paragênese mineral.
Rochas de composições químicas equivalentes podem apresentar assembléias minerais distintas em função da variação dos fatores atuantes durante o metamorfismo. Como exemplo, uma rocha metamórfica A exibindo uma assembléia mineral com clorita+ epídoto+ actinolita+albita tem a mesma composição química que outra rocha B, constituída de plagioclásio+ granada+hornblenda, diferindo, entretanto pelo conteúdo em água, mais alto para a rocha A. Os estudos experimentais revelam que a assembléia da rocha B equilibrou-se em temperaturas relativamente altas, enquanto a de A em temperaturas mais baixas. Portanto, um mesmo protólito gerou duas paragêneses distintas em função das diferentes condições de metamorfismo.
 Paragênese Mineral do complexo carbonático de Araxá:
Restos de cristais primários de olivina e de piroxênios identificados nos serpentinitos sugerem tramas de reequilíbrio metamórfico na fácies anfibolito, embora no geral as paragêneses e associações minerais encontradas nos cromititos sejam típicas da fácies xisto verde (< 550°C e 5,5 kbar). A este metamorfismo associa-se a formação de ferritcromita nas bordas dos cristais primários. Os cromititos apresentam estrutura maciça a brechóide, textura pull-apart; e cristais com dimensões variando em torno de 0,5 mm. A cromita encontra-se dispersa em uma matriz essencialmente serpentinítica, com clorita ou talco subordinados, mas chega a formar concentrações de cromita que atingem entre 70 a 85% do volume da rocha. As texturas observadas e as relações de Cr2O3 x TiO2 e Mg x Cr (ambas se ajustando ao campo de complexos ofiolíticos) indicam que se trata de depósitos alóctones, do tipo Alpino.
As paragêneses minerais ou associações observadas na região revelam que as rochas da área em questão foram submetidas a único evento metamórfico, com condições de pico metamórfico na fácies anfibolito e retrometamorfismo na fácies xisto verde médio a alto. O auge das condições metamórficas foi pré-a cedo desenvolvimento da foliação Sn e o retrometamorfismo contemporâneo ao desenvolvimento desta estrutura.
Estudos termobarométricos realizados na unidade metapelítica do Complexo Araxá mostram que o pico metamórfico na região ocorreu em torno de 610ºC, a pressões de ~9,5 kbar (fácies anfibolito médio a superior), tendo atingido o seu ápice no campo de estabilidade da cianita com trajetória P-T inferida horária (Navarro et al., 2005).
O retrometamorfismo, de caráter regional, é distinguível pela presença de minerais, que sugerem reequilíbrio sob condições de fácies anfibolito inferior a xisto verde, e envolve a transformação mineralógica do tipo: granada e anfibólio para biotita e clorita, surgimento de ilmenita e titanita a partir do rutilo, formação de actinolita junto à borda de hornblenda etc. As associações retrometamórficas mostram que este teve início nos estágios finais da fase de deformação Dn que gerou a foliação Sn.
Nas rochas metaultramáficas, muito raramente, são observados restos de olivina/piroxênio e pseudomorfos (olivina e piroxênio), com tramas sugestivas de reequilíbrio metamórfico de fácies anfibolito. No geral, observa-se apenas o produto da destruição total da mineralogia e das texturas primárias, restando associações minerais e paragêneses típicas da fácies xisto verde (< 550°C e 5,5 kbar), geradas sob condições estáticas e, às vezes, dinâmicas. As paragêneses e associações minerais encontradas nas rochas são correlacionáveis às observadas nas rochas encaixantes, catalisadas pela deformação progressiva, que ocorreu em condições de diminuição de temperatura e principalmente de pressão (retrometamorfismo regional).
OS TIPOS DE MINÉRIO ENCONTRADOS:
O complexo de Araxá, é um dos mais importantes complexos alcalino-carbonatíticos do mundo, contendo expressivos recursos minerais. As principais mineralizações encontradas no CCB são nióbio na porção central, fosfato na porção nordeste, urânio e ETR na porção norte. O complexo é uma intrusão pequena (cerca de 4.5km de diâmetro e 15km de área), de configuração circular. As rochas encaixantes são xistos e quartzitos do Grupo Ibiá (Seer 1999), deformados em estrutura dômica. Os depósitos atualmente minerados de fosfato e nióbio desenvolveram-se por um processo de concentração residual durante o intenso intemperismo a que foi submetido o complexo, em especial as rochas das séries carbonatítica e foscorítica, onde as concentrações primárias de apatita e pirocloro são mais altas. Segundo Torres (2006), na área da lavra da mina de Araxá são descritas as seguintes unidades litológicas: wherlitos (constituídos essencialmente por olivina e piroxênio; geralmente mostra-se alterado por eventos metassomáticos tardios), bebedouritos (constituídos por diopsídio, flogopita, magnetita, apatita e perovskita; representa uma porção parcialmente preservada do processo de intensa flogopitização das rochas ultramáticas do complexo), flogopitito (formado por flogopita, carbonato, olivina, magnetita e apatita; foi gerado à partir das transformações metassomáticas tardias a que foram submetidos os wherlitos e bebedouritos), carbonatito (intrudito nas unidades silicatadas máficasultramáficas; são constituídos essencialmente por calcita com dolomita subordinada, além de cristais de apatita) e foscorito (formados basicamente por apatita, magnetita e um silicato magnesiano, geralmente flogopita, olivina e piroxênio; corta tanto o carbonatito quanto as rochas ultramáficas).
CARACTERÍSTICA DOS CORPOS – FORMAS , ENCAIXANTES:E TEOR
O Complexo Carbonatítico Araxá fomou-se em um ambiente plutônico, contido em um subsistema endógeno pertencente ao sistema endomagmático, este último compreende depósitos formados por magmas, onde a forma dos corpos mineralizados é geralmente acamada ou lenticular, causada pela sedimentação dos minerais a partir do líquido magmático dentro da câmara. Quando o próprio magma é o minério, o corpo mineralizado tem a forma da intrusão.
Os depósitos endomagmáticos endógenos formam-se em meio a uma quantidade relativamente restrita de rochas ígneas básicas e ultrabásicas. A inexistência de alterações hidrotermais faz desses depósitos estruturas relativamente simples, comparados, por exemplo, aos depósitos hidrotermais. A pouca interação com as encaixantes torna o meio mineralizado quimicamente pouco variável. O ambiente plutônico forma-se dentro de um pulmão, sem influência externa.
Os carbonatitos são magmas compostos por carbonatos de cálcio (sovitos), magnésio (berforsitos), ferro (ferrocarbonativos) ou sódio (natrocarbonativos). Associam-se a rochas silicatadas e podem formar rochas mistas, com carbonatos e silicatos, denominadas sílico-carbonatitos. Essas rochas são derivadas do manto e podem formar-se a partir da fusão direta do manto, por imiscibilidade de líquido, por cristalização fracionada. Afloram como estruturas complexas, multifásicas, vulcânicasou plutônicas, geralmente em pequenas dimensões com formas ovaladas (cilíndrica ou dômica) e diâmetro entre 1,5 e 2 km, sendo o maior 11 km. Nesses complexos, a parte efetivamente ocupada por rochas carbonatadas magmáticas é pequena, raramente alcançando 30% do volume total da estrutura. 
Depósitos em complexos carbonatíticos manifestam-se como apófises, diques, necks, intrusões.
O Complexo Carbonatítico Araxá tem forma circular, com cerca de 5km de diâmetro, e suas rochas encaixantes são quartzitos e xistos proterozóicos do Grupo Araxá.
O núcleo do complexo contém beforsistos e glimeritos, com sovitos subordinados. É envolvido por um anel de glimeritos que está em contato com quartzitos e xistos fenitizados.
Formou-se com a intrusão de rochas ultrabásicas em xistos e quartzitos e do magma carbonatítico, que, pelo processo de metassomatização se transformaram em glimeritos, fenitizando as encaixantes. A glimeritização das rochas ultrabásicas foi completada. A erosão e o intemperismo das rochas alcalinas geraram um manto de intemperismo no qual ocorreu o enriquecimento residual de minerais resistentes.
Os carbonatitos detêm as maiores reservas conhecidas de nióbio e de elementos Terras Raras. Araxá em Minas Gerais, é o maior e mais rico depósito de nióbio do mundo, Catalão I em Goiás, tem a maior reserva de Terras Raras.
 Os recursos contidos são dezenas de milhões de toneladas de minério com teores de óxidos de Terras Raras superiores a 10%. Apesar das reservas e teores importantes, os carbonatitos mineralizados com carbonatos de Terras Raras são mais procurados, pela maior facilidade de extrair do que em minérios fosfatados.
Em 20 minas, quadro abaixo, a média das reservas é de 60 Milhões de toneladas, com teores de Nb2O5 de 0,58% e menos de 0,35% de TR2O3.
 O Brasil tem os carbonatitos mais mineralizados conhecidos, destacando Araxá, pelas suas reservas e teores de nióbio, são 462 Milhões de toneladas de minério com 2,5% de Nb2O5, além de 560 milhões de toneladas de minério apatítico com 11,8% de P2O5 e 800 mil toneladas de minérios de Terras Raras com 15,5% de TR2O3 em monazita, apatitas e gorceixitas. Catalão I pelas suas reservas de Terras Raras , são 79 milhões de toneladas com mais de 2% de TR2O3, além de 35 milhões de toneladas de minério com 1,2% de Nb2O5, 200 milhões de toneladas com 10% de TiO2, 6 milhões de toneladas de minério com 14% de vermiculita e 120 milhões de toneladas de minério de fósforo, com mais de 10% de P2O5), e Tapira pelas suas reservas de titânio ( mais de um bilhão de toneladas de minério de teor de cerca de 15% de TiO2 em anatásio- TiO2).
Este quadro representa os recursos contidos e os teores de depósitos em Carbonatitos no mundo (20 minas), Brasil e no Depósito do Barreiro em Araxá-MG. Os valores indicados como “10% < “ e “10% >” se referem as médias dos recursos dos 10% menores e 10% maiores depósitos cadastrados para esta pesquisa, segundo Cox e Singer (1987) e Bliss (1992).
EXPLORAÇÃO:
Todo o minério extraído, por meio de detonação de explosivos ou raspagem do solo, é levada a mina, em caminhões convencionais até as unidades de beneficiamento. Primeiramente, este minério é britado e moído, até atingir uma granulometria ideal, em seguida é feita uma separação magnética, a retirada de alguns resíduos desnecessários e a flotação, processos físicos de onde são retiradas as impurezas.
Atualmente, o minério é classificado em oxidado, cimentado/bitolado, silicatado e sílicocarbonatado,com base nos teores de P2O5 total e P2O5 apatítico, CaO, MgO e relação CaO/P2O5. As reservas são de 210 milhões de toneladas (base seca) e a produção anual é de 5,5 milhões de toneladas de minério (base úmida) e 7,7 milhões de toneladas de estéril (base úmida).
A lavra é a céu aberto, com bancadas de 10m de altura e bermas de 15m. O desmonte é feito por retroescavadeiras, e o transporte por caminhões com capacidade de 25 t. Semanalmente, são confeccionadas 3 a 4 pilhas com 32.000t, provenientes da composição de 5 a 7 frentes de lavra, selecionadas pela equipe de Planejamento de Lavra, considerando-se as especificações adotadas pela usina de beneficiamento. Os dados geológicos e químicos são obtidos de exposições em frentes de lavra, e em subsuperfície, a partir de furos de sonda (espaçados de 50m), furos a trado, amostragem em canaletas verticais e horizontais (espaçadas de 12,5m)
USO:
Entre os usos mais importantes, estão os produtos de alta tecnologia que utilizamos no dia a dia, como equipamentos de telecomunicações, fibra ótica, veículos elétricos e híbridos, turbinas para produção de energia eólica, lasers, monitores de LCD e plasma, componentes eletrônicos (chips, CDS, HDs), lâmpadas luorescentes de alta performance, equipamentos de medicina e odontologia. Catalisadores para refino de petróleo e agentes de polimento de lentes e espelhos de alta qualidade são também outras aplicações;
Nb
•	O nióbio é um metal que apresenta uma porção de propriedades supercondutoras quando resfriado a baixas temperaturas por isso é utilizado na produção de fios supercondutores;
•	Usado na produção de ligas de aço inoxidável e superligas;
•	Devido a sua capacidade de ser colorido por anodização e apresentar baixa toxidade é utilizado em joalheria e piercing (quando anodizado, forma com facilidade finas camadas de óxido colorido sobre o metal - pode apresentar variadas cores);
•	Empregado na produção de Niobato de lítio (LiNbO3) que é muito utilizado em óptica;
•	Adicionado em algumas ligas metálicas para aumentar a resistência mecânica;
P
•	Essencial aos processos vitais, esse elemento é o constituinte básico de muitos fármacos, como os reconstituintes e fixadores de cálcio;
•	Uma das mais antigas e conhecidas aplicações do fósforo é a fabricação dos palitos de fósforo, chamados fósforos de segurança. O fósforo branco (uma das formas alotrópicas do fósforo) antes utilizado nesse processo foi progressivamente substituído, em razão de sua toxicidade e periculosidade, por um de seus compostos, o trissulfureto fosfórico, P4S3;
•	 Essas mesmas propriedades, que fizeram o fósforo branco ser substituído no processo de fabricação de palito de fósforos, foi responsável pelo seu emprego como substancia ativa de diversos inseticidas e raticidas, porém, novamente seu uso foi substituído para evitar riscos de envenenamento dos produtores e aplicadores;
•	Os compostos fosforados podem ser empregados em diversas indústrias, como aditivos da gasolina e dos plásticos, na fabricação de detergentes;
•	Na metalurgia, o processo de fosfatização, garante uma proteção maior contra a corrosão;
•	Apesar da utilização do fósforo em diversos processos, o fósforo, na forma de fosfatos, tem sua maior destinação, de forma direta e indireta, na indústria agropecuária, como fertilizante ou suplemento nutricional para animais;
Ti 
•	Além do uso em componentes de turbinas, as ligas de titânio também podem ser usadas na estrutura das aeronaves. Na faixa de temperaturas de 150 a 500 °C as ligas de titânio são os materiais mais adequados. As ligas de titânio apresentam densidade (peso específico) e resistência mecânica intermediárias entre as ligas de alumínio e os aços;
•	 Utilizadas em componentes como dutos de ar condicionado, eliminadores de gelo, suportes de asas, suportes de motores e diversos tipos de prendedores;
•	Ligas de titânio também podem ser usadas na fabricação de componentes navais, como palhetas de turbinas a vapor, conectores, eixos de transmissão, molas em motores de alto desempenho, braços de suspensão e barras de torção. As ligas de titânio apresentam elevada resistência à corrosão causada pela água do mar e por isso são bastante adequadas para esse tipo de aplicação, na qual se sobressai a liga Ti-6Al-4V;
•	Outro tipo de aplicação interessante para as ligas de titânio está na fabricação de trocadores de calor, devido à sua boa resistência à corrosão causada pela maioria dos agentes corrosivos atuantesneste tipo de aplicação, seja em tubos ou placas;
•	Na indústria do petróleo é aproveitada a excelente resistência à corrosão do titânio e de suas ligas para a fabricação de componentes que entram em contato com a água do mar, que, além de cloretos, também contém gás sulfídrico (H2S). Especialmente na fabricação de trocadores de calor usados em plataformas de extração de petróleo as ligas de titânio oferecem excelente combinação de resistência à corrosão, boa resistência mecânica e baixa densidade;
•	Também são usadas na fabricação de equipamentos usados no resfriamento de gás e óleo;
Ce
•	O césio metálico utiliza-se em células fotoeléctricas e em detectores de infravermelhos, devido à sua capacidade de ionização quando exposto à luz. 
Os compostos de césio mais importantes são o hidróxido, o carbonato, o iodeto e o brometo;
•	O hidróxido de césio pode ser utilizado no fabrico de baterias alcalinas, destinadas ao funcionamento em climas muito frios;
•	O carbonato usa-se em vidros especiais, ao passo que o iodeto e o brometo se utilizam em cintiladores, devido à facilidade com que emitem eléctrons quando expostos a radiação;
•	 O brometo de césio também se utiliza para medir espessuras de filmes de semicondutores;
•	O relógio atómico utiliza césio como elemento de medida do tempo devido aos precisos movimentos dos seus eléctrons das camadas atómicas mais exteriores;
•	Dada a sua grande reactividade e afinidade pelo oxigénio, o césio é utilizado em tubos de alto vácuo para remover traços de outros compostos que possam existir em fase gasosa, nomeadamente oxigénio e azoto;
•	O césio também é utilizado no campo da catálise, nomeadamente como aditivo para catalisadores para oxidação e hidrogenação;
•	A elevada massa do césio e a facilidade com que se ioniza fez com que fosse testado para utilização em motores de propulsão iónica para naves espaciais;
Y
•	A maior aplicação do índio é a indústria automóvel, onde é utilizado para melhorar as propriedades das carroçarias de aço;
•	 Também se utiliza no fabrico de dispositivos semicondutores do tipo-p como dopante trivalente do germânio. São exemplos destes dispositivos os transistores, diodos e rectificadores;
•	As principais ligas de índio são o índio-estanho, o chumbo-índio-prata e o cobre-prata-índio, todas elas usadas em soldadura; 
•	O índio também se utiliza no processo de galvanização, devido às suas propriedades electrolíticas, e no fabrico de painéis electroluminescentes, como óxido;
Th
•	A aplicação mais importante do tório é a produção de energia atômica quer como metal, óxido, liga metálica ou qualquer outro composto, no processo de obtenção do U 233;
•	Quanto aos usos não energéticos saliente-se o interesse de óxido de tório na produção das películas de lâmpadas de incandescência;
•	O metal é também usado para reforçar a resistência mecânica do magnésio metálico; 
•	Devido à sua pequena função de trabalho e elevada emissividade de eléctrons é muito usado em lâmpadas de descarga, células fotoeléctricas (quando é requerida sensibilidade ultravioleta) e como emissor em tubos de raios X, extremamente monocromáticos;
•	O óxido de tório é ainda usado para endurecer o níquel, que será aplicado na indústria aeroespacial, em equipamento químico e em fornalhas. Quando correctamente preparado constitui um catalisador bastante activo para muitos processos químicos, nomeadamente no fraccionamento de petróleo ou na preparação de ácido sulfúrico;
•	A sua estabilidade a altas temperaturas permite a utilização como revestimento de cadinhos na fundição de certos metais;
 CONCLUSÕES:
Neste estudo foi possível constatar, identificar e caracterizar os diferentes minerais presentes no complexo carbonático de Araxá.
Estes processos revelam-se cruciais ao desenvolvimento de associações minerais ; tal é o caso dos minerais portadores de metais de interesse.
O minério lavrado na mina de Brrarreiro é essencialmente lateritico, mineralizados com elementos terras raras, pirocloro, galena, fluorita, barita, molibdenita, esfarelito e rutilo niobífero. Há bolsões de vermiculita que ainda não foram dimensionados. 
As reservas de nióbio somam 485 milhões de toneladas de minério residual. Considerando a demanda atual, estas reservas são suficientes para atender ao mercado por séculos.
Neste depósito do complexo de Araxá existem muitas espécies minerais, contudo poucas são aquelas que apresentam concentrações suficientes de modo a constituir depósitos minerais com interesse econômico.
 REFERÊNCIAS:
Barbosa O., Braun O.P.G., Dyer R.C., Cunha, C.A.B., 1970. Geologia da região do Triângulo Mineiro. 
BIONDI, J.C. 2003. Processos metalogenéticos e os depósitos minerais brasileiros. São Paulo,. Oficina de Textos.
Gomes, R. C. (2006). Caracterização Tecnológica e Sistemas de Disposição de Resíduos de Mineração. Publicação Técnica. NUGEO – Núcleo de Geotecnia da Escola de Minas. Universidade Federal de Ouro Preto, UFOP, 210p.
ISSA FILHO, A. et al. (1984), Complexos Carbonatíticos do Brasil, CBMM
Santos J.F. 1986. Depósito de níquel de São João do Piauí, Piauí. In -Principais DepósitosMinerais Brasileiros - Ferro e Metais da indústria do Aço. DNPM, Vol. 2,341 -345
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Reportagem Online da revista brasileira de geociência publicada em setembro de 2001
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