Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MASTITE BOVINA Prof João Estevão Sebben 3 de outubro de 2011 Inflamação da glândula mamária Mastite “É a doença que causa os maiores prejuízos à produção de leite mundial.” IDF (International Dairy Federation) Clínica Subclínica Contagiosa Ambiental Forma de apresentação Agentes causadores Definições Forma de apresentação Clínica Subclínica FRIMESA 26/05/06 CMT Definições ambiental Agentes causadores contagiosa Definições Agentes causadores contagiosa ambiental Qual o efeito da mastite sobre a produção de leite ? Redução da produção de leite Quais as causas da queda na produção de leite? Alteração de tecido secretor Inflamação Alterações podem ser reversíveis ou não! Prejuízos Mastite Redução da produção (subclínica) Descarte de leite com resíduos (clínica) Redução do rendimento industrial (NZ: 1kg sol = 11,8 kg leite – BR: 1kg sol = 14,5 kg leite = 22,7%) CUSTOS – QUALIDADE, ETC FRIMESA 26/05/06 Controle de mastite Objetivos da rotina de ordenha Ordenha eficiente e rápida Produção de leite de alta qualidade Condições básicas Conforto (evitar o estresse) Tetos limpos e secos Preparação: descida do leite FRIMESA 26/05/06 FRIMESA 26/05/06 Influência do manejo pré-ordenha sobre a CBT do leite Lavagem com água Pré-dipping Secagem com papel % de redução bacteriana X 4 X X 10 X X 54 X 34 Fonte: Galton et al.,1986. Teste da caneca (mastite clínica) Desinfecção dos tetos antes da ordenha Secagem dos tetos Toalha descartável FRIMESA 26/05/06 FRIMESA 26/05/06 Funções da desinfecção dos tetos ANTES da ordenha Descontaminação da pele do teto Melhora a descida do leite Redução de 50% novas infecções (mastite ambiental) Melhoria da qualidade: < 80% contagem bacteriana total (CBT) < 70% na contagem de coliformes Importância da boa estimulação dos tetos Sem estimulação Com estimulação Produção, kg 10,4 10,8 Fluxo de leite, kg/min 1,8 2,1 Tempo de ordenha, min 6,3 5,5 Reneau, 1995 Lavar bem as mãos ou luvas: mastite contagiosa Ordenhar primeiramente as vacas sadias (baixa CCS) Ajustar as teteiras quando necessário Rotina de ordenha Desinfecção dos tetos APÓS a ordenha Eliminação de bactérias do filme de leite (pele do teto) Redução transmissão mastite contagiosa Prática obrigatória para o controle de mastite Todos desinfetantes a base de iodo são iguais? Iodo: características desejáveis para desinfetante de tetos Nem todos os desinfetantes têm mesma eficácia Iodo livre: essencial para a eficácia do iodo Alto nível de iodo livre: maior eficácia Produtos com alto teor de iodo livre são eficazes em aplicações pré e pós-ordenha Caneca + pre-dipping Secagem + teteira Rotina de ordenha Como saber se a vaca foi completamente ordenhada ? Não fazer repasse manual como rotina Vacas com ordenha incompleta: >100 ml/quarto (20 % dos quartos) Contagem de células somáticas CCS do tanque Relação entre a CCS do tanque e a porcentagem de quartos infectados no rebanho > 200.000 cel/ml: indicativo de mastite no rebanho Realização de CCS individual em todas as vacas Interpretação dos resultados de análise do tanque CCS indicador da saúde da glândula mamária e da qualidade do leite CCS: > 250.000 cel/ml = elevado percentual de vacas com mastite subclínica Principais testes realizados no leite do tanque Relação entre CCS do tanque, porcentagem de quartos infectados e porcentagem de perdas de produção de leite CCS do tanque % de quartos infectados % de perdas de produção 200 6 0 500 16 6 1.000 32 18 1.500 48 29 Fonte: NMC, 1996 Como controlar a mastite ? Como controlar a mastite ? ANIMAIS SADIOS ANIMAIS INFECTADOS X X REDUZIR NOVAS INFECÇÕES REDUZIR NÚMERO DE QUARTOS INFECTADOS Definições Clínica Subclínica Como saber se a mastite é um problema no rebanho ? 1) Coleta de dados sobre saúde da glândula mamária Mastite clínica Mastite Subclínica Identificação de agentes causadores Ocorrência de casos novos e casos crônicos Contagem de células somáticas O que é a contagem células somáticas ? Células somáticas do leite: células de origem do sangue e células descamação epitelial CCS > 200.000 cél./ml é indicativo da ocorrência de mastite Vaca adulta: perda de 4 kg/dia Relação entre CCS do tanque, porcentagem de quartos infectados e porcentagem de perdas de produção de leite CCS do tanque % de quartos infectados % de perdas de produção 200 6 0 500 16 6 1.000 32 18 1.500 48 29 Fonte: NMC, 1996. CCS e qualidade do leite Alteração da composição do leite = menor qualidade Reduz rendimento de fabricação de derivados Maior risco de resíduos de antibióticos 46 2) Estabelecer metas para saúde da glândula mamária Critério Meta CCS do tanque < 250.000cel/ml - 85% das vacas em lactação <200.000cel/ml - 95% das vacas em lactação <500.000cel/ml Taxa de novas infecções por mês < 5% das vacas Incidência de mastite clínica < 1% FRIMESA 26/05/06 3) O manejo de ordenha é fundamental para o controle de mastite FRIMESA 26/05/06 FRIMESA 26/05/06 Sistema de Vácuo Nível de Vácuo alto: Lesões nas extremidades dos tetos Congestão dos tetos: redução na velocidade de ordenha. Aumento do leite residual: estrangula a base do teto Sistema de Vácuo Equipamento de ordenha e mastite Troca de teteiras Troca de teteiras Troca de teteiras 5) Tratamento da mastite clínica durante a lactação Eliminação da mastite Descarte Cura espontânea Trat. Vaca Seca Trat. na lactação Retorno à produção e composição normal Prevenção de mortalidade em casos agudos Eliminação de microrganismos infecciosos Prevenção de novas infecções no período seco Objetivos do tratamento Início imediato: ATB intramamário (pelo menos 3 dias) Manter o tratamento por até 24 horas após término dos sintomas Taxa média de cura 50% depende: Duração do caso Idade da vaca Tipo de microrganismo Tratamento dos os casos clínicos Custos do tratamento Descarte de leite Medicamento Benefícios além do retorno da produção Redução da transmissão dentro do rebanho Diminuição de infecções crônicas Diminuição do descarte Tratamento dos casos clínicos INDICE DE NOVAS INFEÇÕES LACTAÇÃO PERIODO SECO PARTO SECAGEM PARTO 7) Manejo de vacas secas Como secar a vaca ? Controvérsia: decisão de manejo Dois métodos principais Ambos associados ao tratamento de vaca seca Secagem intermitente Vacas de alta produção (>10-15 litros/dia) 1 semana antes da secagem retirar o concentrado Secagem abrupta Vacas de baixa produção (<10 litros/dia) FRIMESA 26/05/06 Quartos com novas infecções no parto Sem tratamento de vaca seca 16% Terapia da vaca seca reduz a taxa de novas infecções em aproximadamente 80% Taxa de cura de infecções subclínicas de cerca de 70-90% Alvo principal os agentes contagiosos Tratamento de vaca seca Maior taxa de cura que na lactação Antibióticos de longa ação e em altas concentrações Diminui novas infecções do período seco Reduz a incidência de mastite clínica pós-parto Menor risco de resíduos de antibióticos no leite (carência de 30 a 42 dias) Vantagens do tratamento de vaca seca Modalidades de tratamento de vaca seca Uso combinado aumenta a taxa de cura Não existem medicamentos aprovados para este fim Não 8) Proporcionar um ambiente limpo, seco e confortável Mastite ambiental Fatores predisponentes Vacas com baixa CCS Higiene precária (verão) Taxa de novas Infecções Maior no período seco Pós-parto Forma de manifestação 80% dos casos = manifestação clínica Controle de mastite ambiental Métodos de controle Diminuição de exposição aos patógenos Aumento da resistência da vacaPré-dipping Manejo do ambiente: redução da exposição aos patógenos ambientais Correto dimensionamento das instalações Uso de camas inorgânicas Vacinação Controle de mastite ambiental Mastites ambientais Escherichia coli, Enterobacter aerogenes Klebisiella pneumoniae Manifestação clínica aguda Febre Toxemia Morte (raro) Vacinas contra Coliformes Vacinas contra Coliformes California, EUA (1989) Bacterina a base de E. coli J5 Doses: secagem + 30 dias depois + 10 dias após o parto Mastite clínica (100 dias de lactação): de 12,8%, para 2,6% Redução de 70-80% da ocorrência de casos clínicos Diminuição da severidade dos casos clínicos 9) Medidas de bio-seguranca contra a mastite contagiosa Aquisição de vacas de outros rebanhos Informações sobre a saúde da glândula mamária da vaca a ser comprada, como a CCS ou CMT Antes da introdução da vaca no rebanho Identificação de agentes causadores de mastite, caso a vaca apresente alta CCS Segregação de vacas com mastite crônica Um programa de prevenção e controle da mastite deve incluir pelo menos os seguintes itens: Adequação do ambiente Manejo de dejetos Condução dos animais para a ordenha Detecção de mastite Preparação do úbere para a ordenha Desinfecção dos tetos antes da ordenha ("predipping ") Ordenha Desinfecção dos tetos pós-ordenha ("posdipping") Manutenção dos animais de pé após a ordenha Tratamento dos casos clínicos Terapia da vaca seca Descarte de animais Fatores relacionados aos equipamentos de ordenha Aquisição de novos animais Alimentação Monitoramento da mastite no rebanho Obrigado.
Compartilhar