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1 SEM 2016 OPERAÇÕES COM MERCADORIAS E PRODUTOS ❑ Mercadorias são os objetos que as empresas comerciais compram para revender. As operações que envolvem a compra e a venda de mercadorias constituem a atividade principal das empresas comerciais. ❑ Empresas comerciais são aquelas que se caracterizam pela compra e pela venda de mercadorias. . Sistemas de inventários: Periódico: é chamado de inventário periódico porque, a partir de uma adoção, as empresas passam a elaborar o inventário físico das mercadorias existentes em estoque somente no final de um período que normalmente corresponde a um ano. Assim o resultado da conta mercadorias só será conhecido no final desse período. Portanto, adotando-se o sistema de controle periódico, os registros contábeis das diversas transações que afetaram o estoque só são efetuados no final do período. Sistemas de inventários: Permanente: consiste em controlar permanentemente os estoques de mercadorias efetuando os respectivos registros a cada compra ou devolução e a cada venda ou devolução. Dessa forma, como os estoques de mercadorias são mantidos atualizados constantemente, as empresas podem apurar o resultado da conta mercadorias no momento em que desejarem. Pelo sistema de controle permanente a cada transação que afeta o estoque (compra ou venda, por exemplo) é feito o respectivo registro contábil. Compras de Mercadoria: servindo de intermediárias nas trocas, as empresas comerciais compram mercadorias para depois revende-las. D = COMPRA DE MERCADORIA 1.000,00 C= FORNECEDOR 1.000,00 Ou D= ESTOQUE DE MERCADORIA C= FORNECEDOR Pronunciamento CPC 16 – Item 11 O custo de aquisição dos estoques compreende o preço de compra, os impostos de importação e outros tributos não recuperáveis, bem como os custos de transporte, seguro, manuseio e outros diretamente atribuíveis à aquisição de produtos acabados, materiais e serviços. Descontos comerciais, abatimentos e outros itens semelhantes devem ser deduzidos na determinação do custo de aquisição. Preço de Compra ( + ) Impostos Não Recuperáveis ( IPI e II ) ( + ) Custos de Transporte ( + ) Prêmios de Seguros ( + ) Custos de Manuseio ( - ) Impostos Recuperáveis ( ICMS , PIS e COFINS ) Formação do Custo de Aquisição de Mercadorias Estudo dos principais itens que compõem o estoque Os itens que compõem o Estoque variam de acordo com o ramo de atividade das entidades, entretanto, pode-se dizer que, de forma geral, os seguintes itens são os mais comuns para as atividades seguintes: Estudo dos principais itens que compõem o estoque Ramo de Atividade Exemplo típico de estoque Comércio • Mercadorias para Revenda Indústria • Produtos Acabados • Produtos em Elaboração • Matérias-primas Conceito e mensuração do CMV O Custo das Mercadorias Vendidas – CMV corresponde simplesmente, à baixa da mercadoria vendida; ou seja; quando a empresa vende a mercadoria a seus clientes. A principal questão que surge com relação ao Custo das Mercadorias Vendidas não é a sua conceituação, mas a sua mensuração, ou seja,: Como Atribuir valor às mercadorias que foram vendidas? DRE Receita Liquida de Vendas e Serviços (-) Custo dos Produtos/Mercadorias/Serviços Vendidos (CMV) (=) Lucro Bruto (-) Despesas com Vendas (-) Despesas Administrativas (+/-) Outras Receitas e Despesas (+/-) Resultado de Equivalência Patrimonial (=) Lucro ( Prejuízo ) antes das Despesas e Receitas Financeiras (-) Despesas Financeiras (+) Receitas Financeiras (=) Lucro Líquido antes dos Impostos (-) IR e CSLL (=) Lucro Líquido das Operações Continuadas (+/-) Resultado Líquido das Operações Descontinuadas (=) Lucro Líquido do Exercício Fatos que alteram os valores de compras: A orientação esta no item 11 da NBC TG 16: o custo de aquisição de bens que integrarão os estoques, compreende o preço de compra, os impostos de importação e outros tributos, bem como os custos de transporte, seguro, manuseio e outros diretamente atribuíveis à aquisição de produtos acabados, materiais e serviços. Devem ser excluídos do custo de aquisição, os descontos comerciais, os abatimentos, os tributos recuperáveis, bem como os juros embutidos nas operações de compras a prazo. Ex: Frete sobre compras: D = Estoque de mercadorias 50,00 C= Fornecedores 50,00 Ou D= Frete sobre compras C= Fornecedores Ex: Devolução de compras: consistem na devolução total ou parcial das mercadorias adquiridas, tendo em vista fatos desconhecidos no momento da compra. (avarias no transporte) D = Fornecedores C= Estoque de mercadorias Ou D= Fornecedores C= Devolução de compras Contabilização das operações de estoque relativas à devolução: 1 - Registro da Nota Fiscal de devolução no valor de R$ 4.878,05 (40 unidades x R$ 121,95) com incidência de 18% de ICMS: D - Fornecedores (Passivo Circulante) R$ 4.878,05 C - Estoque de Mercadorias (Ativo Circulante) R$ 4.000,00 C - ICMS a Recolher (Passivo Circulante) R$ 878,05 Operações com Mercadorias Ex: Descontos incondicionais obtidos: correspondem aqueles descontos que as empresas ganham dos fornecedores no momento em que efetuam compras de mercadorias. São destacados nas próprias notas fiscais e os fornecedores não impõem condição alguma aos seus clientes para oferece-los. D = Estoque de mercadoria ou compra de mercadoria 3.000,00 C= Fornecedores 3.000,00 O desconto incondicional é oferecido independentemente de qualquer condição futura, sendo o acerto efetuado já quando do fechamento do negócio. Esse desconto já será necessário considerado (diminuído) quando da emissão do documento fiscal, mesmo porque não fará parte da base de cálculo do ICMS. Portanto, os descontos incondicionais serão deduzidos da base de cálculo, ocorrendo a tributação sobre o valor líquido da nota fiscal Ex: Juros embutidos nas compras a prazo: A Lei 6.404/76 em consonância com as normas internacionais de contabilidade (IFRS) ao disciplinar acerca dos critérios de avaliação do passivo, determinou no inciso III do artigo 184 que as obrigações, classificadas no passivo não circulante serão ajustadas ao seu valor presente, sendo os demais ajustados quando houver relevância. Para aplicação desta regra, deve-se considerar as taxas de juros usuais de mercado. D = Estoque de mercadoria ou compra de mercadoria 900,00 C= Ajuste a valor presente (redutora de fornecedores) 100,00 C = Fornecedores (10 parcelas) 1.000,00 Conforme estabelece a NBCT TG 12, a quantificação do ajuste a valor presente deve ser realizada em base exponencial pro rata dia, a partir da origem de cada transação, sendo os seus efeitos apropriados nas contas a que se vinculam. No pagamento D = Fornecedores C = Banco 100,00 Baixa do valor dos juros registrados na conta redutora D = Despesa financeira - AVP C = Ajuste a valor presente 10,00 Venda de mercadoria: constituem a principal fonte de receita das empresas comerciais. Como ocorre com as compras, podem ser efetuadas à vista ou a prazo. Na venda D = Clientes 2.000,00 C = Receita com venda de mercadoria 2.000,00 Custo da mercadoria vendida D= CMV 800,00 C = Estoque de mercadoria 800,00 RecebimentoD = Caixa ou Banco 2.000,00 C = Clientes 2.000,00 Fatos que alteram os valores de venda: A receita obtida com a venda de mercadorias, nem sempre corresponde ao valor total cobrado do cliente. Nesse valor poderá estar embutido os tributos que devem ser repassados ao governo, juros de financiamento, etc. Segundo os itens 9 e 10 da NBCT TG 30, a receita deve ser mensurada pelo valor justo da contraprestação recebida o a receber, deduzida de quaisquer descontos comerciais e ou bonificações concedidos ao cliente. Tratamento Contábil das Devoluções de Vendas As devoluções de mercadorias vendidas são reconhecidas no resultado em conta específica do grupo de deduções de vendas, sob o título de Devoluções de Vendas. Esta operação gera o direito ao crédito tributário do ICMS, o qual é reconhecido no resultado diminuindo-se diretamente a conta de ICMS s/ Vendas. A Empresa recebe a seguinte devolução mercadorias de cliente: • Valor das mercadorias (100 unidades x R$ 30,00) R$ 30.000,00 • Valor do IPI destacado: R$ 3.000,00 • Valor Total da Nota Fiscal: R$ 33.000,00 • Valor do ICMS destacado: R$ 5.100,00 • O custo das mercadorias vendidas relativas ao lote devolvido é de R$ 22.000,00 1) Lançamento contábil das mercadorias recebidas em devolução: D – Devoluções de Vendas (Resultado) R$ 30.000,00 D - IPI a Recuperar (Ativo Circulante) R$ 3.000,00 C - Duplicatas a Receber (Ativo Circulante) R$ 33.000,00 2) Contabilização do ICMS: D - ICMS a Recuperar (Ativo Circulante) C - ICMS sobre Vendas (Resultado) R$ 5.100,00 3) Reversão do custo das mercadorias apropriado ao resultado: D - Estoques (Ativo Circulante) C - Custo das Mercadorias Vendidas (Resultado) R$ 22.000,00 Ex: Descontos incondicionais concedidos: é oferecido independentemente de qualquer condição futura, sendo o acerto efetuado já quando do fechamento do negócio. Esse desconto já será necessariamente considerado (diminuído) quando da emissão do documento fiscal D = Clientes 8.000,00 C = Receita venda 8.000,00 D= Clientes 8.000,00 C= Banco 8.000,00 Descontos condicionais concedidos: O desconto condicional é aquele subordinado ao cumprimento de uma condição. No momento em que é efetivado o negócio, as partes contratantes não sabem se tal condição será ou não cumprida, motivo pelo qual o desconto é considerado subordinado a um evento futuro e incerto. Exemplo Para um pagamento antecipado, é concedido um desconto de 10% (dez por cento). Os descontos financeiros normalmente enquadram-se neste contexto. Portanto, os descontos condicionais não poderão ser deduzidos, sendo aplicada a tributação sobre o valor bruto. D = Clientes 8.000,00 C = Receita venda 8.000,00 D= Descontos concedidos (despesa) 200,00 D= Banco 7.800,00 C= Clientes 8.000,00 Ex: Juros embutidos nas vendas a prazo: A Lei 6.404/76 em consonância com as normas internacionais de contabilidade (IFRS) ao disciplinar acerca dos critérios de avaliação do ativo, determinou no inciso III do artigo 184 que as obrigações, classificadas no ativo não circulante serão ajustadas ao seu valor presente, sendo os demais ajustados quando houver relevância. Para aplicação desta regra, deve-se considerar as taxas de juros usuais de mercado. D = Clientes 5.000,00 C = Ajuste de valor presente (redutora de clientes) 300,00 C= Venda de mercadoria 4.700,00 Conforme estabelece a NBCT TG 12, a quantificação do ajuste a valor presente deve ser realizada em base exponencial pro rata dia, a partir da origem de cada transação, sendo os seus efeitos apropriados nas contas a que se vinculam. No recebimento D = Banco C = Clientes 500,00 (10 parcelas) Baixa do valor dos juros registrados na conta redutora D = Ajuste valor presente C = Receita financeira - AVP 30,00 Tributos Incidentes sobre as Vendas: Os mais expressivos tributos incidentes sobre as vendas são os seguintes: a) ICMS b) IPI c) ISS d) IE e) PIS e, f) COFINS ICMS: Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação. É um imposto de competência estadual, incidente sobre a circulação de mercadoria e prestação de alguns serviços. É considerado imposto por dentro, pois seu valor esta incluído no valor das mercadorias ou dos serviços constantes da nota fiscal. É calculado mediante aplicação de uma alíquota sobre o valor da mercadoria ou serviço. Essa porcentagem pode variar de acordo com o tipo da mercadoria ou serviço, sua origem e destinação. No Estado de São Paulo, por exemplo é de 18% Nem todas as mercadorias estão sujeitas a esse imposto. O ICMS é um imposto não cumulativo. Isso significa que o valor do imposto pago em uma operação é compensado no valor do imposto a pagar na operação subsequente. Contabilização do ICMS na compra D = Estoque de mercadoria 8.200,00 D = ICMS a recuperar 1.800,00 C = Fornecedores 10.000,00 Contabilização do ICMS na venda D = Clientes 8.000,00 C = Receita de mercadoria 8.000,00 D = ICMS s/ vendas (dedução receita bruta) 2.000,00 C = ICMS a recolher 2.000,00 Na apuração do imposto A recuperar 1.800,00 D = ICMS a recolher 1.800,00 A recolher 2.000,00 C = ICMS a recuperar 1.800,00 Saldo a recolher: 200,00 No pagamento D = ICMS a recolher 200,00 C = Banco 200,00 Operações com Mercadorias b) IPI: Imposto sobre produtos industrializados, é um imposto de competência federal, exigido principalmente nas empresas industriais. É considerado imposto por fora, pois seu cálculo é feito sobre o valor dos produtos e a ele é adicionado. O IPI é calculado mediante a aplicação de uma alíquota sobre o valor dos produtos de acordo com o tipo de produto. O IPI não incide sobre todos os produtos e também é considerado não cumulativo, pois o valor do imposto pago na compra de matérias-primas ou de outros materiais aplicados na produção é compensado do imposto a pagar das operações subsequentes de mercadorias, matérias-primas ou produtos. Contabilização do IPI na compra Compra de matéria prima no valor de 4.000,00 com IPI de 1.800,00, perfazendo o total de 5.800,00 D = Estoque de mercadoria 4.000,00 D = IPI a recuperar 1.800,00 C = Fornecedores 5.800,00 Contabilização do IPI na venda D = Clientes 8.000,00 C = Receita de mercadoria 6.000,00 C = IPI a recolher 2.000,00 Na apuração do imposto A recuperar 1.800,00 D = ICMS a recolher 1.800,00 A recolher 2.000,00 C = ICMS a recuperar 1.800,00 Saldo a recolher: 200,00 No pagamento D = ICMS arecolher 200,00 C = Banco 200,00 RESUMO As entradas de mercadorias (compra) devem ser contabilizadas pelo valor líquido dos impostos, ou seja, excluindo-se do valor da nota os valores, porventura incidentes, do ICMS e do IPI recuperáveis, os quais serão contabilizados em contas próprias (ICMS e IPI a recuperar). As saídas (vendas) serão registradas pelo valor da receita bruta (excluindo-se o IPI). Contabilmente, o IPI deveria ter o tratamento de dedução da receita bruta, a exemplo do ICMS. Entretanto, para efeito do imposto de renda, a empresa industrial ou a ela equiparada funciona apenas como arrecadadora do IPI, o que significa que esse imposto não integra o preço de venda do produto, consequentemente, nem a receita bruta de vendas. Exemplo prático Admita-se compra de matéria prima a prazo com os seguintes dados extraídos da nota fiscal: Valor da matéria prima 100.000,00 Valor do IPI 10.000,00 Valor total da NF 110.000,00 Informações adicionais: ICMS 18% e IPI 10% Pela compra da matéria prima D = Estoque de mercadoria 82.000,00 D = ICMS a recuperar 18.000,00 D = IPI a recuperar 10.000,00 C = Fornecedores 110.000,00 Exemplo prático Admita-se venda a prazo de produtos com os seguintes dados extraídos da nota fiscal: Valor dos produtos 150.000,00 Valor do IPI 15.000,00 Valor total da NF 165.000,00 Informações adicionais: ICMS 18% e IPI 10% Pela venda D = Clientes 165.000,00 C = Receita bruta de vendas 150.000,00 C = IPI a recolher 15.000,00 Pelo registro do ICMS D = ICMS s/ vendas 27.000,00 C = ICMS a recolher 27.000,00 Pela transferência do ICMS e do IPI D = IPI a recolher 10.000,00 C = IPI a recuperar 10.000,00 D = ICMS a recolher 18.000,00 C = ICMS a recuperar 18.000,00 Pelo pagamento do ICMS e do IPI D = IPI a recolher 5.000,00 C = Banco 5.000,00 D = ICMS a recolher 9.000,00 C = Banco 9.000,00 PIS E COFINS PIS/PASEP e COFINS: A Contribuição para o Programa de Integração Social – PIS, a Contribuição para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS, são modalidades de tributos que as entidades em geral devem recolher mensalmente ao Governo Federal. O PIS foi criado pela Lei Complementar nº 7 de 1970, o PASEP pela Lei Complementar nº 8 de 1970 e a COFINS pela Lei Complementar nº 70 de 1991. A Legislação tributária trata da Contribuição para o PIS, juntamente com a Contribuição para o PASEP. Existem dois regimes de incidência dessas contribuições: cumulativa e não cumulativa REGIME CUMULATIVO Aspectos Legais: O regime cumulativo é disciplinado por várias Leis, a começar pelas que criaram as contribuições para o PIS, para o PASEP e para a COFINS, pela Lei nº 9.715/1998, pela Lei n° 9.718/1998 e por outros dispositivos legais posteriores que provocaram alterações nessas Leis. Contribuintes: São contribuintes do PIS/PASEP e COFINS, as pessoas jurídicas de direito privado e as que lhe são equiparadas pela legislação do imposto de renda, inclusive as empresas públicas e as sociedades de economia mista e suas subsidiárias bem como as entidades sem fins lucrativos definidas como empregadoras pela legislação trabalhista, as fundações e as pessoas jurídicas de direito público interno. A Lei nº 9.718/1998, trata das contribuições para o PIS/PASEP e COFINS, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado. Contribuintes: Para fins didáticos, podemos considerar contribuintes do PIS/PASEP e COFINS pelo regime cumulativo, todas as pessoas jurídicas de direito público e privado exceto as empresas do SIMPLES e aquelas sujeitas à modalidade não cumulativa da contribuição. Alíquotas e Base de Cálculo: Pis – 0,65% Cofins – 3% (empresas em geral 4% instituições financ.) A Base de Cálculo é somente a receita bruta de acordo com as Leis 9.718 /1998 e 12.73/2014. Portanto, as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica, como alugueis, rendimento de aplicação financeira, ganho na venda de ativo imobilizado, etc., não entram na composição da base de cálculo dessas contribuições. Alíquotas e Base de Cálculo: Por fim é importante destacar que a legislação tributária prevê outras bases de cálculo e alíquotas a serem observadas por entidades sem fins lucrativos, públicas ou particulares, como folhas de pagamento. Exemplo: Apuração do mês de janeiro/2014 com os seguintes dados Receita: 850.000,00 IPI: 85.000,00 Desconto incondicional: 10.000,00 Apuração: 850.000,00 (-) 85.000,00 (-) 10.000,00 (=) 755.000,00 Pis 0,65% = 4.907,50 Cofins 3% = 22.650,00 DEMONSTRAÇÃO DA APURAÇÃO – REGIME CUMULATIVO Vendas totais de mercadoria 130.000,00 (-) Devolução de venda 10.000,00 (=) Base de Cálculo 120.000,00 Pis devido – 0,65% P = 780,00 Cofins – 3% C = 3.600,00 Contabilização do Regime Cumulativo D = Pis (Resultado) C = Pis a Recolher (PC) D = Cofins (Resultado) C = Cofins a Recolher (PC) No pagamento D = Pis a Recolher D = Cofins a Recolher C = Caixa ou Banco Exemplo Prático - Cumulativo Supondo que uma empresa mercantil, sujeita ao regime cumulativo das contribuições, tenha auferido as seguintes receitas no mês: Revenda de mercadoria – R$ 18.000,00 Venda de bens do ativo imobilizado – R$ 6.000,00 Desconto obtido – R$ 3.000,00 Receita de aluguel – R$ 2.000,00 Rendimento de aplicação financeira – R$ 700,00 Juros ativos – R$ 500,00 Reversão de provisão – R$ 1.000,00 Juros sobre capital próprio – R$ 25.000,00 Total das receitas auferidas – R$ 56.200,00 A Contribuição para o PIS/PASEP e a Cofins não incidem sobre as receitas decorrentes de exportação (art. 149 da Constituição Federal) Cálculo Revenda de mercadoria – R$ 18.000,00 BC do Pis = 18.000,00 x 0,65% = 117,00 BC da Cofins = 18.000,00 x 3% = 540,00 Contabilização D = Pis/Pasep s/ faturamento (DRE) C= Pis a recolher (PC) 117,00 D = Cofins s/ faturamento (DRE) C = Cofins a recolher (PC) 540,00 REGIME NÃO CUMULATIVO Aspectos Legais: O regime não cumulativo é disciplinado pela Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002 (PIS/PASEP), pela Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003 (COFINS) e por outros dispositivos legais posteriores que provocaram alterações nessas leis. Contribuintes: Regra geral são contribuintes dessas contribuições as pessoas jurídicas com base no lucro real, com algumas exceções, dentre elas, as empresas do SIMPLES NACIONAL, as instituições financeiras, entre outras. É importante destacar que no art. 8º da Lei nº 10.837/2002 e no art. 10º da Lei nº 10.837/2003, são arroladas as pessoas jurídicas que permanecem sujeitas ao regime cumulativo do PIS/PASEP e COFINS, respectivamente. Alíquotas e Base de Cálculo: Pis – 1,65% Cofins – 7,6% A Base de Cálculo dessas contribuições pelo regime não cumulativo é o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. O total das receitas, compreende a receita bruta da venda de bens e serviços nas operações em conta própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica (parágrafo 1º do art. 1º das Leis nº 10.637/2002 e nº 10.833/2003). No parágrafo 3º do art. 1º e no artigo 2º das mencionadasLeis, constam situações que influenciam na base de cálculo, inclusive valores que devem ser excluídos do total das receitas para fins de determinação da base de cálculo, como por exemplo: vendas canceladas, reversão de provisões, venda de ativo imobilizado, etc. É importante destacar que as legislações do PIS/`PASEP e COFINS, estabelecem ainda os casos de isenção, não incidência e de redução de alíquota 0. O Decreto nº 5.442/2005, reduziu a alíquota zero as alíquotas incidentes sobre as receitas financeiras, inclusive decorrentes de operações realizadas para fins de hedge, mantendo a incidência sobre os juros sobre o capital próprio. Direito de compensação: As pessoas jurídicas sujeitas ao recolhimento das contribuições para o PIS/PASEP e COFINS pelo regime não cumulativo, têm direito de descontar do montante devido diversos créditos calculados em relação a: a) Bens adquiridos para revenda, b) Bens e serviços utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de vens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, c) Alugueis de prédio, máquinas utilizados nas atividades da empresa, etc. Entendendo os Créditos Dos valores de Contribuição para o PIS/Pasep e Cofins apurados, a pessoa jurídica submetida à incidência não-cumulativa poderá descontar créditos, calculados mediante a aplicação das alíquotas de 7,6% (Cofins) e 1,65% (Contribuição para o PIS/Pasep), sobre os valores: • das aquisições de bens para revenda efetuadas no mês; • das aquisições, efetuadas no mês, de bens e serviços utilizados como insumos na fabricação de produtos destinados à venda ou na prestação de serviços, inclusive combustíveis e lubrificantes; • dos bens recebidos em devolução, no mês, cuja receita de venda tenha integrado o faturamento do mês ou de mês anterior, e tenha sido tributada no regime de incidência não-cumulativa; • das despesas e custos incorridos no mês, relativos: • à energia elétrica consumida nos estabelecimentos da pessoa jurídica; • a aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, utilizados nas atividades da empresa; • despesas financeiras, incorridas no mês, decorrente de empréstimo e financiamento e contraprestação de operações de arrendamento mercantil pagas a pessoa jurídica, exceto quando esta for optante pelo Simples; • armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda; • dos encargos de depreciação e amortização, incorridos no mês, relativos a máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado adquiridos a partir de maio de 2004, para utilização na produção de bens destinados à venda, ou na prestação de serviços (Ver IN SRF nº 457, de 2004); Entende-se como insumos: • utilizados na fabricação ou produção de bens destinados à venda: • as matérias primas, os produtos intermediários, o material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, desde que não estejam incluídas no ativo imobilizado; • os serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou consumidos na produção ou fabricação do produto; • utilizados na prestação de serviços: • os bens aplicados ou consumidos na prestação de serviços, desde que não estejam incluídos no ativo imobilizado; e • os serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou consumidos na prestação do serviço. Contabilização do Regime Não Cumulativo Pelo reconhecimento do débito D = Pis (Resultado) D = Cofins (Resultado) C = Pis a recolher (PC) C = Cofins a recolher (PC) Crédito de energia elétrica (valores a título de demonstração) D = Energia Eletrica D = Pis a recuperar D = Cofins a recuperar C = Energia elétrica a pagar Contabilização do Regime Não Cumulativo Crédito de insumos (valores a título de demonstração) D = Estoque mercadoria D = Pis a recuperar D = Cofins a recuperar C = Fornecedores Compensação dos créditos D = Pis / Cofins a recolher C = Pis / Cofins a recuperar Pagamento D = Pis / Cofins a recolher C = Caixa ou Banco Exemplo Prático – Não cumulativo Supondo que uma empresa mercantil, sujeita ao regime não cumulativo das contribuições, tenha auferido as seguintes receitas no mês: Revenda de mercadoria – R$ 18.000,00 Venda de bens do ativo imobilizado – R$ 6.000,00 Desconto obtido – R$ 3.000,00 Receita de aluguel – R$ 2.000,00 Rendimento de aplicação financeira – R$ 700,00 Juros ativos – R$ 500,00 Reversão de provisão – R$ 1.000,00 Juros sobre capital próprio – R$ 25.000,00 Total das receitas auferidas – R$ 56.200,00 A base de cálculo das contribuições no regime não cumulativo será (art. 1º das Leis nºs 10.637/2002 e 10.833/2003): Totalidade das receitas auferidas: (-) Receitas isentas ou sujeitas à alíquota zero; (-) IPI; (-) ICMS substituição tributária; (-) Receitas não alcançadas pela incidência da contribuição; (-) Demais receitas, decorrentes de venda de ativo investimentos, imobilizado e intangível; (-) receitas auferidas pela pessoa jurídica revendedora – substituição tributária; (-) vendas canceladas; (-) Reversões de provisões e recuperação de créditos baixados como perda; (-) Resultado positivo da participação societária avaliada pelo MEP, entre outras. Total das receitas auferidas no mês R$ 56.200,00 (-) Venda de bens do ativo imobilizado R$ 6.000,00 (-) Desconto obtido R$ 3.000,00 (-) Rendimento de aplicação financeira R$ 700,00 (-) Juros ativos R$ 500,00 (-) Reversão de provisão R$ 1.000,00 (=) BC R$ 45.000,00 Portanto, neste exemplo incluiu-se na BC: a) Receita de revenda de mercadoria R$ 18.000,00 b) Receita de aluguel R$ 2.000,00 c) Juros sobre capital próprio R$ 25.000,00 (=) BC R$ 45.000,00 Cálculo do valor devido: Contabilização do valor devido: D = Pis/Pasep s/ faturamento (dedução RB) 297,00 D = Pis/Pasep (despesa tributária) 445,50 C = Pis a recolher 742,50 D = Cofins s/ faturamento (dedução RB) 1.368,00 D = Cofins (despesa tribut.) 2.052,00 C = Cofins a recolher 3.420,00 Operações com Mercadorias Vamos considerar agora que a empresa tenha direito aos seguintes créditos: Bens adquiridos para revenda R$ 20.000,00 Aluguel R$ 7.000,00 Energia elétrica R$ 3.100,00 Total R$ 30.100,00 Contabilização dos créditos: A partir de 01.07.2015, as alíquotas do PIS e COFINS sobre receitas financeiras, inclusive decorrentes de operações realizadas para fins de hedge, auferidas pelas pessoas jurídicas sujeitas ao regime de apuração não-cumulativa das referidas contribuições, serão de 0,65% e 4%, respectivamente. Aplica-se tal tributação inclusive às pessoas jurídicas que tenham apenas parte de suas receitas submetidas ao regime de apuração não- cumulativa da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS. Ficam mantidas em 1,65% (um inteiro e sessenta e cinco centésimos por cento) e 7,6% (sete inteiros e seis décimos por cento), respectivamente, as alíquotas da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS aplicáveis aos juros sobre o capital próprio. Base: Decreto 8.426/2015. RECEITA FINANCEIRA DECRETO Nº 8.426, DE 1º DE ABRIL DE 2015 Pis/Cofins 0,65% e 4% receita financeira, inclusive operações de hedge no regime não cumulativo 1,65% e 7,6% juros sobre capital próprio 0% receita financeira decorrente de variação cambial em função taxa cambio referente a exportação e obrigações contraídas 0% receita financeira decorrente de operações de cobertura (hedge)realizadas em bolsa de valores, de mercadorias e de futuros ou no mercado de balcão organizado Prestação de Serviço O ISS (Imposto sobre serviços de qualquer natureza) é um imposto incidente sobre a receita de serviços prestados pelas empresas, por trabalhadores autônomos e por profissionais liberais. Por ser um imposto de competência municipal, a sua regulamentação pode divergir entre os milhares de municípios brasileiros. As empresas prestadoras de serviços normalmente recolhem o ISS mensalmente, com base no total das receitas de serviços prestados em cada mês. Prestação de Serviço O cálculo do ISS é feito mediante a aplicação de uma alíquota sobre o total das receitas auferidas na prestação de serviços. A alíquota, bem como a base para o cálculo desse imposto, pode variar em cada município. Como, em geral, o ISS deve ser recolhido sempre no mês seguinte ao da ocorrência do seu fato gerador, no mês da ocorrência esse imposto deve ser contabilizado como segue: D = ISS (dedução da receita bruta) C = ISS a recolher (PC)
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