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ERROS DE INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS: EXTRAPOLAÇÃO: consiste em apresentar ideias alheias ao texto, o que significa sair do contexto, acrescentando ideias não presentes nele. A extrapolação é um processo que ocorre por associações das ideias evocadas pelo texto, ou por relações analógicas. Em outras palavras, uma idéia lembra outra semelhante e assim sucessivamente. Em consequência da extrapolação, foge-se ao texto. Texto: A saúde humana está associada a fatores como boa alimentação, prática desportiva e estabilidade emocional. Extrapolaçâo: Quem fuma ou bebe não tem boa saúde, pois é uma pessoa instável. REDUÇÃO: consiste em privilegiar ideias secundárias, terciárias e pormenores em detrimento das ideias principais. Redução significa prender-se a um aspecto menos relevante do conjunto, perdendo de vista os elementos principais. Texto: O trabalho dignifica o homem e é uma excelente fonte de prazer e auto-realização, por isso deve ser incentivado e valorizado. Redução: Quando o trabalho é fonte de prazer deve ser valorizado. CONTRADIÇÃO: consiste em interpretar o texto de maneira contrária ao seu verdadeiro conteúdo: apresentar ideias opostas às expressas pelo autor. Os motivos mais frequentes que levam a esse tipo de erro são entre outros: leitura apressada e/ou desatenta; não-percepção de algumas relações; incompreensão de uma ideia ou de um raciocínio; esquecimento de uma ideia principal; perda de uma passagem no desenvolvimento do texto; não percepção de ironia, que consiste em o autor dizer exatamente o oposto. Texto: O homem, criado à imagem e semelhança de Deus, perdeu a intimidade com o criador por causa da sua desobediência. Contradição: A desobediência levou o homem a uma maior intimidade com seu criador. DISTORÇÃO: consiste em, ao interpretar o texto, mudar-lhe o sentido seja no todo, seja nas suas partes, desvirtuando a intenção, os objetivos e/ou as palavras do autor. Texto: Ler é fundamental. Não só por uma série de razões práticas — aumenta seu vocabulário, seu conhecimento geral, a capacidade de expressão e a probabilidade de sucesso com as mulheres —, mas especialmente por despertar áreas adormecidas de seu cérebro. Distorção: Ler é fundamental, uma vez que a leitura desperta o cérebro para que a pessoa tenha um bom rendimento na prática de exercícios físicos. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: DIDIO, L. Material didático-pedagógico. Brasília, UnB, 2003. Leitura e Produção de Textos Prof. Msc. Francisca Oleniva Turma: Aluno(a): EXERCÍCIO 7: ERROS DE INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS QUESTÕES CESPE1 1 Questões da prova do concurso público para o cargo de escrivão da Polícia Federal aplicada em 2002, as quais foram adaptadas. Leia os textos, julgue os itens, sendo que é necessário identificar os tipos de erros de interpretação em cada item errado e justiçá- los. TEXTO I Perguntamo-nos qual é o valor da vida humana? Alguns setores da sociedade acreditam que a vida do criminoso não tem o mesmo valor da vida das pessoas honestas. O problema é que o criminoso pensa do mesmo modo: se a vida dele não vale nada, por que a vida do dono da carteira deve ter algum valor? Se provavelmente estará morto antes dos trinta anos de idade (como várias pesquisas comprovam), por que se preocupar em não matar o proprietário do automóvel que ele vai roubar? Em relação ao texto acima, julgue os itens que se seguem. 1. Há um consenso na sociedade de que o valor da vida não é hierárquico, é equivalente para todos os seres humanos. 2. Os criminosos acreditam que o valor da vida das pessoas que são por eles roubadas é superior ao valor de sua própria vida. TEXTO II A concepção de trabalho pode ser entendida como uma força exclusivamente humana, realizada por qualquer indivíduo, grupo, categoria profissional ou classe social cujo conteúdo e forma são determinados a partir das necessidades sociais a serem satisfeitas. Dentro desse contexto, a influência da tecnologia na consecução do trabalho é freqüentemente um catalisador de soluções, mas também de problemas. Tecnologia pode ser definida, genericamente, como um conjunto de conhecimentos e informações organizados, provenientes de fontes diversas, como descobertas científicas e invenções, obtidos por meio de diferentes métodos e utilizados na produção de bens e serviços. Na sociedade capitalista, a tecnologia caracteriza-se por ser um tipo específico de conhecimento com propriedades que normalmente a tornam útil a quem a utiliza, pois instrumentaliza a experimentação, transformando conhecimento científico em aplicação técnica, ampliando e possibilitando a produção de novos conhecimentos científicos e influenciando, dessa forma, transformações na organização do trabalho. As novas descobertas e a utilização das inovações tecnológicas das últimas décadas têm deixado o mundo do trabalho muito mais interligado, rápido e diversificado e, consequentemente, menos previsível. Essas incertezas, somadas às do mercado, em compasso com as descobertas nas áreas de tecnologia de informações e robotização industrial, têm como consequência inúmeras mudanças que vêm ocorrendo no desempenho das atividades do dia-a-dia dos trabalhadores nas organizações. Ainda nesse mesmo contexto, a denominada economia das nações vem exigindo uma forte e generalizada qualificação educacional e profissional de todos aqueles que pretendem estar dentro dos parâmetros hoje exigidos pelo mercado no que se refere à empregabilidade. Em contrapartida, avanços científicos e tecnológicos buscam incessantemente novos padrões de especialização das economias e a adoção de novos modelos da organização do trabalho. (Silmara Cimbalista. Internet. Acesso em 8/7/2003 - com adaptações) Julgue os fragmentos nos itens abaixo quanto à manutenção das idéias desenvolvidas nos parágrafos indicados do texto l. 3. Primeiro parágrafo: O trabalho, seja realizado por indivíduos, grupos, categorias ou classes profissionais, é força exclusivamente humana, porque os animais, mesmo os mais evoluídos em suas espécies, não possuem necessidades sociais a serem satisfeitas. 4. Terceiro parágrafo: Segundo uma concepção capitalista, classifica-se tecnologia de acordo com o tipo de conhecimento útil para quem a utiliza na produção de novos conhecimentos que influenciarão as organizações trabalhistas. 5. Quarto parágrafo: Porque inúmeras mudanças vêm ocorrendo no desempenho das atividades diárias das organizações, o mundo do trabalho revela-se muito mais interligado, rápido, diversificado e previsível. 6. Quinto parágrafo: A qualificação educacional e profissional de todos os que pretendem estar dentro dos parâmetros exigidos pelo mercado de trabalho é fator de empregabilidade desde que os avanços científicos e tecnológicos busquem novos padrões de especialização. 7. Há uma relação implícita de causa e conseqüência entre "conhecimento científico" e "aplicação técnica"; cronologicamente, a anterioridade daquele perante esta garante tal relação. 8. Tendo o texto II por referência inicial e considerando os múltiplos aspectos que envolvem o tema nele focalizado, julgue os itens que se seguem. a) O domínio do conhecimento e as continuas inovações tecnológicas desempenham papel central no atual estágio de desenvolvimento da economia mundial. b) No mundo contemporâneo, os sistemas educacionais buscam se organizar tendo por objetivo, além da formação da cidadania, levar o aluno a compreender os mecanismos que norteiam o sistema produtivo de modo a nele se inserir. c) Na economia globalizada do tempo presente, o suporte oferecido pela tecnologia é essencial para a ampliação da produção, mas irrelevante para a circulação de bens e de capitais. d) Um caso típico de mudanças hoje verificadas no mundo do trabalho, graças aos avanços tecnológicos,é o fortalecimento da figura do trabalhador que atua em todas as etapas da produção. e) Pelas características do atuais sistema de produção, a tendência é que as funções desempenhadas pelo trabalhador sejam dinamizadas e alteradas conforme vão surgindo novos processos produtivos, que são consequências da incessante evolução tecnológica. f) Os padrões da economia contemporânea demonstram que os avanços tecnológicos quase sempre levam à ampliação dos postos de trabalho. TEXTO III Em 10 de dezembro de 1948, a Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, ainda como parte das atividades inaugurais da organização, fundada em 1945, visando construir um tempo novo para a humanidade. A Declaração está aí, porém quantos a conhecem na íntegra? No Brasil, por exemplo, o infeliz e absurdo logan praticado por muitos, afirmando que “direitos humanos são direitos de bandidos”, tem servido para a justificação de todo tipo de absurdo cometido, negando o que é, na essência, ligado à proteção da vida e da dignidade humana. “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos”, enunciado do artigo primeiro, é, em si, um programa de trabalho praticamente inesgotável. Os desafios da construção solidária — porque trabalhada em conjunto, fortalecida, sólida — da liberdade e da igualdade, sob as oscilações decorrentes da ordem mundial, passando da bipolaridade para as polaridades difusas ou múltiplas polaridades, demonstram que a Declaração estabeleceu apenas direções, que têm ajudado a humanidade a manter-se, minimamente, no caminho da sobrevivência. Em tempos de violência, tão globalizada como a economia, há os que colocam sob suspeita e risco o respeito aos direitos humanos. Erro brutal, porque, se faltarem até os mínimos que a consciência humana estabeleceu para si mesma, não se terá mais a base comum sobre a qual caminhar. FISCHMANN, Roseli. Correio Braziliense, 10/12/2001 (com adaptações). Em relação às ideias do texto, julgue os itens que se seguem. 9. Pela argumentação do texto, depreende-se que a autora considera a Declaração Universal dos Direitos Humanos uma idéia insuficiente para construir um tempo de paz e que deve ser substituída por outro documento mais radical contra a violência. 10. Segundo o texto, a Declaração Universal dos Direitos Humanos é abrangente, mas detalhada e minuciosa, de modo a oferecer diretrizes específicas e concretas para aplicação localizada e imediata. 11. Conforme o texto, a humanidade, para preservar suas possibilidades de sobrevivência, não precisa respeitar os objetivos mínimos de liberdade e igualdade que estabeleceu para si como uma base comum. TEXTO IV Um traço que deve caracterizar o ser humano, ainda não embrutecido pela própria fraqueza ou pela realidade tremenda, é a liberdade que ele se reserva de opor ao evento defeituoso, à situação decepcionante, uma força contraditória. Essa força poderia chamar-se esperança; esperança de que aquilo que não é, que não existe, possa vir a ser; uma espera, no sonho, de que algo se mova para a frente, para o futuro, tornando realidade aquilo que precisa acontecer, aquilo que tem de passar a existir. Essa força talvez pudesse ser chamada, também, de sonho. Mas esse também seria um nome inadequado, porque um sonho escapa a nosso controle, impõe- se a nós tanto quanto se insinua sobre nós essa realidade manca ou sufocante que precisa ser mudada. E é necessário termos o controle dessa mudança, algum controle. Sonhar, apenas, não serve.Estaríamos mais perto do nome adequado a essa força de contradição se pensássemos na imaginação, essa capacidade de superar os limites frequentemente medíocres da realidade e penetrar no mundo do possível. Mas a imaginação necessária à execução daquilo que deve vir a existir não é a imaginação digamos comum, aquela que se alimenta apenas da vontade subjetiva da pessoa e se volta unicamente para seu restrito campo individual. Tem de ser uma imaginação exigente, capaz de prolongar o real existente na direção do futuro, das possibilidades; capaz de antecipar este futuro como projeção de um presente a partir daquilo que neste existe e é passível de ser transformado. Mais: de ser melhorado. Essa imaginação exigente tem um nome: é a imaginação utópica, ponto de contato entre a vida e o sonho. É ela que, até hoje pelo menos, sempre esteve presente nas sociedades humanas, apresentando-se como o elemento de impulso das invenções, das descobertas, mas, também, das revoluções. É ela que aponta para a pequena brecha por onde o sucesso pode surgir, é ela que mantém em pé a crença em uma outra vida. Explodindo os quadros minimizadores da rotina, dos hábitos circulares, é ela que, militando pelo otimismo, levanta a única hipótese capaz de nos manter vivos: mudar de vida. COELHO, Teixeira. O que é utopia. São Paulo: Brasiliense, 1980, p. 7-9 (com adaptações). Julgue se os itens seguintes apresentam, por meio de estruturas gramaticalmente corretas, informações do texto. 12. São traços característicos da juventude: a liberdade, a oposição à frágil realidade e a força contraditória de suas ações, além do sonho e da utopia. 13. Poder-se-ia chamar de esperança essa força que move o ser humano para a frente, para o futuro, em busca daquilo que não precisaria acontecer, daquilo que passaria a existir. 14. É possível intitular-se de imaginação exigente a capacidade de antecipar um futuro mais promissor, a partir da projeção de um presente que não pode ser transformado. 15. Ponto de contato entre vida e sonho, a imaginação utópica esteve nunca presente nas sociedades humanas, como elemento de impulso das invenções, das descobertas e das revoluções.
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