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Processo de prodcao textual curso leitura e producao textual

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PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
Processos de 
Produção Textual 
PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
Quando se ensina língua, o 
que se ensina? 
 Não se ensina língua, mas sim se faz um 
estudo dela. 
 Quando ensinamos alguma coisa partimos 
de uma motivação. Cada teoria linguística 
possui um motivo, então fica difícil dizer 
qual é adequada ou não. 
 
PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
Análise da língua com base 
na produção textual 
 Já é consenso entre os linguistas, tanto os 
teóricos como os aplicados, que o trabalho com a 
língua na escola deve se dar através de textos. 
Os PCNs também disseminam essa ideia e há 
boas razões para ser pensar assim. 
 Com o textos pode-se trabalhar, entre outros 
aspectos: 
 
PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
a) Questões da historicidade da língua; 
b) As relações entre as diversas variantes; 
c) As relações entre a fala e a escrita; 
d) Fonologia, Morfologia, Semântica e Sintaxe; 
e) Leitura e compreensão; 
f) O estudo dos gêneros textuais; 
g) Estratégias de redação e estilística. 
 
PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
 A missão da escola, atualmente, é dar prioridade à língua 
escrita. Ela é muito importante para a formação do aluno, 
mas não se deve esquecer que a oralidade não pode ser 
deixada de lado. 
 É possível trabalhar o funcionamento da língua através de 
textos como forma de acesso natural à língua. Explorando 
a oralidade e a escrita. 
PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
Quando se estuda a língua, 
o que se estuda? 
 O que justifica a intervenção escolar num processo de 
aquisição que acontece naturalmente? 
 Segundo a autora Fátima Carvalho Lopes, um dos 
objetivos da aula de Português é desenvolver a 
competência comunicativa. 
PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
 Uma das formas de trabalhar esta competência é levar 
para a escola situações orais que acontecem no dia-a-
dia. Proporcionar aos alunos questões de argumentação 
e raciocínio crítico. 
 É preciso valorizar a reflexão, saindo do ensino 
normativo para um ensino reflexivo. 
PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
 Quando o aluno chega à escola ele já possui uma 
competência comunicativa. Portanto a escola não ensina a 
língua, mas formas de fazer uso dela nas ações 
corriqueiras de escrita e oralidade. 
 O foco de trabalho da língua portuguesa é o contexto da 
compreensão, análise e produção textual. 
 Mesmo com propostas sociodiscursivas, a gramática tem 
lugar na escola também, pois não há língua sem 
gramática. O que não deve ser feito é reduzir as aulas de 
português à análise sintática. 
O que se pode oferecer ao 
aluno? 
PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
Noção de língua, texto, textualidade 
e processos de textualização 
 A concepção de produção textual abordada aqui é 
sociointerativa. É muito importante definir o conceito de 
língua com o qual se trabalha. 
 Podemos ver a língua de 4 formas diferentes: 
a) Forma ou estrutura: a língua é vista como um sistema 
abstrato de regras e é trabalhada no nível da frase ou de 
palavras isoladas. O texto também situa-se no uso do 
sistema. Vemos aqui as ideias de Saussure e Chomsky. 
PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
b) Como instrumento: desvincula da língua do seu lado 
cognitivo e social. Ela é vista com um instrumento 
transparente e sem problemas. Esta perspectiva é 
geralmente adotada em livros didáticos, quando tratam 
os problemas da compreensão textual. 
c) Como atividade cognitiva: vê a língua somente como 
uma atividade cognitiva, descartando seu lado social. A 
língua envolve fenômenos cognitivos, mas ela não é 
penas algo biológico. 
PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
d) Como atividade sociointerativa situada: toma a língua 
como sócio-histórica, cognitiva e sociointerativa. 
 
PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
Aprofundando a noção de 
língua por nós adotada 
 A perspectiva de língua adotada é a “d”, chamada de 
textual-interativa. Ela toma a língua como um sistema de 
práticas cognitivas abertas, flexíveis, criativas e 
indeterminadas quanto à formação ou estrutura. 
Resumindo, a língua é um sistema de práticas sociais 
com a qual os usuários agem e expressam suas 
intenções adequadas a cada circunstância. 
 Falar é agir sobre si, sobre os outros e sobre o mundo. 
Além de comunicarmos algo quando falamos, produzimos 
sentidos, identidades, imagens, experiências... 
PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
 A variação linguística pode ser explicada nas relações 
sociais. A noção de língua adotada admite-a como variada 
e variável. Ela é heterogênea, pois a população brasileira 
não é homogênea, a linguagem do dia-a-dia possui estilos 
diferentes da linguagem mais técnica e a língua possui 
regras variáveis, seja na fonologia, morfologia ou 
semântica. 
PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
Pode-se admitir que a língua quanto homogênea é: 
1. Um sistema simbólico e indeterminado sintaticamente; 
2. Ela não exterior ao falante; 
3. Recebe sua determinação a partir de um conjunto de 
fatores definidos pela condições da prática discursiva; 
4. A língua é uma atividade social, histórica e cognitiva, 
seguindo convenções de uso fundadas em normas 
socialmente instituídas. 
PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
Com base no que foi visto até aqui, cabe dizer que a 
língua: 
a) Se manifesta em textos triviais do cotidiano e em 
textos mais prestigiosos; 
b) O uso se faz em eventos discursivos e não em 
unidades isoladas; 
c) Os enunciados em um texto não são aleatórios, mas 
regidos por determinados princípios de textualização 
locais ou globais. 
d) Um texto não se esclarece apenas no âmbito da 
língua. Ele precisa de aspectos sociais e cognitivos 
para ser entendido. 
PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
Mais algumas considerações sobre a língua: 
 Uma mesma forma pode funcionar com várias significações (aí se 
tem alguns casos de ambiguidade); 
Ex: Presidente Lula aceita falar sobre crise na TV (sem ler o restante 
do texto não se pode verificar se a crise é no governo ou na 
televisão brasileira.) 
 A função mais importante na língua não é a informação, mas inserir 
os indivíduos em contextos sócio-históricos e permitir que eles se 
entendam; 
 A língua é uma forma de ação que se desenvolve 
colaborativamente entre os indivíduos da sociedade; 
 Não se nega a individualidade, mas se afirma que as formas 
enunciativas e as possibilidades de enunciação não emanam do 
indivíduo isolado e sim do indivíduo numa sociedade e no contexto 
de uma instituição. 
PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
Noção de Sujeito e 
Subjetividade 
 Para muitos autores, a reflexão sobre o funcionamento da 
língua em sociedade depende da noção de sujeito. 
 A questão é: o que caracteriza o sujeito enquanto ser 
humano? Sua natureza, os aspectos sociais ou fatores 
ligados ao inconsciente? 
 Possenti (1993): tratar de sujeito é responder à relação 
entre quem fala e o que é falado. Neste caso há 3 
respostas possíveis: 
PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
1.“Eu falo” – acredita-se que o falante agrega ao enunciado 
algum ingrediente relevante para a interpretação. O 
enunciado está marcado pela subjetividade. O sujeito da 
enunciação é responsável pelo enunciado. O sujeito faz a 
história, assim como produz sentidos. 
2.O falante pode controlar o sentido do seu enunciado. Sua 
consciência, quando existe, é produzida de fora e ele não 
pode saber o que faz e o que diz. Usa o “se” para fazer a 
enunciação. Ex: “fala-se” ao invés de “eu falo”. É um 
sujeito anônimo, repetidor. Neste caso é difícil que fale 
algo que ainda não tenha sido dito. O sujeito não fala, é 
um discurso anterior que fala por ele. 
PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
3. A psicanálise diz que quem falaé o nosso inconsciente, mesmo 
que rompa censuras que o ego não quer. Neste caso, 
novamente, o sujeito não é consciente, não controla o que diz. 
O sujeito que é abordado aqui é aquele que ocupa um lugar no 
discurso e que se determina na relação com o outro. 
O sujeito é um produto da clivagem da relação linguagem e 
história. 
Como diz Benveniste: “é na linguagem e pela linguagem que o 
homem se constitui como sujeito; porque só a linguagem 
fundamenta na realidade, na sua realidade que é a do ser, o 
conceito de “ego”. 
“A consciência de si mesmo só é possível pelo contraste.” 
PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
Noção de texto e linguística 
de texto 
 A comunicação linguística não se dá a partir de frases 
isoladas, mas através de unidades maiores, ou seja, 
textos. 
 O texto é o resultado de uma ação linguística e suas 
fronteiras são determinadas pelo mundo em que ele está 
inserido. Esse fenômeno não é apenas uma extensão da 
frase, mas uma entidade teoricamente nova, como já 
dizia Charolles. 
 O texto pode ser tido como um tecido estruturado, uma 
entidade significativa e de comunicação, um artefato 
sócio-histórico. 
PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
 Também é possível se dizer que o texto é uma (re) 
construção do mundo e não uma simples refração ou 
reflexo. Bakhtin dizia que a linguagem ‘refrata’ o mundo e 
não o reflete. O texto refrata e reordena na medida em 
reconstrói o mundo. 
 Aqui será privilegiada o conceito de Beaugrande (1997) 
para texto: evento comunicativo em que convergem 
ações linguísticas, sociais e cognitivas. 
PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
 A Linguística Textual (LT) pode ser definida como: estudos 
das operações linguísticas, discursivas e cognitivas 
reguladoras e controladoras da produção, construção e 
processamento de textos escritos ou orais em contextos 
naturais de uso. 
 A LT aceita algumas posições: 
• Observa o funcionamento da língua em uso; 
• Se preocupa com os processos sociocognitivos; 
• Dedica-se a eventos dinâmicos da língua, como por exemplo, 
diferença entre os gêneros, aspecto social...; 
 
PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
 O ponto central é a relação entre a teoria e a prática entre 
o processamento e o uso do texto. 
 O que se postula na LT é que a língua não tem autonomia 
sintática, semântica e cognitiva. O texto é um artefato dos 
eventos linguísticos inserido num contexto. 
PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
Aspectos que abrangem a LT: 
1.Coesão Superficial – constituintes linguísticos; 
2.Coerência Conceitual – semântico, cognitivo, intersubjetivo 
e funcional; 
3.Sistema de Pressuposições – nível pragmático de 
produção de sentidos. 
 
 O texto não é uma unidade exclusiva da langue (sistema 
da língua) ou da parole (uso da língua). Ele é uma unidade 
comunicativa e uma unidade de sentido realizada tanto no 
nível do uso quanto no nível do sistema. 
PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
 O texto é construído na perspectiva da enunciação. A visão 
aqui destacada é a sociointerativa. Um dos aspectos centrais 
no processo interlocutivo é a relação dos indivíduos entre si e 
com a situação discursiva. 
 Do ponto de vista sociointerativo, produzir um texto é como 
participar de um jogo. Os jogadores devem colaborar um com 
outro e seguir regras para que algum dos dois saia vencedor. 
E, aspecto muito importante, eles devem jogar o mesmo jogo. 
O mesmo acontece com a comunicação. Os 
falantes/escritores quando produzem textos estão enunciando 
conteúdos e sugerindo sentidos que devem ser construídos, 
inferidos e determinados mutuamente. 
PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
 Sabemos que para produzir um texto devemos seguir 
regras, mesmo que elas não sejam rígidas. É importante 
saber o quanto se deve dizer e como se deve dizer. Definir 
os interlocutores é algo essencial. Esse é um dos maiores 
problemas da escola, pois nem sempre o professor define o 
tema e o interlocutor dos textos produzidos pelos alunos. 
PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
 O texto se dá como um ato de comunicação unificado num 
complexo de ações humanas e colaborativas. 
 Refinando esta visão podemos, com Beaugrande (1997), 
dizer: 
 “O texto é um sistema atualizado de escolhas extraído de 
sistemas virtuais entre os quais a língua é o sistema mais 
importante.” 
 “É essencial tomar o texto como um evento comunicativo no 
qual convergem ações linguísticas, cognitivas e sociais.” 
PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
 Beaugrande costuma dizer que o texto é uma simples 
sequência de palavras escritas ou faladas, mas um 
evento. 
Algumas implicações dessa visão: 
 Sistema de conexão entre vários elementos: palavras, 
sons, imagens, contextos... 
 Evento interativo com um processo de co-produção; 
 Elementos multifuncionais como as palavras, sons, 
imagens... 
 
PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
 Beaugrande – “As pessoas usam e partilham a língua tão 
bem precisamente porque ela é um sistema em 
constante interação com seus conhecimentos partilhados 
sobre o seu mundo e sua sociedade.” 
PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
Relacionando texto, discurso 
e gênero 
 Não é interessante distinguir rigidamente texto e discurso, 
pois a tendência atual é ver um contínuo entre ambos com 
uma espécie de condicionamento mútuo. As ideias aqui 
seguidas são baseadas em Antónia Coutinho (2004) e 
Jean-Michel Adam (1999). 
PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
 Coutinho observa que texto e discurso são considerados 
aspectos complementares da atividade enunciativa. O 
discurso seria o “objeto de dizer” e o texto o “objeto de 
figura”. O gênero é aquele que regula a atividade da 
enunciação. 
 Os textos seriam “produções linguísticas atestadas que 
realizam uma função comunicativa e se inserem numa 
prática social.” 
PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
Veja o esquema de Adam (1990) 
 Discurso= texto + condições de produção 
 Texto = discurso – condições de produção 
 
 O contexto é mais do que um simples entorno e não se pode separar o 
texto de seu contexto discursivo. Contexto é fonte de sentido. 
 Em 1999, Adam retoma sua concepção de texto e passa a inseri-lo em 
um contexto das práticas discursivas sem dissociar a sua historicidade 
e suas condições de produção. Ele agora trata os gêneros textuais 
como elementos tipicamente discursivos. Jean-Michel Adam ainda diz 
que a LT pode ser definida como um subdomínio do campo mais vasto 
da análise das práticas discursivas. 
PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
Agora vemos um outro esquema: 
 
PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
 Adam identifica o texto como objeto concreto, material e 
empírico resultante de um ato de enunciação. Ele 
observa que até os anos 80 a LT tratava o texto em suas 
propriedades co-textuais e a partir desta data o texto é 
visto como um evento comunicativo, deslocando o foco 
para a questão pragmática, com a análise da 
intencionalidade e, particularmente, da situacionalidade 
(Beaugrande e Dressler – 1981). Vai-se do co-texto ao 
contexto. 
PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
 Coutinho (2004) diz que a melhor 
articulação para tratar de textos empíricos 
seria entre texto, gênero e discurso como 
“categorias descritivas”. 
 (objeto da figura) 
 
Discurso gênero texto 
 (objeto do dizer) 
 texto (objeto empírico) 
PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
 O “objeto do dizer” é visto como “prática linguística 
codificada, associada a uma prática social (sócio-
institucional) historicamente situada. (Coutinho 2004) 
 É o uso interativo da língua. 
 A ideia de “objetode figura” se trata de uma configuração, ou 
seja, de uma esquematização que conduz a uma figura ou 
figuração (Coutinho 2004). O texto é o observável, o 
fenômeno linguístico empírico que apresenta todos os 
elementos configuracionais que dão acesso aos demais 
aspectos da análise. 
PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
 Entre discurso e texto está o gênero, que é visto como 
prática social e prática textual-discursiva. Como diz Coutinho 
(2004), gêneros são modelos correspondentes a formas 
sociais reconhecíveis nas situações comunicacionais em que 
ocorrem. Sua estabilidade é relativa ao momento histórico-
social em que surge e circula. 
PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
O gênero apresenta dois aspectos importantes: 
a) Gestão Enunciativa: escolha dos planos de enunciação, 
modos discursivos e tipos textuais. 
b) Composicionalidade: identificação de unidades ou 
subunidades textuais que dizem respeito à 
seqüenciação e ao encademento e linearização textual. 
Assim, para Coutinho, “o gênero prefigura o texto e o gênero 
define o que no texto empírico faz a figura do texto.” 
PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
A textualidade e sua inserção 
situacional e sociocultural 
 O texto se ancora no contexto situacional. Ele concerne às 
relações semânticas que se dão entre os elementos no 
interior do próprio texto. Portanto, um texto tem relações 
situacionais e co-textuais. 
 As relações co-textuais se dão entre os próprios elementos 
internos (concordância, anáforas, relações sintáticas...). 
Sem língua não há texto. 
 Contudo, sem a situacionalidade e sem a inserção cultural, 
não há como interpretar um texto. Parafraseando Kant 
“língua sem contexto é vazia e o contexto sem língua é 
cego.” 
PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
Não se pode produzir ou entender um texto considerando apenas a 
linguagem. O nicho significativo do texto e, da própria língua, é a 
cultura, a história e a sociedade. Por isso um texto pode ter várias 
interpretações. 
Como observam Halliday/Hassan (1976) texto e frase (enquanto 
entidades linguísticas), não diferem apenas no tamanho do objeto 
linguístico, mas na natureza desse objeto. Quando se diz que uma 
frase é coesa, tem-se a ideia de que ela é bem estruturada 
sintaticamente, mas quando se fala que um texto é coesivo, 
pensamos que a sua tecitura é comunicativa e compreensiva. Texto 
e estrutura são fatos linguísticos diversos. A textura emerge um 
sujeito histórico e dialogicamente construído na relação com o outro, 
ao passo que na frase não há esse sujeito. 
PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
 O texto é a unidade máxima de funcionamento da língua. 
É uma unidade funcional (de natureza discursiva). 
Podemos ter um texto de somente uma palavra, como por 
exemplo na placa de trânsito: PARE 
 Não é o tamanho físico que faz um texto, mas a 
discursividade, inteligibilidade e articulação que ele põe 
em movimento. 
 Os textos funcionam basicamente em contextos 
comunicativos, o que os determina como língua em 
funcionamento. 
PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
 Podemos distinguir um texto de um não-texto? 
Por exemplo, uma lista telefônica só será um texto para uma 
pessoa que vive em uma sociedade em que o telefone seja 
usado e que ela saiba como manuseá-la. 
 Beaugrande (1997) diz: “Um texto não existe, como texto, a 
menos que alguém o processe como tal.” 
PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
TEXTUALIDADE: 
 Texto é um evento cuja existência depende de que 
alguém processe o seu contexto. Dá-se na atividade 
enunciativa e não na relação de signos. 
 Situar-se num contexto sociointerativo e satisfazer um 
conjunto de condições que conduz cognitivamente à 
produção de escritos. 
 A sequência de elementos linguísticos será um texto na 
medida que consiga oferecer um acesso interpretativo, 
algo sociocomunicativo relevante para a compreensão. 
 
PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
 Um determinado artefato linguístico pode ser um texto para 
alguém e não ser um texto para outra pessoa. Uma 
configuração linguística só é um texto quando 
consegue provocar sentido. Se eu não falo russo, algo 
escrito nessa língua não será um texto para mim, mas será 
um texto para quem domina esse código. 
 O problemas ortográficos ou sintáticos não atrapalha a 
compreensão se o texto estiver inserido em uma cultura e 
circular entre indivíduos que a dominam. A textualidade não 
depende de regras sintáticas ou ortográficas e sim das 
condições cognitiva e discursiva. 
PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
 Um texto se dá numa complexa relação interativa entre a 
linguagem, a cultura e os sujeitos históricos que operam 
nesses contextos. Um sujeito social que se apropriou da 
linguagem ou que foi apropriado pela linguagem e a 
sociedade em que vive. Chamamos de sujeitos históricos, 
sociais, integrados numa cultura e numa forma de vida. 
PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
REFERÊNCIA 
BIBLIOGRÁFICA 
 MARCUSCHI, Luiz Antônio, Produção textual, análise 
de gêneros e compreensão . São Paulo : Parábola 
Editorial, 2008.

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