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Resumo de teoria da comunicação

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Universidade Federal de Alagoas
Resenha do capítulo “O ethos midiatizado” de Muniz Sodré
Aluna: Leilane dos Santos Oliveira
Matéria: Teoria para comunicação II
Professor: Gusmão
2° período / Comunicação Social
Maceió, 25 de julho de 2013
Leilane dos Santos Oliveira / 2º período / Teoria para comunicação II
“O ethos midiatizado” é um capitulo de um livro do autor Muniz Sodré “Antropologia do Espelho: uma teoria da comunicação linear e em rede”
Esse capítulo do livro nos faz refletir sobre a forma de se viver do homem.
Muniz Sodré de Araújo Cabral (São Gonçalo dos Campos, 12 de janeiro de 1942) é um jornalista, sociólogo e tradutor brasileiro, professor daUniversidade Federal do Rio de Janeiro, na Escola de Comunicação. Tem duas filhas, três netas e atualmente é casado com a também professora da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Raquel Paiva. Exerceu de 2005 a 2011 o cargo de diretor da Biblioteca Nacional.
É um pesquisador brasileiro e latino-americano no campo da comunicação e do jornalismo. Dirigiu a TV Educativa. Publicou quase uma centena de livros e artigos, na área da comunicação (jornalismo em especial), mas também livros de ficção e um romance (O bicho que chegou a feira). Algumas obras tornaram-no mais conhecido, como Monopólio da Fala (sobre o discurso da televisão) e Comunicação do Grotesco (sobre programas de TV que exploram escândalos e aberrações). Um dos poucos teóricos brasileiros na área de comunicação que têm circulação e respeitabilidade no exterior, sendo professor e palestrante de diversas instituições em países como Suécia, França, Estados Unidos, Espanha, Portugal, Colombia, Bolivia, Uruguai, Peru dentre outros.
Por esse perfil do autor, podemos perceber o quanto ele foi importante para a comunicação no Brasil, e também um grande pensador.
Para completar a leitura é preciso primeiro analisar o que é ethos e midiatização. 
Ethos é uma palavra relacionada a “ética”, ou um conjunto de valores, hábitos, costumes que criam uma forma de identidade de um grupo social.O ethos pode ser localizado no tempo e no espaço e funciona como uma espécie de consciência atuante e objetiva, ou seja, costumes e opiniões formados pela sociedade.
Midiatizar, é ficar entre duas informações, como se fosse formar uma opinião.
Mídia pode ser interpretada de duas formas:
1- Mídia no sentido de CD, televisor...são meios de mídia.
2- Mídia como um fluxo internacional de informações, ou seja, tudo aquilo que envolve mídias de TV, radio...todo tipo de informação.
No texto são citadas as novas tecnologias como uma forte causadora dessa nova forma de vida, onde entra também a globalização, que facilita muito a forma de comunicação e de novos conhecimentos.
Essa “nova” forma de vida pode parecer um pouco material, mas ela é tratada não somente como uma revolução, mas sim de uma tecnologia cada vez mais nova e evolutiva. Podemos perceber quando vemos televisores, celulares e computadores cada vez mais modernos chamando cada vez mais nossa atenção.
O texto busca lá na idade média explicação para essa nova forma de vida citando Aristóteles, Platão que distinguem três gêneros de existência (bios) como exemplo a Polis: bios theoretikos (vida contemplativa), bios politikos (vida política) e bios apolaustikos (vida prazerosa, vida do corpo).
Partindo dessa classificação o texto propõe um quarto bios, ou seja, uma nova forma de vida, uma vida onde o ser humano usa como principal meio as formas midiatizadas como computador, televisão, celular, tudo que a mídia possa oferecer.
É citado também a “agenda setting” ou, as coisas que devem ser feitas. Com a midiatização as pessoas passaram a se organizar usando meios tecnológicos para armazenar tarefas e compromissos.
No texto também mostra os malefícios dessa midiatização tendo como exemplo a candidatura do ex-presidente Collor de Mello onde a população foi altamente manipulada por meios de mídia (rede globo), onde se tinha um numero maior de comerciais falando da candidatura de Collor, e um considerável e decisivo corte no debate entre ele e o candidato Lula em que teve mais tempo e melhore momentos para Collor e menos tempo e piores momentos para Lula.
Contudo, Sodré pontua que, muito embora introduzam novas variáveis técnicas, econômicas e políticas, as transformações tecnológicas da informação apresentam-se francamente conservadoras das velhas estruturas de poder. Segundo ele, a democratização não seria alcançada pela multiplicação técnica de canais. Dessa maneira, o termo mais adequado para descrever o momento não seria “Revolução Tecnológica” e sim, “Mutação Tecnológica”. Afinal, trata-se da hibridização e rotinização de processos e recursos técnicos já existentes de outras formas e da veloz reciclagem de conteúdos. Vale salientar, que tal reordenamento de conteúdos é naturalmente coerente com os códigos de circulação de mercadorias.
Essa mutação tecnológica implica na transformação das referências simbólicas que formam a consciência, na héxis (que significa modos de agir) educativa. Educar é, antes de tudo, comunicar, o que significa que é a tentativa de implementação de laços através de um quadro compartilhado de referências. A educação é processo e é por meio dela que podemos mensurar o nível de resistência social às lógicas da indiferença impostas pelo mercado. As tecnologias da comunicação são importantes filtros na incorporação do que é relevante e na eliminação do que é irrelevante diante do novo ordenamento do mundo.
Em uma sociedade midiatizada, a tecnologia participa ativamente no processo de conhecimento. Contudo, para Sodré, o fascínio exagerado centralizado na atividade midiática e nas proezas da computação decorre da prática ideológica que dedica à inovação em si mesma um poder mágico e soberano de solucionar problemas, independente das condições humanas e sociais. A consciência é identidade e tem localização arbitrária. Não é apenas um tecido cerebral. É uma operação de analogias. Neste novo virtus, a cultura pode ser compreendida como um modo de relação com o real, capaz de ser visualizada em uma variedade de repertórios circulantes na vida social. A realidade virtual funcionará como uma metaforização tecnológica, que precisa ser compreendida como decorrência do trabalho humano. Por isso, a realidade virtual responde às nossas limitações e interage com as nossas relações econômicas e políticas.
Sodré defende que a Mídia é a concretização tecnológica de uma moralidade vetorizada pelo mercado, na qual a hipertecnologização tenderá a recusar lugares, deslocando e esvaziando-os de seu sentido comunitário. A comunicação cobrirá um amplo espectro de práticas de veiculação - o que Sodré chamou de midiatização e cujos dispositivos têm natureza basicamente societal;  de vinculação – pautada em formas diversas de reciprocidade comunicacional entre os indivíduos, de natureza sociável; de cognição – que correspondem a práticas teóricas relativas à posição de observação e sistematização das práticas de veiculação e as estratégias de vinculação.
Em Antropológica do Espelho, Muniz Sodré destaca que o campo comunicacional requer um novo sistema de inteligibilidade para a compreensão da diversidade dos fenômenos comunicacionais e lamenta o fato de que a mão-de-obra técnica do bios midiático costume desprezar a teoria. O estudo do fenômeno deve pautar-se em um empenho ético-político-antropológico capaz de viabilizar a compreensão das mutações socioculturais dentro de um horizonte de autoquestionamento.
Apesar de o capítulo usar uma linguagem não muito atraente, ele aborda um assunto muito importante, a forma como o homem se relaciona e vive. E podemos chegar a conclusão de que vivemos em um mundo altamente midiatizado, em que não conseguimos mais nos ver sem uma televisão, um computador e até mesmo sem um celular, e os meios de comunicação tem que ser responsáveis e éticos para não deixar os que não são tão bem informatizados terem uma idéia errada sobre o assuntotratado, para que não sejam manipulados e que a informação não seja omitida.

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