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Madre Deus: Uma análise da morfologia urbana a partir dos conceitos de José Garcia Lamas

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DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO – DAU 
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 
 
 
MADRE DEUS: UMA ANÁLISE DA MORFOLOGIA URBANA A PARTIR DOS 
CONCEITOS DE JOSÉ GARCIA LAMAS 
 
FONSECA, Brena Coimbra (1) 
BERNARDES, Laryssa Soares (2) 
BARBOSA, Maiana Gabriela Amorim (3) 
CHAVES, Raimundo Régino Tavares (4) 
 
 
(1) Acadêmica do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual do 
Maranhão – UEMA 
brena@ice.eng.br 
(2) Acadêmica do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual do 
Maranhão – UEMA 
laryssabernardes@outlook.com 
(3) Designer, Acadêmica do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual 
do Maranhão – UEMA 
 mai.amorimbarbosa@gmail.com 
(4) Acadêmico do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual do 
Maranhão – UEMA 
raimundotchaves@outlook.com 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Luís 
2015 
 
 
 
 
 
MADRE DEUS: UMA ANÁLISE DA MORFOLOGIA URBANA A PARTIR DOS 
CONCEITOS DE JOSÉ GARCIA LAMAS 
 
 
Resumo 
 
O presente trabalho apresenta um breve estudo sobre os elementos 
morfológicos do bairro Madre Deus em São Luís do Maranhão, baseando a sua 
análise nos conceitos da obra Morfologia Urbana e Desenho da Cidade do autor 
José Manuel Garcia Lamas. Através da pesquisa bibliográfica e de campo, 
busca-se apontar algumas características da forma urbana do bairro, a partir de 
elementos como o traçado das vias, o formato das quadras, entre outros, além 
de correlaciona-los à história do bairro e sua evolução ao longo do tempo. 
Palavras-chave: Madre Deus, Morfologia urbana, Forma Urbana 
 
 
Abstract 
 
This paper presents a summary study of the morphological elements of Madre 
Deus neighborhood in Sao Luis, basing its analysis on the concepts of work 
Urban Morphology and City Design of the author Jose Manuel Garcia Lamas. 
Through literature and field research, we try to point out some characteristics of 
the urban district form from elements such as the layout of pathways, the court 
format, among others, and correlates them to the history of the neighborhood and 
its evolution over time. 
Keywords: Madre Deus, urban morphology, Urban Form 
 
 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
Título Página 
Fig. 1 – Bairro Madre Deus 06 
Fig. 2 - Área analisada 07 
Fig. 3 – Fachada de casas da Rua São Pantaleão 09 
Fig. 4 – Fachada de casa do Largo do Caroçudo 09 
Fig. 5 – Estilos de fachada 10 
Fig. 6 – Mapa topográfico da Madre Deus e arredores 11 
Fig. 7 – Largo da Capela de São Pedro 11 
Fig. 8 - Escadaria do Ceprama 12 
Fig. 9 - Rua São Pantaleão 13 
Fig. 10 - Largo do Caroçudo 14 
Fig. 11 - Av. Gavião ou Ribamar Pinheiro 15 
Fig. 12 - Quadras no trecho analisado 16 
Fig. 13 - Praça da Saudade 19 
Fig. 14 - Busto de Netto Guterres 20 
Fig. 15 - Estela de José Ribamar Pinheiro 21 
Fig. 16 - Bancos do Largo do Caroçudo 22 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1. INTRODUÇÃO 05 
2. MADRE DEUS: um breve histórico 06 
3. OS ESTUDOS DA FORMA URBANA NA MADRE DEUS 07
 3.1 Trecho de análise 07 
4. ANÁLISE DOS ELEMENTOS DA FORMA URBANA 07
 4.1 Fachada e edifício 07 
 4.2 Solo e traçado das ruas 10 
 4.3 Quadra e logradouro 16 
 4.4 A Praça 17 
 4.5 Monumentos e equipamentos urbanos 19 
5. A DIVERSIDADE DE USOS NA ESCALA DO BAIRRO 22 
6. CONCLUSÃO 23 
REFERÊNCIAS 24 
 
5 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
Segundo Lamas (1983) a morfologia urbana estuda elementos exteriores 
do meio urbano e suas relações reciprocas. De forma a definir e explicar a 
paisagem urbana e sua estrutura, e o comportamento de sua paisagem através 
do tempo. Esse conhecimento implica em utilizar ferramentas de leitura que 
ajudam a organizar e estruturar os elementos estudados, relação objeto-
observador. Então essa análise esbarra em uma questão subjetiva quando 
defrontam as questões culturais. 
Entender a divisão do meio urbano em partes e a articulação entre si com 
o conjunto que definem (lugares que constituem um espaço urbano). Faz-se 
necessário a identificação dos elementos morfológicos, em leitura ou análise do 
espaço, concepção ou produção. A morfologia urbana interessa em primeiro 
lugar os instrumentos de leitura urbanisticos e arquiteturais, fazendo a leitura da 
cidade como um fato arquitetural. 
Então forma urbana seria um conjunto de objetos arquitetônicos ligados 
entre si por relações espaciais. Ou seja, a maneira como se organiza e se articula 
a sua arquitetura. Assim, arquitetura da cidade: obra de engenharia, e de 
arquitetura mais ou menos complexa (Rossi, 1997). 
Devendo ser levado em consideração aspectos quantitativos: tudo na 
realidade urbana por ser quantificado, possui densidade, superfície, fluxo, 
coeficientes volumétricos, e outros. Aspecto de organização funcional: relação 
com as atividades urbanas, habitar, instruir, tratar-se, trabalhar e outros. Aspecto 
qualitativo: tratamento do espaço, em relação a conforto, sonoro, de iluminação, 
térmico. Em relação à iluminação, adaptação ao clima. 
Dessa forma iremos apresentar neste trabalho uma análise dos elementos 
morfológicos que compõem o bairro da Madre Deus, um bairro tradicional de São 
Luis, fazendo uso de observações e análises interpretativas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
2. MADRE DEUS: um breve histórico 
 
 
É de notável importância que os profissionais urbanistas conheçam a 
cidade onde vivem, a fim de que estimulem o sentimento de identidade entre a 
comunidade e bairro para que, deste modo, se preserve a sua história. São Luís, 
com seus mais de quatrocentos anos, é berço de uma rica cultura e abriga as 
mais diversas tipologias de bairros em seu território. Para Kevin Lynch (1960), 
os bairros são unidades os quais são percebidos como possuindo características 
comuns, que os identificam. O bairro da Madre Deus, que fica nas proximidades 
do Centro Histórico de São Luís, apresenta algumas características peculiares. 
Inicialmente foi chamado Madre de Deus, devido à construção, em 1773, da 
ermida de Nossa Senhora da Madre de Deus, segundo pesquisasde Chagas 
Júnior (2003). O bairro se consolidou como um dos principais pólos culturais da 
cidade, abrigando inúmeras manifestações folclóricas, principalmente durante o 
período de carnaval e dos festejos juninos. Em 1998 o bairro recebeu 
intervenções do projeto "Viva Madre Deus", que fez parte do programa "Cidade 
Viva" do Governo do Estado. Com o objetivo de reintegração urbana de áreas 
públicas em São Luís, o projeto realizou modificações no bairro e contou com a 
participação de grupos comunitários. 
 
 
 
 
Fig. 1 – Bairro Madre Deus 
Fonte: Arquivo Pessoal 
 
 
7 
 
3. OS ESTUDOS DA MORFOLOGIA URBANA NA MADRE DEUS 
 
 
3.1 Trecho de Análise 
 
 
Através da pesquisa bibliográfica, pesquisa de campo, entrevistas e 
registro fotográfico, definiu-se o trecho de análise morfológica (Fig. 2) no bairro 
da Madre Deus a partir de aspectos considerados relevantes para o estudo. Os 
elementos compreendidos na seleção, foram analisados de forma a esclarecer 
a sua organização e comportamento dentro do espaço urbano. 
 
 
 
Fig. 2 - Área analisada 
Fonte: Google Maps 
 
 
4. ANÁLISE DOS ELEMENTOS DA FORMA URBANA 
 
4.1. Fachada e Edifício 
 
A fachada é responsável pela comunicação do privado com o social. É a 
partir dela que o edifício passa a se inserir na rua, no bairro, na cidade. Segundo 
Lamas (1983), a fachada assume em determinadas épocas, concentração do 
 
8 
 
esforço estético, procurando o aparato, a representatividade, a ostentação e o 
prestígio, moldando a imagem e a estética das cidades. 
Baseando-se no livro de Moraes (1989, p. 28), no tocante às residências 
do início e meio do século XIX, “os habitantes menos abastados, que não podiam 
dar-se a esses luxos, encontraram outras soluções para o gosto da boa moradia, 
que é, sem dúvida, uma característica são-luisense de que jamais houve 
abdicação”. A partir de então, padrões foram criados para casas de um 
pavimento: com uma porta e janela, meia morada, morada inteira e morada e 
meia; e com elas, o emprego usual do azulejo. Os azulejos, tão usados, 
protegem as casas de infiltrações e da ação do salitre. 
Saindo deste contexto histórico e retornando à análise, as casas do bairro 
não apresentam um padrão estético, padrão de fachada e até mesmo de planta, 
ou seja, de disposições de ambientes. Ainda que resistente, pode-se notar a 
preservação da casa original, da fachada colonial, em algumas casas do bairro 
da Madre Deus. E a respeito disto, percebe-se ainda, que, com o passar dos 
anos, as diferenças de estilos arquitetônicos, como art-déco e contemporâneo, 
foram sendo empregadas nas fachadas. Há ainda a autoconstrução, onde se 
nota a ausência de fiscalização das leis urbanísticas e a verticalização das 
casas, de caráter predominantemente vernacular. Atualmente, o que se verifica 
é uma diversidade de estilos, cores e materiais sendo empregados nas fachadas, 
criando uma miscelânea arquitetônica, provocativa e agradável. 
 
9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig 3- Fachada de casas da Rua São Pantaleão 
Fonte: Arquivo Pessoal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 4 - Fachada de casa do Largo do Caroçudo 
Fonte: Arquivo Pessoal 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 5 - Estilos de fachada 
Fonte: Moraes, 1989 
 
 
Diferente do Centro Histórico, onde não apenas a fachada, mas toda a 
disposição de ambientes deve ser mantida, na Madre Deus, têm-se outra 
realidade. Casas de alto gabarito, contrastando com casas de um pavimento e 
mudanças sendo feitas, na maioria das vezes, sem a autorização de um órgão 
ou instituição responsável. Há destaque para alguns prédios no bairro, como o 
Correio Central, a sede da Companhia Barrica, O Ceprama, a sede da Tv 
Maranhense, a escola estadual José Giorceli Costa, o supermercado Bom Levar, 
a 2ª Vara da Infância e Juventude, o Hospital Geral/ Hospital do Câncer e a 
Capela de São Pedro, usados como pontos de referência e exemplos da 
diversidade de serviços presente no bairro. 
 
 
4.2 Solo e traçado das ruas 
 
Segundo Lamas (1983), é a partir do território existente e da sua 
topografia que se desenha ou constrói a cidade. Assim, começaria a partir do 
Solo, do chão que se pisa, a se identificar os elementos morfológicos do espaço 
urbano. 
Na Madre Deus, percebe-se um desnível bem acentuado com relação ao 
nível do aterro do Bacanga, limítrofe ao bairro. Essa geografia dá ao bairro um 
 
11 
 
traçado próprio e elementos urbanísticos que o dão identidade, como observa-
se no largo da Capela de São Pedro e na escadaria do Ceprama. 
 
 
Fig. 6 - Mapa topográfico da Madre Deus e arredores. 
Fonte: Google Maps 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 7 - Largo da Capela de São Pedro. 
Fonte: Arquivo Pessoal 
 
12 
 
 
 
Fig. 8 - Escadaria do Ceprama. 
Fonte: Arquivo Pessoal 
 
 
Sobre as ruas, Lamas (1983) diz que estas são assentadas diretamente 
sobre a geografia que preexiste na cidade, regulando a disposição e a hierarquia 
dos edifícios e dos quarteirões e ligando os vários espaços da cidade. Ela é um 
elemento morfológico de importância funcional e um dos elementos mais 
aparentes no desenho da cidade. São nas vias que ocorrem as mais diversas 
atividades, inclusive concomitantes, como o suporte ao transporte motorizado, 
as atividades econômicas, o simples lazer e as relações sociais, com suas trocas 
entre os usuários, afirmando a existência de uma esfera pública urbana entre 
aglomerados de espaços privados. 
O desenho das ruas é formado pelos “elementos da paisagem urbana”, 
que são os componentes morfológicos das vias. Nestes estão incluídos, por 
exemplo, o desenho do geométrico da via, o tratamento do pavimento, as 
calçadas, a arborização, a iluminação, o contorno e o mobiliário urbano, que 
formam a imagem da via em relação à percepção de seus usuários. E assim, 
junto com os edifícios propiciam ao interlocutor a reprodução da imagem da 
cidade, ou num menor âmbito, do bairro. 
No trecho analisado do bairro da Madre Deus, percebe-se que há alguma 
unidade com relação ao traçado das ruas, estas possuem certa ortogonalidade 
 
13 
 
e geralmente possuem calçadas com uma boa largura, além de, em certos 
pontos, possuir mobiliário urbano e arborização. 
As principais vias do bairro são a Rua São Pantaleão, a Avenida Gavião 
(mais conhecida como Ribamar Pinheiro) e a Avenida Rui Barbosa, além da Rua 
do Norte que não será contemplada na análise. 
A mais extensa das ruas analisadas é a Rua São Pantaleão, além da 
extensão ela se caracteriza por fazer a ligação do bairro com a cidade, liga as 
vias locais aos corredores principais e secundários próximos. É a via com maior 
fluxo de veículos e de usuários não residentes. É nela que se localiza o Ceprama, 
o Hospital Geral/ Hospital do Câncer, o Correio Central e a sede da Tv. 
Maranhense. 
 
 
 
Fig. 9 - Rua São Pantaleão 
Fonte: Arquivo Pessoal 
 
 
Já a avenida Rui Barbosa, também chamada de Largo do Caroçudo, não 
é extensa e nem possui ligação direta com corredores principais, porém possui 
uma grande importância local. Ela é mais frequentada pela população do barrio, 
mas também é palco das manifestações culturais que o barrio sedia. É nela que 
 
14 
 
se encontra a sede da Companhia Barrica e a Artesania, um centro de confecção 
de artesanato. 
 
 
Fig. 10 - Largo do Caroçudo 
Fonte: Arquivo Pessoal 
 
 
Com uma certa unidade em relação ao Largo do Caroçudo, a AvenidaGavião aparece como uma importante via de escomento de fluxo, ela aparece 
transversalmente a Rua do Norte, a avenida Rui Barbosa e a rua São Pantaleão, 
ligando-as entre si e com a avenida Vitorino Freire e ao Anel Viário. É nela que 
está localizado a escola estadual José Giorceli Costa, o supermercado Bom 
Levar e a 2ª Vara da Infância e Juventude. 
 
15 
 
 
 
Fig. 11 - Av. Gavião ou Ribamar Pinheiro 
Fonte: Arquivo Pessoal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
4.3 Quadra e logradouro 
 
 
 
 
 
Fig. 12 - Quadras no trecho analisado 
Fonte: Grifo nosso a partir de imagens do Google Maps 
 
 
 
As quadras se comportam como um agrupamento de edificações, 
segundo Lamas (1983). 
As quadras do bairro da Madre Deus tem uma característica orgânica com 
princípios retilíneos, sendo de uma forma que beira o irregular, com delimitação 
entre rua e calçada quando os dois elementos estão presentes. 
 
 
17 
 
Os quarteirões não são curtos, e são delimitados por duas vias principais 
por sua extensão - a rua São Pantaleão e a rua do Norte - e paralelas. Todas as 
ruas são trafegáveis por carros e nem sempre há presença de calçadas 
desobstruídas durante o passeio, existindo postes ocupando parte da extensão 
da calçada já estreita, lixo, calçadas deterioradas e também ruas paralelas sem 
calçadas e com acesso a carros. 
Ainda segundo Lamas (1983) o logradouro é um espaço privado do lote 
que não é ocupado por construção. Um espaço anexo às casas distanciado da 
área pública. Como descrito no item 4.1 deste trabalho, as áreas privadas - 
casas, e grande parte das edificações do bairro existem em um espaço restrito, 
estreito, não ignorando a presença de grandes casas certadas de grandes 
muros, porém em sua maioria uma característica em comum é a ocupação da 
área total, ou quase total, para melhor aproveitamento, sem recuo como 
representado na figura 3. Em sua maioria são moradias de porta e janela, em 
que a porta é precedida por um estreito corredor que guia até a porta de entrada 
da casa. 
Dessa forma em um contexto geral a área analisada não possui 
logradouro, sendo essa uma das características aparentes do bairro, em uma 
tentativa de maior aproveitamento do pouco espaço existente. 
 
 
4.4 A Praça 
 
As manifestações artísticas e folclóricas ludovicenses são inúmeras e, 
constituem um grande atrativo turistíco para a cidade. O bairro da Madre Deus é 
um dos principais pontos de culminância das mais diversas atividades culturais 
da cidade, considerado o ponto central de um complexo turístico-cultural de 
grande relevância e constituindo-se um dos maiores focos de atração cultural no 
período das festas populares da cidade. 
 
Entretanto para que haja as trocas ou diversidade 
cultural necessita-se de um espaço físico e concreto, 
por isso nos ateremos aqui à praça como lugar da 
diversidade cultural, pois como se pode constatar ao 
longo da história a praça é o lugar por excelência das 
ambiguidades e das trocas culturais. (SOUSA, s.d.) 
 
 
18 
 
A praça, assim como os demais elementos que fizeram parte das 
organizações que posteriormente deram origem às primeiras cidades, surge a 
partir do momento em que o homem deixa de ser nômade, e passa a fixar-se 
num lugar, e dessa forma, interagir com o mesmo. Para a civilização grega, elas 
tinham papel fundamental para a manutenção da vida na cidade. 
 
Na Madre Deus, observa-se a presença tímida de praças. Entretanto, 
nota-se que, as poucas existentes, tem grande representatividade para a 
concepção urbana do bairro. São locais que possuem relações intrísecas com 
edíficios ou locais que se destacam na escala do bairro. A de maior relevância é 
a Praça da Saudade, em frente ao Cemitério do Gavião. Outro espaço, que 
apesar de não ser considerado praça, atua, nesse contexto, como tal, é o Largo 
da Capela de São Pedro, o local que durante a festividade junina é lotado por 
vários grupos de bumba meu boi e, mantêm a tradição - de 75 anos - de 
homenagear o santo padroeiro dos pescadores. 
 
 
 
Fig.13 - Praça da Saudade 
Fonte: Arquivo Pessoal 
 
19 
 
4.4 Monumentos e equipamentos urbanos 
 
Segundo Lamas (1983), o monumento é um fato urbano singular, 
elemento morfológico individualizado pela sua presença, configuração e 
posicionamento na cidade e pelo seu significado. O bairro analisado 
apresenta bustos de personagens ilustres da nossa história, entretanto não 
recebem a homenagem devida, o que leva ao esquecimento por parte da 
população através da falta de identificação e de cuidados – e até mesmo pela 
ação de vândalos, como se vê na estela da avenida Ribamar Pinheiro; a partir 
deste contexto, os monumentos apresentam papel dispensável, não apenas na 
Madre Deus, mas em toda a cidade. 
No Largo do Hospital Geral está afixada ao pedestal, o busto de Netto 
Guterres, que foi, segundo Moraes (1989), o “(...) Médico dos Pobres, por sua 
exemplar caridade e dedicação aos desvalidos, a quem atendia onde moravam 
e, se necessário, ajudava na aquisição dos medicamentos.” (1989 p. 220) A 
praça onde foi posto o pedestal está bastante degradada e barracas de lanches 
ocupam quase todo o espaço. Entretanto é bem arborizado e ventilado, 
oferecendo um certo conforto. 
 
 
20 
 
 
Fig.14- Busto de Netto Guterres 
Fonte: Arquivo Pessoal 
 
 
O outro monumento analisado localiza-se na avenida Ribamar Pinheiro, 
como dito anteriormente. É uma estela, com busto de José Ribamar Pinheiro, a 
quem a avenida foi homenageada. A placa com a identificação do personagem 
foi retirada do local, o que prejudica no reconhecimento da sua contribuição para 
a cidade. Entretanto, o livro de Moraes descreve os dizeres presentes na estela, 
que existia outrora. 
 
“A Ribamar Pinheiro, o Grêmio Cultural Catullo Da Paixão 
Cearense, do Rio de Janeiro, GB, 1973, o Movimento 
Maranhense dos Trovadores e Gerson Tavares, por iniciativa 
de Guimarães Martins. Escultura de Gilberto Mandarino”. Mais 
abaixo, em caracteres menores: “Dentro da dor ..... e nesta 
ânsia, que me consome, consola-me saber, de alma vencida, 
que ela murmura, às vezes, o meu nome. Ribamar Pinheiro. 
(Do Luar da Estrada Longa....)” (MORAES, 1989 p.221, 
222). 
 
 
21 
 
O local onde está implantada a estela é o canteiro central da avenida. Larga, 
bem cuidada, arborizada e com os postes presentes nela. É um ponto positivo 
para a fluidez no trecho, já que as pessoas aproveitam o espaço da calçada, que 
por sinal é larga e nivelada, e não precisam dividir espaço com postes. 
 
 
 
Fig.15 - Estela de José Ribamar Pinheiro 
Fonte: Arquivo Pessoal 
 
 
No tocante aos equipamentos urbanos, o bairro possui onde mais se tem 
usos e circulação. Bancos e mesas de concreto compartilham o espaço do Largo 
do Caroçudo, ou av. Rui Barbosa, protegidos por uma cobertura contemporânea 
de metal e acrílico. Esta avenida, também é bem arborizada e as calçadas, assim 
como na av. Ribamar Pinheiro, são niveladas e largas, em boa parte de sua 
extensão. Ambas foram beneficiadas pelo projeto do Governo do Estado, “Viva 
Madre Deus”, e esta é a explicação para o bom planejamento das vias, tendo 
em vista que as duas avenidas fazem parte do circuito cultural da cidade, e 
portanto, necessitam de toda infraestrutura possível. Entretanto, aponta-se a 
falta de um elemento, essencial para a circulação pelo bairro: os mapas. 
Presentes no Centro Histórico, ajudam os turistas e visitantes a encontrar o local 
desejado. Entretanto, na Madre Deus, isto é um problema, uma vez que obairro 
possui uma ampla diversidade de serviços. 
 
22 
 
 
 
Fig. 16 - Bancos do Largo do Caroçudo 
Fonte: Arquivo Pessoal 
 
 
 
 
 
 
5. A diversidade de usos na escala do bairro 
 
Como resultado da pesquisa de campo, conclui-se que o bairro abriga 
uma grande variedade de usos, possuindo edifícios residenciais, comerciais, de 
serviços, etc. que fazem com que o bairro não se torne monótono e seja de certo 
modo, agradável e surpreendente. 
 
 
23 
 
6. CONCLUSÃO 
 
 
Segundo Rossi (1977), a morfologia urbana é o estudo das formas da 
cidade. A análise morfológica da cidade é de fundamental importância para a 
compreensão de seu funcionamento. A forma urbana no bairro da Madre Deus 
demonstra a sua complexidade e a sua diversidade de usos e atividades. O 
bairro, que era anteriormente chamado Madre de Deus, teve um grande aumento 
populacional com a expansão fabril no século XIX. Atualmente, o seu traçado 
urbano conta uma topografia que favorece a diversidade de tipologias das vias. 
Em alguns trechos nota-se o contraste entre passado e presente, seja por meio 
de suas fachadas e edifícios, seja por meio das diferentes configurações de seu 
meio. A Madre Deus é um bairro de grande bagagem cultural que se reflete na 
sua forma e o torna um excelente objeto de análise no contexto de importância 
histórica e cultural para a cidade de São Luís. 
 
 
24 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
LAMAS, José M. Ressano Garcia. Morfologia Urbana e Desenho da Cidade. 
Lisboa: Fundação Caloustre Gulbenkian, 2004. 
LYNCH, Kevin. The image of the city. Cambridge: The M.I.T. Press, 1960. 
MORAES, Jomar. Guia de São Luís do Maranhão. São Luís: Legenda, 1989. 
261 p., il. 
CHAGAS JÚNIOR, José de Ribamar de Sousa. Madre Deus de festejos e 
festanças. São Luís: Lithograf, 2003. 
SOUSA, Rafael Oliveira de. A PRAÇA COMO LUGAR DA DIVERSIDADE 
CULTURAL. (Sem data de publicação). Disponível em: 
<http://need.unemat.br/4_forum/artigos>. Acesso em: 01 jul. 2015. 
ROSSI, Aldo. Para una arquitectura de tendencia. Escritos: 1956-1972. 
Barcelona: Editorial Gustavo Gilli S.A., 1977.

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