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DIREITO NATURAL

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DIREITO NATURAL 
Evolução Histórica. 
Antigüidade Grega - 02
 O Direito Natural, sem denotar esta expressão,
já era conhecido desde a Antigüidade Grega.
 Sempre teve como característica comum o
reconhecimento de que existe um direito, uma
justiça, acima do direito positivo vigente.
 Acima do direito positivo estavam o direito
divino e os deuses.
 Sófocles, tanto em Antígona, bem como em
Édipo Rei, nos fala de leis não escritas que
emanam dos deuses, das leis de que somente é
pai o Olímpio e que jamais adormecerão.
Antigüidade Grega - 03
OS SOFISTAS - 04
 Protágoras nega uma verdade objetiva.
 A verdade está nas coisas apreendidas pelos
sentidos:
 “o homem é a medida de todas as coisas”.
 Para alguns, os sofistas dão origem ao
positivismo científico, visto que as leis são da
opinião da maioria ( idéia de consenso).
OS SOFISTAS - 05
 Para outros o direito natural se verificava na
contraposição entre a ‘lei ou convenção’ e a
‘natureza’.
 A lei, fruto do arbítrio humano, sujeita-se a mudanças
constantes, entretanto a natureza se manifesta como
permanente.
 Os sofistas, com base na natureza, impugnaram os
privilégios da cidadania para negar toda discriminação
entre gregos e bárbaros, já que todos são iguais em
natureza.
 Os sofistas compreenderam a lei e a justiça, ora como
o predomínio da força, ora como o resultado de um
acordo (pacto), ou ainda como expressão de
tendências naturais contra os abusos da legalidade
positiva:
 Epicuro: O Direito é uma convenção feita entre
homens cansados de agressões mútuas.
 Distingue entre o justo por natureza e o justo
por convenção ou por lei.
OS SOFISTAS - 06
SÓCRATES (470-399 a.C.) - 07
 Na visão socrática deveria prevalecer a lei positiva,
ainda que injusta.
 Do texto transcrito sobre a morte de Sócrates
(Apologia a Sócrates) dever-se-ia considerá-lo
jusnaturalista.
 Apesar de contrário ao descumprimento das normas
positivas, não a considerava soberana, mas
necessária politicamente para organizar a sociedade.
PLATÃO (427-348 a.C.) - 08
 Platão desconfia das leis e acreditava num 
direito natural fundado nas idéias.
 As idéias(ser) são verdadeiras porque têm 
conteúdo sempre idêntico. 
PLATÃO (427-348 a.C.) - 09 
 Podemos dividir a sua obra em duas grandes fases: 1-
República; 2- as Leis.
 Na República (Naturalista): como os magistrados e
governantes são sábios é desnecessária a existência
das leis;
 Nas Leis (positivista): conclui que os governantes não
são perfeitos, desse modo, reconhece a necessidade de
se fixar os princípios do governo nas leis positivas.
ARISTÓTELES (384-322 a.C) - 10
 Tendência ao Empirismo: Opôs-se ao idealismo
platônico. Sua concepção realista, ou seja, afirma que
as coisas e as experiências são o seu ponto de partida.
 Segundo o autor, “a justiça é a realização da igualdade da
vida social”.
 Tomava por base a alteridade (preocupação com o
próximo) e o princípio da igualdade.
 Para Aristóteles:
 “A lei é a inteligência menos a paixão, ou seja,
depurada de todas as inclinações capazes de
lançar um homem contra outro homem, esquecidos
das exigências racionais, ambiciosos de mando e
ávidos de bens”.
ARISTÓTELES (384-322 a.C) - 11
ARISTÓTELES (384-322 a.C) - 12
 Aristóteles dividi o direito civil em “uma parte
de origem natural” e “outra se fundada na lei”:
 Natural é aquele que tem em toda parte a mesma
eficácia;
 Positivo tem eficácia apenas nas comunidades
políticas singulares em que é posta.
ARISTÓTELES (384-322 a.C) - 13
1. Justo Legal e Justo Natural
 Justo Legal (dikaion nomikon): corresponde à norma
humana fruto da vontade do legislador. Sua força é não
natural e sim convencional. A vontade varia no espaço e
no tempo (ex.: decretos, sentença).
 Justo natural (dikaion physikon): é aquela que em toda
parte possui a mesma potência em si mesma, não depende
de vontade alguma. O justo por natureza está sujeito a
mudanças, só que é menos mutável que o justo legal.
 É o conjunto de todas as regras que encontram APLICAÇÃO,
VALIDADE, FORÇA e ACEITAÇÃO UNIVERSAL. São as
noções e princípios comuns a todos os povos (ex.: não roubar,
não matar, etc.,.
ARISTÓTELES (384-322 a.C) - 14
2. Justo Legal e Justo Natural
 O Justo Legal: é variável segundo o lugar, segundo o
tempo e segundo a cultura de cada povo (variabilidade
Geográfica e Temporal).
 O Justo Natural busca a plena realização da natureza
racional do homem, neste caso, as leis positivas devem
ser governadas pela razão.
 O Justo Legal deve ser construído com base no Justo Natural.
 A Justiça Natural deve ser baseada na natureza da razão
humana, só podendo variar se a razão humana mudar.
ARISTÓTELES (384-322 a.C) - 15
3. Justo Legal e Justo Natural
 Para Aristóteles o Justo Natural e o Justo
Legal estão interligados, sendo que o Justo
Legal pode ser eivado de vícios, ou erro
humano, caso esteja, ou não, fundado na
natureza racional, ou nos interesses dos
poderosos. Uma lei racionalmente boa deve
buscar o “Bem Comum”, assim como, conduzir
os cidadãos ao hábito da virtude.
ARISTÓTELES (384-322 a.C). 16 
Bittar, pp. 108-154.
 1- O justo total (díkaion nominon), ou justiça 
universal:
 Respeito as leis (busca o bem da comunidade);
 Prudência do legislador (phónesis);
 Ela é a virtude completa é, avirtude exercida para com o
semelhante;
 O acato e desacato às leis beneficiam e prejudicam
a todos que por ela são amparados.
ARISTÓTELES (384-322 a.C) - 17
 O respeito às leis corresponde o respeito à todos:
“diz-se que um homem é justo ao agir na
legalidade; diz-se que um homem é virtuoso
quando por disposição de caráter, orienta-se
segundo esses mesmos vetores, mesmo sem a
necessária presença da lei ou conhecimento da
mesma”.
ARISTÓTELES (384-322 a.C) - 18
 2- O justo particular:
 É a justiça na relação entre particulares;
 Pode ser dividido em:
 1- justo distributivo: é a justiça feita na distribuição
pelo Estado. Distribuição: dinheiro, cargo, honra e
etc.
 2- justo corretivo: consiste no estabelecimento e na
aplicação de um juízo corretivo nas trasações entre
os indivíduos (compra e venda, locação, garantias
etc).
ARISTÓTELES (384-322 a.C) - 19
 2.1.1 - O justo particular distributivo:
 A justiça aqui é realizada na justa distribuição dos
bens público, e a injustiça corresponde à
desigualdade na distribuição.
 Escassez de benefícios x Excesso de ônus.
 Regra de distribuição: dar a cada qual aquilo que
lhe é devido, conforme a proporção da
participação do sujeito na sociedade.
ARISTÓTELES (384-322 a.C) - 20
 2.1.2 – Tipos de injustiça na distribuição:
 Pessoas desiguais recebem a mesma quantia de
encargos e benefícios.
 Pessoas iguais recebem quantias desiguais de
encargos benefícios.
 O justo aqui reside no meio (méson) que representa o
igual (íson).
 O critério de avaliação modifica-se conforme as
formas de governos.
 Esta igualdade é do tipo geométrica:
 É a parte da matemática que estuda o espaço.
ARISTÓTELES (384-322 a.C) - 21
 2.2 - Justiça Particular Corretiva – Dividi-se 
em voluntário e involuntário:
 A justiça corretiva baseia-se exclusivamente numa 
igualdade aritmética:
 Aritmética são as quatro operações numéricas.
 É uma igualdade estabelecida entre iguais é, uma 
igualdade perfeita ou absoluta.
 A igualdade aritmética busca restabelecer as partes a 
posição inicial em que se encontrava “status quo 
antes”.
ARISTÓTELES (384-322 a.C) - 22
 2.2.1 - Justo Particular Corretivo Voluntário
ou Justo Comutativo:
 É o justo de espécie contratual,e que prevalece a
liberdade de vinculação, e de estipulação do teor do
vínculo.
 A injustiça está na não correspondência dos valores
dos bens trocados. Diferencia-se da reciprocidade
pitagórica ou princípio punitivo de Talião.
 Não se deve responde com injustiça à uma injustiça. ∞
conflito.
ARISTÓTELES (384-322 a.C) - 23
 2.2.1 – Justo Particular Corretivo Voluntário
ou Justo Comutativo:
 O que se usa é o princípio da retribuição proporcional
e não o da retribuição em igual medida - os bens
trocados devem ser equivalentes, ou haverá injustiça
(ex.: o dinheiro é uma medida equivalente para
substituição de bens).
ARISTÓTELES (384-322 a.C) - 24
 2.2.2 - Justo Particular Corretivo
Involuntário ou Justo Reparatório:
 Esta justiça busca retornar as partes a um estado
original “status quo antes” .
 O sujeito ativo da injustiça deve ser sancionado, já 
o sujeito passivo deve ser ressarcido.
 A desigualdade entre as partes pode se dá de duas 
maneiras: 
 Clandestinidade: furto, adultério etc.
 Violência: seqüestro, roubo etc.
ARISTÓTELES (384-322 a.C) - 25
Justo Político e Justo Doméstico:
 O primeiro: consiste na aplicação da justiça na
“polis” por meio das leis para o bem-estar da
sociedade (eudaimonía).
 O segundo: é aquele aplicado pelos pais aos
filhos, escravos e mulheres.
ARISTÓTELES (384-322 a.C) - 26
1. EQUIDADE E JUSTIÇA 
 O justo e o “equo” são a mesma coisa, sendo o “equo”
melhor e mais desejado que o justo(positivo). O “equo”
é um corretivo dos rigores do justo legal.
 O conteúdo genérico da lei quando aplicado ao caso
particular pode causar uma injustiça. A lei não alcança
todos os casos particulares.
2. EQUIDADE E JUSTIÇA 
 Ao aplicar a equidade estaremos completando as
falhas da lei (ex.: um crime culposo não deve ter
pena igual a um crime doloso).
 O homem “equo” inclina-se a ter menos, ainda
que a lei lhe seja favorável em detrimento de
outro.
ARISTÓTELES (384-322 a.C) - 27
ARISTÓTELES (384-322 a.C) - 28
3. AMIZADE E JUSTIÇA
 A amizade é quem gera o verdadeiro liame que
mantém a coesão de todas as Cidades-Estado.
 A amizade produz o convívio social, e a justiça só
existe na sociedade. Logo, a amizade condiciona a
existência da própria justiça:
 “Quando os homens são amigos não necessitam de
justiça..., a mais genuína forma de justiça é uma
espécie de amizade”.
ARISTÓTELES (384-322 a.C) - 29
4. AMIZADE E JUSTIÇA
 Para cada tipo de comunidade uma forma diferente
de amizade (ex.: família, trabalho, exército, etc.).
Deduzo que a justiça é uma forma de amizade entre
cidadãos.
 As formas normais de governos correspondem as
formas de amizades. Já as formas degeneradas de
governos conduz a uma supressão da amizade (ex.:
Monarquia x Tirania, Aristocracia x Oligarquia).
ARISTÓTELES (384-322 a.C) - 30
5. JUIZ: JUSTIÇA ANIMADA
 Para Aristóteles é uma virtude e está no campo da razão
prática.
 O homem é um ser por natureza político e racional. Essa
racionalidade se exerce na pólis e por meio do discurso
(logos), seu objetivo é a felicidade com vista ao melhor.
 O Homem Justo é aquele que pratica a justiça
voluntariamente.
 O Bom Cidadão cumpre apenas um dever social.
Cícero (106-43 a.C) - 31 
 O Direito natural manifesta-se em Cícero, mais por ser
um orador, que por convicção.
 A prova de um direito universal superior ao escrito é
percebida na lei escrita sobre o adultério(estupro), que
mesmo que se essa lei não existisse não seria
permitido a violação de Lucrécia por Tarquíneo.
 A lei natural tem sua imanência da natureza das
coisas.
Cícero (106-43 a.C) – 32. Bittar, pp.154-171. 
 O pensamento teórico de Cícero está relacionado com
o direito Romano.
 Cícero atuou de forma eclética como: Orador,
Político e Advogado.
 Pregava uma ética da ataraxia: o homem ético é
aquele que respeita o universo, suas leis cósmicas e se
respeita.
 Ataraxia: é o estado de harmonia corporal, moral e
espiritual. É o homem inabalável.
Cícero (106-43 a.C) - 33. Bittar, pp.154-171.
 A ética ciceroniana é uma ética da ação e não uma
ética da contemplação.
 A ação não deve buscar fins específico, mas deve ser
realizada pelo dever.
 Exemplo: “ se desejarmos a virtude tendo em vista outra
coisa qualquer (honra, reconhecimento, dinheiro...),
então, efetivamente, há algo melhor que a virtude, e isso
só pode ser reconhecido como inadmissível”. (Bittar,
p.160).
 A obediência aos mandamentos éticos é decorrência das leis
naturais. A intuição é a forma de perceber as leis naturais.
Cícero (106-43 a.C) - 34. Bittar, pp.154-171.
Ética ciceroniana e a Justiça
 Cícero busca a essência do direito fazendo um
retrocesso as causas naturais do direito.
 A justiça não é inata e, sim uma prática da ação humana
que pode ser, ou não, conforme a natureza das coisas.
 É no retrocesso as causas naturais do direito que Cícero
quer demonstrar a essência do direito.
 É no cosmo que reside a “reta razão” que governa tudo.
O cosmo é que determina a lei absoluta, imutável,
soberana e perfeita.
Cícero (106-43 a.C) - 35. Bittar, pp.154-171.
 Essa lei está gravada no coração do homem, é ela
quem prescreve o bem e afasta o mal.
 O bem não depende de convenção e sim da natureza.
Ninguém alcança a felicidade por acordo.
 O homem que conhece a si mesmo torna-se sábio.
 República Direito Leis Natureza
Humana Leis Naturais.
 O Direito é o instrumento para organização humana,
que por sua vez depende de uma organização
Republicana (Estado).
Cícero (106-43 a.C) - 36. Bittar, pp.154-171.
 LEI NATURAL: antecede ao homem e deve servir de
guia para criação de suas artificiais estruturas
organizacionais.
 A razão é o que liga o homem aos deuses.
 A lei natural são regras que preexistem aos homens.
 A razão, ou pensamento, é algo de divino no homem.
 Os homens e os deuses formam um só Universo, e a lei
natural governa à todos.
 O mais alto grau de evolução humana encontra-se no
aperfeiçoamento da República; organizada pela razão
trará a felicidade.
Cícero (106-43 a.C) - 37. Bittar, pp.154-171.
 O DIREITO: é o instrumento para organização
humana, que por sua vez depende de uma organização
REPUBLICANA.
 A lei natural é eterna e fonte do direito.
 A fonte do direito não reside em convenções, nem na
inteligência do legislador.
 A “reta razão” só é atingida pelo desenvolvimento mental e
espiritual do homem. Só os sábios as possuem.
 A lei deve ser feita de acordo com a natureza,
deve ameaçar os maus com castigo e proteger
os bons.
Santo Agostinho (354-430 d.C.) – 38.
 Santo Agostinho incorporou a teoria platônica das
ideias.
 Fé x Razão
 Deus cria as coisas a partir de verdades imutáveis, que
são as ideias divinas, existentes na mente do próprio
Deus.
 A lei natural é a manifestação da lei eterna na mente
humana.
 O direito positivo → direito natural → lei eterna.
Santo Agostinho (354-430 d.C.) – 39.
 Há uma luta constante entre “Civitas Dei” e “Civitas
Terrena”. Essas cidades correspondem, outrossim, a
dois amores;
 Após a rebelião dos homens contra Deus, dois
amores fundaram duas cidades:
 O amor próprio fundou a terra ( desprezou o amor de Deus)
 O amor a Deus fundou a celestial ( desprezou a si próprio).
Santo Agostinho (354-430 d.C.) – 40.
 Apesar de não ter o autor desenvolvido completamente
a doutrina de direito natural, pode-se vislumbrar peças-
chaves para a sua formação.
 Acreditava em 03 tipos de lei:
 Lei eterna - manifestação da vontade de Deus.
 Lei natural – a lei eterna constitui seu fundamento. Lei humana – é a participação da criatura racional,
através de sua consciência no ordenamento.
São Tomás de Aquino (1227-1274) – 41.
 Herdou da tradição os três degraus da hierarquia da lei:
 Lex aeterna (vel “divina”);
 Lex naturalis (razão humana )
nota-1
;
 Lex humana (vel “positiva”).
 Lex naturalis: é a co-participação intelectual (não
voluntária) dos seres dotados de razão na lei do mundo,
é por um lado, parte da lex aeterna, por outro, produto
do discernimento natural da razão humana.
São Tomás de Aquino (1227-1274) – 42.
 A Lex naturalis é uma derivação da lex
aeterna, através da força da razão, que pode
conhecer aquela integralmente: o bem deve ser
feito e o mal evitado:
 A lei natural mais elevada inclui apenas as normas
axiomática mais genérica de todas: faz o bem,
evita o mal.
 Elas são frutos das inclinações naturais do
homem: Exemplo: do instinto de conservação
resulta a proibição do homicídio.
 Lex humana : elege a lei conveniente no âmbito das
múltiplas possibilidades postas pela lei natural.
 Decorre da incapacidade do intelecto humano apreender a
verdade de forma perfeita.
 Busca para cada situação e circunstancia temporal um
acordo daquilo que deve vigorar.
 Validade: é válida uma lei humana que se desvia da
lei natural?(v. nota – 1).
São Tomás de Aquino (1227-1274) – 43.
O direito natural moderno – inato - 44
 Hugo Grotius (1583-1645)
 É visto como pai do direito internacional e fundador do
direito natural moderno.
 A comunidade humana é fundada na razão e não no
instinto.
 O homem como ser puramente social é caracterizado como
ser que aspira uma convivência calma e ordenada, pelo
amor ao próximo.
 Por este motivo os contratos devem ser cumpridos (pacta
sunt servanda).
O direito natural moderno – inato - 45
 Grotius apresenta a razão como fonte do direito natural
ou do conhecimento do direito natural.
 O direito positivo é posto por três instituições:
 Família
 Estado
 Comunidade internacional
 O direito natural é aquilo que pode ser demonstrado a
priori.
 O direito positivo é aquilo que é fruto da vontade do
legislador.(Bobbio – p.20).
 Combate o Direito Divino:
 “Existem direitos que são percebidos obviamente como
direitos próprios da condição humana”.
 Reta-razão: nasceu como homem já tem direitos.
 Diz que não se trata de um direito divino nem de um direito
posto pelos homens a partir das suas condições sociais.
 Hugo Grotius diz que mesmo que Deus não existisse os
direitos da condição humana continuariam existindo. Ele
não diz que Deus não exista, mas não interfere em tais
direitos.
O direito natural moderno – inato - 46
O direito natural moderno – inato - 47
 Samuel Pufendorf (1632-1694).
 Separa o direito natural do direito divino:
 Os deveres para com Deus – dizem respeito somente à
religião.
 Os deveres para consigo mesmo – só interessam à
moral.
 Os deveres jurídicos – que são os deveres para com a
sociedade e resultam exclusivamente da razão.
O direito natural moderno – inato - 48
 Samuel Pufendorf (1632-1694).
 O direito da condição humana é universal e inalienável.
 Pufendorf “acalma” a Igreja, ao dizer que a inteligência é
que é Divina e não o Direito.
 O Direito Natural deve balizar a ação do governante, do
legislador e do juiz, como limite intransponível e universal.
São três os deveres fundamentais:
 Não causar danos a outrem.
 Tratar o outro como igual em direitos.
 Dever de assistência ao próximo.
O direito natural moderno – inato - 49 
 Samuel Pufendorf (1632-1694).
 O direito natural é algo desligado da teologia e
da moral. O direito é suscetível de especulação
filosófica autônoma (REALE, p.313).
 Também, procura atingir normas racionais
puras, com progressivo abandono da “práxis”
romana (REALE, p.411).
 (conceito de práxis, v. nota).
O direito natural moderno – empírico - 50
 Thomas Hobbes (1588-1679).
 Para ele o homem é um ser associal e egoísta.
 O estado de natureza é a liberdade sem barreiras .
 Argumento racionalista de Hobbes:
 O homem é detentor de uma liberdade ilimitada, o que
faz gerar uma guerra de todos contra todos, levando a
uma autodestruição.
 Nesta situação parece razoável empenhar-se pela paz.
 Destes argumentos decorrem duas leis da
natureza:
O direito natural moderno – empírico - 51
 Thomas Hobbes (1588-1679) p.2.
 primeira lei da natureza: “cada um deve esforçar-se por
conseguir a paz, enquanto houver esperança para tal; não a
podendo construir, está autorizado a procurar todos os meios e
vantagens da guerra e a utilizá-los”.
 segunda lei da natureza: “cada um deve abdicar
voluntariamente do seu direito sobre todas as coisas, desde que
os outros também estejam dispostos a isso, na medida em que o
considere necessário para paz e para sua própria defesa, e deve
dar-se por satisfeito com aquela medida de liberdade face aos
outros, que ele próprio reconheceu aos outros face a si
mesmo”.
 O Estado é meio e não fim, não havendo proteção temos o
direito de rebelião.
O direito natural moderno – empírico - 52
 Baruch Espinoza (1632-1677)
 Status naturalis do homem não é, nem puramente
sociável, nem um egoísta crasso; ele tem boas e más
qualidades.
 O direito é o poder dos fortes sobre os fracos. Só o poder
produz direito.
 É direito natural do homem quebrar o contrato sempre
que tiver poder pra isso.
 É racionalmente mais útil viver em um Estado
constituído em comum acordo.
O direito natural moderno – empírico - 53
 Cristian Thomasius (1655-1728)
 Faz uma delimitação entre ética, política e
direito:
 Ética - deveres para consigo próprio, está em causa a
honra interior.
 Política – entende-se a decência, o decorum. Obedece à
regra de ouro positiva: faz aos outros aquilo que queres
que os outros te façam a ti.
 Direito – não se deve causar dano a outrem. Obedece à
regra de ouro negativa: não faças aos outros aquilo que
não queres que te façam a ti.
JUSNATURALISMO RACIONAL - 54 
(1600 a 1800)
 Apesar dos fundamentos diversos para suas
conclusões, mas tinham como ponto
comum o contrato social (pactismo).
Modalidades de Contratualismo - 55 
 Contratualismo total: que envolve a origem da
sociedade e do Estado.
 Contratualismo parcial: que diz respeito apenas ao
Estado, sem abranger a origem da sociedade.
 Contratualismo pessimista: para Hobbes, o homem é
um ser mau por natureza – busca à limitação recíproca
dos egoísmos.
 Contratualismo otimista: Jean Jacques Rousseau, crê na
bondade natural dos homens - e foi a má fé de alguns,
que levou os outros a aceitar um pacto leonino de
sociedade.
Modalidades de Contratualismo - 56
 Immanuel Kant (1724-1804).
 Distinção quanto a natureza do contrato: pode ser
histórico(Grócio) ou deontológico(Kant).
 Na concepção de Kant o homem é um ser que
desde seu nascimento possui um direito inato, o
direito de liberdade.
 Ser homem é ser livre, existindo no homem,
portanto, o poder de acordar o seu arbítrio com o
dos demais, segundo uma lei geral de liberdade.
Concepção de Kant - 57
 “...sua definição do Direito como...”. "o
conjunto das condições mediante as quais o
arbítrio de cada um se harmoniza com os dos
demais, segundo uma lei geral de liberdade...”.
Contratualismo Transcendental.
JUSNATURALISMO INATO E JUSNATURALISMO EMPÍRICO-SOCIAL - 58
Inato JUS NATURALISMO Empírico-social
kant
Grotius Contratualismo :Hobbes, Locke, Rousseau
Pufendorf 
P.1. Conseqüências para o Direito Positivodo Estado 
Moderno: 59
 Limites – Que limites existiriam para o Estado moderno se não
fosse a concepção de que o Direito Natural da condição
humana caminha lado a lado com o Direito Positivo e lhe dá
limites? Nenhum Direito Moderno pode “ignorar”, “passar sobre”
o Direito Natural, porque se o fizer será repudiado.
 O Direito Internacional “aniquila” a soberania dos Estados
considerados individualmente para prevalecer a Confederação de
Valores.
 Tem que existir um valor além do direito particular de cada país.
Exemplos.:
P2. Conseqüências para o Direito Positivo do Estado Moderno: 
60
 Tribunal de Haia: existe com base no Direito da condição
humana.
 Tribunal de Nuremberg: foi criado com base no Direito
natural de respeito à condição humana.
 Também para a Constituição Federal Brasileira de 1988 o
direito à vida é soberano. Se for pedida a extradição de um
estrangeiro, só poderá ser feito se houver a reciprocidade e
também se o país não tiver pena perpétua e pena de morte,
porque não é concedida a extradição se tiver tais penas. A
reciprocidade não é só na troca de prisioneiro, mas também
relativa à pena aplicável ao prisioneiro.
 O Direito não é só a lei escrita e não pode passar sobre a
dignidade humana. O Estado deve saber o que o povo pensa.
O Direito do Estado não é absoluto, os homens têm direitos.
Distinção: direito natural e positivo - 61
 Critérios de distinção:
 Universalidade/particularidade: o direito natural é
válido em toda parte, o direito positivo é válido apenas
em alguns lugares.
 Imutabilidade/mutabilidade: o direito natural é
imutável no tempo e no espaço, já o direito positivo
muda.
 Modo de conhecer (Ratio-voluntas): o direito natural
é aquele conhecido por nossa razão. O direito positivo
é conhecido através de uma declaração de vontade
alheia (Bobbio-p.22).
Distinção: direito natural e positivo - 62
 Critérios de distinção:
 Quanto a qualidade (bons ou maus): os direitos
naturais são bons ou maus por si mesmos. O direito
positivo só assume alguma qualidade depois que
forem aprovados pelos legisladores.
 Quanto ao valor (bom ou útil): o direito natural é
bom e o direito positivo é útil(Bobbio-p.22).

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