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APOSTILA DE Direito Tributário CONCURSO Curso Damasio

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CURSO DO PROF. DAMÁSIO A DISTÂNCIA
MÓDULO I
DIREITO TRIBUTÁRIO
__________________________________________________________________
Praça Almeida Júnior, 72 – Liberdade – São Paulo – SP – CEP 01510-010
Tel.: (11) 3346.4600 – Fax: (11) 3277.8834 – www.damasio.com.br
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DIREITO TRIBUTÁRIO
1. INTRODUÇÃO
É o ramo do Direito que estuda os princípios e normas que disciplinam a 
tributação.
A tributação no Brasil só pode ser desenvolvida pelo Estado: 
• União;
• Estados-Membros;
• Municípios;
• DF (após a CF/88, virou pessoa política. Antes era autarquia
administrativa da União).
A criação dos tributos depende de lei, logo, só quem legisla pode tributar 
e só quem pode legislar são as pessoas políticas.
O Direito Tributário estuda os princípios e as normas que disciplinam a 
ação estatal de exigir tributos, e se preocupa com as relações jurídicas que, em 
decorrência da tributação, se estabelecem entre o Fisco e os contribuintes.
Direito Tributário, para Hugo de Brito Machado, é “o ramo do Direito 
que se ocupa das relações entre o fisco e as pessoas sujeitas às imposições 
tributárias de qualquer espécie, limitando o poder de tributar e protegendo o 
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cidadão contra os abusos desse poder”1.
O tributo é um instituto jurídico especial, pois sozinho alcança valores 
primordiais às pessoas, que são: liberdade (ninguém paga tributo por vontade 
própria) e propriedade (atinge o patrimônio).
2. TRIBUTO
2.1. Conceito
O conceito de tributo está previsto no art. 3.º do CTN, assim
compreendido:
“Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda cujo valor 
nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei 
e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.”
É uma obrigação ex lege, em moeda, que não se constitui em sanção por 
ato ilícito e que tem por sujeito ativo (credor), normalmente, uma pessoa
política e por sujeito passivo (devedor) qualquer pessoa (apontada na lei da 
entidade tributante).
A obrigação é compulsória, obrigatória, porque decorre diretamente da 
lei. A vontade do contribuinte é irrelevante.
1 BRITO MACHADO, Hugo de. Curso de Direito Tributário. 19.ª ed. São Paulo: Malheiros.
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2.2. Obrigação ex lege
O tributo é uma obrigação ex lege, pois nasce direta e imediatamente da 
vontade da lei, que traça a hipótese de incidência do tributo. 
As obrigações ex lege contrapõem-se às obrigações ex voluntate (em que 
a vontade das partes é prestigiada pelo Direito), pois o legislador, ao
mencionar instituída em lei, certamente pretendeu afastar as chamadas
obrigações convencionais, que teriam fulcro, invariavelmente, numa
convergência de vontades.
Nosso Direito desconhece o tributo in natura (no qual parte da
mercadoria comercializada é entregue ao Fisco a título de pagamento do
tributo, ex.: para o pagamento do ICMS, entregam-se 10 quilos de arroz a cada 
100 quilos vendidos) e desconhece também o tributo in labore (a cada mês, o 
sujeito passivo destina alguns dias de seu trabalho à entidade tributante).
Obrigação é o vínculo abstrato de conteúdo patrimonial pelo qual uma
pessoa (sujeito passivo) vê-se compelida a dar, a fazer, a não fazer ou a
suportar algo em favor de outra (sujeito ativo).
Síntese: Sendo o tributo uma obrigação ex lege, a capacidade tributária 
passiva independe da capacidade civil do contribuinte, ou sendo ele uma
pessoa jurídica, do fato de estar regularmente constituída – conforme o art.126 
do CTN.
2.3. Obrigação em Moeda ou Cujo Valor Nela se Possa Exprimir 
O tributo só pode ser pago em dinheiro corrente. Com a expressão “ou 
cujo valor nela se possa exprimir”, quer a lei dizer que, em circunstâncias 
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extraordinárias, previstas em lei, é possível que o Fisco aceite a satisfação da 
obrigação tributária com a entrega de bens, cujo valor possa ser convertido em 
moeda. A LC n. 104, de 10.1.2001, acrescentou no art. 156 do CTN o inc. XI:
“Art.156. Extinguem o crédito tributário:
...XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições 
estabelecidas em lei.”
Tal inclusão serviu para explicitar o conceito de tributo, lembrando que, 
em casos especiais, a lei já autorizava a extinção do crédito tributário por este 
instituto.
2.4. O Tributo não se Constitui em Sanção por Ato Ilícito
O tributo não é multa. Ao contrário desta, tem por pressuposto a prática 
de um fato lícito qualquer, que revela capacidade econômica ou capacidade 
contributiva. A multa nasce de uma ilicitude; paga-se porque se praticou um
ato ilícito. Quando a lei descreve abstratamente um fato originário de um
tributo, não pode descrever um fato ilícito.
O tributo tem finalidade arrecadatória, ao passo que a multa tem
finalidade preventiva e sancionatória. O Estado tributa para atingir seus fins, e 
a multa visa desestimular os infratores.
A lei não pode colocar, na hipótese de incidência tributária, a descrição 
de um fato em si mesmo ilícito, sob pena de o tributo converter-se em sanção, 
o que é vedado por nosso Direito positivo (art. 3.º do CTN).
Essa regra pode ser observada em relação ao Imposto de Renda, cuja 
hipótese de incidência é obter rendimento. Não importa se os rendimentos são 
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de atividade lícita ou não. Por isso, os bicheiros devem pagar Imposto de
Renda. Princípio do non olet (não cheira).
Esse princípio, non olet, surgiu em Roma, onde um Imperador instituiu 
um imposto do uso de latrina (banheiros públicos), fato que deu origem a 
grandes falatórios. Até seu filho se opôs à cobrança desse imposto, dizendo 
que não era conveniente que Roma sobrevivesse da cobrança de dinheiro
originário de um local tão sujo. O Imperador pediu então para que seu filho 
fosse buscar um pouco do dinheiro arrecadado, mandou-o cheirar e disse:
“Está vendo filho, non olet (não cheira)!”, querendo dizer que pouco importava 
a origem remota do dinheiro arrecadado.
2.5. Obrigação Cobrada Mediante Atividade Administrativa
Plenamente Vinculada 
É necessário entender tal expressão sem o exagero que deflui do texto. 
Se é verdade que atos importantes do procedimento de arrecadação tributária 
pertencem à classe dos vinculados, outros muitos existem, dentro da mesma 
atividade, em que o administrador está autorizado, pela lei, a integrar com sua 
vontade ou juízo a norma jurídica diante do caso concreto, operando com
critérios subjetivos próprios, a fim de dar satisfação aos objetivos consagrados 
no sistema legal.
 Em suma, o tributo, ao lume de nosso Estatuto Magno, é a relação
jurídica que se estabelece entre o Fisco e o contribuinte (pessoa abrangida pelo 
Direito positivo), tendo por base a lei, em moeda, igualitária e decorrente de 
um fato lícito qualquer. 
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A CF classificou os tributos em impostos, taxas e contribuições de
melhoria (art. 145, I a III), desenhando a norma-padrão de incidênciade cada 
uma dessas figuras jurídicas e discriminando competências para que as pessoas 
políticas, querendo, viessem a instituí-las (sempre por meio de lei). O STF, por
unanimidade, reconheceu que existem, na ordem jurídica brasileira, quatro
espécies tributárias: impostos, taxas, contribuições (que englobam
contribuições de melhoria e contribuições parafiscais ou especiais) e
empréstimos compulsórios (STF, RDA, 190: 78-82).
Por fim, a CF arrolou os direitos fundamentais que a União, os Estados, 
os Municípios e o Distrito Federal, ao levarem a efeito a tributação, devem
respeitar.
Tributo tem o mesmo significado de obrigação tributária, e essa é uma 
relação jurídica, tendo assim um sujeito ativo e um sujeito passivo.
3. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
3.1. Sujeito Ativo
• Credor do tributo: é aquele que tem o direito subjetivo de exigir a 
prestação pecuniária (capacidade tributária ativa).
• Pessoas que têm capacidade tributária ativa: normalmente aquelas 
investidas de capacidade política – são as pessoas políticas de direito 
constitucional interno – dotadas de Poder Legislativo.
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Competência tributária é a capacidade para criar o tributo,
diferentemente de capacidade tributária ativa, que é capacidade de exigir a 
prestação pecuniária.
A capacidade tributária ativa é delegada por lei da entidade tributante. 
Sendo assim, nada impede que terceira pessoa venha a arrecadar, basta que tal 
atividade seja delegada por lei. Isso se chama parafiscalidade.
Parafiscalidade é a delegação de capacidade tributária ativa que a pessoa 
política, por meio de lei, faz à terceira pessoa, a qual, por vontade dessa
mesma lei, poderá também dispor do produto arrecadado. Só pode se voltar em 
favor de pessoas jurídicas de Direito Público (ex.: autarquias) e em favor de 
pessoas jurídicas de Direito Privado perseguidoras de finalidade pública (entes 
paraestatais – caminham paralelamente ao Estado, ex.: sindicatos, SESI,
SESC, SENAI, SENAC). 
A parafiscalidade não pode alcançar as empresas comerciais, tendo em
vista os seguintes princípios constitucionais: 
• princípio da igualdade: as pessoas que se encontram na mesma
situação econômica devem ser tratadas de modo igual;
• princípio da destinação pública do dinheiro arrecadado mediante o 
exercício da tributação.
3.2. Sujeito Passivo 
• O devedor do tributo: é a pessoa, física ou jurídica, privada ou pública, 
que tem o dever jurídico de efetuar o pagamento do tributo. Em tese, 
qualquer pessoa tem capacidade tributária passiva, ou seja, qualquer 
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Nota
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pessoa pode figurar no pólo negativo da obrigação tributária, inclusive 
as pessoas políticas (União, Estados, Municípios e Distrito Federal). 
Estas são imunes apenas quanto aos impostos (art. 150, VI, “a”, da
CF/88), mas podem ser alvo de taxas e contribuições de melhoria.
• As autarquias: também são imunes quanto aos impostos (art. 150, § 2.º, 
da CF/88), mas podem ser alvo de cobrança de taxas e contribuições.
• As empresas públicas e sociedades de economia mista: possuem
capacidade tributária passiva plena (impostos, taxas e contribuições –
art. 173, inc. II, da CF/88).
• As empresas privadas.
• As empresas particulares.
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1/1
DIREITO TRIBUTÁRIO
MÓDULO I
Tendo em vista o disposto na Emenda Constitucional n. 32/01 o item. 1.
NASCIMENTO DO TRIBUTO recebeu nova redação em sua parte final:
Para a maioria da doutrina, a medida provisória não pode criar ou majorar tributo, 
porque a medida provisória é precária e não corresponde à certeza com a qual o tributo 
deve se revestir. 
Atualmente, em razão da Emenda Constitucional n. 32, a medida provisória
poderá criar ou majorar tributo, dado que o § 2.º do art. 62 da Constituição Federal 
recebeu a seguinte redação:
“ § 2.°. Medida provisória que implique a instituição ou majoração de
impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos 
no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia 
daquele em que foi editada.” 
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CURSO DO PROF. DAMÁSIO A DISTÂNCIA
MÓDULO II
DIREITO TRIBUTÁRIO
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DIREITO TRIBUTÁRIO
1. ART. 3.º DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL 
Rubens Gomes de Souza foi convidado para elaborar o Anteprojeto que 
acabou sendo transformado em nosso Código Tributário Nacional, contendo a 
definição de tributo em seu art. 3.º, tal qual estudado.
Há doutrinadores que criticam o CTN por tal definição, já que não é 
dado à lei definir, conceituar, doutrinar. Para esses doutrinadores, quem deve 
fazer doutrina são os estudiosos e não o legislador.
Realmente não é bom que a lei defina, mas a definição do art. 3.º do 
CTN é de boa qualidade.
1.1. Definição de Tributo
A CF não define tributo, mas cuida de uma série de figuras afins que 
lembram o tributo: a desapropriação, o perdimento de bens, a pena privativa de 
liberdade, a pena de multa etc. Todas essas figuras são impostas coativamente, 
por isso semelhantes ao tributo: “Tributo é a relação jurídica que se estabelece 
entre o Fisco e o contribuinte, tendo por base a lei em moeda igualitária e 
decorrente de um fato lícito qualquer (por isso pretender instituir um tributo 
por decreto é impossível, a Constituição Federal impede tal situação)”.
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2/6
2. NASCIMENTO DO TRIBUTO
O tributo nasce quando se verifica, no mundo em que vivemos, o fato 
lícito e não voluntário descrito na hipótese de incidência tributária.
O mundo em que vivemos é conhecido como o mundo fenomênico, dos 
fenômenos naturais.
O tributo nasce de um fato lícito porque ele não é multa por ato ilícito, e 
não é voluntário porque se trata de uma obrigação ex lege, nasce da vontade da 
lei e não da vontade do contribuinte ou do Fisco.
No Brasil, por força do princípio da legalidade, a norma tributária só 
pode ser veiculada por meio de lei. Mas não por qualquer lei; é necessário que 
seja lei da pessoa política competente para criar aquele determinado tributo, 
sendo que tal regra se encontra na CF (art. 155, I, da CF/88).
P.: Uma lei federal e uma estadual que dispõem sobre o mesmo tributo. 
Qual prevalece?
R.: Prevalece aquela que, pela CF, for a competente para veicular o
tributo. A lei federal, portanto, não é superior à outra, todas estão em igualdade 
e prevalece a competente.
A CF é a carta das competências tributárias.
Medida provisória não pode criar tributo, para a maioria da doutrina. Isso 
porque a medida provisória é precária e não corresponde à certeza com a qual 
o tributo deve se revestir. Mas o STF vem aceitando a criação de tributo por 
medida provisória.
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3/6
3. HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA
É a descriçãoque a lei faz de um fato tributário que, quando ocorrer, fará 
nascer a obrigação tributária (obrigação de o sujeito passivo ter de pagar ao 
sujeito ativo o tributo correspondente). Em suma, é o fato descrito em lei que, 
acontecido, faz nascer a relação jurídica tributária, tendo por objeto a dívida 
tributária.
Segundo definição de Geraldo Ataliba: “Hipótese de incidência é fato 
descrito em lei que, se e quando acontecido, faz nascer para alguém o dever de 
pagar um dado tributo”.
4. FATO IMPONÍVEL
Hipótese de incidência é diferente de fato imponível, sendo que fato
imponível é aquele que aconteceu (fato que realizou o tipo tributário), e
hipótese de incidência é o fato descrito na lei.
Ex.: uma pessoa que obter rendimentos tem que pagar Imposto sobre a 
Renda (IR). Isso é a hipótese de incidência. João da Silva obteve rendimento, 
tem que pagar Imposto sobre a Renda; este é o fato imponível.
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4/6
Exemplo espelhado em Direito Penal:
• tipo penal é a descrição legal que a ordem jurídica considera
delituoso (hipótese de incidência);
• fato típico penal é a conduta do indivíduo (fato imponível).
A doutrina costuma chamar fato gerador tanto a hipótese de incidência 
como o fato imponível, mas, em ciência, isso não é conveniente, porque em
ciência as expressões devem ser unívocas e não equívocas.
“Fato gerador”, portanto, é expressão equívoca e, por isso, deve ser
evitada.
A doutrina mais moderna vem dividindo a expressão fato gerador em:
• fato gerador in abstrato: expressão referente à hipótese de incidência;
• fato gerador in concreto: refere-se ao fato ocorrido, ao fato
imponível.
Para que o tributo nasça, o fato deve ajustar-se rigorosamente a uma 
hipótese de incidência tributária (fenômeno da subsunção, que se equivale à 
tipicidade penal).
A lei descreve a hipótese de incidência, e ocorrendo o fato gerador
imponível, é devido o tributo.
Henzel Albert diz que: “Só deves pagar tributo se realizas, em todos os 
seus aspectos, a hipótese de incidência tributária”.
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5/6
O que distingue um tributo do outro é a hipótese de incidência.
A norma jurídica tributária deve conter hipótese de incidência, sujeito 
ativo, sujeito passivo, base de cálculo e alíquota, sob pena de não haver tributo 
a lançar. Enquanto a lacuna não for suprida, não existe tributo em abstrato, não 
podendo existir em concreto.
5. BASE DE CÁLCULO E ALÍQUOTA
São elementos quantitativos do tributo (conjugados, permitem que se
chegue ao quantum debeatur, quantia devida, a título de tributo).
Importante ao Fisco e ao contribuinte é o quanto se deve cobrar e pagar.
5.1. Base de Cálculo
É a dimensão legal da materialidade do tributo, é a perspectiva
dimensível do aspecto material da hipótese de incidência tributária.
Deve guardar uma correlação lógica com a hipótese de incidência do
tributo. Ex.: Imposto de Renda, no qual a hipótese de incidência é obter
rendimentos e a base de cálculo é a renda líquida; ICMS, hipótese de
incidência é vender mercadorias, a base de cálculo é o valor da mercadoria.
Se houver incongruência, ou seja, não houver correlação lógica, o tributo 
será indevido. Ex.: IPTU, a hipótese de incidência é ser proprietário de imóvel 
urbano, a base de cálculo é, hipoteticamente, o valor do aluguel. É indevido 
porque os aluguéis obtidos configuram renda (IR).
____________________________________________________________________________ MÓDULO II
6/6
5.2. Alíquota
É o critério apontado em lei, normalmente em porcentagem, que,
conjugado à base de cálculo, permite que se chegue ao quantum debeatur. Ex.: 
base de cálculo igual a 100 (cem), a alíquota é de 15% (quinze por cento), o 
quantum debeatur será de 15 (quinze).
O tributo não pode ter característica de confisco (art. 150, IV, da CF/88). 
Não pode retirar do contribuinte o mínimo vital, tanto para a pessoa física
quanto para a jurídica.
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CURSO DO PROF. DAMÁSIO A DISTÂNCIA
MÓDULO III
DIREITO TRIBUTÁRIO
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DIREITO TRIBUTÁRIO
1. LEIS TRIBUTÁRIAS
A União é competente para instituir leis tributárias federais, os estados 
para instituírem leis tributárias estaduais, os Municípios para instituírem leis 
tributárias municipais e o Distrito Federal, as leis tributárias distritais.
Tais leis, quando obedecida a CF, estão no mesmo plano jurídico, não há 
hierarquia entre elas. Só podemos falar em hierarquia entre normas jurídicas 
quando umas extraem das outras a validade e a legitimidade. 
Portanto, como aquelas leis não extraem uma das outras a validade e a 
legitimidade, não há hierarquia ou subordinação. Necessário, contudo, que
exista obediência à CF.
Uma lei que invade a competência de outra entidade política é
inconstitucional. Se houver duas leis tributárias que tratam do mesmo tributo, 
certamente uma será inconstitucional.
2. CLASSIFICAÇÃO JURÍDICA DOS TRIBUTOS
Classificar é dividir um conjunto de seres (coisas, objetos) em categorias, 
segundo critérios preestabelecidos.
A classificação jurídica leva em conta a norma jurídica, esta é seu ponto 
de partida.
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A classificação jurídica dos tributos baseia-se nas normas jurídicas
tributárias em vigor estabelecidas na CF.
Tributo (gênero) compreende, segundo o art. 5.º do CTN:
• impostos;
• taxas;
• contribuições de melhoria.
Tributos, segundo a CF, art. 145, compreendem, além das três espécies 
acima enumeradas, as seguintes:
• empréstimos compulsórios;
• impostos extraordinários;
• contribuições sociais (art. 149 da CF/88);
• contribuições parafiscais.
Os empréstimos compulsórios, os impostos extraordinários, as
contribuições parafiscais e as contribuições sociais são tributos que podem ser 
exteriorizados como taxa, imposto ou contribuição de melhoria, ou seja, não 
são outras espécies tributárias, pois espécies são somente as três do art. 145 da 
CF/88.
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3/14
2.1. Impostos – Art. 145, I, da CF/88
São os tributos economicamente mais importantes.
Conforme o art. 16 do CTN, imposto é o tributo cuja obrigação tem por 
fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal
específica relativa ao contribuinte.
É um tributo não vinculado. Não é necessário que a União, os Estados-
membros, os Municípios ou o Distrito Federal prestem, por exemplo, um
serviço público ou realizem uma obra pública para poderem cobrar imposto, 
pois não há uma equivalência entre o montante que uma pessoa paga a título 
de imposto e o que o Estado reverte em seu benefício.
O imposto tem fundamento de validade no poder de império da entidade 
tributante. Nasce sempre de fatos regidos pelo Direito Privado. Ex.: a venda de 
mercadorias gera ICMS (Direito Comercial); a prestação de serviços gera ISS 
(Direito Civil).
Imposto é um tipo de tributo que tem por hipótese de incidência um 
comportamento do contribuinte ou uma situação jurídica na qual ele se
encontra.
• Um comportamento do contribuinte: por exemplo, ao se adquirir um 
imóvel, há a incidência do ITBI ou SISA; ao se vender uma
mercadoria, deve incidir ICMS;ao se prestar um serviço, surge o ISS.
• Situação jurídica na qual o contribuinte se encontra: por exemplo, o 
proprietário de um imóvel deve pagar IPTU; já o proprietário de um
imóvel rural deve arcar com o ITR.
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4/14
2.1.1. Competência dos impostos – art. 153 da CF/88
a) Impostos federais
• Imposto sobre Importação.
• Imposto sobre a Exportação.
• Imposto sobre a Renda e Proventos (IR).
• Imposto de Produtos Industrializados (IPI).
• Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
• Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR).
• Imposto sobre grandes fortunas.
b) Impostos estaduais e DF – art. 155 da CF/88
• Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações.
• Imposto sobre Operações Mercantis (ICMS).
• Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).
c) Impostos municipais e DF – art. 156 da CF/88
• Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU).
• Imposto sobre Transmissão Inter Vivos (ITBI).
• Imposto sobre Serviços (ISS).
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5/14
O Distrito Federal pode criar os impostos estaduais e municipais
(competência impositiva dobrada – art. 155, caput, e art. 147, in fine, ambos da 
CF. A competência impositiva distrital é o somatório das competências
impositivas dos Estados e Municípios).
De acordo com a art. 154 da CF/88, a União possui competência
impositiva residual (infinita), pois sempre poderá criar imposto. Ex.: imposto 
sobre arrematações. Essa competência residual se limita apenas aos impostos e 
não a qualquer tributo.
O art. 154, II, da CF/88 permite a instituição de impostos extraordinários 
na iminência ou no caso de guerra externa, compreendidos ou não em sua
competência tributária, ou seja, podendo inclusive invadir competência das
outras entidades tributantes.
Os tributos em geral devem ser criados por lei ordinária. Os impostos de 
competência impositiva residual da União (art. 154, I, da CF/88) e os
empréstimos compulsórios (art. 148 da CF/88) devem ser criados por meio de 
lei complementar.
2.1.2. Classificação dos impostos
a) Pessoais
São aqueles que estabelecem diferenças tributárias em função das
condições próprias do contribuinte. Ex.: IR.
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b) Reais
São aqueles que não levam em consideração as condições do
contribuinte, incidindo igualmente para todas as pessoas. Ex.: IPTU.
c) Diretos
Quando numa só pessoa se reúnem as condições de contribuinte de
direito (aquele que é responsável pelo cumprimento de todas as obrigações 
tributárias previstas na legislação, porque foi ele quem praticou o fato gerador 
do tributo) e de fato (aquele sobre quem recai o ônus do impostos). Ex.: IR.
d) Indiretos
Quando, na relação jurídico-tributária que se estabelece entre o Estado e 
o sujeito passivo, este paga o tributo correspondente e se ressarce cobrando de 
terceiro por meio da inclusão do imposto no preço. Aquele que paga o imposto 
e mantém a relação pessoal e direta com o Estado denomina-se contribuinte de 
direito; o terceiro é estranho à relação jurídico-tributária, embora vinculado ao 
fato gerador, e é denominado de contribuinte de fato (porque de fato foi ele 
quem suportou o ônus do imposto). É o fenômeno econômico da transladação 
ou repercussão dos tributos. Ex.: ICMS, IPI. O consumidor final não é o
atingido diretamente. Ele é o contribuinte de fato e não o contribuinte de
direito.
O art. 166 do CTN estabelece que a repetição dos chamados impostos 
indiretos só é possível quando o contribuinte de direito não tiver repassado ao 
contribuinte de fato a carga econômica do tributo ou quando, tendo havido tal 
repasse, o contribuinte de direito estiver expressamente autorizado, pelo
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contribuinte de fato, a ingressar com o pedido de repetição. Ex.: se o
contribuinte recolher ICMS a mais, ele só poderá pedir a repetição se ocorrer 
uma das hipóteses mencionadas no art. 166 do CTN. Essas situações, porém, 
são difíceis de ocorrer, pois geralmente há o repasse ao contribuinte de fato e, 
quando não houver, impossível será obter autorização deste último. 
2.1.3. Princípio informador dos impostos
O princípio da capacidade contributiva encontra-se veiculado no art. 145, 
§ 1.º, 1.ª parte, da CF/88: “sempre que possível os impostos terão caráter 
pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica dos contribuintes”.
Esse princípio se hospeda no princípio da igualdade e ajuda a realizar os 
ideais republicanos (quem tem mais, paga mais e quem tem menos, paga
menos).
É por meio de alíquotas progressivas que se alcança o princípio da
capacidade contributiva, pois esse princípio exige que os impostos observem
uma progressividade de alíquotas: quanto maior a base de cálculo, tanto maior 
a alíquota. Ex.: IR, que tem três alíquotas (0%,15% e 27,5%).
O art. 145, §1.º, da CF/88 contém a expressão “sempre que possível”, 
portanto as pessoas políticas é quem decidem se imprimem caráter pessoal aos 
impostos. O ICMS, por exemplo, é imposto que não respeita o princípio em
estudo, pois quem suporta a carga econômica é o consumidor final, e este
suportará sempre a mesma alíquota, pouco importando a sua capacidade
contributiva. Outro exemplo é o IPI.
O ICMS (art. 155, § 2.º, II, da CF/88) e o IPI, embora não respeitem o 
princípio da capacidade contributiva, são impostos seletivos em função das 
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mercadorias e serviços e da essencialidade dos produtos industrializados,
respectivamente.
2.2. Taxa – Art. 145, II, da CF/88 e Art. 77 do CTN
É o tributo que tem por fato gerador abstrato uma atuação estatal
diretamente referida ao contribuinte (art. 145, II, da CF/88) consistente em um 
serviço ou em um ato de polícia, ou seja, trata-se de tributo vinculado a uma 
atuação estatal. Não nasce de um comportamento do contribuinte ou de uma 
situação jurídica em que este se encontre.
Essa atuação estatal pode consistir, segundo o art. 145, II, da CF/88 e art. 
77 do CTN, em taxa de serviço e taxa de polícia.
2.2.1. Taxa de serviço
É o tipo de tributo que tem por hipótese de incidência um serviço público 
específico e divisível. 
Serviço público é a prestação de utilidade material usufruível
individualmente sob o regime de Direito Público. O que torna público o tributo 
é o regime de Direito Público que o rege. Os serviços públicos podem ser:
a) Gerais (universais)
Alcançam a comunidade considerada como um todo. Não se referem
diretamente a ninguém. São prestados uti universi. Devem ser custeados pelas 
receitas gerais da pessoa política que os presta. Ex.: serviço de segurança
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pública, serviço diplomático, serviço de defesa da soberania nacional, serviço 
de iluminação pública;
b) Específicos (singulares)
Alcançam pessoas individualmente consideradas. Referem-se
diretamente a alguém. São prestados uti singuli. São dotados de divisibilidade 
(possibilidade de aferir-se a utilização efetivo-potencial individualmente
considerada). Ex.: serviço de fornecimento domiciliar de água potável, serviço 
de fornecimento domiciliar de energia elétrica, serviço de transporte coletivo 
etc.;
c) Divisíveis
É a possibilidade de o contribuinte aferir-se a utilização efetiva ou
potencial, individualmente considerada. No Brasil, a taxa pode ser cobrada de 
quem efetivamente se utilizado serviço público ou de quem tem a
disponibilidade do serviço público. A simples disponibilidade já dá ensejo à
cobrança da taxa.
d) Fruíveis
Postos à disposição (art. 145, II, in fine, da CF/88).
Para que o serviço público possa servir como fato gerador de taxa, deve 
ser:
• específico e divisível;
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• prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição;
• utilizado, efetiva ou potencialmente, pelo contribuinte.
Uma parte da doutrina define o pedágio como sendo uma taxa de serviço
(art. 150, V, da CF/88). O serviço de conservação da rodovia permite o
pedágio.
2.2.2. Taxa de polícia
O CTN, em seu art. 78, define o que se considera poder de polícia. 
É a espécie de tributo que tem por hipótese de incidência um ato de
polícia de efeitos concretos, ou seja, um ato que se refere diretamente ao
contribuinte e que envolve o exercício do chamado poder de polícia. Poder de 
polícia é a faculdade que o Estado tem de, observados os limites
constitucionais, baixar regras de nível constitucional legal ou infralegal para 
disciplinar o exercício dos direitos à liberdade e à propriedade das pessoas, 
compatibilizando-os com o bem comum.
O poder de polícia se manifesta das mais diversas maneiras. O art. 78 do 
CTN reporta-se ao interesse público concernente à segurança, à higiene, à
ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de 
atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder
Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos 
individuais ou coletivos. Para alguns autores, a enumeração possui caráter
taxativo. Para outros, sua abrangência é praticamente ilimitada.
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2.2.3. Base de cálculo e alíquota
As taxas não podem ter base de cálculo idêntica à dos impostos (art. 145, 
§ 2.º, da CF/88).
As taxas geralmente são estabelecidas em quantias prefixadas, mas o
legislador pode preferir indicar uma base de cálculo e uma alíquota; pode 
ocorrer também que a determinação do valor da taxa seja feita em função de 
elementos, por exemplo, a área do imóvel.
A especificidade da taxa advém de seu fato gerador ser uma atividade 
estatal específica relativa ao contribuinte.
2.2.4. Competência para instituir e cobrar taxas
Competente para instituir e cobrar taxas é a pessoa jurídica de Direito 
Público que seja competente para a realização da atividade à qual se vincule o 
fato gerador respectivo. A entidade estatal competente para o desempenho da 
atividade é competente, por conseqüência, para instituir e cobrar a taxa
correspondente (art. 80 do CTN).
A doutrina reconhece:
• taxas de uso: aquelas que têm por hipótese de incidência a utilização 
de bens pertencentes ao domínio público;
• taxas de obra: aquelas que têm por hipótese de incidência a realização 
de obras públicas.
No Brasil são inconstitucionais, mas existem na prática.
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Nada impede que a pessoa política preste um serviço público ou pratique 
um ato de polícia a título gratuito. Ex.: serviço de vacinação.
Há um serviço público que necessariamente deve ser gratuito, que é o 
serviço de ensino quando prestado em estabelecimento oficial de ensino (art. 
206, IV, da CF/88).
Caso o Poder Público resolva cobrar os serviços e os atos de polícia, 
deve faze-lo por meio de taxa, mas sempre obedecido o regime jurídico
tributário (princípios que protegem o contribuinte contra excessos fazendários. 
Ex.: legalidade, igualdade, reserva de competência, anterioridade).
2.2.5. Tarifa
A tarifa é o preço público pago pela utilização de serviços facultativos (e 
não compulsórios) que a Administração Pública ou seus delegados colocam à 
disposição da população (serviço de uso facultativo).
A diferença entre taxa e preço público encontra-se na Súmula n. 545 do 
STF: “Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, 
diferentemente daqueles, são compulsórias e têm sua cobrança condicionada à 
prévia autorização orçamentária, em relação à lei que as instituiu”.
Observação para o concurso do MP e da Magistratura: os serviços e atos 
de polícia praticados não podem ser cobrados por meio de preço (preços
públicos e tarifas).
Observação para o concurso da Procuradoria: preço é a quantidade
devida pelo serviço público ou pelo ato de polícia de fruição facultativa. Não 
precisa obedecer ao regime jurídico tributário, podendo ser criado ou
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aumentado por meio de decreto, portaria, ato administrativo etc., sem atenção 
ao princípio da anterioridade.
O preço é cabível quando se está diante de coisa em comércio.
2.3. Contribuição de Melhoria – Art. 145, II, da CF/88 e Arts. 81 e 82 
do CTN
É a modalidade de tributo que tem por hipótese de incidência uma
atuação estatal diretamente referida ao contribuinte. A contribuição de
melhoria tem como fato gerador a valorização do imóvel do contribuinte em
razão de obra pública (ex.: obras contra enchentes etc.). Os beneficiários
diretos da obra arcam com seu custo, total ou parcialmente. É, portanto, tributo 
vinculado.
Atuação estatal (art. 145, III, da CF/88): só pode consistir em obra 
pública.
Obra pública: é a edificação, a ampliação ou a reforma total de um bem 
imóvel pertencente ou incorporado ao patrimônio público. É preciso que essa 
obra pública cause valorização imobiliária. Entre a obra pública e a
valorização imobiliária deve haver uma relação de causalidade.
Só pode ser cobrado depois que a obra pública estiver concluída, quando 
só então se perceberá o quanto valorizou o imóvel em função de sua
realização.
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2.3.1. Base de cálculo e alíquota
A contribuição de melhoria é um tributo e, como tal, também tem uma 
base de cálculo e alíquota que devem ser apontadas em lei. A base de cálculo 
possível da contribuição de melhoria é o quantum da valorização
experimentada pelo imóvel em decorrência da obra pública realizada em suas 
imediações.
A alíquota possível da contribuição de melhoria é um percentual desse 
quantum. Só pode ser cobrada uma vez para cada obra pública que valorize o 
imóvel. É um tributo social, pois visa devolver à sociedade uma parte do
enriquecimento sem causa, já que o dono do imóvel valorizado por uma obra 
pública, custeada pela sociedade, paga a contribuição de melhoria. 
2.3.2. Competência para instituir e cobrar contribuição de
melhoria
Tem competência para instituir e cobrar contribuição de melhoria a
pessoa política (União, Estados, DF e Municípios) que tem atribuição para a 
realização dos trabalhos. 
As taxas e contribuições de melhoria são tributos vinculados a uma
atuação estatal e têm por hipóteses de incidência uma atuação estatal de algum 
modo referida ao contribuinte. Nascem sempre de fatos regidos pelo Direito 
Público.
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1/5
DIREITO TRIBUTÁRIO
1. EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS
São tributos restituíveis, mas sempre tributos. Tendo emvista a redação 
do artigo constitucional que trata do instituto em questão, a configuração
tributária fica nitidamente exposta, tornando-se difícil sustentar posições
dissonantes.
O art. 148 da CF/88 manda aplicar aos empréstimos compulsórios o
regime jurídico tributário, e eles satisfazem plenamente as cláusulas que
compõem a redação do art. 3.º do CTN. 
Apenas a União, por meio de lei complementar, poderá instituir
empréstimos compulsórios. 
Medida Provisória não pode criar nem alterar empréstimos
compulsórios, pois ela é transformável em lei por maioria simples, e o
empréstimo compulsório só pode ser aprovado por maioria absoluta. A
aplicação desse tributo deve ser vinculada à despesa que o fundamentou (art. 
148, par. ún., da CF/88), expressando uma garantia ao contribuinte.
Passaremos a analisar o art. 148, assim expresso na CF/88: 
“Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir
empréstimos compulsórios:
I. para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade 
pública, de guerra externa ou sua iminência;
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2/5
II. no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante
interesse nacional, observado o disposto no art. 150, II, ‘b’.
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo 
compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.”
1.1. Art. 148, I, da CF
“Inciso I: para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de
calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência.”
Nesses casos, não é necessário observar o princípio da anterioridade, 
sendo visível a intenção do legislador constitucional, pois as situações expostas 
no referido artigo são de graves proporções, não podendo esperar o ano
seguinte para sua solução.
1.2. Art. 148, II, da CF
“Inciso II: no caso de investimento público de caráter urgente e de 
relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, “b”.”
Nesses casos, a observância do princípio da anterioridade é necessária.
Calamidade pública, guerra externa, iminência de guerra externa e o
investimento público são os pressupostos necessários e suficientes para que o 
empréstimo compulsório seja criado, não são as hipóteses de incidência do 
empréstimo compulsório.
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3/5
Os empréstimos compulsórios são restituíveis, mas nem por isso perdem 
o caráter de tributo (art. 4.º, II, do CTN: estabelece que a natureza jurídica do 
tributo deriva de sua hipótese de incidência e não da destinação do tributo). 
A restituição é obrigatória. A lei deverá fixar o prazo e as condições do 
resgate (cria direito subjetivo). A restituição só pode ocorrer em moeda, tendo 
que ser integral para não caracterizar confisco, incluindo-se também correção 
monetária.
Os empréstimos compulsórios poderão assumir quaisquer das formas que 
correspondem às espécies do tributo, podendo a hipótese de incidência ser:
• imposto;
• taxa;
• contribuição de melhoria.
Normalmente, acabam revestindo a natureza do imposto. 
Alfredo Augusto Berker foi o primeiro a observar que entre os
empréstimos compulsórios existem duas relações jurídicas:
• ação jurídica tributária: tem por sujeito ativo a União e por sujeito 
passivo o contribuinte. Quando o contribuinte paga o empréstimo
compulsório à União, desaparece a relação jurídica tributária;
• relação jurídica administrativa: surge com o desaparecimento da
relação jurídica tributária e tem por sujeito ativo o contribuinte e por 
sujeito passivo a União, tendo em vista a obrigação de pagar ser,
nessa relação, da União.
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4/5
2. CONTRIBUIÇÕES PARAFISCAIS
São tributos arrecadados por pessoas diversas daquelas que os
instituíram, mas são tributos. Ex.: autarquia, empresa pública. Essa delegação 
recebe o nome de parafiscalidade.
Esse tributo, conforme sua hipótese de incidência, poderá revestir a
natureza de imposto, taxa ou contribuição de melhoria.
2.1. Contribuições do Art. 149 da CF
São contribuições de intervenção no domínio econômico, de caráter
extrafiscal, com finalidade interventiva específica.
A União, por meio de lei ordinária, pode criar contribuições de: 
• intervenção no domínio econômico; 
• interesse de categorias econômicas ou profissionais;
• custeio da seguridade social.
São tributos qualificados pela finalidade (uma das três acima). Dentro do 
seu campo de competência, a União pode criar taxas ou impostos associados a 
qualquer um desses fins. Assim, tais contribuições não caracterizam nova
espécie de tributo, mas taxa ou imposto de finalidade específica.
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5/5
2.2. Contribuições do Art. 195 da CF
São tributos destinados ao financiamento da Seguridade Social. O inc. I 
trata das contribuições patronais, que são impostos, e traz três possíveis bases 
de cálculo (sua hipótese de incidência é o fato desvinculado de atuação
estatal).
O inc. II trata das contribuições dos empregados. São taxas, pois é
colocado à disposição do empregado o serviço de Previdência Social.
O inc. III incide sobre a receita de concurso de prognósticos.
O § 6.º traz regra específica sobre o princípio da anterioridade. A lei só 
se torna eficaz 90 dias após a sua publicação.
O par. ún. do art. 149 traz uma exceção ao caput, pois autoriza os
Estados, o DF e os Municípios a instituírem contribuições para custeio da 
Seguridade Social Estadual, Distrital e Municipal, desde que mantenham
sistemas próprios de Previdência e Assistência Social para seus funcionários.
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1/6
DIREITO TRIBUTÁRIO
1. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS
As normas constitucionais não possuem o mesmo grau de importância, 
pois algumas veiculam regras enquanto outras são verdadeiros princípios. 
Princípio é uma regra básica implícita ou explícita que, por sua grande 
generalidade, ocupa posição de destaque no mundo do Direito e, por isso,
vincula o entendimento e a boa aplicação, seja dos simples atos normativos, 
seja dos próprios mandamentos constitucionais. Não importa se o princípio é 
implícito ou explícito, mas sim se ele existe ou não existe (ex.: o princípio da 
isonomia das pessoas políticas é implícito).
Sempre que houver uma dupla interpretação da norma, devem-se
utilizar os princípios. O princípio é, portanto, um vetor para as soluções
interpretativas. É uma regra básica, com âmbito de validade maior, que exerce, 
dentro do sistema jurídico, função axiologicamente mais importante do que a 
regra, mesmo a constitucional.
1.1. Princípio da Legalidade
É um princípio universal, disposto no art. 5.º, II, da CF/88: “ninguém
será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”.
No Brasil, vigora a universalidade da legislação (princípio da
legalidade). A expressão “sob reserva de lei” não faz muito sentido, pois toda 
_____________________________________________________________________________ MÓDULO V
2/6
matéria está sob reserva de lei. É usada como pleonasmo, reforço, e significa 
que “é matéria de lei”.
O art. 150, I, da CF/88veda às pessoas políticas a criação, a exigência ou 
o aumento de tributo sem ser por intermédio de lei.
Tudo o que é importante em matéria de tributo deve ser matéria de lei. 
Assim, somente a lei poderá diminuir e isentar tributos, parcelar e perdoar
débitos tributários, criar “obrigações acessórias” etc. Obrigações acessórias são 
deveres impostos pela lei ao contribuinte ou à terceira pessoa a ele relacionada, 
tendo em vista o perfeito funcionamento do sistema tributário. Esses deveres 
podem consistir em um “fazer”, um “não fazer” ou um “suportar”.
Em Direito Tributário vigora, além do princípio da legalidade, o
princípio da estrita legalidade (princípio da reserva absoluta da lei formal), o 
que leva ao princípio da tipicidade fechada da tributação. O aplicador do
Direito Tributário não tem margem de discricionariedade.
Não há exceções ao princípio da legalidade tributária. No art. 153, § 1.º, 
da CF/88, existe uma “aparente” exceção que faculta ao Poder Executivo
(Presidente da República – art. 76 de CF/88) alterar, por meio de decreto, as 
alíquotas dos impostos sobre importação, exportação, produtos industrializados 
(IPI) e operações de crédito (IOF), dentro dos parâmetros da lei, observando-se
os ditames legais. Só poderá ser aumentada, entretanto, a alíquota, e não a base 
de cálculo (como ocorria na CF anterior).
Essa faculdade regulamentar, entretanto, deverá atender ao princípio da 
legalidade tributária. Os únicos regulamentos válidos em matéria tributária são 
os executivos, que, subordinando-se inteiramente à lei, limitam-se a prover sua 
fiel execução, sem, porém, criar ou aumentar tributos nem estabelecer
_____________________________________________________________________________ MÓDULO V
3/6
quaisquer ônus ou encargos que possam repercutir no patrimônio ou na
liberdade dos contribuintes.
Os regulamentos só podem ser secundum legem e contra legem, não 
podendo criar realidade tributária. Sendo o regulamento fonte secundária de 
Direito, limitada ao princípio da legalidade, as portarias, os pareceres
normativos, a ordem de serviço e os atos administrativos tributários em geral 
estão abaixo do regulamento, também devendo observar o princípio da
legalidade.
• Portaria: é um ato interorgânico que serve para disciplinar as
questões internas da repartição fazendária (ex.: estabelecer escala de 
férias, estabelecer horários etc.).
• Parecer Normativo: é a opinião oficial da Fazenda Pública acerca do 
significado, conteúdo e alcance de determinada norma jurídica
tributária.
• Ordem de Serviço: é uma determinação que o chefe faz ao seu
subordinado para que este realize uma dada diligência.
• Atos Administrativos Tributários em Geral: aplicam a lei tributária de 
ofício (ex.: lançamento identifica oficialmente o contribuinte e
desvenda a quantia devida a título de tributo. É o mais importante ato 
administrativo tributário).
1.2. Princípio da Anterioridade
Disposto no art. 150, III, “b”, da CF/88, é um princípio exclusivamente 
tributário. A lei que cria ou aumenta um tributo, ao entrar em vigor, fica com
sua eficácia suspensa até o início do próximo exercício financeiro, quando
_____________________________________________________________________________ MÓDULO V
4/6
produzirá todos os seus efeitos. O exercício financeiro, no Brasil, inicia-se em 
1.º de janeiro e termina em 31 de dezembro, coincidindo o ano civil com o ano 
fiscal.
A lei criada em um exercício só poderá entrar em vigor, ter incidência, a 
partir de 1.º de janeiro do exercício seguinte. Pelo princípio da anterioridade, a 
lei que cria ou aumenta um tributo deve entrar em vigor num exercício
financeiro e tornar-se eficaz no próximo exercício financeiro.
Por trás do princípio da anterioridade está a idéia de que o contribuinte 
não seja pego de surpresa, reforçando a segurança jurídica da tributação.
O princípio da anterioridade existe para favorecer o contribuinte, assim, 
uma lei que isenta ou reduz o tributo poderá ter incidência imediata. Somente 
tributos criados ou aumentados deverão obedecer ao princípio da
anterioridade. Também deverá atender ao princípio da anterioridade aquela lei 
que revoga uma isenção.
A Súmula n. 615 do STF dispõe, entretanto, que “a lei que revoga a
isenção de ICM não precisa atender à anualidade”, ou seja, a norma que revoga 
a isenção de ICMS não precisa atender à anterioridade. Alguns entendem que 
essa súmula é inconstitucional, visto que a revogação da isenção de um tributo 
estará recriando o tributo.
As exceções ao princípio da anterioridade estão dispostas no art. 150, § 
1.º, da CF/88 e são: 
• imposto sobre a importação; 
• imposto sobre a exportação;
• IPI;
_____________________________________________________________________________ MÓDULO V
5/6
• IOF;
• imposto lançado por motivo de guerra.
Os quatro primeiros poderão ter suas alíquotas aumentadas por decreto 
(art. 153, § 1.º, da CF/88).
Também não precisam obedecer ao princípio da anterioridade os
empréstimos compulsórios para atender às despesas extraordinárias
decorrentes de calamidade pública, guerra externa ou sua iminência (art. 148, 
I, da CF/88).
O art. 195, § 6.º, da CF/88 veicula uma anterioridade especial. Dispõe 
que a lei que cria uma contribuição social para a Seguridade Social só poderá 
incidir 90 dias após sua publicação. Nesse caso, obedece-se a uma
anterioridade medida (anterioridade nonagesimal). O STF entende que o
princípio da anterioridade é uma cláusula pétrea e não pode ser limitado por 
EC.
1.2.1. Princípio da Anualidade
Vigorou no Brasil enquanto vigorou a CF/46. Dispunha que “nenhum
tributo será cobrado sem prévia autorização orçamentária anual”. Lei
orçamentária é o ato-condição a regular cobrança dos tributos. Esse princípio
da anualidade foi substituído pelo princípio da anterioridade por meio da EC n. 
18/65 e depois veio disposto na CF/88.
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6/6
1.3. Princípio da Segurança Jurídica da Tributação
Em sua dupla manifestação (certeza do direito e proibição do arbítrio), 
exige que as leis sejam irretroativas. Não poderá haver tributo sem que a lei 
anterior preveja (nullum vectigal sine praevin lege).
A lei tributária deve ser anterior ao fato imponível (art. 150, III, “a”, da 
CF/88), não havendo exceção a essa regra. Quando a lei, de alguma forma, 
aumenta ou cria o tributo, não poderá retroagir a fatos anteriores à sua
promulgação.
Em se tratando de leis tributárias benéficas, essa regra não é de
observância obrigatória, ou seja, essas leis poderão retroagir, nos termos do 
art.106 do CTN.
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1/2
DIREITO TRIBUTÁRIO
1. FONTES FORMAIS SECUNDÁRIAS
São consideradas de menor importância que as fontes primárias, uma vez 
que possuem a função de viabilizar os comandos destas. Assim, temos como 
fontes formais secundárias: decretos e regulamentos, instruções ministeriais,
circulares, normas complementares.
1.1. Decretos e Regulamentos
São expedidos pelo Chefe do Poder Executivo com o objetivo de
possibilitar a fiel execução das leis.
1.2. Instruções Ministeriais
Explicitam leis e decretos, possuem como destinatários os servidores
públicos em seus relacionamentos com os contribuintes em geral.
1.3.Circulares
As circulares, ordens de serviços e outros da mesma natureza, são atos 
administrativos emitidos pelos chefes dos departamentos ou seções. Sua
denominação pode variar em face das normas administrativas de cada entidade 
de Direito Público.
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2/2
1.4. Normas Complementares
Normas complementares, de acordo com o art. 100 do CTN são:
• atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;
• decisões de órgãos singulares ou coletivos de jurisdição
administrativa aos quais a lei atribua eficácia normativa; 
• práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas 
(art. 100 do CTN).
2. DOUTRINA
São os ensinamentos dos juristas acerca do Direito Tributário.
3. JURISPRUDÊNCIA
São decisões do Poder Judiciário acerca de questões tributárias.
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1/5
DIREITO TRIBUTÁRIO
1. VIGÊNCIA E APLICAÇÃO DAS LEIS TRIBUTÁRIAS
1.1. Entrada em Vigor da Lei Tributária
A lei tributária entra em vigor na data que a própria lei apontar. Se a 
lei não especificar, socorre-se da regra geral trazida pelo art. 1.º da LICC: as 
leis entram em vigor, no Brasil, 45 dias após sua publicação, salvo disposição 
em contrário. O § 1.º do referido artigo estabelece que, no exterior, as leis 
entram em vigor 90 dias após sua publicação (territórios fictos, tais como
embaixada, aeronaves etc.).
O período entre a publicação da lei e sua vigência chama-se vacatio
legis, e serve para que os futuros destinatários da lei possam conhecê-la e 
prepararem-se para bem cumpri-la. Quanto mais complexa for a matéria em
questão, mais se estende a vacatio legis. A CF/88 não regula a vacatio legis,
deixando a questão ao arbítrio do legislador.
O veículo adequado para a criação de tributos é a lei ordinária. As 
exceções são o empréstimo compulsório (art. 148, CF); os impostos de
natureza residual (art. 154, inc. I, CF) e as contribuições a que se refere o art. 
195, § 4.º, CF, que devem ser criados por lei complementar. 
A lei ordinária é ato complexo, pois participam pelo menos dois Poderes 
para a sua formação (Legislativo e Executivo). De acordo com o processo
legislativo, toda lei ordinária passa por uma fase introdutória (iniciativa), uma 
fase constitutiva (deliberação e sanção) e, ainda, uma fase complementar
(promulgação e publicação).
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A LC n. 90/98 dispõe que, ao término do processo legislativo, devem as 
leis ser publicadas para que se tornem conhecidas. Se a lei tributária for
federal, sua publicação deverá ocorrer no DOU; se estadual, no DOE; se
distrital, no DO-DF e, se municipal, sua publicação deverá ocorrer no DOM
ou, em sua falta, nos periódicos de circulação local.
1.2. Publicação
A publicação é o ato de conhecimento da lei, requisito de eficácia da lei. 
Assim, a falta de publicação ou a publicação irregular impedem que a lei
produza seus efeitos. Com a publicação regular, nasce uma presunção absoluta 
de que a lei é conhecida. A publicação tem efeito certificatório, ou seja,
proclama erga omnes que a ordem jurídica foi inovada.
1.2. Diferença entre Elisão Fiscal e Evasão Fiscal
A elisão fiscal é um meio lícito de evitar ou diminuir a carga tributária. 
Já a evasão fiscal é um meio ilícito de evitar ou diminuir a carga tributária por 
meios fraudulentos.Ex.: vender mercadoria sem nota fiscal. A evasão fiscal é 
crime contra a ordem tributária (art. 1.º da Lei n. 8.137/90).
1.3. Revogação
A revogação pode ser total (ab-rogação) ou parcial (derrogação).
A lei tributária de caráter especial não revoga nem é revogada pela lei 
tributária de caráter geral. Ex.: o art. 174 do CTN dispõe que a ação de
cobrança de tributos prescreve em cinco anos; o art. 46 da Lei n. 8.212/91 
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dispõe que a ação de cobrança de contribuições sociais para a Seguridade
Social prescreve em dez anos. O art. 46 não revogou o art. 174, devendo ser 
entendido somente para as contribuições sociais para a Seguridade Social.
Revogada, a lei tributária não mais voltará a vigorar, ainda que
desapareça a lei que a revogou. Não há efeito repristinatório no Direito
Tributário Brasileiro. Se a lei “A” é revogada pela lei “B”; ainda que a lei “C” 
venha a revogar a lei “B”, a lei “A” não voltará mais a produzir efeitos.
2. INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DAS LEIS TRIBUTÁRIAS
2.1. Interpretação
Interpretação é o procedimento lógico pelo qual se observam o
significado, o conteúdo e o alcance de uma dada norma jurídica. Qualquer
pessoa pode interpretar a lei. A única interpretação vinculada é a feita pelo 
Juiz, que obriga as partes no caso concreto (prerrogativa do Juiz).
Por força do princípio da tipicidade fechada, não se aplica analogia em 
lei tributária se resultar na exigência de tributo não previsto (art. 108, § 1.º, 
CTN).
2.2. Interpretação das Leis Tributárias
2.2.1. Quanto ao sujeito que a realiza
• Autêntica: é feita pelo Poder Legislativo por meio de leis
interpretativas (lei posterior interpretando lei anterior). O art. 106, I, 
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do CTN dispõe que a lei tributária interpretativa retroage à data da 
entrada em vigor da lei tributária interpretada.
• Doutrinária: é feita pelos juristas. Será mais ou menos valiosa de
acordo com a maior ou menor intelectualidade do jurista que fez a
interpretação. Não é fonte de direito, visto que não prescreve nenhum 
comportamento, apenas descrevendo o direito. A linguagem
doutrinária é uma linguagem descritiva e a linguagem do Direito é
uma linguagem prescritiva.
• Judicial: é feita pelo Poder Judiciário por meio de suas sentenças e 
seus acórdãos. A cristalização das decisões judiciais forma a chamada 
jurisprudência. A jurisprudência não é fonte de direito nem vincula o 
Poder Judiciário, ou seja, não se pode exigir que a jurisprudência
prevaleça.
2.2.2. Quanto aos meios de que se vale o intérprete
• Gramatical: é a simples leitura da lei. É um trabalho preliminar. É 
uma interpretação leiga que prepara a interpretação jurídica.
• Lógica: vale-se de elementos sistemáticos e teleológicos. O elemento 
teleológico (mens legis) é a busca da vontade do Estado contida na lei 
(voluntas legis).
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2.2.3. Quanto aos resultados que produz
• Extensiva: vai além da lei. Entende-se que o interesse público, no caso 
de omissão da lei, ou numa situação de dúvida, deve prevalecer (in
dubio pro fisco).
• Restritiva: fica aquém da lei. Na omissão desta, não prevalece a
vontade do fisco (in dubio contra fisco).
• Declaratória: fica nos estritos limites da lei. Utilizada nos dias de 
hoje. No caso de dúvida, devem prevalecer os estritos limites da lei (in
dubio pro lege). Se houver, entretanto, dúvidas insuperáveis, deve-se
utilizar a interpretação restritiva.
2.3. Integração
Integrar é buscar solução para um caso concreto se houver lacuna da lei.
O CTN cuida da integração em seu art. 108, prevendo, inclusive, a ordem de 
utilização das fontes de integração.No campo tributário, a analogia não pode resultar em um novo tributo ou 
aumento deste (art. 108, § 1.º, do CTN). Por outro lado, a eqüidade não pode 
dispensar o sujeito passivo do pagamento de um tributo previsto em lei (§ 2.º 
do art.108, do CTN). 
Obs.: ler arts. 110 a 112 do CTN.
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MÓDULO VIII
DIREITO TRIBUTÁRIO
Competência Tributária
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Competência Tributária
1. CONCEITO
Competência tributária é a aptidão para criar in abstrato tributos,
descrevendo legislativamente sua hipótese de incidência, seus sujeitos ativos, 
seus sujeitos passivos, suas bases de cálculo e suas alíquotas.
A rigor, a competência tributária é a aptidão não só para criar tributos, 
mas também para atingir outros fins, como aumentar, parcelar, diminuir, isentar.
2. CARACTERÍSTICAS DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
A competência tributária possui vários traços característicos:
• é privativa;
• incaducável;
• de exercício facultativo;
• inampliável;
• irrenunciável;
• indelegável.
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2.1. Privativa
A competência tributária é privativa da União, dos Estados-Membros,
dos Municípios e do Distrito Federal. Ao se dizer privativa, entenda-se
exclusiva. Ex.: a competência que a União recebeu para instituir o Imposto de 
Renda exclui os demais órgãos tributantes de instituí-lo (Estado, Município e 
Distrito Federal).
Tanto em relação aos impostos quanto em relação à contribuição de
melhoria, a competência tributária é privativa.
Em relação aos impostos, a CF/88 utilizou dois critérios: critério material
de repartição de competências impositivas; critério territorial de repartição de 
competências impositivas.
2.1.1. Critério material de repartição de competências impositivas
A Constituição Federal descreveu objetivamente fatos que poderão ser 
colocados na hipótese de incidência de vários impostos. Com esse critério, a 
CF/88 evitou conflitos entre a União, os Estados e os Municípios. Não
conseguiu, entretanto, evitar a guerra fiscal entre os Estados, os Municípios e o 
Distrito Federal.
2.1.2. Critério territorial de repartição de competências impositivas
O critério territorial de repartição de competências foi criado para evitar 
conflitos entre Estados, Municípios e Distrito Federal. Por esse critério, cada 
Estado, Município e o Distrito Federal terá competência para tributar nos
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limites de seu território. As leis tributárias só poderão incidir sobre os fatos 
ocorridos no território de cada pessoa política.
Em relação às taxas e contribuições de melhoria, há alguma divergência. 
A doutrina tradicional sustenta que a competência para a criação de taxas e 
contribuições de melhoria é comum. Esse entendimento, entretanto, é
equivocado, visto que todas as pessoas políticas podem criar taxas e
contribuições de melhoria, mas não as mesmas.
Tem competência para exigir a taxa ou a contribuição de melhoria a
pessoa política que:
• Tiver competência administrativa para realizar a atuação estatal:
pessoa política que tem competência para prestar o serviço público, 
praticar ato de polícia ou realizar obra pública.
• Tiver regulada, por meio de lei, essa atuação estatal: o art. 21 da 
CF/88 aponta as competências administrativas da União, o art. 25 da 
CF/88 aponta as competências administrativas dos Estados-Membros,
os arts. 29 e 30 apontam as competências administrativas dos
Municípios e o art. 32 da CF/88 aponta a competência administrativa 
do Distrito Federal. A Administração Pública só pode agir quando
uma lei lhe determina a conduta.
• Tiver efetivamente atuado ou, em relação à taxa, estiver pelo menos 
em condições de atuar assim que recolhido o tributo: a taxa de serviço 
somente poderá ser cobrada depois que o serviço público for prestado. 
A contribuição de melhoria só poderá ser cobrada após serem
realizadas as obras públicas. As taxas de polícia somente podem ser 
cobradas após a prática do ato de polícia.
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A competência administrativa residual foi dada aos Estados pelo art. 25, 
§ 1.º, da CF/88, ou seja, a competência dos Estados é toda aquela que não for 
de competência nem da União nem dos Municípios. O § 1.º do art. 32 estende
ao Distrito Federal as competências estabelecidas para os Estados. Então o 
Distrito Federal também tem competência administrativa residual para criar
taxas e contribuições de melhoria.
O art. 32 da CF/88 apontou as competências administrativas do
Distrito Federal.
2.2. Incaducável
A competência tributária, além de ser privativa, é incaducável, ou seja, 
não há prazo. Ex.: imposto sobre grande fortuna – a União poderá exercer a 
competência a qualquer momento.
O não-exercício da competência tributária, ainda que prolongado no
tempo, não tem a propriedade de impedir que a pessoa política venha ao final 
criar o tributo que lhe foi constitucionalmente deferido.
Competência tributária nada mais é que competência para legislar
sobre tributos. A competência legislativa tributária é competência
legislativa incaducável.
O que caduca é a capacidade tributária ativa, ou seja, o direito de exigir o 
tributo, que prescreve em cinco anos, conforme o disposto no art. 174 do CTN.
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2.3. De Exercício Facultativo
A pessoa política é livre para exercitar sua competência tributária; é livre 
para criar ou não os tributos que a Constituição lhe outorgou. O não-exercício
da competência tributária pela pessoa política não a defere a outra ou outras 
pessoas políticas, ou seja, o fato de a pessoa política não exercer sua
competência tributária não permite que outra pessoa política possa exercê-la. A 
competência tributária não é res nullis, a competência tributária é privativa de 
cada pessoa política (art. 8.º do CTN). Há, entretanto, uma exceção a essa 
regra: a competência para criar o ICMS é obrigatória. 
2.4. Inampliável
A competência tributária é inampliável por decisão unilateral da própria 
entidade tributante, ou seja, a própria entidade tributante não poderá alargar a 
sua competência tributária.
2.5. Irrenunciável
A competência tributária é irrenunciável porque a pessoa política não 
pode abrir mão por definitivo de sua competência tributária.
Uma lei que o fizesse estaria, também, atentando contra o livre exercício 
da função legislativa.
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2.6. Indelegável
A competência tributária é indelegável, pois a pessoa política não pode 
transferi-la a outra, nem mesmo por força de lei.
As pessoas políticas tributam por delegação constitucional, portanto não se 
pode delegar o que se recebeu por delegação (“delegatur, delegare, non protest”).
Delegável é a capacidade tributária ativa, isto é, o direito de arrecadar o 
tributo (art. 7.º do CTN).
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MÓDULO IX
DIREITO TRIBUTÁRIO 
Capacidade Tributária Ativa
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Capacidade Tributária Ativa
1. SUJEITO ATIVO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
Ocorrido o fato gerador em concreto, nasce a obrigação tributária, que, 
como toda e qualquer relação jurídica, tem um sujeito ativo (credor) e um
sujeito passivo (devedor).
Sujeito ativo é a pessoa que tem o direito subjetivo de cobrar o tributo, é a 
pessoa que tem capacidade tributária ativa (credor do tributo). A capacidade 
tributária ativa está situada no plano da atividade tributária em sentido secundário 
(concreto) e é, lógica e cronologicamente, posterior ao nascimento do tributo.
Na maioria das vezes, a pessoa política que cria o tributo o arrecadará. 
Visto, entretanto, que a capacidade tributária é delegável por lei, nada impede 
que a pessoa política, tendo criado um tributo, delegue o direito de arrecadá-lo
para pessoa diversa. Somente pode haver delegação de capacidade tributária
ativa por meio de lei (princípio da legalidade).
A pessoa que não criou o tributo, mas irá arrecadá-lo, poderá:
• arrecadar o tributo em nome e por conta da entidade tributante:
nesse caso, dá-se o fenômeno da sujeição ativa auxiliar;
• arrecadar o tributo para si própria: nesse caso, dá-se o fenômeno da 
parafiscalidade.
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1.1. Sujeição Ativa Auxiliar
O sujeito ativo auxiliar não passa de um substituto ex legis do sujeito 
ativo; é um mero arrecadador do tributo. Pode-se comparar o sujeito ativo 
auxiliar com o cobrador da empresa privada. A mesma lei que delega a
capacidade tributária ao sujeito ativo auxiliar poderá fixar uma porcentagem
sobre o tributo arrecadado que ficará com o mesmo. 
No Brasil, o fenômeno não é comum, havendo dois casos:
• ICMS sobre o consumo de energia elétrica;
• ICMS sobre serviços de telefonia. 
Nesses casos, a companhia, após receber a conta, remete a quantia
referente ao ICMS para os cofres públicos.
O sujeito ativo auxiliar é remanescente da época em que o Estado não 
estava bem estruturado, estando tal figura fadada, por esse motivo, ao
desaparecimento.
1.2. Parafiscalidade
É o fenômeno mais comum. Parafiscalidade é a delegação de capacidade 
tributária ativa que a pessoa política, por meio de lei, faz à terceira pessoa, a 
qual, por vontade dessa mesma lei, passa a dispor do produto arrecadado.
Podem ser beneficiadas com a parafiscalidade:
• pessoas políticas (União, Estados, Municípios e Distrito Federal);
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3/4
• autarquias (pessoas jurídicas de Direito Público de nível
meramente administrativo).
1.2.1. Diferença entre parafiscalidade e extrafiscalidade
A parafiscalidade é a delegação de capacidade tributária ativa que a
pessoa política, por meio de lei, faz à terceira pessoa, a qual, por vontade dessa 
mesma lei, passa a dispor do produto arrecadado.
Extrafiscalidade é o emprego dos meios tributários para fins não fiscais, mas 
ordinatórios, isto é, para disciplinar comportamentos de virtuais contribuintes.
A tributação quase sempre persegue fins fiscais, ou seja, abastecer os 
cofres públicos para atender à finalidade do Estado.
Zona Franca: recebe incentivos fiscais, portanto tem a finalidade de
incentivar os contribuintes a se instalarem em determinadas regiões. Esse é um 
exemplo de extrafiscalidade.
1.2.2. O controle do Tribunal de Contas
As pessoas que arrecadam para si tributos devem ter suas contas
apreciadas pelo Tribunal de Contas (art. 71, inc. II, CF/88):
• pessoa federal: Tribunal de Contas da União;
• pessoa estadual: Tribunal de Contas do Estado respectivo;
• pessoa distrital: Tribunal de Contas do Distrito Federal;
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4/4
• pessoa municipal-paulistana: Tribunal de Contas do Município 
de São Paulo.
Qualquer outro município: Tribunal de Contas do Estado respectivo (ou 
órgão administrativo equivalente).
A CF/88 abre espaço para criação de uma Casa de Contas Municipal, 
que é um órgão administrativo equivalente, que julga as contas do Município 
em que foi criado. Todos os Tribunais de Contas emitem um parecer prévio 
que deve ser aprovado pelo voto de 2/3 dos legisladores da Câmara local. É um 
órgão auxiliar, consultivo.
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MÓDULO X
DIREITO TRIBUTÁRIO
Capacidade Tributária Passiva
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1/5
DIREITO TRIBUTÁRIO
Capacidade Tributária Passiva
1. SUJEITO PASSIVO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
Sujeito passivo da obrigação tributária é o devedor do tributo, é a pessoa 
que tem o dever jurídico de efetuar o pagamento do tributo, ou seja, é a pessoa 
que tem capacidade tributária passiva.
Qualquer pessoa possui capacidade tributária passiva. Até mesmo as
pessoas políticas. Essas são imunes apenas aos impostos, podendo ser
obrigadas a pagar taxas e contribuições de melhoria. O mesmo ocorre com as 
autarquias.
As empresas públicas e as sociedades de economia mista possuem total 
capacidade tributária passiva (capacidade plena). Devem ser submetidas ao 
mesmo tipo de tributação que as pessoas jurídicas privadas (art. 173, §§ 2.º e 
3.º, da CF/88).
As empresas privadas e os particulares por maior razão devem figurar no 
pólo passivo da capacidade tributária.
Por força do princípio da legalidade, o sujeito passivo da obrigação
tributária deve ser apontado na lei. Essa lei não pode individualizar o
contribuinte. A lei deve apenas estabelecer critérios que permitirão a
identificação do contribuinte após a ocorrência do fato gerador in concreto
(fato imponível).
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2/5
O sujeito passivo, na lei, é virtual (potencial); e somente após a
ocorrência do fato gerador é que se torna efetivo (real).
A lei não individualiza o contribuinte para não ofender o princípio da 
igualdade.
A pessoa política, ao editar a lei, deve respeito às normas constitucionais 
(norma padrão de incidência de todas as normas tributárias).
A Constituição Federal de 1988 indica:
• hipótese de incidência possível;
• sujeito ativo possível;
• sujeito passivo possível;
• base de cálculo possível;
• alíquota possível.
O contribuinte tem o direito de pagar o tributo na região onde se
encontra domiciliado ou sediado.
1.1. Diferença entre Contribuinte de Direito e de Fato
O contribuinte de direito é a pessoa que figura no pólo passivo da
obrigação tributária. Já o contribuinte de fato é o destinatário da carga
econômica do tributo, ou seja, quem suporta o ônus financeiro do tributo.
Normalmente, contribuinte de fato e de direito se confundem. Porém,
algumas vezes se distinguem. 
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3/5
ICMS:
• contribuinte de fato: consumidor final;
• contribuinte de direito: comerciante.
IR:
• contribuinte de fato e de direito são o mesmo.
1.2. Sujeito Passivo da Obrigação Tributária 
1.2.1. Direto (contribuinte)
Contribuinte direto é o realizador do fato imponível. Ele paga o tributo à título 
próprio,

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