Buscar

PRÁTICA PENAL EXAME DE ORDEM

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 131 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 131 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 131 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

E
X
A
M
E
 D
E
 O
R
D
E
M
www.iesde.com.br
PRÁTICA EM DIREITO PENAL
P
R
Á
T
IC
A
 E
M
 D
IR
E
IT
O
 P
E
N
A
L
Vilmar Velho Pacheco Filho
PRÁTICA EM DIREITO PENAL
Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 978-85-387-2574-9
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
EXAME DE ORDEM
IESDE Brasil S.A.
Curitiba
2011
PRÁTICA EM 
DIREITO PENAL
Vilmar Velho Pacheco Filho
4.a edição
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
P116 Pacheco Filho, Vilmar Velho. / Prática em Direito Penal. / Vilmar 
 Velho Pacheco Filho. / 4. ed. – Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2011. 
128 p.
ISBN: 978-85-387-2574-9
1. Prática Penal. I. Título. 
CDD 343.2
© 2008-2011 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do 
detentor dos direitos autorais.
Todos os direitos reservados.
IESDE Brasil S.A.
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482
CEP: 80730-200 – Batel – Curitiba – PR
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
10
/1
1
Atualizado até outubro de 2011.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
SUMÁRIO
Peças processuais 
na fase policial I
9 Habeas corpus com pedido liminar
16 Mandado de segurança criminal com pedido 
liminar
Peças processuais 
na fase policial II
23 Pedido de liberdade provisória
25 Pedido de relaxamento de prisão
32 Pedido de revogação da prisão preventiva
Peças processuais 
na fase acusatória
35 Ação penal
Peças processuais 
na fase acusatória e judicial
43 Queixa-crime na ação penal privada 
subsidiária da pública
45 Defesa prévia
46 Exceções processuais
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
SUMÁRIO
Fase recursal
51 Finalidade
51 Fundamento
51 Momento de incidência
52 Classificação
53 Pressupostos recursais
53 Juízo de admissibilidade
53 Extinção anormal
53 Efeitos dos recursos
54 Recurso em sentido estrito
Recurso de apelação
61 Recurso de apelação previsto no Código de 
Processo Penal (CPP)
65 Recurso de apelação previsto na Lei 
9.099/95 – Juizados Especiais Criminais
Embargos de declaração
73 Embargos de declaração no Código de 
Processo Penal (CPP) e nos Juizados 
Especiais Criminais
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
SUMÁRIO
Embargos infringentes 
e de nulidade e ação 
de revisão criminal
79 Embargos infringentes e de nulidade
83 Ação de revisão criminal
Recurso extraordinário 
e recurso especial
91 Recurso extraordinário
97 Recurso especial
99 Recursos extraordinário e especial nos 
Juizados Especiais Criminais
105 Observação
Recurso de agravo em execução
107 Cabimento (LEP – Lei 7.210/84, art. 197) 
107 Prazo de interposição
107 Legitimidade
107 Natureza e processamento 
109 Efeitos
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
SUMÁRIO
Resolução de questões I 115
Resolução de questões II 121
Referências 
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
 Mestre em Ciências Criminais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Professor de cursos pre-
paratórios no Rio Grande do Sul. Advogado.
Peças processuais 
na fase policial I
Vilmar Velho Pacheco Filho*
Habeas corpus com pedido liminar
A ação constitucional de habeas corpus pode ser intentada com uma série de obje-
tivos, sempre em relação direta ou indireta com o direito de liberdade de locomoção do 
cidadão, que foi cerceado ou está na iminência de sê-lo, tudo em conformidade com o 
disposto no artigo 5.º, LXVIII, da Constituição Federal (CF).
Algumas hipóteses de cabimento de habeas corpus:
para buscar o relaxamento da prisão, requerendo-se a expedição de alvará ■
de soltura;
para evitar ser preso, com o pedido da expedição de salvo-conduto; ■
em uma série de casos em que, apenas indiretamente, há prejuízo à liberdade ■
do cidadão, como, por exemplo:
trancar o inquérito policial por falta de justa causa; ■
trancar a ação penal por falta de justa causa; ■
declarar a nulidade de um ato processual; ■
quando há sentença de homologação de transação penal pelo juízo depre- ■
cado;
quando há sentença de mérito que não analisou tese defensiva; ■
quando há sentença que fixou regime de pena mais gravoso que o legal ■
desnecessariamente;
quando há citação; ■
quando há processo; ■
quando há execução provisória da pena etc. ■
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
PRÁTICA EM DIREITO PENAL
Dados importantes do habeas corpus
Endereçamento: sempre ao órgão julgador superior à autoridade coatora. Por ■
exemplo, ao juiz de direito competente para a futura ação penal, se a autori-
dade coatora for o delegado de polícia; ao juiz federal, se o coator for o dele-
gado federal; ao desembargador presidente do Tribunal de Justiça do respec-
tivo estado ou do Distrito Federal, se a autoridade coatora for um juiz de 
direito, o mesmo em relação ao desembargador federal presidente do Tribunal 
Regional Federal da respectiva região, se a autoridade coatora for um juiz fede-
ral; ao ministro presidente do Superior Tribunal de Justiça, se a autoridade 
coatora for um órgão colegiado (câmara ou turma) dos Tribunais de Justiça ou 
Tribunais Regionais Federais; e, por fim, ao ministro presidente do Supremo 
Tribunal Federal se a autoridade coatora for um órgão colegiado de um Tribu-
nal Superior (TSE, STM ou STJ).
Nomenclatura: impetrante (normalmente o advogado, mas nada impede ■
que seja o próprio paciente), paciente (normalmente o cliente) e autoridade 
coatora (quem determinou o ato arbitrário); habeas corpus com pedido liminar, 
em face da urgência da medida.
Introdução fática e narrativa do ato arbitrário. ■
Fundamentação jurídica. ■
Embasamento legal: artigo 5.º, LXVIII, da CF e artigos 647 e 648 do Código ■
de Processo Penal (CPP). O artigo 648 do CPP é taxativo, com isso, não se 
encontrando o inciso expresso para combater o ato abusivo, deve ser citado o 
inciso I (falta de justa causa).
Pedido: concessão ■ in limine e manutenção no mérito. Se for indeferido o pedido 
liminar, que seja deferido na apreciação de mérito. O pedido é que demonstra 
o tipo de habeas corpus que se está impetrando, se preventivo, quando o pedido 
é a expedição de um salvo-conduto; se liberatório, quando o requerimento é de 
expedição de alvará de soltura; se relacionado ao trancamento de inquérito poli-
cial, de ação penal, de declaração de nulidade, desconstituição da sentença etc.
Data. ■
Nome e assinatura do advogado e número da inscrição na Ordem dos Advo- ■
gados do Brasil (OAB).
Modelos de habeas corpus
Habeas corpus para trancamento da ação penal
Será elaborado um habeas corpus para o trancamento da ação penal que servirá de 
base para qualquer outro que tenha a finalidade de trancar o inquérito policial, declarar 
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
11
a nulidade de um ato, da sentença etc. (modelo de habeas corpus abaixo). Depois, um 
modelo de habeas corpus preventivo,visando um salvo-conduto e, por fim, um habeas 
corpus liberatório, para que seja posto em liberdade o paciente.
Modelo de habeas corpus com pedido liminar 
para trancamento da ação penal
Exmo. Sr. Dr. Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Paraná,
V. V. P. Filho, brasileiro, solteiro, advogado, inscrito na Ordem dos Advogados 
do Brasil, na seção do estado do Paraná sob o número 00000, CPF 000 000 000 00, 
com endereço profissional na Av. Getúlio Vargas, n. 000, na cidade de Curitiba, vem, 
respeitosamente, perante Vossa Excelência, com base no artigo 5.º, inciso LXVIII, da 
Constituição Federal e artigo 648, inciso I, do Código de Processo Penal, impetrar HA-
BEAS CORPUS COM PEDIDO LIMINAR em favor de João Zé Zé, brasileiro, casado, 
policial civil, inscrito no CPF 000 000 000-01, RG 000000000-0, residente e domici-
liado na Av. Cristóvão Colombo, n. 001, em Curitiba, ora paciente, contra ato do Ex-
celentíssimo Dr. Juiz de Direito da 1.ª Vara Criminal do Foro Central de Curitiba, Sr. 
Manoel Xis Xis, ora autoridade coatora, em face das seguintes circunstâncias fáticas e 
jurídicas que, fatalmente, vão de encontro ao direito de locomoção do paciente.
I – DA EXPOSIÇÃO DO ATO ARBITRÁRIO
João Zé Zé foi denunciado pelo Ministério Público pela prática do crime de pre-
varicação descrito no artigo 319 do Código Penal, uma vez que, como narra a peça acu-
satória, teria deixado de lavrar auto de prisão em flagrante para simplesmente registrar 
a ocorrência do delito, a partir da qual devendo ser instaurado o procedimento investi-
gativo com o indiciado em liberdade.
O Meritíssimo Juízo recebeu a denúncia, dando início ao processo-crime 
0000000011 contra o paciente, para apurar a ocorrência do crime de prevaricação, 
sem que os autos da investigação policial e o Ministério Público tenham demonstrado 
o elemento subjetivo do tipo penal, ou seja, sem qualquer indício de que o réu, ora 
paciente, agiu “para satisfazer interesse ou sentimento pessoal”, conforme exige o 
artigo 319 do Código Penal.
Juntamos ao habeas corpus tanto cópia da investigação policial, quanto da denún-
cia e do despacho judicial de seu recebimento.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
PRÁTICA EM DIREITO PENAL
II – DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
Não há necessidade de um aprofundamento doutrinário para se ter conheci-
mento de que o tipo penal somente se perfectibiliza com a incidência dos seus ele-
mentos constitutivos, aliás, até mesmo porque, está expresso no artigo 14, inciso I, do 
Código Penal. O crime de prevaricação, imputado ao paciente, está disposto no artigo 
319 do Código Penal, que ensina:
Art. 319. Retardar ou deixar de praticar indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo con-
tra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
Com isso, pode-se claramente perceber que, sem o elemento subjetivo, a inten-
ção de ‘“satisfazer interesse ou sentimento pessoal”, não há o crime de prevaricação.
A investigação policial não demonstrou nenhum indício de que o indiciado, ora 
paciente, tenha deixado de lavrar o auto de prisão em flagrante para apenas registrar a 
ocorrência do delito por exemplo, por amizade, carinho, afeto, amor etc. – em relação 
ao autor daquela infração penal.
Como a denúncia se embasou exclusivamente na investigação policial que foi 
anexada ao presente remédio constitucional na íntegra, não tinha como o represen-
tante do Ministério Público demonstrar ou sequer citar na peça acusatória tal intenção 
por parte do denunciado, ora paciente, por isso, não o fez.
A partir do momento em que o Ministério Público não narra esse fato na peça 
inaugural acusatória, não está narrando o delito de prevaricação e nenhum outro, mas 
apenas uma conduta atípica, não criminosa. O Meritíssimo Juízo deveria, então, rejei-
tar a denúncia com base no artigo 395, inciso III, do Código de Processo Penal. Porém, 
não foi essa a decisão da autoridade judiciária, ora coatora, que recebeu a denúncia, 
dando início a um processo criminal sem fundamentação, sem embasamento, sem 
qualquer razão ou justa causa para tanto, uma vez que o Estado não tem interesse de 
agir para buscar a aplicação de uma sanção penal a alguém que não praticou, de forma 
indiciária ou em tese, uma conduta criminosa.
O habeas corpus é o remédio constitucionalmente previsto para coibir qualquer 
abuso ao direito de locomoção do cidadão, ainda que de forma indireta, conforme se 
depreende do artigo 5.º, LXVIII, da Carta Maior. Esse é o caso do processo-crime em 
andamento sem justa causa, o que, além de obrigar o cidadão a acompanhar interro-
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
13
gatórios e audiências, compele-o a providenciar a sua defesa, podendo, ao final, causar 
um juízo condenatório que cerceará ainda mais a sua liberdade. 
O citado dispositivo constitucional vem a corroborar os artigos 647 e seguintes 
do Código Instrumental Penal.
O writ tem ainda a necessidade da concessão da medida liminar em face da situ-
ação emergencial em que se encontra o réu, ora paciente, que embora se encontre em li-
berdade – não no cárcere – passa a ser constrangido ao processo de forma ilegal, sem justa 
causa, com o que, obviamente, um Estado Democrático de Direito não pode consentir.
III – DO EMBASAMENTO LEGAL
A presente ordem de habeas corpus tem amparo legal no artigo 5.º, inciso LXVIII, 
da Constituição Federal, que ensina que: “conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém 
sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, 
por ilegalidade ou abuso de poder” e no artigo 648, inciso I, do Código de Processo Penal, 
que expressa que “a coação considerar-se-á ilegal quando não houver justa causa”.
IV – DO PEDIDO
Ante o exposto, desde já se requer seja deferida a Ordem Constitucional de 
habeas corpus, para que, liminarmente, antes mesmo de pedir informações, seja deter-
minado o trancamento da ação penal, cessando o perigo de o paciente ter a liberdade de 
ir, vir e ficar ilegal e indiretamente cerceada, devendo, ao final, ser mantida, em mérito, 
a decisão que concedeu o pleito in limine. Porém, caso Vossa Excelência não entenda 
por deferir o pedido liminar, desde já se requer que, no mérito, seja concedida a Ordem 
para determinar o trancamento do processo 000000011 que tramita perante a 1.ª Vara 
Criminal do Foro Central da Comarca de Curitiba, comunicando-se o juízo processante 
da necessidade de arquivamento dos respectivos autos.
Curitiba, ____ de maio de 20___.
V. V. P. F.
OAB PR 00000
Habeas corpus preventivo com pedido liminar de salvo-conduto
O remédio constitucional é feito nos mesmos moldes do anterior, em relação ao 
endereçamento, qualificação e nomenclatura. Quanto à introdução fática, obviamente, 
o ato arbitrário é outro e, como consequência, a fundamentação jurídica também. Após 
vem o pedido, tudo em conformidade com o modelo abaixo.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
PRÁTICA EM DIREITO PENAL
Modelo de habeas corpus preventivo com 
pedido liminar de salvo-conduto
Exmo. Sr. Dr. Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo,
V. V. P. Filho, brasileiro, solteiro, advogado, inscrito na Ordem dos Advogados 
do Brasil, na seção do Estado de São Paulo sob o n. 00000, CPF 000 000 000 00, 
com endereço profissional na Av. Consolação, n. 000, na cidade de São Paulo, vem, 
respeitosamente, perante Vossa Excelência, com base no artigo 5.º, inciso LXVIII, da 
Constituição Federal e artigo 648, inciso I, do Código de Processo Penal, impetrar 
HABEAS CORPUS PREVENTIVO COM PEDIDO LIMINAR em favor de José Zé 
Zé, brasileiro, casado,policial civil, CPF 000 000 000 01, RG 000000000-0, residente 
e domiciliado na Av. Cristóvão Colombo, n. 001, na cidade de São Paulo, ora paciente, 
contra ato do Excelentíssimo Dr. Juiz de Direito da 1.ª Vara Criminal do Foro Central 
da cidade de São Paulo, Sr. Manolo Xis Xis, ora autoridade coatora, em face das se-
guintes circunstâncias fáticas e jurídicas que, fatalmente, vão de encontro ao direito 
de locomoção do paciente.
I – DA EXPOSIÇÃO DO ATO ARBITRÁRIO
O juízo da 1.ª Vara Criminal do Foro Central da cidade de São Paulo, Sr. Manolo 
Xis Xis, ora autoridade coatora, decretou a prisão preventiva do paciente pela prática 
de crime de homicídio culposo na direção de veículo automotor descrito no artigo 
302 do Código de Trânsito Brasileiro, fundamentando nos seguintes termos a prisão 
cautelar, cuja cópia juntamos ao presente remédio constitucional:
José Zé Zé dirigia seu carro a 80 km/h em local cuja velocidade máxima permitida é de 
60 km/h. Ao derrapar em um monte de areia, perdeu o controle do veículo e atropelou 
e matou Arquimedes Tic Tac, de oito anos de idade, que andava de bicicleta no local, 
levando-o à morte por traumatismo craniano e hemorragia interna.
Trata-se de delito grave, houve comoção social e, mediante o clamor público, o Estado 
precisa tomar uma atitude mais drástica para mostrar sua força de império à sociedade, 
buscando sempre a garantia da ordem pública. Sob esse fundamento, decreto a prisão 
preventiva de José Zé Zé, uma vez que há indícios de ser ele o autor, bem como a mate-
rialidade do delito, conforme auto de necropsia anexo.
II – DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
Conforme a Constituição Federal, em uma série de incisos do artigo 5.º – como, 
por exemplo, LIV, LV, LVII, LXI,LXII, LXIII, LXIV, LXV, LXVI e LXVII – é patente que 
depois do direito à vida, o maior bem do cidadão é a liberdade, que abrange a liberdade 
de locomoção, o direito de ir, vir e ficar.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
15
Como consequência, somente poderá haver a segregação de alguém quando for 
realmente necessária, pois trata-se de prisão cautelar, que visa a proteção de algum bem 
previsto na lei, e não uma vingança por parte do Estado ou de uma antecipação da pena 
que se origina com o trânsito em julgado da sentença condenatória, que logicamente se 
trata de privação abusiva, arbitrária, ilegal que, conforme ensina o artigo 5.º, no inciso 
LXV, da Constituição Federal, “deverá ser relaxada pela autoridade judiciária”.
Uma das formas de cabimento desse pedido de relaxamento se dá através da Ação 
Constitucional de habeas corpus, prevista no artigo 5.º, inciso LXVIII, da Carta Magna.
A prisão preventiva está prevista no Código de Processo Penal entre os artigos 
311 e 316. O artigo 313, nos seus incisos, prevê que é possível essa modalidade de pri-
são provisória em CRIMES DOLOSOS e além disso, como regra, PUNIDOS COM 
RECLUSÃO.
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão 
preventiva:
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 
(quatro) anos;
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, 
ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de 
setembro de 1940 - Código Penal;
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adoles-
cente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas 
protetivas de urgência;
Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida 
sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes 
para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a 
identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida.
O juiz de primeira instância decretou a prisão preventiva por um CRIME 
CULPOSO E PUNIDO COM DETENÇÃO de dois a quatro anos, conforme pres-
creve o preceito secundário do artigo 302 da Lei 9.503/97 (Código de Trânsito Bra-
sileiro). Por esses motivos legais de impedimento do decreto preventivo que não 
foram obedecidos pela autoridade coatora, já se percebe claramente a arbitrariedade 
da prisão decretada.
Com isto, Excelência, pode-se denotar que o paciente está na iminência de ver 
cumprido o mandado de uma prisão arbitrária, contrária não só aos ditames legais 
do expresso no Código de Processo Penal, mas especialmente colidente às garantias 
previstas como fundamentais da Constituição Federal.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
PRÁTICA EM DIREITO PENAL
Assim, percebe-se a urgência e a necessidade do acatamento do pedido liminar 
para que, na prática, seja realmente coibida tamanha arbitrariedade por parte do Esta-
do, conforme determinado pelo poder da autoridade coatora.
III – DO EMBASAMENTO LEGAL
A presente ordem de habeas corpus tem amparo legal no artigo 5.º, inciso LXVIII, 
da Constituição Federal, que ensina que “conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém 
sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, 
por ilegalidade ou abuso de poder” e no artigo 648, inciso I, do Código de Processo Penal, 
que expressa que “a coação considerar-se-á ilegal quando não houver justa causa”.
IV – DO PEDIDO
Ante o exposto, desde já se requer seja deferida a Ordem Constitucional de ha-
beas corpus, para que, liminarmente, antes mesmo de pedir informações, seja concedido 
salvo-conduto, cessando o perigo de o paciente ter a liberdade de ir, vir e ficar ilegal-
mente cerceada e, ao final, seja mantida, no mérito, a decisão que deferiu o pleito in 
limine. Caso Vossa Excelência não acolha o pedido liminar, que no mérito, seja deferido 
o pedido de expedição de salvo-conduto, para prevenir e livrar o corpo do paciente de 
um constrangimento arbitrário por parte do Estado.
São Paulo, ____ maio de 20___.
V. V. P. F.
OAB SP 0000
Mandado de segurança criminal com pedido liminar
A ação mandamental constitucional de mandado de segurança se dá mutatis 
mutantis, em relação à forma e elaboração, nos mesmos moldes do habeas corpus, uma 
vez que também tem como finalidade coibir ato arbitrário por parte de autoridade, que 
não seja relacionado à privação de liberdade, tudo dentro dos requisitos do artigo 5.º, 
LXIX, da CF e da Lei do Mandado de Segurança, Lei 12.016/2009. Há necessidade de 
prova pré-constituída.
Algumas hipóteses de cabimento 
de mandado de segurança criminal
Para que o cidadão não seja submetido à identificação criminal. ■
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
17
Para que ele não seja constrangido a produzir prova contra si (por exemplo, ■
exame grafotécnico, para análise sanguínea, de teor alcoólico, de DNA, falar 
em juízo etc.).
Para a busca de efeito suspensivo em recurso que não o prevê. ■
Para assegurar o direito de sufrágio ao preso provisório. ■
Da decisão que indefere o pedido de habilitação de assistente da acusação. ■
Da decisão de negativa de acesso aos autos do inquérito policial ao advogado. ■
Da intimação da defesa da produção de que viole o direito à intimidade do ■
cidadão (exemplo: interceptação telefônica) etc.
Para buscar a restituição de coisas apreendidas. ■
Contra a apreensão de coisas em excesso para instruir ação penal por crimes ■
contra a propriedade imaterial.
Da decisão que determina alguma medida assecuratória sem a presença dos ■
requisitos legais.
Dados importantes do mandado de segurança
Endereçamento: sempre ao órgão julgador superior à autoridade coatora. Por ■
exemplo, ao juiz de direito competente para a futura ação penal, se a autori-
dade coatora for o delegado de polícia;ao juiz federal, se o coator for o dele-
gado federal; ao desembargador presidente do Tribunal de Justiça do respec-
tivo Estado ou do Distrito Federal, se a autoridade coatora for um juiz de 
direito, o mesmo em relação ao desembargador federal presidente do Tribunal 
Regional Federal da respectiva região, se a autoridade coatora for um juiz fede-
ral; ao ministro presidente do Superior Tribunal de Justiça, se a autoridade 
coatora for um órgão colegiado (câmara ou turma) dos Tribunais de Justiça ou 
Tribunais Regionais Federais; e, por fim, ao ministro presidente do Supremo 
Tribunal Federal se a autoridade coatora for um órgão colegiado de um tribu-
nal superior (TSE, STM ou STJ).
Nomenclatura: impetrante (normalmente o advogado), paciente (cliente ou ■
ele mesmo em causa própria) e autoridade coatora (quem determinou o ato 
arbitrário).
Mandado de segurança criminal com pedido liminar, em face da urgência ■
da medida.
Introdução fática e narrativa do ato arbitrário. ■
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
Prova pré-constituída (no exemplo do mandado de segurança contra ato da ■
autoridade policial que nega acesso aos autos do inquérito policial ao advogado 
do investigado, a prova pré-constituída é o pedido de vista dos autos e a decisão 
denegatória).
Fundamentação jurídica. ■
Embasamento legal: artigo 5.º, LXIX, da CF e artigo 1.º e seguintes da Lei do ■
Mandado de Segurança, Lei 12.016/2009.
Pedido: concessão ■ in limine e manutenção no mérito. Se for indeferido o pedido 
liminar, que seja deferido na apreciação de mérito.
Valor da causa: o valor da causa deve ser sempre determinado, e nunca “valor ■
de alçada”, uma vez que o mandado de segurança pode ser impetrado na esfera 
criminal, trabalhista, cível etc. É uma ação mandamental e, por se tratar de 
ação, deve ser proposta nos moldes do artigo 282 do Código de Processo Civil, 
que deixa clara a obrigatoriedade deste valor e não menciona que seja desne-
cessário em ações com conteúdo penal ou trabalhista, e tampouco o faz a Lei 
12.016/2009 – Lei do Mandado de Segurança.
Data. ■
Nome e assinatura do advogado e número da OAB. ■
PRÁTICA EM DIREITO PENAL
Modelo de mandado de segurança 
criminal com pedido liminar
Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Criminal do Foro Central da Comarca do 
Rio de Janeiro,
V. V. P. Filho, brasileiro, solteiro, advogado, inscrito na Ordem dos Advogados 
do Brasil, na seção do Estado do Rio de Janeiro sob o n. 00000, CPF 000.000.000/00, 
com endereço profissional na Av. Rebouças, n. 000, na cidade do Rio de Janeiro, vem, 
respeitosamente, perante Vossa Excelência, com base no artigo 5.º, inciso LXIX, da 
Constituição Federal e artigo 1.º e seguintes da Lei 12.016/2009, em causa própria, im-
petrar MANDADO DE SEGURANÇA CRIMINAL COM PEDIDO LIMINAR, con-
tra ato do Ilustríssimo delegado de polícia da Delegacia de Furtos e Roubos desta cida-
de, Sr. Manoelito Xis Xis, ora autoridade coatora, em face das seguintes circunstâncias 
fáticas e jurídicas que, fatalmente, vão de encontro ao direito de locomoção do paciente.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
19
I – DA EXPOSIÇÃO DO ATO ARBITRÁRIO
O delegado de polícia da Delegacia de Furtos e Roubos desta cidade, Sr. Ma-
noelito Xis Xis, ora autoridade coatora, determinou a instauração do inquérito po-
licial 00001 para apurar a ocorrência de um crime de furto de veículo por parte do 
indiciado Antonione Kasparovis.
O impetrante, munido de procuração, requereu ao delegado de polícia acesso 
aos autos da investigação policial conforme faculta o artigo 7.º, inciso XIV, da Lei 
8.906/94 – Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil. O pedido foi indeferido pela 
autoridade policial, que despachou nos seguintes termos: “indefiro porque o inquéri-
to é sigiloso, conforme artigo 20 do Código de Processo Penal”.
II – DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
O Estatuto da Advocacia – Lei 8.906, de 04/07/94 – é expresso, quando, no 
artigo 7.º, inciso XIV, ensina:
Art. 7.º São direitos do advogado:
[...]
XIV - examinar em qualquer repartição policial, mesmo sem procuração, autos de 
flagrante e de inquérito, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, 
podendo copiar peças e tomar apontamentos.
Ao assegurar, como direito líquido e certo, o exame de autos de inquérito 
policial, findos ou em andamento, em qualquer repartição policial, mesmo sem pro-
curação o Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil, que é lei especial e posterior, 
demonstra ser inteiramente descabida a alegação da autoridade policial de que o in-
quérito policial está sob sigilo, consoante o artigo 20 do Código de Processo Penal.
Assim, pode-se denotar que não pode ser vedado o acesso dos autos do inqué-
rito policial ao advogado do indiciado, ainda mais se estiver com poderes outorgados 
em procuração a eles juntados.
II.a. – LIMINAR
O pedido liminar, mais do que fundamentado na necessidade de ser dado ao 
impetrante o seu direito líquido e certo do exercício profissional e, especialmente, 
porque pode ainda, em razão da investigação policial continuar em andamento, pre-
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
PRÁTICA EM DIREITO PENAL
judicar o direito de defesa do seu cliente, o que demonstra, ainda mais, a medida 
emergencial a ser deferida.
III – DO EMBASAMENTO LEGAL
A ação de mandado de segurança está embasada não só no artigo 1.º e se-
guintes da Lei 12.016/2009 – Lei do Mandado de Segurança, mas, especialmente, no 
artigo 5.º, inciso LXIX, da Constituição Federal que a recepcionou e preceitua: 
Art. 5.º [...]
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não 
amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou 
abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de 
atribuições do Poder Público.
IV – DO PEDIDO
Ante o exposto, em face da urgência demonstrada, desde já requer seja deferi-
da a ação mandamental, para que, liminarmente, antes mesmo de pedir informações, 
seja possibilitado ao impetrante o acesso aos autos do inquérito policial 00001 em 
curso perante a Delegacia de Furtos e Roubos da cidade do Rio de Janeiro, conceden-
do-se, na prática o seu direito líquido e certo ao exercício da advocacia, devendo, ao 
final, ser mantida, no mérito, a decisão que concedeu o pleito in limine. Porém, caso 
Vossa Excelência não entenda por deferir o pedido liminar, desde já se requer que, 
no mérito, seja concedida a ordem para determinar à autoridade coatora o acesso dos 
autos do inquérito policial nominado anteriormente ao impetrante.
Valor da causa – R$1.000,00.
Rio de Janeiro, ____ maio de 20___.
V. V. P. F.
OAB RJ 00000
Boletins do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais – que são mensais e tra-
zem, além de pequenos artigos de autores nacionais com enfoque garantista (favorá-
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
21
vel ao réu), também colacionam julgados do mês anterior dos tribunais superiores – 
Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justiça –, dos Tribunais Regionais 
Federais e principais Tribunais de Justiça dos Estados.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
Peças processuais 
na fase policial II
Pedido de liberdade provisória
A liberdade provisória é exclusivamente ligada à prisão em flagrante delito que 
tenha sido efetuada, e cujo auto de prisão tenha sido lavrado corretamente pela autoridade 
policial e homologado pelo juiz competente.Portanto, trata-se de pedido a ser feito em 
caso de prisão em flagrante legal, pois, se fosse caso de prisão ilegal, o pedido seria de 
relaxamento de prisão.
Fundamentação
O importante, então, é demonstrar que, embora lícita a prisão em flagrante, não 
há necessidade da manutenção do agente no cárcere. O requerente precisará emba- 
sar a desnecessidade da manutenção da prisão nas hipóteses do artigo 310 do CPP, isso 
corroborado pelo artigo 5.º, LXVI, da Constituição Federal (CF) e pelo artigo 321 do 
CPP.
Consequências
Se for concedida a liberdade provisória, a autoridade judiciária vai determinar a 
expedição de alvará de soltura e o comparecimento do preso para a assinatura do termo 
de compromisso de comparecer a todos os atos a que for chamado sob pena de revoga-
ção da liberdade provisória e de retorno ao cárcere.
Se não for concedida, mantendo-se o cidadão preso sem necessidade, passará 
a ser uma prisão ilegal, devendo ser relaxada pela autoridade judiciária superior, via 
habeas corpus com pedido liminar.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
PRÁTICA EM DIREITO PENAL
Veja modelo de pedido de liberdade provisória a seguir.
Modelo de pedido de liberdade provisória
Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da 1.ª Vara Criminal da Comarca de Torres,
Rosa Branca, brasileira, casada, comerciante, filha de Lírio Branca e Maria 
Branca, CPF 000 000 000/00, RG 000.000.000-0, residente e domiciliada na Rua M. 
L. Porto, no Bairro CR, nesta cidade, vem por seu advogado constituído (procuração 
inclusa), nos autos do processo 000, em face da homologação de prisão em flagrante, 
respeitosamente, perante Vossa Excelência, com base no artigo 5.º, inciso LXVI, da 
Constituição Federal e artigos 310, III e 321 do Código de Processo Penal, REQUE-
RER A CONCESSÃO DE LIBERDADE PROVISÓRIA, com as seguintes razões de 
fato e de direito que passa a expor:
I – DA INTRODUÇÃO E SITUAÇÃO DA PRISÃO
A requerente foi presa em flagrante como incursa no artigo 33, caput, da Lei 
11.343/2006 por trazer consigo, em uma mochila, dez tubos de lança-perfume, na es-
tação rodoviária local, quando se dirigia, de ônibus, para a cidade de Salvador, na Bahia, 
para passar as festividades de carnaval. A prisão em flagrante foi convertida em preven-
tiva e o auto concluído, encaminhado a juízo e homologado por Vossa Excelência, que 
não se manifestou sobre a liberdade provisória.
II – FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
O auto de prisão em flagrante seguiu as determinações legais, com o auto de 
constatação demonstrando que a substância faz parte do rol das substâncias entorpe-
centes ou capazes de causar dependência física ou psíquica, tanto que Vossa Excelência 
homologou a prisão, ratificando-a, legitimando-a. Porém, não houve qualquer despa-
cho acerca da possibilidade da concessão da liberdade provisória.
A doutrina e a jurisprudência, seguindo os ditames legais e constitucionais, en-
sinam que o cidadão só deve permanecer preso quando houver extrema necessidade, 
do contrário deve ser imediatamente posto em liberdade. Aliás, a própria Constituição 
Federal, no artigo 5.º, inciso LXVI, ensina: “ninguém será levado à prisão ou nela man-
tido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança”.
De outro lado, o artigo 310 do Código de Processo Penal prescreve que:
Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente:
I - relaxar e prisão ilegal; ou
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos 
constantes do artigo 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as 
medidas cautelares diversas da prisão; ou
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
25
III - conceder a liberdade provisória, com ou sem fiança.
O artigo 321 do CPP aduz que:
Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o 
juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautela-
res previstas no art. 319 deste Código e observados os critérios constantes do art. 282 
deste Código.
Com isso, pode-se concluir que, não havendo necessidade fundamentada nas 
hipóteses da prisão preventiva, não há razão legítima para a manutenção da presa no 
estabelecimento prisional.
III – DO EMBASAMENTO LEGAL
O pedido de liberdade provisória está embasado no artigo 5.º, incisos LIV, LVII 
e LXVI, da Constituição Federal, bem como nos artigos 310, III e 321, do Código de 
Processo Penal.
IV – DO PEDIDO
Tendo em vista o anteriormente exposto é que, respeitosamente, requer que Vos-
sa Excelência defira o pedido para fins de ser concedida a liberdade provisória, determi-
nando a expedição de alvará de soltura e a imediata comunicação ao administrador do 
estabelecimento prisional da Comarca de Torres, onde se encontra a requerente, para sua 
emergencial colocação em liberdade, ainda que o parecer do Ministério Público seja no 
sentido do indeferimento. Para tanto, a requerente se dispõe a assinar termo de compro-
misso de comparecer a todos os atos do processo, sob pena de revogação do benefício.
Torres, ____ maio de 20__.
V. V. P. F.
OAB RS 0000
Pedido de relaxamento de prisão
O pedido de relaxamento de prisão poderá ser feito sempre que for caso de prisão 
ilegal, ilegítima, abusiva, arbitrária. Poderá ser requerido o relaxamento da prisão, tanto 
em se tratando de prisão provisória – aquela que se dá entre a data do fato delituoso e o 
trânsito em julgado da sentença condenatória, como a prisão em flagrante, temporária e 
preventiva; quanto na denominada prisão definitiva – aquela que vem depois do trânsito 
em julgado da sentença condenatória, na fase da execução penal (excesso de tempo, por 
exemplo). Sendo prisão ilegal, deverá ser relaxada pela autoridade judiciária, conforme 
determina o artigo 5.º, LXV, da CF.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
PRÁTICA EM DIREITO PENAL
Relaxamento e prisão em flagrante
Alguns casos de cabimento do pedido de relaxamento de prisão em flagrante:
não ter sido imediatamente encaminhado o preso à autoridade policial para a ■
lavratura do auto de prisão em flagrante;
não ter sido imediatamente comunicada a autoridade judiciária da realização ■
da prisão (CF, art. 5.º, LXII);
não ter sido oportunizado ao preso imediato contato com a família ou advo- ■
gado (CF, art. 5.º, LXII);
não ter sido oportunizado ao preso contato em separado com o advogado ■
antes do momento de suas declarações no auto de prisão em flagrante (CF, 
art. 5.º, LV);
não ter sido obedecida a ordem de oitiva no auto de prisão em flagrante – ■
primeiro o condutor, depois testemunha(s) (somente mais uma conforme a 
jurisprudência) e, por último, o conduzido (CPP, art. 304);
não constar escrita no auto de prisão em flagrante a possibilidade de permane- ■
cer em silêncio, conforme prevê o artigo 5.º, LXIII, da CF;
o advogado não estando presente durante o auto de prisão em flagrante (CF, ■
art. 5.º, LV);
o delegado ter classificado o comportamento do preso em outro crime, espe- ■
cialmente se for mais gravoso (exemplo: o delegado qualifica como tráfico de 
entorpecentes – artigo 33 da Lei 11.343/2006 – e é caso do crime de uso do 
artigo 28 da mesma lei);
não havendo a entrega da nota de culpa ao preso, no prazo máximo de 24 ■
horas (CPP, art. 306);
havendo a entrega no prazo de 24 horas, porém bem depois do tempo neces- ■
sário para tanto, no caso de auto de prisão em flagrante de simples e rápida 
elaboração;
não ter o delegado encaminhado os autos do auto de prisão em flagrante à ■
autoridade judiciária dentro deste prazo de 24 horas;
não ter o delegado libertado o preso imediatamente, em caso de infração ■
penal de menor potencialofensivo e que se comprometeu de comparecer tanto 
na autoridade policial quanto em juízo quando for chamado (Lei 9.099/95, art. 
69, parágrafo único), ou quando for caso de “livrar-se solto” (CPP, art. 309);
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
27
quando o auto de prisão em flagrante for lavrado por autoridade sem competên- ■
cia para tanto (exemplo: policial militar que efetuou a prisão em flagrante);
Nos casos diversos aos das hipóteses de flagrância do artigo 302 do CPP. ■
Nessas e em outras situações, quaisquer que tenham sido, desde que ilegais e 
relacionadas à prisão em flagrante, como os casos de flagrante forjado e flagrante pre-
parado, poderá e deverá ser feito, diretamente ao juízo competente à futura ação penal, 
um pedido de relaxamento de prisão e não um habeas corpus.
Relaxamento e prisão temporária 
Alguns casos de cabimento do pedido de relaxamento de prisão temporária:
prisão efetuada sem decreto judicial fundamentado (CF, art. 5.º, LXI, e Lei ■
7.960/89, art. 2.º);
prisão decretada pelo juiz fora das hipóteses legais do artigo 1.º da Lei ■
7.960/89;
prisão mantida além do prazo previsto no artigo 2.º da Lei da Prisão Tempo- ■
rária (cinco dias, prorrogáveis por mais cinco, se demonstrada a necessidade) 
e se for crime hediondo ou equiparado, acima do tempo previsto no artigo 2.º, 
parágrafo 4.º, da Lei 8.072/90 (30 dias, prorrogáveis por mais 30, se demons-
trada a necessidade);
a prisão temporária não seguir qualquer das exigências previstas no artigo 2.º, ■
parágrafos 1.º a 7.º, da Lei 7.960/89.
Observe que, se o abuso foi cometido pela autoridade policial, deve ser feito um 
pedido de relaxamento da prisão diretamente à autoridade judicial competente para a 
futura ação penal, se a arbitrariedade for praticada por parte do juiz, o pedido de rela-
xamento da prisão deverá ser feito dentro da ação constitucional de habeas corpus com 
pedido liminar para o presidente do tribunal competente para a apreciação e possível 
revisão das suas decisões (TJ, TRF etc.).
Relaxamento e prisão preventiva
Se a prisão preventiva for decretada pela autoridade judiciária competente, na 
presença dos pressupostos (indícios de autoria e materialidade) e de uma das condi-
ções exigidas pelo artigo 312 do CPP (garantia da ordem pública, garantia da ordem 
econômica, instrução criminal, boa aplicação da lei penal e em caso de descumpri-
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
PRÁTICA EM DIREITO PENAL
mento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares 
– art. 282, §4.º), fundamentando-se minuciosamente na análise do caso concreto, e 
demonstrando a necessidade da segregação do indiciado ou do preso, será uma pri-
são preventiva legal. Nesse caso, não subsistindo mais o motivo do decreto, deverá 
ser feito um pedido de revogação da prisão preventiva diretamente à autoridade que a 
decretou. De outra sorte, essa prisão será ilegal e deverá ser relaxada pela autoridade 
judiciária superior à que decretou via habeas corpus. Algumas hipóteses:
o juiz decreta a prisão preventiva de ofício, conforme prevê o artigo 311 do ■
CPP, o que fere o sistema processual acusatório, pois veste-se de juiz-acusador 
ou de juiz-inquisidor;
não é demonstrada a necessidade da prisão no caso concreto; ■
não havendo fundamentação judicial, conforme exige o artigo 93, IX, da CF; ■
quando decretada por autoridade incompetente; ■
quando decretada para a garantia da ordem pública em face da gravidade do ■
crime ou do clamor social, comoção pública, para prevenir que o agente con-
tinue praticando crimes (presunção contra o réu), para protegê-lo de lincha-
mento por parte da comunidade local;
quando decretada para a garantia da instrução criminal por presunção de que ■
o agente irá prejudicar a coleta da prova, sem haver a citação de uma situação 
fática concreta (presunção contra o réu);
quando decretada para a garantia da instrução criminal e o réu estiver preso ■
por mais tempo do que o previsto na legislação como o necessário para termi-
nar a coleta da prova, ou seja, há excesso no prazo da instrução;
quando decretada para a garantia da aplicação da lei penal por presunção de ■
que o agente irá fugir, sem haver a citação de uma situação fática concreta 
(presunção contra o réu).
Relaxamento e prisão decorrente 
de sentença condenatória recorrível 
Em relação à hipótese de cabimento da prisão decorrente de sentença conde-
natória recorrível, conforme art. 387 do CPP, precisa ser demonstrada a necessidade 
da segregação, ou seja, há a obrigatoriedade da fundamentação nos casos da prisão 
preventiva, não bastando apenas o réu não ser primário ou não ter bons antecedentes, 
conforme prevê o artigo 387, parágrafo único do CPP.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
29
Assim, não havendo essa demonstração, a prisão será ilegal e deverá ser relaxada 
pelo tribunal na análise do habeas corpus que demonstra a arbitrariedade da decisão do 
juízo de primeira instância.
Endereçamento, fundamentação e pedido
O pedido é feito pelo preso, representado por advogado, demonstrando-se a ile-
galidade da prisão e requerendo, com base no artigo 5.º, LXV, da Constituição Federal, 
o relaxamento da prisão. 
Se for caso de prisão em flagrante ilegal por parte do delegado de polícia, o 
pedido de relaxamento de prisão será feito por uma petição diretamente ao juízo com-
petente para a futura ação penal. 
Se a ilegalidade foi do juízo singular, o pedido de relaxamento de prisão deverá 
ser feito dentro de uma ação constitucional de habeas corpus para o tribunal competente 
para apreciar os recursos das decisões daquele juízo (TJ ou TRF). 
Se a ilegalidade for de um dos tribunais (TJ ou TRF) o pedido também será feito 
dentro de um habeas corpus, agora a ser impetrado junto ao STJ. 
Por fim, se a ilegalidade foi de parte de um tribunal superior (TSE, STM ou STJ) 
o pedido de relaxamento será feito em um habeas corpus perante o STF.
Consequências
Deferido o pedido, o juiz determinará a expedição de alvará de soltura e a ime-
diata libertação do preso. Se, por acaso, além da ilegalidade da prisão houver a possibi-
lidade de ocorrência de crime de abuso de autoridade (Lei 4.898/65, arts. 3.º e 4.º) ou 
prevaricação (CP, art. 319) a autoridade judiciária ou o Ministério Público requisitará a 
instauração de investigação policial para apurar o delito funcional.
Indeferido o pedido, a autoridade judiciária estará mantendo uma prisão que, ao 
ver do preso, é ilegal. Assim, não resta outra medida além de ser impetrado um habeas 
corpus, com pedido liminar, perante o presidente do Tribunal de Justiça (do Estado do 
juiz, ora autoridade coatora) ou do TRF (da região do juiz federal, ora autoridade coa-
tora), demonstrando a ilegalidade da prisão que se mantém, requerendo o seu relaxa-
mento. Mantida a prisão pelo Tribunal, novo habeas corpus com pedido liminar, agora 
perante o presidente do STJ, que mantendo, dará causa à impetração da ordem de habeas 
corpus, sempre com pedido liminar face à urgência de coibir o cerceamento arbitrário do 
direito de locomoção do cidadão, agora ao presidente do STF.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
PRÁTICA EM DIREITO PENAL
Modelo de pedido de relaxamento de prisão
Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Criminal da Comarca de Torres,
Rosa Branca, brasileira, casada, comerciante, filha de Antônio Branca e Maria 
Branca, CPF 000.000.000/01, RG 000000000-1, residente e domiciliada na Rua M. 
L. Porto, no Bairro CR, nesta cidade, vem por seu advogado constituído (procuração 
inclusa), respeitosamente, perante Vossa Excelência, combase no artigo 5.º, inciso 
LXV, da Constituição Federal, REQUERER O RELAXAMENTO DA PRISÃO, com 
as seguintes razões de fato e de direito que passa a expor.
I – DA INTRODUÇÃO E SITUAÇÃO DA PRISÃO
A requerente foi presa em flagrante delito como incursa nas sanções do artigo 
33, parágrafo 1.º, inciso II, da Lei 11.343/2006 (tráfico de drogas), por trazer consigo 
uma sacola com 15kg de semente de maconha. O auto de prisão em flagrante (APF) 
foi lavrado pelo delegado de polícia de Torres sem a presença de advogado e, como de-
monstra cópia do procedimento anexa, a nota de culpa não foi entregue à requerente no 
prazo máximo de 24 horas conforme determina o artigo 306, parágrafo 2.º, do Código 
de Processo Penal. Foi encaminhado a juízo para apreciação e, juntamente com ele, re-
queremos a análise do presente pedido para fins de não ser homologado o auto de prisão 
em flagrante, por ser ilegal a segregação, razão pela qual se busca o relaxamento da pri-
são em flagrante, conforme determina o artigo 5.º, inciso LXV, da Constituição Federal.
II – FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
II. 1 – Sementes de maconha – atipicidade da conduta
Em relação ao delito em que o Delegado de Polícia qualificou a infração de-
lituosa (artigo 33, parágrafo 1.º, II, da Lei 11.343/2006) percebemos que a conduta 
da requerente não se amolda por falta de previsão legal, o que igualmente ocorre em 
relação ao artigo 33, caput, da mesma lei, o que leva à atipicidade do comportamento 
da requerente.
II. 2 – Ausência de advogado e de seguimento às determinações legais do artigo 
306 do Código de Processo Penal.
É sabido que a Constituição consagra a garantia da ampla defesa no artigo 5.º, 
inciso LV:
Art. 5.º [...]
A seguir, veja modelo de pedido de relaxamento de prisão. ■
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
31
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são 
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.
Dentro desse enfoque, ensina o artigo 5.º, inciso LXIII, da Carta Magna, que:
Art. 5.º [...]
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, 
sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado.
Além do mais determina que a regra é o direito de liberdade do cidadão ser res-
peitado, a não ser nos casos especificamente previstos e conforme taxativas exigências 
legais, conforme prevê o mesmo artigo 5.º, no inciso LXI:
Art. 5.º [...]
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamen-
tada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou 
crime propriamente militar, definidos em lei.
A consequência da desobediência de qualquer dispositivo legal é que se trate 
de prisão ilegal que deve ser relaxada pela autoridade judiciária competente, como 
preceitua o artigo 5.º, no seu inciso LXV:
Art. 5.º [...]
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária.
III - DO EMBASAMENTO LEGAL
O pedido de relaxamento de prisão está embasado no artigo 5.º, incisos LV, 
LXI, LXIII, LXV, da Constituição Federal, bem como nos dispositivos do Código de 
Processo Penal que não foram obedecidos, especialmente o artigo 306.
IV - DO PEDIDO
Tendo em vista todo o exposto acima é que, respeitosamente, requer que Vossa 
Excelência defira o pedido para fins de ser relaxada a prisão em flagrante, determi-
nando a expedição de alvará de soltura e a imediata comunicação ao administrador do 
estabelecimento prisional da comarca de Torres, onde se encontra a requerente, para 
sua emergencial colocação em liberdade.
Torres, ____ maio de 20___.
V. V. P. F.
OAB RS 0000
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
PRÁTICA EM DIREITO PENAL
Pedido de revogação da prisão preventiva
A prisão preventiva poderá ser decretada nas hipóteses do artigo 313 do CPP e 
com os pressupostos e fundamentos dispostos no artigo 312 do mesmo estatuto legal. 
A partir do momento em que o motivo que embasou essa prisão não subsistir mais, 
deverá ser revogada (CPP, art. 316). Se não for revogada, passará a ser uma prisão ilegal, 
devendo ser relaxada pela autoridade judiciária superior, via habeas corpus com pedido 
liminar.
Observação
Indeferido o pedido de revogação da prisão preventiva, cabe habeas corpus com 
pedido liminar para o Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul (no 
caso em questão).
Boletins do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais – que são mensais e tra-
zem, além de pequenos artigos de autores nacionais com enfoque garantista (favorá-
vel ao réu), também colacionam julgados do mês anterior dos tribunais superiores – 
Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justiça –, dos Tribunais Regionais 
Federais e principais Tribunais de Justiça dos Estados.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
33
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
Peças processuais 
na fase acusatória
Ação penal
Ação penal é a movimentação do Estado através de um sistema acusatório para 
a aplicação de uma sanção penal ao réu.
Espécies de ação penal
Ação penal pública 
A ação penal pública pode ser incondicionada ou condicionada.
Órgão acusador 
O titular do exercício é o Ministério Público (MP), conforme o artigo 129, I, da 
Constituição Federal (CF).
Peça acusatória
A peça acusatória é a denúncia.
Ação penal privada
As ações privadas são: a ação privada propriamente dita, personalíssima, e ação pri-
vada subsidiária da pública.
Órgão acusador
O titular do exercício é o querelante ofendido e/ou seu representante legal nos 
casos de ação penal privada propriamente dita e subsidiária da pública e somente o ofen-
dido na ação penal privada personalíssima (exemplo: art. 236, parágrafo único, do CP).
Peça acusatória
A peça acusatória é a queixa-crime.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
PRÁTICA EM DIREITO PENAL
Momento processual
É o início da ação penal privada, portanto, a peça acusatória, a peça inaugural do 
procedimento judicial.
Requisitos formais
Artigo 41 do Código de Processo Penal (CPP):
Art 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas cir-
cunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá- 
-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.
Dados importantes da queixa-crime
Endereçamento: é sempre ao órgão competente para o processo e julgamento ■
ao caso posto em questionamento. A queixa-crime deverá ser feita perante os 
juizados especiais criminais quando for caso de uma infração penal de menor 
potencial ofensivo (Lei 9.099/95, art. 61, e Lei 10.259/2001, art. 2.º); se, de 
outra sorte, for caso de competência do juízo comum, a este será oferecida, po-
dendo, ser, sem nenhum problema, proposta junto aos tribunais. O importante 
é saber se é caso de ação penal privada, sendo a peça acusatória uma queixa-- 
-crime. Após, deve-se constatar qual o órgão competente para processar e jul-
gar a infração penal e endereçar a ele a peça inaugural.
Nomenclatura: querelante (quem acusa), querelado (acusado), oferecer quei- ■
xa-crime.
Qualificação das partes: dados pessoais do querelante (poucos, o suficiente para ■
identificá-lo) e do querelado (o máximo possível, para evitar de ser processada a 
pessoa errada, como, por exemplo, nome, sobrenome, apelido, idade na data do 
fato, cor, religião,profissão, filiação, número da carteira de identificação civil, 
CPF, endereço profissional, endereço residencial).
Narração do fato delituoso de forma sucinta e objetiva, sem colocar citações ■
doutrinárias e jurisprudenciais. Narrar sempre quando, onde, o que (sempre co-
locar o verbo nuclear do tipo na forma afirmativa, incisiva, direta, acusatória) 
e como de forma clara, sem deixar dúvidas, porque é do fato descrito que o 
querelado irá se defender.
Classificação do delito: é a citação do tipo penal que o querelado incorreu. ■
Pedido: nunca se pode esquecer de colocar, brevemente, o início do procedi- ■
mento judicial, requerer o recebimento da queixa-crime, a citação do quere-
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
37
lado, a intimação do MP, a produção de provas e a condenação do querelado. 
Não há necessidade de requerer “a produção de todos os meios de prova 
admitidos em Direito” por total redundância e desnecessidade de pedir um 
direito que nós já temos por princípios e garantias processuais e constitucio-
nais.
Valor da causa: deve-se colocar um valor definido – por exemplo, 1.000 ou ■
1.500 reais, e nunca “valor de alçada”.
Rol de testemunhas: pelo fato de o legislador prever o máximo de três, cinco ■
ou oito testemunhas, para não ter perigo de incorrer em erro, e também por ser 
mais rápido, deve-se enumerar sempre três testemunhas.
Data. ■
Nome e assinatura do advogado. ■
Número da OAB. ■
Modelo de queixa-crime perante o juizado especial
Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito dos Juizados Especiais Criminais da Comarca de 
Osório,
Flores Bento, nacionalidade, estado civil, profissão, endereço, vem por seu ad-
vogado constituído, com procuração com poderes especiais, conforme dispõe o artigo 
44 do Código de Processo Penal, respeitosamente, perante Vossa Excelência, com 
base nas peças de informação inclusas, oferecer QUEIXA-CRIME contra Lírio Bran-
co, apelido, nacionalidade, estado civil, profissão, idade na data do fato, cor, religião, 
filiação, RG, CPF, endereço profissional, endereço residencial, pela prática do fato 
delituoso descrito a seguir.
No dia 1.º de abril de 2005, por volta das 22 horas, em frente ao Bar do Nico, 
na Av. Getúlio Vargas, n. 1.234, nesta cidade, com a nítida intenção de ofender a 
honra do querelante, em alto e bom tom, em frente a várias pessoas, o querelado o 
caluniou, imputando-lhe falsamente fato definido como crime, dizendo: “o Flores 
Bento roubou o banco ontem e levou 24 mil reais num Tempra azul”, conforme ter-
mos de declarações colhidas junto à Delegacia de Polícia de Osório, anexadas a esta 
peça acusatória.
Assim agindo, incorreu o querelado no crime de calúnia descrito no artigo 138 
do Código Penal.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
PRÁTICA EM DIREITO PENAL
Modelo de queixa-crime perante o juízo comum
Ante o exposto requer que Vossa Excelência marque audiência inicial para 
oportunizar ao autor do fato a composição cível e, se não resultar exitosa a tran-
sação penal, tudo em conformidade com os artigos 74 e 76 da Lei 9.099/95. Para 
tanto, deverão ser intimados a comparecer o querelante, o querelado e o Ministério 
Público. Não sendo possível nem a composição cível nem a transação penal, des-
de já, manifesta-se o querelante no sentido de que a queixa-crime seja ratificada, 
dando-se início ao procedimento sumaríssimo do artigo 77 e seguintes da Lei dos 
Juizados Especiais Criminais, devendo ser marcada audiência de instrução e julga-
mento, intimando-se o querelante, o Ministério Público e as testemunhas abaixo 
arroladas para comparecer, ser citado o querelado, para interrogatório e demais atos 
processuais até final da sentença penal condenatória.
Valor da Causa: R$1.000,00.
Osório, ____ de maio de 20__.
V. V. P. F.
OAB RS 0000
Rol de testemunhas:
1) Nome da testemunha, nacionalidade, profissão, endereço.
2) Nome da testemunha, nacionalidade, profissão, endereço.
3) Nome da testemunha, nacionalidade, profissão, endereço.
Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Criminal da Comarca de Osório,
Flores Bento, nacionalidade, estado civil, profissão, endereço, vem por seu 
advogado constituído, com procuração com poderes especiais conforme dispõe o 
artigo 44 do Código de Processo Penal, respeitosamente, perante Vossa Excelência, 
com base nas peças de informação inclusas, oferecer QUEIXA-CRIME contra Cou-
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
39
ve Flores, apelido, nacionalidade, estado civil, profissão, idade na data do fato, cor, 
religião, filiação, RG, CPF, endereço profissional, endereço residencial, pela prática 
do fato delituoso descrito a seguir.
No dia 21 de março de 2005, por volta das 12 horas, em frente ao Hospital 
São Vicente de Paula, na Rua João Sarmento, n.º 1.200, nesta cidade, com a nítida 
intenção de ofender a honra do querelante, em alto e bom tom, em frente a várias 
pessoas, o querelado o injuriou, ofendendo a sua dignidade e o decoro, com ex-
pressões com conotação racista, dizendo: “tu não sabes quem é o verdadeiro Flores 
Bento, aquele crioulo vagabundo” (sic), tudo conforme demonstram os termos de 
declarações colhidas junto à Delegacia de Polícia de Osório, anexadas a esta peça 
acusatória.
Assim agindo, incorreu o querelado no crime de injúria racial descrito no arti-
go 140, parágrafo 3.º, do Código Penal.
Ante o exposto requer que Vossa Excelência designe audiência de tentativa 
de conciliação, conforme determina o artigo 520 do Código de Processo Penal, in-
timando o querelante e o querelado a comparecer e, não sendo exitosa, desde já, 
requer que seja recebida a queixa-crime, citando o querelado para o interrogatório e 
demais atos processuais, até final sentença penal condenatória.
Requer, ainda, a intimação do Ministério Público para todos os atos do proces-
so, bem como as testemunhas abaixo arroladas.
Valor da Causa: R$1.000,00.
Osório, ____ de maio de 20__.
V. V. P. F.
OAB RS 0000
Rol de testemunhas:
1) Nome da testemunha, nacionalidade, profissão, endereço.
2) Nome da testemunha, nacionalidade, profissão, endereço.
3) Nome da testemunha, nacionalidade, profissão, endereço.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
PRÁTICA EM DIREITO PENAL
Boletins do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais – que são mensais e tra-
zem, além de pequenos artigos de autores nacionais com enfoque garantista (favorável 
ao réu), também colacionam julgados do mês anterior dos tribunais superiores – Supre-
mo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justiça –, dos Tribunais Regionais Federais e 
principais Tribunais de Justiça dos Estados.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
Peças processuais 
na fase acusatória e judicial
Queixa-crime na ação penal privada subsidiária da pública
Introdução e fundamento
Ação penal privada subsidiária da pública é aquela a ser intentada pelo ofendido 
ou seu representante legal quando da prática de um crime que originariamente se trata 
de ação penal pública (o furto, o roubo, o homicídio etc.). Assim, inicia-se com o ofere-
cimento de queixa-crime porque o órgão ministerial, o Ministério Público (MP), não se 
manifestou no prazo previsto em lei.
O fundamento se dá pela necessidade de o Estado agir em busca da aplicação de 
uma sanção penal para o agente que praticou uma infração penal. Se o Estado nomeou 
o MP para fazê-lo noscasos de ação penal pública (CF, art. 129, I ) é dele a obrigato-
riedade de movimentação para a aplicação do jus puniendi. Se o órgão representante do 
Estado, em face da inércia, deixa o prazo determinado em lei passar em branco, sem 
qualquer atuação, é garantido ao ofendido, ou ao seu representante legal, o direito de 
intentar a denominada ação penal privada subsidiária da pública (CPP, art. 29; CP, art. 
100, §3.º; e CF, art. 5.º, LIX).
Modelo de queixa-crime dando início à ação 
penal privada subsidiária da pública
Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da 1.ª Vara Criminal da Comarca de Torres,
Flores Bento, nacionalidade, estado civil, profissão, endereço, vem por seu 
advogado constituído, com procuração com poderes especiais conforme dispõe o 
artigo 44 do Código de Processo Penal, respeitosamente, perante Vossa Excelência, 
com base no incluso inquérito policial 0000000, oriundo da Delegacia de Polícia 
desta cidade, tendo em vista que o Ministério Público não se manifestou no prazo 
previsto no artigo 46 do Código de Processo Penal, conforme certidão do Escrivão 
Judicial anexa, oferecer QUEIXA-CRIME contra Rosa Branca, apelido, nacionali-
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
PRÁTICA EM DIREITO PENAL
dade, estado civil, profissão, idade na data do fato, cor, religião, filiação, RG, CPF, 
endereço profissional, endereço residencial, pela prática do fato delituoso seguinte.
No dia 10 de fevereiro do corrente ano, por volta das 23 horas, em frente ao 
Bar e Danceteria Dado Pier, na Av. Cristóvão Colombo, n.º 246, no Bairro Costa do 
Rio, nesta cidade, após abordar o querelante que estava estacionando o seu veículo 
Sorento, marca Kia, chassi 0000000000000, placa 0000000, a querelada, apontando- 
-lhe um revólver de marca Taurus, calibre 38 (conforme auto de apreensão da folha 
19 do inquérito policial) e ameaçando-lhe de morte, subtraiu o automóvel e saiu 
pilotando-o em alta velocidade pela Av. Bento Gonçalves no sentido bairro-centro, 
como se fosse sair da cidade de Torres, o que atesta a intenção de não devolvê-lo 
mais.
Momentos após, foi encontrado o veículo danificado, batido no pilar da igreja 
Nossa Senhora, localizada na Av. Santo Augusto, próximo ao local da subtração.
Assim agindo, incorreu o querelado no crime de roubo majorado pelo uso de 
arma de fogo, descrito no artigo 157, parágrafo 2.º, inciso I, do Código Penal.
Ante o exposto requer que Vossa Excelência receba a queixa-crime, e deter-
mine a citação do querelado para comparecer ao interrogatório e demais atos pro-
cessuais até final sentença penal condenatória. Para tanto, requer ainda a intimação 
do querelante e do Ministério Público para acompanhar todo o processo, conforme 
determinam os artigos 45, 257 e 564, III, “d”, todos do Código de Processo Penal, 
além das testemunhas abaixo arroladas.
Valor da causa: R$1.000,00.
Osório, ____ de maio de 20__.
V. V. P. F.
OAB RS 0000
Rol de testemunhas:
1) Nome da testemunha, nacionalidade, profissão, endereço.
2) Nome da testemunha, nacionalidade, profissão, endereço.
3) Nome da testemunha, nacionalidade, profissão, endereço.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
45
Defesa prévia
Introdução e finalidade
A defesa prévia está disposta nos artigos 396 e 396-A do Código deProcesso 
Penal (CPP):
Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, 
se não rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à 
acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.
Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo para a defesa começará a fluir a partir 
do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído.
Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo o que interesse 
à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arro-
lar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário.
O número do rol de testemunhas se dá conforme o procedimento previsto para 
o crime praticado, por exemplo, o crime de furto (CP, art. 155), que deverá seguir o 
procedimento comum ordinário (CPP, art. 394, §1.º, I), prevê o número de oito para 
cada fato delituoso (art. 401); o crime de homicídio culposo (CP, art. 121, §3.º ou CTB, 
art. 303), que adota o procedimento comum sumário (CPP, art. 394, §1.º, II), possibilita 
até cinco testemunhas (art. 532); nas infrações penais de menor potencial ofensivo 
(CPP, art. 394, §1.º, II; Lei 9.099/95, art. 61; e Lei 10.259/2001, art. 2.º), entende-se o 
rol máximo de três testemunhas, que é o menor número de testemunhas da legislação 
brasileira. Para não haver possibilidade de erro, sempre deve ser apresentado um rol 
com o número não superior a três testemunhas.
Modelo de uma defesa prévia
Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da 2.ª Vara Criminal da Comarca de Torres,
Rosa Branca, já qualificada nos autos do processo-crime 000000, que tramita 
perante esse juízo, vem, por seu defensor constituído, respeitosamente, perante 
Vossa Excelência, no prazo legal de dez dias, conforme dispõe o artigo 396 do 
Código de Processo Penal, apresentar DEFESA PRÉVIA, expondo que é inocente 
das imputações que lhe são feitas, conforme ficará demonstrado durante a instrução 
processual.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
PRÁTICA EM DIREITO PENAL
Para tanto requer a intimação das testemunhas abaixo arroladas para com-
parecerem e prestarem depoimentos perante esse juízo na data aprazada oportuna-
mente, bem como exame grafotécnico e datiloscópico, para atestar, respectivamente, 
se a assinatura exarada no documento da folha 33 e as digitais do documento 34 são 
ou não da requerente.
Nestes termos, 
Pede e espera deferimento,
Torres, ____ de maio de 20__.
V. V. P. F.
OAB RS 000
Rol de testemunhas:
1) Nome da testemunha, nacionalidade, profissão, endereço.
2) Nome da testemunha, nacionalidade, profissão, endereço.
3) Nome da testemunha, nacionalidade, profissão, endereço.
Exceções processuais
Introdução e finalidade
As exceções processuais são defesas indiretas, não são dirigidas ao mérito da 
causa, mas a questões de ordem processual e podem, sem dúvida, uma vez opostas, 
no mesmo prazo da defesa prévia, de alguma forma, dependendo de qual tenha sido 
arguida, beneficiar o réu.
As exceções estão previstas nos artigos 95 a 111 do CPP, inclusive em relação 
ao seu procedimento em autos apartados. São elas:
Art. 95. Poderão ser opostas as exceções de:
I - suspeição;
II - incompetência de juízo;
III - litispendência;
IV - ilegitimidade de parte;
V - coisa julgada.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
47
Modelo de uma exceção de incompetência relativa de juízo
Exma. Sra. Dra. Juíza de Direito da 2.ª Vara Criminal da Comarca de Guaru-
lhos,
Flores Bento, já qualificado nos autos do processo-crime 0000000, vem por 
seu defensor constituído, com procuração com poderes especiais inclusa, respeitosa-
mente, perante Vossa Excelência, no tríduo legal, com base no artigo 108 do Código 
de Processo Penal, opor EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA DE JUÍZO, passando 
a expor e requerer o que segue.
Conforme se depreende dos autos do inquérito policial 00000, que embasou 
a denúncia oferecida pelo Ministério Público, originária do presente processo-crime, 
o fato delituoso se deu na comarca de Jacareí e não na cidade de Guarulhos.
Como o réu reside na cidade de Guarulhos, algumas medidas investigativas 
foram aqui produzidas e, talvez por isso, de posse do inquérito policial, o represen-
tante do Ministério Público, com atribuições perante essacomarca, acabou ofere-
cendo a peça acusatória nesse juízo, o que acabou determinando a competência do 
foro de Guarulhos.
Porém, é sabido que as regras de competência do juízo singular estão dispos-
tas no Código de Processo Penal, a partir do artigo 69, e exatamente esse dispositivo 
legal ensina, de forma eliminatória e subsidiária (se não é o inciso I, será o II, se não 
for o II é o III etc.), o órgão competente para processo e julgamento das ações penais; 
e o primeiro critério fixador da competência é “o lugar da infração”, conforme dispõe 
no inciso I.
Como se trata de competência relativa em ratione loci, ou seja, competência 
relativa, ou se opõe a exceptio declinatori fori neste momento processual ou se opera a 
convalidação e a consequência será a permanência do feito onde está tramitando; ora 
se opõe e, desde já, requer que:
seja recebida a exceção de incompetência relativa de juízo; ■
seja autuada em separado, como dita o artigo 111 do Código de Processo ■
Penal;
seja intimado o Ministério Público conforme prevê o artigo 108, parágrafo ■
1.º, do Código de Processo Penal;
seja aceita a exceção que se opõe; ■
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
PRÁTICA EM DIREITO PENAL
seja remetido o feito à comarca de Jacareí, que é a competente para o pro- ■
cesso e julgamento do caso, conforme determina o artigo 108, parágrafo 
1.º, in fine, do Código de Processo Penal.
Nestes termos, 
Pede e espera deferimento.
Guarulhos, ____ de maio de 20__.
V. V. P. F.
OAB SP 000
Dicas de Estudo
Boletins do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais – que são mensais e tra-
zem, além de pequenos artigos de autores nacionais com enfoque garantista (favorável ao 
réu), também colacionam julgados do mês anterior dos tribunais superiores – Supremo 
Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justiça –, dos Tribunais Regionais Federais e 
principais Tribunais de Justiça dos Estados.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
Fase recursal
Recurso é o meio processual, voluntário ou necessário, de impugnação de uma 
decisão, antes que ocorra a preclusão, que busca algo vantajoso ao recorrente através da 
reforma, invalidação, esclarecimento ou ratificação da decisão combatida.
Finalidade
A finalidade do recurso é o reexame da decisão por um órgão do Poder Judiciário 
superior àquele que decidiu, como ocorre na análise da apelação, do mérito do recurso 
em sentido estrito, no recurso especial ou extraordinário; ou pelo próprio órgão deci-
sório, como se dá com os recursos de embargos declaratórios e embargos infringentes 
e de nulidade.
Fundamento
A via recursal está fundamentada no inconformismo das partes que se opõem no 
processo, na maior experiência dos magistrados que irão apreciar as razões recursais, 
bem como no necessário controle da prestação jurisdicional e na falibilidade de quem 
decidiu.
Momento de incidência
Recursos anteriores ao trânsito 
em julgado da sentença condenatória
Previstos no Código de Processo Penal (CPP)
Recurso em sentido estrito (art. 581-592). ■
Apelação (art. 593-603). ■
Embargos infringentes e de nulidade (art. 609, parágrafo único). ■
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
PRÁTICA EM DIREITO PENAL
Embargos de declaração (art. 619 e 620). ■
Carta testemunhável (art. 639-646). ■
Previstos na Constituição Federal
Perante o Supremo Tribunal Federal (STF): ■
Recurso ordinário (art. 102, II). ■
Recurso extraordinário (art. 102, III). ■
Perante o Superior Tribunal de Justiça (STJ): ■
Recurso ordinário (art. 105, II). ■
Recurso especial (art. 105, III). ■
Recurso depois do trânsito 
em julgado da sentença condenatória
Recurso de agravo em execução previsto no artigo 197 da Lei de Execução Penal 
(LEP) – Lei 7.210/84.
Classificação
Quanto à fonte
Constitucionais (exemplo: recurso extraordinário para o STF). ■
Legais (exemplo: apelação). ■
Regimentais (exemplo: agravo regimental para o STJ). ■
Quanto à iniciativa
Voluntários – são a regra (CPP, art. 574, 1.ª parte). ■
Necessários – também denominados de recursos anômalos ou de ofício (exem- ■
plos: CPP, arts. 574, I, e 746).
Quanto aos motivos
Ordinários – são aqueles em que a lei não exige nenhum requisito especial para ■
serem admitidos (exemplo: apelação).
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
53
Extraordinários – são os que a lei exige requisitos específicos (exemplo: re- ■
curso extraordinário para o STF e recurso especial para o STJ).
Pressupostos recursais
Pressupostos objetivos 
Previsão legal. ■
Adequação recursal. ■
Observância das formalidades legais. ■
Tempestividade. ■
Pressupostos subjetivos 
Legitimidade. ■
Interesse em recorrer. ■
Juízo de admissibilidade
O juízo de admissibilidade ocorre quando o juiz analisa a presença de todos os 
pressupostos objetivos e subjetivos. Tendo averiguado a existência de todos, admitirá o 
recurso e dará encaminhamento para análise do mérito. 
Extinção anormal
Desistência. ■
Deserção. ■
Ausência de preparo. ■
Efeitos dos recursos
Devolutivo: reabre a análise da questão guerreada, direcionando o recurso a ■
outro órgão julgador (como na maioria dos recursos) ou ao próprio juízo sen-
tenciante (como nos embargos).
Suspensivo: torna sem efeito, sem eficácia, a decisão combatida. A regra é não ■
haver o efeito suspensivo nos recursos brasileiros.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
PRÁTICA EM DIREITO PENAL
Regressivo: é o juízo de retratação no qual o juiz poderá voltar atrás e modifi- ■
car a sua decisão antes de encaminhar o recurso ao juízo de segunda instân-
cia. É cabível no recurso em sentido estrito e no agravo em execução (CPP, 
art. 589).
Extensivo: artigo 580 do CPP. ■
Recurso em sentido estrito
Prazo de interposição 
O prazo é de cinco dias, considerado como termo inicial hipótese do artigo 798, 
parágrafo 5.º, do CPP:
Art. 798. [...]
§5.º Salvo os casos expressos, os prazos correrão:
a) da intimação;
b) da audiência ou sessão em que for proferida a decisão, se a ela estiver presente a parte;
c) do dia em que a parte manifestar nos autos ciência inequívoca da sentença ou des-
pacho.
Processamento
Petição de interposição do recurso com a indicação das peças para formar o ■
instrumento (a não ser nos casos do art. 583 do CPP, que sobem nos próprios 
autos).
Conclusão ao juiz para o juízo de admissibilidade. Se não for admitido, cabe o ■
recurso de carta testemunhável (CPP, art. 639, I). Se admitido, os autos vão ao 
escrivão para a formação do traslado.
Extração, conferência e conserto do traslado (CPP, art. 587). ■
Autuação do recurso (CPP, art. 587, ■ caput).
Vistas ao recorrente para apresentar as razões recursais em dois dias (CPP, art. ■
588, caput).
Vistas ao recorrido para apresentar as contrarrazões recursais em dois dias ■
(CPP, art. 588, caput).
Conclusão ao juiz para emitir ou não o juízo de retratação (CPP, art. 589). Se ■
emitir um despacho de reforma da decisão, o recorrido, em simples petição de 
requerimento, faz com que o juiz encaminhe o instrumento (ou os autos, nos 
casos do art. 583) ao tribunal (art. 589, parágrafo único). Se a decisão for de 
sustentação, haverá a remessa ao tribunal (art. 591).
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
55

Outros materiais