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Normas Constitucionais no Tempo

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NORMAS CONSTITUCIONAIS NO TEMPO
1) NOÇÕES DE REVOGAÇÃO
	LINDB, art. 2º. 
LINDB, art. 2 - Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. (Vide Lei nº 3.991, de 1961)
§ 1º - A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.
§ 2º - A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.
§ 3º - Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.
				Expressa
QUANTO À FORMA
				Tácita
					Total ( Ab-rogação
QUANTO À EXTENSÃO			
					Parcial ( Derrogação
	A revogação pressupõe normas de semelhante densidade normativa. Assim, não há como uma lei federal revogar uma estadual, tampouco é possível a revogação de uma lei pela Constituição Federal (ver CF, art. 24, §§ 1º, 2º, 3º e 4º). 
CF, art. 24 - Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
(...)
§ 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.
§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
	A incompatibilidade entre norma legal anterior e norma constitucional posterior, como já dito, não é caso de revogação. Trata-se de não recepção. 
2) RECEPÇÃO
	No sistema brasileiro, uma vez promulgada uma nova Constituição, fica inteiramente revogada a anterior, sendo indiferente o fato de suas normas guardarem ou não compatibilidade entre si (teoria da revogação), salvo se houver manifestação expressa em sentido contrário no novel texto constitucional.
	Editada nova Constituição, os atos normativos infraconstitucionais com ela incompatíveis não serão recepcionados. Para haver a recepção, é exigida a compatibilidade material (não a formal): todas as leis preexistentes terão que ser relidas à luz da nova Constituição (filtragem constitucional – na expressão de Jorge Miranda, haverá uma “novação”). O Direito Constitucional intertemporal, como se vê, tenta compatibilizar a supremacia constitucional com a continuidade do ordenamento jurídico. As Constituições brasileiras de 1891 e 1934 positivaram esta regra, embora ela prescinda de texto expresso.
CF/1891, art. 83 - Continuam em vigor, enquanto não revogadas, as leis do antigo regime no que explícita ou implicitamente não forem contrárias ao sistema do Governo firmado pela Constituição e aos princípios nela consagrados.
CF/1934, art. 187 - Continuam em vigor, enquanto não revogadas, as leis que, explícita ou implicitamente, não contrariarem as disposições desta Constituição. 
Obs: Não se pode falar em inconstitucionalidade superveniente. Isto porque a constitucionalidade ou não de uma lei só se opera diante da Constituição vigente ao tempo em que o ato foi editado. Seguindo o mesmo raciocínio, não se admite constitucionalidade superveniente. 
			( Estar em vigor no momento do advento da nova Constituição
 REQUISITOS DA	( Não ter sido declarada inconstitucional perante o ordenamento anterior
RECEPÇÃO DE LEI	( Compatibilidade formal e material com a Constituição sob cuja regência foi editada
			( Compatibilidade material com a nova Constituição
	Se houver apenas incompatibilidade formal entre o comando constitucional e a norma anterior, esta será recepcionada com a “nova roupagem”. Exemplo disso é o nosso CP, antigo Decreto-Lei, atualmente com status normativo de lei ordinária.
Obs: A não necessidade de compatibilidade formal seria excepcionada em apenas um caso: vício formal orgânico decorrente da federalização da matéria. Luís Roberto Barroso, adotando uma posição contestável, defende que, “mesmo se transferindo para a União a competência legislativa em dada matéria, até que esta seja exercida, subsistirá a norma estadual ou municipal, no âmbito territorial do Estado ou do Município onde já vigia”. 
	
3) DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO
	Segundo esta tese, as normas constitucionais anteriores compatíveis com a nova Constituição poderiam ser recepcionadas (na terminologia de Carl Schmitt, as “leis constitucionais”) e rebaixadas à categoria de leis infraconstitucionais. Este instituto, assim como a recepção e a repristinação, busca evitar um hiato normativo.
Constituição do Estado de São Paulo de 1967, art. 147 – Consideram-se vigentes, com o caráter de lei ordinária, os artigos da Constituição promulgada em 9 de julho de 1947 que não contrariem esta Constituição.
	A desconstitucionalização não é a regra, mas pode haver previsão constitucional neste sentido, afinal, o poder constituinte originário tem como característica a falta de limites jurídicos. 
4) RECEPÇÃO MATERIAL DE NORMAS CONSTITUCIONAIS
Segundo esta teoria, as normas constitucionais anteriores incompatíveis são revogadas, mas as compatíveis são mantidas com o mesmo status constitucional. Não haveria rebaixamento no status hierárquico. 
No Brasil, só é possível haver recepção material de normas constitucionais anteriores se houver comando constitucional expresso.
CF, ADCT, art. 34 - O sistema tributário nacional entrará em vigor a partir do primeiro dia do quinto mês seguinte ao da promulgação da Constituição, mantido, até então, o da Constituição de 1967, com a redação dada pela Emenda nº 1, de 1969, e pelas posteriores.	
§ 1º - Entrarão em vigor com a promulgação da Constituição os arts. 148, 149, 150, 154, I, 156, III, e 159, I, "c", revogadas as disposições em contrário da Constituição de 1967 e das Emendas que a modificaram, especialmente de seu art. 25, III.
5) REPRISTINAÇÃO
	LINDB, art. 2º, § 3º. No âmbito constitucional, assim como no legal, só se admite a repristinação se houver sua previsão de forma expressa. 
LINDB, art. 2º, § 3º - Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.
6) NOVA CONSTITUIÇÃO E DIREITO ADQUIRIDO
	E quanto aos efeitos temporais da nova Constituição? Sabemos que esta é fruto poder constituinte originário, poder inicial, inaugural, incondicionado e, segundo a doutrina majoritária no Brasil, ilimitado juridicamente. Pode uma nova Constituição, portanto, alcançar fatos anteriores, inclusive aqueles que já produziram seus efeitos?
			( Retroatividade máxima
			( Retroatividade média
			( Retroatividade mínima
			( Irretroatividade
ADCT, art. 17 - Os vencimentos, a remuneração, as vantagens e os adicionais, bem como os proventos de aposentadoria que estejam sendo percebidos em desacordo com a Constituição serão imediatamente reduzidos aos limites dela decorrentes, não se admitindo, neste caso, invocação de direito adquirido ou percepção de excesso a qualquer título. 
§ 1º - É assegurado o exercício cumulativo de dois cargos ou empregos privativos de médico que estejam sendo exercidos por médico militar na administração pública direta ou indireta. 
§ 2º - É assegurado o exercício cumulativo de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde que estejam sendo exercidos na administração pública direta ou indireta.
	A tese adotada no Brasil é que mesmo as normas constitucionais originárias têm retroatividade mínima, salvo disposição expressa. Esta disposição expressa, se feita pelo poder constituinte originário, pode até mesmo veicular retroatividade máxima (exemplo disso é o art. 17 do ADCT). 
TEORIAS
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