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Diretoria da Febrasgo 2024 / 2027 Maria Auxiliadora Budib Vice-Presidente Região Centro-Oeste Olímpio Barbosa de Moraes Filho Vice-Presidente Região Nordeste Hilka Flavia Barra do Espírito Santo Alves Pereira Vice-Presidente Região Norte Sérgio Podgaec Vice-Presidente Região Sudeste Alberto Trapani Junior Vice-Presidente Região Sul Maria Celeste Osório Wender Presidente Roseli Mieko Yamamoto Nomura Diretor Administrativo Agnaldo Lopes da Silva Filho Diretor Científico Marcelo Luís Steiner Diretor Financeiro Lia Cruz Vaz da Costa Damasio Diretor de Defesa e Valorização Profissional Comissão Nacional Especializada em Imaginologia Mamária 2024 / 2027 Presidente Eduardo Carvalho Pessoa Vice-Presidente Henrique Lima Couto Secretária Bertha Andrade Coelho Membros Hilka Flavia Barra do Espirito Santo Alves Pereira Maria Júlia Gregório Calas Alexandre Vicente de Andrade Fabio Postiglione Mansani Sabas Carlos Vieira Henrique Alberto Portella Pasqualette Jorge Villanova Biazús José Luis Esteves Francisco Rodrigo Pepe Costa Thais Paiva Moraes Coordenador Editorial Bruno Henrique Sena Ferreira Revisora Ortográfica e Gramatical Viviane Zeppelini Normatização/ Normalização Edna Terezinha Rother Diagramação e Projeto Gráfico Adriano Aguina 2025 (3a edição) - Responsável científico: Prof. Dr. Agnaldo Lopes da Silva Filho 2022 (2a edição) - Responsável científico: Prof. Dr. César Eduardo Fernandes 2018 (1a edição) - Responsável científico: Prof. Dr. Marcos Felipe Silva de Sá Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia/Comissão Nacional Especializada em Imaginologia Mamária. Biópsias mamárias e axilares. 3ª ed. São Paulo – FEBRASGO, 2025. (Protocolos FEBRASGO, Ginecologia, no. 22). iv, 17p. 1. Biópsia da mama 2. Biopsia por agulha fina 3. Biopsia por agulha grossa 4. Biopsia por vácuo I. Autor ISBN 978-65-87832-41-8 NLM – WB 379 Biópsias mamárias Palavras-chave Biópsia de mama; Biópsia de fragmento; Excisão assistida a vácuo; Punção por agulha fina Como citar? Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Biópsias mamárias e axilares. São Paulo: FEBRASGO; 2024. (Protocolo FEBRASGO-Ginecologia, n. 22/Comissão Nacional Especializada em Imaginologia Mamária. Highlights 1. Importância das Biópsias de Mama e Axila As biópsias são fundamentais para o diagnóstico preciso de lesões mamá- rias e linfonodais, diferenciando entre condições benignas e malignas e orien- tando o tratamento adequado. 2. Tipos de Biópsias Utilizadas Diversas técnicas de biópsia estão disponíveis, como a punção aspirativa por agulha fina (PAAF), biópsia de fragmento (BF), biópsia assistida a vácuo (VAB), e excisão assistida a vácuo (VAE), cada uma com indicações e vantagens específicas. 3. Punção Aspirativa por Agulha Fina (PAAF) A PAAF é uma técnica minimamente invasiva que aspira células ou fluido de uma lesão, mas não é suficiente para diagnóstico histológico. É indicada em casos de drenagem de coleções ou avaliação de linfonodos axilares. *Este protocolo foi elaborado pela Comissão Nacional Especializada em Imaginologia Mamaria e validado pela Diretoria Científica como Documento Oficial da FEBRASGO. Protocolo FEBRASGO de Ginecologia, n. 22. Acesse: https://www.febrasgo.org.br/ Todo conteúdo está licenciado sob a Licença Creative Commons do tipo atribuição BY. 1Protocolos Febrasgo | Nº22 | 2025 4. Biópsia de Fragmento (BF) A BF utiliza uma agulha para obter amostras de tecido da lesão. É ampla- mente utilizada para nódulos sólidos suspeitos e permite a classificação histo- lógica e subtipagem molecular das lesões. 5. Biópsia Assistida a Vácuo (VAB) A VAB é uma técnica avançada que usa uma agulha de maior calibre para obter mais tecido da lesão. Reduz a subestimação diagnóstica e é indicada para lesões menores ou mais complexas, proporcionando maior precisão. 6. Excisão Assistida a Vácuo (VAE) A VAE visa remover a lesão por completo ou uma quantidade substancial de tecido, sendo uma alternativa menos invasiva à biópsia cirúrgica. É usada tanto para diagnóstico quanto para tratamento de lesões mamárias. 7. Concordância entre Imagem e Patologia A análise cuidadosa da concordância entre achados de imagem e resul- tados anatomopatológicos é essencial para evitar a subestimação de lesões malignas. 8. Indicações de Biópsia em Diferentes Lesões As biópsias são indicadas para vários tipos de lesões, como nódulos sóli- dos, calcificações, lesões sólido-císticas e distorções de arquitetura, com a es- colha da técnica dependendo do tipo de lesão e do método de imagem mais adequado. 9. Métodos de Imagem para Guiar a Biópsia As biópsias podem ser guiadas por ultrassonografia, mamografia, tomos- síntese, ressonância magnética ou angiomamografia, dependendo da visuali- zação adequada da lesão. 10. Redução de Cirurgias Diagnósticas O uso de biópsias percutâneas, como a BF, VAB e VAE, é recomendado para evitar cirurgias diagnósticas desnecessárias, reduzindo a morbidade, o custo e o impacto na anatomia mamária, respeitando os padrões de qualidade 2 Biópsias mamárias Protocolos Febrasgo | Nº22 | 2025 Introdução No Brasil, aproximadamente 7% das mamografias (MGs) de rastreamento ne- cessitam de avaliação adicional por ultrassom, 1,4% é submetida a biópsias de fragmento (BF) e 0,2% a biópsias cirúrgicas.(1) Para cada tipo de lesão mamária, há uma estratégia para obtenção de material a ser estudado. As complicações relacionadas aos procedimentos minimamente invasivos em mastologia são raras e envolvem desconforto físico e emocional, equimoses, hematomas, infecções e até mesmo hemo/pneumotórax. As biópsias mamárias têm limi- tações de sensibilidade e especificidade, por isso é fundamental conhecer os valores preditivos positivo e negativo de cada método para cada situação. A abordagem de uma lesão não palpável envolve duas variáveis: a forma de guiar o procedimento (o método de imagem) e a de colher o material (a biópsia pro- priamente dita). Para a avaliação de lesões mamárias, temos quatro procedi- mentos: a punção aspirativa por agulha fina (PAAF), a core biopsy ou BF, a bióp- sia assistida a vácuo (VAB) e a excisão assistida a vácuo (VAE). É fundamental a análise da concordância entre os achados de imagem e anatomopatológicos, a fim de evitarmos a subestimação diagnóstica. Evidências e princípios Ao ser indicada uma amostragem tecidual, precisamos diferenciar lesões be- nignas de malignas e, assim, determinar a conduta a ser adotada. No caso das lesões mamárias, porém, existem particularidades. Uma variedade de lesões é considerada precursora ou de alto risco, e o próprio carcinoma ductal in situ (CDIS) ou o carcinoma invasivo (CI) podem ser subestimados em uma bióp- sia percutânea (BP), muitas vezes exigindo intervenções complementares. Subestimar uma lesão significa, por exemplo, diagnosticá-la como hiperplasia ductal atípica (HDA) na BF e CDIS na peça cirúrgica, ou CDIS na BF e CI na bi- ópsia cirúrgica. Também é importante avaliarmos a disponibilidade – alguns dos recursos que serão detalhados podem não estar presentes em determina- 3 CNE em Imaginologia Mamária Protocolos Febrasgo | Nº22 | 2025 das regiões do país. Assim, caberá ao médico solicitante escolher a forma de biópsia mais adequada e que esteja disponível, ou discutir com a paciente a conveniência de um deslocamento para realizar uma forma de biópsia que seja mais adequada ao seu caso. Métodos de amostragem tecidual Punção aspirativa por agulha fina A PAAF é uma técnica na qual uma agulha fina é inserida com movimentos periódicos de dentro para fora em uma lesão com o objetivo de aspirar célu- las ou fluido. A PAAF não produz tecido suficiente para obter um diagnóstico histológico. Pode ser realizada sob anestesia local, mas, muitas vezes, não é necessária. Recomenda-se o uso de agulha de tamanho de até aproximada- mente 20 Gauge (exceto quando aspiração de abscessos). Por fornecerapenas dados citológicos, deve ser evitada para a avaliação de lesões sólidas. Uma BF ou VAB é geralmente preferível à citologia PAAF para todas as lesões mamá- rias, porque é mais sensível(2,3) e permite caracterizar a arquitetura da lesão e análise imunoistoquímica. A biópsia por PAAF pode ser uma alternativa acei- tável em circunstâncias e ambientes de prática onde o acesso a BF ou VAB não está disponível.(3) O valor geral da PAAF foi estudado em metanálises,(4,5) que verificaram boas sensibilidade e especificidade, contudo com taxa de 27,5% de amostras insatisfatórias, o que torna sua acurácia muito inferior às de biópsias teciduais.(6) Embora indicada por alguns para diagnóstico de nódulos provavel- mente benignos (categoria 3 do Breast Imaging Reporting and Data System [Bi- Rads] do American College of Radiology [ACR]), a conduta padrão é seguimento semestral, não estando indicado diagnóstico percutâneo de rotina, exceto em situações de discordância entre clínica e imagem.(7,8) Atualmente, é indicada para avaliação/drenagem de coleções – punção de abscessos, galactoceles, seromas, hematomas e cistos sintomáticos. Pode ser indicada para avaliação inicial de linfonodos axilares atípicos no cenário de câncer de mama diag- 4 Biópsias mamárias Protocolos Febrasgo | Nº22 | 2025 nosticado. Para lesões primárias da axila, é recomendada a BF para avaliação histológica. Biópsia de fragmento A BF obtém uma pequena amostra (núcleo) de tecido da região biopsiada que pode, assim, ser usado para classificação histológica e subtipos moleculares das lesões. Agulhas de BF com tamanho variável entre calibre 18 e 12G podem ser usadas. O comprimento da amostra varia entre 1 e 2,5cm. Recomenda-se o uso de uma agulha de calibre 14G na maioria das situações. Embora um mí- nimo de três amostras é comumente recomendado para obter um diagnósti- co confiável da lesão mamária, o número de amostras precisa ser baseado na qualidade, não na quantidade. A BF é um método simples, rápido, amplamen- te disponível, de custo acessível, para abordagem de nódulos sólidos suspei- tos Categorias 4 ou 5 do ACR BI-RADs.(2-8) Pode ser guiada por ultrassonografia (US) e MG. É realizada com anestesia local, em ambiente ambulatorial e não há preparos especiais anteriores. Um clipe metálico pode ser posicionado no leito da biópsia pós-procedimento para facilitar futura identificação durante o seguimento ou caso seja necessária uma abordagem cirúrgica convencional.(17) Biópsia assistida a vácuo A VAB é uma técnica de biópsia por agulha grossa em que o tecido é sugado por uma agulha sob vácuo. Ela geralmente obtém mais tecido do que a BF. A VAB é realizada com agulhas maiores que variam de calibre 12G a 7G. O número mí- nimo de amostras que devem ser obtidas depende do tamanho da agulha.(9) Recomenda-se que, ao usar uma agulha de calibre 9G, pelo menos seis amos- tras sejam obtidas. Quando forem utilizadas agulhas de outros tamanhos, um mínimo equivalente de tecido deve ser removido.(9-17) Para lesões menores (1cm ou menos), excisão percutânea com auxílio de vácuo ou outro dispositivo apri- morado de aquisição de tecido, com a colocação de um dispositivo de marcação (por exemplo: clipe), deve ser considerada.(3) Erros de amostragem e taxas de su- 5 CNE em Imaginologia Mamária Protocolos Febrasgo | Nº22 | 2025 bestimação podem ser reduzidos com a VAB,(10-13) embora ensaios clínicos rando- mizados para comparar essas técnicas com a BF padrão não tenha sido relatados. Para nódulos suspeitos maiores (>1cm), BF de agulha 14G é muitas vezes suficien- te.(2) É um procedimento mais complexo, demorado e ainda não amplamente difundido no Brasil. A VAB é custo-efetiva quando comparada a biópsias cirúrgi- cas(14,15) que devem ser preferencialmente evitadas. Ao diminuir a subestimação diagnóstica,(16) a VAB confere maior segurança para o mastologista/ginecologista conduzir suas pacientes – tanto para indicar o acompanhamento clínico e por imagem, quanto para indicar o procedimento cirúrgico com o máximo de infor- mações e segurança para a paciente. Pode ser guiada por US, MG, tomossíntese (TM), ressonância magnética (RM) ou angiomamografia. É realizada com anes- tesia local, em ambiente ambulatorial e não há preparos especiais anteriores à excisão percutânea. Um clipe metálico deve sempre ser posicionado no leito de ressecção pós-procedimento para futura identificação durante o seguimento ou caso seja necessária uma abordagem cirúrgica convencional.(9-17) Excisão assistida a vácuo Consiste na excisão percutânea a vácuo completa da lesão ou uma quantidade de material superior a 4g, o que equivale a uma biópsia cirúrgica diagnóstica convencional.(16) Pode ser guiada por US, MG, TM, RM ou angiomamografia e visa tanto ao diagnóstico quanto ao tratamento de lesões mamárias. É realiza- da com anestesia local, em ambiente ambulatorial e não há preparos especiais anteriores à excisão percutânea. Um clipe metálico deve sempre ser posiciona- do no leito de ressecção pós-procedimento para futura identificação durante o seguimento ou caso seja necessária abordagem cirúrgica convencional.(17) Atualmente as cirurgias diagnósticas devem ser evitadas sempre que possível. As biópsias percutâneas, seja a BF ou a VAB/VAE, são menos invasi- vas que as cirúrgicas, apresentando menor morbidade, menor custo, menos dias de afastamento das atividades habituais, além de não alterarem as áreas de drenagem ou a anatomia da mama, o que pode repercutir no resultado da 6 Biópsias mamárias Protocolos Febrasgo | Nº22 | 2025 cirurgia oncológica e na biópsia do linfonodo sentinela. Atualmente, a realiza- ção de cirurgias diagnósticas é um indicador de qualidade estabelecido pela European Society of Breast Cancer Specialists (Eusoma)(18) e pela American Society of Breast Surgeons (ASBS)(19) – quanto menor o número de cirurgias diagnósticas realizadas, melhor é a avaliação do desempenho do cirurgião oncológico. Biópsia punch Consiste na retirada de pequeno fragmento de pele por anestesia local utili- zando-se de instrumental dedicado. Trata-se de método prático, de fácil acesso e baixo custo sendo o de escolha para investigação de lesões cutâneas, poden- do ser também utilizada em lesões cutâneas mamilares. Métodos para guiar o procedimento As lesões mamárias podem ser abordadas por US, MG, RM, TM e MG contrasta- da (CEM). Escolhemos o método com base na visualização adequada da lesão, no conforto para a paciente, na disponibilidade, no custo e na segurança. Nesse contexto, sempre que possível, escolhemos a US para realizarmos os procedi- mentos guiados. A orientação será feita por MG, RM, TM ou CEM apenas para as lesões demonstradas exclusivamente por esses métodos. Mesmo para as lesões que não tenham sido detectadas em uma US de rastreamento, pode- mos realizar uma nova avaliação ultrassonográfica após ter sido detectada por outro método imaginológico. A essa avaliação dá-se o nome de US dirigida ou US second look. É muito útil em lesões detectadas pela RM, mas também em lesões detectadas por MG, TM ou CEM. A cirurgia de lesões não palpáveis re- quer alguma forma de localização pré-operatória que pode ser realizada com fio-guia, corante ou radioisótopo. Tipo de lesões a serem biopsiadas Veja, agora, cada lesão individualmente e a melhor escolha de biópsia de acor- do com as evidências. Na prática, é assim que o problema se apresenta: 7 CNE em Imaginologia Mamária Protocolos Febrasgo | Nº22 | 2025 • Nódulos: são as lesões mamárias mais comuns que recebem indicação de biópsia. A biópsia cirúrgica não é melhor que as BPs para os nódulos mamá- rios.(20,21) Evidências favorecem a segurança da BF orientada por US (BF-US) na abordagem de nódulos sólidos.(6,22-25) Para lesões menores (1cm ou me- nos), excisão percutânea com auxílio de vácuo ou outro dispositivo aprimo- rado de aquisição de tecido, com a colocação de um dispositivo de marcação (por exemplo: clipe), deve ser considerada.(3)Erros de amostragem e taxas de subestimação podem ser reduzidos com a VAB,(10-13) embora ensaios clí- nicos randomizados para comparar essas técnicas com a BF padrão não te- nha sido relatados. Para nódulos suspeitos maiores (maiores que 1 cm), BF de agulha 14G é, muitas vezes, suficiente.(2) A VAB orientada por US pode ser solicitada na abordagem dos nódulos mamários.(24) O rol de procedimen- tos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) garante cobertura obrigatória de VAB pelos planos de saúde para toda lesão Categoria 4 ou 5 do ACR Bi-Rads quando preenchido pelo menos um dos critérios: lesões/al- terações não palpáveis, de qualquer tamanho; lesões/alterações palpáveis de até 1,5cm; lesões/alterações palpáveis maiores do que 1,5cm, quando houver dúvida diagnóstica após a BF.(26) A taxa de complicações da VAB foi estimada em 2,5%,(27) enquanto a da BF, em 0,2%.(28) A escolha da forma de biópsia para nódulos deve ser individualizada para cada paciente e tipo de lesão, considerando-se os seguintes aspectos: acesso, localização, risco de subestimação, disponibilidade e custo. Tanto a BF-US como a VAB são exce- lentes alternativas a serem indicadas conforme cada caso. Ao se deparar na BF com lesões de potencial de malignidade incerto, como HDA, neoplasia lobular (NL), atipia epitelial plana (AEP), lesões papilíferas, lesões esclero- santes complexas/cicatriz radial e lesões fibroepiteliais celulares, deve-se lembrar que VAB/VAE, nesses casos, apresentam menores taxas de subesti- mação,(16) e, ao se ressecar completamente a lesão, na ausência de maligni- dade, o procedimento cirúrgico pode potencialmente ser evitado. 8 Biópsias mamárias Protocolos Febrasgo | Nº22 | 2025 • Calcificações: são o segundo tipo de lesão mamária mais comum a rece- ber indicação de biópsia. Em algumas situações, as calcificações podem ser vistas por US, principalmente se forem associadas a nódulos sólidos. Nesses casos, a lesão funciona como um nódulo e pode ser biopsiada por US, lembrando que é obrigatório radiografar os fragmentos retirados para confirmar a presença de calcificações representativas. Um autor em nosso meio verificou até 37% dos focos de calcificações em uma revisão ultrassonográfica.(29) Essa taxa de identificação das calcificações precisa ser reproduzida por outros autores para ser considerada universal, mas mostra como a abordagem por US pode ser importante em lugares onde a estereotaxia não está disponível. No entanto, a maioria das calcificações só aparecerá por meio da MG, portanto a biópsia precisará ser dirigida por estereotaxia. A estereotaxia consiste na triangulação/localização compu- tadorizada da lesão pela MG, fornecendo suas coordenadas espaciais (X, Y e Z). Os equipamentos de estereotaxia podem ser acoplados aos mamó- grafos verticais (add on) ou em mesa (horizontal) dedicada. A abordagem percutânea, que requer estereotaxia, pode ser feita VAB ou VAE. A BF é evitada nesses casos pelo risco de falha de amostragem e subestimação. Uma revisão sistemática realizada em 2011(30) verificou que um em qua- tro diagnósticos de CDIS à BF era subestimação de carcinoma invasor na peça cirúrgica. Outra metanálise e revisão sistemática demonstra que a taxa de subestimação em HDA e CDIS foi de 20,9%.(31) Dessa forma, a técnica preferencial para biopsiar calcificações é a VAB/VAE orientada por estereotaxia, que combina um procedimento minimamente invasivo com menor taxa de subestimação e menor risco de erro de amostragem que a BF. Quando a estereotaxia não estiver disponível, e a paciente não quiser se deslocar para um centro de diagnóstico mamário, restará realizar a ex- cisão cirúrgica sob localização pré-operatória, que pode ser realizada pela técnica biplanar em MG. 9 CNE em Imaginologia Mamária Protocolos Febrasgo | Nº22 | 2025 • Lesões sólido-císticas: antigamente chamadas de cistos complexos, são lesões que têm um componente sólido e um cístico. Incluem nódulos sóli- dos com um componente de necrose, lesões vegetantes intracísticas e pe- quenas vegetações intraductais. Lesões com um grande componente sóli- do podem ser abordadas por BF, entretanto o risco de subestimação da BF nesses casos é maior quanto maior for a lesão. Lesões sólido-císticas apre- sentam menor risco de subestimação com VAB.(25) Em geral, lesões com pequenas vegetações intracísticas ou intraductais são melhor abordadas com VAB. Entretanto, alguns autores argumentam que o seguimento nes- ses casos pode ser adequado.(32) A cirurgia, como abordagem inicial, deve ser preterida. Quando a BF de lesões sólido-císticas mostrar diagnóstico de papilomas, lesão esclerosante complexa, cicatriz radial, hiperplasias atípicas, entre outras de potencial de malignidade incerto (B3), o consen- so internacional e o National Health Service recomendam VAE.(16,33,34) • Distorções de arquitetura e assimetrias em desenvolvimento: sabe-se que essas lesões tendem a ser heterogêneas e requerem obtenção de mais te- cido para uma análise adequada. Quando visíveis por US, podem ser aces- sadas por BF ou BVA, entretanto as taxas de subestimação da BF são maio- res. Distorções de arquitetura vistas somente à MG devem, se possível, ser amostradas por tomobiópsia ou biópsia tridimensional (que utiliza o re- curso da TM). Distorções de arquitetura são lesões de difícil triangulação na estereotaxia convencional, sendo maior a chance de uma amostra não significativa. A tomobiópsia apresenta ótimos resultados para distorções de arquitetura(35) e tem sido considerada método de escolha nesses casos. Porém, há pouca disponibilidade e, na sua ausência, deve-se optar pela cirurgia diagnóstica ou pela biópsia estereotáxica, quando esta mostrar segurança na triangulação da lesão. • Linfonodos: uma metanálise relatou acurácia aceitável da PAAF na avalia- ção dos linfonodos axilares,(36) mas um estudo bem controlado mostrou 10 Biópsias mamárias Protocolos Febrasgo | Nº22 | 2025 sensibilidade maior da BF (82,2%) que da PAAF (72,5%).(37) A maioria dos linfonodos a ser biopsiada encontram-se no nível I – com adequado posi- cionamento da paciente e domínio dos dispositivos de biópsia (pode-se, nesses casos, utilizar as agulhas semiautomáticas descartáveis em que controlamos a localização da ponta da agulha), sendo um procedimento seguro e de fácil realização. Contudo, questões de segurança e técnica são importantes nessa escolha em cada serviço. Caso se suspeite de câncer não mamário, especialmente de linhagem linfomatosa, deve-se preferir a BF. Na presença de carcinoma oculto de mama (câncer de mama com ma- nifestação axilar isolada), também é necessária a BF para realizar estudo imunoistoquímico. • Lesões visibilizadas apenas por RM: quando uma lesão é detectada por RM, o primeiro passo é reavaliá-la por meio da US, que encontrará muitas dessas lesões – no entanto 23% delas permanecerão exclusivas da RM. Quando a lesão não é demonstrada na US, seu valor preditivo positivo, embora caia de 43% para 15%,(34) ainda exige que essas lesões sejam biop- siadas sob a orientação da RM. Essas biópsias são tecnicamente sofistica- das, caras e pouco disponíveis, e é uma boa prática avisar a paciente que fará RM desse fato antes da realização do exame. As biópsias guiadas por RM são sempre assistidas a vácuo, e esse é um procedimento também de cobertura obrigatória pelos planos de saúde. • Lesões de potencial de malignidade incerto à BF (denominadas lesões B3 pelo Royal College of Pathologists [RCPA]): quando o resultado de uma BF é uma lesão de potencial de malignidade incerto, necessitamos de uma nova biópsia por meio de VAB/VAE para a ressecção completa da lesão. A taxa de subestimação de malignidade da BF para lesões B3 varia de 8 a 36%, conforme a lesão, sendo muito reduzida na VAB/VAE.(16,18,25) Não existe limite de tamanho para indicação de VAB/VAE para lesões de potencial de malignidade incerto (lesões B3).(3,16,33, 38) O uso terapêutico da VAE 11 CNE em ImaginologiaMamária Protocolos Febrasgo | Nº22 | 2025 é uma alternativa à excisão cirúrgica para maioria das lesões de potencial de malignidade incerto, lesões intraductais ou intracísticas, lesões mucinosas e algumas lesões hiperplásicas. A vantagem da VAE reside em fornecer uma abordagem terapêutica percutânea minimamente invasiva e, portanto, menos dispendiosa, do que uma biópsia cirúrgica aberta para a paciente e o sistema de saúde financiador. • Tumores filoides benignos: uma recente metanálise comparou excisão cirúrgica a excisão percutânea guiada por ultrassom (VAE) para o trata- mento de tumores filoides benignos usando recorrência local como des- fecho primário. Foram avaliadas 778 mulheres, sendo que 439 (56,4%) foram submetidas à excisão cirúrgica e 339 (43,6%) a VAE.(39) As taxas de recorrência local não foram estatisticamente significativas entre excisão cirúrgica e VAE (34 de 439 e 41 de 339; razão de chances de 1,3; p=0,29), demonstrando que a VAE é uma alternativa segura para o tratamento de lesões fibroepitelias celulares e tumores Phyllodes benignos passíveis de ressecção completa percutânea.(33,39) 12 Biópsias mamárias Protocolos Febrasgo | Nº22 | 2025 Fluxograma de conduta Recomendações finais Podemos utilizar o Sistema de Classificação da Força de Evidências Científicas cao (GRADE) para indicar quais biópsias devem ser escolhidas. Recomendação “A” ge- ralmente reflete o mais alto grau de evidência e a recomendação “C” normalmente se baseia em estudos com menor qualidade ou evidências indiretas. (40) Prefira BPs a biópsias cirúrgicas em geral (A). Para nódulos sólidos, o padrão-ouro é amostra histológica obtida por BF ou VAB/VAE orientada por US (A). Considere a indicação de BF levando em con- ta acesso, localização, disponibilidade e custo. Para calcificações, o padrão-ouro é a VAB/VAE orientada por estereotaxia (A). Não havendo disponibilidade, a cirurgia sob localização pré-operatória é uma alternativa segura para obtenção de material (A). A paciente, no entanto, deve ser informada da sua maior morbidade para decidir se prefere se deslocar para um centro de diagnóstico mamário para ser submetida à VAB/VAE. 13 CNE em Imaginologia Mamária Protocolos Febrasgo | Nº22 | 2025 Em casos de calcificações demonstradas em US de revisão, prefira VAB orientada por US. A indicação deve ser individualizada conforme cada caso. Para lesões sólido-císticas o padrão-ouro é a VAB/VAE orientada por US (A). A BF orientada por US pode ser utilizada se o componente sólido for gran- de, mas a VAB apresenta menores taxas de subestimação para esse grupo. Para distorções de arquitetura, prefira VAB orientada por TM, se dispo- nível (C). Para linfonodos, prefira a BF. Caso não disponível/exequível siga com a PAAF (C). Se necessário diagnóstico histológico e nem estudo imunoistoquími- co (suspeita de linfoma ou carcinoma oculto de mama, por exemplo), deve-se sempre indicar BF. Lesões de potencial de malignidade incerto na BF devem ser submetidas a VAE ou biópsia cirúrgica, conforme disponibilidade (B). Tumores filoides benignos passíveis de ressecção percutânea completa podem ser tratados por VAE como alternativa (A). Sempre avalie a concordância entre a clínica, a imagem e a anatomia pa- tológica (A). Lesões vistas apenas por meio de RM precisarão ser submetidas a VAB orientada por RM (C). Referências 1. Brasil. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca). Parâmetros técnicos para o rastreamento do câncer de mama. Rio de Janeiro; 2021 [citado 2024 Jul 1]. Disponível em: parametros_tecnicos_rastreamento_cancer_mama_2021.pdf (saude.gov.br) 2. Wang M, He X, Chang Y, Sun G, Thabane L. A sensitivity and specificity comparison of fine needle aspiration cytology and core needle biopsy in evaluation of suspicious breast lesions: A systematic review and meta-analysis. Breast. 2017;31:157-66. 3. The American Society of Breast Surgeon. Consensus Guideline on Image-Guided Percutaneous Biopsy of Palpable and Nonpalpable Breast Lesions. [cited 2024 Jul 1]. Available from: Consensus- Guideline-on-Image-Guided-Percutaneous-Biopsy-of-Palpable-and-Nonpalpable-Breast-Lesions.pdf (breastsurgeons.org) 4. Yu YH, Wei W, Liu JL. Diagnostic value of fine-needle aspiration biopsy for breast mass: a systematic review and meta-analysis. 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