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Resumo Karla Barreto N2 OSCE 
 
 ⚕EXAME FISICO DE ABDOME 
Exame Físico Abdome 
Preparação e abordagem inicial 
1. Apresentação 
 “Olá, sou a Karla, estudante de Medicina. Vou 
realizar o exame físico abdominal. 
2. Higiene e privacidade 
 Considere minhas mãos higienizadas e 
aquecidas, ajude a subir na maca. 
 Peça para levantar a camiseta até o processo 
xifoide e baixar a cintura até a região pélvica, 
mantendo a genitália coberta. 
 Posicione o paciente em decúbito dorsal, 
braços ao lado ou cruzados sobre o peito, 
pernas estendidas 
3. Material e posição do examinador 
 O examinador deve estar a direita do paciente 
para a maioria das manobras. 
4. Observações iniciais 
 Observe: estado geral, distensão abdominal, 
desconforto, respiração superficial, posição 
antálgica, presença de dispositivos (curativos, 
drenos), sonda, cicatrizes. 
 Frase para a prova: “Vou começar com 
inspeção geral do abdome.” 
 
1 — INSPEÇÃO 
O quê avaliar: 
 Forma e contorno: plano, distendido, escavado, 
globoso, em “barriga d’água”. 
 Movimentos: respiratórios, peristaltismo visível 
(geralmente não evidente), pulsação (aorta) — 
observar abaulamentos ou frêmito. 
 Pele: cicatrizes, estrias, hematomas 
(ecchymoses), sinais de icterícia, petéquias, 
linhas de sangue venoso (circulação colateral), 
telangiectasias. 
 Hérnias: bulhas em região inguinal, cicatricial ou 
umbilical (peça para tossir). 
 Assimetria: massa localizada visível (tumor, 
hérnia, voluminous órgão). 
Cicatriz umbilical: 
 Normal: central, deprimida, sem secreção. 
 Alterada: abaulada (hérnia umbilical), deslocada 
(tumor/gestação/ascite), inflamada (onfalite), 
cicatricial (cirurgias). 
Frases: 
 Normal: “À inspeção o abdome está em contorno 
plano, simétrico, sem visíveis massas, sem 
abaulamentos e cicatrizes recentes ou circulação 
colateral, com cicatriz umbilical centralizada e 
deprimida, movimentos respiratórios normais, 
coloração normal.” 
 
 Alterado: “À inspeção há distensão abdominal 
difusa / abaulamento em quadrante superior 
direito compatível com massa / hérnia umbilical 
visível de 3 cm que aumenta à tosse.” 
Observação prática: peça para o paciente segurar a 
respiração curta ou tossir para evidenciar hérnia 
 
 
 
 
 Resumo Karla Barreto N2 OSCE 
 
 
2 — AUSCULTA 
Ordem: antes da percussão/palpação (para não 
alterar sons). 
Pontos principais e o que escutar: 
1. Quadrante Superior Direito (QSD): 
o Sons hidroaéreos (intestino delgado e cólon 
ascendente). 
o Possível sopro sobre artéria hepática ou 
renal direita. 
2. Quadrante Superior Esquerdo (QSE): 
o Sons intestinais + sopro sobre artéria 
esplênica. 
3. Quadrante Inferior Direito (QID): 
o Sons do ceco e íleo terminal. 
4. Quadrante Inferior Esquerdo (QIE): 
o Sons do cólon descendente e sigmoide. 
5. Região epigástrica (linha média): 
o Sopro da aorta abdominal (aneurisma se 
audível). 
 Normais: ruídos hidroaéreos presentes (5–
34/min). 
 Hipoativos: íleo paralítico, peritonite. 
 Hiperativos: diarreia, obstrução intestinal. 
 Ausentes: íleo paralítico completo. 
 
 
 
O quê avaliar: 
 Ruídos hidroaéreos (peristaltismo): presentes, 
aumentados (íleo irritativo), diminuídos (íleo 
paralítico), ausentes. Anote frequência e 
qualidade (borborigmos). 
 Sopro: sopros vasculares (aorta, artérias renais, 
iliaca) — use diafragma e se ouvir sopro, 
documente localização e intensidade. 
Como narrar: 
 Normal: “Ausculta abdominal com ruídos 
hidroaéreos presentes, de padrão e frequência 
normais, de 5 a 34/min, sem sopros audíveis.” 
 
 Alterado: “Ruídos diminuídos/ausentes em todos 
os quadrantes — sugestivo de íleo paralítico” ou 
“ruídos aumentados (hiperativos), borborigmos, 
sugestivos de obstrução intestinal”. 
Dica OSCE: ausculte em pelo menos 4 quadrantes 
(direito superior, esquerdo superior, direito inferior, 
esquerdo inferior) por ~15–30 segundos cada. 
 
 
 
 
 
 
 
 Resumo Karla Barreto N2 OSCE 
 
 
3 — PERCUSSÃO 
Objetivos: avaliar grosseira de ar/fluido/órgão, 
limites de fígado e baço, presença de macicez ou 
timpanismo, tumores, ascite (sinais especiais). 
Percuta suavemente, comparando timpanismo (gás) 
e macicez (órgãos). 
Manobras e o que procurar: 
 Percussão generalizada: timpanismo predomina 
(intestino), macicez sobre órgãos ou massa. 
 Percussão de fígado: localizar borda superior e 
inferior para medir altura do fígado no 
hemiclavicular direito. Valor aproximado normal: 
6–12 cm (varia). 
o Normal: som timpânico acima e maciço no 
fígado; borda inferior ~na linha médio 
clavicular entre costela e rebordo. 
o Alterado: hepatomegalia (aumento da 
altura) ou deslocamento da borda 
(tumor/ascite). 
 Percussão de baço (traço/hipersplenismo): 
timpanismo na área do baço normalmente; 
macicez pode sugerir esplenomegalia. 
Espaço de Traube 
 Área semicircular entre a 6ª costela, linha 
axilar anterior e rebordo costal esquerdo. 
Percussão centrífuga 
 Percute-se do centro para os flancos → transição 
de som timpânico para maciço = líquido livre 
(ascite). 
 Ao mudar o decúbito lateral e o som se deslocar 
→ sinal da macicez móvel positivo. 
Sinal de Jobert 
 Desaparecimento do som timpânico habitual 
sobre o fígado → indica pneumoperitônio (gás 
livre sob o diafragma). 
 Percussão por macicez localizada pode indicar 
massa sólida ou órgão aumentado. 
 Shifting dullness (sinal de macicez móvel): 
para ascite. 
o Técnica: percutir do centro para os flancos; 
marque limite macicez/timpanismo; peça 
para paciente virar de lado e repita; se o 
limite se deslocar -> positivo para líquido 
livre. 
o Narração: “Teste de deslocamento de 
macicez positivo, compatível com ascite”. 
 Sinal de matidez móvel / golpe de fluido (fluid 
thrill): colega apoia mão no centro do abdome e 
você bate lateralmente; onda palpável indica 
ascite volumosa. 
 Percussão para massa/abdome doloroso: fazer 
suavemente, avaliar sensibilidade. 
Frases: 
 Normal: “Percussão: considere que fiz a 
hepatimetria e o valor normal seria entre 6-12cm 
da linha hemiclavicular e 4-8cm da linha media 
esternal, timpanismo predominante nas áreas de 
percussão, sem áreas de macicez patológica; 
medida de fígado dentro dos limites esperados e 
espaço de Traube livre, ou seja, timpânico” 
 
 Alterado: “Shifting dullness positivo, macicez 
móvel — compatível com líquido intraperitoneal; 
hepatomegalia à percussão.” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Resumo Karla Barreto N2 OSCE 
 
4 — PALPAÇÃO 
Divida em palpação superficial e profunda. Sempre 
observe expressão facial do paciente (dor), peça para 
avisar se doer, se tem lugar que doi. 
A) Palpação superficial (tocar gentilmente toda a 
superfície): 4 quadrantes 
 Objetivo: identificar dor à palpação, resistência 
involuntária (defesa), massas superficiais, 
sensibilidade cutânea. 
 Técnica: palmas leves, movimentos em círculos; 
quatro quadrantes. 
 Achados: defesa voluntária (paciente tenso por 
dor) vs defesa involuntária (rigidez) — defesa 
involuntária é sinal de irritação peritoneal. 
B) Palpação profunda: 
 Objetivo: localizar órgãos, massas profundas e 
avaliar dor profunda. 
 Técnica: duas mãos (uma por cima da outra) , 
mão dominante embaixo, para maior pressão; 
palpe profundamente em quadrantes. 
 Avaliar: baço, fígado (bordas), massas pulsáteis, 
abaulamentos, dor localizada. 
Frases: 
 Normal: “Palpação superficial e profunda sem 
defesa involuntária; sem massas palpáveis; 
fígado e baço não palpáveis, sem sensibilidade e 
sem alteração de temperatura.” 
 
 Alterado: “Defesa involuntária presente no QID 
(quadrante inferior direito) com dor à palpação 
profunda; massa palpável 5 cm em quadrante 
superior esquerdo, móvel e não pulsátil.” 
C) Palpação específica de órgãos: 
 Fígado: técnica de palpação subcostal 
(Manobra de Hunt): mão direita em gancho 
abaixo do rebordo costal direito, peça para 
inspirar — sentir borda hepática. 
 Normal: borda lisa, não dolorosa, 
palpávellevemente em hiperlaxos. 
 Alterado: borda dura, nodular, dolorosa, 
deslocada (hepatomegalia, congestão). 
 Baço: palpe no quadrante superior esquerdo, 
peça para inspirar; esplenomegalia: baço 
palpável abaixo do rebordo costal. 
 Rim/pole: palpação bimanual dos flancos para 
massa renais; massa móvel pode sugerir rim. 
 Aorta abdominal: palpe com ambas mãos ao 
nível epigástrico para pulsação; aneurisma se 
pulsação expansiva >3 cm (em exame clínico, 
sensação de abaulamento dilatado). 
 Hérnias inguinais/umbilicais: palpar enquanto 
pede para tossir; avaliar reponibilidade e 
dolorabilidade. 
 Gerenciamento da dor localizada: palpar o 
quadrante doloroso por último. 
Dica OSCE: descreva sempre localização precisa 
(por exemplo QID, QSD, epigástrio, região 
periumbilical). 
5 — MANOBRAS DE IRRITAÇÃO PERITONEAL / 
SINAIS ESPECIAIS 
 Sinal de Blumberg (rebound): pressione 
lentamente onde dói e solte de repente; dor em 
soltura = peritonite. 
o Narrativa: “Sinal de Blumberg positivo” → 
irritação peritoneal. 
 Sinal de Murphy: para colecistite aguda — palpar 
ponto de Murphy (hipocôndrio direito) e pedir 
inspiração; parada inspiratória por dor = positivo. 
 Rovsing: pressão no QIE causando dor no QID = 
apendicite. 
 Psoas: pedir ao paciente elevar a perna direita 
contra resistência ou estender a perna com o 
examinador aplicando resistência — dor indica 
psoas inflamado, possível apendicite retrocecal. 
 Obturador: flexionar quadril e rodar internamente 
a coxa — dor sugere abscesso pélvico ou 
apendicite pélvica. 
 CVA (sensibilidade no ângulo costovertebral): 
percutir dorso para avaliar pielonefrite ou litíase 
renal. 
 Sinal do toque retal (se indicado): avalia massa 
pélvica, sangue oculto, próstata; realizar com luva 
e lubrificante. 
 Normal: “Sinais de irritação peritoneal ausentes 
(Blumberg negativo, Murphy negativo).” 
 Alterado: “Murphy positivo → sugestivo de 
colecistite; Blumberg positivo → irritação 
peritoneal. CVA positivo → dor à percussão do 
ângulo costovertebral.”

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