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COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO QUESTÕES OBJETIVAS DE G1 – PARTE 1- PESO: 4,0 18/08 A 24/09 RESPONDA ÀS QUESTÕES DIRETAMENTE NO CRONOGRAMA DE ATIVIDADES DA DISCIPLINA ( ATIVIDADES AVALIATIVAS DE G1 ) NÃO ENVIE RESPOSTAS POR E-MAIL Instrução: As questões 1 a 5 baseiam-se no fragmento do texto Delírios de grandeza, de Cláudio Moreno, publicado no jornal Zero Hora em 07/2007. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 Confundir o mundo dos deuses com o mundo dos homens era, na Grécia antiga, o caminho mais seguro para a própria perdição. Fosse por orgulho ou soberba, quem ultrapassava esses limites condenava-se - a si e a toda a família - a um final exemplarmente trágico. Os gregos sabiam que as vítimas preferidas deste tipo de loucura eram os reis e os tiranos, pois o ar rarefeito que se respira nas altitudes do poder acaba afetando a mente dos mais tolos, que passam a se julgar verdadeiras divindades. No entanto, Roma, que veio logo depois, já não era tão prudente; o poder absoluto dos imperadores romanos, impensável no mundo grego, tornou muito mais frequente essa perigosa fantasia. No começo os imperadores só eram deificados depois de mortos, mas logo o hábito se estendeu também aos vivos, e Júlio César e Tibério, por exemplo, não se opuseram a que construíssem templos dedicados especialmente para adorá-los. Calígula, que Suetônio chama de "monstro", levou esta loucura ao extremo: mandava decapitar as estátuas dos deuses e nelas colocar a sua própria cabeça. Passava horas a dialogar com a estátua de Júpiter, a quem tratava como igual; gabava-se de ter sido coroado pela própria Nike, a deusa da Vitória, e dizia que era íntimo amigo de Selene, a deusa da Lua, com quem trocava beijos e abraços. Um dia, chegou ao ponto de confidenciar a seus convidados que tinha feito amor com a própria deusa, e perguntou se eles não o tinham visto no céu, durante o ato - ao que um deles, homem tão hábil quanto zombeteiro, respondeu: "Não, meu senhor, porque aquilo que os deuses fazem uns com os outros não chega até nós, simples mortais!". Um de seus sucessores, o imperador Vespasiano, que era superior a essas tolices, ainda encontrou coragem para pronunciar, pouco antes de morrer, palavras que demonstravam uma ironia e um bom-humor admiráveis para hora tão extrema: "Xi, acho que estou virando um deus!". No Novo Mundo, como era de esperar, esses delírios de grandeza encontraram solo fértil. Lopes de Gomara, o cronista que acompanhou a sangrenta conquista da América Espanhola, conta que os reis astecas, quando eram coroados, costumavam fazer um juramento que o próprio Calígula julgaria exagerado: "Prometo que o Sol, durante toda a minha vida, manterá seu curso e conservará seu calor e seu brilho, que as nuvens fornecerão as chuvas, que os rios não pararão de correr e que a terra continuará a produzir os seus frutos". Atacados pelo mesmo vírus, dezenas desses deuses de opereta apareceram no céu de nossas tristes Américas, para cair logo adiante, como aqueles balões juninos que a própria chama consome. [...] 1. Assinale a alternativa que contém informações corretas sobre o texto de Moreno. (A) O ar que se respirava na Grécia antiga afetava o juízo dos mais tolos, que passavam a julgar as divindades. (B) O reino romano era muito prudente e o poder dos imperadores era absoluto. (C) Inicialmente, os imperadores eram deificados somente após sua morte, todavia, com o tempo, o hábito se estendeu também aos vivos, e Júlio César e Tibério, por exemplo, aprovaram a construção de templos, especialmente, dedicados para adorá-los. (D) Nike, a deusa da Lua, e Selene, a deusa da Vitória, amavam Calígula. (E) Calígula chamava Suetônio de monstro porque este mandava decapitar as estátuas dos deuses. 2. Qual é o gênero ou tipologia textual do texto de Moreno? (A) Crônica (B) Fábula. (C) Ensaio. (D) Novela. (E) Artigo acadêmico. 3. Como está estruturado o texto de Cláudio Moreno? (A) Trata-se de um ensaio, pois o autor apresenta sua opinião, que explora e desenvolve ao longo dos parágrafos. (B) Trata-se de um texto lírico, pois o autor desenvolve o texto a partir de figuras construídas sob o ponto de vista subjetivo. (C) Trata-se de um texto argumentativo, pois o autor apresenta o ponto de vista de Calígula, que passa a ser explorado e desenvolvido ao longo dos parágrafos. (D) Trata-se de uma narrativa, pois o texto é composto por ações e personagens. (E) Trata-se de uma notícia cujo objetivo principal é a informação. 4. O texto literário possui, dentre outras características, a conotação, isto é, as palavras possuem sentidos figurados. Assinale a alternativa cujo trecho sublinhado possui sentido figurado. (A) No começo os imperadores só eram deificados depois de mortos, mas logo o hábito se estendeu também aos vivos [...] (B) Passava horas a dialogar com a estátua de Júpiter, a quem tratava como igual; gabava- se de ter sido coroado pela própria Nike, a deusa da Vitória, e dizia que era íntimo amigo de Selene, a deusa da Lua, com quem trocava beijos e abraços. (C) [...] o imperador Vespasiano, que era superior a essas tolices, ainda encontrou coragem para pronunciar, pouco antes de morrer, palavras que demonstravam uma ironia e um bom-humor admiráveis [...] (D) Lopes de Gomara, o cronista que acompanhou a sangrenta conquista da América Espanhola, conta que os reis astecas, quando eram coroados, costumavam fazer um juramento que o próprio Calígula julgaria exagerado [...] (E) Atacados pelo mesmo vírus, dezenas desses deuses de opereta apareceram no céu de nossas tristes Américas, para cair logo adiante, como aqueles balões juninos que a própria chama consome. 5. Tendo em vista a leitura do capítulo cinco, do livro da disciplina, marque a alternativa que contém pelo menos uma palavra, cuja acentuação foi alterada conforme o Novo Acordo Ortográfico. (A) Tragédia; hábil; admiráveis; América. (B) Paranoia; família; Júlio; Tibério. (C) Vítimas; Suetônio; Calígula; estátua. (D) Vitória; Júpiter; hábil; família. (E) Íntimo; vírus; fértil; delírios. 6. Qual das palavras abaixo sofreu modificação quanto ao uso do hífen após o Acordo Ortográfico? (A) Mini-saia. (B) Minissaia. (C) Mal-educado. (D) Maleducado. (E) Bem-vindo. Instrução: As questões 7 a 10 baseiam-se no poema Eros e Psiquê, de Fernando Pessoa, disponível no site http://www.insite.com.br/art/pessoa/cancioneiro/182.php Conta a lenda que dormia Uma Princesa encantada A quem só despertaria Um Infante, que viria De além do muro da estrada. Ele tinha que, tentado, Vencer o mal e o bem, Antes que, já libertado, Deixasse o caminho errado Por o que à Princesa vem. A Princesa Adormecida, Se espera, dormindo espera, Sonha em morte a sua vida, E orna-lhe a fronte esquecida, Verde, uma grinalda de hera. Longe o Infante, esforçado, Sem saber que intuito tem, Rompe o caminho fadado, Ele dela é ignorado, Ela para ele é ninguém. Mas cada um cumpre o Destino Ela dormindo encantada, Ele buscando-a sem tino Pelo processo divino Que faz existir a estrada. E, se bem que seja obscuro Tudo pela estrada fora, E falso, ele vem seguro, E vencendo estrada e muro, Chega onde em sono ela mora. E, inda tonto do que houvera, À cabeça, em maresia, Ergue a mão, e encontra hera, E vê que ele mesmo era A Princesaque dormia. 7. Marque a alternativa correta, tendo em vista a leitura atenta do poema. (A) O Príncipe ergue a mão e se toca e, ao tocar-se, descobre que a Princesa adormecida, que seus passos buscavam, era mesmo ele o que buscava. (B) As palavras do poeta realizaram o sonho da Princesa. (C) Há um mistério enorme no poema, que trata da relação de amor e ódio entre dois Deuses gregos. (D) Eros perde a batalha e não conquista Psiquê. (E) Há uma história de amor frustrado na relação entre Eros e Psiquê. 8. Com base no segundo capítulo do livro da disciplina, marque a resposta correta. (A) O poema de Fernando Pessoa é um texto essencialmente puro e pertence ao gênero lírico. (B) O texto de Pessoa pertence ao gênero lírico e se constitui heterogêneo porque narra uma história antiga. (C) O texto de Pessoa pertence ao gênero lírico e possui intertextualidade com a cultura grega, na medida em que o poeta conta a história de Eros, o deus do amor, filho de Afrodite. (D) O texto de Fernando Pessoa recupera com a cultura romana, sendo, pois, um texto essencialmente descritivo. (E) O poeta, em Eros e Psiquê, conta uma história de amor que contém muitos diálogos. 9. Tendo em vista o capítulo quatro do livro da disciplina, assim como a leitura do texto de Fernando Pessoa, leia as afirmações que seguem e marque a alternativa correta. I – O texto épico segue uma estrutura narrativa, isto é, texto regido por sequências de ações que acontecem em um determinado tempo e espaço. Eros e Psiquê se enquadra nessa categoria. II - O texto lírico é considerado como aquele escrito a partir de versos que valorizam a musicalidade das palavras, ao mesmo tempo em que aborda temática mais subjetiva e intimista, como é o caso de Eros e Psiquê. III - O traço mais importante do poema é, sem dúvida, a sonoridade. Eros e Psiquê encanta também pelo ritmo e intensa musicalidade, conferidos pelas rimas externas e internas. Está (ão) correta (s): (A) Somente a I. (B) Somente a II. (C) Somente a III. (D) Somente II e III. (E) I, II e III. 10. A partir da leitura do capítulo quatro, podemos perceber o poder sugestivo das figuras de linguagem nos textos literários. Marque a alternativa que contém verso (s) com linguagem denotativa. (A) “Sonha em morte a sua vida”... (B) “E orna-lhe a fronte esquecida,/Verde, uma grinalda de hera.” (C) “Pelo processo divino/Que faz existir a estrada.” (D) “À cabeça, em maresia,/Ergue a mão, e encontra hera...” (E) “Ela para ele é ninguém...”
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