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Histórico de Controle de Constitucionalidade 1) Supremacia da Constituição 2) Ocorre nulidade de lei que contrarie a constituição 3) O poder judiciário é o intérprete final da constituição Efeitos -Lei declarada inconstitucional não deverá ser aplicada -Ato inconstitucional é ato nulo de pleno direito *Nulo porque há vício de origem e impossibilidade de convalidação do ato. -A sentença que a inconstitucionalidade é a sentença declaratória, pois reconhece situação que preexiste a inconstitucionalidade. Portanto tem efeitos retroativos (ex tunc) Classificação 1) Quanto a natureza do órgão julgador a) Político: Exercido por órgão que não fazem parte do poder judiciário. Exemplo: Na França o controle de constitucionalidade é político. b) Judicial: Exercido por órgãos do poder judiciário, modelo adotado pela grande maioria dos países, inclusive o Brasil 2) Quanto ao momento que é Exercido a) Preventivo: É exercido antes do aperfeiçoamento do ato ou edição da lei tido como inconstitucional. b) Repressivo: É exercido após o aperfeiçoamento do ato ou edição da lei tida como inconstitucional. Obs: Ambos os tipos podem ocorrer no Brasil. 3) Quanto ao número de órgãos. a) Difuso (Americano): Todo e qualquer magistrado sendo ente competente para declarar constitucionalidade ou inconstitucionalidade de lei ou atos normativos. b) Concentrado (Europeu): Um único órgão competente para declarar inconstitucionalidade ou constitucionalidade de leis ou atos normativos. 4) Quanto a posição de inconstitucionalidade em relação ao processo a) Incidental (concreto): Pressupõe a existência de um caso concreto b) Direto (abstrato): A "relação de inconstitucionalidade" no contexto do processo direto refere-se ao controle concentrado de constitucionalidade, que tem como objetivo principal declarar se uma lei ou ato normativo é ou não compatível com a Constituição Federal. Esse controle é exercido de forma abstrata, ou seja, sem a necessidade de um caso concreto, e diretamente perante o Supremo Tribunal Federal (STF) por meio de ações específicas. Inconstitucionalidade formal e material Por Ação: incompatibilidade dos atos inferiores com a constituição. a) Formal: órgão que elabora a lei não tem competência b) Material: Lei editada que viola matéria prevista na constituição. Por Omissão: Decorre da inércia do poder legislativo na regulamentação das normas constitucionais de eficácia limitada. Tipos de inconstitucionalidade a) Por Ação: feito lei em desacordo com a constituição b) Por Omissão: existe omissão do legislativo em criar uma lei que é prevista na constituição. c) Material: lei contra o conteúdo da constituição d) Formal: *Orgánica - órgão com competência para criar a lei *Propriamente dita - votar uma lei com Quorum errado. Por exemplo para que uma lei de direitos humanos entre como Emenda constituição precisa de ⅗ dos votos em dois turno, mas duas casas legislativas. Se houver menos votos essa lei não entrará no nosso ordenamento jurídico como E.C. *Falta de pressupostos Objetivos: Medidas provisórias só podem existir em caso de relevância e urgência, se não houver esses pressupostos é inconstitucional. e) Por falta de decoro parlamentar: ex: mensalão (voto comprado) Inconstitucionalidade Total: Toda a lei é considerada inconstitucional Parcial: pode se considerar apenas uma palavra, alínea, inciso, artigo inconstitucional e não a lei inteira Direta: inconstitucionalidade de atos primários - Lei ordinária, lei complementar, medida provisória, emenda constitucional. Indireta: inconstitucionalidade de atos infralegais - resolução, portaria, instrução. Sistemas de Controle 1) Jurisdicional (EUA) - Adotado no Brasil 2) Político (Tribunais Constitucionais) 3) Misto (Judiciário e político) Modelos de Controle de constitucionalidade 1) Concentrado (Europeu): exercido via abstrata - Exercido por um único tribunal ou por um órgão especializado. No Brasil é competência do STF através de ações como ADI, ADC, ADPF, ADO. 2) Difuso (Americano): É feito por qualquer juiz - quase sempre é feito pela via incidental. Obs: No Brasil é adotado os dois modelos de constitucionalidade. Vías de Controle Incidental (defesa ou exceção): O controle incidental de constitucionalidade ocorre de forma indireta, quando o juiz ou tribunal, ao julgar um caso, precisa verificar se uma lei ou ato normativo é compatível com a Constituição para decidir o mérito da causa. Ele não é o objeto principal da ação — é apenas uma questão prévia (incidental). Exemplo: Um cidadão é multado com base em uma lei municipal. Ele entra com ação pedindo para anular a multa. No julgamento, o juiz percebe que a lei usada é inconstitucional — então, incidentalmente, declara a inconstitucionalidade e afasta a aplicação da lei apenas para aquele caso. Via Abstrata (principal ou direta): O controle abstrato de constitucionalidade é aquele em que o objeto principal do processo é verificar se uma lei ou ato normativo é compatível com a Constituição. Diferente do controle incidental (difuso), aqui não existe um caso concreto entre partes — o que se discute é a constitucionalidade da norma em si, de forma abstrata, ou seja, em tese. Em regras há: ● Sistema Difuso pela via incidental ● Sistema concentrado pela via principal Exceção: no Brasil há controle concentrado pela difusa na ADPF (arguição de descumprimento de preceito fundamental) Sistemas de Controle de constitucionalidade judicial na CF/88 É controle judicial, sistema misto Via incidental e difusa (Americana) + via principal e concentrado (Europeu) Controle Difuso 1) Realizado por qualquer juiz ou tribunal em um caso concreto. 2) Declaração de constitucionalidade ocorre de forma incidental 3) Alegação é a causa de pedir e não o pedido Exemplo: plano Collor onde muitos pediram o desbloqueio das contas(poupanças) alegando a inconstitucionalidade do plano. Efeitos da ação no controle Difuso -”Inter partes” - só causa efeito entre as partes que estão no processo - “ex tunc” (é possível modulação) -Pode chegar ao STF por recurso extraordinario. -Se declarado inconstitucional. Senado será comunicado. Legitimidade para entrar com ações sobre controle de constitucionalidade O artigo 103 da Constituição Federal de 1988 trata de quem tem legitimidade para propor ações de controle concentrado de constitucionalidade — ou seja, quem pode entrar com Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) e Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) no Supremo Tribunal Federal (STF). Texto do Artigo 103 da Constituição Federal: > Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: I – o Presidente da República; II – a Mesa do Senado Federal; III – a Mesa da Câmara dos Deputados; IV – a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; V – o Governador de Estado ou do Distrito Federal; VI – o Procurador-Geral da República; VII – o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VIII – partido político com representação no Congresso Nacional; IX – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. Parágrafo único. O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal. Resumo e explicação: O artigo 103 define quem pode questionar leis e atos normativos perante o STF, quando há dúvida sobre sua constitucionalidade. Essas pessoas e entidades são chamadas de legitimados ativos. O objetivo é garantir que apenas autoridades ou entidades com relevância nacional proponham essas ações. O Procurador-Geral da República (PGR) deve sempre serouvido nesses casos, mesmo que não seja ele quem propôs a ação. Sobre as ações ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade Conceito: A ADI é uma ação usada para questionar uma lei ou ato normativo que viola a Constituição Federal. Ela serve para garantir a supremacia da Constituição, ou seja, que nenhuma lei fique acima dela. Finalidade: Declarar inconstitucional (inválida) uma lei ou norma que contrarie a Constituição Federal. Exemplo: Se o Congresso aprova uma lei que fere um direito fundamental previsto na Constituição, alguém com legitimidade pode propor uma ADI no STF. Competência: Quem julga a ADI é o Supremo Tribunal Federal (STF). Quem pode propor (legitimados): Listados no artigo 103 da Constituição, como: Presidente da República Mesas da Câmara e do Senado Governadores e Assembleias Legislativas Procurador-Geral da República Conselho Federal da OAB Partido político com representação no Congresso Confederações sindicais e entidades de classe de âmbito nacional Efeitos da decisão: Efeito erga omnes → vale para todos, não só para as partes do processo; Efeito vinculante → a decisão deve ser seguida por todos os órgãos do Poder Público; Efeito retroativo (ex tunc) → normalmente a lei é considerada inválida desde a sua origem (mas o STF pode modular os efeitos). ADO – Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão Conceito: A ADO é uma ação usada quando o Poder Público deixa de agir, ou seja, não faz o que a Constituição manda fazer. Serve para combater a inércia do Estado — quando ele se omite e, por causa disso, um direito constitucional deixa de ser garantido. Finalidade: Fazer com que um órgão público (como o Congresso, o Presidente ou outro) cumpra uma obrigação constitucional — por exemplo, criar uma lei ou tomar uma providência prevista na Constituição. Competência: A ADO é julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Quem pode propor: Os mesmos legitimados da ADI, listados no artigo 103 da Constituição, como: Presidente da República Mesas da Câmara e do Senado Governadores e Assembleias Legislativas Procurador-Geral da República Conselho Federal da OAB Partido político com representação no Congresso Confederações sindicais e entidades de classe de âmbito nacional Efeitos da decisão: O STF reconhece a omissão e notifica o órgão competente para que adote as medidas necessárias; Se o órgão for administrativo, o STF pode fixar prazo para o cumprimento; Se for legislativo, o STF comunica o Congresso, mas não pode obrigá-lo a legislar diretamente. ADC – Ação Declaratória de Constitucionalidade Conceito: A ADC é uma ação usada para confirmar que uma lei ou ato normativo é constitucional, ou seja, está de acordo com a Constituição Federal. Serve para garantir segurança jurídica e evitar dúvidas ou decisões diferentes sobre a validade de uma lei. Finalidade: Declarar que uma lei federal é constitucional, quando houver controvérsia judicial (ou seja, quando alguns juízes consideram a lei inconstitucional e outros não). Competência: A ADC é julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Quem pode propor: Os mesmos legitimados do art. 103 da Constituição, como: Presidente da República Mesas da Câmara e do Senado Procurador-Geral da República Conselho Federal da OAB Partido político com representação no Congresso Nacional Confederações sindicais e entidades de classe de âmbito nacional (Governadores e Assembleias Legislativas não podem propor ADC.) Efeitos da decisão: Efeito erga omnes → vale para todos; Efeito vinculante → deve ser seguido por todos os órgãos do Poder Público; Efeito retroativo (ex tunc) → a lei é considerada válida desde a sua criação. ADPF – Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental Conceito: A ADPF é uma ação usada para proteger preceitos fundamentais da Constituição Federal quando não há outro meio eficaz para resolver o problema. Ela serve como um “remédio constitucional subsidiário”, usada quando a questão não pode ser resolvida por ADI ou ADC, por exemplo. Finalidade: Evitar ou reparar lesão (violação) a preceitos fundamentais da Constituição, como: Direitos e garantias fundamentais; Separação dos Poderes; Forma federativa do Estado; Princípios básicos da Constituição. Competência: A ADPF é julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Quem pode propor: Os mesmos legitimados do art. 103 da Constituição, como: Presidente da República Mesas da Câmara e do Senado Procurador-Geral da República Conselho Federal da OAB Partidos políticos com representação no Congresso Confederações sindicais e entidades de classe de âmbito nacional Governadores e Assembleias Legislativas Características principais: Caráter subsidiário: só pode ser usada se não houver outro meio eficaz (como ADI ou ADC). Pode atacar atos normativos anteriores à Constituição de 1988 ou atos concretos (coisas que a ADI e a ADC não alcançam). Tem efeito vinculante e erga omnes (vale para todos e deve ser seguido por todos os órgãos do poder público). Histórico de Controle de Constitucionalidade Efeitos Classificação Inconstitucionalidade formal e material Tipos de inconstitucionalidade Inconstitucionalidade Sistemas de Controle Modelos de Controle de constitucionalidade Vías de Controle Controle Difuso Efeitos da ação no controle Difuso Legitimidade para entrar com ações sobre controle de constitucionalidade Sobre as ações